FIM DE SEMANA, 25 E 26 DE JUNHO DE 2016 EDIÇÃO Nº 35
Shakespeare mais atual do que nunca Páginas 8,9 e 10
Cultura
Lajeadense atua em filme sobre violência doméstica Gabriela Munhoz, que reside no Rio de Janeiro, interpreta a irmã da protagonista no longa Vidas Partidas
O
filme Vidas Partidas, do diretor Marcos Schechtman, estreia em agosto pela Globo Filmes nos principais cinemas do país. No elenco, a lajeadense Gabriela Munhoz interpreta a irmã da personagem Graça, vivida pela também gaúcha Naura Schneider. O longa trata sobre a violência doméstica, sofrida pela protagonista. “Minha personagem é companheira e vivencia de perto o sofrimento da irmã”, conta Gabriela. O processo de preparação do filme foi intenso, diz a atriz. “A preparadora do filme foi a grande artista Helena Varvaki.” O trabalho com todo o elenco foi profundo e necessário. A honestidade de Helena foi parte importante. Dessa forma, a equipe criou vínculos para se preparar para contar a história. Para Gabriela, o tema da violência contra a mulher infelizmente é sempre atual. “É importante abordar o assunto. É forma de fazer pensar e dar atenção.” Segundo ela, propor a reflexão é parte imprescindível da arte.
Quem é Gabriela Formada em Artes Dramáticas pela UniverCidade, do Rio de Janeiro, Gabriela é
QUEM FEZ ESTA EDIÇÃO voce@jornalahora.inf.br
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REPRODUÇÃO G1
graduada em Psicologia pela Unisinos e pós-graduanda pela Escola de Dança Angel Vianna-RJ. Seu tempo é dividido entre o teatro e o restaurante de comidas saudáveis, Verdin, localizado no Leblon. “São minhas duas paixões.” Junto de Gabriela, o restaurante é capitaneado pelo marido, Marcos Suhre, e a amiga e também lajeadense, Carla Faedo. O fruto do trabalho de anos no teatro do Rio de Janeiro rendeu diversas experiências, entre elas, o espetáculo A Outra Casa, que estreou em janeiro. Com direção de Manoel Prazeres, tem texto do norte-americano Sharr White. Inédito no Brasil, o espetáculo está em cartaz no Teatro Candido Mendes.
Sinopse de Vidas Partidas “Graça e Raul são casal apaixonado, envolvido em relação ardente provocada por alta passionalidade. Os dois se casam e têm duas filhas, criando uma família perfeita. Enquanto Graça evolui no trabalho, Raul fica desempregado. Para ajudar, Graça pede que o amigo e ex-marido indique secretamente Raul para uma vaga de professor em uma universidade. Quando consegue o cargo, Raul, aos poucos, torna-se agressivo e possessivo com a mulher, resultando em frequentes cenas de violência doméstica.”
Agenda de eventos 30/6 CineSesc: Filme Hoje Eu Quero Voltar Sozinho Local: Sesc Lajeado. Horário: 19h Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente cego, tenta lidar com a mãe superprotetora ao mesmo tempo em que busca sua independência. Quando Gabriel (Fabio Audi) chega na cidade, novos sentimentos começam a surgir em Leonardo, fazendo com que ele descubra mais sobre si mesmo e sua sexualidade.
16/7 Paraíso: O espetáculo Local: Teatro do Centro Cultural Univates. Horário: 18h Rezende, protagonista de um dos canais mais acessados do Brasil, dá um salto da internet e ganha os palcos do Brasil com o espetáculo O Paraíso. Um mundo cheio de desafios e aventuras em uma peça intrigante que promete tirar o fôlego dos seguidores e fãs da série, do canal RezendeEvil, criado por Pedro Afonso Rezende.
Direção Editorial e Coordenação: Fernando Weiss - Produção: Tammy Moraes e Eduardo Amaral - Arte: Gianini Oliveira e Fábio Costa Foto de capa: João Caldas F. - Tiragem: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)
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RODRIGO MARTINI
Caminhos
Um pedacinho do
oeste alemão A cidade de Westfália tem a tranquilidade de uma pequena comunidade alemã. Apesar da calmaria, lindas cascatas e parques aquáticos são atrativos para os viajantes.
