Jornal a ilha N-35

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An o IV N ยบ 3 5 O utubr o de 2 0 15 - Ilha d e Pa q u e t รก , Ri o d e J a n e i r o An o III N ยบ 3 5 Setembr o de 2 0 15 - Il h a d e Pa q u e t รก , Ri o d e J a n e i r o


Editorial A vinda de uma nova barca para atender a população de Paquetá, e a nova grade de horários que está vindo com a barca, são coisas que afetam a nossa comunidade inteira. O coração de Paquetá bate ao compasso das idas e vindas ao continente. É claro que isto seria o assunto principal desta edição do jornal A Ilha. Vamos falar disto aqui, dentro do tema geral dos transportes, junto com os problemas das charretes, dos veículos motorizados e dos ecotáxis, entendendo que tudo está interligado. No fundo, todas essas questões dos transportes têm a ver com o mesmo tema: as transformações em Paquetá. Como escrevi mês passado: Paquetá está mudando. Então, que mudanças são essas? Virão para melhor ou para pior?

O QUE V AI

PELA ILHA

Tristeza na baía

Aí, veio a reportagem sobre o estado da Escola Pedro Bruno e o colégio virou a capa, ao invés da barca Ilha Grande. Consideramos que tem muita gente discutindo os transportes, com os moradores se mobilizando para debater com a CCR, as opiniões a favor e contra motorizados e charretes... enquanto a escola – algo da extrema importância para a comunidade - precisa do nosso apoio. Os cupins estão agindo em silêncio, e as autoridades que deveriam cuidar do nosso patrimônio educativo e cultural também nada dizem. A equipe que faz o jornal está feliz com esta edição. Além dos nossos colunistas interessantes, dos causos engraçados sobre a ilha e os ilhéus, das fotos de nossa gente, temos vários artigos e reportagens, indo desde o campeonato no Municipal à campanha com as quentinhas no Centro do Rio. Com três reforços ao nosso time: Iale Falleiros, Isabella Brum e Luciana Palma. Esperamos que vocês também gostem. Ricky Goodwin

Expediente A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014)

A fêmea de boto-cinza Guapi foi encontrada morta na Praia de São Roque, no dia 17 de setembro. Mãe do filhote que morreu no final de junho, ela era um dos botos mais experientes da Baía de Guanabara e estava saudável. Marcas pelo corpo sugerem que Guapi ficou presa em rede de pesca e acabou morrendo. Muito se fala em poluição, mas redes de pesca em áreas de ocorrência do boto também são um problema de conservação! (texto e foto do Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores da Uerj)

Fim da lama

Equipe: Ana Pinta, Antônio Tomé, Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Iale Falleiros, Isabella Brum, Ize Sanz, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Márcia Kevorkian, Mary Pinto, Neusa Matos e Ricky Goodwin.

Deu certo o “ensaibramento” que foi feito na esquina de Maestro Anacleto com Praia dos Tamoios. Aquilo era um suplício permanente, montões de lama. Sobreviveu à chuvarada de setembro.

Programação Visual: Xabier Monreal

Vamos anacletar!

Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: 2 mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 4, número 35, outubro de 2015. Capa: Toni Lucena

Muito boa a versão de setembro do Choro do Anacleto, na Casa de Artes. Convidado especial, Everson Moraes, menino de Cordeiro (RJ), tocou oficleide, instrumento raríssimo, do século XIX, em extinção. O Choro do Anacleto acontece no segundo domingo de cada mês. Está programada uma “anacletada” no túmulo do músico e compositor, no cemitério de Paquetá, no segundo domingo de outubro, às 11h30. Anotem. No segundo domingo de outubro, às 11:30. Em seguida, o Choro rola na Casa de Artes, com a participação do pianista Leandro Braga.

Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de

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Adílson Martins Agnaldo Wanderley Aline e Renato Souza Lima Ana Cristina de Mello André Villas-Boas Angélica Ventura e Tomé Bruno Jardim Cristina Buarque Flávio Aniceto Isabel O. da Luz Ize Sanz Jim Skea Júlio Marques Leonardo Couto Luciana Palma

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Lucy Linhares e Bernardo Lurdinha e Rubens Márcia e Ricardo Bichara Márcio Miranda Ferreira Margareth Maria Holanda Ferreira Maria José de Oliveira Mary Pinto Nadja Mara Barbosa Padre Nixon Ricardo Cintra Sabrina e Maurinho Sylvio Sá e Marília Wanja Bastos Zeca Ferreira

Everson Moraes - foto: Fernanda Vogas


Viva o Sylvio!

Explode, coração!

O Salgueiro lançou um desafio nacional para escolher seu samba para 2016, quando vai levar para a avenida o enredo A Ópera dos Malandros, inspirado na obra de Chico Buarque (A Ópera do Malandro). Paquetá não ficou de fora dessa: Dinho Coelho e Jair Gonçalves, com seu time na torcida, fizeram bonito e representaram a família paquetaense com um samba que chegou até as oitavas de final, realizadas no dia 12 de setembro. A disputa começou em agosto, com 45 inscritos. “Desistir é para os fracos. Temos sempre que correr atrás do que acreditamos e do que achamos certo e não abaixarmos a cabeça diante das críticas, encará-las como aprendizado”, ensinam nossos compositores. Parabéns!

Sylvio - foto Ricky Goodwin

No dia 14 de setembro, rolou a missa pelo primeiro aniversário da morte de Sylvio de Oliveira, figuraça querida e criador deste jornal. Um grupo formado por Joãozinho Guedes, Irinéa e Carlos Veras cuidou da parte musical. Destaque para a canja de Isabel, tia de Sylvio, que cantou lindamente. E para os gatos pingados de padre Nixon, que passeiam pela igrejinha, sobem no altar, dormem, acordam e saem. Ah, Paquetá! Sylvio deve ter adorado.

Luz de cactus

Claudio Marcelo

A garota da capa

Enquanto a prefeitura não se dá ao trabalho de substituir os lustres e lâmpadas dos postes de luz do Darke de Mattos, abandonados há anos, a natureza nos oferece uma bela e curiosa cena. O alto de um poste, próximo à prainha voltada para a Ilha das Folhas, tornou-se um vaso de plantas, onde nasceu e reina soberano um robusto cactus. Quem sabe isso não ilumina o senso de responsabilidade de quem tem que cuidar dos parques e praças de Paquetá? Thais Ormond

Muita gente elogiou a capa de Toni Lucena, com foto de Jim Skea, que estreou a nova fase do jornal A Ilha. E muita gente também reclamou que não informamos quem é a linda menina, que aparece compenetradíssima no seu papel no Auto de São Roque. Então, atendendo a pedidos, aí está ela de novo: Thais Ormond, 15 anos, a estrelinha que brilhou na capa da última edição de A Ilha.

