Ano V - n 55 - dezembro de 2017 - Ilha de Paquetรก, Rio de Janeiro
Editorial Fazer este jornal é um processo contínuo. O planejamento, as pautas, as ideias mudam constantemente. Quem diz que Paquetá é um lugar parado, onde nada acontece, precisa passar um tempo com nossa equipe fazendo A ILHA. Há tanta coisa acontecendo, tantos temas, tantas discussões, que muitas vezes nem damos conta de dar a devida atenção para cada assunto do maior interesse. Este número do jornal, por exemplo, que você está lendo. A cada vez que a edição estava praticamente pronta, surgia um novo tópico, um desafio a ser coberto, e mudávamos as páginas. Quando começamos a planejar o jornal 55, numa grande reunião da equipe, o tema central era o Preventório. O gancho era a mudança de enfoque do tradicional estabelecimento, que poderá deixar sua atual função educacional para retomar um serviço na área da saúde. Mas o enfoque da reportagem seria informar o que é o Preventório, contar suas historias, ouvir professores e alunos que passaram por lá. Mostrar um pedaço de Paquetá, como o jornal gosta de fazer.
Paquetá, soluçoes para a ilha/bairro Sábado dia 16 vai ter uma audiência pública em Paquetá, uma oportunidade dos moradores de Paquetá discutirem os problemas da ilha com o poder público. O enfoque principal será a gestão cultural, considerando também as questões turísticas e ambientais, levando em conta as características do lugar. Alguns dos pontos a serem debatidos: • Restauração do Solar Del Rei, patrimônio histórico-cultural da ilha; • Projetos culturais e turísticos da atual gestão para Paquetá - promoção e apoio a eventos culturais e artísticos da ilha (Domingo no Darke, Festival da Guanabara, Festa de São Roque, Flipa etc.); • Preservação e conservação de praças, pontos turísticos e jardins públicos (equipamentos históricos, postes, luminárias de época, caramanchão etc); • Preservação e conservação das praias, com iniciativas de educação ambiental junto aos turistas; • Recuperação e conservação das vias, iluminação e equipamentos públicos da ilha; • Arborização pública; • Esgotamento Sanitário Paquetá-São Gonçalo - previsão de conclusão. Foram convidados para a audiência os secretários municipais de Cultura, de Conservação e Meio Ambiente, e de Fazenda, os presidentes da RioTur, do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, da Funarj, e da Cedae, o superintendente regional do Centro, e Ivo dos Santos Filho, administrador da ilha. O encontro será de 11:30 às 14:30, no Iate. Compareça, participe, vamos lutar para melhorar a nossa Paquetá
Auto de Natal J i m Sk e a
Quando estourou a greve na rede pública de hospitais, escancarando a crise na área da saúde, e, posteriormente, o hospital Villaboim convocou um encontro no Iate para explicar à população o que estava acontecendo, passamos o Preventório para depois e corremos atrás dessa reportagem urgente e preocupante. Quando o jornal estava ficando pronto para sair, com o tema da Saúde na capa, veio a eleição para a diretoria do Conselho de Segurança, as campanhas pegando fogo, e resolvemos aguardar para incluir este assunto na edição, promovendo um debate entre as chapas nas nossas páginas. Como uma das chapas não quis participar do debate de propostas, colocar este tema na capa perdeu o sentido. Publicaremos a participação da chapa que nos respondeu, mas a capa do jornal voltou a abordar a saúde, com o titulo PAQUETA NA UTI. Só que... a edição demorara tanto para sair que deu tempo de cobrimos a recente eleição para a direção do colégio local (que agora é a junção da Pedro Bruno com a Joaquim Macedo, além de uma nova creche). A capa, merecidamente, passa a ser da nova diretora, Hanriete, e suas propostas para a escola. R ic k y Go o dw in A ILHA – um jornal em constante transformação.
O que v ai p ela Ilha
Expediente A Ilha é um jornal comunitário mensal organizado, elaborado e mantido pelos moradores da ilha de Paquetá. Mentor e fundador: Sylvio de Oliveira (1956-2014) Equipe: Claudio Marcelo Bo, Cristina Buarque, Flávio Aniceto, Ialê Falleiros, Ize Sanz, Jorge Roberto Martins, Julio Marques, Marcelo Ficher, Mary Pinto, Ricardo Cintra, Ricky Goodwin, Taís Mendes Toni Lucena e Vitor Matos. Programação Visual: Xabier Monreal Jornalista responsável: Jorge Roberto Martins - Reg. Prof. 12.465 Estagiárias: Gabriela Dias e Julia Sena, em projeto de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sob supervisão de professores da Escola de Comunicação/UFRJ. As informações e opiniões constantes nas matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Impressão: Gráfica e Editora Cruzado Ltda / Tiragem: mil exemplares Fale com a gente: cartasjornalailha@gmail.com Anuncie: comercialjornalailha@gmail.com Ano 5, número 55, dezembro de 2017. Capa. Toni Lucena. . Este número de A Ilha foi possível graças à participação dos anunciantes e às contribuições financeiras de • • • • • • • • • • • • •
Adilson Martins Áurea Proença Carla Renaud Cisinha e Bernardo Cristina Buarque Cristina Monteiro Dimas Henriete Araujo Guto Pires Guinho Frazão Julia Menna Barreto Julio Marques Leonardo e Thaiza
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Ludi e Márcia Lia Calabre Mauro Célio da Silva Marcio e Mariangela Marcilio Freire Mary Pinto Nadja Mara Barbosa Nilson Sant'Anna Padre Nixon Ricardo Saint Clair Rutinha Washington Araújo
E chegou a época do tradicional Auto de Natal, organizado pelo Coletivo Cantareira, com a gloriosa participação dos natalinos paquetaenses. Sábado dia 16, na Igreja Bom Jesus do Monte. Natal em Paquetá com muita fé, muita música e celebração.
Ferreira é nosso rei
Seu Ferreira das bicicletas, que papou mais de um Oscarilha, o prêmio do jornal A Ilha para os melhores de Paquetá, acaba de colocar mais um troféu na estante, ou melhor, na cabeça: o Rei do Nó. Sua frota de bicicletas, todas elas equipadas com incontáveis aramezinhos, remendos e traquitanas, inspirou o amigo Joãozinho Veríssimo a elegê-lo para o bem humorado trono. E ainda a presentear Sua Majestade com três bonés de cores diferentes, que o Rei do Nó orgulhosamente incorporou ao uniforme de trabalho. Mas este faz questão de ressaltar: "Gatilho, só nas minhas bicicletas; nas dos clientes, é tudo nos conformes." Palavra de rei. (Cláudio Marcelo)
Lunário perpétuo
Cartas
E está chegando este sensacional Almanaque de Paquetá! É coisa para você ter e usar o ano inteiro. Calendário, dicas, fases da lua, simpatias e muitas histórias e lendas sobre Paquetá. Aspectos pitorescos, personagens, conhecimentos e saberes que por aqui circulam: isto é o Lunário Perpétuo d’ A Ilha 2018.
E u q u e r i a p e d i r a o p e s s o a l d a C l í n i c a d a Fa m í l i a , d o U I S M A V illaboim , um pr ogram a que a te n d e s s e o s d e s me m o r i a d o s.
