Jornal a ilha 44

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Ano IV - n 44 - agosto de 2016 - Ilha de Paquetรก, Rio de Janeiro


O que v ai pela Ilha

Editorial Esta edição do Jornal A ILHA é dedicada às pessoas que fazem. Quando a tradicional Festa de São Roque – o maior evento anual de Paquetá – perigou de não acontecer – por desatenção das autoridades municipais, alucinados pela Olimpíada – um grupo de moradores foi à luta, tomou a frente das coisas e organizou uma versão caseira da Festa, com atrações locais (que em si são muitas, e ótimas), retomando as atividades esportivas que eram parte das festas de antes – aliás, uma Festa de São Roque em muito parecido com as de antigamente, antes que as disputas e as verbas oficiais tomassem conta.

Chegando para a Festa

Márcia Kevorkian

Temos que valorizar as pessoas que fazem. Pois o que muito tem em Paquetá são as pessoas que reclamam. Sim, criticar é bom, mas falar é fácil, difícil é fazer do falatório ações positivas. De negativo já bastam nossas contas bancárias... Pessoas como as que estão preocupadas com o nosso patrimônio histórico, o Solar del Rey, abandonado, caindo aos pedaços. E que estão organizando, entre outras batalhas, um Ocupa Solar. Como as pessoas que produziram e participaram das homenagens ao nosso grande Maestro Anacleto, no seu aniversário de 150 anos. Como as pessoas que estão se encontrando e dedicando seu tempo na ajuda para conseguirmos organizar e regulamentar os transportes aqui na Ilha. Como o pessoal que se mobiliza e agita nossas festas de rua. Ou as festas juninas/julinas. E trazem para cá eventos como o Encontro de Bicicletas Antigas. Que estão aí nas torcidas e nos times que disputam o Paquetaense. Que plantando árvores e flores recriam nossas belas paisagens. Todas essas pessoas – e ainda outras – estão nas páginas desta edição do Jornal A ILHA. Vá lendo, vendo, virando as páginas, que você vai se encontrar com elas. E, depois, junte-se aos que fazem. A ILHA será dedicada a você. (Ricky Goodwin)

Expediente A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014) Equipe: Ana Pinta, Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Ize Sanz, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Marcelo Ficher, Mary Pinto, Ricardo Cintra e Ricky Goodwin, Taís Mendes. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com

Ele nem completou um ano e já é vaidoso: se enfeitou todinho pra festa de São Roque. Regado diariamente pelos vizinhos, o ipê plantado em setembro passado por Padre Nixon e alguns moradores, na Praça de São Roque, responde com suas primeiras flores.

A Morena está te chamando A Associação de Moradores de Paquetá está se reorganizando – e para ter força e representar os paquetaenses precisa que os pessoas participem de suas discussões. Associe-se à Morena e compareça às suas reuniões. Todos são benvindos – quanto mais gente, melhor. E logo haverá eleições para a nova diretoria.

Escola Joaquim Manoel de Macedo sob nova direção A Escola Municipal Joaquim Manoel de Macedo passa a contar com uma nova direção a partir do segundo semestre. A equipe está sendo recomposta desde que a diretora se aposentou. Desejamos muita força e energia à nova direção para os trabalhos junto aos nossos pequenos paquetaenses.

Bartolo O Bartolo não é mais Comodoro do Paquetá Iate Clube, o nosso PIC. Foram tantos anos de dedicação que já o estavam chamando de Comodoro eterno. Mas nada é eterno e o Bartolo pediu pra sair. Esta nota serve como registro e agradecimento ao apoio que esse nosso Comodoro deu ao Jornal e a todas as atividades culturais da ilha. Obrigado Bartolo. Vai ser estranho ir ao clube e não te ver!

Ano 4, número 44, agosto de 2016. Capa: Toni Lucena . Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de

Adilson Martins Ana Cristina de Mello Carla Renaud Cizinha Cristina Buarque Cristina Monteiro Isabel da Luz Julia Menna Barreto Julio e Sandra Leila e Roberto Martins Leonardo Couto Lourdes e Rubens Luciana Palma

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Lula Mendes Marcio e Mari Angela Maria Holanda Ferreira Maria Jose de Oliveira Mary Pinto Mauro Celio Melo Menezes Nadja Mara Barbosa Padre Nixon Ricardo Bichara Ricardo Saint Clair Sandra Souza Sylvio Sá e Marília

Ricardo Cintra

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Aumentam os furtos e a Polícia se furta

VLT chega a Paquetá

Continuam os furtos de objetos em residências na ilha. Continuam as reclamações de que a polícia nada faz e que se recusa a fazer RO ou BO. O delegado da 5ª DP continua sem saber de nada. Uma casa foi arrombada com pé de cabra e a polícia ignorou o assunto.

O sucesso do novo sistema de transportes é tão grande que o Prefeito Eduardo Paes, na onda da Olimpíada, já deu início às obras que vão ligar Paquetá diretamente à Praça XV. Ricky Goodwin

Antigamente os furtos só aconteciam em casas de veranistas ou vazias. Agora, basta o morador entrar na barca para ir trabalhar, que a galera arromba e faz a festa.

É fogo! São fogos! Muitos moradores reclamando de fogos de artifício nos jogos do Municipal. Parece que isso foi coisa de torcidas de fora. Tudo bem. Mas gente, não vamos estimular essa prática porque, se continuarem os excessos, o maior prejudicado será o clube e nós, moradores que amamos o Municipal e a prática de esportes.

OcupaSolar Este mês será realizado o O c u p a S o l a r, eve n t o de caráter cultural organizado por grupos atuantes na ilha de Paquetá com o intuito de chamar atenção, mais uma vez, para o estado de completo abandono em que se encontra o mais importante espaço público de nossa ilha.

