AH - Você | 28 de maio de 2016

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FIM DE SEMANA, 28 E 29 DE MAIO DE 2016 EDIÇÃO Nº 31

Sem carne na mesa Páginas 6 e 7


Eu curto

Inspire-se ANDERSON LOPES

O que proporciona? Sou um entusiasta das artes. Música, cinema, literatura, teatro. Acredito que elas humanizam, nos fazem conhecer a história, ampliam nossas percepções sobre o mundo e até mesmo alteram convicções. É entretenimento formidável, nos faz rir e chorar. Costumo dizer que assistir a um bom filme está entre os grandes prazeres do mundo. Como iniciou a atividade? Foi por influência dos meus pais, Enio e Noemi. Com 35 anos, sou da geração em que o videocassete era novidade, no começo dos anos 90. Lembro como se fosse ontem: eu acompanhando meus pais às locadoras da cidade. Voltávamos para casa, nos fins de semana, com seis ou sete fitas para assistir. Na adolescência e pós, com opção pelo curso de Jornalismo, essa paixão se acentuou. E bagagem de filmes assistidos foi se ampliando. Como concilia com a rotina? Costumo assistir a filmes e trabalhar no Picanha Cultural à noite e nos fins de semana, em meus horários de folga. Tenho um trabalho que amo e, para minha sorte, me possibilita essa conciliação tranquilamente. Aconselharia outras pessoas a praticar também? Por quê? Sempre. Assistir a filmes é ampliar os conhecimentos, estabelecer conexões com outras culturas e épocas. É valorizar as formas de arte. Estar disposto a isso é também se educar.

Tiago Bald Profissão: jornalista

Cinema Assistir a filmes é prática rotineira na casa do lajeadense Tiago Bald, 35. A coleção de DVDs cresce a cada dia. Como resultado da paixão pela sétima arte, montou o blog Picanha Cultural, em parceria com o amigo Henrique Sulzbach. No endereço on-line, fazem resenhas de filmes, séries, CDs e peças teatrais. Entre os gêneros mais apreciados pelo cinéfilo, estão os clássicos e obras europeias, orientais e sul-americanas.

QUEM FEZ ESTA EDIÇÃO voce@jornalahora.inf.br

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(...) assistir a um bom filme está entre os grandes prazeres do mundo.”

Agenda de eventos 8/6 Pratas da Casa Acústico Local: Teatro do Sesc. Horário: 20h A edição de junho do Pratas da Casa Acústico apresenta o artista Marcos Guimarães, que toca os sucessos de seu CD, Quiet Songs, com clássicos do rock e pop rock. A apresentação instrumental terá participação de convidados especiais.

12/6 Ballet da Rússia Local: Teatro do Centro Cultural Univates. Horário: 20h O ballet da Rússia desembarcou em São Paulo em abril para turnê que passará por diversas cidades brasileiras. A iniciativa de trazer a companhia ao Brasil é do produtor Augusto Stevanovich com apoio do Ministério da Cultura da Rússia. A sua intenção faz parte de uma campanha de popularizar o ballet russo em todo o Brasil e preservar a herança da coreografia daquele país, bem como da Europa Ocidental.

Direção Editorial e Coordenação: Fernando Weiss - Produção: Tammy Moraes - Arte: Gianini Oliveira e Fábio Costa Foto de capa: Carolina Leipnitz Fotografia - Tiragem: 7.000 exemplares. Disponível para verificação junto ao impressor (ZH Editora Jornalística)

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Sem erro

Coluna

Comércio de rua

Casacos a postos DIVULGAÇÃO

O

s dias frios vieram para ficar e é hora de escolher as peças que melhor ajudam a aquecer o corpo. Os blusões são opção certeira para usar por baixo do casaco. Aposte nas cores básicas, que combinam com tudo. O casaco de lã é um dos preferidos para fazer sobreposição. Em cores sóbrias, ele dá abertura para ousar em outras peças do look.

