Caderno Você - 11 e 12/03/2023

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Coragem para enfrentar:

8 de Março traduz a luta das mulheres contra a violência

Vergonha, medo, dependência emocional e financeira são fatores que impedem uma mulher de denunciar uma situação de abuso. Atividades do Centro de Referência e Atendimento à Mulher de Lajeado auxilia no processo e busca diminuir os índices de agressão e feminicídio a cada ano.

Páginas 6 e 7

FIM DE SEMANA, 11 E 12 MARÇO 2023 edição nº 380

Não, eu não estou de TPM

Confesso que tenho uma relação complicada com o Dia Internacional da Mulher. Gosto da comunhão entre colegas e amigas, dos abraços e mensagens entre nós. Por outro lado, as homenagens superficiais me incomodam demais.

Que fique claro que não tenho problemas com flores e chocolates, que abraço minha sensibilidade, que gosto de elogios. O problema é que o Dia Internacional da Mulher não é, ou não deveria ser, uma data romântica e comercial. Veja bem, só no RS, no ano passado, foram mais de 100 feminicídios. O Dia da Mulher é sobre isso.

E foi conversando com a delegada Márcia Bernini Colembergue que despertei para uma conclusão óbvia: não precisaríamos falar tanto sobre violência contra mulher se os homens não as agredissem. Dã. Se a culpa não é da vítima, porque falamos tão pouco dos agressores?

Aliás, por que os homens agridem? De onde vem essa raiva?

Talvez porque sentir algo contrário a isso seja “coisa de

mulherzinha”. Homens que não choraram e não falam sobre sentimentos, são privados do que nos torna humanos. Cuidar da casa, dos filhos, de compromissos que normalmente são descarregados sobre os ombros das mulheres é apenas o sintoma de algo maior.

E o problema não está somente nos caras “durões”. Há pouco tempo viralizou uma cena do Big Brother Brasil em que um dos participantes diz para a companheira que ela logo levaria “uma cotovelada na boca”. Um cara de fala mansa e serena, que, depois de levar uma bronca do apresentador, parecia uma criança e não um homem responsável pelo que faz e fala.

Tem muito cara bonzinho fazendo atrocidades por aí. E a violência física não é a única dor. Quantas vezes por dia ouvimos frases compactuam com uma estrutura machista, quase sempre revestidas de piadas? Quantas vezes por dia precisamos defender nossa ideia três vezes mais para que seja validada? A lista é grande.

Antes de terminar, mais uma obviedade: é claro que não são terríveis todos os homens do planeta Terra. Mas, se precisar nomear aqueles que buscam romper com o machismo, não teria como falar sobre o problema de fato. E se o chapéu serviu, já sabe.

Enfim, deu para entender porque um cartãozinho não dá conta de resolver o problema que denuncia o Dia da Mulher, né?

Boa leitura!

Mulheres que (se) leem

Durante séculos, a leitura foi negada às mulheres, assim como o direito de escrever. O crivo familiar temia que ler e escrever pudesse fazer mocinhas inocentes desviarem-se do caminho da virtude. Recentemente, o escritor Stefan Bollmann dedicou-se a pensar sobre o assunto em Mulheres que escrevem vivem perigosamente, de 2013, e Mulheres que leem são perigosas, de 2016. No primeiro, o autor transita pela história de grandes escritoras e constata a necessidade existencial de escrever. A escrita, dessa perspectiva, vem a ser uma condição “sine qua non” (sem a/o qual não pode ser) de estar no mundo. No segundo livro, Bollmann faz uso de fotografias, pinturas e outras formas de arte para mostrar como tem sido vista a relação entre mulheres e leitura ao longo dos tempos.

O fato é que, apesar das restrições, as mulheres nunca deixaram de se perder de amores por livros e pela escrita. De Safo a Conceição Evaristo, de Mary Shelley a Bell Puã, de nobres a paupérrimas, ler e escrever fo-

ram ações femininas que se sobrepuseram ao patriarcalismo. Mas, talvez melhor do que isso, tem sido a (re)união de leitoras e escritoras. Nos séculos XVII e XVIII, mulheres como a Condessa d’Aulnoy e Jeanne-Marie Leprince de Beaumont, escreviam e sussuravam ideias sobre literatura, nos ricos salões franceses.

Mas não precisamos ir tão longe. A autoria feminina se fortalece, em conjunto, no Brasil atual.