Cantina Vira Viracanto E fechou a Cantina da Ilha, vai deixar saudades, mas abriu ali a Cantina Viracanto, de Ismael, Glória, Fausto e ajuda de Zaru. Continuam Wanderlei e Peteca e retorna Baiano, que estava fazendo falta nas bandejas. Vida longa!

Ricardo Cintra

Interditado há oito anos, o Solar Del Rey foi alvo de manifestações contando com a presença do prefeito Eduardo Paes à ilha. O Abraço ao Solar foi realizado em 2013 e de lá para cá, houve muitas conversas, negociações, promessas, mas, de concreto, a prefeitura nada realizou. Estamos em período eleitoral. Paquetá precisa ser atendida nessa demanda urgente pela restauração do Solar Del Rey e pela sua reabertura como centro cultural da ilha. Quem quiser e puder, incorpore-se à programação. É só se inscrever na página do evento OcupaSolar no Facebook. Quando: Dia 20/08/2016 (sábado) Onde: Na calçada em frente ao Solar Del Rey Das 10 às 23 horas

Zeca & Zaru – dois restauranteurs se encontrando!

Reverenciando Anacleto Anacleto nasceu, cresceu, brincou, tocou e morreu em Paquetá. Foi enterrado sem muita pompa no cemitério daqui mas sabia que, 150 anos depois, receberia uma bela homenagem de Pedros e Veras: Pedro Paes, Pedro Amorim e Carlos Veras. Anacleto gostou de ouvir suas músicas sendo tocadas tão lindamente. E todos que descansam ali gostaram da serenata.

Programação já confirmada: Geloteca Anacleto de Medeiros; Feirinha Ecológica de Paquetá; Oficina de literatura infantil com Ana Claudia Gondim Bastos; Atividade sobre a conservação marinha com foco nos cavalos marinhos da ilha – Projeto Cavalos do Mar; Fotos de juventude – acervo do Grupo de Teatro Solar D’el Rey; Oficina de pintura para crianças com Vander Borges; a música e a dança do Boidaqui; Banda de Rock Escravos do Porão; Exposição de fotografias de Neusa Mattos, Alex Gaudêncio, Cecília Fonseca e outros artistas da ilha; Cineclube PQT.

Neusa Mattos


•ARTICULANDO E DIVULGANDO NOSSAS INICIATIVAS CULTURAIS

AMORES DA ILHA

Cobrinha

•APOIANDO ARTISTAS LOCAIS •PRESERVANDO NOSSO PATRIMÔNIO, MEMÓRIA E IDENTIDADE •PROMOVENDO O TURISMO CULTURAL

Cláudio Marcelo

A COMUNIDADE PROTAGONISTA E BENEFICIÁRIA P RO G R A M AÇ ÃO

12

AGO

Auto de São Roque

Dia 12 agosto – sexta - 21h – Praça de São Roque

Poesia na Praça

Dia 16 agosto – terça - 20h – Quintal da Regina Informações: 3397 0656

09

AGO

16

FOTO DO MÊS

Luiza Boechat

AGO

Cineclube PQT Terças - 20h - Quintal da Regina. PROGRAMAÇÃO DIA 09 - terça

“Olympia" Direção: Leni Riefensthal

23

AGO

DIA 23 - terça

“Munique – Um dia em setembro” Direção: Kevin Macdonald Informações: http://cineclubepqt.wix.com/cineclubepqt .

04 SET

TÚNEL DO TEMPO o passatempo deste mês

Domingo no Darke

Dia 04 setembro – domingo - 10h – Parque Darke Todos os eventos gratuitos e livre para todos os públicos.

Viva São Roque! Viva Anacleto! Viva Orestes Barbosa! CONTE SUA HISTÓRIA PARA ENTRAR PARA A HISTÓRIA Nossa história contada pela própria comunidade parceria Jornal A Ilha, Ponto de Cultura Paquetá na Rede e Casa de Ar tes Paquetá

CAMPANHA FOTO DEPOIMENTOS envie para a redação do jornal ou entregue na casa de artes paquetá sua fotografia antiga de paquetá acompanhada de seu depoimento sobre a foto: um ambiente, uma família, uma construção, uma paisagem, uma lembrança.

* As fotos e depoimentos que vierem a ser coletados farão parte de um acervo para

consultas grátis, do jornal e da casa de artes. Algumas serão publicadas no jornal e algumas farão parte de uma exposição na casa de artes no segundo semestre de 2016. Os critérios para a publicação ou exposição serão definidos pela editoria do jornal e pela curadoria da exposição. Note que você não perde sua foto, pedimos apenas autorização para digitalização. Devolveremos a fotografia junto com um arquivo para você guardar.

CUIDE BEM DE NOSSA ILHA. VALORIZE E PRESERVE SEU PATRIMÔNIO ARQUITETÔNICO, AS PRÓXIMAS GERAÇÕES TAMBÉM MERECEM PAQUETÁ CADASTRE-SE E RECEBA O BOLETIM PAQUETÁ VIVA! paqueta@ilhadepaqueta.com.br www.facebook.com/paquetanarede

Depois da série de pinturas – recantos de Paquetá retratados por pintores célebres – voltamos a publicar desafios com fotografias antigas. E o desafio aqui consiste em identificar qual a paisagem de Paquetá que está aparecendo nesta fotografia. Que lugar é este tão cheio de árvores? Não dissemos que o desafio do mês passado era fácil? Quem descobriu o local retratado naquele quadro de Pedro Bruno, de 1920? Sim, é uma cena do atual Parque Darke de Mattos, com o mirante no alto e o mar à direita, ainda com a murada. A vegetação é que está bem diferente. Quem souber a resposta do Túnel do Tempo deste mês, escreva para cartas@jornalailha.com.br


