Ano IV - n 3 6 - Novembr o de 2 0 15 - Ilh a d e Pa q u e t รก , Ri o d e J a n e i r o
Editorial
O que v ai p ela Ilha
A ILHA é um jornal para noticiar a comunidade de Paquetá, falar de nossa gente, mostrar suas festas e suas tradições. Mas não podemos deixar de discutir também os nossos problemas. Preocupados com o estado do prédio da Escola Pedro Bruno, na edição passada demos capa e uma reportagem sobre o assunto. Ficamos felizes em saber agora que o CRE está tomando providências e logo haverá uma reforma na escola.
Governador inaugura barca e píer
Ricky Goodwin
Do mesmo modo, esperamos que os obstáculos surgidos na implantação de um novo esquema de barcas – discutidos aqui numa mesa-redonda com a comissão que acompanha a questão – também sejam resolvidos, pois o “direito de ir e vir” em Paquetá tem uma importância especial, para não ficarmos ilhados.
Luiz Fernando Pezão, Governador do Estado do Rio, e Carlos Roberto Osório, Secretário de Transportes, vieram à Paquetá na viagem inaugural da embarcação Ilha Grande, que passou a atender à ilha. Junto com outras autoridades, descerraram a placa que inaugura o novo píer da estação das barcas, e conversaram com a população a respeito das demandas locais.
E o hospital? Em qualquer papo sobre os problemas de Paquetá, em qualquer postagem nas redes, sempre tem alguém que reclama: Mas por que vocês não falam do hospital, onde a situação é muito pior? Bem, este mês, Carlos Coelho inicia no Jornal A ILHA uma série de reportagens sobre o UISMA Villaboim, seus pontos positivos e negativos. Acompanhe. Mas o melhor desta edição do jornal é o Cemitério. Muita gente vem aqui e visita o Cemitério dos Pássaros, mas poucos conhecem aquele ao lado. Tem muito morador que nunca foi lá (alguns, só vão carregados). É interessante saber de suas histórias. Em Paquetá, até o cemitério é diferente. Fica numa ladeira - e com vista para o mar. Acima de tudo, é um jardim, projetado por um paisagista, o célebre pintor e escultor Pedro Bruno. Vale a pena conhecê-lo, lendo aqui e indo lá. Ricky Goodwin
Pezão decidindo qual barca será alocada para Paquetá
A ilha é do cinema A ilha é das crianças!, curta-metragem dirigido por Zeca Ferreira e inteiramente filmado em Paquetá, será exibido no dia 6 de novembro, no Cine Odeon, ás 21 horas. É uma sessão especial do prêmio Curta Rio, dentro do festival internacional Curta Cinema. Entrada franca.
Expediente A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014) Equipe: Ana Pinta, Antônio Tomé, Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Iallê Faleiros, Ize Sanz, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Márcia Kevorkian, Mary Pinto, Neusa Matos e Ricky Goodwin. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores.
Outro curta-metragem filmado em Paquetá, Outubro acabou, dirigido por Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes, ganhou em outubro o prêmio de melhor curta-metragem da Mostra Novos Rumos, dentro do Festival do Rio.
Laboratório para todos O laboratório usado pelos alunos da Escola Joaquim Manuel de Macedo ganhou equipamentos novos e desde o dia 3 de outubro também está disponível para as turmas do CE Augusto Ruschi. Na comemoração de abertura de portas para mais um colégio e dezenas de estudantes, Claudio Oliveira mostrou como se faz sabão a partir de óleo de soja usado (e que deixou de ser jogado na Baía de Guanabara!). Ana Casado
Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: 2 mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 4, número 36, novembro de 2015. Capa: Toni Lucena // foto Ricky Goodwin Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de
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Adílson Martins Aline e Renato Souza Lima Ana Cristina de Mello Bruno Jardim Cristina Buarque Flávio Aniceto Isabel O. da Luz Jim Skea Júlio Marques Leonardo Couto Luciana Palma Lourdinha e Rubens Lucy Linhares e Bernardo
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Márcia e Ricardo Bichara Marcilio Freire Márcio Miranda Ferreira Maria Holanda Ferreira Maria José de Oliveira Mary Pinto Nadja Mara Barbosa Neusa Mattos Padre Nixon Ricardo Cintra Sabrina e Maurinho Sylvio Sá e Marília
Cláudio e Coelho comemoram nova fase do laboratório
Cartas
MANDE SUA CARTA PARA - cartasjornalailha@gmail.com
Débora Alves
Jogo vôlei na Praia da Moreninha há 6 anos, sou aluna do Ginho Taiji. Desde que entrei, percebi o brilho no olhar desse cara, o jeito que ele ensina os alunos, o carinho e o respeito que tem por cada um, dá gosto de ver. Ginho dá aulas de vôlei na Moreninha desde 1985, eu nem era nascida e ele já fazia o bem pra muitas crianças e adolescentes, moradores de Paquetá. Bom, vim aqui hoje porque me sinto incomodada vendo um professor tão bom não ganhando o seu devido valor. Fico muito triste por um projeto tão maneiro não ter o reconhecimento que merece. Nessa ilha já não tem nada, o que custa alguém, ou melhor, a prefeitura, patrocinar esse projeto que já tem anos? Jogamos numa quadra horrorosa, que parece mais cimento que areia (Obs: dois alunos do projeto já se machucaram feio), não temos bola, não temos uniforme, não temos valor. O que a prefeitura está esperando pra consertar aquela praia cheia de buracos? Chegar ano novo? Para mostrar para o pessoal de fora? E nós, moradores, somos o quê para vocês? Venho aqui em nome de todos do projeto pedir ajuda de todos para que nosso único lazer não acabe e que tenha melhorias. Conto com a colaboração de vocês. Obrigado!
Feira de múltiplos talentos
O que t oca p ela Ilha
Música, artesanato, artes plásticas, performances, esporte, contação dehistórias. Talentos de diferentes áreas se reuniram de 10 a 12 de outubro na Feira Criativa, realizada no Bar Galeria Nativa, na Praia da Guarda. Os organizadores já planejam outras edições do evento e, se você é cheio de criatividade e gostaria de participar, não perca a oportunidade. Informações no Nativa.
De Beatles a Mamonas * * * Jim Skea
Neusa Matos
Performance de Paula Villa Nova na Feira Criativa
Recadastramento para eleições 2016 Em 2016 teremos eleições municipais e todos os eleitores de Paquetá precisam fazer o recadastramento biométrico. O procedimento é gratuito e obrigatório, mesmo para quem o voto é facultativo. Basta comparecer a um dos endereços abaixo, levando documento de identidade, título de eleitor e comprovante atual de residência. É uma boa ideia fazer logo o recadastramento, pois mais tarde são esperadas longas filas.
Los Gumbas Tem grupo novo despontando no agitado cenário musical da ilha. Los Gumbas, formado por músicos da Orquestra Jovem Paquetá, fez sua estreia no dia 17 de outubro, na Casinha Amarela, na Praça de São Roque. Misturando instrumentos de orquestra, como violino e violoncelo, com violão, teclado e ukulelê, eles tocaram rock, pop, MPB, num repertório que incluiu nomes como Beatles, Led Zeppelin, Tim Maia, Tom Jobim e Mamonas Assassinas. Los Gumbas é composto por Ícaro Protássio, Jonathan Santos, Luca Kevorkian, João Luís Maciel, Luís Felipe Maciel, Vinícius Rego, Victor Hugo Rego e Bruno Jardim.
Sabor de queremos mais * * *
Claudio Santos
1ª Zona Eleitoral Rua Sacadura Cabral, 226 - Saúde (ao lado do Hospital dos Servidores do Estado) Te l.: 2 2 5 3 - 5 5 9 3 Central de Atendimento ao Eleitor Avenida Presidente Wilson, 198 - Centro Tel.: 35 1 3 - 8 2 0 4 Atendimento das 11h às 19h. Todos os dias úteis, até maio de 2016 (menos de 20/12 a 06/01, durante o recesso do judiciário).
