Jornal A Ilha 46

Page 1

Ano V - n 46 - novembro de 2016 - Ilha de Paquetรก, Rio de Janeiro


Editorial Ou tudo, ou nada. Muita gente acredita que Paquetá está ficando igual a um outro bairro qualquer. Muita gente em Paquetá gostaria que a ilha se tornasse um bairro como outro qualquer. Muita gente acredita que Paquetá não é mais a mesma e sente saudades de como era maravilhoso viver aqui, algumas décadas atrás. Muita gente acredita que nada mudou e que Paquetá é o melhor lugar do mundo para se viver. Muita gente quer ir embora, porque não aguenta mais o que se tornou Paquetá. E tem muita gente chegando porque não aguenta mais o que se tornou o restante da cidade.

O que v ai pela Ilha Circuladô no coreto O Festival Circuladô, que apresenta show nos coretos do Rio de Janeiro, vai fazer seu espetáculo de encerramento em Paquetá, no nosso Coreto de São Roque. Depois de shows em Sepetiba, no Méier, Realengo, Quintino, Marechal Hermes, na Quinta e outros lugares, o Circuladô programou para a Ilha uma apresentação da ótima banda Letuce, de Letícia Novaes e Lucas Vasconcellos. Letuce é uma das melhores banda brasileiras, misturando rock, pop e muito humor.

Pelo visto, esse pedacinho de terra perdido no meio da Baía da Guanabara esconde, no fundo, visões bem diferentes do passado e do futuro. Os serviços públicos melhoraram ou pioraram, desde os bons tempos? E o transporte? E o comércio? E as opções de lazer? O custo de vida? As belezas naturais? E os outros, o que pensam daqui? Todo mundo tem um amigo que te chamou de louco porque decidiu se radicar em Paquetá. Todo mundo já ouviu expressões de admiração quando disse que vivia aqui. “Que privilégio!”, “Que delícia de lugar!”, “ Que merda, heim?!” O fato é que ainda vivemos em um lugar bem diferente de todos os demais. Para a polícia militar, por exemplo, está tudo bem. O Capitão PM Ricardo Vidal nos deu uma entrevista no início do mês e para ele não há motivo para alarde: Paquetá não teve aumento da criminalidade nos últimos tempos e nem a presença de armas de fogo é crescente. Apesar das frequentes reclamações quanto ao serviço da CCR Barcas – mau atendimento, atrasos e surpresas de última hora – temos que reconhecer que o nosso transporte não se compara com o resto da cidade. Mas nem por isso, há unanimidade. Agora, vamos (?) brigar (?) pela gratuidade. Adivinha? Tem gente a favor, tem gente contra. Com tantos assuntos a resolver, a melhor notícia deste número é a volta da MORENA, a Associação de Moradores de Paquetá, que renasce depois de um período de inatividade. Por fim, o jornal manifesta preocupação com o seu próprio futuro. Por desencanto ou falta de dinheiro, muitos comerciantes têm deixado de anunciar, o que compromete a regularidade e ameaça sua continuidade. Em um cenário de crise do setor, enquanto tantos jornais estão fechando as portas, inclusive os jornais de bairro, o jornal A Ilha resiste, faz planos para o futuro e exalta seu passado, numa crônica muito afetiva do amigo Jorginho.

Paquetá na tradição de Villa-Lobos Parabéns ao paquetaense Vitor Hugo Rego, que junto com seu colega Lucas Ferreira, formando o Duo Bifonia, venceu o prestigioso Festival Villa-Lobos de Música de Câmera. Vítor Hugo, filho do cantor João Guedes, começou sua carreira ainda criança na Orquestra Jovem de Paquetá. Além de clarinetista clássico, arrasa no grupo musical Los Gumbas. Vítor Hugo repete a façanha de Luca Kevorkian, que venceu o mesmo concurso em 2014, comprovando que Paquetá realmente é uma terra musical.

Agora com vocês, a edição número 46 do Jornal A Ilha. Boa leitura e pense bem! ( Marcelo Ficher )

Expediente A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014) Equipe: Ana Pinta, Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Ize Sanz, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Marcelo Ficher, Mary Pinto, Ricardo Cintra e Ricky Goodwin, Taís Mendes. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465

40 Graus na rede A Banda 40 Graus, que esquenta as noites de Paquetá, agora está incendiando na internet, com seu próprio site. Lá você pode ouvir suas músicas e assistir aos vídeos: h t t p : / / b a n d a 4 0 g r a u s r i o - c o m - b r 3 . w e b n o d e . c o m /

As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 5, número 46, novembro de 2016. Capa: Toni Lucena Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de

• • • • • • • • • •

Adilson Martins Ana Cristina de Mello Carla Renaud Cizinha e Bernardo Cristina Buarque Cristina Monteiro Claudio Mota Julia Menna Barreto Julio e Sandra Leonardo Couto

• • • • • • • • • • •

Lula Mendes Maria Holanda Ferreira Marcilio Freire Marilia e Silvio Mary Pinto Marcio e Mari Angela Melo Menezes Padre Nixon Ricardo Saint Clair Sandra Souza Toni Lucena

Hely, o generoso Da mesma forma, o Hely das quentinhas continua levando alimentos e roupas aos moradores em situação de rua, lá no continente. Aceita doação de alimentos não perecíveis, além de roupas. Você encontra o Hely no facebook Hely Ferreira.


O Haiti é aqui

Tamara, a batalhadora

Temos um refugiado haitiano morando em Paquetá. Seu nome é Elionord Joissait, mas já é conhecido aqui como Léo do Mercado, pois trabalha no Carecas & Frescos. Mas o Léo, quando anda pelas nossas praias, e olha para o mar... onde nós vemos beleza, ele vê tristeza. E saudade. Sua esposa e dois filhos ficaram no Haiti.

Sempre é bom lembrar dos meninos da nossa querida Tamara Kirk, que usam medicação caríssima e precisam também de fraldas. Qualquer ajuda é muito bem vinda. Contacto e informações pelo facebook Tamara Kirk Esperança.