SÃO ROQUE - A própria festa é a maior atração Taís Mendes Pelos planos da prefeitura, a passagem pelo Dia de São Roque, padroeiro da Ilha de Paquetá, comemorada no dia 16 de agosto, só aconteceria em setembro, após as Paralimpíadas. A justificativa é de que no período olímpico não seria possível apoiar qualquer outro evento. Rapidamente a população se mobilizou e garantiu a realização da festa na data certa. E o povo se empolgou. Serão cinco dias de festejos, que começam na sexta, dia 12, e vão até terça, dia 16. A tradicional procissão de São Roque acontece no domingo, às 16h, mesmo dia do almoço comunitário, um feijão amigo, que será servido na Praça de São Roque. A praça tem coreto, então quem precisa de palco? E no bairro de antiga tradição musical não faltariam artistas dispostos a participar da festa. Os principais ingredientes já estavam garantidos. Era só colocar a mão na massa. Na avaliação do padre Nixon, as dificuldades acabaram tornando as comemorações ainda mais especiais. - Quando a prefeitura disse que não poderia colaborar com a festa de São Roque, pensamos nas várias expressões artísticas, culturais e musicais que temos em nossa ilha. Todos se dispuseram a oferecer seus dons e talentos a serviço de São Roque e de nossa festa. Coisa linda de se ver. Profissionais, artistas e grandes parceiros se uniram numa grande corrente em prol do bem comum. Acredito que essa festa de São Roque será a melhor, com mais participação e a mais abençoada que já tivemos. A união de todos e a colaboração vão fazer a diferença. A festa é nossa. A festa do povo – festejou Padre Nixon. O administrador da ilha, Ivo Santos Filho (Ivo Paquetá), garantiu que negociou o apoio da prefeitura até o último minuto, e elogiou a iniciativa dos moradores: _ A reação da comunidade é excelente e tem o meu apoio! Estou em contato com o Padre Nixon pra ajudar no que for possível.

Programação mais rica e variada Sem as atrações de peso contratadas pela prefeitura, a festa de São Roque será regida pelos ritmos variados das bandas e artistas locais, com opções para todos os gostos. Na programação também está de volta a parte esportiva da festa, esquecida nos últimos anos, com destaque para a corrida de rua, no domingo de manhã. O percurso prevê a passagem dos atletas no entorno de toda a ilha.

Auto de São Roque traz surpresas

Entre a história de Paquetá e Além da aparição de São Roque

Dan Silva

O Coletivo Cantareira de Tradições Locais, que organiza pelo oitavo ano o Auto de São Roque na aber tura da festa, também promete novidades. A Família Real, personagem constante do Auto, este ano virá da África para homenagear os afrodescendentes de nossa ilha e lembrar da população negra que construiu a história de Paquetá. Além da aparição de São Roque, o santo homenageado, outro Santo muito importante para a nossa ilha virá pelo mar ao seu encontro, trazendo bênçãos e alegria ao festejo. A apresentação será no dia 12, saindo da Igreja Bom Jesus às 21h e seguindo em cortejo até o largo de São Roque. (Ialê Falleiros)


Ballet Um salto para a dança

Profª Vera Castro segundas e quartas, das 17 às 18h

Clube Municipal

Cortes, penteados para casamentos, bodas, reflexo

Com a manicure Marthinha (99517.8189)

Comendador Lage, 93 apto. 101 96811.5582

WALDERI MERCEARIA Frutas, legumes e verduras Congelados e laticínios em geral

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Pães doces e salgados Refeições de segunda a sexta

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PQT Bike

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Marcos José Cavalcanti

Jr. Franco

Marcos José Cavalcanti

Arraial do Cerqueirão

EVENTOS

EVENTOS

Marcos José Cavalcanti

Marcos José Cavalcanti Fotos: Juliana Barbieri e Antonio Carlos da Silva

PQT Bike

I Encontro de Bicicletas Antigas em Paquetá


150 anos Anacleto Maestro

Paquetá, terreno fértil para a música. A Ilha dos Amores e das Canções, amorosas ou melodiosas. Aqui nasceram ou viveram nomes entre os maiores compositores da música brasileira. Anacleto de Medeiros, por exemplo. Junto com Pedro Bruno, o mais célebre dos filhos de Paquetá. Celebrando os 150 anos de seu nascimento, muita música e eventos aconteceram em nossa comunidade. E as comemorações continuam nesta edição do jornal. Orestes Barbosa é outro compositor profundamente ligado a Paquetá – sua família ainda mora aqui, na sua casa da Rua Alambari Luz (quase esquina com a Rua Maestro Anacleto). E vamos falar de um compositor praticamente desconhecido, que ficou esquecido no tempo: Glauco Velazquez. No entanto, foi um artista genial, com músicas ousadas para a época, e admirado por mestres internacionais como Darius MIlhaud. Alguns críticos colocam que se não tivesse morrido cedo teria uma carreira brilhante, à altura de um Heitor Villa-Lobos. Assinando este texto, mais um grande compositor, de muitos laços afetivos com Paquetá: maestro Edino Krieger.