Transferência de título de eleitor Paquetá tem hoje cerca de 4 mil eleitores. Mas poderia ter bem mais.Muitos moradores continuam com seus títulos vinculados aos domicílios anteriores, às vezes até em outros estados. Se você é um deles, aproveite esse período de recadastramento biométrico e torna-se mais um eleitor da nossa ilha.
João Guedes, um dos mais queridos artistas de Paquetá, estreou no dia 17 de outubro uma série de apresentações mensais no Zeca’s Restaurante. A primeira teve casa cheia para ouvir sucessos da MPB na voz inconfundível do cantor. É repertório para dançar, para namorar e para cantar junto.
Rock em dose dupla * * *
foto divulgação
Mais eleitores significam mais força política para todos nós, mais poder de exigir e cobrar dos políticos que nos representam ou querem nos representar.O procedimento para transferir seu título é igual ao do recadastramento biométrico: documento de identidade, título de eleitor e comprovante de residência. As únicas exigências são que você more há no mínimo três meses aqui e não tenha feito outra transferência de domicílio eleitoral há menos de um ano. Quem mora na ilha, e ama a ilha, vota na ilha.
João Guedes
L u a u Ta rd i a l O Quiosque 40 Graus, da Imbuca, continua fazendo a alegria dos roqueiros da ilha. No sábado 10 de outubro rolou mais um Luau Tardial, o sexto da série. Quem abriu foi o novo grupo Lanay, formado por Carlos Bria, Deise, Ney e cia. Atração principal, o rock dançante da banda 40 Graus, com Markinho Batera e Paulinho Meira, segurou a galera até as tantas da noite. Até o bondinho saiu direto da barca e foi lá conferir..
•ARTICULANDO E DIVULGANDO NOSSAS INICIATIVAS CULTURAIS
FOTO DO MÊS
Ricky Goodwin
•APOIANDO ARTISTAS LOCAIS •PRESERVANDO NOSSO PATRIMÔNIO, MEMÓRIA E IDENTIDADE •PROMOVENDO O TURISMO CULTURAL
A COMUNIDADE PROTAGONISTA E BENEFICIÁRIA
Próximas iniciativas apoiadas pelo Ponto
NOV
Poesia na Praça
AMORES DA ILHA
Juquinha e Hugo Neusa Matos
09
A garça botou um ovo
Dia 09 novembro - segunda - 20h - Acordes ao Luar Toda primeira segunda do mês - Entrada Franca
Cineclube PQT Primeiras e terceiras terças - 20h - Quintal da Regina. Entrada franca e sem consumação, com debate ao final. Tema do mês :
Ciclo John Cassav etes DIA 03 novembro
“Uma mulher sob influência" Com Gena Rowlands, Peter Falk / Entrada Franca.
03
NOV
DIA 17 novembro
17
“A morte e um bookmaker chinês”
COMER BEM
Com Ben Gazzara / Entrada Franca.
Cristina Buarque
NOV Festival da Guanabara Dia 06, 07 e 08 novembro
07/08/09
NOV
Um Encontro das Culturas em Paquetá O Festival acontece no Paquetá Iate Clube / Casa de Artes Paquetá / Parque Darke de Mattos / estabelecimentos / residências e em diversos logradouros da ilha. Dezenas de atividades e de manifestações culturais ao longo dos 3 dias, para o público da ilha e para novos visitantes.
V
ai que você tem um enterro no cemitério daqui e o corpo perde a barca. Acontece. Sol escaldante, o negócio é dar uma hidratada. Ali pertinho tem a mercearia do Valderi. Pra acompanhar a cerveja (ou o refri, a água), Valderi tem quitutes maravilhosos, especialidades da casa: Queijo em cubinhos, presunto em cubinhos e mortadela em cubinhos. Se você der sorte, Valéria leva de casa azeitoninhas temperadas, patê com torradas, qualquer coisa, que tudo o que ela inventa é muito bom.
E ainda como parte do Festival, no dia 08 "domingo no darke" Encontros Cariocas - Cultura da Paz a partir de 9h30
Em dezembro: Paquetá 460 anos
semana do patrimônio e da memória cultural da ilha.
CUIDE BEM DE NOSSA ILHA. VALORIZE E PRESERVE SEU PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO, AS PRÓXIMAS GERAÇÕES TAMBÉM MERECEM PAQUETÁ CADASTRE-SE E RECEBA O BOLETIM PAQUETÁ VIVA! paqueta@ilhadepaqueta.com.br www.facebook.com/paquetanarede
Se você der mais sorte ainda, Jiló tá de folga e traz cadeiras pra você sentar na sombra da árvore, oferece banho de mangueira com água de poço da casa dele, ali defronte. Ou aparece com um tira-gosto espetacular, invenção dele: Iscas de mortadela fritas! E o papo rola feliz até você esquecer que estava indo a um enterro. Você pode também descer mais um cadinho e ir ao bar da Carminha. Ela, como Valderi, é queridíssima e tem a cerveja supergelada. E o visual!!! Carminha tem amendoins variados: O saquinho verde e o saquinho amarelo. Tem saquinho de tremoços e, se você der sorte, caldinhos maravilhosos. Aí você vê o cortejo vindo, os cachorros acompanhando no maior respeito até a última morada do falecido. Mercearia do Valderi – Rua Coelho Rodrigues, esquina com Rua Maria Freire Bar da Carminha – Rua Domingos Olímpio, 14
Houve algum saldo positivo nessa Comissão? Adiantou alguma coisa? André - Sim, conseguimos abrir um diálogo importante, um canal direto com a concessionária. Acho também que podemos evoluir mais nas conversas. Hoje em dia quando você vai questionar algo na estação, e se apresenta como membro da comissão de moradores, sempre temos uma resposta do que está acontecendo de verdade. Isso eu notei nas vezes em que fui questionar algum atraso na estação da Praça XV.
ILHA GRANDE; Barca nova,
problemas antigos
A empresa CCR e a Secretaria de Transportes estão reformulando a frota que faz o transporte marítimo dentro da Baía da Guanabara. Com a devolução dos catamarãs alugados e a desativação progressiva das barcas antigas, foi destacada uma embarcação nova (Ilha Grande) para fazer a ligação do Rio-Paquetá, com a consequente alteração nos seus horários. A proposta da CCR de colocar a Ilha Grande como embarcação única neste trajeto, reduzindo as viagens para 8 por dia, foi rechaçada pela população numa assembleia popular. Carlos Roberto Osório, Secretário Estadual de Transportes, instituiu então uma comissão de moradores – seis integrantes escolhidos em nova assembleia pública – que discutiu uma grade de horários junto com representates da CCR e da Setrans. Algumas reivindicações da Comissão foram aceitas, outras não, e a partir de 13 de outubro passou a vigorar um novo esquema, atendido (bem ou mal) em sua maior parte pela Ilha Grande. O jornal A ILHA ouviu alguns dos membros da Comissão a respeito destas mudanças. Qual a importância de se constituir uma comissão de moradores para discutir questões de transportes com a CCR? André Luiz - Acho super importante para que possamos ter um canal direto com a concessionária, para esclarecermos todos os pontos de ajustes, darmos uma satisfação aos moradores e levarmos suas dúvidas e questionamentos à concessionária. Ricky Goodwin – Muitos moradores reclamaram da Comissão, como sempre, mas foi a primeira vez que alguma autoridade se propôs a ouvir os moradores antes de fechar algum projeto para a ilha. Mais do que seus resultados, esta foi a grande importância da Comissão.
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O que temos hoje em dia é, na visão deles, um favor da empresa, não é uma obrigação. E é esse o ponto em que temos e precisamos de lutar. (Ricardo Wagner)
”
Lenora Milesi – Essa Comissão ouviu a comunidade e levou para a secretaria, de forma organizada, todos os anseios e necessidades dos ilhéus. Não se estava discutindo posições, tipo eu quero, e sim que nós necessitamos de acessibilidade. Os ilhéus têm o direito de ir e vir, de preferência com intervalo máximo de 90 minutos e em viagens no máximo de 50 minutos (saindo da estação e não 50 de cais a cais). Temos de mostrar para eles que exigimos respeito, com educação e firmeza, apesar da tortura dos atrasos diários e constantes que a CCR nos impõe desde a privatização. Com toda a modernidade que dizem ter, eles conseguem fazer a viagem em mais tempo do que as antigas barcas da Conerj. Ricardo Wagner – Agora, sendo pragmático, é importante considerar que uma comissão de moradores não se forma sem a participação destes moradores. A Comissão é importante como um instrumento livre de manifestação organizada do desejo coletivo, mas sem a participação popular efetiva e contínua corre o risco de se tornar ineficaz a médio e longo prazo.