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N unc a v i um povo para es qu e c e r ta n ta c o i s a n a s b a rc a s. D i a s atrás encontrei um pacote com um conteúdo que parecia ser v idr o c or t ado s ob m edida. E n tre g u e i a o s m a r i n h e i ro s. Só fa l ta pos t ar em que per deram a de n ta d u ra . ( M aurí ci o E duardo Á vi l a)
Kids de Paquetá no Flamengo Olha a Copinha Dente de Leite Kids rendendo frutos !!! Hoje dois dos nossos atletas do Municipal Futebol Clube sub 8 foram se integrar ao Flamengo. Desejamos boa sorte nessa nova jornada, sempre com respeito, disciplina e pé no chão. Saibam que nós da comissão técnica, pais e amigos estaremos na torcida sempre. (Gilberto Teófilo Imbroisi)
No xadrez
Com a ajuda do amigo Rober to Hor ta , par ticipei de uma reunião na C edae c om m orador es de Pa q u e tá q u e q u e r i a m a p re s e n ta r u m p r o j e t o mu i t o b a c a n a q u e v i s a a p r e s e r va ç ã o d a h i s t ó r i a da ilha c om a pr es er vaç ão d a p r i me i ra Es ta ç ã o d e Tra ta m e n to d e E f l u e n t e s d o B ra s i l . É mu i t o gra t i f i c a n t e q u a n d o p o d e m o s a j u d a r o u t r o s c i d a d ã o s d o b e m q u e fa z e m a d i fe r e n ç a , q u e t rabalham em pr ol de um R i o me l h o r. O p re s i d e n te d a C e d a e, J or ge B r iar d, nos r ec ebeu c o m a s u a a e q u i p e re s p o n s á ve l p o r Paquetá. Ar thur, Ricardo Saint Clair e Marcia, apresentaram um belo t rabalho para f undam en ta r o p e d i d o. ( H ei t or Wegmann Jr)
Foi realizado o primeiro torneio "chess masters" de xadrez na ilha de paqueta, no clube do Barreirinha... 16 jogadores confraternizando e ajudando a promover o esporte na ilha... Foram momentos divertidos e de aprendizado para todos. No final, tivemos a seguinte classificação: 1° Marcio Mayorcas; 2° Marcelo Imbroisi; 3° Alan Otero. (Marcelo Imbroisi)
Ste f ano F ig al o
Faixa preta Gildo foi graduado faixa preta de Jiu-jitsu no Clube Barreirinha. Depois de anos de estudos da ar te suave e total comprometimento com o projeto social Ivo dos Santos, em Paquetá, ele recebeu do sensei Italo Bareta a sonhada faixa preta. Parabéns Sensei Gildo! (Stefano Figalo)
O que você achou desta edição do jornal? Qual a sua sugestão para o próximo número? Q u e r e s c r eve r s o b r e a l g u m a s s u n t o d e Pa q u e t á ? cartasjornalailha@gmail.com
e n t e r f à s o s a s p e z D
Por Ialê Falleiros e Zeca Ferreira
Rose: A nossa responsabilidade não vai ser maior porque vai haver o berçário. A responsabilidade já é grande porque a gente está com um grupo de crianças que a gente sabe que são filhos da ilha, são alunos. Só vai aumentar um pouquinho, porque vamos receber as criancinhas pequenas. Hanriete: É a única escola da rede neste momento que vai de berçário ao nono ano.
Entrevista com a chapa eleita para a direção da Escola Municipal Joaquim Manoel de Macedo – professoras Hanriete Araujo e Rose Mary Hermida
Em primeiro lugar, queremos parabenizar vocês. Todos ficamos muito felizes com o grau de aceitação da chapa, isso expressa um reconhecimento grande do trabalho de vocês. Como se sentiram vendo o resultado, com 85% dos votos?
Tem alguma notícia sobre a ampliação do espaço de educação infantil, como vai ser a obra? Tudo está previsto para o ano que vem, não é? Rose: O que eu recebi da 1ª CRE foi o seguinte: a adaptação da salinha do berçário II já vai ser feita a partir de janeiro, dia 2, 3 de janeiro já estarão aqui. Então a salinha para receber as criancinhas de 1 ano vai estar pronta no início do ano letivo, para começar. Depois disso, eles vão dar andamento à etapa seguinte.
Hanriete: Na hora a gente ficou meio congelada, porque foi um processo meio tenso, não por parte da CRE, mas é aquela expectativa, a gente nunca tem a certeza, a gente sabe a possibilidade, mas...
E o que vocês podem dizer sobre a junção das duas escolas, Joaquim Manoel de Macedo e Pedro Bruno?
Rose: Até por conta das mudanças que vieram juntos, não foi uma eleição “normal” como as outras, trouxe muitas coisas junto, muitas mudanças, para todos, não só para a gente, mas para todos da escola, para a comunidade, para os alunos. Então a gente ficou naquela expectativa. Depois... é bom, né, ver o quórum, a gente se sente gratificada.
Rose: O compartilhamento já estava acontecendo.
Hanriete: Dá aquela aliviada. A gente ficou apreensiva pelas crianças, pelos jovens da Pedro Bruno, porque, como a Rose falou, foi uma coisa diferente. Quando nós fomos às salas eles tinham muitas dúvidas, aquelas fantasias: “agora vai ter aula sábado?”, “é verdade que os professores vão embora?”, “é verdade isso, é verdade aquilo?”. A gente não sabia até que ponto isso tomou conta e transformou o pensamento deles. Nós ficamos um pouco na expectativa, mas quando vimos o resultado, não é falsa modéstia, mas a gente achou até justo, merecido, porque se fosse uma coisa apertadinha não estaria indo ao encontro do que a gente trabalha. Não que a gente não erre, mas a gente sempre procura fazer o melhor. Rose: Todo mundo que entra quer ser bem aceita. Quando a gente trabalha com a maioria apoiando é muito melhor, flui mais, a gente sabe que vai poder ter a parceria de todos. Hanriete: E foi bom nas duas urnas tanto de professores e funcionários, como de pais e alunos. A escola agora vai ter berçário: como vocês estão vendo isso? Hanriete: Nesse momento, a gente está naquela situação de fechar o ano letivo, mas tem muita coisa pipocando na nossa cabeça. A gente vai ter que sentar, ajustar, tem horas que a gente pensa algumas coisas e comenta rapidamente, na correria, aí uma fica rindo para a outra porque dá aquele friozinho na barriga, mas vai dar tudo certo. A gente espera que todo
mundo colabore, no sentido de compreender, pois todo mundo está na mesma situação: professores, direção, os pais, é novidade, vai todo mundo experimentar junto.
Hanriete: Ela na prática já existia.
Hanriete: Tanto que eles estão super à vontade. Eu acho que essa oficialização só somou, as meninas chegam agora e sentam no sofá, não é Rose? Muito engraçadinhas. Elas estão sentindo que é delas. Agora eles estão mais à vontade ainda. Se algumas pessoas pensaram alguma coisa negativa em relação a essa junção, pelos jovens, pelos estudantes, foi só positivo. Sobre a ampliação do turno escolar, qual vai ser o impacto? Vai ser uma nova rotina também, não? Rose: Acho que vai ser bom para organização da gente aqui dentro, porque hoje a gente tem horário parcial, turno único, horário integral, tudo junto. É um entra e sai, a gente não consegue manter o portão fechado. Esse horário vai ser bom porque todos vão ter o horário de entrada às 8 horas, e vão sair todos às 15 horas. Aí a gente vai poder manter o portão fechado e nossa organização aqui dentro vai ser muito melhor. Há estudos em neurociência mostrando que os estímulos de novas tecnologias, como os jogos eletrônicos e as redes sociais, promovem descargas químicas que dão a sensação de prazer imediato mas breve, enquanto um esforço maior para alcançar um objetivo que envolva, por exemplo, leitura, atividade física, pesquisa, promove sensações mais duradouras. Como vocês percebem isso no ambiente escolar? Hanriete: Muitas vezes, eles não têm em casa o hábito da leitura, nem o incentivo. É televisão, televisão, televisão, computador e celular. Eu mostrei as cenas de um filme que retrata um pouco da história do navio negreiro. Eu fiz toda uma fala que tem que ser feita, disse: “a escravidão não foi exatamente como aparece no livro, muitas coisas aconteceram para que eu pudesse estar aqui falando com vocês...”, depois passei. Mas olha, eles ficaram muito mexidos, eu fiquei com muita pena, pensei: “acho que eu peguei pesado”. O Luiz, professor de educação física me perguntou: “o que você fez com eles? Estão quietos, alguns estão chorando... eu não pedi um silêncio”. Quantos anos?
Hanriete: De início, eu coloquei para o sexto, aí me empolguei. Falei: “acho que dá para o quinto”, aí falei: “acho que dá para o quarto”. Aí no quarto eu parei. “Tia, é muita maldade!” Mães se virando no navio, se despedindo dos maridos só com o olhar, e o marido aceitando aquele suicídio. 15 minutos, só. Eu acho que teve efeito por isso. Foram 15 minutos, mas eram imagens fortes, as mulheres negras parindo, crianças passadas de mão em mão, foi chocante. E eles entenderam, não choraram pelas cenas tristes, eles entenderam como o ser humano pode chegar até aquele ponto. Eu falei: “qualquer um pode
chegar àquele ponto, é só a gente se permitir”. Eles ficaram refletindo. Acho que foi a melhor aula de história da minha vida. E um falava para o outro: “já viu navio negreiro? Pede para a tia!” Aí até a Sandra, professora do 4º ano veio, pediu para ver.