Anacleto de Medeiros, ilustre vizinho Oscar Bolão

Falta-nos memória. Descuidamos do passado da gente e não tiramos proveito do próprio valor. Pelos tortuosos caminhos da nossa história vamos perdendo, também, o orgulho. Parece que vivemos um rodriguiano “complexo de vira-latas” que nos acorrenta a um sentimento de inferioridade instintivo: o que é dos outros é melhor do que é nosso. E assim vamos consumindo todo tipo de coisa ruim que nos colocam à frente, relegando ao esquecimento os notáveis personagens da nossa cultura. Vamos falar de música. De meados para o fim do século XIX, no Rio de Janeiro, é possível destacar alguns artistas de excelência que ajudaram a assentar em bases sólidas o que vinha se desenvolvendo como música popular brasileira: Joaquim Antônio Callado, Henrique Alves de Mesquita, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Anacleto de Medeiros. Estranhamente, porém, este último é negligenciado por alguns historiadores do assunto – muito embora, pelo bem da justiça, Henrique e Joaquim não mereçam também mais atenção. Por que isso? Esvaeço em dúvidas. Não será preconceito de cor – visto que Anacleto era negro – porque Callado, Mesquita e Chiquinha eram também mulatos. Tampouco algum tipo de preconceito musical elitista, porque todos tinham formação erudita. Contudo, dedicando-se à formação de bandas de música e ao aperfeiçoamento técnico e teórico de seus músicos, Anacleto manteve-se à margem da notoriedade concedida a Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga – em que pese a qualidade igualmente invulgar da sua obra e a reverência mítica de seus colegas através dos tempos. Suas composições encantam tanto pela beleza quanto pela simplicidade que transmitem e revelam sua maestria no tratamento dos diversos elementos da linguagem musical, fazendo sobressair, com a sensibilidade de orquestrador admirável, um equilíbrio sonoro muito peculiar em suas peças. Filho de escrava liberta, Anacleto Augusto de Medeiros nasceu em Paquetá a 13 de julho de 1866 e faleceu também na ilha, onde está sepultado, a 14 de agosto de 1907. Incentivado por seu padrinho, Dr. Pinheiro Freire, aos nove anos ingressa na Companhia de Menores do Arsenal de Guerra, onde inicia seus estudos de música tocando flautim na banda dirigida por Antônio dos Santos Bocot. Aos dezoito anos, como aprendiz de tipógrafo, entra para a Imprensa Nacional (na época Tipografia Nacional) e estrutura o Clube Musical Guttenberg. Nesse mesmo tempo se matricula no Conservatório de Música, sendo aluno do clarinetista Antônio Luís de Moura e colega do futuro compositor Francisco Braga, um dos autores do “Hino à Bandeira Nacional”. Em 1886, formado no Conservatório e executando vários instrumentos de sopro, funda a banda da Sociedade Recreio Musical Paquetaense. Experiente na formação destes conjuntos, foi organizador ainda das bandas da Fábrica de Tecidos Bangu, da Fábrica de Tecidos de Macacos (depois Paracambi) e a de Piedade (Magé). Em 1896 foi convidado pelo comandante do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Eugênio Jardim, para montar e dirigir a banda da corporação. Arregimentando instrumentistas de inegável qualidade, estreou em 5 de novembro deste mesmo ano na inauguração do 4º Batalhão de Incêndio, no largo do Humaitá. Na época considerada uma das melhores do país, a Banda do Corpo de Bombeiros, pouco tempo depois, participaria dos primeiros lançamentos de discos brasileiros, com inúmeras gravações. Chorão de nomeada, o maestro convivia com seus subordinados em nível de igualdade, acompanhando-os nas festivas rodas musicais onde se sobressaía tocando saxofone, seu instrumento predileto. Como diz o historiador Alexandre Gonçalves Pinto, o Animal, “os choros organizados por Anacleto faziam falar os mudos e movimentavam os paralíticos”. Enfim, estes 150 anos do nascimento de Anacleto deveriam servir como redenção. É a oportunidade delongada de honrar a quem tanto fez pela música brasileira. Em Paquetá não existe sequer uma placa pra quem merecia um busto. Uma estátua não seria desmesura. E com a vocação turística da ilha, não cultuar e propagar a história de um ilustre filho seu é um enorme desperdício. .

Anacleto Augusto de Medeiros Jorge Roberto Martins

Seu Pedro, muito lhe respeito mas regente por regente fico com o Anacleto. O senhor fica ali entre a Dr. Lacerda (para os antigos, Rua do Colégio) e a Ladeira do Vicente, área moreninha do Julio Marques. Já o nosso maestro começa e termina no mar. Termina não, faz-se infinito. Covanca e Coqueiros, azul e verde da paisagem, cromatismo da natureza, verso e prosa paquetaenses. Sinto muito mas este lado físico faz uma diferença enorme. É bem verdade que ele nasceu na sua rua então chamada Rua dos Muros e o seu nome deve-se ao santo do dia. Sua mãe, uma ex-escrava liberta. O significado histórico não se discute, claro. Fico com as claves de sol e de fá, e deixemos a de dó quietinha no seu canto também esquerdo, ali onde a pauta começa a sua viagem sonora. Anacleto Augusto de Medeiros, mestre de banda e fundador de outras tantas, valendo citar a do Corpo de Bombeiros que organizou, dirigiu e com a qual gravou alguns dos primeiros discos no Brasil a partir de 1902. É até hoje a mais festejada, expressiva, historicamente lembrada e ainda ativa. Também foram resultado de seu empenho as bandas das fábricas de Tecidos Bangu, a da Piedade, em Magé, e a dos Macacos, depois Paracambi. Claro, a Sociedade Recreio Musical Paquetaense fez história para a qual Anacleto compôs obras sacras, o "creme" do repertório das igrejas da ilha. Viveu pouco para o seu talento - nada além de 41 anos. Quantos dobrados e palcos não criaria? Quantos outros tantos músicos não formaria? E, dizem, era um professor daqueles danados nas broncas e de rasgar os ares com a sua batuta. Mas, também dizem, tinha um coração doce e inacabado, como uma sinfonia. Ele há muito está a merecer um busto, homenagem lembrada por outro grande músico e mais novo paquetaense, Oscar Bolão, ritmista que na "batera" incorpora os ensinamentos da escola de Luciano Perrone, uma referência do ritmo e da dinâmica brasileiros. Anacleto nasceu em 13 de julho de 1866. Bem sei que uma turma de abnegados, conhecedores e admiradores do maestro movimentou-se com vistas a criar condições para homenageá-lo. Estou certo que aconteceu algo além das intenções, algo que nos fez lembrar/cantarolar Terna saudade (parceria com Catulo da Paixão Cearense), a marcha Pinheiro Freire, Açucena, Jubileu, Cabeça da porco, Predileta, Nasci para te amar, Coralina e outras tantos, xótis, tangos, dobrados, quadrilhas, valsas, polcas. Também pudemos dançar, e muito. Aliás, concede-me o prazer desta contradança?