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Blusa femini feminina Anselmi feminina Anselmi Blusa femini Casaco feminino Facinelli Casaco feminino London Coutur Jaqueta feminina Alpelo

Roupas da Loja Star Modas 2|

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“Olha que coisa mais linda Mais cheia de graça É essa menina Que vem e que passa Num doce balanço A caminho do mar[...] Nos primórdios da civilização ocidental, o comércio de rua se dava nas ágoras (“praças” gregas, utilizadas para o comércio, mas também para a discussão filosófica), também nos fóruns romanos (“praças” utilizadas para o comércio, peças teatrais, brigas de animais, festas, entre outras atividades). As grandes navegações permitiram a formação de grandes feiras de produtos importados. Com o desenvolvimento do comércio, essas feiras deixam de ser efêmeras e passam a se tornar permanentes. Em alguns casos, as ruas ganham coberturas e surgem as galerias. Quem acompanha esta coluna já sabe que a arquitetura prima pela necessidade de ter uma correlação direta com a situação na qual ela é construída, ou seja, a arquitetura tem que responder aos problemas atuais. Uma versão atualizada disso é o shopping center, pois as semelhanças são muitas. O comércio continua; o teatro pode até ter, mas hoje são mais populares os cinemas; as brigas de aninais não existem mais, mas há espaços para apostas e desafios nos vídeogames e espaços de lazer nos parques in door; a comida também se mantém, apenas foi atualizada. A grande diferença é que hoje isso não acontece mais nos centros. Esses centros de negócios são instalados nas regiões periféricas das cidades, o que tem o aspecto positivo de aliviar o fluxo de pessoas no centro, mas que tem como aspecto negativo o mesmo ponto, ou seja, ao esvaziar o centro, tira-se a essência da sua própria subsistência, da sua vida. Se o velho argumento que o shopping é bom porque é seguro (e não está errado pensar assim), o agito do comércio de rua é o que nos dá a segurança. Quanto mais pessoas vivenciarem o centro e seu comércio, mais segurança teremos. Mas não basta termos apenas comércio nas ruas e tampouco um comércio especializado. É necessário diversidade! Precisamos de moradias, comércio diurno e noturno (vespertino), precisamos de fluxo de pessoas indo e vindo também após às 18h, quem sabe até as 22h. Escolas, bares, farmácias, padarias, moradias, serviços, cinema, espaço cultura e tudo mais que puder atrair públicos distintos a maior parte do tempo. Cada qual com seu sistema de climatização tão comum em regiões de clima frio como a nossa.

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Sociedade FOTOS ANDERSON LOPES

De olho no palco LISIANE DA SILVA

Lançamento Laerte Lagermann, Alice Lagemann, Nadine Lagemann e Felipe Kuffel estiveram no lançamento da Expovale 2016 (foto 1, da esq. para a dir.). Daiane Fontana (esq.) e Fernanda Calvi também prestigiaram o evento (foto 2). Ana Mafassioli Dullius (esq.) e Lia Dullius marcaram presença na semana passada no Centro Cultural Univates. A dupla prestigiou a peça Frida Kahlo – À Revolução, que conta a história da artista.

Novo espaço

TAMMY MORAES

Luisa Ely e Bruno Martines prestigiaram a inauguração do Marreta, pub de Lajeado, na semana passada.

Comemoração FERNANDA TAVARES

A proprietária da Maçã com Canela, Patrícia Becker, junto de Ariana Horn, Camila Henz e Bruna Soares, recebeu clientes e amigos na comemoração de dois anos da loja (da esq. para a dir.).