Orquestra Infantil Paquetá * * *

O Haiti é uma ilha bem maior do que Paquetá, mas a solidariedade aqui não tem tamanho – e várias pessoas se mobilizaram numa campanha para arrecadar o dinheiro para Léo poder trazer a sua família. Conrado cedeu o espaço do Carecão para um evento beneficiente no dia 12 de novembro. A batalhadora Irinea Ribeiro organizou um leilão, pessoal do comércio doou produtos, e a festa para o Léo virou uma grande curtição. E a festa ficou completa com os shows musicais no Carecão. Sintam o peso da lista dos músicos que se apresentaram, dando uma força pro evento: Carlos Veras, Cláudio Motta, Tibério Gaspar, Jorge Roberto Martins, João Guedes, Ana Decker, a própria Irinea, Sônia Barros, Mauro Decker, Tainã, Edson Barbosa, o Trio Lanay, enfim, muitos dos craques da nossa ilha musical. O leilão e a arrecadação continuam – quem quiser colaborar contate Irinea Maria Ribeiro em sua página no Facebook. Ou o Jornal A ILHA. Jim Skea

No domingo, dia 06 de novembro, a Orquestra Infantil de Paquetá fez a sua pre estreia na Casa de Artes Paquetá, já se preparando para o que vem por aí. Essa pequena orquestra é formada por crianças entre 07 e 13 anos que fazem parte dos núcleos de formação do Projeto Bem Me Quer Paquetá. Nos dias 10 e 11 de dezembro o grupo vai apresentar algumas canções praieiras de Dorival Caymmi e vai mostrar porque já se prepara para trilhar o mesmo caminho da OJP - Orquestra Jovem Paquetá. O final de ano promete! A Orquestra Infantil também foi convidada a participar de um Simpósio sobre projetos de educação musical promovido pela FUNARTE no dia 06 de dezembro na Sala Sidney Müller, quando estará lado a lado dos mais importantes projetos socioculturais de formação em música de todo o país.

Coroando a nossa igreja Vestidos em tons de verde, desenvoltos e alegres, e sem partitura, o Coral COROÁ, sob a regência de Ignez Perdigão, alegrou nosso domingo (06/11), na Igreja do Senhor Bom Jesus do Monte. Desde a entrada solene na Igreja, logo após a missa das 11 horas, até a despedida festiva do lado de fora do templo, eles encantaram os presentes com músicas popularmente conhecidas, fazendo todos nós cantarmos juntos. Eu, que tenho vivência musical em corais de igrejas, fiquei maravilhado com a apresentação e a perfomance do COROÁ. Quem não esteve lá, perdeu, pois foi uma delícia de programação! (Leandro Ribas) Flavio Aniceto

Por falar em Irinéa.... Quem se apresenta no Quintal da Regina, na série Canjas Musicais, no dia 2 de dezembro, é esta cantora e compositora, apresentando seu show “55 Anos de Canções”, direto do Beco das Garrafas. Jim Skea

O acadêmico Domício, o padre Nixon e a regente Ignez

Por que não nós? E a Casa Lotérica de Paquetá continua fechada... deixando as pessoas na mão. Tem gente que desce pro Rio só pra jogar nas loterias e volta. O pior não é nem isso. A Loteria funcionava também como agência da Caixa, essencial para muitos tirarem dinheiro e pagarem suas contas.


FOTO DO MÊS

Francisco Neto

Tarifas das barcas ao sabor das marés Antes era a Conerj. Depois da privatização, duas concessionárias administraram o serviço de barcas na Baía da Guanabara: primeiro a Barcas S/A e depois a CCR Barcas S/A, que adquiriu o controle acionário e assumiu a concessão em julho de 2012. Foi justamente nessa época, por meio da Lei Nº 6138, de 28 de dezembro de 2011, que os moradores conquistaram a gratuidade para suas viagens diárias, uma ida e volta. Tinha gente que era a favor da privatização – o serviço público é péssimo; tinha gente que era contra: só pensam nos lucros. A questão já foi a diferença entre a tarifa social e a tarifa turística, que vigorava nos fins de semana e punia quem trabalhasse aos sábados e domingos. Tinha gente que era contra a tarifa turística – afasta os visitantes; e gente a favor: seleciona os visitantes.

TÚNEL DO TEMPO o passatempo deste mês

E agora, claro, tem gente contra e favor do fim da gratuidade. Para uns, a gratuidade tem a ver com o direito de ir e vir, num lugar que só tem a barca como opção de transporte. Para outros, a gratuidade criou uma distorção e ajudou a causar o inchaço da Ilha, que tem hoje o dobro do número de moradores em relação a 10 ou 15 anos. A travessia da barca entre Paquetá e a Praça XV é, de um modo geral, muito tranquila. Exceto quando querem mexer na tarifa. Não se fala em outra coisa em todos os cantos da Ilha.

Temos uma fotografia antiga mostrando uma praia da ilha. O nosso desafio consiste nas pessoas puxarem pela memória ou pelo seu conhecimento de Paquetá e identificarem que lugar é este e que casa é esta. Escrevam para cartas@jornalailha.com.br Quanto ao desafio publicado no número passado, nosso especialista Alberto Marques acertou mais uma vez. Como ele mesmo escreve: “A foto é da Praia Pintor Castagneto – Praia dos Coqueiros para os ilhéus – em seu trecho final que também é cognominada “praia das virgens” (não me perguntem por que). E foi tirada do alto do Morro da Moreninha”. E acrescenta: “Sem falsa modéstia, acho que já posso me intitular de campeoníssimo”.

AMORES DA ILHA

Wilm ex

Gratuidade durou cinco anos

Ricky Goodwin

Conquistada há cinco anos, a gratuidade nas barcas para moradores de Paquetá e da Ilha Grande pode acabar a partir do primeiro dia de 2017. A proposta faz parte do pacote de medidas do Governo do Estado que pretende reduzir os gastos públicos. O morador passaria a pagar RS$ 2,80 por viagem e o governo espera, com essa ação, atingir uma economia de R$ 1,7 milhão por ano. A medida depende de aprovação da Alerj. Em nota, a Secretaria estadual de Transportes informou que “Uma das propostas de revisão dos subsídios tarifários prevê o fim da isenção da tarifa aquaviária dos moradores de Ilha Grande e Paquetá, a partir de 1º de janeiro de 2017.” Ainda segundo a secretaria, “para esses usuários, será instituída desconto de 50% sobre a tarifa de equilíbrio do sistema adotada para os passageiros das linhas sociais”. Na prática, os moradores de Paquetá perdem usa especificidade, garantida no artigo 7º da Lei 6638/11, que diz que “Os moradores de Paquetá e Ilha Grande, devidamente cadastrados, terão direito a uma viagem diária gratuita de ida e volta no transporte aquaviário”. Agora, migram para a chamada tarifa social, com 50% se subsídio em relação a tarifa de equilíbrio, que vigora para todos os demais usuários, hoje em R$ 5,60. Associação estuda medidas judiciais. Moradores se dividem. A Associação de Moradores da Ilha de Paquetá (Morena) já procurou a Defensoria Pública do Estado e o Ministério Público estadual para tentar derrubar a medida. Até a data do fechamento desta edição, a Morena ainda aguardava o agendamento de uma audiência.