O projeto Mulheres que escrevem (medium.com/mulheres-que-escrevem) promove, desde 2015, encontros para discutir a representatividade feminina no âmbito da produção escrita. Além disso, realiza curadoria, divulga e edita material produzido por mulheres Já o Projeto Leia Mulheres (leiamulheres.com.br), sediado em São Paulo, é composto por grupos de leitoras em mais de 100 cidades do país e faz parceria com editoras, livrarias e centros culturais. A proposta inspirou-se no #readwomen2014, de Joanna Walsh, e tem, atualmente, cerca de 400 mediadoras.

Em Santa Cruz do Sul, aqui pertinho de nós, também encontramos um Leia Mulheres (@

leia_mulheres_scs). Luana, Ana Luiza e Rosiana – as três Anas, como são chamadas – encontram-se mensalmente, aos sábados, e, à parte de estudos, família, trabalho e outras atividades, desfrutam de um tempo em que ler e conversar sobre livros é a tônica. Ultrapassando, no momento, a 35ª leitura, elas se preparam para discutir, em março, A fúria, de Silvina Ocampo. Entre as autoras lidas, destacam-se Annie Ernaux, Livia Garcia-Roza, Adriana Lomar e Lygia Fagundes Telles. A atividade, no entanto, não para aí e avança para divulgação de leitura e participações na comunidade (vide Instagram).

Em Lajeado, temos uma iniciativa nesse sentido. Ainda que não esteja vinculado ao Leia Mulheres, o Macabeas, idealizado por Laura Peixoto e Meire Brod, é um grupo que se encontra, desde outubro de 2022, na última terça-feira de cada mês. A proposta das participantes é compartilhar leituras, escritas e vozes que (se) leem, se escutam e dão continuidade ao desejo que surgiu quando, pela primeira vez, uma mulher pôs os olhos sobre um texto e descobriu um mundo a ser decifrado.

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Julia Amaral
cultural DICA
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Torneio Interno de Beach Tennis define campeões neste domingo

Começou na última quinta-feira (09) o Torneio Interino de Beach Tennis CTC/Joalheria Lenz, que conhecerá seus campeões até domingo (12). O campeonato é disputado nas modalidades simples (masculino e feminino), masculino (categorias A, B e iniciante), Feminino (categorias A, B e iniciantes), misto (categorias A, B e iniciantes) e sub-14. Todos os sócios estão convidados para acompanhar as partidas finais. A portaria secundária do clube estará aberta para acesso dos sócios neste sábado.

Nova data do Qualifying

Entre os dias 17 e 19 de março, o Clube realiza o torneio Qualifying de Tênis 2023 CTC/ Engemori/Água da Pedra. A troca das datas aconteceu devido às chuvas. Os jogos serão disputados nas categorias masculino (1ª, 2ª, 3ª e 4ª Classe) e feminino (1ª classe), com início das atividades na sexta-feira, às 18h. No sábado e domingo, o movimento das quadras começa às 08h30min e se estende ao longo da tarde.

Para a garotada participar do Brinca CTC Verão, é preciso que os pais e/ou responsáveis façam as inscrições, entre os dias 05 e 20 de dezembro, pelo e-mail esporte@ctclajeado. com.br ou nos telefones (51) 3726-4980 e (51) 9 8153-1222. A programação tem o custo de R$40 por dia e as vagas estão esgotadas.

Kids Day tem nova data

A oficina de tênis que visa aproximar os pequenos sócios ao esporte terá nova data. O Kids Day acontecerá no dia 19 de março, das 9h30min às 11h, e reúne crianças de 05 à 13 anos. Interessados em participar devem fazer contato pelos telefones (51) 3726-4980 ou (51) 9 8153-1222.

49ª Copa CTC de Minifutebol começa dia 18 com a primeira rodada e a Super Copa

O campeonato mais esperado pelos sócios do Clube Tiro e Caça já tem data para começar. As primeiras rodadas acontecem no dia 18 de março, pelas três divisões do Clube. No total, 39 equipes vão participar desta edição, sendo 12 pela 1ª divisão, 12 pela 2ª e 15 pela 3ª. Todos os sócios são convidados para acompanhar as partidas nos campos do CTC. Lembrando que na primeira rodada ainda acontece a decisão da Super Copa em que os campões de 2022 da Copa CTC/Construtora Diamond e os campeões da Diamond League se enfrentam para definir o campeão dos campeões, confira a tabela

Temporada das Piscinas encerra com Luau

Para marcar o fim da temporada das piscinas de 2023, o CTC promoverá um Luau especial, no dia 24 de março, a partir das 19h. O evento é aberto para a comunidade e terá como atração principal a Banda Moog. Os ingressos antecipados devem ser adquiridos na Secretaria, por R$25, tendo o sócio direito a consumação.