Está precisando trocar a sua geladeira? Você sabia que a Light pode trocar sua geladeira velha? Ela tem um projeto social focado no uso eficiente da energia elétrica, que substitui a geladeira das famílias inscritas no Cadastro Único para programas sociais do Governo Federal. A nossa R.A. fechou uma parceria com a empresa para beneficiar os moradores da ilha. De 6 a 9 de outubro, de 10h às 15h, haverá um plantão na Região Administrativa para as famílias que atendem aos requisitos da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) poderem se cadastrar no projeto. Fiquem atentos, pois funcionários da Light passarão na sua rua, com suas Mochilas Sonoras, convocando os moradores. (Isabella Brum)

Paquetá vai tremer! Vem aí... Oscarilha 2015 A tradicional cerimônia de entrega dos prêmios para as pessoas e os estabelecimentos mais admirados na Ilha de Paquetá será realizada este ano em novembro. Se a premiação vai para os "melhores do ano", faz sentido que o concurso aconteça mais para o final do ano. Logo estaremos publicando os detalhes na página do Jornal A Ilha no Facebook. O que você achou desta edição do jornal? MANDE SUA CARTA PARA Qual a sua sugestão para o próximo número? Quer escrever sobre algum assunto de Paquetá? car tasjornalailha@gmail.com


•ARTICULANDO E DIVULGANDO NOSSAS INICIATIVAS CULTURAIS

FOTO DO MÊS

Neusa Matos

•APOIANDO ARTISTAS LOCAIS •PRESERVANDO NOSSO PATRIMÔNIO, MEMÓRIA E IDENTIDADE •PROMOVENDO O TURISMO CULTURAL

A COMUNIDADE PROTAGONISTA E BENEFICIÁRIA Próximas iniciativas apoiadas pelo Ponto

12

OUT

Poesia na Praça

NOSSAS RAÍZES

Dia 12 outubro - segunda - 20h - Acordes ao Luar Toda primeira segunda do mês - Entrada Franca

Paulo César PC

Cineclube PQT Primeiras e terceiras terças - 20h - Quintal da Regina. Entrada franca e sem consumação, com debate ao final. Tema do mês :

PsicanÁlise DIA 06 OUTUBRO

“Blow-Up¨ Direção: Michelangelo Antonioni / Entrada Franca.

06

OUT

LUIS DO GÁS

DIA 20 OUTUBRO

“La Pianista¨

20

Grandes batalhas só são dadas a grandes guerreiros.

Direção: Michael Haneke / Entrada Franca.

OUT

17

PAQUETá TEM DISSO Cristina Buarque

OUT PLANTAR PAQUETÁ Dia 17 outubro - sábado - 15h Caramanchão dos Tamoios Plantio de Bouganvilles

Pergunto: em que lugar do mundo existe um bairro que não tem carros, que tem um cemitério de passarinhos, pessoas conversando no meio da rua, um lugar onde os cachorros encontram potes de água e ração esperando por eles nas calçadas, e em que todo mundo se conhece pelo nome? Em que lugar do mundo o luar é tão lindo? Em que lugar do mundo tem uma padaria onde rola festa de 7 de setembro ao som de orquestra? Só nessa ilha maravilhosa! Paquetá tem disso.

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Ize Sanz

CUIDE BEM DE NOSSA ILHA. VALORIZE E PRESERVE SEU PATRIMÔNIO ARQUITETÔ PAQUETÁ


Mírian Gomes da Silva Oliveira, uma das mães que organizaram a mobilização junto ao Conselho Tutelar, esclarece que a preocupação é com o risco que os filhos estão correndo de estudar num prédio construído sobre um piso de madeira corroído por cupins. A mobilização tem como objetivo evitar que os filhos tenham que buscar outra escola no Rio, pois é direito de todos que essa escola funcione bem, com profissionais que honrem seus compromissos. Acionada para essa reportagem, a conselheira tutelar Maria José Bichara Pereira, que está cuidando do caso, não deu detalhes, mas afirmou que o quadro está sendo encaminhado dentro de suas atribuições para garantir o bem-estar e proteger as crianças e adolescentes. A diretora Maria Célia, com experiência de 15 anos no cargo de direção, assegura querer provocar uma mudança para garantir que cada aluno compreenda a escola como espaço que o ajuda a construir um bom projeto de vida.

Escola Pedro Bruno e o sonho de Dom Quixote D

Ela afirma que os alunos da Pedro Bruno se encontram, atualmente, com sérios problemas relacionados à falta de limites, à disciplina em sala de aula e ao questionamento da autoridade dos professores. Como pontos positivos, assinala a boa frequência dos alunos e o alto grau de participação dos responsáveis na vida escolar dos filhos.

Reportagem: Iale Falleiros / Fotos: Ricky Goodwin

o lado de fora, o prédio é de uma beleza de encher os olhos. Bem municipal tombado pelo Decreto nº 9414 de 21/06/1990, a Escola Municipal Pedro Bruno funciona na antiga sede da fazenda São Roque desde os anos 1960, e ainda não ganhou nenhuma obra de restauro para proporcionar conforto e segurança aos seus atuais 163 alunos matriculados e cerca de 20 profissionais da educação. Os cupins corroeram boa parte do teto do porão, que é também assoalho do andar principal, a ponto de uma das salas de aula ter sido interditada por risco iminente de desabamento. Há apenas uma porta de acesso ao prédio, configurando sério risco aos alunos em caso de emergência. Não há banheiro para os alunos no prédio. O banheiro da sala dos professores serve a todos, mas rotineiramente os alunos são instruídos a fazer uso das instalações sanitárias da escola vizinha, Joaquim Manoel de Macedo, que atende ao primeiro segmento do ensino fundamental. Não há área externa coberta, nem refeitório. Para os dias de chuva e para o almoço, dividem o espaço com os pequeninos. São muitos os desafios enfrentados no atual momento pela nova diretora, Maria Célia Pordeus, nomeada em 30 de julho deste ano, e pela professora readaptada indicada por ela para ser sua diretora adjunta Marlene Pereira da Silva. A chegada da nova diretora se dá num contexto de mobilização dos pais para reivindicação de melhorias para a escola junto à 1ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e ao Conselho Tutelar.

As vigas de madeira que sustentam a escola servem de merenda para a cupinzada

Com 73 dias de gestão, já conseguiu que 1ª CRE providenciasse a tubulação dos fios elétricos que estavam soltos na sala de entrada e da secretaria escolar, organizou três reuniões com os responsáveis e assumiu com eles novos compromissos em prol dos alunos, entre eles a notificação aos pais pela escola da dispensa dos alunos das aulas. Três professores tiveram sua grade de horário ajustada para dedicar tempo especial a um grupo de alunos com conceito I (insuficiente) e um projeto pedagógico está mobilizando professores e alunos em torno da leitura da obra literária Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes. O personagem, desbravador, visionário, defensor dos oprimidos e grande leitor, inspira a diretora, que, afirma, fará um balanço dos seus primeiros 100 dias de gestão para avaliar os obstáculos vencidos e sua perspectiva de permanecer ou não na escola.

Os cupins fazem seu recreio no teto da escola

A diretora mostra o estado das portas

*Enviamos email para a Gerência de Infraestrutura da 1ª CRE solicitando informações sobre o andamento das melhorias para a escola, mas não obtivemos resposta até o fechamento desta edição.


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Ana Pinta

Um ano sem Sylvio Cristina Buarque

S

ylvio veio para Paquetá por que gostava daqui. Sylvio topou encarar a Associação de Moradores e criou este jornal porque gostava daqui. Sylvio gostava de desafios, tinha uma paciência incrível. Sylvio gostava das pessoas.

Uma vez, ele me chamou para fazermos uma homenagem a Clara Nunes. Discutindo o show, perguntei: "Não preciso cantar com flores na cabeça, né?" Resposta dele: “Podemos!” Sylvio era um barato. Encontrei um texto de um ano atrás, assinado por Zeca Ferreira: “Copa do Mundo? Olimpíadas? Legado mesmo deixa o incrível Sylvio de Oliveira. Que Paquetá e todos nós, amantes da ilha, saibamos reconhecê-lo. Fique em paz, Sylvio. O Oscarilha pelo conjunto da obra sem dúvida é teu”.

JARDIM DE AFETO

A Imbuca e seus personagens Jorge Roberto Martins

S

enta aí no porta-embrulho, fecha os olhos e começa a sonhar.

A imaginação não tinha fim e seguia, ao pé da palavra, o sentido da sedução. Em poucas pedaladas a pracinha da Ribeira ficava para trás, a ladeira se exibia plena, sorridente, receptiva. Imbuca à vista, ao alcance do sonho e, sobretudo, do desejo. - Pronto, chegamos. Tudo bem? - Tudo ótimo, amor. Impossível não romancear momentos, flagrantes de um tempo em que tão logo a barca contornava a Ilha dos Lobos em direção ao Rio, a Praça Pedro Bruno passava a experimentar uma "diáspora" - bicicletas para que te quero!

