Sant’Ana do Livramento, SEGUNDA-FEIRA, 30 de janeiro de 2017, Edição 1594 - Publicação semanária
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Apesar das previsões pouco otimistas, 2017 será um ano de muitas novidades automotivas
Autoperfil
Chegadas anunciadas
POR MÁRCIO MAIO AUTO PRESS
Não tem jeito: em 2017 o mercado automotivo nacional segue mesmo a tendência global e volta suas atenções para os SUVs. E de todos os tamanhos. Tanto que boa parte dos lançamentos previstos está nessa categoria, dos mais baratos aos mais caros. Quase todas as marcas reservam surpresas no segmento de utilitários espor tivos. Algumas já chegaram, caso do Hyundai Creta, cujas vendas foram iniciadas nos últimos dias. Audi, Chevrolet, Ford, Honda, Land Rover e Renault também investirão no segmento, com representantes de diversos tamanhos. A Audi se prepara para trazer o novo Q5, intermediário entre o menor e o maior SUV da marca das argolas no país. Já a Chevrolet, além de começar as vendas do novo Tracker, estreará aqui o médio Equinox, quem lá fora já está em sua terceira geração mas aqui substitui a Captiva. A Ford deve levar para seus showrooms do país a reestilização apresentada em Detroit para o EcoSport a partir de maio, enquanto a Honda renovará o seu representante na categoria de médios, o CR-V. Com sete lugares, a quinta geração do Land Rover Discovery também tem espaço garantido, com vi sual totalmente diferente e a tradicional vocação off-road dos modelos da marca. Mas é a Renault quem mais aposta no segmento: a francesa contará com três novas opções, que se juntarão ao Duster nas lojas. São elas o Koleos – o mais caro e refinado do trio –, o Captur e o compacto Kwid.
Mas nem só de utilitários esportivos se fará as manchetes automotivas de 2017. A prin-
Jornal da Semana Publicação semanária publicada pela JB Empresa Jornalística Ltda. CNPJ: 73752180/0001-31
cipal novidade da Toyota ficará mesmo no seu líder de vendas, o sedã médio Corolla. O carro finalmenDireção Antônio Badra Kamal Badra Diagramação Jonathan Almeida
te deve ganhar controle de estabilidade e tração desde suas versões mais baratas e adotar visual
próximo à reestilização já vista nos Estados Unidos. Entre os hatches, o médio Hyundai i30 deve ressur-
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gir recheado de tecnologia, enquanto o compacto Volkswagen Up vai receber seu primeiro face-lift.
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Novidades para 2017 Audi Q5 – Principal lançamento da marca alemã no último Salão de Paris, a nova geração do SUV mescla algumas heranças do menor Q3 e do maior Q7. O Brasil deve receber unidades com motor 2.0 turbo, capaz de entregar 252 cv. Além dele, são esperados também por aqui as novas gerações do A5 Sportback e Cabriolet, R8 Spyder, RS 5, S4, S5 e TT RS. Chevrolet Equinox – O modelo foi confirmado para o Brasil no último Salão de Detroit e vem para tentar esquentar ainda mais o segmento de utilitários esportivos médios no país. Esta terceira geração do SUV usa a mesma plataforma do novo Cruze, produzido na Argentina, e deve substituir a finada Captiva. O visual traz a nova identidade da marca, já vista no Volt, Malibu e no próprio Cruze. Para o mercado norte-americano, são três opções de motor quatro cilindros: 1.5 turbo de 172 cv e 2.0 turbo de 255 cv, ambos a gasolina, e um 1.6 turbodiesel de 138 cv. O câmbio é sempre automático de nove marchas. Chrysler Pacifica – A minivan familiar é recheada de conectividade. O modelo veio para substituir o Town & Country e trocou de nome para justificar a adoção de um projeto totalmente novo e diferente do antigo carro. Para isso, é recheada de equipamentos tecnológicos, como entradas USB nas fileiras de trás, GPS e até mesmo um aspirador de pó. A Chrysler Pacifica tem sob o capô um motor V6 de 3.6 litros e 291 cv. O câmbio é automático de oito marchas e há uma versão híbrida. Ford Ecosport – As vendas do SUV compacto da Ford reestilizado devem começar em maio. O carro foi um dos destaques da marca no último Salão de Detroit e traz frente e traseira redesenhadas e versão topo com o motor 2.0 com injeção direta de combustível de até 178 cv, utilizado no Focus. As versões intermediárias receberão o novo motor 1.5 Dragon de três cilindros, com comandos variáveis de válvulas, injeção multiponto e 130 cv. Honda CR-V – A nova geração do maior utilitário esportivo da Honda por aqui está prevista para aparecer, mas pode ser uma das surpresas reservadas pela marca japonesa para o segundo semestre de 2017. Uma das principais novidades adotadas no modelo nos Estados