A temporada de piscinas de 2023 iniciou-se em 28 de outubro e se

estendeu até final de março. Em 18 de novembro, foi realizado o Luau de abertura da temporada das piscinas de 2023. A animação foi por conta do DJ Hassmann e banda Adama, de Porto Alegre. Garanta já seu ingresso.

CONTEÚDO PATROCINADO
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8 de março

Mulheres vítimas de violência atendidas pelo Cram de Lajeado participaram de encontro nesta semana para compartilhar relatos e fortalecer rede de apoio

Coragem, apoio e feridas em cicatrização são características que as mulheres que frequentam o Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram), de Lajeado, têm em comum. Cada uma delas sofreu algum tipo de violência doméstica e, na tarde de quarta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, compartilharam suas histórias, para servir de força e esperança a outras usuárias do serviço. Uma das mulheres é Cassiane, de 40 anos. Natural de Lajeado, ela conta ter ido a Florianópolis em busca de uma vida diferente. Mas, ao invés de encontrar bondade, se viu presa em um relacionamento abusivo na cidade catarinense. “Eu sofria todos os tipos de violência. Psicológica, financeira, ameaça, violência física. Ele ameaçou minha filha dizendo que ia tirar de mim o que eu mais amava”, lembra.

A filha, de 19 anos, também recorda escutar as agressões que a mãe sofria. “Ele agrediu tanto a minha mãe, eu no quarto dormindo e ele batendo nela. Isso me doía porque eu não podia fazer nada. O que uma criança vai fazer?”. A menina conta que não podia ter amigos ou sair de casa, porque era ameaçada ou insultada pelo pai.

“Eu falei com Deus e pedi uma chance para recomeçar, porque eu não aguentava mais. Deus me falou para voltar pra

Para quebrar o ciclo e encontrar esperança

A LEI

A Lei Maria da Penha (nº 11340/2006) assegura que toda mulher vítima de violência tenha acesso a atendimento integral e humanizado em órgãos públicos e serviços especializados e também possa solicitar as medidas protetivas para si, bem como para seus filhos.

Em dados

Cassiane teve apoio antes que algo ainda pior ocorresse. Mas nem sempre é assim. Por vezes, as agressões evoluem e causam tragédias irreparáveis. No Rio Grande do Sul, foram 106 feminicídios em 2022. No ano anterior, eram 96. Os dados são do Mapa dos Feminicídios, elaborado pela Polícia Civil. Os números estavam diminuindo de 2018 a 2020, mas voltaram a aumentar em 2021.

Conforme a delegada Márcia Bernini Colembergue, da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, ameaças e lesões corporais são os casos mais registrados.

“Tenho a impressão que os homens estão mais violentos do que antes”, comenta. Existe uma dificuldade em identificar o motivo do aumento, mas os principais casos ainda ocorrem entre casais.

casa”, conta Cassiane. Se passaram 14 anos até ela conseguir quebrar o ciclo de

violência doméstica e voltar a Lajeado. No início, ela e a filha vieram passar uma semana e tudo o que tinham ficou em Florianópolis. Mas depois de chegar na cidade, não voltaram para Santa Catarina.

Cassiane conta ter conhecido o Cram logo depois e, além de apoio psicológico, recebeu alimentos,

roupas e cobertores. Hoje, ela trabalha ao lado da filha em uma casa de eventos da cidade e utiliza as redes sociais e o carisma para ajudar outras mulheres.

“Eu pedi uma oportunidade para recomeçar e resgatar a minha dignidade. Vai fazer um ano que estou aqui. Estou dando o meu melhor”.

Ele agrediu tanto a minha mãe, eu no quarto dormindo e ele batendo nela. Isso me doía porque eu não podia fazer nada”

Filha de Cassi 19 anos

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Uma das histórias compartilhadas é de uma filha que denunciou a violência que a mãe sofria. Hoje, elas visitam o Cram apenas para dizerem que estão bem FOTOS BIBIANA FALEIRO

Encontro no Cram de Lajeado, no Dia Internacional da Mulher, reuniu profissionais e usuárias do serviço para um momento de solidariedade, apoio e partilha

“São muitos que não romperam, não aceitam o fim ou então que tem problemas e não conseguem conversar”. Segundo a delegada, o perfil das vítimas fica entre mulheres de 18 a 49 anos, a mesma ideia do perfil do agressor.