O assanhamento se estabelecia com uma naturalidade de dar gosto, ou inveja. Afinal, os corações latejavam, os sentidos se aceleravam e à tardinha, coberta de nuvens claras, era cenário adequado para, digamos, o transe cupidinoso. Personagens de um teatro real, os casais multiplicavam-se nas suas vontades soberanas e amorosas, nos contatos sensíveis dos corpos em gestos e movimentos adequados ou, por suposto, ao alcance da imaginação. É bem verdade que a privacidade muitas vezes era arranhada, e isto por conta de curiosos, naturalmente indesejáveis. Eram pessoas que, sem compromissos próprios, colocavam-se estrategicamente no meio das folhagens para uma "admiração". Inconvenientes em todos os sentidos. Na boca popular ficaram conhecidas como "manjadores" - manjar, observar, espionar e suas desmedidas consequências. No teatro real, ou no lesco-lesco dos corpos, não havia sequer um ilhéu, o elenco era todo "importado" do Rio e as "sessões" ocorriam justamente nas tardes de domingo. Convenhamos então, foram o programa natural de cidadãos acima e abaixo de qualquer

ENCANTOS ARQUITETURAIS A casa da Regina Yolanda

U

Ana Pinta

Ricardo Cintra

ma das coisas mais bonitas na arquitetura é quando ela cumpre sua função, emociona e faz transbordar a personalidade de quem vai povoar aquele espaço. Aqui na ilha temos um exemplo perfeito dessa união de êxitos: a casa do casal Regina Yolanda/Aristides Saldanha e de seus três filhos, ali no final do Campo, no Catimbau. É uma casa modernista, esplendidamente conservada, aonde Regina morou até pouco tempo atrás. O painel de vidrotil azul da escada, levando o mar para a construção, foi feito por seu pai, Paulo Werneck, renomado muralista. Regina Yolanda trabalhou na nossa escola

suspeita! Não raro a correria acontecia na velocidade do vento. É que, como quem não quer nada, havia quem gostasse de conferir in loco tais sessões. O casal percebia e botava a boca no trombone ou um pedaço de pau na mão para fazer correr o (s) indesejável (eis) observador (es). Ah, essas figuras gentis no trato com seus semelhantes, sempre com uma palavra carinhosa, um sorriso suave, um gesto meigo! Quem diria tratar-se de um "manjador" contumaz. Ladino, observava tanto os casais quanto o seu entorno, e à menor possibilidade de aproximação de alguém - afinal a ladeira, a rua que leva à Imbuca segue até a Praia dos Frades e é comum a todos - logo assumia ares naturais de quem passeava de bicicleta. O final, tanto do casal quanto do observador, jamais foi traumático. Satisfeitos lá do jeito deles, rumavam serenos para seus destinos com a sensação de felicidade no olhar e de suor real nos corpos ainda tensos. (É desconhecido qualquer registro nas perinatais da vida).

de 1960 até 1980, grande parte desse período como diretora. Com sua atuação, modificou o modo de se ver o ensino aqui na ilha, fez da instituição um local de abertura de horizontes, de aprendizado formal, mas de aprendizado também de vida. Sua casa toda em vidro reflete sua preocupação estética, seu cosmopolitismo, grandeza e generosidade. Uma vez essa educadora disse sobre nossas crianças: "... Que as crianças aprendam a ler, a escrever, a somar, a restar e, junto com isso, que aprendam o quanto elas são valiosas, o quanto é importante o que elas sabem, que ninguém tem só um mundo pela frente, se não que existem inúmeros mundos a conhecer e construir". Nada a acrescentar.


LIBRA

AMORES DA ILHA

MARIA

O segredo dos signos no sexo

MADAME SANZ Libra: Costuma retribuir e entender que dar é tão bom quanto receber prazer. Hummm... é dando que se recebe... Ela: Esta é aquela mulher que vai abrir a porta com um vestido sexy, salto alto e cheia de segundas intenções. Para ela, o sexo é muito mais do que simplesmente o gozo, é todo o caminho que leva a esse processo. Ricky Goodwin

Ele: Conquistador nato, sabe como estimular o apetite feminino. Sabe que o prazer verdadeiro é algo que os dois criam juntos. Por isso o seu desempenho vai depender da resposta

que lhe dá. Conforme avança, precisa da sua aprovação para se sentir seguro. Ambiente: lugares aconchegantes e luxuosos, como um bom hotel. Zonas erógenas: costas, bunda, parte interna das coxas. Posições: as que lhe permitam admirar o movimento dos corpos. Fantasia: ver uma pessoa elegante e refinada tentando seduzir você. Seduzir libriano: Acenda uma vela cor de rosa num pires e diga: “Oxumaré, abra os meus caminhos para que a pessoa que eu amo venha ao meu encontro e, juntos, possamos viver uma linda história de amor”. Jogue as sobras no lixo, lave e use o pires. Se não der certo é que esse metido a equilibrado está sempre no caminho do meio. Bom sexo!

JORGE CAPADÓCIO

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Clube Municipal


>>P T

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fotos CLรกUDIO SANTOS

veja mais fotos no Face do jornal A Ilha

N IGht

DOMINGUEIRA

DO DOUTOR *

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Sรณ cur tindo

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Irmรฃs Coutinho e Joziete Sotero

*

Trio pra lรก de animado!

* Teve gente pensando que a Domingueira fosse o Rock in Rio

Trinidance arrasando

* simpatia do pessoal do Trinidance

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Tchau...!!!

Adil son Silva e Andreia


Barcas, charretes & trânsito Nadja Mara Barbosa

O

morador de Paquetá, quando diz onde vive, frequentemente ouve que mora em um paraíso ou que a nossa bela ilha faz parte das lembranças da infância. Os turistas se encantam com as paisagens e a tranquilidade do lugar. Reparando bem, quando se fala na Ilha de Paquetá, as pessoas sempre relembram o passeio de barca, as charretes, as ruas tranquilas, onde o trânsito é só de bicicletas e é possível caminhar sem preocupação. Na verdade, percebem que é um bairro diferente, onde não precisam conviver com a loucura que o carioca é obrigado a enfrentar diariamente. Entretanto, essas pessoas não sabem é que aquilo que mais encanta o visitante tem sido um problema na vida dos moradores. Refiro-me às três coisas mais lembradas quando falamos em Paquetá: as barcas, as charretes e a ausência de trânsito. Esses temas vêm sendo discutidos pelas ruas e pelas redes sociais sem que se chegue a uma concordância. O grande desafio do morador de Paquetá é chegar ao trabalho ou à escola sem atraso e conseguir cumprir seus compromissos na hora marcada. Frequentemente ocorrem atrasos nos horários das barcas e catamarãs sem qualquer explicação por parte da empresa responsável. E quando você espera e não vem nenhuma embarcação naquele horário? Aí você, que tem hora para chegar, precisa explicar que se atrasou por causa da barca. Ou, então, perde a sessão de cinema, a consulta médica, aquele encontro importante. Pois bem, houve uma reunião no Paquetá Iate Clube, com o Secretário de Transportes Carlos Roberto Osório, para tratar da questão das barcas, assunto que afeta a todos os moradores da ilha. Era de se imaginar que o salão seria pequeno para receber as pessoas interessadas. Porém, poucos atenderam à convocação feita pelo administrador regional. A considerar o número de presentes, poderia parecer que a maioria dos paquetaenses está satisfeita com o transporte oferecido. Mas, se perdeu em quantidade, a reunião ganhou em qualidade. Os moradores presentes conseguiram denunciar todos os problemas que afetam os usuários e cobrar as soluções.