Lenora - A Secretaria demonstrou estar apoiando totalmente a Comissão. Ficou visível a intenção de reconhecer o péssimo serviço prestado e a necessidade de reformulação e melhoria. Mesmo que seja por etapas: iniciando com a chegada da lancha Ilha Grande para atender à Paquetá, e depois com a outra que chegará perto de março 2016. Até o final do primeiro semestre, novas e melhores condições: estas são as nossas expectativas criadas pelas conversações nas mesas de reuniões com a Secretaria e a CCR.
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A saída somente pela lateral contraria a promessa do novo cais pela dianteira, dificulta os cadeirantes e idosos, dando aquela sensação de curral, todos em fila para entrar e sair. (Lenora Milesi)
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Ricardo - O saldo positivo foi a percepção da existência de mobilização popular e da união das pessoas presentes. Não foi algo fácil porque lidamos com os tradicionais percalços da comunidade de Paquetá. Muitos trabalhadores e estudantes não conseguiam comparecer às assembleias, por falta de tempo ou possibilidade de faltar ao colégio e ao trabalho. O prazo para apresentar as propostas foi apertado. Entre o evento com o Osório e o início da operação no dia 13 de outubro, foram poucas semanas. Na prática, o que conseguimos de concreto foi perder menos quantidade de horários que o imposto. Ricky – Até outubro tínhamos 12 viagens de ida e volta por dia (e já era pouco). A CCR nos propôs 10. Conseguimos um acordo de 11 viagens por dia. E houve alguns avanços concretos na questão dos horários. Um deles foi manter a primeira saída em 5h30, tanto de Paquetá quanto do Rio, paras pessoas não chegarem atrasadas na escola e no trabalho. Para isso deslocaram uma barca de Charitas. Ricardo – E adiantaram o horário da manhã de 7h PQT-RIO para 6h30 PQT-RIO, com dois horários do período da manhã/tarde sendo convertidos por um único. Ricky – Mas a principal conquista foi a manutenção do horário de 18h30, que a CCR não queria mesmo, pois implicaria em tirarem uma barca de alguma outra linha, no horário de pico, e jogar pra Paquetá. Isto só foi possível pela insistência da Comissão e pela mobilização do pessoal em Paquetá, com um apoio praticamente unânime por este horário em que o pessoal volta cansado do trabalho. E também porque a Setrans bancou essa proposta, conseguindo que a CCR pusesse uma barca extra às 18h30. Lenora – Não seria possível agradar a todos, pois nem Jesus agradou, e foi crucificado. Havia o compromisso de atender às necessidades principalmente das crianças, dos idosos e dos profissionais que servem à ilha. Ricky – Nesse sentido houve uma atenção especial com os horários dos profissionais dos serviços que vêm trabalhar em Paquetá, com o dos professores que vão embora à noite, detalhes conhecidos por quem vive na ilha e não pelos engenheiros da CCR. E as pessoas têm que entender que o cobertor que a CCR deu era curto. Houve bastante reclamação por causa do buraco de três horas no meio do dia. Tem razão, é uma problema que me afeta diretamente. Mas se a gente puxasse o cobertor pra diminuir o buraco deixaria descoberto os estudantes voltando do turno da manhã, que teriam que esperar mais uma hora pra chegar em casa. Tivemos que fazer escolhas.
Qual a sua avaliação deste período inicial de funcionamento da nova barca Ilha Grande e da grade de horários? André - Conforme falamos diversas vezes nas reuniões em que participamos, iriam surgir problemas devido a ser somente uma embarcação, inclusive com atrasos, principalmente porque eles não estão utilizando a saída frontal da barca. Lenora - Como foi afirmado numa audiência pública na ilha, a Ilha Grande não tem condição de embarque pela porta lateral. Ainda mais para as cargas necessárias para abastecer Paquetá. Como os carrinhos de carga não conseguem entrar na embarcação, eles têm de parar do lado de fora, desfazer os carros, entrar com a carga, e depois, para retira-la, é o mesmo processo, carregando fora da embarcação. Também não estão dando embarque da carga uma hora antes, como ficou combinado, gerando muita demora no processo. André - Outro problema é o excesso de carga somente em um horário, às 13h30. Devíamos fazer com que as cargas fossem divididas em mais de um horário, justamente para não sobrecarregar apenas um.
Lenora - Seja pela ADCTAQ- Associação de Defesa dos Consumidores e Usuários dos Transportes Aquaviários -, seja pela comissão escolhida pelos ilhéus, que seja permitido que coloquemos neste modelo de nova licitação as nossas necessidades. Para isso tem um abaixo-assinado rodando na ilha, distribuído entre a padaria do Manduca, no Campo; no Quintal da Regina, no bar da Dejane, e na padaria dos Carecas, na Ponte. Neste, expressamente pedimos a volta da grade de 2013, quando tínhamos acesso ao continente em intervalos de no máximo 90 minutos, e a alteração do horário de sábado de 6 para 5h30, e de 8h para 7h saindo de Paquetá. Temos de colher o máximo de assinaturas. Vocês têm acompanhado o noticiário sobre a CCR querer abandonar a concessão? O que acham que deve acontecer nessa situação?
Ricky – Aí colocam a barca antiga nesse horário pra dar conta da carga, atrasando em mais de uma hora quem vai ao Rio e quem volta pra Paquetá. Vira o imprevisível. Não dá para marcar um compromisso no Rio, não se sabe a que horas sai a embarcação e quanto tempo vai levar. A não ser que a gente saia cinco horas antes. André - A Ilha Grande em nível de conforto é muito boa. Lenora – A embarcação é muito confortável, tudo de tamanho grande, mas os sanitários femininos são muito apertados e estreitos. A saída somente pela lateral contraria a promessa do novo cais pela dianteira, dificulta os cadeirantes e idosos, dando aquela sensação de curral, todos em fila para entrar e sair.
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adianta pedir para não vender ou comprar comida e bebida nas embarcações se as pessoas estão com fome, com sede, e na barca não tem onde comprar ou consumir. E, a meu ver, nem precisa criar uma infraestrutura, bastaria cadastrar e orientar os vendedores que existem. Já seria de grande valia e uma forma de aproximar a empresa da população, pois muitos destes são moradores da ilha e queridos por muitos daqui. Quem sabe até ajudariam na conscientização sobre o bom uso das barcas?