Gostaríamos de um ouvir um pouco da história de cada uma em Paquetá e nessa escola. Rose: Meu pai era de Paquetá. O Roque, da banca, era meu padrinho, irmão do meu pai. Minha família é da ilha. Eu não estudei aqui, meu pai e minha mãe moravam em Neves, Niterói e depois é que eu vim pra cá, por causa de doença da minha mãe, e fiquei aqui um tempo morando com meus avós, ali na caieira. Uma delícia, a gente pulava no mar... infância boa que a gente lembra. Aí, com seis aninhos, fui para o Rio e só retornei 22 anos atrás e dou aula aqui desde então. Meu filho estava com três anos, hoje ele está com 26. Eu não cheguei a estudar aqui, mas ele sim: estudou na Joaquim, pegou o prédio antigo, pegou a Pedro Bruno, e depois fez o segundo grau no Rio. Não quer sair de Paquetá. Fez a faculdade toda descendo na barca de cinco e meia, voltando, mas... não abre mão de Paquetá. E você, Hanriete? Hanriete: Eu sou cria da ilha, nasci mesmo aqui, minha avó que fez meu parto, minha bisavó, na verdade, ela que me criou. Morava ali na Manoel de Macedo, brincava de pique-esconde, a gente se escondia atrás da sepultura, pique-bandeirinha, a gente ficava cantando debaixo da janela da dona Malvina, ela vinha com água quente, derramava... (risos). Ela morreu e a gente ficava: “olha ela ali, olha ela ali!”. Muito legal! Criança naquele tempo era assim. Estudei aqui sempre. Quando eu fui da educação infantil, na época era jardim de infância, ainda tive aula com a Regina Iolanda, porque ela era diretora, mas fazia questão de pegar principalmente as crianças do jardim de infância, levava para o auditório da escola, não era auditório com nada acolchoado, era bem simples, ela levava a gente lá para trabalhar com argila. Minhas professoras, algumas foram daqui da ilha, outras foram do Rio, mas sempre estudei aqui. Inclusive a Sandra foi minha professora! A Sandrinha foi minha professora, foi minha diretora e agora é minha colega de trabalho. Depois, no ensino médio, fiz prova para o Júlia Kubitschek, naquele tempo ainda tinha prova seletiva, aí entrei, fiz o curso normal, fiz o adicional, passei para o município, passei numa segunda matrícula - mas dei bobeira, caducou -, e fui fazer faculdade aos 34 anos. Eu lembro que dava aula para o Francisco, da Conceição Campos, e na hora da saída ela vinha buscar o filho. Me via sentado nesse
banquinho aqui e perguntava: “que foi?” E eu: “Estou quase desistindo”. E ela: “Não desiste, não!”. Foi brabo. Mas deu tudo certo. E sua filha também estudou aqui, né?
Hanriete: Minha filha sempre foi aluna daqui. Criada aqui dentro, todo mundo dava palpite, todo mundo brigava comigo porque eu sempre fui uma mãe muito chata, e ela é o oposto de mim, não tem nada de esfuziante, é toda discreta. Ela foi criada dentro da escola. O tempo que não estudava, ficava sentadinha na secretaria, um tomava a tabuada, outro perguntava não sei que, e foi assim. Hanriete, e esse lugar agora, de diretora, depois de ter sido aluna, professora, durante muitos anos, como está sentindo que vai ser? Hanriete: Eu não vou mentir, estou sentindo uma alegria muito grande. Mas a minha maior preocupação é: não sei se vou conseguir passar para algumas pessoas que foram nascidas e criadas aqui na ilha... digo “eu” e não “nós”, por essa diferença, até da minha família mesmo, que nunca acreditou... meu pai sempre me chamou de professorinha, enfim, essas coisas que são da própria dureza da vida fazer um pai não acreditar no filho, a família falar que tudo está bom: “tá bom, já estudou, você já completou o ginásio, está bom!” - passar para eles que tudo na vida da gente é possível. Para muita gente, ser funcionário público não significa nada. Para mim significa, porque eu fui criada com uma pessoa... minha avó era analfabeta mesmo, mas de uma grandeza... há 18 anos ela foi embora, para mim é como se fosse hoje, não gosto nem de ficar falando nela porque me emociona, porque ela foi tudo para mim. Tudo! Como ela se chamava? Hanriete: Clotilde. Ela nunca desistiu. Ao mesmo tempo, ela dizia assim: “você sempre tem que dar dez passos à frente...” Eu não concordava com ela e
ela me explicava: “Você não é diferente, mas o mundo é assim! Você tem que estar dez passos na frente para você poder ficar igual à sua colega.
Se você não for dez passos à frente...” – ela exigia
postagem dele, que a página no Facebook do jornal A ILHA era um espaço bacana, mas está se tornando um espaço de senso comum, de fofoquinha, de mimimi.
E as pessoas estão sendo grosseiras com as outras, desrespeitosas. Então, chegou a um ponto em que você não pode falar mais nada porque fica muito exposto. Nós não somos iguais, você pensa uma coisa, eu penso outra, ela outra, ele outra... e é assim que a gente vive. Eu tenho muita preocupação, porque a gente vê isso em sala de aula. Eles agridem o colega e acham normal, até verbalmente, falam coisas que fere. Mas aqui é uma comunidade pequena...
Pensando nessa fala da sua bisavó, hoje as crianças negras, mas não só, as crianças mais pobres, elas ainda têm que estar esses dez passos à frente? A gente não mudou isso ainda? Hanriete – Eu acho que não, sinceramente. Porque a gente não se identifica, a verdade é essa. Você procura uma referência... [mostra a sala, repleta de livros e cartazes] e não tem, principalmente para o negro e para o pobre. Não estou vitimizando, pelo contrário, sempre fui feliz, gente, sempre fui muito feliz. Paquetá tem uma história negra muito importante. O Anacleto de Medeiros, por exemplo, músico paquetaense, negro, tem uma importância muito grande na história da música brasileira. São histórias que merecem ser conhecidas. Hanriete – Então, é essa a minha preocupação, até quando houve uma certa situação comigo, fiquei pensando no meu neto. Gente, o meu neto está vindo aí, como é que vai ser esse mundo pra ele? Falei com a professora Isabel (que teve recentemente um neto chamado Vicente): “Dois Vicentes, um branco e um negro. Será, Isabel, que eles ainda vão encontrar isso?” Porque... vem de casa. Você vê crianças que não tem essa maldade, né, Rose? Que tem uma amizade, que tem um carinho, que tem uma preocupação. Mas tem outros que não gostam de sentar nem na mesma mesa. E a escola consegue reverter esse processo? Hanriete – Na medida do possível, porque a gente tem um limite, né? Rose – A gente trabalha, dentro da sala de aula, mostrando para eles. Sendo que, algumas crianças, ainda passam apenas quatro horas e meia com a gente aqui. Todos ali são tratados igualmente e a gente trabalha isso neles. Como vocês veem essa parceria escola-comunidade, e essa proposta do PPP que vem da própria Secretaria para ser construída junta? E como a gente pode fortalecer esse movimento e contribuir para ele se tornar um horizonte de verdade para vocês poderem seguir trabalhando, que ajude realmente vocês no trabalho?
muito de mim, nunca me encostou um dedo, mas ela exigia muito! Se eu chegasse em casa com um grampo diferente, ela, que não andava de bicicleta, vinha até aqui no campo para perguntar na escola quem deu, quem não deu. Enfim, uma infância muito simples, mas ela me passou muitos valores. E sempre acreditou em mim! Sempre! Para dizer a verdade, a única da minha família toda. Eu acho que se ela estivesse aqui, ia estar querendo participar, mas ia falar para vocês: “não precisa botar meu nome nem minha foto, deixa eu só ver minha neta!” Ela ficava muito feliz vendo as minhas conquistas. E é isso que eu queria passar
para alguns jovens que eu vejo, independente até de etnia, que estão se perdendo na ilha. Eles acham natural ficar por aí. A banalidade está tomando conta do mundo. Mas aqui, na
ilha, também. Eu conversei sobre isso com o Flavio Aniceto, à parte, porque eu não quis comentar na
Hanriete – Você falou uma coisa muito importante: como vocês podem fortalecer. Porque o que falta é isso. É possível a gente fazer um PPP junto que flua, que dê certo, mas a gente precisa esclarecer, centrar a cabeça dos pais. Os pais são muito imediatos, então é muito difícil você botar qualquer proposta que vai existir lá na frente. Pode existir a parceria no papel, ou numa conversa, mas tem hora que a gente precisa de parceria e não tem, sabe por quê? Porque a pessoa muitas vezes não vem conversar. Os pais tem que
vir falar, conversar, é um direito, é assim que tem que ser! Não pode ficar pelos bastidores, pelas esquinas, pelas casas, senão, uma coisa vira, de um dia para o outro, em questão de horas, uma bomba. Isso é uma coisa muito séria. Se eu conheço vocês como pais, eu não posso, por uma atitude, passar a estranhar vocês, eu posso achar estranha a atitude, mas devo conversar.
Como vocês pensam trazer os saberes da comunidade e realizar uma interlocução com o currículo escolar? Hanriete: A gente precisa fazer isso através das parcerias. A gente pensa em fazer vários links com os diversos grupos comunitários da ilha para poder estar colocando essa galera toda em ebulição. A escola trabalhando como um todo, visando não só a parte intelectual, mas a questão da cidadania e de todos os fatores que envolvem os saberes. Nossa ideia é essa. Como a gente vai desenvolver esse trabalho? Através desses links. A gente precisa ter links com os
diversos grupos comunitários da ilha.