Orestes Barbosa Cristina Buarque

Orestes, além de ser poeta, compositor, cronista e jornalista, brincou de editar jornaizinhos. Nós também brincamos, mas jamais teríamos talento para escrever “tu pisavas nos astros distraída”, verso tão elogiado pelo poeta Manuel Bandeira. O mesmo Bandeira, aliás, sentindo falta de Orestes nas rodas do Café Nice, veio até Paquetá e o encontrou feliz, na varanda da Alambari Luz, 565. Orestes Barbosa nasceu no Bairro Aldeia Campista, a 7 de maio de 1893 e morou em Paquetá até os sete anos. Teve uma infância pobre, foi autodidata e só entrou para uma escola, o Liceu de Artes e Ofícios, aos 12 anos. Daí em diante, trabalhou em diversos jornais e começou a compor músicas com Sylvio Caldas, Alberto Ribeiro, Noel Rosa, Wilson Batista, Roberto Martins, Nássara, Custódio Mesquita etc.

CHÃO DE ESTRELAS, com Sylvio Caldas, foi sua obra mais conhecida. Mas fez também ARRANHA CÉU, O NOME DELA NÃO DIGO, QUASE QUE EU DISSE (também com S. Caldas), POSITIVISMO (Noel), e muitíssimas mais. Orestes nos deixou há 50 anos, no dia 15 de agosto de 66. Mas ficou uma família muito bacana que freqüenta a casa da Alambari. Só que Orestes escolheu um dos bisnetos para lhe fazer companhia e levou Beto Barbosa, deixando uma tremenda saudade na gente.

Nássara

Nunca deixou de frequentar Paquetá, mas na década de 40 comprou do amigo, poeta, músico e médico Alberto Ribeiro o terreno da Alambari,

onde construiu a tal casa avarandada onde Manuel Bandeira o foi encontrar. Realizou um sonho: uma casa com jardim, árvores, pássaros, borboletas e até uma charretinha com um único cavalo. Essa casa foi freqüentada por Sylvio Caldas, Jacó do Bandolim, Elizeth Cardoso, Alberto Ribeiro, Pixinguinha... Muitos saraus, muitas serestas. Sua esposa, dona Regina, foi professora na escola de Paquetá.

Glauco Velazquez - O estigma da adversidade na vida e na obra de um talento inovador Edino Krieger A criação artística é certamente produto da confluência de fatores que incluem o talento pessoal, a herança cultural, o meio social e a experiência de vida de cada criador. Sob esse prisma, a biografia de Glauco Velasquez é particularmente significativa. Sua história é a história de um talento inato e imperioso, que iria desabrochar com a força de uma vocação irrefreável, trazendo, porém, em sua essência, o reflexo sublimado de uma vida marcada pela adversidade. Nasceu de uma relação secreta entre um cantor português e uma jovem carioca da alta sociedade, que, para evitar o escândalo e a condenação de uma sociedade preconceituosa, foi ter seu filho em Nápoles. Desde cedo, a herança do pai se manifestaria, revelando um pendor musical e uma voz incomum, o que o levaria a atuar, inclusive como solista, no coro de uma igreja daquela cidade. Tinha 11 anos quando retornou ao Brasil, entregue aos cuidados de sua mãe biológica, que vivia na ilha de Paquetá e que, certamente por conveniência, diante do preconceito da sociedade, apresentava o menino como filho adotivo. Adolescente, o interesse irrefreável pela música o levou a buscar orientação de professores do Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ. De posse dos conhecimentos teóricos da linguagem musical, suas primeiras composições já demonstrariam uma tendência de libertação

dos padrões vigentes, levando-o a uma verdadeira ruptura com a linguagem musical tradicional. A adversidade que marcara sua vida desde seu nascimento pareciam projetar-se em seu talento criador, conferindo às suas composições um caráter inovador inédito na música brasileira. Numa época em que predominava o interesse pela harmonia, Glauco resgatou a linearidade do contraponto e deu à própria harmonia um colorido novo, resultante da combinação livre dos acordes. Essa linguagem inovadora adquire por vezes uma coloração mais escura, onde o brilho é substituído pela densidade, a superficialidade pela profundidade, a alegria fugaz pela tristeza meditativa. Expressões de uma alma torturada e marcada pelo pessimismo, como escreveu Vasco Mariz, mas que viveu intensamente seus jovens 30 anos, vitimada pela tuberculose. Amigos e admiradores dirigiram uma petição ao Congresso Nacional para concessão de um estipêndio que lhe permitisse aprofundar seus conhecimentos na Europa e submeter-se a um tratamento de saúde na Suíça, de maneira a prolongar sua vida. O pedido foi negado: já então, o Congresso evidenciava seu desinteresse pela cultura. Foi a última adversidade de sua vida. Morreu em 1914. Não obstante a brevidade de sua vida, Glauco Velasquez deixou uma obra mais valiosa do que numerosa, que mereceu a admiração de

contemporâneos ilustres como Francisco Braga e Luciano Gallet e lhe garantiu um lugar de destaque entre os grandes talentos da criação musical brasileira.

Edino Krieger é compositor e membro da Academia Brasileira de Música .


150 anos Anacleto Maestro

No dia de aniversário de Anacleto, houve uma caminhada musical da Praça Pedro Bruno até o seu túmulo, no Cemitério de Paquetá, com músicos locais tocando alguns de seus clássicos.

Padre Nixon celebrou uma Missa Cantada na Igreja Bom Jesus, com a participação de músicos, cantores e membros da Orquestra Jovem de Paquetá.