Devíamos fazer com que as cargas fossem divididas em mais de um horário, justamente para não sobrecarregar apenas um. (André Luiz)
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Ricky – Eu não entendi. O Pezão não veio à Paquetá inaugurar o novo cais? Aquele que ia permitir o embarque pela frente? Teve placa e tudo. Ricardo - Ainda é muito cedo para avaliar criticamente. Existe um passivo de anos da relação nossa, dos moradores da Ilha de Paquetá, com as empresas concessionárias e a própria Secretaria de Transportes. Soma-se o trauma da perda da grade de 2013, quando a CCR assumiu, e as sucessivas supressões de horário seguintes até o que temos hoje. Apesar de o Osório pedir um voto de confiança, não somos nós quem temos que dá-lo, eles devem conquistar. Se, como nos falaram em reuniões, agimos ou nos comportamos mal dentro das embarcações e nas estações, se as sujamos ou danificamos, tudo isso é fruto de anos e anos de abandono e maus tratos proporcionados que culminaram em uma sensação de abandono eterno. Agimos de maneira proporcional ao tratamento que recebemos. O que precisa ser feito para aprimorar isto? André - A grade ficar melhor do que está. O ideal seria ter o horário que tanto desejamos, o de 12h Praça XV-Paquetá e 13h Paquetá-Praça XV. Precisamos resolver esse horário de 12h, de suma importância, até mesmo para dividir a carga entre 12h e 13h30. Outro ponto que não podemos esquecer é o final de semana: acrescentando o horário das 7h da manhã, e puxando o das 6 para 5h30 da manhã, Paquetá-Praça XV, sem mexer nos horários subsequentes. Ricky – Fim de semana não é só turista, tem gente que estuda, que trabalha, e precisa chegar na hora. Ricardo - É necessário que a empresa que opere o sistema, seja qual for, e o Governo do Estado assegurem no mínimo o cumprimento dos horários, que assegurem as condições sanitárias e conforto dentro das embarcações. As pessoas sentem sede e fome, principalmente se vão pegar uma viagem que levará de 50 min a 70 min (sem contar tempo de espera em estação). Precisam de infraestrutura como bebedouros higienizados e banheiros funcionando, além de lixeiras vazias. Não adianta muito pedir para o pessoal jogar o lixo na lixeira e ela estar lotada ou sem condições de uso. Não
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Fim de semana não é só turista, tem gente que estuda, que trabalha, e que precisa chegar na hora. (Ricky Goodwin)
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Lenora – Existe um contrato e este tem de ser cumprido. Não creio que a CCR, que já perdeu o pedágio da Ponte Rio-Niterói, queira perder as passagens pagas de Niterói, Cocotá e Charitas. Se eles abandonarem a licitação, simplesmente estarão dando um tiro no pé, pois estarão fechando as portas para novos contratos com o Estado, além da repercussão na Bolsa de Valores de suas ações, com as penalidades que surgirão. A péssima propaganda de imediato talvez seja pior do que o valor das multas... Penso que são inteligentes empresarialmente o suficiente para não quererem isso, os acionistas lhes comendo o fígado... André - Pra mim não passa de chantagem por parte da concessionária, até porque a perspectiva de crescimento do fluxo de passageiros em 2016 é ótima. Teremos o VLT na Praça XV, interligando as barcas com o aeroporto Santos Dumont, a rodoviária Novo Rio e o Centro da cidade. E ainda temos a promessa de o metrô chegar até a Praça XV, num médio/longo prazo. Acho que eles estão fazendo chantagem barata. Ricky – Parece aquela criança que muxoxa: “Não quero mais brincar. Tá chato. Vou embora”. Aí a criança dona da casa diz: “Não, fica. Olha, te dou isso, toma mais aquilo, fica sim, vai ser bom...” Eu não entendo esses contratos do Estado com empresas particulares: se a concessão dá lucro, vai pra concessionária; se dá prejuízo, é o Estado quem paga. Lenora - Por outro lado, ouvi na CBN que a CCR quer entregar sim, que o novo edital estaria pronto (sem nos ouvirem, infelizmente) e que já têm três empresas interessadas em participar desta licitação. Então, temos de esperar que melhores condições de acessibilidade estejam nos aguardando. Ricardo - A CCR já está de partida. Durante esse processo de entrega - e principalmente de acordo com a maneira como será conduzido esse processo -, a empresa está em uma posição que, para nós que dependemos do serviço, é extremamente desconfortável. Se esse distrato ocorrer por vias judiciais, a CCR pode utilizar o contrato atual em vigor de modo a nos prejudicar, interpretando-o da pior forma. Estava nas entrelinhas de todas as reuniões esse fantasma do contrato. O que temos hoje em dia é, na visão deles, um favor da empresa, não é uma obrigação. E é esse o ponto em que temos e precisamos de lutar. Nossa mobilização precisa ser para assegurar que a grade de horários do novo contrato seja no mínimo como a oferecida em agosto de 2013. A Secretaria de Transporte disse que terá um modelo de contrato até o final do ano. Esperamos que convidem os moradores a participarem. Mas, para que isso aconteça, precisamos de mobilização, sem a qual podemos até perder o pouco que temos.
A Comissão mencionada conta também com a participação de Diogo Nascimento e Marcelo Ficher. Não conseguimos contatar o primeiro a tempo e o segundo não pôde participar da entrevista, mas eles estarão contribuindo para o debate desta questão nos próximos números do jornal.
PARA CURTIR
Chegou a hora de homenagearmos as pessoas que fizeram de Paquetá um lugar melhor em 2015.
TROFÉU JORNAL A ILHA Categorias
JORGE CAPADÓCIO Estalagem
(antigo Recanto São Jorge) sob nova direção
Melhor bar Melhor restaurante Melhor lanchonete Melhor hotel/pousada Melhor evento Melhor mercado Melhor bazar Melhor loja/prestador de serviço Melhor clube Melhor cozinheiro Melhor garçom/garçonete Melhor atendente Melhor taxista Melhor charreteiro Melhor trabalho comunitário Melhor fotógrafo Melhor artista Melhor músico Melhor banda/grupo de música Melhor profissional de ensino Melhor profissional de saúde Melhor atleta Personalidade do ano Participe deste concurso! Durante a Fase de Indicações, que vai até o dia 15 de novembro, entre na página do Troféu A Ilha no Facebook e poste o nome de quem você acha que merece concorrer aos melhores de 2015. Você também pode indicar seus preferidos pelo email trofeuailha@jornalailha.com. Todos os indicados estarão publicados no site oficial do Troféu: www.jornalailha.com. Na Fase de Votação, dos dias 16 a 26 de novembro, é só ir lá e clicar no seu candidato, em cada categoria.
- Diárias com café da manhã - Alugamos espaço para eventos Rua Maestro Anacleto, 258 – Campo
3397 2007 / 2274 5613
oliveiragg@terra.com.br
Os três mais votados em cada categoria passarão para a Fase de Júri, quando um corpo de Doutores em Paquetaísmo escolherá os vencedores. A data da grande cerimônia de entrega do Troféu A Ilha será anunciada em breve. Os vencedores serão conhecidos na hora. Preparem seus corações!
PÉROLAS DA GUANABARA
Balseira manjadora Antonio Carlos da Silva As histórias da Praia da Imbuca que Jorge Roberto escreveu no jornal passado me fizeram lembrar de um "causo" que ouvi no Galetinho enquanto tomava café. Um famoso policial da ilha levou uma maravilhosa donzela pra namorar na Imbuca. Enquanto "namorava", reparou que uma balseira não se mexia, apesar da maré estar em baixa e a correnteza forte. Parou o seu namoro, sacou sua arma, deu dois tiros em direção à balseira e, para seu espanto, ela tomou rumo ao Farol da Mesbla sumindo de suas vistas.
>>P T
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91 ANOS DO EUDÚCIO
N IGht DE DIA! fotos CLÁUDIO SANTOS
75 ANOS DO ZÉ ARMANDO
cemitério sem mistério Jardim de Afeto Te x t o & f o t o s C l á u d i o M a r c e l o Que tal uma sepultura localizada num ponto alto da encosta, dotada de janela panorâmica feita de tijolos de vidro, e com uma engenhosa arquitetura interna que deixa o corpo do falecido, não horizontalmente deitado, mas recostado como numa cadeira de dentista - a cabeça acima do nível dos pés - para usufruir eternamente de vista para o mar? Não é lenda. A tal sepultura existe 1 (1 ) - o repórter de A Ilha viu com seus próprios olhos. Seu proprietário e idealizador está vivinho da silva, mora no Campo, e não deve querer testar tão cedo a eficiência de seu projeto. Essa é uma das muitas histórias e curiosidades que se escondem nas alamedas do antigo Cemitério de Santo Antônio, hoje Cemitério de Paquetá, que já passou por vidas muito diferentes nos seus quase 150 anos de existência.