Sem idade para romper o ciclo

Mas as agressões também ocorrem depois dessa idade, como é o caso de outra usuária do Cram, que saiu de casa depois dos 58 anos, quando tomou coragem para se separar do marido. Além da violência psicológica e das ofensas ver-

Ciclo da violência

A violência contra as mulheres, em geral, ocorre em ciclos que se repetem. É preciso entender seu mecanismo e contar com apoio para romper com esta situação. A violência só termina quando esse ciclo é rompido. Isso é um processo e cada mulher tem o seu tempo.

Onde buscar ajuda

Centro de Referência e Atendimento à Mulher (Cram)

980493256

Brigada Militar - deve ser acionado em casos de necessidade imediata ou socorro rápido.

bais, ela também tem registros de Maria da Penha.

A filha conta que todo o abuso deixava a mãe frágil e que ela passou a duvidar de sua capacidade de seguir em frente. Por outro lado, recebeu muito apoio da família, amigos e instituições assistenciais.

O primeiro passo é a coragem

rio. Somos mulheres cuidando de mulheres”, destaca a coordenadora do Cram, a advogada Ana Maria Lazzaron. De acordo com ela, mais de que receber mulheres vítimas de violência doméstica, o centro busca criar um espaço de conversa, partilha e amizade entre as mulheres.

190

Central de Atendimento à Mulher 180

Polícia Civil 197

Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) -

3714-3309

Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) -

37142888

TIPOS DE VIOLÊNCIA

TENSÃO EXPLOSÃO

SEXUAL

construção da tensão, com provocações, ofensas e humilhações.

FÍSICA

caracterizada pelo descontrole e pelo episódio da violência.

“LUA DE MEL”

1 2 3

caracterizada pelo pedido de desculpas e as promessas do fim da violência e da mudança de comportamento. Até que volta à fase 1.

Um dos maiores desafios na hora de denunciar um abuso ou procurar ajuda é a vergonha que muitas mulheres sentem por terem passado por isso. Outra usuária do Cram conta que foi a filha quem denunciou as violências que ela sofria do marido. O risco de vida, medo de ameaças contra si e seus filhos e dependência afetiva ou econômica também são fatores que influenciam na demora por procurar ajuda.

De mulher para mulher

“A gente escuta, acolhe, encaminha para onde for necessá-

Entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher.

PATRIMONIAL

Conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.

PSICOLÓGICA

É considerada qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, e decisões.

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calúnia, difamação ou injúria. MORAL

A baleia

Sempre em Porto Alegre. Para assistir a um filme que valha a pena, raramente é possível em Lajeado. Há muitos anos, argumentaram que as películas eram distribuídas conforme o perfil da população. Resposta a um questionamento feito por e-mail. Uma provocação aos vale-taquarienses? Passei a pensar em mediocridade, porque a grade sempre estava preenchida com infantis e terror.

Mas tem como sentir o prazer de estar em uma sala com boas escolhas não tão longe daqui. Recentemente, acompanhei dois dos registros cinematográficos mais marcantes na minha trajetória de cinéfilo na capital gaúcha.

“Close”, dirigido por Lukas Dhont, é um clássico incomoda-ultradireita.

Tratar de temas sensíveis a partir do olhar de crianças e adolescentes não é novidade. “Minha vida em cor de rosa”, de Alain Berliner; “Tomboy”, de Céline Sciamma; e “Encantadora de baleias”, de Niki Caro, já o fizeram. Mas a abordagem pode ser. Não sem razões, foi indicado ao Oscar 2023 na categoria de Melhor Filme Internacional. Concorre com outras joias. Para o horror dos conservadores, deveria ser obrigatório nas escolas.

O outro é “A baleia”. O ator Brendan Fraser, indicado ao Oscar como Melhor

Ator, encarna Charlie, um professor de inglês, que tem duzentos e setenta quilos. A dor pela perda do companheiro, as agruras decorrentes do sobrepeso, frustrações transmitidas pelo olhar. Mais do que suficiente para alimentar a empatia. Personagens secundários tomam vulto com nuances inesperadas: uma (des) cuidadora; um missionário fake; a ex-mulher; e, finalmente, a filha - Ellie.

