FIM DE SEMANA, 10 E 11 DE SETEMBRO DE 2016 EDIÇÃO Nº 46
em todos os estilos Página 12 e 13
TAMMY MORAES
Eu curto
Por que pratica? Sou apaixonado por basquete. É uma atividade física ótima para manter a saúde. Tem o diferencial de ser um esporte emocionante, em que um último arremesso pode definir a partida. O que proporciona? Por ser um esporte coletivo, quem pratica aprende a respeitar seus limites e dos outros jogadores. O trabalho em equipe e o espírito de grupo devem prevalecer para o sucesso. O jogo em si é muito dinâmico e rápido, por isso ajuda na concentração. Também desenvolve as habilidades da coordenação e promove o condicionamento físico.
Leonardo Menezes, professor de educação física
Basquete Com a atenção voltada ao cesto, basta mirar e acertar a bola no alvo para decidir uma partida. O basquete, exercício de contato, tem como principal característica ser esporte emocionante e ágil, em que o resultado final pode ser decidido no último segundo. Leonardo Menezes joga basquete desde o 6 anos. Mesmo trabalhando com o esporte no Colégio Evangélico Alberto Torres e no Clube Atlético Ubirajá, nas horas vagas o lajeadense encontra no basquete uma maneira de reunir os amigos.
QUEM FEZ ESTA EDIÇÃO voce@jornalahora.inf.br
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Como iniciou a atividade? Quando meu irmão mais velho jogava, eu sempre ia com ele aos treinamentos. Às vezes, quando alguém faltava, eu tinha oportunidade de entrar em quadra. Foi quando comecei a praticar, aos 6 anos. O apelido pelo qual sou conhecido veio dessa época: “Aná”, de Ananias, personagem interpretado pelo Renato Aragão em Os Trapalhões. Eu era o menor dos guris com os quais eu jogava. Frequentei por anos as escolinhas de basquete do Clube Atlético Ubirajá, o “Bira”. Depois disso, fui atleta das categorias de base e equipe adulta. Meu vínculo com o clube é muito forte. Posso dizer que o basquete me ajudou em minha escolha profissional na qual sou formado e atuo hoje: Educação Física. Como concilia com a rotina? Participo de uma equipe amadora. Nos reunimos todas as quartas-feiras no ginásio do Ceat para treinar e praticar. Nosso time, RED – Aposentados e Perigosos, está participando do Campeonato Municipal de Santa Cruz do Sul. São ex-jogadores que juntos não deixamos morrer o gosto e a paixão pelo basquete. Aconselharia outras pessoas a praticar também? Por quê? Aconselho sim. É uma prática esportiva muito válida. O basquete é um esporte complexo, de muito contato físico e exigente fisicamente, sendo interpretativo em relação a arbitragem. Por isso, algumas pessoas ficam na curiosidade em relação ao jogo. Vale muito a pena praticar.
Agenda de eventos 16, 17 e 18/9 Startup Weekend Lajeado Local: Tecnovates O Startup Weekend foi criado em 2007 com o intuito de educar e inspirar a comunidade local. Desde então, já ocorreram em mais de 1.500 cidades em todo o mundo e foram criadas mais de oito mil startups. Lajeado está nessa estatística. O evento tem duração de 54 horas e conta com o suporte de mentorias, palestras e desafios. Os participantes compartilham ideias, executam e criam modelos de negócios escaláveis e repetíveis.
7/10 Crie Music Experience Local: atrás do Complexo Esportivo da Univates. Horário: 21h Depois de anunciado o show de Maria Gadú, três bandas gaúchas de rock and roll foram confirmadas no Crie Music Experience: Acústicos e Valvulados, Tenente Cascavel e Identidade. Com isso, o CRIExp se consagrará como um dos maiores eventos culturais, tecnológicos, de empreendedorismo, criatividade e inovação da Região Sul.
Direção Editorial e Coordenação: Fernando Weiss - Produção: Tammy Moraes - Arte: Gianini Oliveira e Fábio Costa Foto de capa: Tiago Bortolotto - Tiragem: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)
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Objetos de desejo
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Momento de mudar ara quem está saturado da decoração de casa, mudanças pontuais na sala e na cozinha fazem toda a diferença. Os sofás de dois lugares são compactos, charmosos e ideais para locais menores, pois tomam menos espaço. As mesas com tampo em laca continuam em alta. A madeira é material atemporal, e dá tom sofisticado aos ambientes.