tamarineiros. Recriou totalmente a capela com arcadas góticas, paredes em pedras de vários tons, banquetas também de pedra. E doou para o espaço duas de suas premiadas obras, "Cristo ao Luar" e "São Francisco falando aos pássaros." Infelizmente, nenhuma das duas está mais lá: suspeita-se que foram furtadas e não se sabe nem mesmo se houve um registro oficial disso. Pedro Bruno era também um homem de espírito público e visão de justiça social. Enquanto vivo, não permitiu que se construíssem masoléus ou jazigos suntuosos, que ostentassem riqueza e diferenças de classe. Sua própria sepultura ( 3 ), idealizada pelo amigo Augusto Silva, revela a elegância da simplicidade, e não contém qualquer indicação sobre o grande artista que repousa ali. 3
Inaugurado em 1868, pelo vigário João da Rocha Cristallina, em terreno doado à Mitra pela benfeitora Dona Escholastica Maria Lisboa, o cemitério ganhou o nome de Santo Antônio porque assim se chamava na época a atual Rua Manuel de Macedo. O novo cemitério veio substituir o improvisado Cemitério do Bom Jesus, na verdade um amontado de catacumbas, em pequeno terreno junto à Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus do Monte. Por falta de verbas, a Mitra não conseguiu manter o terreno e o serviço em ordem, a área acabou desapropriada e a Prefeitura do Rio, então Distrito Federal, assumiu a administração de tudo. Na verdade, nesse endereço, a vida do cemitério jamais foi tranquila. Corpos em decomposição, instalados numa colina, não eram exatamente os vizinhos dos sonhos de quem morava próximo, principalmente na temporada de chuvas. Temiam, com certa razão, que as águas morro abaixo, depois de passarem pelas sepulturas, contaminassem seus poços, e pediam que o cemitério fosse retirado dali. Só em 1932, aconteceu a grande virada, em que o Cemitério de Paquetá começou a tomar a forma que hoje conhecemos. O prefeito Pedro Ernesto -aquele mesmo que dá nome ao hospital universitário, em Vila Isabel- deu ao artista plástico paquetaense Pedro Paulo Bruno o cargo de Oficial Administrativo da Prefeitura, com a missão de ser o zelador artístico do cemitério … sem remuneração. Com quarenta e poucos anos de idade, no auge da sua forma criativa, Pedro Bruno viu o combalido cemitério como uma tela em branco, e fez a festa. Com o apoio de seus companheiros da Liga Artística Paquetaense, operou uma transformação radical, fazendo do local um imenso jardim florido, arborizado, agradável, para transmitir a paz que merecem os que lá estão. Ajardinou as alamedas ( 2 ) plantou ciprestes, roseiras, 2
Quatro anos após a morte de Pedro, ocorrida em fevereiro de 1949, o Cemitério de Paquetá passou a ser administrado pela Santa Casa da Misericórdia e, sem o olhar de seu anjo da guarda, as coisas começaram lentamente a se deteriorar. Como um jardim sem o necessário manejo, a vegetação foi tomando conta dos espaços, árvores sem podas regulares cresceram perigosamente, o mato cercou as sepulturas, várias delas abandonadas, algumas mesmo abertas. Até se chegar ao ponto de, em 2011, o cemitério ser interditado para sepultamentos e exumações, pela Coordenadoria de Controle de Cemitérios e Serviços Públicos, órgão da Prefeitura do Rio, ao constatar numa vistoria um grande número de irregularidades. O afastamento da Santa Casa de Misericórdia da administração de 13 cemitérios do Rio, por fraudes e má gestão, mais uma vez muda o rumo da história do Cemitério de Paquetá. Em janeiro deste ano, 4 passou a ser administrado pela concessionária Reviver - veja o quadro "Sob nova administração." Luciano Rosa ( 4 ) é o gerente administrativo escalado pela Reviver, e encontrou muito trabalho para colocar a casa em ordem, que hoje abriga 600 jazigos e, sem ter para onde se expandir, não tem espaço para novas sepulturas. "Logo de cara, tiramos seis caminhões de entulho que vinha se acumulando há anos", conta Luciano. Mesmo passando pela Manoel de Macedo, é visível que o local já tem um aspecto mais limpo e cuidado. Com a ajuda de apenas dois funcionários -os coveiros Antônio e Sílvio ( 5 )-, o gerente
Luciano foi flagrado pela reportagem de A Ilha vestindo grossas luvas, num dia quente e ensolarado, pegando no pesado na recuperação da capela ( 6 ), da sala de velório e dos banheiros, para estarem preparadas para o movimento do Dia de Finados. Todas as árvores foram numeradas e classificadas, e começaram a ser podadas, porque várias delas oferecem risco de queda (aliás, um passarinho 5
E por falar em personagens, ainda existe outro que é vivo e intimamente ligado à história recente do cemitério, por motivos profissionais. O nome dele é Paulo Roberto da Silva, o Cobrinha. O folclórico coveiro, grande contador de histórias, trabalhou ali por quase 40 anos, como funcionário da Santa Casa. Aposentou-se recentemente com problemas de saúde, que o deixaram quase cego. Por seis anos, cuidava sozinho de tudo e, nos sepultamentos, quando o serviço era mais pesado, contava com a ajuda de amigos e familiares do morto. Já em tempos de Ecotáxi, dizia-se nas esquinas que aquele temido carrinho metálico, que o coveiro utilizava para transportar os caixões, chama-se Ecobrinha: o táxi que leva os passageiros, mas nunca traz de volta. 7
soprou à reportagem que o grupo Plantar Paquetá, que faz o replantio e manutenção de árvores na ilha, vai propor o plantio de bougainvilles roxos junto ao muro da frente ( 7 ), refazendo a paisagem de anos atrás). Um mapa com a localização exata de cada sepultura estará em breve à disposição dos visitantes (houve muitos casos de pessoas que foram enterradas na sepultura errada e outras em sepultura "emprestada", por não achar a sua). Outro projeto em andamento é a sinalização dos jazigos de figuras históricas. Um passeio pelas alamedas parece uma volta pelas ruas e praças de Paquetá. Lá estão, além de Pedro Bruno, Dr. Aristão, Alambary Luz ( 8 ), Padre Juvenal, maestro Anacleto Medeiros e outros.
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Definitivamente, o cemitério de Paquetá não é uma necrópole como as outras. Houve tempo em que crianças lá brincavam de esconder ou assustar os passantes. Casais namoravam nos bancos na calçada em frente. A morte não é mesmo a principal imagem a que os paquetaenses associam o seu cemitério. Como disse o grande Pedro Bruno, "Longe da feição macabra, devemos ver apenas, no cemitério, uma alta expressão do passado, suavemente lembrada pela saudade." Amém. Algumas dessas sepulturas andavam em péssimo estado, mas vêm sendo recuperadas com recursos e mão de obra de um grupo de moradores, liderados por José Cardoso de Andrade, o professor Juca, numa linda iniciativa de amor à ilha. Pelo menos seis delas já estão prontas, e ganharam uma placa com a singela inscrição "Paquetaenses recuperaram este jazigo." O médico baiano João da Silva Pinheiro Freire é outra celebridade do cemitério de Paquetá. Bisavó do nosso querido gari e cozinheiro Alfredo, foi um dos maiores benfeitores da história da ilha, trazendo, enquanto administrador, importantes melhorias, como água encanada, iluminação pública, rede de esgotos, posto telegráfico. E, além de clinicar por quatro décadas, ainda distribuía diariamente comida aos pobres em sua própria casa. Talvez essa alma tão boa seja a explicação para que três tentativas de exumação de seus restos mortais tenham sido frustradas, porque os coveiros encontravam seu corpo completamente intacto. Bem, pelo menos é essa a história que se conta…
Jardim de Afeto cemitério dos pássaros Sob nova administração Além do Flamengo e da sua coleção de filhas bonitas, Theophilo Coutinho tinha mais uma grande paixão: o Cemitério dos Pássaros, que ele cuidou por mais de 50 anos, em parceria com seu amigo e vizinho Aldemírio da Encarnação. Theophilo faleceu em setembro de 2012, mas suas meninas assumiram o posto com competência e dedicação. Mais uma das travessuras criativas de Pedro Bruno, o Cemitério dos Pássaros tornou-se, faz tempo, uma das atrações turísticas da ilha e é parada obrigatória no roteiro das charretes. Anexo ao cemitério de Paquetá, abriga 24 pequenas sepulturas, do tamanho de caixas de sapato, que recebem todos os tipos de pássaros, muitos vindos de outras partes do país. Alguns chegam pelo correio, outros são deixados nas imediações, e há os que são trazidos pessoalmente por seus proprietários, como uma senhora que veio de São Paulo acompanhando o corpo de seu papagaio, congelado especialmente para a viagem. Segundo Aldemírio, o pequeno número de sepulturas dá conta do recado, já que poucos dias após o sepultamento restam só as peninhas que, retiradas, abrem espaço para outro falecido.