O
nome Westfália foi uma forma de homenagear os imigrantes da região de Westfalen, que chegaram da Alemanha por volta de 1869. A cidade se emancipou de Teutônia e Imigrante em abril de 1996. Tem como base econômica o setor primário, conta também com a produção agropecuária e industrial representada pelo Frigorífico Languiru. O passeio por esse território quase europeu pode iniciar na comunidade mais antiga do município, que originalmente se chamava Zionsgemeinde. Hoje, a conhecida Linha Frank tem a bela igreja evangélica do Sião. Com mais de cem anos, guarda interessantes histórias. É nessa estrutura erguida com pedra grés que está guardado o
registro de batismo do ex-presidente General Ernesto Geisel. No centro, além de belas praças, igrejas e até um sapato de pau gigante, o Centro Administrativo chama atenção pelo estilo arquitetônico enxaimel, com 1.200 metros quadrados de área construída. Edificado em 2007, tem três pavimentos e é considerado um dos principais cartões-postais do município. Aliás, os moradores desse pequeno lugar exibem a cultura germânica na fala: o sapato de pau é um dialeto bem particular da língua alemã.
cipal delas – e de mais fácil acesso – é a Lagoa do Tico-Tico. Outra bastante conhecida é a dos Marrecos. É comum e até tradicional a presença de “trilheiros” visitando o local com jipes e motos. Na localidade de Paissandu, com 110 hectares, o parque Paraíso Paissandu é uma boa pedida para os dias de verão e calor intenso. Instalado entre vales e montanhas, o empreendimento oferece espaço para lazer e re-
Interior e boas surpresas Na parte mais alta do município, existem algumas quedas d´água escondidas entre a mata nativa e moradores não medem esforços para auxiliar o visitante a chegar até elas. Para isso, a dica é ir com calçado adequado para trilhas. A vegetação densa costuma molhar a roupa. Portanto, é preciso espírito aventureiro para entrar na mata. Ainda pelo interior, existem algumas lagoas naturais que rendem belas imagens. A prin-
A conhecida Linha Frank tem a bela igreja evangélica do Sião, de cem anos
A cidade também apresenta bom potencial para turismo de negócios. (...) Compra de artigos de artesanato e alimentos coloniais estão disponíveis. ANDERSON LOPES
creação, com piscinas, tobogãs, lagos para prática de jetski, área de pesca, camping e também oferece lanches leves. Próximo dali, uma casa centenária em estilo enxaimel se transforma em uma pizzaria uma vez por mês. Em Linha Schmidt Alta, outra construção também em estilo enxaimel no topo de um morro emoldura um dos mais belos cenários de Westfália, e é outro passeio imperdível. A cidade também apresenta bom potencial para turismo de negócios. Embora com pouca divulgação. Compra de artigos de artesanato e alimentos coloniais estão disponíveis. Entre os destaques, a venda de cogumelos, leite de cabra e chás medicinais.
Eventos O principal evento é o aniversário do município, no mês de março, quando milhares de visitantes participam das festividades. Uma das atividades, bem peculiar, é o jogo de futebol com fardamento típico germânico. As chuteiras são de sapato de pau. Não é preciso dizer que
é imprescindível usar caneleiras. Alguns eventos menores ocorrem nas comunidades do interior, a exemplo dos cafés organizados por grupos religiosos, bailes de kerb, jantar-baile e Trilha da Maquiagem – uma trilha de moto e jipe exclusiva para as mulheres. Festa típica das regiões de coloninazação alemã, o Kerb comemora a inauguração da igreja de cada localidade. Westfália preserva essa tradição em todas suas comunidades. As festas são animadas por música típica alemã e a cerveja é a bebida eleita para brinde, ein prosit! No fim de janeiro, o baile ocorre na comunidade Silveira Martins, em Linha Paissandu, no Ginásio do Esporte Clube Palmeiras. Em meados de agosto, é a vez da Comunidade Evangélica de Linha Berlim, no Esporte Clube Juventude; em setembro, o kerb é sediado pela Comunidade Evangélica Bom Pastor do centro, na casa da Oase; e no fim de outubro, a Comunidade Evangélica Sião da Linha Frank encerra as festividades típicas no Centro Comunitário.