Depoimento pró Hanriete e Rose publicado na página do Facebook do Jornal A Ilha:
“A Joaquim Manuel de Macedo se encaixa como escola sem igual; assim como Paquetá é única, nosso âmbito escolar também... Desde que me recordo, era fantástico estudar em exímio local, por vários motivos, dentre eles as tias que lá lecionavam... Hoje, onde há a junção da Joaquim com a Pedro Bruno, vê-se a necessidade de uma pessoa com braço forte, uma daquelas tias transformadoras... E essa tia vem com o nome de Hanriete Araujo. Não há dúvidas de que o trabalho dessa professora é fenomenal desde quando integra o corpo docente da escola. Íntegra, transparente, competente, mais que pró-ativa. São alguns dos adjetivos que a ela são incumbidos. É uma pena que a comunidade, em geral, não possa votar, se eu pudesse meu voto seria da tia Hanriete e tia Rose... Garanto que minha turma de fundamental ciclo1 também votaria em massa nas duas candidatas...” (Henrique Loureiro, ex-aluno das escolas Joaquim Manoel de Macedo e Pedro Bruno)
Mensagem publicada na página do Facebook do Jornal A Ilha, após a homologação dos resultados da eleição: “Agradecemos o apoio dos pais, responsáveis, comunidade escolar (alunos, professores e funcionários), Morena (Associação de Moradores), ex-alunos, mães de ex-alunos. Enfim, nossa gratidão pela participação de todos! A chapa UNIÃO foi eleita. Juntos, fizemos a diferença nessa vitória expressiva! Contamos com vocês em 2018!
Professoras Hanriete e Rose”
Cristina
AMORES DA ILHA
ELEIÇÃO PARA A DIRETORIA DO CCS Claudio Marcelo
FOTO DO MÊS
? CHAPA PAQUETÁ LEGAL
Emanoely Barreto
A eleição para a diretoria do Conselho Comunitário de Segurança, está mobilizando a ilha. É bom que isto esteja acontecendo, pois assim chama atenção para a constituição do CCS e para o trabalho que vem realizando, e que virá a realizar numa próxima gestão. Há duas chapas disputando a eleição. No intuito de colaborar com as suas campanhas, e de acordo com o seu papel que é o de levar informação à comunidade paquetaense, o Jornal A ILHA planejou abrir espaços para estas chapas, a fim de que possam colocar as suas posições, suas opiniões, sua plataforma para a CCS. O jornal promove este debate para que as pessoas tenham mais uma oportunidade de conhecer os candidatos, saber como pretendem encaminhar o CCS e trabalhar em prol de nossa Paquetá.
DE DUNGA PARA OS AMIGOS
Que ridos, Nesse momento de adeus, g o s ta r i a
de
faze r
a l g u n s a g ra d e c i m e n to s . Primeiramente, aos meus amigos
de
tenente
pat r u l h a ,
Meireles
Convidamos então as duas chapas – Paquetá Legal e Somos Todos Paquetá – para se expressarem, através de uma série de perguntas enviadas aos seus integrantes. Enfatizamos que esta proposta busca ser absolutamente isenta, de modo que o espaço dedicado a cada chapa seria a mesma (uma página), e que as perguntas encaminhadas foram rigorosamente as mesmas para cada chapa. Infelizmente, o grupo Paquetá Legal – representando a continuidade da diretoria anterior – embora a princípio tenha elogiado a iniciativa do jornal, acabou declinando do convite e não estará participando da troca de ideias. Chegamos a receber uma mensagem grosseira e agressiva de uma candidata a respeito disto.
e
s a r g e n to Te o d o ro , p o r ta n ta s h i s t ó r i a s q u e vivemos juntos. Obrigado ta m b é m à t i a D e j a n e , q u e s e m p r e d e i x av a u m a v a s i l h a c o m á g u a pa ra mim e meus amiguinhos. À t i a C r i st i n a , p o r s e u s
Pedimos desculpas aos leitores por não termos conseguido promover um debate amplo, englobando as duas chapas concorrentes à diretoria da CCS, que fosse representativo de ambas as campanhas, trazendo colocações distintas a respeito do trabalho do Conselho em Paquetá. Na página a seguir, publicamos a participação da chapa Somos Todos Paquetá, que respondeu às nossas perguntas. (Ricky Goodwin)
deliciosos biscoitos, com que me presenteava. Ao tio Wande rley, p e l a c o m i d a g o sto sa d e to d o d i a , c o m o s ó e l e sa b e f a ze r . A o a m i g o C l a u d i o M a rc e l o , p e l a c h a n c e d e m e to r n a r f a m o s o , n a coluna Matilha, do jornal A Ilha (apesar de nunca me te r pago um centavo de cachê, aquele cretino). Aos amigos Peteca, Luiz B e l o e O s c a r B o l ã o , p e l a s f e st i n h a s f a rta s e s i n c e ra s , to d a vez que me viam. Um obrigado muito especial à minha que rida m a m ã e P a l o m a , q u e m e a c o l h e u c o m ta n to a m o r , e c o m q u e m convivi até a partida. E, claro, ao carinho dos moradores dessa m a rav i l h o sa P a q u e t á , q u e f o i m i n h a t e r ra e n c a n ta d a p o r u m a v i d a . Aq u i m e d e s p e ç o , c o m m u i to a m o r p o r to d o s vo c ê s . Dunga
Carta ditada ao papai Fernando Gaúcho, pouco antes do último suspiro.
A eleição para a diretoria do CCS será dia 18 de dezembro, no Salão Paroquial da Igreja Bom Jesus do Monte, entre 10 e 13 horas. Todo morador de Paquetá, estudante em Paquetá ou quem trabalha em Paquetá, sendo maior de 18 anos, pode votar nesta eleição. Para votar o eleitor deve comparecer ao local portando carteira de identidade e comprovante de residência no bairro: contas de serviços públicos, contrato de aluguel, caderneta de inscrição no Saúde da Família local. Quem não tiver esses documentos deve levar certidão de casamento ou de nascimento comprovando ser cônjuge ou parente direto de quem tenha (com cópia desse documento). Estudante deve levar carteira da escola local e quem trabalha na ilha comprovante de vínculo empregatício. O voto é pessoal e intransferível.
1, Vamos começar apresentando os componentes de sua chapa.
ELEIÇÃO PARA A DIRETORIA DO CCS
Presidente – Mário Jorge de Souza, nascido e criado na ilha há 76 anos. Presidente da Associação de Moradores do Conjunto Residencial Paquetá, na Padre Juvenal, e servidor público aposentado, exmotorista da Comlurb.
Portanto, pretendemos nos relacionar com as autoridades policiais de forma franca, independente e sem preconceitos. Um diálogo de verdade, em prol dos interesses da população paquetaense.
Vice-presidente – Guto Pires, 64, jornalista aposentado “na ativa”, realizou o sonho de retornar à ilha em 2016, após 20 anos. 1º Secretário – Flávio Grande da Luz, 49, é da terceira geração de paquetaenses da família. Morou em Paquetá quando criança, jovem e adulto e agora retornou definitivamente. 2º Secretário – Renato Mendonça Barreto, 35, professor universitário, pai de quatro filhos e morador da ilha há dois anos. Diretora Social – Valéria Paladini Borges, 45, terapeuta e técnica de enfermagem, moradora desde 2014, casada com um filho da ilha há 29 anos. 2. Por que escolherem esse nome para a sua chapa? O nome da chapa não é aleatório. O nome expressa o pensamento da chapa: todo mundo que ama Paquetá, de verdade, é Paquetá. Aliás, como não amar Paquetá? 3. No entender da sua chapa, qual deve ser a função de um Conselho Comunitário de Segurança? A atribuição superior do CCS é ser um espaço de planejamento de políticas públicas de segurança. Uma instância de participação popular dos moradores locais interagirem com as autoridades da segurança pública naquele território. Não somente a polícia, mas qualquer área do Estado, só consegue servir à sociedade se dialogar com ela para compreender suas demandas e especificidades. Só que nem sempre os CCSs conseguem cumprir o papel para o qual foram criados. 4. Qual é o maior problema ligado à Segurança em Paquetá? Respondemos com um questionamento: quem conhece as estatísticas de violência de Paquetá? Os registros de ocorrência na subdelegacia de Paquetá estão escondidos dentro das estatísticas de toda a 5ª. Área de Integrada de Segurança Pública (AISP), que compreende todo o centro da cidade do Rio de Janeiro (Gamboa, Santo Cristo, Saúde e Centro). Assim, o índice de latrocínio - homicídio com objetivo de roubo, ou roubo seguido de morte ou graves lesões corporais da vítima – de Paquetá fica inflado pelos demais bairros da 5ª.AISP que, obviamente, têm um perfil de violência inteiramente distinto e mais grave do que o de nossa ilha. Enfim, é uma tarefa prioritária a geração de dados específicos sobre segurança pública em Paquetá. Sabemos que isso é perfeitamente possível, em conversas com o Instituto de Segurança Pública (ISP), e pretendemos demandar isso às autoridades, tão logo sejamos eleitos e empossados. O trabalho do CCS começa a partir da revelação desses dados e informações. Não podemos permanecer atuando na base do “achismo” e do preconceito. 5. Tem alguma outra questão que esteja preocupando a sua chapa? Muitas. De forma geral, entendemos que o CCS de Paquetá se afastou da sua missão institucional primordial: atuar na prevenção da violência. Em anos recentes o CCS da ilha têm priorizado apenas os conflitos de vizinhança, imediatos, em vez de abraçar as grandes agendas de interesse de todos os moradores.
território. Trata-se de uma construção de consensos, um aprendizado mútuo. Tanto agentes públicos da Polícia Civil e Militar quanto os moradores locais devem exercer o esforço de falar, ouvir, escutar e responder. Se não for assim, não funciona.