Alfredo Braga, presidente da Morena, tem esperanças de que a proposta não seja aprovada. - O impacto na economia com o fim da gratuidade não é tão grande assim [nas contas do estado]. Em nenhum momento o governo tirou suas mordomias. Querem que a gente pague seus roubos e má administração. Vamos aguardar. Espero que muita coisa mude nesse quadro, como por exemplo, empresas isentas que são privilegiadas e acabam dando um déficit bem significativo. Vamos aguardar. Nas ruas e nas redes sociais, o fim da gratuidade divide opiniões. Muitos já fizeram as contas e se assustaram com o aumento do gasto com transporte. - Ainda vou pagar a barca de Niterói e um ônibus para chegar no trabalho. Acho que vou ter que deixar a ilha se a gratuidade acabar. – lamenta Fernanda Silva Araújo, que mora na ilha há três anos.

Das nove barcas novas que deveriam entrar em circulação até maio deste ano, apenas quatro operam na Baía de Guanabara: Ilha Grande, Corcovado, Pão de Açúcar e Itacoatiara. De acordo com a secretaria, “o Governo do Estado está buscando recursos para quitar essas demais embarcações”. As mudanças constantes dão margem a opiniões diversas sobre tudo. Recentemente, a barca “Ilha Grande” ficou praticamente um mês parada para manutenção e logo surgiu que tinha sido levada para lá. Também foi dito que não podia navegar enquanto o governo do estado não pagasse o devia aos estaleiros. Também há dúvidas sobre a tarifa dos fins de semana, se o subsídio será para todos os dias ou se voltamos a pagar mais caro nesses dias e, como se sabe, os horários mudaram várias vezes depois de 1998, quando a Conerj foi privatizada. Também restam dúvidas sobre a integração do Bilhete Único, se haverá mudança na tarifa do segundo transporte utilizado pelo morador. Até janeiro, quando haverá a votação do “pacote de maldades” na Alerj, muita conversa vai rolar debaixo da ponte.

Morador de Paquetá há pouco mais de cinco anos, Heitor Silva defende o fim da gratuidade como forma de reduzir as ocupações irregulares.

Serviço andou de mão em mão desde o início

Depois da privatização, duas concessionárias já assumiram o transporte. A atual, CCR Barcas S/A, já anunciou que não gostaria de continuar prestando o serviço, sob a alegação de que o transporte na Baía é deficitário. Serviço já foi privado, federal e estatal. Agora, está sob regime de concessão. “O transporte regular aquaviário na Baía de Guanabara foi iniciado em 1853, com a criação da Companhia de Navegação de Nichteroy, empresa privada que fazia o transporte de passageiros entre Rio e Niterói utilizando três embarcações. Esta empresa foi sucedida pela companhia FERRY, criada em 1862, depois substituída pela Companhia Cantareira e Viação Fluminense, fundada em 1869, com o objetivo de transportar além de passageiros, cargas e veículos. Em 1946, a Frota Carioca assumiu o controle acionário da Cantareira e, dois anos depois, a Frota Barreto passou a controlar a Cantareira e a Frota Carioca. Em maio de 1959, um ciclo de greves, em função da disputa por maiores subsídios governamentais e aumentos de tarifas, provocou uma reação violenta da população, que depredou a Estação de Niterói, o estaleiro e até a residência dos proprietários da empresa. O então presidente da República Juscelino Kubitsckek desapropriou os bens da Frota Barreto, passando-os para o controle da União. (in A Revolta das barcas - Populismo, violência e conflito político, de Edson Nunes, editora Garamond, julho 2000). - Acho que a gratuidade contribuiu para um aumento desproporcional da população da ilha. Pressionados pelos alugueis altos em outros bairros, e atraídos pela economia do transporte, muita gente veio morar na ilha, mesmo que em condições precárias – argumenta. Outro receio é que o fim da gratuidade seja só o começo de outras mudanças, como a redução da grade de horários que já vem acontecendo em outras linhas da CCR Bracas, como Ilha do Governador e Charitas. - As tais novas barcas anunciadas não chegaram e não me espantaria se eles reduzissem mais ainda os nossos horários – disse Célia Vergueiro.

Em 1967, o Governo Federal criou a STBG S.A - Serviço de Transportes da Baía de Guanabara, dentro do plano de estatizações então iniciado no país. Além do transporte de passageiros, a empresa também operava o transporte de cargas e veículos, serviço este que foi extinto em 1974, com a inauguração da Ponte Presidente Costa e Silva (Ponte Rio - Niterói).” Em 1971, a STBG S.A passou para o controle do Governo estadual, sendo dois anos depois criada a CONERJ - Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro.” Fonte: internet, ANADUT


Glênio Maciel fotos C e c í l i a Fo ns e c a

corrida vip

"A corrida Paquetá VIP foi realizada domingo, dia 6 de novembro, no Paquetá Iate Clube, organizada por Mário Junior. Entre crianças e adultos, foram cerca de 800 participantes em 3 modalidades: corrida volta à Ilha, caminhada de 3 km e corrida das crianças. A cobertura fotográfica ficou a cargo de Cecília Fonseca. Após a corrida, tivemos roda de samba com Marcos Santos, com direito a churrasco liberado no clube. O evento foi um sucesso! O organizador ainda fez questão de homenagear o Sr. Geraldo, criador da corrida nos anos 90, e Luiz Fernando Perón, que foi seu treinador no mesmo período."

WALDERI MERCEARIA Frutas, legumes e verduras Congelados e laticínios em geral

Entregamos em domicílio Rua Coelho Rodrigues, 203

3397.0546 Pães doces e salgados Refeições de segunda a sexta

Self Service

aos sábados e domingos

Rua Cerqueira, 74 – Campo


A criminalidade em Paquetá é baixa Jornal A Ilha entrevista o Capitão PM Ricardo Vidal O Jornal A Ilha entrevistou, no dia 07/11, o Capitão da Polícia Militar Ricardo Vidal, do 5º Batalhão (Praça da Harmonia), um dos responsáveis pelo policiamento de uma boa parte do centro do Rio de Janeiro, incluindo a Ilha de Paquetá. Ele estava na Ilha para participar de mais uma reunião do Conselho Comunitário de Segurança, representando o Comandante do 5º Batalhão. Vidal recomenda que a população esteja sempre atenta, mas tranquiliza os moradores. Segundo ele, não há em Paquetá um só lugar que seja perigoso, de dia ou de noite. Apesar das preocupações frequentes publicadas nas redes sociais, ele nega que haja aumento da criminalidade em Paquetá e diz que punirá qualquer policial que dificultar o registro dos boletins de ocorrência. Apesar das pessoas reclamarem bastante segundo elas, porque chamam a polícia e os policiais alegam não poder deixar a delegacia, justamente por serem apenas dois – o capitão considera adequado o efetivo na Ilha.

Há em Paquetá algum lugar que os moradores devam evitar, que seja considerado de risco? - Não existe. Há um medo difuso que se propaga, mas o tráfico que existe aqui se faz ainda em pequena escala, não tem tráfico armado. Está há anos-luz do tráfico no resto da cidade. Há aumento nas estatísticas do número de ocorrências na Ilha? Quais são?