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Sem erro
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FOTOS
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Olhar marcante
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mprescindível para completar um look, os óculos são os acessórios favoritos na volta dos dias ensolarados. Dentro das maiores tendências para as próximas estações, estão os com lente flat (reta), que andam lado a lado das lentes espelhadas. As lentes polarizadas filtram o brilho da luz, além de absorver os reflexos mais intensos. Ideal para quem gosta de colocar o pé na estrada.
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Óculos Chilli Beans FIM DE SEMANA, 10 E 11 DE SETEMBRO DE 2016
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Fala Doutor
Acompanhamento oncológico auxilia no combate ao câncer A área da ciência estuda e trata dos tipos de câncer. Projetos como o Outubro Rosa são parte importante na prevenção à doença
C
om significado de estudo de tumores, a Oncologia é o ramo da ciência médica que lida com câncer. Ela é responsável pelo diagnóstico e tratamento curativo e paliativo. O último visa a aumentar o tempo de vida do paciente, além de buscar melhora da qualidade de vida. Entre os tipos de tratamento, estão os quimioterápicos, radioterápicos, hormonioterápicos, imunoterápicos e as terapias alvo-moleculares. A Oncologia age no auxílio do tratamento do câncer de diversas formas. Cada indivíduo tem suas necessidades, por isso, é importante observar as possibilidades de cada paciente. O tratamento oncológico curativo traz seu objetivo no nome: curar os pacientes. Para isso, é prescrito um tratamento com a utilização de medicamentos modernos. Mesmo que a chance de cura seja pequena, todos os esforços serão feitos.
Casos em que a cura não é alcançada, cabe ao profissional oncologista apontar um segundo objetivo: a remissão da doença. Isso faz com o que o paciente se sinta melhor pelo maior tempo possível, sem sentir efeitos da doença e das internações. Os cuidados paliativos traduzem um momento em que a remissão é quase inalcançável. O interesse passa a ser o controle da doença e seus sintomas. O foco é na melhora da qualidade de vida tanto do paciente quanto de seus familiares. Trata-se os sintomas físicos e o sofrimento psicológico.
Tratamentos mais comuns A radioterapia é responsável pelo controle local do câncer. Ela diminui ou faz desaparecer o tumor no local onde as radiações ionizantes penetram no corpo do paciente. A liberação disso é feita por aparelhos aceleradores lineares. A quimioterapia é pelo controle local do câncer. Ela também cuida do controle das micrometástases circulantes nos vasos sanguíneos ou linfáticos que irão se depositar nos órgãos do corpo (processo chamado de metástases).
Apoiadores
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O oncologista tem papel principal durante o tratamento de câncer mas é importante outros acompanhamentos médicos durante o processo. O tratamento psicológico é um dos mais buscados para o paciente e a família
Cigarro e câncer O cigarro não traz apenas risco de câncer de pulmão. Outros tipos de câncer também entram na lista, como de boca, laringe, esôfago, estômago e bexiga. Fumar aumenta o risco de doenças cardiológicas
como hipertensão, acidente vascular cerebral (derrame), infarto e aterosclerose. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a fumaça do cigarro tem cerca de 4,7 mil substâncias tóxicas. O alcatrão é o conjunto de elementos presentes no tabaco absorvidos pelo fumante. É responsável por manchas na pele, nos dentes e dedos, além de se depositar nos pulmões, deixando-os com coloração castanho escuro. Há compostos químicos no cigarro que têm alto poder viciante. O mais conhecido é a nicotina, capaz de se ligar a receptores
químicos no cérebro que dão a sensação de prazer. O vício do cigarro se dá por mecanismo que envolve dependência química. A estratégia do uso de adesivos de nicotina consiste em evitar o malefício da fumaça e suas substâncias cancerígenas. A partir disso, aos poucos, se corta a dose da nicotina. Funciona como apoio na transição de quem quer abandonar o cigarro.