TRANSPORT Meio de transporte para poucos e apreciada pelos visitantes, as charretes estão no centro de uma polêmica. Há quem defenda a sua extinção e os que desejam a continuidade desse serviço por fazer parte da cultura local. Existe, ainda, quem reclame por ter que conviver com fezes e urina espalhadas pelas ruas. O fato é que, como elemento cultural, as charretes representam para a Ilha de Paquetá o que representa o bondinho para Santa Teresa. Sua permanência, porém, deve ser condicionada à presença de veterinário, boa alimentação e todos os cuidados necessários à saúde dos cavalos, além do cuidado com a limpeza das ruas. Uma opção de transporte diário, os ecotáxis atendem aos moradores em seus deslocamentos pela ilha e são considerados por muitos um serviço essencial. Entretanto, alguns correm demais e gritam com os pedestres como se a preferência nas ruas de Paquetá fosse deles. Já aconteceram acidentes e as reclamações são muitas. A solução está na regulamentação desse serviço para botar ordem na casa, estabelecer limites e determinar direitos e deveres do condutor. Paquetá está parecendo terra de ninguém, onde cada um faz o que quer e lhe é conveniente, mesmo que prejudique os demais. Foi assim que chegaram os motores elétricos que turbinaram bicicletas e trouxeram muitas preocupações, principalmente em relação às crianças. Na esteira das magrelas turbinadas vieram as motocicletas elétricas que são capazes de alcançar 80 km/h. Tudo isso para transitar por uma ilha que tem aproximadamente 1,2 km2 de área total. Dizem que são ecológicas, mas onde vai ser feito o descarte das baterias quando deixarem de funcionar? Considerando uma população de 4,5 mil pessoas, vamos imaginar que a metade dos moradores querem ter uma elétrica. Pronto, teremos aí trânsito, engarrafamento, atropelamento e todas aquelas mazelas dos outros bairros do Rio de Janeiro. A continuar nessa direção, a Ilha de Paquetá vai, aos poucos, deixando de estar na memória das pessoas como um paraíso e se tornando mais um bairro degradado na cidade. Precisamos pensar no futuro e cuidar para que não se perca esse privilégio de morar no único lugar do Rio de Janeiro onde ainda se pode viver em paz.

Grade furada

O

A proposta da CCR parecia um equívoco, um plano elaborado sem qualquer estudo por uma empresa que mostrou desconhecer a ilha e seus usuários: deixar apenas uma barca, a Ilha Grande, nos servindo, e suprimir da grade horários como os de 7h (Paquetá/Praça XV) e 13h20 (Praça XV/Paquetá), imprescindíveis para estudantes e trabalhadores. A indignação dos cerca de 130 moradores presentes fez com o que o secretário invalidasse a nova grade e criasse uma comissão com representantes da comunidade para discutir uma alternativa com a empresa.

Ricky Goodwin

secretário estadual de Transportes, Carlos Roberto Osório, esteve em Paquetá no dia 12 de setembro para uma reunião com os moradores. O objetivo era apresentar a nova barca que atenderá à Paquetá a partir de outubro e as alterações na grade de horários. Além do secretário, participaram do encontro, realizado no Iate Clube, o subprefeito do Centro, Luiz Claudio Gonçalves Vasques, os vereadores Laura Carneiro e João Ricardo, o representante da CCR, Tiago Terra, o representante da Agetransp, José Luiz Lopes, e o administrador regional Ivo Paquetá.

Carlos Roberto Osório, Secretário de Transportes

Tiago Terra, representante da CCR


TES

O futuro de Paquetá

?

TRANSPORT

Transportes também é segurança

A decisão sobre a circulação de veículos elétricos motorizados em Paquetá está nas mãos da Procuradoria Geral do Município. s reuniões do Conselho Comunitário de Segurança (CCS) têm sido dominadas pelo tema dos transportes em Paquetá. Moradores têm A reclamado do desrespeito das motos, dos scooters e das bicicletas

elétricas pelos limites de velocidade e pelas leis que especificam que seus condutores precisam ter habilitação, portar capacete e outras regras (Código Nacional de Trânsito e Resolução 315 do Contran). Aqui, se vê até crianças no comando dessas máquinas. O parecer de um escritório de advocacia consultado pelo CSS concluiu: elétricos motorizados com potência acima de 350 watts e velocidade acima de 25 km/hora são ciclomotores e obedecem aos requisitos dos automóveis, tais como equipamentos e habilitação do condutor. (Donde podemos derivar que, equiparados aos automóveis, estão proibidos de circular em Paquetá.) Os veículos abaixo das indicações acima são considerados “bicicletas elétricas”, podendo trafegar em ciclovias e ciclofaixas. Como estas não existem na ilha, também seriam proibidas aqui. Diante disto, foi criado um Grupo de Trabalho Temporário, que após semanas de estudos, encaminhou ao Secretário Municipal de Transportes, ao Administrador Regional, ao Comandante do 5º Batalhão da PM, à 5ª DP e à Guarda Municipal duas reinvindicações:

1ª Demanda: que fosse regulamentado o “transporte remunerado de passageiros” específico para Paquetá, por já ser considerado um serviço de utilidade pública e que está sendo prestado de forma precária pelos condutores de triciclos táxis elétrico. 2ª Demanda: que se passasse a impedir, imediatamente, a circulação dos outros veículos elétricos e que se fiscalizasse os abusos cometidos contra as leis de trânsito, inclusive pelos triciclos táxis.

Falam

pesquisa Flavio Aniceto

os ecotaxistas

A

Ilha: Qual a sua opinião sobre as diversas reuniões e discussões que têm acontecido sobre o assunto transportes? O que elas mudam em sua atividade? Thor: São muito boas e proveitosas. A gente absorve as coisas boas e botamos em prática. Fernando: Algumas são boas, outras não. Nós juntamos tudo de bom e passamos para as autoridades da ilha para eles colocarem em debate para as melhorias. Isso muda muita coisa pois se melhorar o serviço, melhora tudo. Para isso todo mundo tem que ser unido, taxistas, administrador, todos... A Ilha: Qual a sua sugestão para a melhoria dos serviços ou solução dos problemas existentes? Fernando: A minha sugestão é que a Administração e a Guarda Municipal punam os que não trabalham direito e que atuem junto com a gente. Thor: Com as melhorias nas ruas, os transportes fluiriam bem. Thor e Fernando são condutores de ecotáxis.

O Comandante Marlon, da Guarda Municipal de PQT, disse que vem fazendo um levantamento das bicicletas e dos motorizados da ilha e que, há um ano, encaminhou ofício à Secretaria Municipal de Ordem Pública sobre as providências a serem tomadas, sem ter recebido retorno. Foi formado também um Grupo de Trabalho na prefeitura, em julho de 2013, a fim de regulamentar os transportes na ilha, mas não houve continuidade e o grupo desapareceu. Pode ser que haja, finalmente, alguma resposta concreta, diante da documentação entregue em setembro pelo CCS a Rafael Picciani, Secretário Municipal de Transportes, pessoalmente, acompanhado pelo Administrador de Paquetá e o deputado Pedro Fernandes. Picciani encaminhou as demandas para a análise legal da Procuradoria Geral do Município. Ivo Paquetá, nosso administrador, declarou: “Quero que fique bem claro: qualquer decisão que for tomada pelas autoridade será cumprida pela administração regional da Ilha de Paquetá”. A primeira demanda (ecotáxis) está em estudos, porém o CCS manifesta preocupações por a Procuradoria não estar tratando a segunda demanda (elétricos de não-utilidade-pública). O Conselho solicita a quem quiser se manifestar sobre a questão que ligue para o número 127 – ou entre no site do Ministério Público do Rio: http://bit.ly/1PwxT3E - e transmita sua opinião.

Leia a proposta para a regulamentação dos ecotaxis: http://on.fb.me/1KBpyqX

Leia a análise completa dos advogados consultados pela CCS: http://on.fb.me/1QAhZp9


O futuro de Paquetá

?