Como a Polícia Militar avalia a situação de segurança pública em Paquetá? - O índice de criminalidade é muito baixo na ilha. Três policiais por plantão são suficientes? Não há necessidade de reforço no policiamento. O importante é que a população faça o registro. O policiamento é feito a partir da mancha criminal, de um estudo local do que está acontecendo para o planejamento preventivo. Dois episódios recentes envolvendo armas de fogo deixaram a comunidade em alerta. Isso não seria um indício do aumento de violência na ilha? - Ocorrência com arma de fogo aqui é rara. Nos dois casos, as armas foram apreendidas e os suspeitos presos. Há indivíduos armados na ilha, mas são poucos e as armas são de baixo calibre. Não há ocorrência de roubo com armas.

- Há casos de invasão de casas para furto de objetos de valor, que são trocados por drogas que são vendidas aqui mesmo na ilha. Mas não há aumento de criminalidade. A presença de arma não é crescente, estou acompanhando. Mais de 90% dos delitos não são com arma de fogo. Como é feito o policiamento ostensivo em Paquetá? - As rondas são feitas com a viatura e a pé, inclusive nos morros. Algumas vezes os policiais dizem que não podem sair da delegacia porque a viatura não tem combustível. Há uma dificuldade de abastecimento por conta da balsa, mas não tem desculpa. Em Paquetá o policial pode atender uma ocorrência até a pé. O senhor pensa em pedir reforço para o verão?

Moradores acreditam que o tráfico de drogas avança na Ilha. O que o Sr. tem a dizer?

Paquetá é uma área turística e existe a possibilidade de pedir ao Batalhão de Turismo para aumentar o patrulhamento com bicicletas.

- Já identificamos os que atuam no tráfico. Recebemos informações de vários locais onde haveria atuação de traficantes e os suspeitos estão sendo abordados.

Os moradores reclamam que muitas vezes não conseguem registrar Boletins de Ocorrência. Por que isso acontece?

A população diz que a PM sabe quem são os traficantes e não faz nada.

- Os policiais já foram orientados a não recusar ocorrência. Infelizmente existe o bom e o mau profissional, mas a maioria tem comprometimento e interage com a Polícia Civil. O policial que recusar será retirado daqui e responderá processo administrativo.

- Na maioria das vezes não encontramos drogas e sem flagrante não há como prender

O que a população pode fazer para colaborar com o trabalho da polícia? - O que já vem fazendo, me informando em tempo real sobre situações suspeitas.


“A Associação de Moradores tem que existir sempre.”

A Morena Voltou!

Leonardo Couto

Iale Falleiros

Entrevista com Alfredo Braga – Diretor geral eleito da Associação de Moradores de Paquetá

Na tarde de sábado, do último 22 de outubro, numa assembleia, que podemos dizer que foi cheia, celebramos a retomada da nossa importante Associação de Moradores de Paquetá. Digo celebramos, porque realmente foi uma celebração, mais do que uma posse. Muitos elogios ao grupo que se dispôs a guiar este trabalho, muitos sorrisos e alegria por ver que um tão importante instrumento de ação, defesa e valorização desta ilha, com tanta história, estava de pé novamente.

Nascido e criado na Ilha de Paquetá, Alfredo aceitou o novo desafio em sua vida, de ser diretor geral da AMP, para fazer acontecer, e não ser só mais um. Para a nova gestão, trará todo o seu carisma, que encanta a todos. Há 26 anos na COMLURB, pode ser encontrado as 4h da matina cuidando das ruas de Paquetá, com um belo sorriso no rosto e a simpatia de sempre. Cozinha bem que só. E é um ótimo estilista (por isso anda sempre na beca). Mobilizador de vários eventos na ilha – como a Festa de São Jorge, a Festa das Crianças etc - que já viraram tradição, Alfredo transmite o que o ser humano tem de melhor: a bondade.

Mas, comecemos pelo princípio, afinal, muitos ainda perguntam: o que é uma associação de moradores? O nome já dá uma dica. É um agrupamento, uma entidade formada pela reunião de moradores com peso jurídico e político, forte suficiente para defender os interesses e direitos destes mesmos moradores; e, no nosso caso específico de Paquetá, de reivindicar do poder público e promover por meios próprios a melhoria da qualidade de vida de todos nesta ilha e no entorno, a proteção do meio ambiente, da Baia de Guanabara, do patrimônio histórico e cultural, e muitas outras coisas mais. Não há limite claro para o que podemos fazer na nossa Associação de Moradores. Podemos muito. Tudo vai depender do quanto estaremos fortalecidos e não só de recursos financeiros, que é evidente que são fundamentais, mas, principalmente, do apoio da comunidade, dos nossos vizinhos, da participação efetiva nos trabalhos diversos que precisam ser feitos, no diálogo com a CCR, com a prefeitura, com a Comlurb, com a CEDAE, com o governo do estado e por aí vai. Quanto mais forte é a Associação, melhor será Paquetá, e melhor ainda será a vida dos seus moradores e visitantes.

Por que você, uma pessoa tão popular por aqui, resolveu assumir esse abacaxi de ser presidente da Associação de Moradores da ilha de Paquetá? Alfredo Braga: A bem da verdade, eu não resolvi assumir... me assumiram! Aí, como me assumiram, eu vou fazer de tudo para tentar retribuir. O que a Associação de Moradores de Paquetá pode fazer pela ilha? Alfredo Braga: Entendo que a Associação de Moradores foi criada com um único propósito: beneficiar a comunidade como um todo e não meia dúzia em particular. Essa é a função de uma Associação de Moradores: criar um canal para ouvir as queixas, denúncias... denúncias entre aspas, nada que diga respeito à segurança pública e a outros órgãos que nós temos na ilha, embora nós possamos ouvir as pessoas e tentar até um diálogo, mas devemos levar para esses órgãos públicos os problemas locais. Eu entendo que nem sempre o administrador regional é sabedor de determinadas coisas que estão acontecendo dentro da ilha, assim como a área de segurança também não é sabedora, a de saúde também não é... Então, esse canal é criado para isso. E também para trazer benefícios para os jovens, pessoas de meia idade, idosos... para a nossa população. Qual a importância de reativar a Associação para o nosso bairro? Alfredo Braga Ela tem que estar reativada sempre. É uma entidade que não pode morrer, não pode acabar, porque muitas coisas se resolvem através de uma Associação de Moradores e não de outros órgãos públicos. Estes, muitas vezes, nos dão suporte, mas a Associação de Moradores resolve também muita coisa, independente de órgão público ou não. Uma Associação de Moradores se faz necessária em qualquer lugar. E essa é a proposta do grupo que está junto: ativar e mantê-la ativada. O grupo que hoje se propôs a estar à frente da MORENA, como membros da diretoria, foi para darmos continuidade a um trabalho. Cada grupo que passou fez a sua função, cumpriu suas tarefas, trabalhou do seu jeito. E nós agora vamos tentar trabalhar da nossa forma. Vamos tentar dar mais clareza e mais caminhos à população, que seja de benefício para todos.