Tem como sentir o

Apesar dos pontos positivos, o trabalho vem sendo acossado por acusações de homofobia e gordofobia, com o que eu não poderia concordar menos. Para os indignados, há um rol de inadequações. Que a plateia concluiria que as pessoas obesas não cheiram bem, chegaram a sugerir em algumas críticas. Mas quem chama Charlie de fedido é Ellie, a filha com a qual perdeu o contato após a separação da esposa, quando ele foi viver um relacionamento homoafetivo. A pirralha, não fosse embrutecida pela vida, é quase a vilã da história. Não lhe cabe dizer coisas más?

Quanto à homofobia, fidedigna ao que vemos no cotidiano, é amarrada à religiosidade e a ressentimentos. Preconceito incentivado? Onde? A não ser que um didatismo infanto-juvenil seja requisito para produções contemporâneas, a criação é instigante. Há momentos de catarse, corrosivos. O cérebro fervilha. Chegaram às plataformas digitais?

Anotem: “Close” e “A baleia”.

AGENDA

Eventos tradicionais estão disponíveis para toda a família no Vale do Taquari

Bazar da Villa

A Villa Jena, de Santa Clara do Sul, promove o evento no sábado, 11, das 9h às 16h. O bazar terá produtos personalizados para presentes. Sem cobrança de entrada, a contribuição para participar é espontânea.

Corrida, caminhada e Festival do Rock

Para comemorar os 27 anos de Westfália, o município organizou uma série de atividades. No sábado, 11, a programação inicia às 18h30, no entorno da prefeitura, com o sunset do DJ Grana. Às 20h, começa a “Corrida e Caminhada Westfália 27 anos”, o Festival de Rock e o lançamento do concurso acadêmico “Olhar para a Cidade”. Haverá food trucks com lanches e bebidas, incluindo chopp. As inscrições para a corrida e caminhada são limitadas e podem ser feitas presencialmente na Secretaria de Educação, Cultura, Desporto e Turismo ou pelo WhatsApp (51) 99557-0049.

Cultura e atividades físicas agitam o

fi m de semana

6ª Sommerfest

O Parque Histórico será animado pela tradição alemã neste sábado, 11. O Centro de Cultura Alemã de Lajeado (CCAL) organiza a 6ª Sommerfest, a Festa de Verão, no pavilhão de esportes do parque. A noite inicia às 19h, com um jantar típico da gastronomia alemã. O cardápio contempla bolinho de carne, chucrute, massa com molho, batata ao vapor, carne de porco assada e diversas saladas. Os ingressos para a janta precisam ser adquiridos de forma antecipada, no valor de R$ 50, pelo telefone (51) 99999-3136.

Arte na Praça

A Praça do Papai Noel, no bairro Americano, volta a ter movimentação no domingo, 12. A programação começa às 10h e, entre as atrações confirmadas, estão a Kombi Print Vinil, Kombi Doce Pudim, Fome de Donuts, Cheiro d’ Mato, Tricotando Lajeado, Chima da Leandra, Pedal y arte, exposição de artes de Fernando Stoll, Regina Sulzbach e Costurinhas da Lu. Entre os artistas, estão Manuela Faleiro, às 14h30, Andreia e Solon, às 15h, Letícia e Xande, às 16h, e Yasmin Gaiteira, às 16h30.

Curta o Verão

O evento movimenta Lajeado durante os dias 12 e 19 de março. O Parque Professor Theobaldo Dick será o principal espaço para a realização das atividades esportivas. As inscrições para vôlei de praia, basquete street, skate e ciclismo estão abertas.

O primeiro desafio ocorre no domingo, 12. Serão realizadas as competições da modalidade de ciclismo com dois trajetos, um de 50 km e outro de 100 km, com saída às 8h, com largada e chegada no Parque dos Dick, em ambas categorias.

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OPINIÃO
prazer de estar em uma sala [de cinema] com boas escolhas não tão longe daqui”
Jandiro Adriano Koch escritor

Noite de Rock e Blues

O lançamento do Pratas da Casa 2023 contou com o show internacional da norte-americana JJ Thames, no dia 5 de março. O espetáculo foi no Teatro do Sesc Lajeado. A artista do Mississippi trouxe à cidade uma noite de blues, soul e rock, com clássicos de Etta James e Tina Turner, além de músicas autorais. A cantora foi acompanhada pela Alexandre França Guitar Band, composta por Sergio Selbach no baixo, Clark Carballo, na bateria, e Felipe Magon no teclado. A série de apresentações dos artistas participantes do Pratas da Casa começa na próxima semana, quarta-feira, 15, no Teatro do Ceat.