Ricky Goodwin / Xabier Monreal

Projeto da Alerj quer proibir as charretes

TRANSPORTES

Eliomar Coelho Deputado Estadual PSOL/RJ

N

o último dia 20 de agosto, a Alerj discutiu o PL 2727/2014, de autoria do Deputado Dionísio Lins, que visa proibir a utilização de animais para fretamento de carroças e charretes em todo o estado do Rio de Janeiro. A questão, no fundo, deve ser tratada por meio de uma regulamentação, de caráter complementar, a ser feita por cada Prefeitura e buscando envolver, por exemplo, as associações de moradores doas cidades ou bairros que utilizam o serviço. Por exemplo, Paraty, Paquetá e Nova Friburgo, ou seja, uma série de lugares turísticos da cidade e do Estado do Rio de Janeiro, que utilizem exatamente o transporte de charretes para mostrar a cidade aos turistas, e também falar sobre sua história. Já existe uma lei federal que regulamenta a questão do tratamento a ser dado aos animais, inclusive com a tipificação e também as condenações correspondentes, no caso, maus-tratos e uso indevido deles.

econômica importante na vida das cidades, como, por exemplo, Paraty e Paquetá, onde isso acontece. Mas não só da questão turística devemos tratar. Por exemplo, no Parque da Pedra Branca, famílias quilombolas estão lá há 20, 30, 40 anos e vivem da atividade da agricultura. Os produtos retirados da atividade de agricultura deles chegam até nós por transporte por animais. Fora inúmeros outros locais neste estado, onde a subsistência e a mobilidade de uma comunidade muitas vezes passa pela questão da tração animal.

Ou seja, a proibição acarreta, simplesmente, de imediato, não existir mais esse tipo de serviço. Inclusive, estive na cocheira de Paquetá, exatamente por uma solicitação dos charreteiros de lá. Então, o que acontece? Estão faltando providências da Prefeitura do Rio de Janeiro, no sentido de dar um tratamento como deve ser dado. Os charreteiros têm realmente o maior cuidado; tratam bem os animais, para evitar que haja qualquer questionamento por parte de um morador ou de um usuário, que por acaso entenda que haja maus tratos. É isto que está faltando. Com a proibição, eu tenho a impressão de que estamos, inclusive, interferindo numa atividade

Porém, a legislação às vezes nem sempre é o suficiente para resolver o problema. Às vezes, há necessidade de se investir numa campanha de conscientização. Em relação a esses carroceiros das cidades, devemos fazer uma campanha para incentivá-los a constituir uma associação que os represente. Por quê? Porque aí fica mais fácil de lidar, para que a relação entre o poder público e eles, nesse trabalho de fiscalização e controle, seja muito mais eficaz e renda realmente saldos altamente positivos.

MP x charretes:

A resposta seria o recolhimento das charretes e a substituição do serviço a ser realizado por carrinhos elétricos.

a proibição do excesso

José Carlos Ribeiro Alves advogado da Charretur

O

Ministério Público Estadual propôs ação civil pública em face da Charretur – Associação dos Proprietários e Condutores de Charretes da Ilha de Paquetá, alegando, em síntese, o cometimento de maus tratos aos cavalos, requerendo, como medida antecipatória (liminar), a imediata interrupção das atividades de transporte, dentre outros pedidos. O processo encontra-se na sua fase inicial, sendo indeferido pelo juiz o pedido de cessação da atividade. A decisão do juiz já denotou a exigência da correlação necessária entre a interrupção da atividade e a constatação de maus tratos aos animais. Hoje em dia, todos os animais estão sendo submetidos aos cuidados médicos-veterinários de uma profissional contratada exclusivamente para isso. Os animais se encontram em bom estado de saúde, em condições adequadas e com o uso de equipamentos que impossibilitam a ocorrência de ferimentos, como assim determina o Decreto 28.785/2007. O prefeito do Rio de Janeiro teria sido claro e incisivo ao determinar o que fosse necessário avaliar as dificuldades encontradas no exercício da atividade, sem, entretanto, acabar simplesmente com as charretes. Pois bem, então qual seria a proposta por parte de algumas autoridades contrárias ao serviço de charretes na ilha?

O projeto recebeu 13 emendas, duas delas feitas pela bancada do PSOL da qual sou vice-líder, e saiu da pauta sem prazo para voltar à Ordem do Dia.

Seria essa seria uma medida razoável? A resposta a essa pergunta há de ser negativa, pois a decisão administrativa que proibisse o serviço de charretes na hipótese levantada acima não resistiria ao teste da razoabilidade, ante a ausência de relação adequada entre o meio empregado e o fim pretendido, a desnecessidade da medida, pois haveria meio alternativo para chegar ao mesmo resultado, com menor ônus para o direito individual (vedação ao excesso) e ausência da proporcionalidade em sentido estrito. No caso concreto, o ato já seria facilmente derrubado, pois o banimento do serviço não se mostraria uma medida racional para a solução do problema, mas sim a aplicação da força da lei ao infrator pernicioso, respondendo pelos seus atos e sofrendo as respectivas consequências, sem ofender aos direitos daqueles que respeitam e cuidam dos seus animais, e que mantêm essa atividade como o único meio de sustento de suas famílias. O mesmo raciocínio acima se aplicaria no âmbito judicial. Paquetá é um centro turístico de tradicional importância para a cidade do Rio de Janeiro, e os serviços de charretes contribuem com imensurável valor para o provimento da manutenção histórica da ilha, de suas belezas e valorização das suas características naturais, de forma que qualquer medida de proibição do serviço de charretes no bairro que não atentasse para a constatação de maus tratos aos animais seria considerada excessiva, uma restrição desnecessária e abusiva por parte do poder público.


Solidariedade:

Quentinhas aquecendo os corações

Luciana Palma

H

á alguns anos, no percurso diário para a estação das barcas, na Praça XV, via grupos de pessoas em situação de rua. Foi no último verão que decidi acompanhar e conhecer o trabalho realizado por nosso vizinho Heli Jorge Ferreira, morador de Paquetá.

Antonio Marcos Souza

Heli transformou sua indignação em solidariedade há exatamente um ano. Pôs mãos à obra e passou a preparar e a entregar quentinhas para aqueles moradores de rua, nas noites das quartas-feiras e nas tardes de sábado. Ele consegue produzir aproximadamente 90 refeições, que se esgotam rapidamente. Sempre carinhoso e educado na abordagem que realiza, já se tornou conhecido no bairro do Centro. O trabalho que Heli vem fazendo, com a colaboração de outros voluntários, é uma pequena mas fundamental ajuda diante do déficit de vagas nos abrigos municipais. Uma das mais importantes metas da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), ainda em 2013, era aumentar o número de vagas nos abrigos. Havia 31 unidades públicas municipais que ofertavam 1.616 lugares – mais outras 685 dos abrigos privados. Nesta conta, havia um déficit de 3.279 vagas! Em 2013, a SMDS fez uma pesquisa para traçar o perfil dos moradores em situação de rua. Num universo de 5.580 pessoas em toda a cidade, 81% eram homens entre 25 a 69 anos que possuíam documentação básica. A maioria residia na cidade do Rio de Janeiro antes de ir morar na rua e estava há mais de um ano nesta situação; 75% tinham apenas o ensino fundamental; 6% receberam diagnóstico de tuberculose entre 2003 e 2013. A sociedade muitas vezes nos faz discriminar o cidadão que está nesta situação. Normalmente, ele é “invisibilizado”: nós os vemos todos os dias, mas é como se não existissem; fazem parte da paisagem que preferimos ignorar, como os tapumes, as latas de lixo, os postes. O Estado realiza pouco investimento na reinserção social dessas pessoas e o número de abrigos é insuficiente sequer para pernoite. Muitos obstáculos são percebidos neste cotidiano. Um deles é: como obter emprego sem endereço? Vislumbrar a saída da rua não é simples como a maioria da população pensa. Enquanto essas pessoas permanecem na rua, elas merecem morrer de sede e fome? A solidariedade de gente como Heli e de algumas instituições é que possibilita que eles se mantenham vivos.