E as pessoas que participam da Associação, seus diretores e colaboradores, são remunerados? Não. Nenhum dos diretores ou colaboradores da Associação de Moradores de Paquetá é remunerado. Ninguém recebe salário, ajuda de custo ou nada parecido. Todo o recurso arrecadado com as trimestralidades ou com as possíveis festas, por exemplo, é revertido para o trabalho da própria Associação. Assumimos esta função porque vimos que podemos valorizar ainda mais este lugar tão lindo onde moramos, tão privilegiado pela natureza e pela ação de tantas pessoas, famosas e anônimas, que já passaram e continuam a passar por aqui. Vimos que através de Paquetá podemos contribuir para um mundo melhor sim, e por que não? Dos nossos planos, podemos falar que são muitos. Nas nossas reuniões prévias à formação da chapa e depois de termos assumido a Associação, conversamos muito sobre as questões da ilha: falamos em atuar para agilizar a regulamentação dos transportes - trabalho que a prefeitura atual começou mas não terminou – a reabertura do Solar Del Rey, entendido como um patrimônio público e uma das pérolas da nossa Guanabara, atuação para a geração de trabalho qualificado e renda, melhoria da qualidade de vida das pessoas, dos serviços e por aí vai. No momento, podemos dizer que nos concentramos na regularização fiscal e jurídica da Associação, dando conta de atrasos naturais de uma instituição parada há alguns anos e também na atuação, que se tornou urgente, junto à Defensoria Pública e ao Ministério Público para a defesa e manutenção do direito que nós moradores de Paquetá possuímos a uma viagem gratuita de ida e de volta por dia nas barcas. Já começamos trabalhando, mas isso não nos assusta. Estamos aqui para isso! E para esta e outras frentes, precisamos da força de todos e todas. Por isso, aproveitamos e convidamos a todos e todas interessados e interessadas a compor com a gente, que venham! Participe conosco, associe-se! Abaixo estão os nomes dos diretores, procure-nos, venha trabalhar com a gente, venha atuar naquilo que você acha que pode ser melhor em Paquetá, estamos completamente abertos para parceiros, venha fazer Paquetá mais forte e bonita! Diretor Geral: Alfredo Braga Diretor Adjunto: Leonardo Couto Diretor Administrativo: Gildo Jorge Diretora de Finanças: Ialê Falleiros Diretor de Comunicação: Junior (Bodega)


Associação: A Opinião dos Moradores

Quais as ações que a MORENA pode promover em prol da nossa vida na Ilha de Paquetá?

A Associação de Moradores de Paquetá - a MORENA - foi reativada e voltou a funcionar, com uma nova diretoria.

Vejo Paquetá muito carente de atividades sejam que realmente voltadas para as crianças e jovens.

Vemos, porém, que muitos moradores desconhecem ainda a existência da MORENA, ou então não estão a par desta volta.

(Neuza Castro)

Ao mesmo tempo, tem muita gente que reclama da MORENA, dizendo que ela é inoperante, quando poderia estar indo às reuniões e participando da Associação com suas sugestões. Para tentar esclarecer, lançamos duas perguntas.

O que é uma Associação de Moradores? É um tipo de instituição criada por moradores de qualquer bairro/comunidade/ território/conjunto e que entre outras funções procura centralizar/reunir informações sobre os problemas locais e cobrar soluções dos poderes públicos ou outras instituições e empresas pertinentes. Os problemas são os mais diversos: uma rua que está esburacada, a iluminação pública que está precária, melhorias em uma escola ou no posto de saúde, falta de opções culturais, regulamentação de transporte comunitário, entre outras situações. A provocação é sempre para o poder público, que é quem tem a responsabilidade e as condições de solucionar os problemas. Então, lembrando, o papel da associação é informar, denunciar e cobrar de quem pode resolver. E para isso, quanto mais moradores apoiarem e participarem da associação, maior é o seu poder de fogo. (Flávio Aniceto) É importante frisar que a Associação de Moradores, de qualquer bairro, é de todos os moradores. Há uma diretoria que é eleita, pelos moradores, por um período de 1 a 2 anos, mas é errado achar que a diretoria é a Associação. A diretoria representa a Associação, que são todos os moradores. Essa diretoria só terá força de representação perante a Administração Regional, a CEDAE, a LIGHT, a CCR Barcas, a Prefeitura ou o Estado e todas as suas secretarias ou órgão, etc, na medida em que haja uma maior participação dos moradores na Associação, seja participando das Comissões, seja comparecendo às reuniões, seja se comunicando e defendendo a Associação em todos os canais, seja até mesmo criticando, construtivamente, porque seria um desperdício criticar com intuito de destruir a forma de participação dos moradores em prol de melhorias que servirão a todos. Essa diretoria é composta por moradores, que doam seu tempo para representar o interesse dos moradores. Não são funcionários públicos pagos para isto. Nem são pagos pelos moradores, Fazem um trabalho voluntário em benefício de toda a comunidade. Portanto, é importante o engajamento do maior número de pessoas nas comissões e grupos de trabalho, além das reuniões e assembleias, da Associação, para qualificar o debate e aumentar a sua força representativa. (Ricardo Bichara)

Com certeza a SEGURANÇA!!!: Tá ficando complicado.... (Kátia Gomes) É muito importante a nossa participação junto à Associação, somando forças, pra tratar da violência, do abandono, do saneamento, da manutenção de nossas ruas, das cooperativas do transporte, da proteção da flora e fauna. Difundir a parte cultural. Reuniões regulares com o povo paquetaense presente em peso. Será o começo de uma vida feliz! (Irinea Maria Ribeiro) Tenho certeza de que a nova diretoria eleita está cansada de saber das necessidades da Ilha, e, na realidade, o que falta realmente é ação, cobrança e fiscalização junto aos órgãos responsáveis pelos serviços públicos em Paquetá. Quando se fala no hospital, é da necessidade de uma emergência, que possa atender uma paciente grave, até que seja possível uma remoção para o litoral. Quantas mortes poderiam ter sido evitadas, se equipamentos necessários estivessem funcionando? Não pode ter apenas um médico de plantão. A distância do litoral é grande, e o transporte medico especializado não existe. (Roberto Borges Soares) Acredito que em muitas questões as pessoas precisam de uma voz ativa. Aí eu entendo que o papel da morena é primordial. Mas há de se compreender que são muitas demandas e as coisas devem ser colocadas em seu devido lugar. O que é de responsabilidade da subprefeitura não deve ser colocado na conta da MORENA. Acredito nessa chapa. Gosto das pessoas que ali estão. E creio que Paquetá ficará ainda melhor regida por pessoas que moram aqui e portanto convivem com nossas delícias e amarguras. Com competência e sabedoria irão levar nosso bairro a outro patamar. (Olyvia Palyto)