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Fala Doutor
A psicanálise busca respostas no inconsciente Por meio da associação livre, em que o paciente fala ininterruptamente, os profissionais analisam o que há além da superfície dos problemas e sentimentos MANUEL ROBERTO/DIVULGAÇÃO
C
riação do neurologista austríaco Sigmund Freud, a psicanálise é teoria que busca explicar o funcionamento da mente humana. A partir disso, torna-se método para tratar desequilíbrios psíquicos. A vertente traz a descoberta do inconsciente. Segundo a psicóloga em formação psicanalítica, Rebeca Katz, o intuito é descobrir como se manifesta a mente humana permeada pela queixa do paciente. “O inconsciente rege as pessoas. Ele tem muita força e é indestrutível.” Por não se ter acesso a ele como se tem à consciência, seus sinais aparecem nos sofrimento psíquico. A psicanálise propõe buscar o autoconhecimento para entender o que faz parte do ser humano. Uma das características é fazer as pessoas pensarem sobre si mesmas. “Tu pode terminar uma análise, mas nunca terminará de se analisar.” Rebeca acredita que essa é a melhor forma de compreender e ajudar as pessoas dentro da psicologia. O material do psicanalista é a escuta, diz a profissional. “Os
pacientes acham que falam demais durante a consulta, mas assim inicia o processo, adaptando-se a falar e a se ouvir.” Segundo ela, não se dá resposta pronta e nem conselhos. O trabalho é ajudar o paciente a “desembaraçar”
Apoiadores
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seus conflitos internos. “O profissional não faz o trabalho sozinho, ele ajuda a guiar o paciente.” O processo de ouvir também dá a oportunidade de o paciente encontrar as respostas. A psicanálise acredita que,
quando ele fala livremente, a chamada associação livre, as informações se completam. “Ele conta uma história e de repente faz uma remissão que pode ajudar a explicar o problema.” O vínculo entre analista e pacien-
A psicanálise é retratada de maneira recorrente no cinema, televisão e teatro. O divã é o símbolo relacionado a essa teoria da psicologia. A peça portuguesa Não Dá Trabalho Nenhum mostra o ator João Miguel Mota durante análise fictícia
te é fundamental para que o processo ocorra. O profissional precisa entender o que levou o paciente a se tratar. Se ele não acreditar que o sofrimento do paciente é autêntico, não conseguirá criar empatia com a situação.
Tempo: uma necessidade Os resultados do tratamento por psicanálise não aparecem de uma hora para a outra. São meses e, às vezes, anos. As relações construídas e os “tijolos” que formam o ser humano são muitos, e cada um é singular. “As pessoas conhecem vários indivíduos durante a vida.” Todos os resquícios dessas relações e suas particularidades se acumulam. O que se enxerga como motivo da procura pela psicanálise é superficial, diz Rebeca. As pessoas que seguem um processo analítico, depois de alguns anos de consultas, não se lembram mais o que as levou até ali. Isso porque durante o processo acabam descobrindo muito sobre si mesmas. Muitas vezes, quem está no processo e não quer pará-lo é porque se sente bem. “É preciso trabalhar com o paciente a dependência ao processo analítico. Às vezes ele tem medo de pausar ou encerrar as sessões.” A resistência à psicanálise é grande, conta Rebeca. “Ela mexe com o que há de mais importante dentro de nós.” As pessoas não querem reviver as memórias, diz. Para se tratar, é preciso entender que não é um ser humano
perfeito. Para isso, é necessário reconhecer que se comete erros, e as pessoas não conseguem lidar com isso, opina. “A prepotência não permite.” O diagnóstico dentro da psicanálise é o metapsicológico. Os profissionais buscam entender do funcionamento da pessoa, e não diagnosticá-la com transtorno mental especificado por critérios de doença. A psica-
nálise se baseia nos sintomas e no funcionamento psíquico. “É importante entender qual a queixa e o porquê da procura por ajuda.” A partir disso, se conhece o paciente e cria-se um vínculo.