Outubro Rosa O movimento popular internacionalmente conhecido
Coluna como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. O movimento começou nos Estados Unidos, onde vários estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e à mamografia no mês de outubro. Com a aprovação do Congresso Americano, o mês de Outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção do câncer de mama. Fonte: outubrorosa.org O câncer de mama é o segundo mais comum nas mulheres. Só perde para o de pele. A estimativa do Inca para este ano é de ainda surgirem mais de 25 mil novos casos de câncer de mama. Mas é possível prevenir a doença. Os principais fatores de risco são endócrinos e de hereditariedade. Está muito relacionado a questões hormonais. O comportamento também influencia. Obesidade, tabagismo, etilismo e sedentarismo são fatores de risco para desenvolver o câncer. Se as mulheres em geral adotarem hábitos de vida saudáveis, pode-se diminuir até em 30% a incidência do câncer de mama.
Acompanhamento e avanços Segundo o médico oncologista Rafael Seewald, quando ocorre o diagnóstico da doença e durante o tratamento, o paciente e a família são atingidos de diversas for-
mas. Há sofrimento físico, psicológico, social e econômico. “O trabalho do oncologista é central no processo, mas é apenas uma parte das
Durante o tratamento, o paciente e a família são atingidos de diversas formas.” Rafael Seewald oncologista
tantas necessárias para que um bom resultado seja alcançado”, diz. Ele destaca a importância do acompanhamento psicológico, nutricional, farmacêutico e do assistente social, assim como profissionais médicos de outras áreas. “Isso é essencial para o sucesso do tratamento e alívio do sofrimento do paciente.” A Hora – Hoje o Brasil é um país considerado avançado no campo oncológico? Rafael Seewald – Precisamos responder essa pergunta de maneira separada, pois existem dois sistemas de saúde no Brasil, o privado (convênios e particular) e o público (SUS). Com a internet, o conhecimento científico está disponível a todos, então, quanto a isso nos igualamos a outros países. Existem bons tratamentos oferecidos pelo SUS, mas infelizmente está defasado e atrasado em relação ao oferecido na rede privada para algumas doenças. Quando falamos da rede privada, enfrentamos uma demora por parte das agências regulatórias brasileiras na aprovação de novos tratamentos, levando, em alguns casos, até dois anos para aprovação de medicamentos já utilizados em outros países. A pesquisa clínica que dispomos no Centro de Oncologia do Hospital Bruno Born, por exemplo, é uma esperança diante dessa realidade. Podemos oferecer aos nossos pacientes muitas dessas medicações ainda não disponíveis a pacientes dos sistemas público e privado.
Dor no joelho do idoso É muito comum o idoso sentir dor articular, especialmente no joelho. Hoje muitos idosos querem levar uma vida saudável e sem dor. Muitos continuam trabalhando e praticando atividade física ou, ao menos, desejam continuar a prática esportiva. Nós, ortopedistas, realmente temos uma certa dificuldade de lidar com essa situação. Queremos proporcionar-lhes uma qualidade de vida, porém, existem limitações. A artrose de joelho, por exemplo. Como tratá-la e possibilitar ao paciente uma qualidade de vida? Artrose é uma doença que provoca dor, inflamação, destruição da cartilagem (levando a uma situação de “osso com osso”) e deformidade da articulação (da junta). A origem dessa doença é complexa e inicia com o envelhecimento. Durante a vida, podem ocorrer fatos que provocam o início precoce desse processo degenerativo, como doenças inflamatórias ou infecciosas que destroem a estrutura da cartilagem, fraturas ou traumas repetitivos (atividade de máximo impacto como corridas, futebol, etc). Há também fatores metabólicos, genéticos e história familiar envolvida. A artrose é progressiva e causa deformidade progressiva da junta (joelhos “arqueados”). Há uma frequência grande de casos em que a obesidade está acompanhada e piorando a artrose. Geralmente também há um desequilíbrio muscular e hipotrofia (fraqueza muscular), o que também colabora para o aumento do desgaste articular. O tratamento é baseado em medicamentos, fisioterapia, palmilhas específicas para corrigir ou aliviar deformidades do joelho e/ou do pé que alteram a pisada, reforço muscular, mudanças de hábitos (evitar atividade física de impacto). Não há medicamentos que devolvem uma cartilagem nova à articulação. O que existem, no momento, são medicamentos que resolvem a dor e a inflamação. Existem também os medicamentos que retardam a progressão da artrose (os chamados condroprotetores, ou melhor, os que protegem a cartilagem). Consulte com seu ortopedista especialista em joelho para receber o tratamento adequado ao seu caso.