ALFREDO Quentinhas, Tortas, Salgados, Encomendas

Entrega em domicílio

3397.1773

Nova tabela de preços

Desde que o jornal A Ilha foi fundado, há cerca de quatro anos, o preço dos anúncios permaneceu inalterado. Neste período, tivemos um grande aumento dos custos de gráfica, principal despesa do jornal. Desde o início, o único serviço contratado, além da impressão, é o de diagramação. Todos os demais colaboradores são voluntários. Agora, não há mais como adiar. O valor arrecadado já não cobre os custos e, nas últimas edições, houve uma expressiva redução do número de anúncios publicados. Em parte, a crise financeira do país responde pela situação. A nova tabela está ao lado. Mas, por outro lado, há anunciantes queixando-se de que “o jornal não dá retorno”. É compreensível que se espere impacto nos negócios ao adquirir espaços publicitários. Porém, o jornal A Ilha é uma mídia comunitária, cuja existência vai além de suas funções objetivas. Ele existe para informar, integrar e aproximar os moradores em torno das questões que mais afligem – e orgulham – a população. Nesse sentido, além do retorno financeiro, os anunciantes revestem-se do caráter de “apoiadores” da publicação, no reconhecimento de seu valor e importância estratégica para a comunidade buscar a solução de seus problemas e festejar suas conquistas, divulgar atividades e, porque não, se enxergar como protagonista da vida no bairro. Sendo assim, conclamamos de volta todos aqueles que, um dia, estamparam no jornal o seu “OK” para a continuidade do trabalho iniciado em 2012 e a adesão de novos anunciantes e colaboradores. De nossa parte, estamos nos esforçando para fazer um jornal cada vez melhor, representativo e essencial para manter informados os nossos leitores. Contamos com vocês!

A PARTIR DO MÊS QUE VEM

de R$ 35 a R$ 40 de R$ 70 a R$ 80 de R$ 90 a R$ 100 de R$ 145 a R$ 160


>P T

N IGht

Pa q u et รก Iate Clube - 60 anos

****

fotos C l a u d i o S a n t o s


EVENTOS

Waltinho 80 Anos - Vida e Alegria Fotos: Claudio Santos


PAQUETÁ TINHA DISSO

ardim de afeto

Cristina Buarque

Queria usar esse cantinho para falar de Sylvio de Oliveira, que não nasceu na ilha, mas criou este jornal por paixão pela localidade. Ficou à frente, também, da MORENA, por paixão pela localidade e pelas pessoas daqui, embora muita gente não tenha entendido ou não quis entender.

Reflexões para estes 4 anos de Jorge Roberto Martins jornal A Ilha.

Sylvio era uma fortaleza com cara de frágil. Era irônico sem ser mau (missão impossível), e paciente, muito paciente. Acho que Paquetá não entendeu Sylvio, mas Sylvio entendeu Paquetá como poucos. E se mandou antes de fazer 60 anos, como era de seu desejo, mas deixou saudades.

Dia desses bateu uma saudade danada. Uma não, duas. A primeira foi ao passar pela Furquim Werneck. Sentei-me em frente ao 145. Parede branca, janelas azuis, uma combinação que o tempo não mudou. Ainda bem. Dona Aurora, mais conhecida por Lolita; seu Roberto Martins. Lá me criaram, lá me fiz. Lá, com a escola parceira, aprendi a ler, jornal e música inclusive. Dona Olguinha, professora de piano, morava bem em frente, uma casa amarela em tom suave.

Sem perda de tempo, já estava cobrando matérias, imaginando paginação, diagramação, editoriais, manchete, colunistas, colaboradores, reportagens, capas, pé de página, oficina, circulação, assinaturas...Caramba, por que o desafio? Bem feito pra mim, pensei cá comigo. Bem feito pra nós, pensei na equipe. Ei, Márcia, cadê você? Julio, vai ficar aí na varanda vendo a Moreninha e curtindo a sua goiabinha? E você Ricky? Deixa o Dr. Almeida em paz, ora. Aninha, manda o moço trabalhar que o pessoal da oficina já está chiando. Socorro!!! A turma foi se formando, a equipe se azeitando - Flavio Aniceto, Claudio Marcelo, Cristina Buarque, Marcelo Ficher, Ricardo Cintra, Mary Pinto, Ialê Falleiros, Ana Pinta, Xabier Monreal, Taís Mendes, Ize Sanz e outros tantos colaboradores - as páginas fervendo, as notícias se arrumando - paica pra cá, cambria pra lá, negrito acolá, pé de página ardendo em fogo, manchetona assanhada, "sexta página" abarrotada, uma saudável esculhambação que Moses ou Gutenberg não mal diriam. São quatro anos com pretensão de compreensível longevidade, de inegável orgulho de uma equipe saudavelmente amadorística no espírito e profissional no fazer; uma equipe não restrita a espaços físicos - sua redação compreende ruas, becos, ladeiras, esquinas, praias, o traçado paquetaense visto por todos os ângulos e pranchetas. E a pauta, ah, a pauta... Uma filharada daquelas concebida com graça, criatividade, paixão e algumas doses daquele líquido que tanto encantou os egípcios, e a nós, seus seguidores. Bem, ilusão, delírio, inexorabilidade temporal (êta!), o fato é que o jornal A Ilha saiu, literalmente. Saiu e entrou nas discussões necessárias, nas críticas de toda ordem e tonalidades e, por que não?, na aceitação bem querida. E o verbo passou a ser conjugado no presente. O jornal A Ilha está ai, ao alcance de todos. Boa leitura.

Comemorávamos seu aniversário em novembro e é por isso que falo dele aqui e agora. Bebi com ele muitas Antárticas da Brahma e ele bebeu comigo muitas Brahmas da Antártica e conversamos e rimos. Pena que muitos paquetaenses não tenham captado o espírito da coisa, mas outros tantos morrem de saudade. No mais, dou parabéns a ele, não pelo aniversário que ele não comemorou, mas por ter saído de cena bem antes desses tempos tenebrosos que tomaram a vida de nosso país e de nossa cidade.