CHAPA SOMOS TODOS PAQUETÁ 6. Algumas pessoas tem colocado que o CCS de Paquetá, nos últimos tempos, tem deixado de lado questões importantes na área de Segurança para atender a reclamações menores, brigas entre vizinhos ou implicâncias pessoais. A sua chapa concorda com essa colocação? Concordamos totalmente. Entendemos que essa é uma das maiores falhas da antiga diretoria que renunciou ao cargo em caráter irrevogável e, agora, sem nenhuma explicação divulgada aos moradores, tenta ser reconduzida por meio das eleições. Durante todo o tempo que ocuparam a diretoria do Conselho: ocuparam o CCS pra um grupo, em vez atuar para que cada vez mais moradores participassem das reuniões. 7. Paquetá se notabilizou por ser um lugar tranquilo e de muito descanso. Mas agora entrou na moda, atraindo mais turistas, moradores estão criando opções de lazer e alimentação, e aumenta a movimento na ilha. Há reclamações de que Paquetá está se tornando um lugar barulhento. Colocam também que o bairro está perdendo seu encanto. A sua chapa concorda com essas colocações? Absolutamente, não concordamos de jeito nenhum que a ilha de Paquetá está perdendo seu encanto. Aqui na ilha temos mais sossego e tranquilidade do que em 99% das cidades do Brasil e do mundo. Só que o mundo tem se transformado num lugar barulhento. Grandes cidades, como o Rio de Janeiro, não poderiam ser diferentes, nem mesmo nossa ilha. Mesmo assim, desfrutamos de uma situação bem melhor para pactuar um convívio harmônico a respeito de festas ou cultos religiosos que incomodam a vizinhança mais próxima. Devemos buscar um equilíbrio, pois a falta de atividades, principalmente para o os jovens da ilha, os empurra para atividades não saudáveis, aproximando-os da criminalidade. Sem falar que a base da economia formal e informal da ilha é o turismo, isso é inequívoco. Toda atividade cultural, comercial, festiva, esportiva, envolve algum grau de ruído. A solução tem de ser o diálogo entre as partes interessadas, é o caminho mais eficiente. Esse é um trabalho penoso, uma construção, um processo. Mas tem de ser feito e é o mais efetivo para alcançarmos a desejada segurança e paz. No nosso entendimento, dizer que Paquetá está perdendo seus encantos equivale a uma atitude derrotista. 8. Como a sua futua diretoria irá se relacionar com as autoridades responsáveis, principalmente na área da Segurança? O papel central do CCS é oferecer uma instância de diálogo real entre as autoridades responsáveis pela segurança pública e os cidadãos daquele
9. E como poderia trabalhar junto com as entidades e organizações existentes em Paquetá, como a Região Administrativa, a Associação de Moradores, o Polo de Turismo, o Hospital Villaboim, e programas locais de assistência social? Que ações concretas poderiam ser tentados com eles, já que o Conselho, basicamente, é da área de Segurança? O tema Segurança é multifacetado. Assim como há a segurança contra assaltos, homicídios, tráfico de drogas, roubos, etc., existe a segurança relativa à Saúde, para falarmos de um exemplo. É comum falarmos que em Paquetá, após a última barca, às 23h, “somos um por todos e todos por um”). Todo paquetaense sabe o que isso significa. Porque se alguém precisa de atendimento de urgência que o Hospital Villaboim não pode oferecer, não há como sair da ilha, a nado. O helicóptero está sem condições de pousar à noite, porque as lâmpadas do heliponto no Darke de Mattos estão quebradas. Estamos falando de segurança à vida, embora não estejamos falando de assaltos, homicídios, roubos, etc. Os problemas frequentes e/ou permanentes do sistema de esgotamento sanitário de Paquetá são uma outra agenda importante de segurança à Saúde. Embora seja um tema mais afeito à nossa Associação de Moradores (MORENA), pode e deve ser tratado em uma articulação conjunta com o CCS. Nessa articulação também cabe, sem dúvida, a Região Administrativa, o Polo de Turismo, etc. Poderíamos dar outros exemplos, a lista seria extensa. Má iluminação das ruas e praças pode estar associado à violência. A triste situação de nossas ruas, cheias de buracos, pode ser associada à segurança no direito de ir e vir. Campanhas voltadas para a importância de preservar a ilha limpa podem ser associadas à segurança econômica de uma ilha que precisa manter sua condição de atração turística. Tudo isso pode ser articulado entre MORENA, CCS, Região Administrativa, Polo de Turismo e todas as organizações que trabalham por Paquetá. Somar forças não representa invadir o espaço do parceiro. Somar forças é uma necessidade legítima de todo movimento social organizado para reivindicar o exercício de seus direitos ao Estado. 10. Caso a sua chapa venha a perder a eleição... o seu grupo pretende continuar atuando em alguma atividade a favor de Paquetá? Qual seria? Sem dúvida! Sempre trabalharemos por Paquetá. Escolhemos morar e viver com nossas famílias, aqui. Vários de nós, como os nossos queridos Seu Mário (candidato a presidente) e Flávio Grande (candidato a 1º secretário) são filhos da ilha há décadas. Não somos candidatos a cargos remunerados, nem vitalícios, nem nada. Somos candidatos a um trabalho voluntário, sem nenhuma remuneração, por vezes extenuante. Tudo por amor a Paquetá. Não importa se na diretoria do CCS ou como participantes apenas.
A saúde está doente Inclusive em Paquetá Júlio Marques e Ricky Goodwin
O capítulo mais recente no drama da Saúde Carioca começou em agosto quando a Prefeitura da cidade anunciou o fechamento de 11 unidades de saúde da família na Zona Oeste. A classe médica reagiu, a imprensa denunciou, e a Prefeitura acabou recuando do fechamento. Mas prosseguiu com o seu desmonte lento das clínicas da família. O programa Saúde da Família, com suas clínicas, fornecem o atendimento básico à população. É considerada a porta de entrada para o SUS. Quando alguém tem um problema de saúde é por esse programa que se começa o atendimento. A situação chegou a um ponto que em 26 de outubro a classe médica entrou em greve. Hospitais sem medicamentos, com leitos bloqueados, faltando até gaze e esparadrapo. Salários sofrendo reduções. 180 demissões, entre auxiliares de enfermagem, enfermeiros, psicólogos, dentistas, agentes comunitários. Prefeito contingenciando verba em 560 milhões Todos os postos de saúde e unidades de saúde da família – mais de 300 no município - são administrados por organizações sociais de saúde, as OS, que pagam salários, compram material, cuidam da manutenção. Com as OS essa administração ficou mais ágil. Agora, a Prefeitura justifica segurar o dinheiro da Saúde dizendo que os contratos com as OS estão com alguns vícios, houve desvios, só que ao invés de fazer auditoria e corrigir os problemas, simplesmente retém a verba. O Estado do Rio também está retendo verbas, e com isso está incorrendo numa ilegalidade. Por lei, o Estado tem que repassar 12% da receita para a Saúde. Investiu 10%. O Governo Federal também não repassa o que deveria. Há pessoas que veem isto como parte de um plano maior visando desmontar o setor público. Seria o mesmo desmonte que está acontecendo com as universidades públicas, como a UERJ. Ou seja, mais uma vez, os pobres vão pagar o pato. A Saúde da Família é voltada principalmente para a população mais pobre, que daqui a pouco só vai ter a opção de planos privados. Com o Prefeito segurando a verba, as OS não tiveram dinheiro para funcionar. Os profissionais ficaram sem receber, começou a faltar material... Na área da CAP1 – incluindo Paquetá – os funcionários só receberam 21% do salário. Quem ganhava 1000 reais recebeu 210 reais para sobreviver. E isso vem acontecendo há quatro ou cinco meses. Os pedidos de material voltam com um quarto do que foi solicitado. É a primeira vez em 20 anos que falta remédios em Paquetá. O hospital daqui, que servia de modelo para as outras regiões, está ficando parecido com os outros. Para tentar pressionar a prefeitura a liberar mais verba para a Saúde, a Cremerj e o Sindicato dos Médicos promoveu uma greve, que logo depois foi apoiada pelo Sindicato dos Enfermeiros. E aí aderiram os sindicatos dos Psicólogos, dos Técnicos de Enfermagem, dos Agentes de Saúde e dos Assistentes Sociais.