Jamil Barghouti ortopedista
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Sociedade
FOTOS TAMMY MORAES
FOTOS LISIANE DA SILVA
Marcelo Munhoz e Angélica Munhoz
Noite de espetáculo
Joriane Azevedo e Jeferson Coelho
A peça A Outra Casa lotou o Salão Social do Clube Tiro e Caça na sexta-feira passada. No palco, estiveram a porto-alegrense Helena Varvaki e a lajeadense Gabriela Munhoz, que aproveitou para rever os amigos e a família.
Luisiane Maria da Silva e Giovani Lucian
Anibel Mallmann, Marcos Mallmann, Bruna Chiamulera e Paulo Cesar Hammes
Aniversário histórico O Clube Sete de Setembro comemorou 82 anos de fundação em grande estilo. O baile movimentou os casais da região nessa terça-feira, no ginásio do clube. Vera Piacini, Vanderley Piacini e Samanta Piacini
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FOTOS FERNANDA TAVARES
Ricardo e Orilde Heineck
Palestrantes Alain Veigas, Raquel Winter Reali e Adriano Strassburger, com Graziela Finatto, da FundeF
As organizadoras do evento Andreia Stein, Raquel Winter Reali e Fabiana Corbellini
Por uma boa causa A tarde de 1º de setembro foi marcada pela 3ª edição do Happy Hour Solidário. O evento foi organizado pela Capital Verde, em prol da FundeF. O objetivo era reapresentar a entidade à comunidade e mostrar os serviços e as necessidades. O Happy Hour teve palestras e momentos de descontração com música ao vivo.
Alexandre Schneider, Ivo Poersch e Ana Rita Poersch
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Comportamento
A fé nos orixás As doutrinas de raiz africana são minoria no país e sofrem com a intolerância religiosa. As práticas nos terreiros e a crença nas divindades são tradições e ajudam a construir a história do RS FOTOS ANDERSON LOPES
E
m uma região com predominância de imigrantes europeus, adeptos das religiões afro-brasileiras somam menos de 3% da população. No Vale do Taquari, não chegam a 1%. Ainda assim, os locais dedicados ao culto dos orixás recebe até fiéis de outras crenças. Fora dos terreiros, poucos assumem recorrer às religiões afro em momentos de dificuldade, por medo de sofrerem com comentários maldosos de vizinhos, amigos ou familiares. Entre os representantes das religiões afro-brasileiras em Lajeado, está o pai Júlio de Xangô. Ele comanda uma casa onde a vertente predominante é a Nação Cabinda. O pai de santo conta que, apesar de ser crime, o preconceito contra religiões afro-brasileiras persiste. Muitas das pessoas que frequentam a casa de Xangô fingem não o conhecer fora dali. O receio é de que as pessoas descubram a relação com a Cabinda. “É um comportamento curioso porque o sacerdote sabe de toda a vida da pessoa e, mesmo assim, não pode nem cumprimentá-la.”
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com o preconceito depende de uma criação diferente e mais liberal. A internet também ajuda a quebrar paradigmas. “O preconceito mora na falta de conhecimento.” O perfil dos frequentadores da casa de Xangô é diverso, diz o religioso. “Entre meus filhos de santo, tenho cirurgiões, advogados e trabalhadores de fábrica. A religião não escolhe classe social.” Muitos vão ao local influenciados por familiares e amigos. Geralmente, a pessoa tem algum conhecimento de religiões africanas.
