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Haddad: mudança na meta de inflação não está na pauta do CMN

Uma eventual mudança na meta de inflação para 2023 ainda não está na pauta do Conselho Monetário Nacional (CMN), disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na quinta-feira (16), o órgão fará a primeira reunião do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Existe uma coisa chamada Comoc [Comissão Técnica da Moeda e do Cré-

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Edital

dito], que define a pauta do CMN”, disse o ministro a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda. Ele deu a declaração antes de sair para encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. Por tradição, o Comoc reúne-se na véspera da reunião do CMN. Encarregado de decisões sobre crédito, meta de inflação e regulações sobre instituições financeiras, o CMN é formado pelo ministro da Fazenda; pela ministra do Planejamento, Simone Tebet; e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Para 2023, a meta de inflação oficial está em 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. O ministro repetiu declarações recentes de que os juros básicos atu- ais, de 13,75% ao ano, criam dificuldades para a economia crescer e ampliam o déficit nominal do governo.

“Temos que buscar harmonizar o fiscal [as contas públicas] e o monetário [a política de juros do Banco Central]”, declarou. O ministro disse que Campos Neto reconheceu que as medidas fiscais apresentadas até agora pelo Ministério da Fazenda “estão na direção correta” e podem reduzir as pressões sobre os juros, resultado em possíveis cortes antes do fim do ano. “Nós obtivemos o reconhecimento ontem na entrevista do presidente do Banco Central de que as medidas que estão sendo tomadas estão na direção correta. Isso é muito importante para nós, obter esse reconhecimento”, declarou.

Pandemia acentuou desigualdade brasileira, aponta estudo da FGV

A desigualdade de renda no Brasil é ainda maior do que o imaginado. A constatação é da pesquisa da FGV Social, que uniu a base de dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) à da Pnad Contínua, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostrou que o índice de Gini chegou a 0,7068 em 2020. O valor é superior ao 0,6013 calculado apenas na Pnad Contínua. Cada 0,03 ponto corresponde a uma grande mudança da desigualdade.Segundo o professor, a renda dos mais ricos revelada no imposto de renda é mais alta do que é captado pela Pnad. “Se a pessoa declara imposto de renda, declara o que ela tem, se não paga imposto à toa, então há desigualdade por captar mais a renda dos mais ricos. E durante a pandemia, o grupo do meio, a classe média, não teve o auxílio e também não tinha renda do capital para estabilizar o choque adverso”, disse, acrescentando que essa parcela, classe média, ainda teve mais efeitos com as perdas de empregos. Conforme o cálculo do Gini, quanto mais perto de 1 está o indicador, maior é a desigualdade. A pandemia também é responsável por influenciar a desigualdade. Diferente do que se pensava, mesmo com o Auxílio Emergencial, a desigualdade brasileira não recuou durante a pandemia. Com a metodologia usual do Gini o patamar teria passado de 0,6117 para 0,6013. No entanto, com a combinação das bases, o indicador vai de 0,7066 para 0,7068. Neri destacou que as perdas dos mais ricos (os 1%) foi de 1,5%, nível menor do que a metade da classe média, que ficou em 4,2%, e se tornou, segundo o professor, a grande perdedora da pandemia.

“Embora a renda dos mais pobres tenha sido protegida pelo Auxílio Emergencial, a renda da classe média teve uma queda quase três vezes maior do que a do topo da distribuição.

Foi [queda de] 4,2% para a classe média e menos 1,2% para o topo da distribuição. A fotografia da desigualdade e o filme da pandemia são piores do que imaginavam”.

Gerar mais empregos com qualidade e respeito aos direitos trabalhistas. Esse tem sido o foco do meu trabalho, tanto como liderança sindical, como parlamentar atuante no Congresso Nacional e em outras instituições comprometidas com o desenvolvimento e o crescimento do Brasil. No último dia 7 de fevereiro, participei ao lado do vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, de importante reunião, na sede da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), em Brasília. Sou coordenador de Relações Trabalhistas da FPE. O vice-presidente, disse que a prioridade para a economia do País é gerar emprego e renda por meio de uma simplificação tributária. É um tema de grande importância. Na legislatura passada, fui relator de significativa parte da reforma tributária, que tratou da Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços (CBS). Utilizando da minha formação profissional em Ciências Contábeis, com especialização em tributos, e do meu livre trânsito com as partes envolvidas no tema, consegui montar um amplo painel sobre o melhor caminho para a reforma, com foco na CBS. Agora, o assunto volta ao debate e estou pronto para contribuir. Uma das missões da FPE é promover ações, por meio do debate com a sociedade civil no Congresso Nacional, como discutir, acompanhar, apoiar ou propor a tramitação de propostas, com vistas a aprimorar a legislação federal, de modo a fomentar o ambiente de negócios. Na reunião da FPE, foram apresentados os temas prioritários para este ano. Além da reforma tributária e do sistema tributário, constam o apoio ao empreendedorismo e a desoneração da folha. Alckmin, comentou que o setor da indústria está desesperado e o setor de serviços preocupado.

Vida & Lazer

Nena Medeiros

Juros Altos? Jura?

- Dona, Zuleica? Me explica essa bronca do Lula com o Banco Central?

- Não é com o Banco, Helena. É com as taxas de juros, definidas pelo COPOM, que é um comitê do Banco.

- E a diferença é…

- A taxa SELIC, ou taxa de juros, determina a intenção do país. Se fica abaixo da meta de inflação, aponta para crescimento. Acima, é recessão.

- Então tá bom! A inflação tá mais alta, né?

Cada vez que vou no mercado com o salário que tu me dá, compro menos.

- Alto lá! Eu não te dou o salário. Troco pelo seu trabalho.

- Tá certo. Tu já me explicou.

- É fundamental entender isso. Não te pago porque sou boazinha.

- Eu sei. Você me paga porque precisa do meu trabalho.

- Isso. Agora, voltando à inflação… O preço dos alimentos afeta, sim, a meta de inflação, mas muitos outros produtos e serviços são considerados, incluindo alguns que têm pouca variação e, por isso, empurram o valor para baixo.

- Pilantras!! E, quanto é a meta?

- Três, vírgula, alguma coisa.

- E o juro é quanto?

- Treze e setenta e cinco.

- Ôxi! Então, a gente tá em recessão?

- Ainda, não. Mas bem encaminhados, se nada mudar.

- Mas, pra que querem recessão?

- Não é bem querer. A recessão ajuda a con- ter o consumo. É uma forma de reduzir a inflação, controlando o consumo.

- E não reduz, por quê?

- Porque a inflação não vem do consumo alto e, sim, da baixa produtividade e do dólar.

- Então, não entendi mais nada.

GERAL  Tecnologia de mapeamento das pedras portuguesas precede início da restauração

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