Pai da psicanálise Há 125 anos, Freud atendia como neurologista mulheres da burguesia vienense, já definidas como doentes dos nervos e histéricas. Freud buscou ouvir essas mulheres, procurando uma forma de aliviar seus sofrimentos. Pouco anos depois, após sua publicação sobre o estudo da histeria, ele elaborou a teoria de inconsciente. Freud foi inspirado pelo trabalho do médico francês Charcot, junto de seus companheiros com quem trocava ideias, como Breur e Fliess. Passou a ter seus discípulos, que perpetuaram a psicanálise. O termo psicanálise, criado por Freud em 1896, serve para nomear um novo método de psicoterapia, apoiado na exploração do inconsciente. Fonte: Dicionário de Psicanálise Elizabeth Roudinesco e Michel Plon
As pessoas conhecem muitos indivíduos durante a vida.” Rebeca Katz psicóloga em formação psicanalítica
Por dentro da psicanálise Segundo Rebeca, as respostas para as questões dos pacientes são apontadas dentro do inconsciente. Pode ter sido algo que aconteceu na infância, uma experiência que não ficou clara, ou um momente em que remete, mas não se consegue lembrar. “Se ficarmos pensando 24 horas por dia no que nos fez mal, não viveríamos.” Por isso, a mente tende a esconder muitas coisas. A Hora – Como podemos entender a psicanálise na rotina? Rebeca Katz – Gosto de dar o exemplo de uma pessoa que tem que fazer algo da rotina, como trabalhar, estudar, ler um texto. Ela sabe que precisa cumprir a tarefa, mas, quando tenta, não consegue. Essa é a prova que existe algo que rege as pessoas além do que a consciência permite. Alguns problemas são enxergados com facilidade. Outros, a pessoa não se dá conta que o comportamento e a forma de se relacionar a prejudica. Quando sente angústia, é comum culpar o trabalho, o namorado, os amigos. E aí ela para de trabalhar e se relacionar com as pessoas. Não consegue mais sair, fica trancada dentro de casa culpando o mundo pela angústia dela. Mas o problema não está fora, está dentro. A psicanálise ajuda a nomear isso, e precisamos aprender a
nomear o que incomoda. Ainda há resistência à procura de tratamento psicológico? Rebeca – As pessoas acham que quem se trata é louco. Na verdade, isso é ser saudável, pois está procurando ajuda. Normalmente, as pessoas só buscam quando sentem um sofrimento emocional. Para reconhecer isso, é preciso se entender. Olhar para dentro, não de uma forma egoísta, e sim de compreensão. Quando acontece, elas veem o externo de forma mais saudável. Como descobrir qual a vertente mais indicada? Rebeca – Não adianta só procurar uma teoria que se encaixa mais no seu perfil. Há vários profissionais dentro da mesma área e diversas teorias dentro do segmento. É preciso permitir se conhecer. É preciso buscar alguém com quem crie vínculo. Você não vai amar o terapeuta, pois é ele que “põe o dedo na ferida”. Sofrer pelo que descobre na terapia é normal e saudável. No iníco do tratamento, algumas pessoas se queixam de se sentir pior ou de não resolver. Isso faz parte, começar a mexer no que dói, piora, mas é justamente para melhorar depois.
Rebeca Katz Psicóloga
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Comportamento
Superprodução chega ao Teatro da Univates Encenação deste domingo traz ao Centro Cultural da Univates a obra de um dos maiores dramaturgo de todos os tempos, o inglês William Shakespeare. Macbeth, protagonizada por Thiago Lacerda, recebe elogios da crítica em todo o país.