Novidades na Motomecânica

Outro evento importante da semana foi na Motomecânica. Na quinta-feira, 9, a empresa apresentou a clientes e parceiros, o aguardado lançamento do novo Virtus. Há mais de sete décadas no mercado, a con-

cessionária Volkswagen apresentou o novo sedan em um encontro regado a um coquetel descontraído, deixando os convidados à vontade para conhecer os detalhes do veículo. Nas fotos, registros de quem prestigiou o encontro.

Diamond Club House de portas abertas

Uma confraternização entre amigos marcou a quarta-feira, 8, com evento especial na Diamond Club House, localizada na Rua Saldanha Marinho, nº 4. Na ocasião, a construtora apresentou de forma oficial o empreendimento, assim como o Salão de Festas e demais espaços do condomínio. Na noite, o coquetel ficou por conta do chef Augusto, que arrancou muitos elogios dos convidados. O encontro teve a presença de parceiros, amigos e clientes da Construtora Diamond.

FIM DE SEMANA, 11 E 12 MARÇO 2023 | Você. | 9 Lente Social
Lisi Costa Leila Franz Bibiana Faleiro Daniel Kappler, Luís Antônio Müller e Rogério Wink Antônio Carlos Mallmann e Daniela Bettin Viana Judite Schmatz e Gelci Sant’Ana Meire Brod e Sônia Maria de Silva Edson e Marília Kober Elisa e Daniel Schmidt, Clarice e Edilson Eckert e Neocladi Bresolin Kelly e Felipe Kämmer, Rita Marasca e Augusto Fleck Márcio Dick, Mari Perin com os anfitriões Mariana e Gustavo Schmidt

Com três anos de atividade, a Casa Tassinary já é o grande expoente da vinicultura no Vale do Taquari: o empreendimento familiar conquistou oito medalhas no Wines of Brazil Awards 2022, concurso que elege os melhores vinhos finos brasileiros. São cinco rótulos premiados com o selo Gold — medalha de ouro para vinhos com pontuação acima de 90 pontos — e três rótulos premiados com o selo Commended — medalha de prata, para vinhos com pontuações entre 85 e 89 pontos. Evento de apresentação dos rótulos foi na sexta-feira, 10.

Assim, a vinícola que deu os primeiros passos em 2017, com produção artesanal na garagem do empresário João Caetano Tassinary, tem todos os rótulos de seu portfólio premiados. Para ele, a conquista é uma motivação a mais para preservar a essência do negócio. “Nos mantemos fiéis às nossas raízes como uma adega familiar que valoriza a tradição e a qualidade.”

Além disso, o processo de vinificação envolve toda a família. Trata-se, também, de um mo-

Casa Tassinary é premiada em evento nacional

Pontuações dos vinhos no concurso

SELO GOLD

Vinho Nonni 2020 (não lançado) - 92 pontos

Vinho Corvo 2020 - 91 pontos

Vinho Noah Merlot 2021 - 91 pontos

Vinho Vitório Riesling 2021 - 91 pontos

Vinho Il Primo Merlot 2021 - 91 pontos

SELO COMMENDED

Vinho Noah Tannat 2021 - 89 pontos

Vinho Noah Cabernet Sauvignon 2019 - 88 pontos

Vinho Vitório Chardonnay 2021 - 88 pontos

mento em que pais, filhos e netos se unem para partilhar uma herança cultural que atravessa gerações. “A vinícola tem uma história rica, um legado deixado pelo nono Victório Cariolato, que produzia vinho para consumo próprio. A vindima (colheira) é sempre uma festa na nossa família”, conta Tassinary. Com processos rigorosos e matéria-prima selecionada nos parreirais do Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, a Casa Tassinary conta com vinhos envelhecidos em garrafa e, também, com rótulos maturados em barricas de car-

valho francês. Todo o processo é acompanhado pelos enólogos Tiago Bergonzi e Priscila Pasqualine. Além de prêmio, cada rótulo tem a sua história. O Il Primo, um merlot envelhecido em garrafa, por exemplo, leva esse nome por ter sido o primeiro vinho lançado pela família. Já o Corvo, um blend de cabernet sauvignon e merlot maturado em carvalho francês, é uma homenagem à região onde está instalada a vinícola, que antigamente se chamava Passo do Corvo. A Casa Tassinary fica na Rua Anton Brentano, nº 267, em Colinas.