Alguns voluntários acompanham Heli na distribuição de refeições e prestam uma grande ajuda. No entanto, toda a manipulação dos alimentos é feita por ele – com higiene e seriedade. Para servir, Heli utiliza materiais descartáveis como colher, copos e embalagens de alumínio. Há ainda o complemento de um refresco e de água potável. O que mais me surpreendeu, logo nos primeiros dias, foi a busca por água potável, inacessível após o fechamento do comércio. A felicidade em receber água gelada fazia com que as garrafinhas que podíamos transportar se esgotassem rapidamente – e eram mais disputadas do que o refresco! Mesmo diante de uma situação de exclusão social, essas pessoas mantêm a solidariedade: ninguém solicita mais de uma quentinha e, muitas vezes, quando já se alimentaram, dispensam em favor dos demais. Dá gosto ver o carinho e o respeito com que tratam Heli e os agradecimentos, que chegam a nos comover. Para manutenção desta iniciativa, Heli necessita da doação permanente de gêneros alimentícios e descartáveis. Ele pode ser localizado pelo telefone: 97101-3286. A loja da Dejane também recebe as doações.

Paquetá inaugura A Polícia Sentada

Pichadores agem quase toda madrugada, lambuzando nosso patrimônio. E aí? Chamados pelo dono de uma das casas apedrejadas, os policiais disseram que eram apenas dois e não poderiam deixar a delegacia abandonada. E a população, pode ficar entregue à própria sorte? Quem vai colocar um freio nisso? Quem vai arrumar uma chave para a delegacia? Alô,

Neusa Matos

O que mais é preciso? No início de junho, três flamboyants recém plantados foram brutalmente quebrados na Praia da Moreninha. Também houve B.O., mas nada foi feito e as mesmas árvores continuam sendo atacadas, nas barbas da polícia.

Raphael Correa

té o fechamento desta edição, não conseguimos localizar alguém que soubesse explicar o que falta à Polícia de Paquetá para agir. Duas casas foram apedrejadas no último dia 11, entre 22h e 23h30, danificando os imóveis e aterrorizando os moradores. Um dos proprietários fez Boletim de Ocorrência. A ação do bando – aparentemente menores - foi registrada pela câmera de segurança de uma das residências. Não é a primeira vez que esse tipo de crime ocorre na ilha.

administrador, não está na hora de exigir providências? Mais uma pergunta: no dia 11, chovia muito quando as casas foram atacadas. Que tipo de pais não se preocupam com os filhos, menores, na rua, tarde da noite, com a chuva caindo forte lá fora? Respostas para cartasjornalailha@gmail.com. Em tempo: enquanto fechávamos esta edição do jornal, mais uma casa foi apedrejada, na Moreninha, em frente aos flamboyants. Até o momento cinco residências foram atacadas.


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Neste mês de agosto, vamos saber um pouco de álvaro Henrique Freitas Lopes, um jovem à moda antiga. Sérgio Castelli

H

enrique, como gosta de ser chamado e é conhecido, é um paquetaense nascido em 26 de maio de 2000, cursando o 8º ano na E.M. Pedro Bruno. Ao conhecer o jovem, nos parece um menino como outros tantos que caminham pelas ruas de Paquetá. Porém, ao partir para um papo

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descontraído, percebemos que algo especial encontramos nele. Com uma franqueza enorme, fala não ser um excelente aluno, porém, quando o "bicho pega", se dedica totalmente ao estudo e consegue um bom resultado. Sempre calmo e concentrado na conversa, diz, como tantos jovens paquetaenses, que por falta de diversão, resta a ele nos finais de semana a praia e uma ida à Ponte, para um papo com amigos. Sem vícios, Henrique curte futebol, praia e as redes sociais, que seu celular, sempre à mão, o mantém

conectado quase que sempre. É um jovem que evita brigas, que se afasta delas, um menino de paz. Ao ser perguntado sobre o futuro, Henrique é positivo: "Se não for jogador de futebol, seguirei carreira na Marinha. E quando isso acontecer, que precisar me ausentar de Paquetá, nunca deixarei de aqui voltar, pois amo essa ilha." E complementa: "É difícil um futuro para o jovem em Paquetá. Para se ter algo, devemos tentar em outros lugares. Infelizmente." Após um tempo de conversa, me impressiono em saber que estou diante de um menino de uma educação rara nos tempos de hoje. Henrique, por sua mãe trabalhar no continente, ajuda em tarefas da casa, além de cuidar e olhar suas duas irmãs bem mais novas que ele. Sabe até cozinhar. Fico pasmo. O jovem me diz que acata toda e qualquer recomendação de sua mãe, até mesmo um castigo. Raro realmente. Ao encerrar o papo com Henrique, e ver o jovem ir, paro alguns segundos, sorrio, e penso: - "Vai menino, boa sorte e parabéns por me fazer crer que ainda existem jovens obedientes e educados." Por isso sempre digo: - "Quem generaliza está por fora."

V

enho hoje, através deste jornal, prestar uma homenagem a um pescador muito querido em nossa ilha. Durante os poucos anos em que moro aqui, conheci muitos pescadores e tive a ideia de fazer uma matéria sobre os mais antigos. A primeira pessoa que procurei para entrevistar foi o Oswaldo, do bar Galetinho. Eu o encontrei na barca Itaipu, que estava vindo para Paquetá às 13h20 de um dia de semana. Me aproximei com papel e caneta e falei que estava fazendo uma reportagem sobre pesca, perguntando se ele poderia responder a algumas perguntas. Ele estava com um amigo que eu conhecia de vista.

O Oswaldo falou que sim, desde que o amigo pudesse participar da entrevista, pois era seu companheiro de pescaria. Eu sorri e falei: claro, meus amigos!

Perguntei a idade deles e o Oswaldo falou que tinha 74 anos e o amigo contou que tinha 61. Eu ainda brinquei que não valia mentir e ele riu.

Comecei então as perguntas:

Estava me despedindo e ele falou que um dia me levaria para pescar com eles. Foi quando me lembrei que não tinha anotado seu nome. Falei: me desculpe, não anotei seu nome! Ele respondeu: Leonardo! Falei: Obrigado.

Quais as espécies de peixes que pescam? Eles: corvina, papa terra e xerelete! Quais iscas usam? Eles: sardinha boca tor ta e camarão. Quais pontos da Ilha? Eles: canal da barca, boia verde e pedra rachada. Vocês têm barco? O parceiro do Oswaldo respondeu, com os olhos brilhando: tenho um barco muito bom, de madeira, com cinco metros, motor de 15 HP. Ele fica em frente ao Hotel Farol, seu nome é Filho do Vento.

Esta entrevista foi feita em agosto. Infelizmente, não vou ter a oportunidade de pescar com esse novo amigo, pois ele faleceu em setembro passado. Que Deus o tenha em bom lugar, Leonardo, ou Tio Leo, como era mais conhecido em nossa ilha.


EVENTOS

Fotos: Cláudio Santos

veja mais fotos no Face do jornal A Ilha

Apresentações

Domingo no Darke

Jorge Salomão

E o pessoal do som que não se entendia?

Coral Viracanto

Dança com Wanja Bastos

João Guedes

Público

Banda da Conceição - Ricky Goodwin

EVENTOS

Marcelo Portioli, Marcos Santos, Valéria Campos

Soraia Moraes e Thiago Alves

Feijoada Batista Fotos: Gabriela Mittaragis / Luciana Alves

O Dia da Pátria foi comemorado pelos batistas da ilha com uma feijoada beneficiente para a compra de cadeiras para o templo. O evento foi animadíssimo: comida farta, muito samba e louvor.