Vocação
A organização da casa de religião é obrigação do pai e dos filhos de santo
Nas regiões com predominância de descendentes de imigrantes germânicos e italianos, avalia Xangô, há uma
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tendência de rejeição à cultura afro-brasileira devido aos hábitos e costumes europeus. Nesse contexto, o pai de santo faz uma ressalva. “Não é o caso de Lajeado. Aqui há uma maior diversidade de crenças.” Para ele, terminar
Sentado em meio a esculturas de orixás, Xangô deixa claro que essas não passam de enfeites para decorar o ambiente. A verdadeira representação imagética dos orixás são as pedras. Essa foi a forma encontrada pelos escravos de praticar a religião sem serem massacrados pelos donos das senzalas, frisa. Aos 35 anos, Xangô lembra com clareza de quando se interessou pelas religiões afro-brasileiras. Ainda criança, aos 5 anos, pulava a janela para ir a um terreiro próximo à casa da família, em Estrela. “Eu assistia ao ritual de Umbanda fascinado, pensando que um dia faria parte daquilo.” Conheceu a Cabinda por uma mãe de santo. A identificação com a crença foi imediata e com 18 anos se tornou sacerdote. “Eu tinha uma vocação para ser pai de santo.” A família sempre deu liberdade para escolher seu caminho. Por isso, não houve atrito quando Xangô comunicou sua predisposição religiosa. “Todos convivem bem, o respeito é mútuo.”
A representação da imagem dos
O preconceito mora na falta de conhecimento.” Júlio de Xangô, pai de santo
Relação de pai e filhos Xangô tem cerca de 20 filhos de santo. São pessoas que frequentam regularmente sua casa e estão sendo iniciadas na Cabinda. “Os filhos são os que estão no aprendizado para seguir na religião.” São diferente dos clientes, que visitam a casa, mas não têm compromisso em participar de todas as cerimônias. Esses marcam hora, recebem o serviço e vão para casa. Os filhos de santo têm motivações diferentes para seguir na Cabinda. “Alguns querem suavizar a rotina, conseguir um emprego
maiores. Fora os clientes, nem pai e nem filhos podem consumir álcool antes das obrigações. Há comidas que servem de oferenda a orixás e entidade e não podem ser ingeridas. Entre os pratos, estão o carreteiro de linguiça, galinhada, arroz com couve e arroz com leite. “Pessoas comuns podem comer, mas os sacerdotes e os filhos de santo não”, esclarece Xangô. Depois das obrigações do dia, as pessoas que participaram não podem beber e ter relações sexuais. Depois de tempo determinado pelo sacerdote, podem voltar à rotina normal. Para fazer uma iniciação em algumas religiões africanas, por exemplo, fica-se até 16 dias em abstinência. orixás da Cabinda são pedras, forma encontrada pelos escravos para esconder a religião dos senhores da senzala
História melhor, recuperar relações amorosas.” Todos nascem com um orixá determinado, diz Xangô. Em outras religiões, é conhecido como anjo da guarda. A religião africana dá voz e força para essa entidade guiar a vida e a deixa mais fácil. “Sabe aquela vozinha que fala
com você às vezes? É o seu anjo da guarda.” O trabalho na casa de religião é intenso, de segunda a segunda. E o pai de santo também tira férias. Nesse momento, o papel dos filhos de santo é essencial. Eles cuidam da casa e podem fazer alguns trabalhos
necessários. Mas o “olho religioso” do sacerdote precisa estar sempre presente, diz Xangô.
Restrições necessárias Entre as restrições da religião da Cabinda, a bebida alcoólica é uma das
A Cabinda cultua os orixás (divindades) encontrados principalmente no RS e em Santa Catarina. A religião se originou entre os povos da Costa da Guiné e da Nigéria, e resultou nos segmentos da Cabinda, Jêje, Ijexá, Oyó e Nagô. Segundo Xangô, a princi-
pal diferença entre a Cabinda e a Umbanda, por exemplo, está na originalidade. Na primeira, as canções para os orixás são em língua africana, a extinta Yoruba. Quando a Cabinda veio para o Brasil, ela não se misturou com outras religiões locais, enquanto a Umbanda se mistificou com o catolicismo. “Por isso, há maior identificação das pessoas”, opina o pai de santo. Entre as poucas adaptações feitas no Brasil, está a quantidade de orixás cultuados. “Originalmente, as tribos cultuavam somente um enquanto hoje são mais de dez.” Apesar de se concentrar na Região Sul, Xangô conta ter irmãos de santo em todo o mundo. A popularização ocorre por meio dos filhos de santo, que fazem sua preparação enquanto vivem na região e, quando se mudam, levam a religião consigo. O dia 21 de janeiro foi oficializado em 2007 como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data relembra a morte da Iyalorixá Mãe Gilda, do terreiro Axé Abassá de Ogum, na Bahia, vítima de intolerância.