P
oder, vaidade e ganância são algumas das marcas do teatro de William Shakespeare. Esses elementos estão presentes em Macbeth, peça encenada neste domingo no Teatro do Centro Cultural Univates. O personagem principal ganha vida pela interpretação de Thiago Lacerda. A montagem chega a Lajeado depois de percorrer o país, com sucesso de público e crítica. A interpretação de personagens shakespearianos não é novidade para Lacerda, que em 2012 deu vida ao príncipe dinamarquês Hamlet. O príncipe é um jovem deprimido pela morte do pai e passa parte do tempo em dúvida se deve ou não destronar o tio para vingar o assassinato do antigo rei. Já o general escocês é um personagem madu-
ro, ambicioso e sem medidas para alcançar o poder. Apesar das profundas diferenças entre os dois personagens, Lacerda traça um paralelo entre eles. “Os dois são um exercício sobre o mesmo tema. Hamlet é um menino de não ação e Macbeth é um
homem de ação, e a peça trata das consequências das decisões deles.” Para o espetáculo chamado de Repertório Shakespeare, que em outras cidades apresenta também a peça Medida
por Medida, o ator repetiu a parceria com o diretor Ron Daniels. O diretor brasileiro, radicado em Nova York, é um especialista nas obras do autor inglês, com direções tanto no Brasil quanto em países de
História atualizada
Nosso objetivo é fazer o público ter acesso as ideias de Shakespeare Thiago Lacerda, ator
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Escritas há mais de quatro séculos, as obras de Shakespeare permanecem atuais. No caso de Macbeth, a briga pelo poder tem sido frequentemente usada para traçar um paralelo com o cenário político do país. Foi o caso do jornalista e doutor em Comunicação Juremir Machado da Silva, que em sua coluna no Correio do Povo comparou os políticos envolvidos no impeachment de Dilma Rousseff com os personagens da peça. De acordo com o diretor Daniels, os intelectuais não são os únicos a traçar esse para-
língua inglesa.
Preocupação em atrair público Quando interpretou Hamlet,
lelo. O público presente nas apresentações também tem relacionado o cenário de uma Escócia na Idade Média com o Brasil da segunda década do século XXI.
FOTOS JOÃO CALDAS/DIVULGAÇÃO
o ator Wagner Moura ressaltou a dificuldade com a tradução do inglês elisabetano para o português. Assim como o colega, Lacerda também se mostra preocupado com a perda de elementos da obra do dramaturgo. “Nosso objetivo é fazer o público ter acesso às ideias de Shakespeare. Isso não é tornar a obra leve, mas tirar a leitura rebuscada.” A preocupação do ator é resgatar o apelo original da obra. “As histórias originalmente são populares, não no sentido popularesco, mas para mais gente.” Para alcançar esse objetivo, Daniels se envolveu diretamente na tradução da obra. “Marcos Daud e eu trabalhamos palavra por palavra, na busca de um português imediato, gostoso de falar e ouvir. Imaginando sempre que Shakespeare era um autor brasileiro.”
Compromisso com Lajeado Apresentar-se no Teatro da Univates foi uma promessa feita por Lacerda quando o local recém havia sido inaugurado. Em maio de 2014, o ator participou de um talk show em Lajeado e ficou impressionado com o complexo. Na época, o reitor Ney Lazzari convidou Lacerda para participar de espetáculos. O compromisso é cumprido agora com a apresentação de uma
das peças mais famosas daquele que é considerado o principal dramaturgo da história. “É o cumprimento de uma promessa. Mas, acima de tudo, a região merece grandes espetáculos.” A afirmação do ator encontra eco na direção do Teatro. Segundo a gerente do Centro Cultural Univates, Daniela Sal-
vador Cavagnolli, a vinda da montagem foi um investimento capaz de colocar o espaço na rota nacional de grandes atrações culturais. “O Repertório Shakespeare é a terceira peça que vamos apresentar aqui. A ideia é termos uma programação anual e diversificada”, destaca. Segundo ela, mesmo sendo um local novo, o Teatro já começa a formar uma plateia fiel.