JORNAL A ILHA VIRTUAL Agora é possível ler o Jornal A Ilha na internet! - http://issuu.com/jornalailha8

Eu apoio o festival da Guanabara


Escola além dos muros

PÉROLAS DA GUANABARA

Valéria Leite

Pegando jacaré em Paquetá

C Neusa Mattos

No dia 9 de setembro, meninos e meninas da ilha, alunos do Colégio Estadual Augusto Ruschi, foram ao teatro pela primeira vez! A peça Um de nós, em cartaz no teatro Eva Herz, na Rua Senador Dantas, reuniu alunos, professores e equipe administrativa, inaugurando, desse modo, o projeto pedagógico A escola para além de seus muros. Sem falar no clássico objetivo de formação de plateia e de tantos outros propósitos educacionais, a experiência favoreceu sentimentos de entusiasmo, admiração e curiosidade, tão necessários às vivências de aquisição de conhecimento. "Vi nessa iniciativa a possibilidade de estarmos em contato com a arte de todas as formas: a literária, quando os alunos puderam estar na Livraria Cultura, vivenciando o ambiente bem lúdico que ela tem, e com a arte dramática, na apresentação da peça Um de nós, que nos impressionou muito com sua temática do esporte totalmente voltada para a educação. Uma "aula" assim cativa a todos numa comunidade escolar!" (Giselle Soares, professora de português e inglês)

aramba, que responsabilidade! D e u m a c o n ve r s a s e m pretensão surgiu a possibilidade de escrever alguma história dos tempos em que tive o prazer de estar em Paquetá. Sou da geração que passou a adolescência e o início da fase adulta nos anos 70 e 80, e que é considerada por muitos como a mais incrível de todas. As férias de verão tinham uma intensidade que começava no dia 25 de dezembro e só terminava no sábado do fim de semana após o carnaval. Choros, despedidas e juras de amor eterno (que não duravam algumas semanas fora da nossa “Shangri-La”) eram vistos ao longo de todo o domingo nas barcas que deixavam a ilha, e a partir dali aqueles dois meses passariam a fazer parte do passado de cada um de nós.

“Foi um passeio sensacional, incluindo um belo tour pelos pontos históricos nas proximidades da Cinelândia. Os alunos adoraram a ideia e o programa! Aprendemos, nos divertimos e nos integramos, cada vez mais, com a nossa nova direção”. (Gilberto Teófilo da Silva, aluno)

Que história escolher? São tantas, daquelas que nossas babás não contavam, outras que entregariam algum amigo ou a mim mesmo, lendas urbanas, aliás, insulares. Histórias de carnaval, Semana Santa, férias de julho, festa de São Roque, feriados, contar o quê?

O projeto organizou outro passeio no dia 19 de setembro. Alunos e professores visitaram o Museu de Arte do Rio, a Praça Mauá e o Cais do Valongo.

Lembrei-me que Paquetá já pegou jacaré. Isso mesmo: JACARÉ, sem

ILHA DOS Receita do Mês SABORES Ana Pinta

Armando Machado aspas. Estávamos em mais um daqueles dias cheios de nada pra fazer e começou o alvoroço: “Tem um jacaré nos Tamoios!”. Corremos pra praia na altura da árvore Maria Gorda, onde ele estava sendo visto. Todo mundo olhando pra água tentando ver algo. Quando ele colocava a cabeça pra fora d’água, parecia gol do Brasil (naquele tempo não era da Alemanha) em Copa do Mundo. Túlio Rodrigues, nosso eterno herói da motonáutica, chegou na sua lancha Donzi e da proa tentou acertar o bicho com uma espingarda, acho que de chumbinho. Não conseguiu nada. Apareceu também um mergulhador todo equipado, com arpão e tudo, mas enfiou a cara na areia, acho que ele não sabia que ali a água bate na canela. Soube depois que o jacaré foi pego por pescadores e que ele media uns 50 metros (sabe como é em Paquetá, né? A cada conto se aumenta um ponto). Durante muito tempo mergulhávamos cheios de medo, dando vida pra qualquer tronco de árvore boiando. Eu mesmo posso jurar até hoje que dei de cara com um em frente ao Iate. Juro... não acredita? Mesmo?

Pudim de Claras de áurea Proença

A

produção deste pudim foi no estilo paquetaense. Num domingo de manhã, Áurea passou a receita. A produção do jornal comprou os ingredientes e levou na sua casa. Quando ela foi bater as claras em neve, percebeu que faltavam os limões. Foi no quintal de uma vizinha e colheu dois limões . Na hora de assar, o forno não quis acender de maneira alguma . Áurea então levou o pudim na casa de outro vizinho, que prontamente cedeu seu forno. Pudim pronto , Áurea o levou até a Igreja, onde o padre, após a missa, estava plantando um ipê amarelo e esperávamos para tirar fotos . Ali, depois do almoço comunitário na cantina, o pudim foi degustado por vários comensais e aprovadíssimo !

Ingredientes : 10 claras 1 quilo de açúcar 1 colher de sopa de suco de limão

Obs- para cada clara duas colheres cheias de açúcar . Com o restante do açúcar fazer uma calda caramelizada . Modo de fazer : Bater as claras em neve , sem parar de bater acrescente o açúcar e o suco de limão . Coloque em uma forma untada com manteiga e polvilhada com açúcar . Asse por 15minutos em forno previamente aquecido . Desligue o forno sem retirar o pudim por 15 minutos . Desenforme o pudim e cubra com a calda caramelizada .


TÚNEL DO TEMPO

o passatempo deste mês O primeiro a identificar o local retratado em nosso Túnel da edição passada foi Zé Lavrador, que deu vários detalhes a respeito do local. “Vista da praia do Lameirão com a Chácara dos Coqueiros ao fundo. O antigo Retiro da Castidade está lá entre as árvores à direita do casarão. Atrás do muro de pedra, à esquerda na foto, estaria a primeira Elevatória da Águas, magnífica joia Art Déco da nossa ilha que ainda está lá, assim como o casarão da Chácara. A foto foi tirada da Chácara Hermitage. A Chácara, logo depois da data da foto, iria cumprir importante papel na Revolta da Armada, onde foi uma espécie de hospital dos revoltosos.” A fotografia de Marc Ferrez fez tanto sucesso que vamos continuar nessa linha de fotógrafos do século 19. Aqui, um clique de 1893 do espanhol Juan Gutierrez, outro que cobriu a Revolta da Armada.

Você consegue identificar este local? Escreva para cartasjornalailha@gmail.com.

PARA SABOREAR

lanchonete sÃo roque (sr. eudÚcio) Almoce em frente ao mar A melhor sardinha da Ilha Praia da Moreninha, 5 Tel: 3397 2199

AÇAÍ DA

TIA LLOYDD

O melhor açaí da ilha

TEL: ( 21 ) 3397 - 0322 / 3397 - 0735 / 3397 - 2783

Petiscos • Peixe frito • Bebidas Açaí • Sorvete • Picolé Praia José Bonifácio, 181

(Praia da Guarda)

M. M. VITÓRIA Bar e restaurante

O MELHOR PEIXE DA ILHA Peixe frito ao molho de camarão • Filé de peixe a Belle Muniere • Dourado, Namorado ou Corvina CARNES DELICIOSAS Carne Assada, Churrasco Misto PORÇÕES SABOROSAS Batata frita • Camarão à paulista • Peixe frito • Frango à passarinho • Linguiças Rua Furquim Werneck, 86 - Tel 3397 2897 Visa • Mastercard (apenas débito)


ESPORTES

O Paquetaense tem dois grupos com quatro times cada (veja tabela), sendo que cada time jogará contra os do outro grupo. Serão três jogos por domingo e, com isso, dois deles folgam alternadamente. A final, marcada para 8 de novembro, deve brindar um campeonato que está prometendo ser o melhor de todos os tempos! Apareça no Municipal, aqueça a garganta, vá com a cor do time que escolheu torcer, e prepare-se para a emoção que está por vir. Viva o Paquetaense!