Neusa Mattos

Neusa Mattos

Os 150 anos do nascimento de Anacleto de Medeiros foram comemorados com diversos eventos na Ilha de Paquetá. Estas são algumas das atividades desse Festival Anacleto, durante todo o mês de julho

A palestra “O Rio de Anacleto” foi apresentada pelo jornalista Jorge Roberto Martins Ricky Goodwin

Loredano

O Projeto Memória de Paquetá organizou três mesas “Conte sua história para entrar para a história”, com moradores antigos lembrando h i s t ó r i a s d o Pa q u e t á d e a n t i g a m e n t e . A primeira foi com Elson “Noel” e convidados.

divulgação

Fernanda vogas

O projeto carioca Som dos Coretos incluiu uma apresentação em Paquetá do grupo L u ze i r o, c o m a B a n d a d o C o r p o d e Bombeiros, tocando músicas de Anacleto

A palestra “Anacleto e os caminhos do choro” foi apresentada pelo músico Oscar Bolão. A segunda com Áurea Proença e convidados

Em seguida, o encerramento do Festival com a apresentação do Rui Alvim Quarteto divulgação

Ricky Goodwin

E o terceiro com o pessoal do Jaca´s Society: Aníbal Teixeira, Luis Bello, Mello Menezes, e Mileide, a Miss Suéter.

O Choro do Anacleto em julho trouxe duas apresentações do grupo Beliscando em rodas de choro na Casa de Artes. divulgação

Além disto, houve oficinas de música e de cinema na Escola, contação de histórias com Aline de Sousa e Renato Barreto (“As danças e ritmos de Anacleto”), exposição na Casa de Ar tes e a Geloteca Anacleto. O Choro do Anacleto faz parte do Programa de Fomento Olímpico da Secretaria Municipal de Cultura e as demais atividades foram promovidas pelo Ponto de Cultura Paquetá na Rede.


Transportes em Paquetá Tendo a Prefeitura do Rio de Janeiro instituído um Grupo de Trabalho para estudar normas que regulamentem o transporte de passageiros e pequenas cargas na Ilha de Paquetá, os participantes deste Grupo residentes nesse bairro, em sucessivas reuniões, elaboraram uma série de pontos como base das discussões nos encontros a serem realizados na sede da Prefeitura.·.

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A Comissão representante paquetaense nesse GT de Transporte é composta – conforme decreto de constituição do GT - de duas pessoas indicadas pela Associação de Moradores (Morena), duas pessoas indicadas pela Associação de Charreteiros, dois representantes dos ecotaxistas, e do proprietário do serviço de trenzinho. Em atenção à cultura local, e devido às especificações das ruas e das calçadas do bairro, em qualquer situação, os pedestres tem prioridade absoluta no uso das ruas em relação a qualquer transporte, seja bicicleta, ecotáxi, carrinho ou veículo de carga.

2 A velocidade máxima de 20 km\h deve ser respeitada no bairro, para qualquer veículo, inclusive as bicicletas. Exceção: Deverá ser estudada a necessidade dos ecotáxis nos casos em que precisam acelerar para que consigam subir as ladeiras. Estes locais serão assinalados com placas especiais. s

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A circulação de carros elétricos em Paquetá passa a existir, porém deve ser circunscrita às 17 concessões de veículos que ora fornecem o serviço de transporte em substituição às charretes, não podendo os mesmos ser utilizados para fins particulares ou com condutores não habilitados. A regulamentação da circulação de carros elétricos seguirá as normas do acordo já firmado entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Associação de Charreteiros.

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O serviço de ecotáxi passa a ser regulamentado, dentro das especificações descritas a seguir.

a Os condutores de ecotáxi se organizarão em uma ou mais cooperativas, que serão

responsáveis pelo cumprimento dos itens desta regulamentação. Todo condutor de ecotáxi deve ser cooperativado, e, em serviço, deverá usar o uniforme de sua cooperativa, tendo visível o número de sua filiação.

a saída de passageiros, que são disputados avidamente – causando inclusive uma má impressão nos turistas – se implementaria um sistema de pontos fixos. Ao sair da estação, o passageiro escolhe se quer pegar carrinho, ecotáxi ou trenzinho, e se dirige ao ponto do respectivo veículo. Como nos pontos de táxis comuns, ele pega o primeiro da fila, independente de ser morador local ou pretender passeio turístico. Os condutores devem aguardar os passageiros no seu ponto e não junto ao desembarque. (Exceção: condutores que entrarem pelo desembarque até a barca para ajudar passageiros com peso). Os passageiros que desejarem reservar com um condutor específico – prática comum entre os moradores – poderão fazê-lo, porém pegando seu transporte fora da área dos pontos fixos. Parágrafo Primeiro: O grupo paquetaense pré-GT elaborou um mapa com a disposição desses pontos, e que será discutido pelo GT para uma versão final. O passageiro, ao descer da barca, deixa a área em frente ao portão e desembarque e tem diante de si duas opções claras, com ecotáxis à esquerda e carrinhos á direita. Atrás do ponto dos ecotáxis se localizará a parada final do trenzinho. Além desses três pontos assinalados, haverá duas áreas mais para os ecotáxis reservados, uma em direção à Ponte e outra em direção ao Campo. A Prefeitura providenciará sinalização adequada no local para informar aos passageiros a existência e a localização dos pontos. Serão instaladas no corredor do desembarque da Estação (ou em local a ser determinado pela CCR) placas informando as opções de transporte e suas tarifas correspondentes.

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A ser estudado pelo GT: normas para melhor organizar a circulação de veículos pesados na Ilha, como os caminhões de entrega, de mudança, etc., versando quanto a horários, número de veículos, tonelagem máxima, número de eixos, rotas permitidas e outros itens.