Quando: dia 26 (domingo) Horário: 18h Onde: Teatro da Univates Classificação etária: 14 anos Valores: plateia baixa, alta e mezanino – R$ 80 Plateia baixa, alta e mezanino (meia-entrada) – R$ 40
“A gente está indo a Lajeado porque é um esforço meu” Conhecido pela atuação na televisão e no cinema, Thiago Lacerda se aventura cada vez mais no teatro. A paixão pelos clássicos o levou a interpretar dois dos principais personagens de Shakespere. Nesta entrevista, ele fala sobre a encenação de Macbeth e o relacionamento com o Vale do Taquari. A Hora – Em 2012 você interpretou Hamlet, também com a direção de Ron Daniels. Como você caracteriza esses dois personagens? Thiago Lacerda – São os dois mais importantes de Shakespeare. Talvez não os mais importantes, mas os mais famosos, mais investigados e encenados. O Hamlet é talvez a peça mais conhecida do mundo. O que é impressionante do Shakespeare é a capacidade que ele tem de apresentar nós mesmos, de falar sobre cada um de nós. Os personagens são enormes nesse sentido humano, então tem uma amplitude humana gigante. E é impressionante como os dois personagens estão em um exercício sobre o mesmo tema, é quase como se fosse uma brincadeira do Shakespeare com o público. O Hamlet é a história de um menino que não faz, um menino de não ação, e o Macbeth é a história de um homem de ação, que vai e faz. E as consequências dos atos dele, então, é sobre isso que fala as duas peças. A peça Macbeth tem cenas muito fortes, com assassinatos. Vocês tentaram deixar isso para o público? Lacerda – A questão não é ser leve. O
buscar uma língua muito rebuscada. Como vocês trabalharam a tradução? Lacerda – Eu particularmente acho as nossas traduções disparado as melhores para o português. O (Marcos) Daud é mais erudito apaixonado por Shakepeare e traz esse olhar. O Ron (Daniels) é muito íntimo da obra, a ele é permitido um distanciamento e uma capacidade, pela intimidade que ele tem de tirar a tradução de um certo rebuscamento. Então esse casamento da erudição do Daud e a intimidade do Daniels faz da nossa tradução muito poderosa.
nosso objetivo é fazer com que o público acompanhasse a história, tivesse acesso às ideias do Shakespeare. E isso não é tornar mais leve, é na verdade destituir a obra de volteios intelectuais, tirar a leitura rebuscada das peças, que são uma história muito simples. A importância da nossa tradução é fazer com que a história chegue da forma mais reflexiva e mais simples ao ouvido da plateia. E não é tornar isso mais leve, ao contrário, é fazer com que elas sejam exatamente o quem elas são. Revelar essa história de forma mais direta possível, sem dificultar o entendimento com palavras rebuscadas, versos obrigatoriamente na frente do entendimento do texto. O que a gente faz é limpar a história do texto para deixar ela da forma como ela era originalmente, elas eram populares. As traduções do inglês elisabetano para o português costumam ser criticadas por
Você já gravou um filme em Lajeado, mas é a primeira vez que se apresenta no teatro. Como avalia o espaço? Lacerda – Eu tive na cidade a convite da Univates e fiquei muito impressionado com o teatro. A gente está indo a Lajeado porque é um esforço meu. Eu prometi para o reitor e toda a equipe que viabilizou o projeto da construção do teatro, que nós iríamos encenar o espetáculo. Acima de tudo, porque a região merece, porque o teatro é uma conquista dos alunos e a faculdade merece grandes espetáculos. Então é um prazer trazer para a cidade, poder corroborar com a importância estética do teatro para a região e a capacidade que ele tem de oferecer grandes espetáculos da envergadura do nosso. Que, modéstia à parte, é um acontecimento cultural, não é qualquer hora que você tem Shakespeare em cartaz e uma companhia como a nossa. É um encontro merecido de ambas as partes.