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Comportamento

Um olhar sobre o

sofrimento animal PAULO FREITAS

Prática do veganismo ganha adeptos e coloca Lajeado no mapa estadual dos defensores desse estilo de vida

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m prato variado. Colorido e sem carne. Difícil de pensar. Talvez sim, em especial para o estado que mais consome carne vermelha no país. Na terra do churrasco, famílias que defendem uma nova relação com os alimentos buscam espaço e apresentam alternativas para tornar as refeições mais saudáveis e saborosas. A primeira edição da Feira Vegana de Lajeado ocorreu no sábado passado com visitantes de todo o estado. Das 10h às 17h eles puderam descobrir novos sabores, participar de rodas de conversa e assistir a show musical acústico. O intuito do evento era desmistificar a alimentação livre de derivados de animais. Das bancas da feira, duas eram dos organizadores, Jéssica e Odilom Surya, produtores de sabonetes, cosméticos naturais e doces veganos. Segundo Jéssica, o resultado da iniciativa foi gratificante. “Todos fizemos boas vendas e novos relacionamentos comerciais.” Mas o mais frutífero foi a troca de conhecimentos acerca de uma alimentação alternativa. “Ficamos surpresos com o tanto de vegetarianos e veganos da região que não se conheciam.” Para Surya, é importante fazer contatos e perceber que não se está sozinho dentro do movimento. “Quem vai contra o convencional sofre críticas e é preciso estar preparado para isso.” Segunda Carolina Leipnitz, uma das organizadoras, par-

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ticipar da feira era forma de descobrir como se alimentar melhor, sem danificar o corpo e o ambiente. Para ela, o evento superou as expectativas, principalmente se considerar o tempo chuvoso que poderia atrapalhar o público. “Mas no meio da tarde o sol apareceu e todos puderam circular no local.” Ver as rodas de conversas cheias de pessoas interessadas em ouvir e trocar experiências valeu os esforços para realizar a feira. “O ar intimista, nosso objetivo, deixou tudo mais acolhedor.” A primeira roda ocorreu no início da tarde, com Márcia Ferrari e Helena Weizenmann, representantes dos agroecologistas de Forqueta, Arroio do Meio. Ambas fazem parte de um grupo de agricultores fundado faz 17 anos. Têm horta no distrito, com variedade de hortaliças e frutas. O serviço funciona

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no formato de “colhe e pague”, onde disponibilizam chapéus e cestas para os clientes. O primeiro passo é levá-los para conhecer a horta e o que há nela. Explicam o funcionamento e os acompanham para colher o que quiserem. Segundo Márcia, quem procura o serviço preza por consumir somente alimentos orgânicos. “Temos certificação e quem quiser pode saber a origem da plantação e os

Mudar o paladar é questão de persistência.” Cloe Schneider

insumos utilizados.” Durante a conversa na feira, Márcia se surpreendeu com a participação do público. Estavam interessados em saber como iniciaram o grupo e o que os motiva. A alimentação saudável também foi pauta do encontro. “Os produtos orgânicos nunca estiveram tão em alta”, considera.

Alimentação viva em família Cloe Schneider liderou uma das rodas de conversa do evento. Mãe de quatro filhos, buscou a alimentação viva (consumo de alimentos crus, grãos germinados e frutos frescos e secos) como forma de manter a saúde da família. “Percebi o quão comum se tornaram doenças como o câncer. Queria uma forma de proteger meus filhos.” Há dois anos, iniciou pesqui-

Em exposição na feira, estavam alimentos, cosméticos e bolsas. Tudo seguindo o padrão vegano. Segundo os organizadores, todos venderam bem e estabeleceram contatos com pessoas que dividem os mesmos ideais

sas sobre formas de mudar a alimentação. A culinária viva, aplicada hoje na rotina, é a alimentação do futuro, afirma. Seus efeitos foram comprovados nos integrantes da família de Cloe. “A gente se sente bem, feliz e muito mais disposto para aproveitar o dia.” Aliada ao consumo somente de alimentos orgânicos, a alimentação crua regenera o corpo, afirma Cloe. Segundo ela, é comum pensarem que quem segue o movimento vive só de


Desafios do ativismo vegano Roger D’Oliveira contou ao público sobre os percalços e alegrias dos seus 12 anos de veganismo e ativismo pelos direitos dos animais. Em 2004, quando iniciou a militância, não imaginava que o movimento ganharia as proporções de hoje. Quando começou, a ideia era pouco difundida. Na região, não conhecia alguém vegano. Os produtos que seguiam a premissa dificilmente eram encontra-