Unidos é um motor 1.5 turbinado que entrega 192 cv de potência. E já se espera que o propulsor também venha para cá, visto que o próprio sedã médio Civic já utiliza motor turbo. Hyundai i30 – Apesar da queda nas vendas de hatches médios no Brasil, a Hyundai deve trazer, até o final deste ano, a terceira geração do Hyundai i30. Bem diferente dos modelos anteriores, ela chega com visual mais sóbrio e ângulos menos marcantes. Desenvolvido no centro de tecnologia da marca na Alemanha, o i30 ficou mais comprido, largo e baixo que o vendido atualmente aqui. Por dentro, há uma nova tela de 8 polegadas, disponível nas versões mais caras, com compatibilidade com as plataformas CarPlay, da Apple, e Android Auto, da Google. O painel traz superfície para carregamento de smartphones por indução. A lista de equipamentos inclui frenagem automática com alerta de colisão, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, monitor de ponto cego e de faixa de rodagem e farol alto automático. Land Rover Discovery – A quinta geração do modelo apresenta mudanças bastante significativas. A começar pela parte estética, já que o visual é inteiramente novo e sem aquele ar mais “quadradão” de antes. Para começar, um aplicativo disponível para smartphones opera os ajustes dos bancos. Há ainda tecnologias como câmara de 360 graus de visão e controle de velocidade de cruzeiro adaptivo. De acordo com a marca, o modelo é capaz de atravessar trechos com até 70 cm de altura de água. A carroceria segue comportando sete passageiros.
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Volkswagen Golf Comfortline 1.0 TSI esbanja desempenho com motor pequeno POR MÁRCIO MAIO AUTO PRESS
Das marcas de automóveis com fábricas no Brasil, a Volkswagen é a que investe mais fundo no downsizing – como é chamada a adoção de motores de baixa cilindrada, mas com desempenho semelhante ou até superior a propulsores maiores. O hatch médio Golf, por exemplo, já usava um 1.4 turbinado quando a maior par te de seus concorrentes investia em motorizações 1.8 ou 2.0 aspirados. E em setembro do ano passado, já fabricado no Brasil, o line up do modelo ganhou a sua atual configuração de entrada, a Comfortline 1.0 TSI. Mais barata que com o propulsor 1.6 aspirado, ela tem melhor desempenho e uma lista de itens de série capaz de atrair consumidores de variantes de entrada dos hatches médios concorrentes. O motor 1.0 TSI do Golf é fruto de rea ju s te s r e a l i z a d os n o propulsor que equipa as versões TSI do compacto Up. Enquanto no hatch menor ele rende 105 cv máximos, no médio é rapaz de entregar 125/116 cv com etanol/gasolina e 20,4 kgfm de torque com ambos os combustíveis, já a partir dos 2 mil giros. E, assim como no Up, trabalha em conjunto com câmbio manual, mas com seis velocidades – no Up são só cinco. Para extrair 21% a mais de torque e 19% mais de potência, a Volkswagen executou diversas mudanças nos componentes do seu 1.0 TSI. O turbo trabalha com maior pressão, totalizando 1,3 bar e uma nova carcaça foi adotada, feita de liga de aço. O rotor da turbina também foi revisto e agora é feito de níquel e cromo. O ponto de ignição do motor foi ligeiramente atrasado, para resultar em mais torque em baixas rotações. A junta de cabeçote passou
Teste
Sopro de ousadia
a ser tripla. Além disso, as válvulas de exaustão também mudaram e são preenchidas de sódio, que dissipa melhor o calor, e as velas passam a ser de irídio, para melhorar a mistura ar/ combustível. Outra diferença significativa está no sistema de arrefecimento:
o radiador principal e o auxiliar do Golf 1.0 TSI são 68% e 170% maiores, respectivamente, do que no Up – que não tem espaço sobrando para essas dimensões. Isso para dar conta do calor gerado pela turbina. Em termos de e qui p a m e ntos , o G o lf
Comfortline 1.0 TSI se sai bem. De série, traz sete airbags, alarme, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, bloqueio eletrônico do diferencial, central multimídia, trio elétrico, direção elétrica, faróis de neblina, sistema Isofix de fixação de cadeirinhas
infantis, rodas de liga leve de 16 polegadas e sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, além de outros itens, por iniciais R$ 77.247. Já os pacotes opcionai s englobam desde teto solar elétrico, piloto automático e limitador de velocidade a ar-condicionado digital
de duas zonas, bancos de couro e sistema de entretenimento capaz de espelhar celulares Android e IOS e GPS. Mas a conta assusta quando o hatch é configurado com tudo que tem direito: em cor sólida – como a branca da unidade testada –, atinge R$ 96.489.