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VINHOS
A vinícola foi criada em 2017, com produção artesanal na garagem de João Caetano Tassinary
Empreendimento familiar ganhou cinco medalhas de ouro e três de prata no Wines of Brazil Awards 2022. Evento de apresentação dos rótulos foi nessa sexta-feira

Madeira Sintética

A tecnologia criada no Vale que ganhou o Brasil

Desenvolvida pela Ecovale, empresa de acabamentos para a construção civil localizada em Estrela, SuperWPC representa ganho técnico, estético e sustentável para todo o mercado

Quando se pensa em mercados inovadores e soluções com potencial para impactar o Brasil, se imagina algo distante. Porém, às vezes, tudo isso está muito perto. É o caso da Ecovale, empresa de Estrela que desenvolve acabamentos para a construção civil. Afinal, a marca é a primeira do Brasil a trabalhar com Madeira Sintética de Alta Performance, o SuperWPC - desenvolvido exclusivamente pela própria empresa.

Segundo João Eggers, nome à frente da Ecovale, o material é um composto de PVC com carga vegetal, que pode ser farinha de pinus, casca de coco e também farinha de casca de arroz. No processo de desenvolvimento, é utilizado cerca de 15% de carga vegetal e o restante de resina de pvc e aditivos para processamento e garantia da qualidade do material. “É um material com um desempenho técnico muito bom e fácil de trabalhar. Para toda utilização temos

Além da eficiência técnica e estética, o SuperWPC é um material 100% reciclável. A madeira usada na composição do produto é oriunda de descarte e chega

a empresa já processada em farinha. Mensalmente, a Ecovale produz cerca de 100km de perfil - as peças a serem

Uma jornada empreend edora

Concebida originalmente em 2013, a Ecovale nasceu como fabricante de forro de PVC. Contudo, desde o início a ideia de desenvolver um material sustentável estava no radar. Tanto é que em 2016 a empresa fez a migração do forro para os acabamentos internos e outros itens que compõem o portfólio. Essa jornada, porém, começou dois anos antes, quando foi iniciado o processo de criação e formulação do exclusivo SuperWPC. Isso representou um reinício para a empresa. De acordo com Eggers, o negócio

utilizadas nos acabamentos internos, decks, revestimentos de fachada e portas. Destes, em torno de 5% se torna rejeito e tudo é triturado e reaproveitado na linha de produção.

“Nenhuma árvore é derrubada para fazer isso. A gente não gera resíduo. Hoje, no Brasil, não tem ninguém que faça esse tipo de produto”, analisa Eggers.

• Os produtos são 100% resistentes à água, água salgada e cloro;

• A água não penetra, não incha e pode ser instalado na água sem que apodreça ou mofe;

• Resistente em relação a infestações de pragas, fungos, cupins, entre outras pragas;

• Ótima relação custo-benefício. Devido à composição possui manutenção muito baixa;

• É considerado um produto seguro, pois não propaga chamas.

• Permanentemente resistente a UV (não desbota);

• Não lasca e rasga (não há mais lascas);

• São produtos 100% recicláveis e sustentáveis;

• Nenhuma árvore é derrubada para fabricar os produtos. A carga vegetal é de descarte.

partiu de um ponto onde as vendas eram baixíssimas para, hoje, se tornarem um elemento arquitetônico que valoriza o ambiente e possui um valor agregado mais alto. “A expansão tem sido contínua. A projeção para 2023 é fechar o ano com um crescimento de 60%”, analisa.

O resultado prático disso é a ampliação do parque fabril. Projetado para ser concluído em abril, a primeira etapa vai agregar 800 metros quadrados ao espaço que já conta com 1.500 m². Além disso, a Ecovale está presente nos maiores home centers do Brasil.

FIM DE SEMANA, 11 E 12 MA rço 2023 | Você. | 11
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Diferenciais do RSC 453, n° 11.180, Km 50, | Linha Geralda Estrela/RS @ecovaleacabamentos (51) 3780-8888 (51) 99530-2961 ecovale.ind.br
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