CAROLINA LEIPNITZ FOTOGRAFIA

salada. Mas há infinidades de pratos que podem ser preparados dentro da premissa, como queijos, pães e doces, conta. A adaptação em casa foi fácil, pois a família já era vegetariana, lembra. Mas tudo ocorreu aos poucos. “Mudar o paladar é questão de persistência.” O exemplo dos pais é parte importante, considera. A primeira ação foi eliminar da dieta os alimentos industrializados, comprados em supermercado. Nada de corantes e conservantes. A rotina alimentar inicia pela manhã, com suco verde e algas, que dão sensação de saciedade e nutrem o corpo. Para Cloe, tomar esse suco é o primeiro passo para quem quer mudar os hábitos alimentares. No almoço, arroz integral, feijão e muita comida verde, rica em cálcio, magnésio, zinco, potássio e ferro. Cloe pensava ser a única em Lajeado a seguir a alimentação viva. Mas acabou descobrindo outros e assim pôde trocar conhecimentos e dicas. O movimento tem poder de mudar hábitos até fora da alimentação, comenta. “Passei a me preocupar mais com o ambiente e a ter mais inclinação ao veganismo.”

Os alimentos orgânicos ganharam a vez durante a feira. Representantes dos agroecologistas de Forqueta realizaram venda e roda de conversa sobre alimentação saudável

dos nos supermercados. A família estranhou e de início resistiu aos ideais de D’Oliveira. “Foi uma época difícil, mas resolvi persistir mesmo sozinho.” Ele realizava manifestações em eventos com cartazes e distribuição de panfletos contra o uso de pele e de animais em circos e rodeios. Isso lhe rendeu perseguições no trabalho e em casa. Depois de ter a vida pessoal e profissional afetada, decidiu seguir com a militância de outra maneira. A intenção era propagar os ideais do veganismo. E deu cer-

to. O primeiro churrasco vegano foi promovido por ele, em 2012. O público foi o dobro do esperado. “Eu senti que não estava mais sozinho.” Segundo ele, a expansão da comunidade de pessoas simpáticas à causa é motivadora para permanecer na militância. D’Oliveira conta ter aprendido que não vale a pena “bater de frente” com a indústria alimentícia. O importante para o movimento agora é demonstrar amor pelos animais. “Muito mais que apontar erros, precisamos buscar soluções.”

Coluna

Confisco epois da maioridade da ditadura militar, veio a melhor idade das “diretas já” e outros engodos sucedâneos quando a ministra Z confiscou as poupanças do povo por ordens coloridas e meladas. O povo ficou ensandecido pelo desaforo na pegada de merrecas dos pobres e os bancos ficaram reféns da moderna ditadura, branda e silenciosa, de um homem que perdeu seu mandato e direitos políticos pelo tempo regulamentar. Mas hoje ele é senador da República. Agora um novo confisco. Quando os interessados mordem os cofres públicos, sempre falta dinheiro para a saúde, a educação e a segurança insegura deixam a desejar. Ao mesmo tempo, já se pensa em poupança fraterna. Ao mesmo tempo, obras faraônicas são construídas e superfaturadas. Ao mesmo tempo em que compras e vendas, vendas e compras escandalizam o país e negociatas espúrias com sombras escusas se oferecem quando uns fogem e ficam e outros voltam e ficam, mas detentos não são detentos, mas sempre atentos, têm pena reduzida ou relaxada. Ao mesmo tempo em que gente pobre entra na política enriquece do dia para noite. Quatro ou cinco anos bastam para serem milionários. Esse milagre causa inveja a Jesus de Nazaré na multiplicação dos peixes. Até quando vamos assistir aos recursos se esgotando pelo ralo da perdição? É quando astutos políticos alcançam com a mão D e recolhem com a mão E. Como filho da pátria amada idolatrada, estou me sentindo lesado como qualquer pagador de impostos, numa terra onde uns perdem cabelos para sobreviver e outros os implantam por vaidade. Salve Salve, Brasil varonil!

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Francisco Tostes cirurgião- plástico

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