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Surpresa de entrada A ideia de esportividade não combinava com os motores 1.0 até pouco tempo atrás no Brasil. Mas se a promessa de propulsores menores com mais desempenho e economia de combustível – e, consequentemente, a diminuição de emissões de poluentes no planeta, principal objetivo da tendência de downsizing – ainda era motivo desconfiança por parte de alguns motoristas, pode-se dizer que o Volkswagen Golf Comfortline 1.0 TSI é capaz de reverter isso. O comportamento do hatch médio impressiona e seus 20,4 kgfm de torque, já disponíveis aos 2 mil giros, empurram com bastante disposição os
1.223 kg da versão. As marchas têm relações curtas e o carro ganha agilidade com uma rapidez atípica neste tipo de litragem. Os engates da transmissão – de seis velocidades – são macios e precisos, algo já habitual nos modelos da marca alemã. As acelerações se mostram vigorosas desde as arrancadas até as retomadas e ultrapassagens. Chega até a surpreender o fato do Golf 1.0 ser mais barato que o equipado com motor 1.6 MSI, nitidamente inferior no desempenho. Mesmo em alta velocidade, o equilíbrio nas curvas chama atenção, com boas entradas e saídas.
A direção é extremamente leve nas manobras de estacionamento, mas ganha uma firmeza e precisão em movimento dignas de elogios. Além disso, a configuração traz sistemas de segurança – caso dos controles dinâmicos de estabilidade e tração e do bloqueio eletrônico de diferencial – capazes de auxiliar os condutores que gostam de levar seus carros ao limite. Talvez, o problema maior do Golf 1.0 na dirigibilidade seja a falta de uma transmissão com trocas automáticas. Trata-se de um conforto cada vez mais requisitado por consumidores de veículos médios no Brasil.
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Ducati 1299 Superleggera será vendida no Brasil por R$ 550 mil POR MÁRCIO MAIO AUTO PRESS
Sempre dá para ir um pouco mais acima. Entre os automóveis, algumas marcas consagradas, como Porsche, Ferrari e McLaren, fizeram carros com potência, tecnologia de construção e preço completamente fora da curva de mercado. O segmento foi definido como de hiperesportivos. Coisa semelhante começa a acontecer nas duas rodas. Primeiro com a Kawasaki, que passou a oferecer a H2R, uma motocicleta com compressor mecânico que rende até 323 cv. No Brasil ela sai por nada menos que R$ 357 mil. Agora, a Ducati inicia as reservas para a 1299 Superleggera. Considerada uma das motocicletas mais exclusivas já fabricadas em todo o mundo, é a primeira equipada de fábrica com quadro, braço oscilante, subquadro e rodas em fibra de carbono. Serão apenas 500 exemplares disponíveis para a venda em todo o planeta. Para o Brasil, foram reservadas três unidades. Trata-se da motocicleta mais cara à venda no país atualmente: são nada módicos R$ 550 mil para ter uma na garagem. Claro que o principal atrativo da 1299 Superleggera é a exclusividade: ela funciona como uma espécie de Atestado de Riqueza. De qualquer forma, a marca tenta justificar o valor exorbitante pela quantidade de tecnologias inserida na motocicleta. A começar pelo trem de força, encabeçado por um motor de dois cilindros e 1199 cc capaz de entregar 215 cv de potência em 11 mil rpm e 14,9 kgfm de torque máximo a 9 mil giros. Segundo a Ducati, este é o motor bicilíndrico mais potente já produzido em todo o mundo. Pistões com dois segmentos com 116 mm de diâmetro aumentam a taxa de compressão e as camisas dos cilindros em alumínio ajudam a redu-
MotoMundo
Joia rara