O fim do centenário reinado da Santa Casa de Misericórdia na administração dos cemitérios do Rio gerou uma tumultuada licitação para se chegar às duas concessionárias que assumirão o posto por 35 anos. Depois de adiamentos, disputas judiciais e muita polêmica, o consórcio Rio Pax ficou com seis cemitérios e o Reviver com sete, entre eles o de Paquetá. Para atrair o interesse de empresas para participar da concorrência, a prefeitura do Rio criou um pacote de bondades, entre elas a cobrança de uma taxa anual para a manutenção dos jazigos perpétuos. Que agora não são tão perpétuos assim. Quem não pagar a taxa por três anos seguidos pode ser "despejado" da sua propriedade. No cemitério de Paquetá ela é de R$ 200 e pode ser parcelada no cartão de crédito. O Sindicato dos Estabelecimentos Funerários do Rio considera a cobrança indevida e moveu uma representação no Ministério Público (MP) pedindo uma investigação sobre os aumentos, que considera abusivos. Mas, até o momento, a taxa continua valendo. Além disso, tarifas sobre vários serviços - como aluguel de capela e exumação - tiveram reajustes de até 250%, baseados nos cemitérios de São Paulo e Belo Horizonte. A taxa de exumação, por exemplo, passou a ser cobrada antecipadamente, na hora do sepultamento. Não pagou, não enterra. Para ter maior controle sobre todas essas novas cobranças, ambas as concessionárias iniciaram um processo de recadastramento dos proprietários de jazigos. A prefeitura calcula que, com isso, cada empresa pode ter uma receita superior a R$ 30 milhões por ano, o que dá um total de mais de 1 bilhão até 2050, quando terminam as concessões. Os proprietários de jazigos em Paquetá podem fazer o recadastramento pelo site www. concessionariareviver.com ou pelo telefone 08000221650. Ou ainda diretamente na administração do cemitério: tel.:3397-0357.
Balança mais no Cais Osc a r B o l ã o Amigos, achei uma preciosidade aqui em Paquetá! Fui orar no túmulo do Anacleto e, quando lá cheguei, encontrei um papel amarelado sobre a lápide com esta oração escrita. Compartilho agora com vocês, queridos músicos: Além de algumas esculturas de pássaros, também criadas por Pedro Bruno, o cemitério ganhou em 2011 um painel poético, com versos que falam de aves, em comemoração ao bicentenário de nascimento de José Gonçalves de Magalhães - o Visconde de Araguaia - introdutor do romantismo no Brasil. Na ocasião, foi lançado o livro O Cemitério dos Pássaros na Ilha de Paquetá, de autoria de José Cardoso de Andrade - o professor Juca - e Rafael Medeiros de Andrade. O livro ainda pode ser encontrado na livraria Arlequim, no Paço Imperial, Praça XV.
ORAÇÃO DO PREGO Em louvor ao Maestro Anacleto de Medeiros Ao Maestro amor não nego Por isso peço a sua “bença” Se ainda hoje sou “prego” Isso é coisa de nascença Anacleto, músico bamba, Que encantou com seu clarinete Eu toco mal pra caramba, Muito mal, sou ruim pra cacete Maestro admirado e querido Prostrado, aqui, humildemente Te faço um sincero pedido: Tu que és mais-que-perfeito Me tira dessa lama em que vivo Faz com que eu toque direito!
Domingo agora, dia 8, é dia d'O Choro do Anacleto, na Casa de Artes. Imprimam esta oração e passem mais cedo no Cemitério pra recitá-la ante a cova do maestro. Lá estarei às 13hs pra fazer minha oração. Apareçam. Dizem que é tiro e queda!
A ILHA É DAS CRIANÇAS
Paquetá realmente é um paraíso para as crianças. Acompanhem, por exemplo, quantas festas infantis de rua aconteceram entre Cosme e Damião e o Dia da Criança. veja mais fotos no Face do jornal A Ilha
Cosme e Damião no Cerqueirão Ricky Goodwin
Festa da Gorete
Pelas ruas de paquetá
Festa do Sorvete no Carecas Neusa Matos
Neusa Matos
Ricky Goodwin
Cosme e Damião na Bodega Neusa Matos
Dia das Crianças do Colégio no PIC Claudio Santos
Dia das Crianças do Alfredo Neusa Matos Ricky Goodwin
A ilha é das crianças é o nome do curta premiado dirigido por Zeca Ferreira, com as crianças da ilha, contando um dia de Cosme e Damião. Breve, em exibição na Globo.
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xistiu uma época de preocupação constante com a estética e essa preocupação se refletia nas construções. Escrevo estética no sentido de carinho, cuidado com o entorno, preocupação em não agredir o olhar, mas, ao contrário, agradá-lo.
Temos ali na ponta do Lameirão um exemplo desta arquitetura cuidadosa - a estação elevatória, que recebia água do continente, a bombeava para o reservatório no alto do morro e a distribuía por gravidade. Um local meramente funcional. Uma cobertura e paredes bastariam, como facilmente se prova pela existência da atual elevatória ao lado do portão principal do Preventório (quatro paredes cobertas por telhas de fibrocimento). Mas, como dito no início, existiu uma época... E o que temos é uma joia do art déco. Um predinho lindo com os gradis e volumes do estilo, pensado e executado com carinho e amor, implantado à beira do mar calmo de nossa ilha, que o reflete duplicando sua beleza. Beleza que anda cansada. Cansada pelo abandono que vive mas, altiva, mantém sua dignidade.
Pais de alunos esperam que cupins da Pedro Bruno tomem bomba e não passem de ano Texto Iallê Falleiros // Fotos Catherine Gallois
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m mês depois da publicação, pelo jornal A Ilha, da matéria sobre a Escola Municipal Pedro Bruno, os primeiros resultados já foram obtidos: a coordenadora da 1ª CRE (Coordenadoria Geral de Educação), Rita Eliane Carvalho, visitou a escola no dia 21 de outubro, acompanhada por técnicos da Secretaria Municipal de Educação, e prometeu melhorias imediatas nas condições físicas do prédio.
O perigo pode ser ainda maior considerando-se que há apenas uma saída do prédio. Catherine fez contato com o Instituto Regional de Patrimônio Histórico (IRPH) solicitando a descupinização, acompanhada de uma vistoria técnica por este órgão, responsável direto pelo cuidado com o patrimônio histórico local.
Investigamos um pouco mais sobre as possibilidades de restauração da construção junto à técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Catherine Gallois, Moradora de Paquetá há mais de 10 anos, ela também se assustou com o que foi relatado pela reportagem. Em sua opinião, a Defesa Civil deveria ser acionada com urgência para elaborar um laudo da situação física em que a escola se encontra, pois alunos e profissionais da educação podem estar correndo risco. “Há quanto tempo não sobem no telhado? Se os cupins estão instalados, pode haver uma viga de madeira sem engaste com a parede e isso é perigoso”, informa.