Um Integrante da equipe de saúde local declarou: “Não estamos pedindo aumento de salário. Não é aquela greve ‘Parem os ônibus porque queremos aumento’. Nós queremos respeito à população. Estão acabando com um trabalho de décadas, uma reforma sanitária feita por grandes pesquisadores que se reuniram pensando no que seria melhor para o país. Conseguimos trazer a Saúde Brasileira a um nível de excelência mundial. E agora assistimos a um desmonte, numa tentativa de privatizar a Saúde”. Quando começou a greve, a equipe hospitalar de Paquetá tentou segurar ao máximo, tendo em vista o tipo de atendimento feito aqui, sem outras opções onde as pessoas possam ser atendidas. A greve em Paquetá demorou a acontecer, começando semanas depois de outros locais. E optou por não fazer greve total, atendendo aos casos mais necessitados. Não só a emergência continua funcionando como a Saúde da Família continua atuando junto aos grupos prioritários. Alguns desses grupos: gestantes, crianças até dois anos, casos de hanseníase, tuberculose, necessitados de receitas, riscos cirúrgicos. Não estão sendo atendidos casos simples, como troca de curativos, por exemplo. Ações que eram feitas todos os dias – como vacinação - estão sendo feitas duas ou três vezes por semana. Algumas ações deixaram de ser feitas, não por vontade própria, mas por falta de medicamentos ou de profissionais. Outro membro da equipe hospitalar conta: “Está ruim para os funcionários do hospital porque as pessoas cobram deles a falta de medicamentos, falta até de esparadrapos, quando não podem fazer nada a respeito. Outros acham que eles são os culpados por estar acontecendo uma greve. As pessoas precisam entender que não são questões locais, só do hospital de Paquetá. É uma questão regional. Não adianta atender um caso psiquiátrico aqui se não temos como encaminhar para o Pinel, que está fechado. Quando encaminhamos alguém para o Rio Imagem, ela vai levar de 60 a 70 dias para fazer uma mamografia”. Os dirigentes do hospital pedem à população que considerem como é difícil motivar um profissional que está sem receber o seu salário, inclusive aqueles que moram fora da ilha e acordam às quatro horas da manhã para pegar a primeira barca. Por ser uma unidade pequena, num local onde todos se conhecem, o atendimento em Paquetá é diferenciado. Mesmo assim está sentindo os efeitos dessa tensão entre os funcionários. A situação está tão grave que se fala em extinguir o Posto de Saúde, e o programa Saúde da Família, ficando o hospital apenas com o setor de emergência. Se hoje já não há profissionais para atender de maneira ideal os casos de emergência, imagine quando tiverem que atender também troca de curativos, passar receitas, todos os outros casos. Seria o colapso total. O hospital em Paquetá, por exemplo, passaria a ser como um Souza Aguiar, onde a pessoa espera um dia inteiro para ser atendido.
Os dados do Villaboim indicam que 95% dos atendimentos são ambulatoriais. Somente 5% são emergenciais. Mas profissionais do hospital ressaltam que o atendimento de ambulatório não deixa de ter suas emergências: um hipertenso pode estar com uma pressão altíssima, um diabético sem fazer curativo pode vir a perder um pé. Se esses casos forem para o final da fila na emergência os casos podem ser fatais. Seguindo esse raciocínio, a economia de dinheiro feito agora com esse contingenciamento vai resultar em despesas maiores ainda. No exemplo do diabético: ele toma um remédio que custa 10 reais e controla a doença. Se ficar sem tratamento vai para uma cirurgia que custa 20 mil reais. Fora o custo de essa pessoa estar fora do mercado de trabalho. A questão maior então não é uma greve, ou os problemas no atendimento no Uisma Villaboim. É uma luta pela sobrevivência do próprio SUS (Sistema Unificado de Saúde). E isso tem reflexos no hospital de Paquetá. Remédios que estão em falta no Hospital de Paquetá Amoxacilina + Clavulato – antibiótico Alopurinol – excesso de ácido úrico Beclometasona – asma Alcachofra – anemia, diabetes, excesso de colesterol Vitamina B6 (Piridoxina) – diversos usos Simeticona GS – excesso de gases Permetina 5% - sarna Estriol – menopausa Estrogenio conjugado – menopausa Losartana – hipertensão Hidroclorotiazida – hipertensão Diclofenaco 50mg – analgésico Prenidsolona solução – corticoide Miconazol vaginal - candidiáse Ranitidina – úlceras Fluoxetina – depressão Imipramina – depressão Ácido Valproico – epilepsia Fenobarbitsl – epilepsia Clorpromazina – ansiedade e doenças mentais Clonazepam - ansiedade e doenças mentais Diazepam - ansiedade e doenças mentais Lista temporária, pois o estoque dos demais remédios está acabando. O Estoque Central do Rio já não tem – além dos remédios acima – medicamentos como Atelonol (cardiovascular) , Varfarina (anticoagulante), Dipirona (analgésico), Ibuprofeno (anti-inflamatório), Paracetamol (analgésico), 11 tipos de antibióticos, 11 tipos de calmantes, e inúmeros outros, até mesmo a comum aspirina.
*P
T
N IGht Reencontro da Turma de
'73 Cr ist in a Co st a
fotos Cecília Fonseca
Uma mesma turma de alunos estudou junto do jardim de infância até se formar do ginásio. Quarenta e tantos anos depois, a turma volta a se encontrar para recordar os tempos de colégio, contar muitas histórias e saudar os que não estão mais presentes. Parece coisa de filme americano, mas não, aconteceu aqui em Paquetá.Os irmãos-careca, Adeir e Ademir, promoveram uma festona em sua casa e chamaram a galera, não só aqueles na ilha como gente do Rio e de outras partes. A sessão nostalgia foi completa: os “alunos” compareceram vestidos com réplicas do uniforme escolar da época. Foi montada uma “sala de aula” com mesas e cadeiras cedidas pela mesma Escola Joaquim Manoel de Macedo. E a queridíssima Tia Cinira deu, novamente, aula para a estudantada. Além dela estavam presentes também as professoras Jane e Luíza. Quanta emoção!
ESPORTES Irakitan
PAQUETÁ TEM DISSO
Cristina Buarque
Abrimos está edição saudando as equipes de Jiu- jitsu! A academia Soul Fighters, comandada pelos professores Ítalo Santos, Luiz Carlos, o mais novo faixa preta Gildo Soares, e a academia Brazil-021, representada pelos professores Jenailton Silva e Severino Silva, que através de seus alunos representaram com maestria a Ilha de Paquetá no Campeonato Carioca realizado no Clube Municipal. Os moradores parabenizam todos os "PAQUETÁ", principalmente os do futebol, como o técnico Marcos Paquetá, os jogadores Lucas e Vinicius Paquetá, além de muitos outros das divisões de base, que representam a nossa maravilhosa Ilha com dedicação, força e coragem. A escolinha de futebol do Municipal F.C, que tem como coordenador Tio Maneco, treinador Victor e, administrando as nossas crianças, a Tia Neuza, tem como objetivo ensinar a prática de esporte e orientar sobre a importância da disciplina e do respeito, para que se tornem cidadãos de bem.
Por que choro em Paquetá Além do “bom dia”, “bom dia” com muito carinho, as pessoas entram no FB do Jornal A Ilha pra dizer que o gatinho sumiu. E foto do bichano. “Onde foi?”, “tem identificação?”, “UP”, “Fulana, veja isso!”, “Up”, “apareceu?”, “Up”, “DEVE TER IDO ATRÁS DE ALGUMA GATA NO CIO”, “Up”. A foto dum cachorro abandonado. “Em que rua?”, “tadinho!”, “acho que é do Nem da Cocheira”, “não, imbecil. O do Nem não tem essa mancha branca no pescoço!”, “Up”, “imbecil é você, que só defeca pela boca!”, “Up”, “ parece o Hulk do fulano”, “tadinho, deve ta com fome”, “dei ração e água, mas ele deve estar com frio e não posso levar ele pra casa”, “Up”. “Trocaram as sacolas de compras na barca de 13:20. Alguém ficou com minha carne moída do Fiel?”, “Up”, “Ih, hoje trocaram tudo. Fiquei com fubá, arroz e feijão... (Foto), de quem é?”, “aqui tá cheio de desgraçado que rouba tudo”, “Up”, “tem que matar esses FDP!”