zir o peso interno. Bielas e válvulas de entrada e saída são em titânio, assim como o escapamento com silenciador duplo, assinado pela conceituada Akrapovic. Freios ABS com sistema desenvolvido em parceria com a Bosch conta com uma calibragem específica para cur vas, controle eletrônico de tração e controle eletrônico de deslizamento estão na lista dos itens de série, assim como controle de levantamento da roda e de frenagem do motor. A abundância de fibra de carbono nos componentes fazem da 1299 Superleggera uma moto superleve – tradução literal do nome Superleggera. Em ordem de marcha,
são apenas 167 kg. O modelo é uma evolução da 1199 Superleggera, apresentada em Milão em novembro de 2013 e que teve 12 das 500 unidades produzidas trazidas para o Brasil. Na época, seu preço era R$ 280 mil, com propulsor de 200 cv e 155 kg de peso seco. As três unidades que serão impor t adas para o Brasil têm entrega prevista para o segundo semestre. A Ducati reserva ainda alguns “mimos” para os compradores . Entre eles, está um macacão Ducati Corse. Para reservar uma das motos, é preciso procurar uma das concessionárias da marca no Brasil e pagar um sinal de 10% do valor, ou seja, R$ 55 mil.
Autotal
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De cima para baixo Mal começou 2017 e a Toyota já vende a linha 2018 do compacto Etios. As mudanças, no entanto, foram bem sutis. Isso porque o visual agora segue, em todas as configurações, o mesmo já adotado antes pelas topo de linha Ready e Platinum. Na frente, o para-choque ganhou novo desenho e a grade dianteira foi remodelada com apliques cromados. Após um face-lift no ano passado – que elevou a potência dos motores 1.3 e 1.5 em 8 e 11 cv, respectivamente, incrementou novos instrumentos digitais ao painel e trouxe a opção de câmbio automático – o modelo aumentou 10% de seu volume de vendas e retomou a expectativa da marca sobre o carro: chegar a 70 mil emplacamentos em 2017. Na variante XLS, há saias laterais, que também equipam a versão de topo. As variantes disponíveis para o Etios 2018 são X, XS, Ready, XLS, Cross e Platinum. Os preços da configuração hatch partem de R$ 45.990 na versão X com motor 1.3 e câmbio manual, e chegam a R$ 64.990 na Platinum, com motor 1.5 e câmbio automático. Já para a carroceria sedã, os valores partem de R$ 50.690 na versão X com câmbio manual e chegam a R$ 68.390 na Platinum com câmbio automático.
Esportividade aguçada A Audi deve trazer para o Brasil ainda em 2017 o novo Audi TT RS. Com motor 2.5 litros de cinco cilindros em linha e sobrealimentado por turbo, ele rende potência máxima de 400 cv e torque de 48,9 kgfm, que aparece em baixas 1.700 rpm e permanece intacto até os 5.850 giros. Com isso, o zero a 100 km/h acontece em apenas 3,7 segundos na carroceria cupê e 3,9 segundos na variante conversível. A velocidade máxima é limitada eletronicamente em 250 km/h, mas os clientes podem “chipar” o carro e liberar todo o potencial do modelo de até 280 km/h. A transmissão, que antes podia ser manual, agora fica sempre a cargo exclusivamente de uma caixa automatizada S tronic, com dupla embreagem e sete velocidades. A tração conta com o sistema integral permanente Quattro. As rodas chegam de série em 19 polegadas, mas podem opcionalmente ser de aro 20. Nesse caso, os freios a disco ventilados também podem ser mexidos e trocados por modelos de cerâmica. Outro opcional que afeta o comportamento dinâmico do carro é a suspensão adaptativa, ajustada eletronicamente pelo sistema de modos de condução Audi Drive Select, que contempla as opções Confort, Auto, Dynamic e Individual.