Enfim, o Paquetaense!

Glênio Maciel

Os primeiros resultados

A expectativa foi grande, o empenho dos organizadores também! Habemus Paquetaense! O campeonato mais charmoso e quente da baía de Guanabara começou no dia 20 de setembro, no Municipal Futebol Clube, e a bola vai rolar até 8 de novembro, quando está prevista a grande final.

Um empate de 2 x 2 marcou o jogo de abertura do campeonato entre Gás e Colônia. Os destaques foram o gol de Renan em sua volta à Colônia e um golaço do Dazini, da equipe do Gás, em uma cobrança de falta precisa. O segundo jogo foi.um clássico da ilha: Moreninha x Tudo Nosso, que levou a melhor, vencendo por 4 x 2, apesar da expulsão extremamente duvidosa de Rodrigo. Destaque para o gol do meio-campo Áureo, ex-jogador da Moreninha, que fazia sua estreia pelo TNFC.

Cláudio Santos

Cláudio Santos

craques do GÁS na marcação

Itaoca

Um dos jogos que mais prometem da edição de 2015 acontece no dia 11 de outubro, às 10h: o Gás enfrenta o Tudo Nosso, nos fazendo relembrar os duelos de outrora. Em seguida, às 12h, teremos a Colônia encarando a Pedra Lisa, e, encerrando a rodada, veremos uma reedição da final do campeonato do ano passado, entre Moreninha x Itaoca, às 14h.

Colônia Cláudio Santos

*

Cláudio Santos

EU + 10

Pra quem não sabe, o Paquetaense é um campeonato anual e tradicional na ilha, tendo como maiores vencedores o Praça do Campo e o Tudo Nosso FC, que já ganharam duas vezes o torneio. Este ano, contamos com oito times, sendo cinco de Paquetá (Tudo Nosso, Eu+10, Moreninha, Colônia e o estreante Siriji) e três convidados de São Gonçalo (Pedra Lisa, Gás e o atual campeão, Itaoca).

A terceira partida, Eu+10 2 x 2 Siriji, foi a mais quente da rodada. Talvez não pelas equipes em si, mas pela arbitragem confusa, que já havia prejudicado o jogo anterior e aqui perdeu totalmente o rumo.

Miúdos maravilhas do Municipal arrebentam na Ilha

campeonato Paquetaense 2015

GRUPO A / GÁS / PEDRA LISA / SIRIJI / MORENINHA GRUPO B / TUDO NOSSO / ITAOCA / EU+10 / COLÔNIA Hora

18 OUT - 4° Rodada

Gás

x

Tudo Nosso 10h

Gás

x

Colônia

x

Pedra Lisa 12h

Itaoca

x

Moreninha

x

Siriji

x

Itaoca

01 NOV - Semifinais 1º Grupo A

x

2º Grupo B

1º Grupo B

x

2º Grupo A

14h

Eu+10 10h Tudo Nosso Pedra Lisa 12h Colônia

08 NOV - FINAL Finalista 1

x

Hora 25 OUT - Última Rodada Hora

Finalista 2

Gás

14h Eu+10 Moreninha

x Siriji

8h30

x Itaoca

10h30

x x

Pedra Lisa 12h Colônia

14h

Marinho

11 OUT - 3° Rodada

É, sei que a primeira expressão é estranha à primeira vista, mas saibam que ela é utilizada para denominar os futuros craques, as joias dos clubes em Portugal, e aqui não seria diferente. Miúdos Maravilhas sim! Quem já jogou jogos de Manager pelo computador sabe do que estou falando. Enfim, os miúdos do sub-12 do Municipal venceram por 4 x 0 a equipe da Ilha do Governador, destaques para Ricardinho, autor de dois gols na goleada, para Júlio, filho do João Grandão da Bat-Caverna (bar ao lado do Manduca), que marcou um, e também para Vitor, que finalizou a goleada! Parabéns, garotada!


c r ô nicas de p aquet á a vida é como ela é A

contece que hoje acordei cedo.

Julio Marques

memória, tudo muda e Paquetá muda junto.

Abro as portas e dou de cara com a Moreninha. Mar de banheira sob uma Vejam vocês que, embora a quantidade luz que vai surgindo aos poucos. de veículos confunda, parece que vi o Sylvio, o fundador desse nosso jornal, Passa pela minha cabeça o cenário de a bordo de um veloz ecotáxi partindo Copacabana e minhas lembranças de em direção ao Campo. adolescência. Revejo uma sala de aula e uma menina escrevendo no quadro Fazia tempo que ele não aparecia negro, a bundinha se mexendo. por aqui, mais de ano. Deve andar atrapalhado, do outro lado da poça, A praia era calma, cheia de ondas e confuso com a confusão reinante e jacarés, traiçoeira como todo mar o é. sem tempo para fazer shows no nightTodas as namoradas por ali passeavam club da Fatinha. e se banhavam e posso revê-las sem nenhuma pátina de tempo. Todos os Repito de novo o Candeia: "a verdade prédios tinham portaria de mármore, está sempre com os dois lados.. ". onde a gente se sentava, à noite, para Eu, por exemplo, prefiro as grandes namorar ou conversar. barcas lentas. Gosto de ver as gaivotas e o recorte das montanhas no Hoje as grades rudes cercam a horizonte sobre a baía, mas entendo a entrada como se para impedir alguma necessidade de chegar mais cedo em intimidade, prendendo quem adentra o casa ou de acordar mais tarde. corredor para tomar o elevador, como se aquilo fosse uma prisão ou antigo Fico triste de perder o prazer das vistas hospício. amplas e acho mesmo que as pessoas seriam mais felizes se dispusessem de Mas isso é simples matéria de mais tempo para deslizar na calma da

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

baía, sem precisar correr de um lado para outro. Fato é que a vida vai mudando e os bairros se transfor mando. A preferência por um modo de vida não tem o poder de parar o tempo, que é fruto de possibilidades, talvez até de ganância. fazer valer a armadilha do condomínio fechado, com regras para todo lado, Como disse o compositor " pois é, pra nada pode parar o movimento das quê?". cidades, especulativo e desumano, Certo está o Ricky que sempre fala até que tudo e todos mudem para algo que fato é fato, sonho é sonho, boato melhor, seguindo os passos e junto é boato. com os outros bairros. Como disse John Donne, inglês dos anos 1500: Acho que barcas mais velozes e com mais frequência são a mesma face "nenhum homem é uma ilha ... todo da mesma moeda das bicicletas mais homem é uma parte do continente...". velozes e em maior quantidade. Basta reparar nos outros bairros, tudo fruto Quanto a mim, sem dúvida eu prefiro do aumento na população moradora. ouvir a Velha Guarda da Portela a ver a nova guarda do Portelão. Frear a vida é impossível: que o diga a carta e o correio na disputa contra o Mas não dá para fechar a porteira. email e o whatsApp... Mesmo que se queira brigar para

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos.

Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

Julio, triste com saudade do sol.

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Praça XV > Paquetá

Dias Úteis Dias Úteis 05:30 > 06:40 05:30 > 06:20 06:45 > 07:35 07:00 > 08:10 08:45 > 09:35 07:45 > 08:35 10:15 > 11:25 09:45 > 10:35 10:45 > 11:35 11:45 > 12:35 13:20 > 14:30 12:00 > 13:10 15:30 > 16:20 14:40 > 15:50 17:30 > 18:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:40 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 20:00 > 21:10 22:15 > 23:05 21:00 > 21:50 00:00 > 00:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados FdS e feriados 04:30 > 05:40 06:00 > 07:10 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40 00:00 > 01:10 Em negrito, horários com barcas abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada.

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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