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Comportamento TUANE EGGERS/DIVULGAÇÃO
Espaço cultural para o Vale Inaugurado em maio de 2014, o Teatro da Univates tem sido essencial para colocar o Vale do Taquari na rota dos grandes espetáculos nacionais e internacionais. Ao longo dos últimos dois anos, o espaço, com capacidade para 1.160 espectadores, transformou-se na grande referência cultural da região. A aposta em espetáculos, tem garantindo a atração de público, como diz a gerente, Daniela Salvador Cavagnolli. “Nós temos tido retornos positivos por nos preocuparmos em trazer atrações para diversos públicos. Isso é parte do trabalho de formação de plateia.” A vinda da montagem de Macbeth é uma das apostas da organização para atrair ainda mais público. Daniela destaca também a realização das formaturas. De acordo com ela, esses eventos garantem o custeio da obra. O reitor Ney Lazzari ressalta ainda os benefícios para os
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estudantes. “Antes da existência do complexo, os alunos tinham gastos que variavam de R$ 2 a R$ 3 mil para o aluguel salões, togas, contratação de empresas terceirizadas.”
Crescimento da cultura local As apresentações nacionais e internacionais não são o único atrativo do Centro Cultural da
[...] nos preocuparmos em trazer atrações para diversos públicos” Daniela Salvador Cavagnolli., gerente do Teatro da Univates SANDRO LUCAS
Evento proporcionou troca de experiências entre bailarinos russos e artistas locais. Show ocorreu no dia 12 de junho
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Univates. O local também garante um espaço adequado para os artistas do Vale do Taquari realizarem as apresentações. A professora de dança Alessandra Espíndola comemora a existência de um teatro de alto nível, disponibilizado tanto para as apresentações. “Até então não existia um espaço onde a gente pudesse produzir cultura e essa pudesse ser vista com dignidade”, destaca Alessandra. Na avaliação da bailarina, o teatro proporciona uma boa acolhida tanto para artistas quanto ao público. Essa qualidade atrai artistas das mais variadas áreas e de diversos países. Um dos destaques é apresentação do Balett Russo, que já se tornou tradicional na cidade. Neste mês, o grupo se apresentou pela segunda vez em Lajeado. O show foi feito em conjunto com a companhia de Alessandra. Essa integração garante o crescimento da arte regional. “Esse intercâmbio cultural traz muitos benefícios, é um incentivo para continuarem fazendo arte.”
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Objetos de desejo
Coluna
Concursos de arquitetura: liberdade igualitária Aquarela Brasileira (Martinho da Vila) Brasília tem o seu destaque Na arte, na beleza, arquitetura Faroeste Caboclo (Legião Urbana) Dizia ele: “Estou indo pra Brasília Neste país lugar melhor não há
Estofados FOTOS ANDERSON LOPES
com conforto s poltronas e sofás são grandes aliados na hora de montar a decoração. Quando se tem mais espaço, os sofás são a aposta para os momentos de conforto. Para sair do comum, a dica são os itens de veludo. De cores e textura diferenciadas, dão toque único onde são colocados. Já as poltronas são a saída ideal para quem mora em locais menores.
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1| Hubber veludo bordô, da Open Decor 2| Poltrona hubber veludo verde, da Open Decor 3| Poltrona Orion, da Open Decor 4| Poltrona Re-Vive, da Open Decor 5| Poltrona Swivel, da Open Decor
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Cantada por diversas gerações e estilos musicais e admirada por todas as regiões do mundo, Brasília é um ícone da arquitetura internacional. Tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade, sua importância e representatividade é indiscutível no cenário nacional e internacional. Projetada por Lucio Costa no fim da década de 50, logo foi celebrada em todo o mundo. Embora hoje sejam atribuídos inúmeros problemas à cidade, em sua grande maioria, se deve à sua implementação de modo parcial, ou sua ausência total. O aspecto fundamental é que Brasília foi fruto de um concurso público nacional, em que os principais escritórios do país se mobilizaram para pensar a cidade do futuro. Dentre inúmeras propostas, surgiu esse projeto de relevância indiscutível. No entanto, o que se vê hoje, em nossa região, é a ausência da discussão democrática das oportunidades de pensar a cidade e o Vale. Inúmeras são as oportunidades perdidas de se produzir projetos de arquitetura nos âmbitos municipal ou regional. São vários os exemplos fora do país onde isso não ocorre. Nossa vizinha Argentina, ou o Chile, assim como coirmãos distantes como a Alemanha, têm legislações que estabelecem a necessidade de concursos públicos para projetos de interesse municipal acima de uma determinada área (valores relativamente baixos, como obras de 200 metros quadrados). Isso tem a importante função de fazer a comunidade se envolver com a solução da cidade, e com a transparência necessária para a condução das decisões públicas. Hoje, são vários os exemplos de concursos públicos que foram construídos com alto nível de projetos, como o caso da sede do Sebrae ou da Fundação Habitacional do Exército, ambos em Brasília, o parque da Juventude e Biblioteca SP, em São Paulo, o Crea-PB, em Campina Grande, entre tantos outros Brasil e mundo afora. É de se lamentar que haja pouca oferta de oportunidades para os arquitetos do Vale e do Brasil projetarem nossas cidades. Assim como é lamentável a postura passiva da sociedade em assispostur tir essas essa anomalias à sua frente.