Com o retorno da categoria Veterano, no Municipal F.C, a diretoria vem resgatando os sócios inadimplentes e conquistando novos sócios, aumentando seu quadro social. Fica a dica... aos docentes da área, temos a responsabilidade de orientar e e informar nossos alunos sobre o momento difícil que o país vive, no âmbito político e social, tendo em vista a má gestão de dirigentes e representantes na esfera do esporte. Quero, através destas palavras, agradecer e homenagear o nosso mestre Sr. Altamiro de Lima, o "Mirão".
OS DISCOS DO MEU TOCA-DISCOS!!! Ludi Um
A Love Supreme - John Coltrane Em 1964 Deus veio a Terra e veio em forma de vinil!!!
A Love Supreme é perturbadoramente celestial. A suíte em quatro temas que nos faz crer um pouco mais na existência do todo-poderoso, mesmo não acreditando. Cada música transborda espiritualidade, amor, fé e genialidade. Este disco foi o primeiro de Mr. Coltrane a cair em minhas mãos, eu ainda era um moleque que adorava rock, foi como se o monolito de 2001: uma odisseia no espaço tivesse caído em frente, ou melhor em cima da minha cabeça. Na época nem sabia quem era aquele senhor, mas o olhar intrigante do mestre me absorveu. Coloquei o vinil no meu já falecido Pioneer e foi uma explosão: foi arrasador!!! Meu primeiro contato com o Jazz, com Coltrane, com um novo universo. A partir daquele dia eu não fui mais o mesmo, os discos de rocks já não me interessavam tanto e meu olhar para a música mudou de foco. A Love supreme (pt 1,2 e 3), Acknowledgement, Resolution, Pursuance e Psalm viraram a trilha sonora da minha vida e Coltrane meu mestre. Não deixem de visitar: http://www.johncoltrane.com/ e viva um pouco mais feliz!!! Ouça em: https://youtu.be/ll3CMgiUPuU
“Alguém tem o telefone do Manduca?”, “33970454”, “Ok, valeu!”, “0454”, “quando eu morava aí era 33970454”, “acho que é 33970454 ou 55”, “eu tenho o dos Carecas. Serve?” “Por favor, preciso de supositório de glicerina infantil. É pro meu neto...” , “Up”, “eu tenho de adulto. É só cortar...”, “aqui tem com o prazo de validade vencido, mas não deve ter problema...”, “Up”, “posso comprar no Rio. Vou na de 18:30”, “Up”, “eu tenho um!”, “Deus seja louvado!” Todo mundo esquece celular na barca. “vai na achados e perdidos da CCR”, “Up”, “vai na delegacia e faz um B.O.”, “a delegacia tá fechada”, “Up”, “Up, “Up”, “Liga pro número dele”, “Tá dando desligado ou fora de área”, “Up”, “Uma vez perdi o meu mas foi devolvido”. “Estou desapegando duma cadeira de rodas”, “Up”, “Fulana, veja isso!”, “Up”. “Alguém pode me ajudar? Meus cachorros quase mataram esses filhotinhos de gambá...”(Foto), “Ai, tadinhos. Devem tá com frio. Bota um paninho”, “Dá leite Ninho”, “Up”, “Bota uma garrafa pet com água morna e enrola num pano pra aquecer”, “Up”, “que lindinhos!”, “Up”, “eu posso ajudar quando chegar em Paquetá”, “gambás de que espécie?”, “Up”, “que gambás??? Isso é filhote de ratazana criado com Todinho!”, “ECA!!!”, “joga fora!”, “mata!”, “taca fogo!”, “dá veneno!”, “parecem ratos”. “Encontrei esse pezinho de sandália na Moreninha” (Foto). “Minha bike foi roubada”, “Up”, “essa aqui? (Foto), ta na frente da casa do veterinário”, “essa mesmo”, “queria agradecer ao ladrão que encheu os pneus da minha bike...” “Mais um filho da Ilha que se vai”, “que Deus conforte a família”, “Meu Deus, estive com ele há dois anos!”, “sempre sorridente e gentil”. Onde é que eu andei o resto de minha vida? Up.
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EVENTOS
Cl a u dia Me n de s
FLIPA Feira Literária de Paquetá
- Marcelo Fisher (organizador)
- Ab e r t ur a d a FL IP A -
abrindo os trabalhos -
Alexandre Macieira
Cl a u dia Men des
Agatha Laura e Cristiana Nóvoa
- Ana Soares - - Maurinho na atividade no Morro do Buraco -
- Duda Macieira com o homenageado Domício Proença -
Duda Macieira, escritora com 6 anos Ir in ea Ribeir o
Claudia Mende s
- Flavio Aniceto, Barbara Pereira e Luis Pimentel - Equipe do filme É Rio ou É Valão - Cintia Barreto (curadora) na homenagem a Sylvia Orthof - Dilna Diva C in t ia Ba rr e to
- Palestra sobre Luis Sá -
- Elisa Lucinda (homenageada) e Edgard Mandarino -
- Hiltom Castro e Marco Guerra -
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O próximo MORENA NA PRAÇA ocorrerá em integração com a Audiência Pública de Paquetá Iniciativa da Comissão Permanente de Cultura. Participe! em agosto e setembro de 2016; e também analisou as contas da diretoria da MORENA, de outubro de 2016 a julho de 2017. A Comissão recomendou aprovação de todas estas contas e Assembleia Geral aprovou por unanimidade.
MORENA na praça Data: 16/12/2017
Horário: 11h30 às 14h30 Local: Paquetá Iate Clube, salão principal Título: Paquetá, soluções para a ilha-bairro Autoridades convidadas: secretários municipais de Cultura, de Conservação e Meio Ambiente e de Fazenda, presidentes da RioTur, do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade e da Funarj e da Cedae, superintendente regional do Centro, que inclui Paquetá, e Ivo dos Santos Filho, administrador da ilha. Objetivo: promover o debate entre o poder público e a comunidade sobre a gestão cultural do bairro-ilha, uma questão estreitamente relacionada às gestões turística e ambiental, devido às características de Paquetá. Pontos a serem debatidos • •
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Restauração do Solar Del Rei, patrimônio histórico-cultural da ilha; Projetos culturais e turísticos da atual gestão para Paquetá - promoção e apoio a eventos culturais e artísticos da ilha (Domingo no Darke, Festival da Guanabara, Festa de São Roque, Flipa etc.); Preser vação e conser vação de praças, pontos turísticos e jardins públicos (equipamentos históricos, postes, luminárias de época, caramanchão etc); Preservação e conservação das praias, com iniciativas de educação ambiental junto aos turistas; Recuperação e conser vação das vias, iluminação e equipamentos públicos da ilha; Arborização pública; Esgotamento Sanitário Paquetá-São Gonçalo previsão de conclusão.
Notícias da MORENA
A resposta da CCR sobre a cessão de um espaço
externo da estação das barcas para acomodar a Geloteca foi negativa. Em compensação, a CCR doou vários livros à Geloteca, que já chegaram e estão disponíveis para uso da comunidade. Em 25/10/2017, aconteceu na Câmara de Vereadores do Município do RJ, Audiência Pública sobre Orçamento da Educação para 2018. A Audiência contou com a presença do secretário de educação, César Benjamin, para quem pudemos falar sobre as especificidades da educação escolar em Paquetá e a necessidade de fortalece-la. A MORENA cobrou a construção de um EDI (Espaço de Desenvolvimento Infantil) na ilha, direito das crianças a partir dos 6 meses (berçário I); bem como a restauração do prédio histórico da Pedro Bruno, atualmente interditado pela defesa civil e sem previsão oficial de reabertura. Ainda, foi cobrado um turno verdadeiramente integral, considerando os horários de saída e chegada das barcas do continente. Dois dias depois, soubemos que nossa mobilização já deu algum resultado. Teremos a primeira turma de berçário II em Paquetá já em 2018 e a promessa é que em 2019 o tenha início o atendimento às crianças a partir de 6 meses. A Coordenadora da 1a
A audiência pública que estava marcada para o dia 25 de novembro em Paquetá sobre coleta seletiva, águas e esgoto foi adiada pela Câmara dos Vereadores. Falando de coleta seletiva, dia 28/11/2017, a MORENA se reuniu com a Comlurb, a Vigilância Sanitária e a Superintendência do Centro para tratar da implantação da Coleta Seletiva em Paquetá. A reunião foi uma iniciativa da MORENA. E nesta reunião tivemos a ótima notícia de que todo o esforço de um ano teve resultado e finalmente a Comlurb fará em Paquetá o serviço de coleta seletiva. Os preparativos para isso já estão em andamento e a previsão é que depois do carnaval de 2018 já estejamos começando este serviço em nossa ilha. Mais uma vitória da mobilização comunitária!