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Moda
Tendências da
meia-estação
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combinação de tons de rosa sobrepostos é uma das maiores tendências das próximas estações. O estilo hippie também está em alta, com vestidos e blusas mais folgadas, mangas boca de sino e estampas divertidas. As t-shirts são as favoritas dos dias de calor, e ganham a vez combinadas com o jeans estilo boyfriend.
Blusa crepe com renda Karmani, blazer peplum white Donna Ritz, calça bengaline Aramodu, sapato verniz ice coffee Bebece, bolsa nude Colcci e brinco Express, da Dullius
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Vestido Colcci, brinco, pulseira e scarpin Reizen e bolsa Criação, da Dullius
Vestido Madame, camisa jeans Consciência, bolsa Biro, brinco Lady Gaga Vicky e tênis bota Viamarte, da Dullius
T-shirt Ellus, calça jeans boyfriend com patches Gringa, bandana Urbanos e ênis Cravo e Canela, da Dullius
T-shirt Aramodu, calça Jeanseria, brinco mão Lazuli e tênis bota Viamarte, da Dullius
Créditos: Loja participante deste editorial: Dullius (3714-4469) / Beleza: Bel Room – Betina Lenhard (9944-7612) / Locação: Tratto (3714-2869) / Modelo: Yasmin Beuren / Fotografia: Tiago Bortolotto / Produção: Tammy Moraes
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DIVULGAÇÃO
Caminhos
As estâncias do
pampa gaúcho Cidade do centrosul do estado, Encruzilhada do Sul tem grande território e potencial turístico, histórico e cultural
E
ncruzilhada do Sul tem importância histórica para o estado e país. Abriga monumentos e bustos em homenagem aos personagens do passado. O território teve como primeiro nome Santa Bárbara de Encruzilhada. Na Praça Barão do Quaraí, o monumento à Santa Bárbara, padroeira do município, é um deles. No centro, tem a Casa de Cultura Humberto Fossa. Elo entre presente e passado, abriga o Museu Municipal Domingos Bitencourt, e guarda objetos utilizados por famílias encruzilhadenses. É um espaço para
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amostra de obras artísticas e culturais, promove seminários, exposições e cursos. A visitação é de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 11h30min, e das 14h às 17h. Perto dali, a Igreja Matriz Santa Bárbara mostra na arquitetura traços franceses. Foi erguida pelo construtor francês, Francisco Haillot. A obra iniciou em 1866 e terminou em 1889, quando o arquiteto e principal idealizador já havia morrido. Na igreja, estão os restos mortais do padre Nicolau Hanquete, um personagem simpático e respeitado na cidade. Ele catequizou várias gerações durante 53 anos. Outro ponto interessante é a Fonte do Pedroso. Segundo historiadores, o local, cujo nome homenageia o antigo proprietário das terras, abasteceu de água os povos primitivos. Em 1863, foi construída uma infra-
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No centro, tem a Casa de Cultura Humberto Fossa. Elo entre presente e passado, abriga o Museu Municipal Domingos Bitencourt, e guarda objetos utilizados por famílias encruzilhadenses.
estrutura para abastecer a cidade. Hoje, uma bela e iluminada praça valoriza o patrimônio histórico. A cinco quilômetros do centro, se encontra o principal patrimônio histórico do município: a Fazenda da Lapa. A antiga residência do primeiro bispo do RS, dom Feliciano Prates, foi construída em 1834, ao estilo colonial. No local, existe uma taipa construída pelos escravos. Uma capela com altar autêntico, imagens de santos e móveis utilizados na época. Ao lado da casa antiga, um trator datado do início do século passado permanece intacto.
O vinhedo da Casa Valduga é boa opção de passeio, com vinhos, espumantes e diversos produtos gourmet oferecidos na propriedade da empresa serrana
Segundo a história, dom Feliciano cultivava trigo. O produto era distribuído aos pobres de vilas como a Santa Bárbara, atual centro do município. Hoje, a área é de propriedade da família Mibielli e fica aberta à visitação. Os funcionários, bem receptivos, mostram a fazenda. Um lugar tranquilo, distante da vida urbana, caracteriza a vida das estâncias.