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Sociedade FOTOS LISIANE DA SILVA
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Presenças em lançamento de projeto inovador
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O casal Josi Birckheuer Richter e José Paulo Richter (foto 1) apresentou novo empreendimento da Richter Gruppe, no dia 9, no Salão Panorâmico, do Clube Tiro e Caça (CTC). Ricardo Cassiano Fagundes e Patricia Wickert (foto 2) acompanharam o evento. Mairi Masiero e Gian Zang (foto 3) também marcaram presença. Assim como Janaina Martins, Marcio Bender, Paloma Storck e Darlene Flores (foto 4). Andre Marmitt Zambeli, Isabel Macedo, Adriana Pretto Enger e Flavio Enger (foto 5) acompanharam as novidades da Richter Gruppe.
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FOTOS LISIANE DA SILVA
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Café com Eventos no CTC As amigas Ana Paula Thesing (esq.) e Luana Henz (foto 1) assistiram ao Café com Eventos. A atividade ocorreu no dia 14, no Salão Panorâmico do Clube Tiro e Caça (CTC). O encontro também contou com a presença de Betina Du-
rayski, Claudine Becker e Paula Martins (foto 2, da esq. para a dir.). O evento foi conduzido pela consultora em Gestão de Pessoas e Reorganização de Empresas, Carla Dal Ponte, e pela publicitária Sabrina Costa.
FOTOS DAYANE MASCITTI
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Novo empreendimento surpreende no varejo
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A gerente da Lojas Benoit Lajeado, Jaqueline Sangalli, o gerente comercial, Humberto Koerbes, e o sub-gerente da loja, Renan Harn (foto 1), recepcionaram os clientes na inauguração do empreendimento, no dia 17, no centro de Lajeado. O presidente da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) Miguel Arenhart, e o diretor de Eventos do Clube Tiro e Caça (CTC), Marcelo Sommer, (foto 2) acompanharam o lançamento.
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Moda
Jeans para
toda hora s peças em jeans são grandes aliadas nos dias frios e combinam com todos os momentos. Verdadeiros itens atemporais, harmonizam com qualquer tendência. A combinação e sobreposição de peças em jeans fica supermoderna. Para não errar, vale contrastar os tons.
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Looks produzidos pela Gang
Blusa cropped, camisa jeans, calça jeans e bota, da Gang
Camisa jeans e calça jeans, da Gang
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Jaqueta jeans e calça jeans, da Gang
Camiseta, camisa jeans e calça jeans, da Gang
Blusa cropped, calça jeans e bota (esq.), blusa, calça e bota, da Gang
Camiseta, jaqueta jeans, calça jeans, tênis (esq.) e camisa jeans, calça jeans e tênis, da Gang
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Moda
Camisa jeans, calça jeans, tênis (esq.), camisa jeans, camisa jeans, calça jeans e bota, da Gang
Jaqueta cropped jeans, calça jeans, bota (esq.), camiseta, camisa jeans, calça jeans, tênis (centro), camisa jeans, calça jeans e bota, da Gang Camiseta, jaqueta jeans, calça jeans, sapato (esq.), jaqueta jeans, calça jeans, bota (centro), camiseta, jaqueta jeans, calça jeans e tênis, da Gang
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