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b Os veículos, do mesmo modo, deverão portar de forma visível a sua numeração

O uso particular de bicicletas elétrica fica sendo oficialmente liberada, dentro das normas e especificações a serem estabelecidas pelo GT. Estas normas, além daquelas inscritas na Lei de Trânsito, devem ser seguidas por todos os condutores de bicicletas elétricas, que passam a ser passíveis de multas nos casos de descumprimento.

c O número de ecotáxis em circulação será limitado a um número determinado

A Comissão de paquetaenses solicita que o GT firme com a Prefeitura a realização de campanhas educativas junto à população local, no sentido de uma melhor utilização das bicicletas, elétricas ou não, nas vias de Paquetá.

e identificação. Todos os ecotáxis, para circular, deverão ser certificados dentro de normas de segurança e conforto a serem estipulados por esse Grupo de Trabalho ou órgão técnico gabaritado para realizar essa certificação. de veículos, estabelecido pelo GT, correspondente aos ecotáxis ora operando em caráter permanente e profissional, e com uma margem de 10 veículos a serem eventualmente adicionados.

d

Estabelecido este número, só poderão circular novos ecotáxis no caso de desistência de veículos anteriores.

e

A lista dos condutores cadastrados em cada cooperativa deve ser encaminhada à Região Administrativa e à Guarda Municipal, devendo os mesmos ser informados de qualquer modificação nesse sentido. Um ecotáxi pode ter mais de um condutor, mas todos precisam ser cadastrados e seguir as normas da regulamentação. Da mesma forma, uma pessoa pode ser proprietária de mais de um ecotáxi. Menores de idade não poderão conduzir ecotáxis. Sugerimos que haja alguma forma de capacitação para os condutores cooperativados de ecotáxis, com noções de trânsito, manutenção e atenção para com os clientes – nos moldes do que ocorreu com os condutores de carros elétricos.

f

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A ser estudado: a criação de uma nova modalidade de veículos com permissão para circular em Paquetá – os ecocargas, para utilização de estabelecimentos comerciais em serviços como entregas de supermercado, fornecimento de bujões de gás, etc., podendo eventualmente vir a substituir os automóveis a combustível ora empregados nesses serviços. Os veículos ecocargas estariam autorizados a transportar somente cargas e não passageiros.

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A regulamentação dos transportes em Paquetá passa pela organização dos veículos e condutores que se posicionam na Praça Pedro Bruno à espera dos passageiros das barcas. Ao invés de condutores ficarem junto ao portão de desembarque, atrapalhando

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As motocicletas elétricas são vistas de forma diferente do que as bicicletas elétricas, por alcançarem velocidades maiores, desnecessárias para o deslocamento no bairro, e com maiores riscos de acidentes. Além disto, são flagrantemente ilegais, com uma cilindragem acima da permitida pelas leis. As motos elétricas – definidas como tais em detalhamento no GT – continuarão proibidas em Paquetá, e, dentro da política de efetivação real das normas de regulamentação dos transportes, serão retiradas de circulação na Ilha.

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Toda esta regulamentação será inócua se não houver fiscalização constante e implementação obrigatória das normas. A participação da Guarda Municipal nesse processo é essencial. Nesse sentido a Comissão entende como ponto fundamental um reforço ao efetivo da Guarda Municipal em Paquetá. Foi realizada uma primeira reunião do Grupo de Trabalho, na Casa Civil da Prefeitura, com dois Subsecretários, representante da Secretaria de Proteção aos Animais e representante da Secretaria de Ordem Pública. A Comissão de Paquetá colocou os pontos acima, e a SEPDA, através do Sr. Roberto, apresentou uma minuta com propostas de regulamentação dos transportes, versando sobre a limitação de veículos, necessidade de registro e vistoria; fixação de tarifas; condições para ser condutor de veículo; obrigações das operadoras e cooperativas; obrigações dos condutores; normas de fiscalização por parte da GM e da RA; estabelecimento de multas e penalidades. O jornal A ILHA, em sua próxima edição, trará detalhes desta minuta, além de informes a respeito de novas reuniões do Grupo de Trabalho dos Transportes. Se quiser opinar a respeito dessas questões, escreva para cartas@jornalailha.com.br

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ESPORTES

Glênio Maciel

Habemus campeão: PEC Divulgação

Na semi final o PEC entrou com a vantagem do empate e mesmo assim não facilitou, fez logo 2x0 com 2 gols do Felipinho de cabeça, porém o Colônia foi buscar o empate e se empolgou indo pra cima. O salvador da pátria com Geovane que entrou e em seu primeiro toque na bola, arrancou e fez um golaço! Classificou o PEC de forma merecida.

Tudo Nosso

Claudio Santos

Primeiramente, antes de falar a respeito do campeão, devemos fazer um retorno à última e decisiva rodada do primeiro turno do Paquetaense. Nesta rodada todos os jogos valiam algo. O jogo entre Colônia e PEC valia o segundo lugar, que, por regulamento daria nas semifinais a vantagem do empate. O segundo jogo, entre Sirigi e Cocheirinha, valia a vaga de quarto lugar. O Cocheirinha precisava ganhar e o Sirigi precisava da vitória e torcer por um empate do Eu+10. O jogo Eu+10 x Moreninha valia a classificação, onde o primeiro precisava ganhar, mas esperava uma derrota do Cocheira.

Claudio Santos

O segundo jogo foi o mais disputado e polêmico, o Tudo Nosso jogou pra cima e o Eu+10 saia no contra-ataque de forma ligeira. O Tudo Nosso abriu o placar com Leandrinho em uma indecisão da zaga. O Tudo Nosso começou a cozinhar o jogo, enquanto o Eu+10 veio pra cima e empatou com Thiaguinho e logo depois virou com Luan Gêmeo. No final da partida, após 6 minutos de acréscimo, a equipe do Tudo Nosso empatou com gol de Jackson de cabeça, garantindo o empate e consequentemente a classificação para a final com o PEC.