Mito sem teto Recentemente reestilizado, o Ford Mustang já conta com versão conversível também renovada, e que também segue as mesmas mudanças do modelo cupê. Por fora, o capô permanece mais baixo, com os novos faróis, para-choques e grade redesenhada. O interior do descapotável também recebeu novidade: um painel virtual com tela de 12 polegadas personalizável. Há ainda a presença de sensores de detecção de pedestres com assistente pré-colisão, além de programações de ajuste do sistema MyMode, que guarda as preferências do motorista para a próxima partida com o carro. Sob o capô, a Ford, assim como fez com o cupê, também suprimiu a opção de motor V6 do Mustang conversível. A marca disponibiliza no novo modelo um 2.3 de quatro cilindros com turbocompressor, da gama Ecoboost – com mais torque. Para a versão GT, o motor é um V8 5.0, com injeção direta e indireta de combustível, o que garante mais potência e melhor consumo. Há também, como opcional, a suspensão adaptativa composta por amortecedores magnéticos.
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Herdeira da velha Kombi, Volkswagen Multivan T6 incorpora modernidade à tradicional robustez
TransMundo
Carga genética
POR Silvia Gianfrancesco do Infomotori.com/Itália com exclusividade no Brasil para Auto Press
A Volkswagen Multivan T6, que chegou no final do ano passado ao mercado europeu, é herdeira de um símbolo não só da indústria automotiva, mas de toda uma geração. Trata-se da sexta geração da T1, que em alguns mercados, como o Brasil – onde foi fabricada ininterruptamente por 56 anos –, tornou-se conhecida como Kombi. A van colocada em produção em 1950 na Alemanha ultrapassou fronteiras e tornou-se, nas décadas seguintes, um ícone contracultura hippie nos Estados Unidos, depois de transportar boa parte da plateia de Woodstock e dos protestos contra a Guerra do Vietnã. Era o veículo que muitos jovens queriam comprar depois de terminar o ensino médio, para uma longa turnê “on the road” com amigos. E esse veículo tão cheio de história chega agora à sua sexta geração – completamente atualizado, mas sem esquecer as experiências passadas. A grande revolução estilística veio com o T3, em 1979, quando o simpático estilo “pão de forma” dos primórdios deu lugar a formas mais quadradonas e robustas. De lá para cá, design evoluiu bastante até a Multivan atual, que ostenta um aspecto exterior bastante limpo, típico dos utilitários contemporâneos. A frente é marcada pelo conjunto ótico de leds que forma a máscara frontal. Em ambas as laterais, se destacam as amplas portas de correr, que permitem acessar a segunda e terceira fila. As rodas são de 17 polegadas. Na traseira, a porta avantajada abre verticalmente, para acomodar até 4,3 metros cúbicos de carga. Se do lado de fora é tudo muito comum às vans atuais, o interior oferece um espetáculo ao qual é difícil ficar indiferente. Os sete lu-
gares da versão avaliada são bem espaçados e definidos. As duas primeiras fileiras têm apenas um par de assentos, o que permite que os espaços a bordo se tornem arejados e aconchegantes. Os assentos traseiros podem deslizar para frente e para trás e até mesmo ser girados, de modo a permitir que os passageiros formem um círculo para interagir melhor durante as viagens mais longas. Tanto a segunda quanto a terceira fileira de bancos têm saídas de ar condicionado dedicadas. Vidros com películas protetoras e cortinas cuidam de aumentar o conforto e a privacidade. Painel de instrumentos e console central seguem o padrão clássico da Volkswagen, com o sistema de infoentretenimento com touchscreen no centro, acima dos controles de ar-condicionado. Os mostradores do velocímetro e tacômetro são separados por um pequeno display TFT. O acabamento meticuloso é onipresente, além de ser fácil observar pequenos confortos, tais como apoios de braços para a fren-
te de duas das fileiras dos assentos, barras de apoio onde quer que podem vir a calhar e um espaço muito generoso a bordo. Um curioso sistema de intercomunicação permite amplificar a voz daqueles que se sentam na frente, para serem ouvido por aqueles que estão por trás – algo que pode ser oportuno quando se viaja com uma família grande e barulhenta. Mas a verdade é que a Multivan se dá muito bem como um veículo de transporte, seja para executivos, turistas ou familiares. A Volkswagen Multivan T6 pode ser preparada de várias maneiras, tanto no que diz respeito ao trem de força, quanto ao número de assentos e utilização. Na Alemanha, começa a partir de € 37.940 – R$ 129 mil – para a versão Trendline 2.0 TDI e chega a € 65.580 – R$ 223 mil – na versão de topo Highline com motor 2.0 litros TDI, 4Motion all-wheel drive e transmissão automática DSG. (colaborou Luiz Humberto Monteiro Pereira/Auto Press)