Joaquim Novaes - 23/03/1959 - 05/11/2016 Adeus ao nosso mestre da pesca. Luisinho AeG

A segunda, ainda na calçada, sei lá porque mas olhei para o céu. Minha expressão imediata foi de espanto e a seguir de contentamento - vi sentadinho numa nuvem o Sylvio. Acenou-me e, também sei lá porque, respondi com um "oi" alegre e comovido. Em seguida ouvi sua voz: Que tal um jornal para a ilha? Um jornal? É, um jornal. Nenhuma novidade, pois bem sabemos que a ilha já contou com alguns de boa tiragem e aceitação. Quem editaria? Quem escreveria? Não se preocupe, eu ajeito as coisas. Tem uma turma boa aí embaixo que dará conta do recado. Não perdi a pose e o desafiei: por que então você não desce e vem editar o jornal? É o que vou fazer. E não é que ele desceu?

Das amizades verdadeiras, lembrei agora de Fatinha, no Espaço Licurgo e Tia LLoydde, ali ao lado da Colônia. Muitos shows foram feitos no Licurgo e no Balneário para angariar fundos para pagar a gráfica do jornal. E ainda teve o Zeca’s e o Carecão, onde Sylvio fez sua última apresentação. Pessoas que colaboraram para que o jornal pudesse continuar sendo editado. A boa vontade de Vilmex e Ruthinha, a ajuda dos meninos. E Sylvio conseguiu ir levando o jornal até o finzinho da vida, com direito a organizar a festa “Troféu a Ilha”, um mês antes de morrer.

Foram sete meses de luta contra a doença, e de muita esperança para a mulher Denise, a família e os amigos. Mas infelizmente, na manhã de sábado, 5 de novembro, Joaquim José de Novaes Filho nos deixou, aos 57 anos. Joaquim Novaes era o titular da coluna de pesca do jornal A Ilha, espaço que ele mesmo criou para generosamente dividir com os leitores os segredos do hobby que amava e dominava. Com uma linguagem leve como num papo de esquina, ele falou de peixes, equipamentos, marés, luas, tocas, lajes, e até preparo de pescados. Sabia muito. Inclusive na arte de fazer amigos, que seu jeitão tranquilo, simples, quase matuto, tornava fácil como jogar a isca e trazer o peixe. Era acima de tudo um apaixonado pela vida em Paquetá. Na primeira linha de sua primeira coluna, publicada na edição de dezembro de 2014, nosso colaborador declarava: "Há dois anos me mudei para esse lugar maravilhoso …" É num lugar assim maravilhoso, Joaquim, que seus colegas do jornal A Ilha desejam de coração que você esteja agora. Com muita paz, muita luz e, por que não?, muitos e muitos peixes. (Cláudio Marcelo) NR.: A coluna de Joaquim Novaes foi publicada nas edições nº 27, 28, 31, 32, 33, 35 e 37. Você pode ler todas elas, assim como o jornal A Ilha na íntegra, desde sua primeira edição, acessando www.issuu.com/jornalailha8.


Agora você pode ler o jornal no - www.issuu.com/jornalailha8

Ballet Um salto para a dança

Profª Vera Castro segundas e quartas, das 17 às 18h

Clube Municipal

Cortes, penteados para casamentos, bodas, reflexo

Com a manicure Marthinha (99517.8189)

Comendador Lage, 93 apto. 101 96811.5582

Dr. João Carlos Acupuntura

Shiatsu

Terças e quintas Tel: 7985 5049 e 8150 9882


ESPORTES

Glênio Maciel

“É o PEC, é os cria, vão ter que engolir! Fé, fé, fé!” O título da matéria é proposital. Os dizeres foram do capitão do time do PEC, campeão do Campeonato Paquetaense de 2016. O time do PEC era estreante no campeonato, apesar de ter rostos bem conhecidos da ilha – caso do Kaique – e dos diversos jogadores de Itaoca que atuaram pelo PEC. O PEC foi campeão em cima do bicampeão Tudo Nosso, detentor dos títulos de 2011 e 2013, e que contava com um grande elenco, recheado de jogadores que já possuem o Paquetaense em seu currículo. Jogo começou equilibrado, meio truncado, nenhuma equipe parecia querer arriscar demais. Até que Bel descolou um lançamento de trás do meio campo pra Jean, que driblou os zagueiros Kaique e Iago, e chutou de fora da área no canto direito do goleiro Pires. Sem chance alguma pro goleirão do PEC. O clima esquentou em seguida em um lance entre Pipo e Rodrigo, onde houve empurra-empurra, mas não passou disso. E assim terminou o primeiro tempo: 1x0 pra equipe do Tudo Nosso.

** ** **** ** * * ** *

Craque do campeonato

Como dito anteriormente, o time do PEC, campeão de 2016, foi comandado pelo zagueiro Kaique, também capitão do time. O Jornal A Ilha conversou um pouco com ele para saber melhor como foi a experiência de ser campeão pela equipe. Segue a conversa: A Ilha: Primeiramente, meus parabéns! Como tem se sentido sendo campeão? Kaique: Primeiramente, muito obrigado pelo convite e por dar essa oportunidade de falar sobre o que sinto. Estou realizado, eu estava no "quase" desde o ano retrasado. Dois anos que eu fiquei no Eu+10 batendo na trave, então esse título tava engasgado na minha garganta desde 2014. A Ilha: É o seu segundo título, o primeiro foi pelo Tudo Nosso em 2013 e desta vez você foi campeão em cima do seu ex-time. Como foi isso pra você? Kaique: Pra falar a verdade, eu já acostumei a jogar contra o Tudo nosso, eu joguei no time rival dois anos consecutivos, onde todos os jogos eram "final" , então não foi muito diferente eu ter sido campeão em ,cima do Tudo Nosso esse ano. A Ilha: No seu Facebook, você relatou que ser campeão com seus amigos de infância era diferente. Como era o ambiente de vestiário do PEC?

Em busca da virada, a equipe do PEC voltou com tudo e, aos sete minutos do segundo tempo, em uma desatenção da zaga do Tudo Nosso em cobrança de escanteio curto, Binho chutou, a bola desviou em Bel e entrou. Logo depois, aos nove minutos, em nova cobrança de escanteio, Yago ampliou o placar. A bola passara por todo mundo, e o mesmo só escorou de cabeça, no canto direito do goleiro Ricardo. O jogo passou a ser mais corrido e o PEC levava mais perigo nos contra-ataques. A melhor oportunidade do Tudo Nosso veio em uma cobrança de falta do André, onde Pires saiu mal de soco na bola, que sobrou para o Bel, que acabou cabeceando para fora. O PEC perdeu inúmeras chances de ampliar. Em uma delas Gustavo, cara a cara com o goleiro, chutou por cima. Nos minutos finais, houve reclamação de dois pênaltis a favor do Tudo Nosso, não marcados pelo árbitro da partida. O PEC então sagrou-se campeão, com direito a provocação antes da final feita pelo atacante Guerrero do Flamengo, e comemoração também. O time da garotada, que foi encarado com muito preconceito por muitos, mostrou que pode ganhar na bola. Liderados pelo técnico Lucas Paquetá e pelo zagueiro e capitão Kaique, o time conseguiu levantar o caneco de forma invicta e indiscutível, sendo campeão em cima de uma das maiores e tradicionais equipes do Paquetaense, o Tudo Nosso. Viva o Paquetaense! Viva o esporte! Até o ano que vem!