PEC campeão

Final de campeonato

No jogo Colônia x PEC foi 2x1 para o PEC, mas devemos destacar o gol do Fabão que abriu o placar. O segundo jogo foi um massacre do Sirigi contra o Cocheirinha com um 8x0 fenomenal, e com direito a show do Josué que se isolou na artilharia. Eu +10 conseguiu a classificação por 2x1 contra a Moreninha com show do gêmeo. Sendo assim os confrontos ficaram decididos em PEC X Colônia e Tudo Nosso x Eu+10 onde os primeiros tinham a vantagem do empate.

A final foi um ótimo jogo, com o PEC em cima a todo momento. A torcida reclamou de um possível penalti em Carlos Henrique. A equipe do Tudo Nosso não parecia estar em campo durante o primeiro tempo, apáticos, enquanto viam a equipe do PEC jogar. O segundo tempo foi morno, até uma bola rebater no Diego e sobrar para o Matheus que chutou e a bola novamente resvalou em Diego, encobrindo o goleiro Ian. O jogo terminou 1x0 para o PEC, mas com o destaque para um dos melhores jogadores do campeonato que simplesmente não perdeu uma bola na área, Kaique foi o craque do primeiro turno, sendo deslocado de volante para zagueiro. O atleta ainda levantou a taça do primeiro turno como capitão. Colaboração: Belksandro Melo e Carlos Henrique Motta

Claudio Santos

Mais um paquetaense para brilhar

Comemorando o gol do título

Paquetá continua sendo um excelente celeiro de craques. Hoje vamos falar um pouco do José Ricardo, mais conhecido como Paquetazinho, jogador do Vasco de apenas 12 anos. Paquetazinho começou no Municipal com o professor Irakitan, mas logo se destacou e foi aprovado para o sub11 da Associação Atlética Portuguesa, onde ficou durante 1 ano e meio com o professor Custódio Junior, e de onde garantiu sua transferência para o Vasco onde vem atuando desde maio como Meiaatacante. Desejamos sucesso ao jovem atleta! Paquetazinho no Vasco


É difícil ao historiador precisar, como disse Stanislaw Ponte-Preta, o dia em que começou a assolar o país o tal do Festival de Besteira. Uns dizem que o ensaio se deu nas célebres jornadas de julho, outros afirmam que não, que o Cunha ou a cunha já vinha se mostrando. Certo é que na mais célebre ainda noitada dos deputados, onde os pais e os filhos, principalmente, e as mães e Deus, sobretudo, foram agradecidos, que a pândega se instalou de vez. Começaram a pensar em voz alta e o cheiro ficou insuportável.

crônicas de paquetá

Nesse bairro, Nega Luiza dançava o maxixe dos Bohemios e o Roberto Martins compunha ao piano a música "Beija-me", sucesso de um carnaval antigo.

a vida é com o ela é Julio Marques

Mais tarde, Mileide Ajuz ganhou, no Iate, o concurso de Miss Suéter, sendo tema da coluna social do Luiz Belo no Correio da Manhã e inspirando Aldir Blanc a compor música do mesmo nome. Esse Aldir, segundo as memórias do Mello Menezes, endoidecia as meninas veranistas na Praia dos Coqueiros ao som do violão do Silvinho.

Pra você ver, outro dia prenderam suposto terrorista, dizem que árabe e criador de galinha, que tentava, em ligação com o Estado Islâmico, comprar metralhadora pela internet (com tantos traficantes que possivelmente transitam pelo estado, melhor seria pedir emprestada). Estranho é não saber de quem era a meia tonelada de cocaína encontrada, em flagrante, no helicóptero mineiro, e faz mais de ano. A cada dia no país, a tragédia assume sua face ridícula, mas em Paquetá o ridículo pode virar poesia. Na festa do Pérola, eu e Cristina, ao lado de uma lata de lixo, vimos cena inesquecível que ela postou no Facebook: "E a moça veio andando na maior firmeza em cima da perna de pau, como se estivesse andando de saltinho num chão liso. Passou por nós e parou na fila do banheiro químico. Fiquei espiando

de longe. Ela esbarrou na altura, tirou o chapéu de cangaceira e botou no telhadinho. Meio que se dobrou e assim entrou no banheiro químico. Como foi lá dentro, jamais saberemos. Mas saiu aliviada, botou o chapéu na cabeça e seguiu firme." Fiquei pensando - Será que o pipi molhou o pau da perna ? E a calcinha, havia calcinha ? Loucos pra perguntar, calamos. O gesto gentil da saída de um apertado banheiro químico em cima das pernas de pau não

permitia. E a festa do Pérola seguia. Assim a vida desliza por aqui. Ouvindo os veteranos contarem estórias de suas infâncias na Elisiária, nos blocos, ouvindo Bené, Beibi e Carrero cantarem pelas esquinas ou sentados no ViraCanto, sonhamos com as músicas do Maestro Anacleto. Vendo Orestes Barbosa galopar sua charrete pela Furquim atrás das serenatas do Silvio Caldas, nos bancos à beira mar, continuamos sonhando com um bairro idílico de águas cristalinas.

Ah! Paquetá da nossa fantasia. Todos personagens de um grande banquete numa mesa imensa onde todos sentamos. Em segredo, Jorginho me contou que o Mello namorou a Bundinha Feliz. Não acredito. Ou será? Julio, ouvindo Anacleto sem parar e informando, para evitar os boatos do Ricky, que o concurso das 10 Mais foi adiado, a pedido do Claudio Marcelo, em razão do frio que assola Paquetá.

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ

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Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

O "marcha à ré", amigo da Áurea e do Valtinho, de sapato social e meia, paletó e gravata e bermuda, bêbado que nem gambá, recitava Voltaire na praça.

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Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

Já o Birulinha dançava e ensinava o samba, o fox, o bolero, encantando homens e mulheres, tudo chutando a lua, na acrobacia dos saltos n'água.

Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40

Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


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