Pais comandam luta As diretoras da Pedro Bruno e os pais com quem conversamos se sentiram contemplados pela iniciativa do jornal de vocalizar os enormes problemas que têm que enfrentar. Na reunião de pais ocorrida no dia 16 de outubro, todos comemoraram a diminuição do número de alunos com conceito I (Insuficiente). As diretoras incentivaram os responsáveis a participarem do cotidiano escolar, indo um dia experimentar a merenda, olhar o quintal, conversar com elas e com os professores. Elas acreditam que o envolvimento deles no espaço educacional trará efeito positivo sobre os alunos. Dentre os responsáveis presentes na reunião, havia vários ex-alunos da Pedro Bruno, assim como pais que participaram da mobilização para a construção da atual sede da Escola Municipal Joaquim Manoel de Macedo. Uma dessas mães comentou que as crianças que saem do primeiro segmento do ensino fundamental (5º ano), oferecido na Joaquim Manoel de Macedo, vão desanimadas para a Pedro Bruno, para completar o ensino fundamental, devido ao estado de deterioração física em que se encontra a escola. O que deveria ser motivo de orgulho e comemoração, a passagem para a nova etapa, tem sido motivo de sofrimento para os pais e alunos que lutaram pela melhoria de condições para a educação na ilha alguns anos atrás. São esses mesmos pais que estão comandando o movimento em prol da Pedro Bruno. Com base na matéria veiculada pelo jornal A Ilha, um grupo está elaborando um abaixo-assinado para enviar para o Ministério Público e para a mídia, reivindicando a melhoria das condições desse espaço. Esses pais carregam a experiência acumulada da luta pela construção do prédio da EM Joaquim Manoel de Macedo e a esperança de que seus filhos tenham um futuro digno por meio da educação escolar. Assine o abaixo-assinado pelas melhoras na escola.
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O ambiente do hospital
Haroldo está todas as manhãs no mercado de peixe da Praça Bom Jesus. Quem o vê ali, tão paquetaense, falante e sorridente, não imagina que ele já foi cozinheiro do Iate Clube do Rio de Janeiro e até de navios da Petrobras. Nasceu em Além Paraíba, Minas Gerais, e lembra com saudade dos quitutes que sua mãe preparava para os 10 filhos, entre eles o Adilson, que pilota com competência o fogão do Iate Clube de Paquetá, posição que o irmão também já ocupou. Haroldo sabe tudo sobre culinária e gastronomia, dos pratos do dia a dia aos mais sofisticados. Este foi escolhido por ser o favorito de sua esposa, Aurilene .
Carlos Coelho
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Feijão Tropeiro do Haroldo Ingredientes
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1 quilo de carne seca de traseiro, dessalgada, desfiada e cozida 2 linguiças calabresas 250 gramas de bacon 2 maços de couve
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2 dentes de alho 2 cebolas grandes 1 maço de cheiro verde 4 ovos 1 xícara de chá Meio quilo de feijão vermelho
Modo de fazer Coloque o feijão vermelho e a carne seca de molho (em recipientes separados) de véspera. Escorra. Cozinhe o feijão e a carne seca na mesma panela com duas folhas de louro. Escorra. Quando esfriar, desfie a carne seca, bem fininha, com os dedos. Separe. Numa panela grande, faça um refogado com bacon, linguiças fatiadas, cebolas cortadas em fatias bem finas e alho amassado. Acrescente o feijão cozido e escorrido e a carne seca cozida e desfiada. Junte a farinha de mandioca aos poucos, mexendo por alguns minutos. Desligue o fogo. Ajuste o sal se necessário. Numa frigideira, coloque manteiga ou óleo e faça os quatro ovos mexidos. Reserve. Em outra frigideira, refogue os dois maços de couve cortados bem fininhos. Se fizerem água, escorra. Reserve. Coloque a couve já pronta na panela grande onde está o feijão com os outros ingredientes e misture levemente. Faça o mesmo com os ovos mexidos. Acrescente por último o cheiro verde bem picadinho. Está pronto! (Não tampe enquanto estiver quente)
O feijão tropeiro é um prato completo , mas pode ser servido com costeletas de porco ou lombinho. Fica delicioso acompanhado de arroz , torresmo ou banana d´água à milanesa. Na página do Jornal A Ilha no Facebook você pode conferir a receita do torresminho e da banana à milanesa do Haroldo. Bom apetite !
NOSSAS RAÍZES Paulo César PC Admiro os guerreiros. São fortes por natureza. E se por acaso choram é porque as lágrimas também foram feitas para os fortes, mas com uma diferença, eles as enxugam e de cabeça erguida enfrentam as intempéries e alcançam os sonhos.
Edson Pinheiro da Silva
Amigos do Cantinho do Ambiente, após um tempinho para cuidar da saúde, retorno fechando esta coluna justamente no Dia do Médico!!! É uma coincidência realmente salutar. Neste tempo cuidando de mim, precisei algumas vezes do Serviço de Saúde. Não sou profissional da área e então minha visão é a de um simples usuário. Várias indagações que farei não terão respostas agora, pois todos precisamos nos informar sobre quais são nossos Direitos e Deveres para sabermos como agir. Duas questões saltam aos olhos dos usuários: a situação da Emergência e a do atendimento às crianças da ilha. Em alguns debates temos visto os ânimos se exaltarem, o que não faz nada bem à saúde. Parcelas da população tem feito também confusão quanto ao necessário entendimento. Precisamos então esclarecer todas as situações!!! Temos o Programa Saúde da Família, voltado para a prevenção e acompanhamento das famílias, e que de certa forma tem atendido ao que se espera deste tipo de atendimento. Mas, quanto ao Pronto-Atendimento, as reclamações se multiplicam a cada dia, muitas vezes até injustamente com os profissionais que, na verdade, estão no “rabo-do-foguete”, na extremidade mais fraca, segurando o rojão de um sistema que vem cada vez mais deixando a desejar. Quando não acontece nada, tudo certo. Porém, não raro ocorrem casos de muita tensão e estresse indistintamente, sejam médicos, enfermeiros, toda a equipe de apoio e também a população, sempre em uma urgência com apenas um médico no plantão. Por não temos aqui o SAMU, as remoções precisam ser feitas com a ambulância própria. Mas com o médico sozinho, sem poder se ausentar, há que se apelar para o “jeitinho” com vistas ao atendimento. Assim, a partir de agora, iremos nos informar se a Emergência está de acordo com os padrões de atendimento e, caso contrário, como proceder para nos enquadrarmos, além de alguns casos como a Pediatria. Esta, segundo informações de Conselheiros Tutelares, não estaria de acordo com as exigências legais. Iremos investigar através de entrevistas para nos próximos números podermos falar com propriedade desta situação que nos parece muito crítica. Vamos procurar obter todas as informações necessárias para uma justa análise da situação, através de várias fontes: da direção do Posto de Saúde,de um médico (de preferência do Conselho), do Administrador Regional, Ivo Paquetá, representante da população junto à Prefeitura e desta junto à população, para sabermos as suas posições. Vamos contatar o próprio CREMERJ, no que se refere às determinações oficiais, e até o Conselho Tutelar, para também termos apoio e respaldo jurídico sobre a situação das crianças. Assim, mais à frente, contaremos com uma “radiografia” do caso e saberemos como enfrentá-lo. Acompanhem as próximas colunas do Coelho, em sua busca por informações sobre o atendimento hospitalar em Paquetá .
MADAME SANZ
ILHA DOS SABORES
Para a transa ser incrível ...
Os segredos dos signos no sexo!
ESCORPIÃO Escorpião: A sua “ferrada” é danada! Este é o signo mais sexual do zodíaco. Sempre sedento... Ela: provocante e sedutora, sabe manipular a magia da atração, levando o par à loucura com seu jeito dominador. Investe sua energia para transformar o sexo em um momento de intenso prazer. Ele: sinônimo de audácia, nada o intimida. Sabe como ninguém levar a parceira ao delírio, mas, se não sentir que ela é sua cúmplice, vai em busca de alguém que corresponda aos seus anseios sexuais. Ambiente: lugares proibidos ou exóticos, com clima de mistério.
Zonas erógenas: orelha, pés, pernas e região anal. Posições: as mais ousadas possíveis, acompanhadas de palavras picantes. Fantasia: transar em situações que misturem prazer e medo. Seduzir um escorpiano: Em dois litros de água fria, coloque sete gotas de perfume de sândalo ou absinto, pétalas de uma dália e uma pedra que você goste muito. Deixe descansar por três horas e retire a pedra. Após seu banho, despeje a mistura sobre seus pés e deixe-os secar naturalmente. Junte as pétalas da dália e jogue no lixo. A pedra deve ser usada como um amuleto para atraí-lo. Se não der certo é porque você não teve competência na cama. Boa sorte! Bom sexo! MADAME SANZ é ariana, metida à engraçada, “quase” cigana, astróloga, numeróloga, alcoólatra.