Kaique: Todos os times em que eu joguei tinham um espírito muito bom no vestiário, mas com o PEC é diferente porque eu me sentia em casa, o PEC já deixou de ser time, já virou uma família. Então era um ambiente familiar, e isso ajudava dentro de campo. A Ilha: Qual a importância de ser o melhor jogador do campeonato? Kaique: Eu vinha há dois anos numa fase ruim, então ser eleito o melhor jogador do campeonato me dá mais confiança e vontade pra evoluir, pra ajudar minha família ano que vem. A Ilha: Há dois anos você vinha entre altos e baixos no Eu+10. O que mudou para a sua consagração esse ano? Kaique: Eu não tava 100% confiante, ainda mais que eu estava improvisado de zagueiro (risos), mas quando eles me deram a faixa de Capitão, tudo mudou. Então isso foi o fator principal pra eu fazer um campeonato muito bom, a confiança que o elenco tinha em mim. A Ilha: Manda um alô aí pra sua rapaziada e um recado para os adversários! Kaique: Rapaziada, muito obrigado por tudo, sem vocês eu não teria sido eleito o melhor jogador e nem me tornaria campeão. E pro adversário eu só tenho uma coisa a falar: EU SIGO INVICTO.


crônicas de paquetá A VIDA É COMO ELA É Julio Marques Um dia li o conto "Viagem aos seios de Duilia" do Anibal Machado.

que a maldade se exerce impunemente, ser inútil merece louvores".

Quem não leu pode não entender do que estou falando mas não quero roubar a poesia do título porque, afinal, quem não viajou?

Recebi essa frase de Michel de Montaigne, bem adequada ao momento, de um novo morador da Ilha que distribui pequenos papeis com pensamentos profundos como se fosse um adivinhador de futuros.

Entretanto, podem crer, já vivi tantos pesadelos solitários e percorri tantas ruas estreitas mas sempre fui em frente. Pois, como já disseram, tudo vale a pena. Faz tempo e acho, até, que as coisas mudaram. Quando ouço o Fernando vendendo empadas me lembro da Copacabana de minha infância em frente ao hotel, em cujo salão cantavam Marlene Dietrich e Amália Rodrigues, mas nas ruas corneteavam os vassoureiros e os afiadores de faca. Nada era, ainda, uma cópia brega de uma fantasia televisionada e decadente. Como disse um sujeito de baixa estatura, chamado Michel : "Em um momento em

Lendo o tal jornalzinho, no segundo ou terceiro número, comecei contribuindo porque disse, no bar do Zarur, nosso segundo lar,tentando ajudar, que faltava brincadeira na editoria e o Sylvio desafiou: "Escreve então."

Me lembro de uma tentativa de um "negocio" com nome de peixe. O nome foi inventado pela Neuzinha e, prá ele, o Sylvio fez uma capa horrível em cima de um desenho do Mello. Um horror. E veio o primeiro número do jornal A ILHA, num agosto esvaziado, como todo agosto é.

E quem diria que faltaria humor prá mim e sobraria nostalgia.

Edição polêmica, uma paulada sobre juventude e consumo de droga em Paquetá, todo escrito, se não me engano, por ele e pelo André.

Sylvio, o grande construtor dessa estória toda que fará aniversario por agora, era uma figura.

Grande figura esse Sylvio que não cortejava o politicamente correto.

O jornal, com novos editores e mais gente, ficou até mais bonito mas, eu acho, perdeu parte de sua vitalidade escrachada. Vida que segue.

E eu, Julio, para recompor minha alegria, digo: volta Dilma.

um passeio em pqt

O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ

AD

OS

BO

MB

EIR

OS

Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.

Paquetá > Praça XV

Pontos turísticos

Como todo o tempo tem seu tempo, esse foi passando. O Bate-Papo acabou, o Bar do Zarur se foi, o Birulinha e a Nega Luiza foram passear, a Moça da Saia Curta se mandou e o Sylvio não anda mais de eco-taxi.

PR

Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.

Mas ninguém adivinharia, a quatro anos atrás, que um jornalzinho de bairro duraria tanto.

Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40

Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10

Igreja Bom Jesus do Monte Caramanchão dos Tamoios Canhão de Saudação a D. João VI Árvore Maria Gorda Praças e parques Preventório Rainha Dona Amélia Pedro Bruno Escola Pedro Bruno Fernão Valdez Telefones úteis Poço de São Roque Atobás (Quadrado da Imbuca) Barcas (estação de Paquetá) - 3397 0035 Coreto Renato Antunes Tiês Barcas (central de atendimento) - 0800 7211012 Capela de São Roque Lívio Porto (Ponta da Ribeira) Bombeiros - 3397 0300 Cedae - 3397 2143 (água) / 3397 2133 (esgoto) Casa de Artes Mestre Altinho Comlurb - 3397 1439 Pedra da Moreninha Bom Jesus do Monte Farmácia - 3397-0082 Ponte da Saudade Manoel de Macedo Gás (fornecimento de bujão) - 3397 0215 Pedra dos Namorados São Roque Hospital (UISMAV) - 3397 0123 / 3397 0325 Casa de José Bonifácio Ex-Combatentes Light - 0800 282 0120 Mirante do Morro da Cruz Alfredo Ribeiro dos Santos Oi Telemar - 3397 0189 Cemitério de Paquetá Pintor Augusto Silva PM - 3397 1600 / 2334 7505 Em negrito, horários com barcas Cemitério dos Pássaros Parque Darke de Mattos Polícia Civil - 3397 0250 abertas (tradicionais). Em itálico, os horários previstos de chegada. Farol da Mesbla Parque dos Tamoios XXI R.A. - 3397 0288 / 3397 0044

Localidades

Viracanto Levas-Meio Rua dos Colégios Ladeira da Covanca Morro do Buraco

(Morro do Gari)

Pau da Paciência Árvore do Sylvio Colônia Cocheira Morro do Pendura Saia Morro do PEC

(Morro da Light)

Rua Nova Colônia da Mesbla Curva do Vento Beco da Coruja

Serviços

Banco Itaú Banco do Brasil e Caixa Econômica (Loja lotérica)

Hospital (UISMAV) (3397.0123 / 0325)

Aparelhos de ginástica (jovens e maduros)

Aparelhos de ginástica (idosos)

Mesas para pic-nic ou jogos Mictórios Farmácia (3397.0082) Brinquedos infantis


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.