CRE informou que será formada para 2018 uma turma com 25 crianças a partir de 1 ano de idade, que será atendida em horário ampliado de 8 às 15h e funcionará no espaço da E.M. Joaquim Manoel de Macedo. Morena e Roda Materna estão atentas e mobilizadas para os próximos passos. Essa conquista, ainda que parcial, é fruto de mobilização comunitária!
Tendo interesse em se manter atualizado com as atuações da Associação de Moradores, siga o Facebook da MORENA(https://www.facebook.com/ groups/207658559327397/). E visite também o Instagram da MORENA! Todas as fotos e vídeos são de paquetaenses. Mande seu material por email que publicaremos lá!!!
Em 30/10/2017, protocolamos na R.A. ofício que solicita a inclusão de Paquetá na programação do Velo-City Rio 2018, conferência internacional que terá sede na cidade do Rio de Janeiro no próximo ano e discutirá a presença e o desenvolvimento da mobilidade urbana nas cidades. A ideia do evento é promover a bicicleta como meio de transporte - e Paquetá não poderia ficar de fora. A MORENA já está em conversa com a Superintendência do Centro para viabilizar a participação de Paquetá neste evento internacional.
Para quem ainda precisa acertar a sua associação, pode acertar com Gildo, Alfredo, Ialê, Leonardo ou na Bodega com o Júnior! Lembrando que para se associar, basta:
Em 31/10/2017, a MORENA participou de encontro entre uma equipe da Vigilância Sanitária e comerciantes e demais envolvidos com o turismo na ilha. O posicionamento da MORENA foi pela proximidade, colaboração e parceria do poder público com os que exercem tais atividades em nossa comunidade. Em 01/11/2017, a MORENA esteve presente na reunião da Coordenadora da 1a CRE com os responsáveis pelos estudantes da E.M. Pedro Bruno para falar sobre a suspensão das suas atividades em 2018. A Coordenadora informou que tais atividades serão transferidas para a E.M. Joaquim Manoel de Macedo e garantiu que não haverá prejuízos para os estudantes. A MORENA e os responsáveis iniciaram contato para mobilização junto ao Secretário de Educação para que a reforma do prédio histórico da Pedro Bruno não fique parada – como vem se arrastando a obra do Solar Del Rey. Em 07/11/2017, a MORENA participou da Audiência Pública na Câmara dos Vereadores sobre o Orçamento da Secretaria de Cultura para 2018. A MORENA esteve presente para cobrar a inclusão da Restauração do Solar Del Rey neste orçamento. A partir de então, a MORENA está tentando marcar uma audiência com o presidente do IRPH - onde o processo do Solar se encontra atualmente. Em 12/11/2017 houve a 1ª Assembleia Ordinária da gestão atual da MORENA, convocada para analisar o relatório da Comissão Temporária Fiscal, formada para verificar as contas da MORENA até julho deste ano. A Comissão apresentou um relatório analisando as contas da Comissão Temporária Eleitoral, que atuou
1. preencher uma ficha rápida de Associação (tem na Bodega também), e 2. Pagar de 3 em 3 meses R$ 18,74. É só isso mesmo! (2% do salário mínimo). Para entrar em contato com a gente:
ampaqueta@gmail.com https://www.facebook.com/groups/687421034629665/?fref=ts https://www.instagram.com/ampaqueta
Cantinho da transparência
Até o fim de outubro
- até o fim de outubro: 152 associados; e em caixa R$ 3279,50 - e até o fim de novembro: 154 associados; e em caixa R$ 3279,50 A MORENA contribuiu no mês de outubro com: R$ 600,00 para manutenção do Jornal A Ilha; R$ 220,00 para a Festa do Dia das Crianças; R$ 450,00 para a 1ª FLIPA (Festa Literária de Paquetá) - que aconteceu entre os dias 18 e 20 de novembro, de sábado a segunda (feriado). Errata: para a festa do dia das crianças, a MORENA contribuiu não com 260 reais, como informamos na última edição, mas com 220 reais. Menos 40 reais. ****** A MORENA contribuiu no mês de novembro com: R$ 600,00 para manutenção do Jornal A Ilha; e R$ 200,00 para a Feira das Molieres.
crônicas de paquetá A VIDA É COMO ELA É Julio Marques
Há lógica na loucura. Por incrível que pareça há senso na falta de senso. Eu, por exemplo, escrevo, sempre, por desabafo. Sempre escrevo por desabafo. Queria viver " On the sunny side of the street", com o piano do Duke Ellington rolando pelo lado ensolarado da rua e sempre na rua. A realidade, porem, é mais dura. Como disse o Anderson França, amigo do Ricky, a culpa de todo esse fascismo burro é do "profiterole" : - " Os filhos da classe média tá do jeito que tá, porque foi alimentada com arroz à piamontese e profiteroles. E a mistura disso na barriga gera um ácido graxa que altera a estrutura biomolecular da vergonha no meio da cara" - " Não foi o Departamento de Estado Americano, foi o profiterole que é a fonte da discórdia". O profiterole sumiu, junto com o pequinês e o coquetel de camarão, mas apareceram outras "novidades" e outras e mais outras, até vinhos importados australianos e noruegueses.
Às vezes esqueço de alguns. Quase não falo da Moça da Saia Curta, da Beldade da Comlurb, da Xuxa , do Grilo que outro dia reclamou. Esqueci dos conselhos do Ricky de que aqui tudo é boato e de quanto é bom viver onde os fatos viram boatos, lendários e imortalizados nos textos da Cristina.
Sinto que tenho de parar com essa poesia barata. A situação está preta e isso não é racismo.
Seja de onde venha não subestimem a brutalidade e o preconceito. Esse tipo de gente se escondem atrás de qualquer crença, fingem razões e se impõem com violência e não vêm a beleza da vida. Não gostam dos outros seres humanos. No fundo, no fundo, devem buscar felicidade onde não há, como os ratinhos de um certo desenho animado chamado HAPPINESS (felicidade em inglês, sempre em inglês). São bem pequenos, menores do que todos, por isso se escondem e só aparecem quando se imaginam fortes.
Será que o ex-ministro Aragão tem razão quando diz que o juiz não pode deformar a liturgia do seu cargo com prepotência e autoritarismo, misturados à propaganda pessoal?
Não duram e não vão a lugar nenhum. Passam provocando dor mas passam. Mesmo os paraísos fiscais não sobrevivem e até isso passará.
Pena que as charretes tenham ido embora e os elétricos tomem as ruas, mas o espírito do Birulinha e da Nega Luiza ainda estão presentes, mesmo que seja nas horas tardias, quando o Nativa soa os acordes finais e a Iara dança com a bandeira do Silêncio.
E como fala a musica do Billy Blanco : "... a vaidade é assim põe o bobo no alto e retira a escada.... mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão....." Afinal de contas "SOMOS TODOS PAQUETÁ" e a Hanriete ganhou na Escola. Entretanto foi triste o Dunga ter ido passear em nossa saudade embora, como já disseram, "..posso escrever os versos mais tristes essa noite ..." mas "... amanhã será outro dia..." Que a Dilma volte - Julio
um passeio em pqt
O contorno do litoral pode ser feito a pé em 45 minutos, sem correria nem paradas. De bicicleta, leva cerca de 25 minutos. AÇ
AD
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Logo na saída da estação das barcas na ilha, à direita, um painel oferece algumas opções de roteiros turísticos.
Paquetá > Praça XV
Pontos turísticos
Não pensem que estão iludidos, não estão, foram criados assim. Mas passam como tudo passa. Tudo passará já dizia aquela valsa.
PR
Paquetá está no município do Rio: não é preciso DDD nas ligações para a capital.
Por outro lado, adoro meus personagens porque eles estão vivos aqui na Ilha, mesmo os que já foram. Essas figuras são a essência do bairro, mais que flamboyant ou baobá.
Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 07:30 > 08:20 09:30 > 10:20 11:30 > 12:20 14:30 > 15:20 16:30 > 17:20 18:30 > 19:20 19:30 > 20:20 21:00 > 21:50 23:10 > 00:00 FdS e feriados 06:00 > 07:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 23:30 > 00:40
Praça XV > Paquetá Dias Úteis 05:30 > 06:20 06:30 > 07:20 08:30 > 09:20 10:30 > 11:40 13:20 > 14:10 15:30 > 16:20 17:30 > 18:20 18:30 > 19:20 20:00 > 20:50 22:15 > 23:05 00:00 > 00:50 FdS e feriados 04:30 > 05:40 07:00 > 08:10 08:30 > 09:40 10:00 > 11:10 11:30 > 12:40 13:00 > 14:10 14:30 > 15:40 16:00 > 17:10 17:30 > 18:40 19:00 > 20:10 20:30 > 21:40 22:00 > 23:10 00:00 > 01:10
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