Arquivo Biblioteca Nacional
TÚNEL DO TEMPO
o passatempo deste mês E continua nossa série com imagens de Paquetá registradas por fotógrafos célebres do século XIX. Nesta edição, um praia fotografada por Frederico Carlos, em 1864. A brincadeira aqui consiste nos leitores de 2015 identificarem: a) que local é este? b) que casa era esta? No Túnel do Tempo do mês passado, o primeiro a nos trazer as respostas daquela fotografia (por Juan Gutierrez, em 1893) foi o Benedito, que sabe tudo sobre a história de Paquetá. O local é a Praia do Buraco (as pedras são as mesmas) e aquela era a Casa do Lobisomem. A casa não existe mais, mas sua lenda continua: o dono era um homem magro, muito magro, e branco, quase translúcido. E muito recluso. Diziam que nas noites de lua cheia ele virava lobisomem. Muita gente jura que ouviu seus uivos ecoando sobre o luar do morro. E nenhuma criança passava por ali de noite! Você consegue identificar esta casa e este local? Escreva para cartasjornalailha@gmail.com
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O Paquetaense segue pegando fogo
Te x t o G l ê n i o M a c i e l / / F o t o s C l á u d i o S a n t o s Se alguém achava que esse campeonato seria chato e monótono, tenho certeza que mudou de opinião com as últimas rodadas da fase de classificação. Jogos pegados, cheios de gols e realmente emocionantes. Gas agora se chama Metralha
E quem pensou que tudo já estava decidido se enrolou na quarta rodada. Primeiramente pelo jogo entre Eu+10, que vinha de goleada em cima da Moreninha, e Gás que vinha de uma vitória larga em cima do Tudo Nosso. Vale destacar que a partir dessa rodada a equipe do Gás passou a se chamar Metralha. E a equipe do Metralha não deixou por baixo, alargando ainda mais a sua distância para o segundo colocado do grupo A: 3x0 em cima do EU+10, que estreava seu uniforme novo, lindo por sinal. Além dessa partida, as tabelas sofreram reviravoltas: um empate entre o Pedra Lisa e o Itaoca em 1x1, e uma derrota da Colônia para o Siriji.
Eu + 10 de uniforme e escudo novo
A segunda rodada do Paquetaense 2015 teve início com um jogo disputado entre Siriji e Itaoca, onde a equipe do Itaoca saiu com a vitória de 2x0, com destaque para o gol de Felipinho. Logo após, houve a estreia do Pedra Lisa no campeonato, pegando o bicampeão Tudo Nosso, e terminou 1x1. O grande jogo do dia ficou para EU+10 x Moreninha, onde a equipe verde não deixou barato e goleou por 4x0. Os destaques do EU+10 foram Palombetinha, Jean Ronaldinho e Pablo, que marcou dois gols, além do goleiro de 15 anos, Matheus, que fez ótimas defesas.
Colônia, o quarto classificado
A última rodada da fase de grupos foi realmente emocionante. No primeiro jogo, tivemos vitória da equipe do Siriji por 3x0 em cima do bicampeão Tudo Nosso. O resultado eliminou o Tudo Nosso e classificou o adversário. O clássico Itaoca x Metralha terminou em 1x1, empate que tirou o Itaoca do campeonato e manteve o Metralha em primeiro do grupo A. A equipe do EU+10 garantiu o primeiro lugar do grupo B com uma vitória em cima do Pedra Lisa por 1x0. E o time da Colônia pegou a última vaga do grupo B ao empatar com a Moreninha em 1x1. Time do Siriji se prepara para engrar em campo
A terceira rodada também não deixou a desejar, teve goleada e jogo decidido no final. Primeiramente a equipe do Gás goleou o Tudo Nosso por 6x0. E logo depois, mais uma goleada: a Colônia bateu a Pedra Lisa por 6x2, destaque para Matheus, que fez um grande jogo. A Moreninha, vinda de derrota sofrida, pegava o Itaoca precisando da vitória, e foi pra cima do atual campeão. Apesar do jogo estar empatado até os 45 do segundo tempo, a Moreninha resolveu em uma mágica cobrança de falta, embolando ainda mais o campeonato: 2x1.
A equipe do Pedra Lisa
Não perca na página do Jornal A ILHA no Facebook: a resenha do Glênio com as partidas semifinais, anunciando os dois finalistas do Campeonato Paquetaense!
A equipe Soul Fighters, comandada por Ítalo Bareta, Gildo Jorge e Luís Carlos, conquistou novas medalhas para o jiu-jitsu de Paquetá durante a VII Copa Conde Koma & Infantil, realizada no dia 10 de outubro, no Iate Clube Jardim Guanabara. Vitória Damiana da Silva e Ana Carolina Silva Ferreira faturaram o primeiro lugar nas suas categorias - leve e meio-pesado, respectivamente (Carolzinha venceu por WO). Milena de Moura Araújo (médio) e Anderson Rodrigues Braga (meio-pesado) ficaram com o segundo lugar. Aguardamos mais vitórias dos nossos atletas!
c r ô nica s de p aque t á a vida é como ela é Julio Marques
"Durante meio século, os burgueses de Pont-L'Évêque invejaram a Sra. Aubain por sua criada Felicidade." Sempre quis começar assim, imitando Flaubert. A casa, pintada de laranja, é situada em uma ladeira que termina na praia. O interior, de temperatura agradável no verão, começa em um corredor ladeado por três quartos. Esse corredor acaba em uma sala com duas poltronas cobertas por um tecido aveludado e gasto, e duas janelas que dão para um jardim interno. As paredes estão cobertas de quadros e objetos, lembranças de um tempo de consumo meio exagerado. Isso é agradável e tudo mais, embora a vida, para ser bem vivida, tem de ser construída com personagens que vão se eternizando na nossa lembrança. A pessoa mais corajosa que eu conheci foi o Tonico. Ele era do tipo que não buscava adrenalina para fugir do tédio. Ponderava os gestos mas não vacilava.
Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.
Nossas conversas ( eu, ele e Raimundo), quando quase todos haviam sido aniquilados e se tinha de reconstruir tudo, buscavam saídas em uma conjuntura onde parecia não haver espaço para nada. Era o tempo da luta por liberdades democráticas. O risco estava sempre presente, ainda se matava nas prisões, mas brincávamos com o nervosismo como em uma corda bamba. Reuniões clandestinas, manifestações, assembleias dissolvidas por meganhas, tudo era cotidiano e não nos assombrava. Íamos encontrando e reencontrando pessoas que pensavam parecido, íamos recrutando gente para o movimento. Era necessário se movimentar, sempre assumindo que o que fazíamos era legal, porque era e tinha de ser partilhado. Enquanto todos se calavam, candidato a vereador, Tonico subia em um banquinho, nos pontos de ônibus da praça Tiradentes, por exemplo, e falava contra a ditadura, espantando e conquistando pessoas, corações e apoios.
Depois, eleito, a bomba explodindo em seu gabinete não nos espantou ou amedrontou, mas matou seu tio. Havia que lutar mais, falar mais alto, e fizemos jornais e vendemos jornais e levamos a denúncia aos quatro cantos da ditadura. Ocorre que a gente erra. Uma capa errada, uma palavra mal colocada e a ditadura cai, mas leva junto o que se construiu para aquele momento. Claro que a história é feita de vitórias e derrotas mas, para mim, o Tonico é o
Voltando à Paquetá, acontece que a ilha está cheia de gente e quase não se enxerga a Bundinha Feliz e o Birulinha, junto com a Nega Luiza, andam escondidos nas brumas da manhãzinha. O Jornal da Ilha vai de vento em popa e a Moça da Saia Curta saltita de felicidade. Embora o Ricky não tenha se desdito, dessa vez não há fato nem boato. No mais, afirmo que se for preciso chover que chova. Julio, feliz com tanta baía pra se ver.
um passeio em pqt
O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos.
Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.
Paquetá > Praça XV
Pontos turísticos
símbolo maior daquele período onde se acertou mais capas e mais palavras.
Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40
Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:20 13:30 > 14:20 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10
Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044
Localidades
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Serviços
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Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)
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Aparelhos de ginástica (idosos)
Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis