Desenvolvimento

suplemento especial - JUNHO / 2013

FOTO: STUDIO HG2

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM O DESENVOLVIMENTO PASSA POR AQUI

desenvolvimento pede mudanças

jaisa kleim diretora do jornal aqui notícias

Cachoeiro de Itapemirim está em festa. A cidade tem motivos de sobra para comemorar: cresce a passos largos e sua população colhe os frutos dessa injeção financeira gerada por vários segmentos da economia. O empresariado tomou gosto por investir no inovador. As rochas ornamentais sempre presentes com sua força; o setor imobiliário aquecido, como mostrado na edição de 2012 do especial, com a chegada de empreendimentos hoteleiros e novos projetos realizados por empresas, antes presentes apenas na Grande Vitória, mostram que a terra do rei, em breve terá outros adjetivos para se orgulhar.

Muitos podem se perguntar: será esta visão de crescimento muito otimista?

Sim, é. Otimismo é a fé em ação, é a vontade de dar certo, então todo empreendedor ao abrir ou ampliar seu negócio, precisa ser otimista. Sabemos, é claro, que do ponto de vista socioeconômico, o desenvolvimento por possibilitar o aumento na renda da população gera, por questões óbvias, crescimento demográfico e geográfico, com isso, pontos como trânsito, mobilidade urbana e serviços básicos, por exemplo, podem se tornar problemas para administração pública municipal, se não planejados no futuro.

Mas como estamos em semana de bailes, homenagens e festejos, não é hora do contra. Quero acreditar que essas questões serão pensadas e repensadas

Lara Carlette Thiengo Jornalista e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Um outro Cachoeiro

Antes que você inicie a leitura deste suplemento, vamos conversar um pouco.

Vou começar essa nossa conversa, caro leitor, com uma confissão: encontrome em um estado de reencatamento constante por Cachoeiro de Itapemirim.

Depois de longos sete anos morando em terras mineiras,onde cursei Jornalismo e Mestrado em Educação na Universidade Federal de Viçosa (UFV), 2013 foi um ano especial, uma vez que fui surpreendida pelas novidades e o crescimento da cidade.

Sempre em visitas familiares corridas e muitas coisas na cabeça, não tinha percebido a grande cidade que Cachoeiro vinha se tornando.

Neste projeto pude conhecer com um pouco mais de profundidade cada uma de nossas grandes perspectivas, assim como nossos grandes desafios.

Foi conversando com as pessoas, secretários, administradores, prefeito e com o povo, que construímos esse suplemento. Foi visitando os locais, conhecen-

sumário

ENTREVISTA Carlos Casteglione, prefeito de Cachoeiro - Pgs: 04 e 05 ECONOMIA Um novo Cachoeiro em vias de desenvolvimento - Pgs: 06, 07 e 08 saúde O grande desaf io da saúde de Cachoeiro - Pgs: 10 e 11 agricultura Campo também é lugar de desenvolvimento em Cachoeiro Pgs: 12, 13 e 14

pela administração municipal e pela sociedade civil organizada, por que não? Aqui na empresa, as decisões que fomentam a mudança são sempre analisadas, tanto do ponto de vista de custo, quanto do impacto sobre nosso principal público: vocês, leitores cachoeirenses.

Por isso, aproveito para informar que a empresa passou recentemente por uma reformulação organizacional, processo que ainda está em andamento, e que aqui o velho ditado “time que está ganhando não se mexe” cai por terra. Se mexe, sim! Posso dizer que a casa está sob nova direção e que a nova cara que está sendo construída por nossa equipe vai trazer novo espírito ao maior jornal diário de Cachoeiro e do Sul do Estado.

A missão de fazer o melhor jornal com o melhor conteúdo não mudou, apenas ganhou nova visão. Como dito, o novo, aqui, sempre vem para acrescentar. Em breve, novos cadernos e novos segmentos farão parte do cotidiano do nosso leitor. Estando à frente dessa mudança. Só me resta ser otimista e ter a confiança nessa terra que tanto nos motiva a fazer o melhor. Parabéns Cachoeiro!

artigo O desenvolvimento econômico de Cachoeiro de Itapemirim: uma perspectiva histórica Pg: 15 turismo Turismo de negócio - alternativa inteligente para Cachoeiro de Itapemirim - Pg: 15 desenvolvimento urbano Responsabilidade para traçar os caminhos do desenvolvimento - Pg: 18 cultura Destaques culturais de 2013 Pg: 19

Editorial

do realidades, observando problemas e vibrando a cada conquista que descobrimos que tentamos fazer um balanço desse turbilhão de acontecimentos do último ano. Foi um trabalho persistente, por isso, agradecemos a todos que nos receberam abertamente para conversar, especialmente o secretário Ricardo Coelho por ajudar a traçar os caminhos pelos quais tentamos percorrer.

O que trazemos aqui é um balanço reflexivo. Mais que contar o que vem acontecendo, tentamos contextualizar nossa realidade e indicar possibilidades para pensar a sustentabilidade de nosso desenvolvimento.

Fôlego e boa leitura!

ENTREVISTA Leonardo Pacheco, secretário de Desenvolvimento Social de Cachoeiro - Pg: 21 educação Procura por qualif icação cresce em Cachoeiro - Pg: 23 artigo Desenvolvimento do Ensino Superior em Cachoeiro de Itapemirim: demandas, desaf ios e perspectivas - Pg: 24 educação Educação básica em Cachoeiro cresce nos índices nacionais Pg: 25 comércio Apesar das baixas, varejo continua for te - Pg: 26

expediente

Diretora: Jaísa Kleim Edição e produção de reportagens: Lara Carlette Revisão: Filipe Rodrigues e Lara Carlette Comercial: Eduardo e Jaísa Kleim Diagramação: Marcelo Lopes Mothé Fotos: Arquivo PMCI – Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Senac Cachoeiro, Wallace Hull (Studio HG2) e Arquivo Aqui Notícias Impressão: Grafband Tiragem: 5 mil exemplares Grupo Folha do Caparaó de Comunicação Ltda - ME CNPJ: 10.916.216.0001-55 AV. GOVERNADOR CRISTIANO DIAS LOPES FILHO, 75 Bairro GILBERTO MACHADO CEP 29.303-320 - Cachoeiro de Itapemirim-ES. Anexo a GrafBand. Tel: (28) 3521 7726

ENTREVISTA

Carlos Casteglione Prefeito de Cachoeiro de Itapemirim

A cidade vai receber novos moradores e precisa se preparar para isso.

O principal desafio da cidade é a mobilidade urbana, por isso projetos que reorganizem a dinâmica no transito estão em planejamento, como a limitação de estacionamentos, revitalização da frota de ônibus, novos pontos de ônibus e a bilhetagem eletrônica.

O prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Carlos Casteglione, recebeu, em seu gabinete, a reportagem do Aqui Notícias para conversar sobre o momento de desenvolvimento da cidade, ainda que sofrendo com os cortes da receita, bem como apontar principais potencialidades e desafios em 2013.

Aqui Notícias - A atração de investimentos para variados setores em Cachoeiro de Itapemirim indicam uma significativa expansão da cidade. O crescimento do mercado imobiliário e do setor de serviços foram os principais ramos de desenvolvimento no período 2011- 2012. O momento era colocado como “muito propício” para o desenvolvimento de diversos setores da economia uma vez que Cachoeiro vem se tornando uma cidade polo para atrair investimentos bem como oferecer suporte aos mesmos.Contudo, o momento é de corte da receita da Prefeitura. Como o Senhor avalia esse momento para a cidade?

Prefeito - O momento é positivo para Cachoeiro de Itapemirim, de modo que corte da receita não interfere no desenvolvimento da cidade. O corte da receita significa que em termos administrativos temos que contornar a situação, cortar gastos e gerir os recursos que temos. Estamos em um momento de grande investimentos, com a vinda de dois grandes hotéis e um outro previsto para 2014 no BNH; o mercado imobiliário é expressivo, atendendo tanto ao público do Minha Casa, Minha vida, como os de outras faixas de renda. A construção e escolas, vinda de hospitais e a ampliação do aeroporto (trabalhando com voos comerciais) também são claras indicações do momento promissor do munícipio.

Aqui Notícias O que, na opinião do senhor, significa para Cachoeiro a vinda de três novos portos para cidades vizinhas?

Prefeito - A construção dos portos é um avanço para toda a região sul. Cachoeiro, principalmente, tem condições de consolidar o projeto de se tornar cidade referência, bem como centro logístico para o setor de rochas. A cidade vai receber novos moradores e precisa se preparar para isso. O principal desafio da cidade é a mobilidade urbana, por isso projetos que reorganizem a dinâmica no transito estão em planejamento, como a limitação de estacionamentos, revitalização da frota de ônibus novos pontos de ônibus e a bilhetagem eletrônica.

Aqui Notícias - A vinda de dois grandes hotéis para cidade, bem como a ampliação do aeroporto , a criação de um novo shopping no BNHe um Hospital da Unimed, indicam uma nova dinâmica para cidade. Como o senhor avalia a entrada desses novos investimentos em Cachoeiro?

Prefeito - Os novos investimentos só reforçam a capacidade de crescimento e polari-

zação da cidade. Estamos muito felizes com a vinda desses empreendimentos, uma vez que atuam na geração de emprego, renda e a própria ampliação dos serviços oferecidos pela cidade. Uma nova dinâmica para o setor econômico é encaminhada para a região do BNH e Aeroporto e Morro Grande bem como para a região de bairros mais próximos da Safra. O projeto de crescimento, portanto, é para além da região central. Para isso, estamos investindo em novas vias, a Rodovia do Caramba e a duplicação da Avenida Jones Santos Neves, uma vez que o desafio da mobilidade urbana é a uma realidade para nossa cidade. O relevo acidentado, o grande número de carros e as passagens de caminhões dificultam o transito da cidade. O crescimento tende a potencializar o número de pessoas e carros circulando pela cidade, por isso, é tão importante o Plano Diretor da cidade, no intuito de orientar o nossos crescimento e atrair cada vez mais investimentos na região.

Aqui Notícias - Nos últimos dois anos o setor imobiliário despontou em termos de crescimento. No ano de 2012 527 alvarás foram concedidos e, neste ano, 206 alvarás foram emitidos até o dia 21 de maio.

Quais são as perspectivas para os próximos anos?

Prefeito - O mercado imobiliário cachoeirense experimenta crescimento inédito, aquecendo o setor de construção civil. O município recebe empreendimentos de grande porte e o número de alvarás para construção aumentaram. As empresas têm percebido que é viável e seguro investir aqui, há estabilidade e um cenário favorável para que os investimentos na área continuem.

Aqui Notícias - O setor de rochas e granitos continua a atividade mais expressiva da cidade. Apesarde ser um ramosempre promissor, o setor sofre com uma logística cara, principalmente no que diz respeito ao transporte, por isso, a ligação de Cachoeiro ao porto de Presidente Kenedyaparece como uma alternativa interessante. Como isso será realizado e quais os benefícios dessa nova logística?

Prefeito - Os portos, melhoram a logística de diversos setores, notadamente, o de rochas. A logística do setor é muito custosa, já que jazidas, em grande parte, não estão no estado, o que deixa pouco dinâmico o transporte da matéria prima e escoamento do produto acabado, por isso, o porto aprece como significante para o desenvolvimento ainda maior da principal atividade da cidade.

Já para tornar o acesso à Presidente Kennedy mais simplificado a Rodovia do Caramba passa a ser fundamental. A via fará ligação com a BR-101. Por isso, a obra, que estava prevista para 2014 ou 2015, será adiantada. A via ligará o bairro Aeroporto à BR-101, próximo à entrada de Presidente Kennedy, passando pelo bairro IBC e na região da Pedra do Caramba, pela parte do município de Atílio Vivácqua.

Aqui Notícias - Recentemente o senhor apresentou uma palestra sobre o setor em Brasília. Como foi essa experiência? O que isso gera em termos de reconhecimento para a cidade?

Carlos Casteglione, Prefeito de Cachoeiro de Itapemirim

ENTREVISTA Prefeito - A apresentação foi durante o II Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, no seminário sobre mineração. Apresentei lá nosso caso de sucesso produtivo, toda a movimentação da cidade com o setor, que gera mais de 15 mil empregos diretos. Com certeza, é muito gratificante apresentar o caso de sucesso de sua cidade, em um setor produtivo tão importante para o país.

disponibilidade para fazer um curso presencial. Toda alternativa educativa é muito bem vinda. Nosso Polo UAB já temos quatro cursos de graduação e seis cursos de pós-graduação. O Curso é uma oportunidade desses profissionais fazerem uma licenciatura gratuita, em uma instituição reconhecida como a Ufes, graças a essa parceria com a prefeitura que é a mantenedora do polo.

Aqui Notícias -Foi registrado um aumento de 18% na formalização de negócios em Cachoeiro de Itapemirim no ano de 2012. A que se deve esse aumento? Por que issoe importante para a cidade? Quais as expectativas para esse ano?

Prefeito - O crescimento desse segmento, formado por prestadores de serviço, principalmente, contribuiu para gerar emprego e renda e para diversificar nossa economia, de modo que também estamos preparando o município para atrair grandes empresas.

Nossas ações voltadas às micro e pequenas empresas e aos empreendedores individuais se mostraram acertadas.

Aqui Notícias - Durante a Expotur 2013, que aconteceu em Vitória na última semana, Cachoeiro conquistou o segundo lugar na categoria Gestão Turística de Destino. Também no ramo, recentemente foi inaugurado o centro de atendimento ao turista.

Como o senhor avalia a gestão turística no município? Quais são as perspectivas para setor nos próximos anos.

Prefeito - O projeto cachoeirense premiado foi o “Descobrindo Cachoeiro” no qual que caminhadas turísticas são promovidas no município nas edições do Giro Gastronômico, que ocorrem na Semana do Rei, em homenagem a Roberto Carlos, e durante a Feira do Mármore. Ganhamos a medalha de Bronze e estamos muito contentes com a premiação.

O turismo como o uma excelente ferramenta de desenvolvimento, por isso pretendo continuar trabalhando e melhorando esse serviços. Devo até mesmo reconhecer que, devido a demandas e necessidades da cidade, no primeiro mandato não trabalhamos com tanto foco nesse setor.

Hoje, já existe um plano aprovado no município.

Vamos investir com força no turismo cultural, de negócios e ecológio. E o enfoque não será restrito ao turismo local, mas também na rota, para o desenvolvimento do turismo junto às cidades vizinhas, de acordo com o Consórcio dos Vales do Café. De uma forma geral, percebo que o conjunto do turismo regional, principalmente com a vinda do aeroporto, nos reserva muitas oportunidades de crescimento.

Quero melhorar a questão da informação turística, melhorar a sinalização turística, inclusive, as placas estão sendo compradas, bem como melhorar nossas informações turísticas no portal.

Outro ponto interessante é a restauração o projeto arqutitonitico da estação ferroviária para valorizar aquele espaço, focado também no turismo.

Aqui Notícias - Apesar das boas perspectivas, de acordo com dados do Cagedo setor do comercio sofreu uma queda no numero de empregos no período de janeiro- abril de 2013. Como o senhor analisa essa questão?

Prefeito - Percebo essa queda como uma manobra normal do mercado. É comum que nos últimos meses do ano, em virtude do Natal e do Ano Novo o número de contratação seja maior e que os primeiros meses do outro ano lidem com a queda dos números. A tendência é que no Dia Das Mães e o Dia dos Namorados esse número comece a crescer.

Aqui Notícias - Esse momento de desenvolvimento de Cachoeiro também demanda mão de obra qualificada. Percebemos uma clara expansão do ensino superior e tecnológico em Cachoeiro de Itapemirim. Como o senhor avalia esse setor atualmente? A oferta de vagas e cursos e suficiente?

Há perspectivas de expansão para o setor? Como a prefeitura atua no sentido de atrair investimento para o setor?

Prefeito - A cidade vem se transformando em um polo universitário. Recebemos um número expressivo de estudantes das cidades vizinhas todos os dias, o que movimenta a economia da cidade como um todo. Os destaques mais uma vez são para os recém criados cursos de engenharia (São Camilo e Ifes) mediante a demanda por profissionais nas áreas.

Aqui Notícias - A modalidade a distancia também vem ganhando expressividade na cidade, seja pelo setor privado, seja pelo sistema UAB, que oferece cursos em parceria com o Ifes, em Cachoeiro. Como o senhor analisa esse tipo de educação superior e profissional na cidade? Essa modalidade consegue também atender as demandas da cidade?

Prefeito - Vejo isso com muita felicidade. Os cursos à distância representam uma modalidade diferenciada de acesso ao ensino para o público que não tem

Aqui Notícias- Em 2013, mediante aos cortes da receita, a festa da cidade será sem grandes atrações nacionais. Como será a festa nesse ano?

Prefeito - Será a festa em respeito a tradição cultural da cidade. Não será a festa das atrações, será a festa das tradições. Nós queremos que aconteça tudo que é importe para o aniversario da cidade, o desfile cívico, a corrida de São Pedro, a missa, a procissão, programação do teatro Rubem Braga, os bailes, homenagens ao cachoeirense ausente e presente, e os shows de bandas regionais. Já a feira da Bondade e exposição agropecuária estão previstas para setembro.

// Carlos Casteglione Prefeito de Cachoeiro de Itapemirim

Os cursos à distância representam uma modalidade diferenciada de acesso ao ensino para o público que não tem disponibilidade para fazer um curso presencial. Toda alternativa educativa é muito bem vinda. Nosso Polo UAB já tem quatro cursos de graduação e seis cursos de pós-graduação.

Um novo Cachoeiro em vias de desenvolvimento economia Segurar os gastos administrativos vem sendo a medida adotada pelo atual governo.

Contudo, segundo o prefeito Carlos Casteglione e o secretário Ricardo Coelho, isso não impede que o desenvolvimento da cidade continue, principalmente, por parte do setor privado.

De acordo com dados do Plano de Ação 2009-2014 do Governo do Estado, os investimentos na microrregião Polo Cachoeiro somam R$ 6,9 bilhões no período 2009-2014 (números de 2010) e encontram-se entre as quatro maiores microrregiões receptoras de investimentos do Estado. Essa expressiva colocação está vinculada a construção de um complexo de pelotização com três usinas e um mineroduto, além de um porto de águas profundas, que correspondem a 83,6% dos investimentos da microrregião. Este empreendimento soma o montante de R$ 5,8 bilhões e encontra-se localizado no litoral sul do Espírito Santo.

Em seguida, estão os investimentos nas atividades de Eletricidade, gás e água quente, com 4,6% ou R$ 316,8 milhões, com projetos voltados a geração de energia elétrica, através da implantação de uma PCH. No setor de Construção, estão listadas obras de recuperação e implantação de novas estradas e rodovias na região, além da construção de uma ponte. Esses investimentos correspondem a 4,3% dos investimentos previstos para a microrregião, ou R$ 297,8 milhões. Na atividade de Transporte terrestre, está prevista a implantação da Ferrovia Litorânea Sul. Dessa forma, a economia da cidade está movimentada mediante aos investimentos realizados não apenas no munícipio, mas também nas cidades vizinhas. Segundo Plano de Desenvolvimento do Espírito Santo, especificamente o projeto 38 do mesmo evidencia a característica de polarização da cidade: Rede de Cidades Cachoeiro de Itapemirim.

O planejamento é fortalecer a centralidade regional do município de Cachoeiro de Itapemirim e promover o desenvolvimento dos municípios de sua área de influência.

O intuito é o aumento de capacidade do atendimento da rede hospitalar de abrangência regional. Expansão da oferta de educação de nível superior e fortalecimento da infraestrutura tecnológica; melhoria do sistema logístico de exportação dos arranjos produtivos locais e principais conexões viárias; expansão da rede de fibra ótica. Tratamento de resíduos industriais.

Desenvolvimento dos arranjos e cadeias produtivas regionais (mármore e granito, pecuária de leite, silvicultura e calcário).

Esse aquecimento acontece porque Cachoeiro é, hoje, a cidade mais estrutu-

rada para dar suporte aos investimentos regionais que já estão em desenvolvimento e que estão por vir.

Crise

Com tantos dados positivos, o leitor deve estar se perguntado: Cachoeiro não estava em crise? E o corte da receita?

Nos três primeiros meses de 2013, a receita teve queda de 6% em relação ao mesmo período de 2012, provocado principalmente pela redução nos repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).Ainda com o fim do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), o município deve deixar de arrecadar de R$ 10 a 12 milhões durante o ano..

Uma das maiores preocupações da prefeitura é não extrapolar o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal. Por isso, 20% dos cargos comissionados de que a administração dispõe não serão preenchidos este ano. A medida é consoante com a reforma administrativa efetivada em 2011, que já havia eliminado 150 cargos em comissão.

Segurar os gastos administrativos vem sendo a medida adotada pelo atual governo. Contudo, segundo o prefeito Carlos Casteglione e o secretário Ricardo Coelho, isso não impede que o desenvolvimento da cidade continue, principalmente, por parte do setor privado.

Desse modo, é possível afirmar que desenvolvimento é realidade em Cachoeiro de Itapemirim e as perspectivas para os próximos anos são ainda melhores. O Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Coelho, recebeu nossa redação em sua secretaria para traçar um balanço do desenvolvimento de Cachoeiro de Itapemirim, principalmente no período 20122013, passando pelos diversos setores que fazem da cidade, a cada dia, um Cachoeiro diferenciado.

Entenda um pouco mais do contexto em que está inserido o desenvolvimento de Cachoeiro:

Portos vizinhos

O maior investimento brasileiro no setor de portos está em curso. Entre os anos de 2014 e 2015 serão investidos R$ 6,5 bilhões, e entre 2016 e 2017, R$ 6,8 bilhões. O investimento é fundamental considerando a proposta de transformar o estado em uma plataforma logística nacional.

Na região sul do estado, três portos serão construídos. Em presidente Kennedy serão investidos aproximadamente 5 bilhões até julho de 2015, quando a cidade deve colocar em funcionamento um grande porto para importação e exportação. A obra, que será realizada em quatro etapas, tem previsão de gerar aproximadamente 4.500 empregos.

Já Itapemirim, vai receber dois portos para atender embarcações e plataformas de petróleo, que tem como primeira demanda profissionais que atuem na área da construção civil, como soldador, carpinteiro e mecânico.

Segundo o secretário Ricardo Coelho, apesar de tais investimentos não estarem localizados em Cachoeiro, os impactos desses podem beneficiar toda a região sul, principalmente Cachoeiro. “Cachoeiro oferece uma estrutura mais ampla e forte para atender o novo fluxo de profissionais que a região deve atrair.

Se trabalharmos em conjunto, esse crescimento não ficará só no litoral, mas no Caparaó e em todo Sul do Estado”, enfatiza.

Ricardo Coelho, Secretário de Desenvolvimento Econômico de Cachoeiro

economia

O aeroporto em Cachoeiro é uma realidade, entretanto, com pouquíssima utilidade comercial e logística. A realidade para o próximo ano promete ser outra com a ampliação e expansão do aeroporto de Cachoeiro de Itapemirim a fim de atender toda a Região Central Sul do Espírito Santo. No segundo semestre deste ano, a Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas (Setop) conclui os estudos de viabilidade técnica e o projeto executivo das obras que vão possibilitar a implantação do aeroporto regional com capacidade para atender a 500 mil passageiros, por ano.

O projeto de expansão está previsto no ‘Programa de Investimentos em Logística: Aeroportos’, apresentado pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012. O financiamento do programa será feito pelo Banco do Brasil, que ficará responsável pela gestão dos projetos e dos investimentos nos aeroportos regionais. O objetivo principal é incentivar a aviação regional, por isso, o Governo Federal também concederá isenção de tarifas aeroportuárias para terminais do interior com movimentação inferior a 1 milhão de passageiros por ano e subsídios para rotas entre cidades pequenas e médias.

Ao todo, dez aeroportos do Espírito Santo serão contemplados dentro desse contrato. Além das mu-

danças previstas para os quatro regionais, serão feitos os estudos de viabilidade técnica e projetos executivos para outros três aeroportos, todos locais: Baixo Guandú, Guarapari e Região Serrana (a cidade será escolhida de acordo com o estudo de viabilidade); e mais três estudos de viabilidade dos aeroportos privados de Vila Velha, Nova Venécia e Aracruz.

A elaboração dos estudos e dos projetos de engenharia aeroviária contemplam serviços de terraplanagem, sinalização diurna e noturna, terminal de passageiros, seção contra incêndio e obras complementares. Os dez aeroportos beneficiados fazem parte do Programa Aeroportuário do Espírito Santo (Pares), que prevê uma série de ações e investimentos nesse setor, para os próximos anos, com o objetivo principal de promover o desenvolvimento logístico das regiões do Estado.

Especialmente em Cachoeiro, o aeroporto, bem como os portos, melhoram a logística de diversos setores, notadamente, o de rochas. “A logística do setor é muito custosa. As jazidas, em grande parte, não estão no estado, o que deixa pouco dinâmico o transporte da matéria prima e escoamento do produto acabado. Os aeroportos e portos são essenciais para uma logística mais eficiente e dessa forma, para o desenvolvimento da região” destaca

Setores em Expansão

O setor de serviços emprega, de acordo com dados do Caged (abr/2013), 15.475 enquanto o setor do comércio emprega 12.071. São números expressivos que indicam duas importante vocações para a cidade. “Nos últimos anos, Cachoeiro se transformou significativamente nesses setores, com a diversificação e ampliação da oferta de produtos e serviços bem como da demanda”, ressalta Ricardo Coelho. É importante destacar não apenas o crescimento dos setores, mas também, o crescimento legal dos mesmos. Nos quatro últimos anos, foram criadas (e formalizadas) 5.334 novas empresas em Cachoeiro.

No período 2012-2013, o crescimento foi de 18% na criação de novas empresas .

“Como polo regional de prestação de serviços, Cachoeiro precisa ter fornecedores com condições de atender às demandas de grandes projetos industriais. Isso representa oportunidade para os pequenos negócios, que precisam estar formalizados para aproveitá-la”, afirma Ricardo Coelho.

Metade dos novos negócios corresponde à formalização de empreendedores individuais. Impulsionados por medidas de estímulo, os pequenos negócios são maioria. Há, para eles, linha de crédito facilitado e com juros mais baixos, além de licitações públicas exclusivas para empresas deste porte.

Nesse sentido, é importante destacar a Sala do

O Secretário de Desenvolvimento Econômico destacou como principais setores em expansão: De acordo com dados da Prefeitura, até o mês de maio de 2013 o número de alvarás emitidos foi de 206. O número indica quase metade dos alvarás emitidos durante o último ano e ainda maior do que em anos anteriores, como apresentados na seguinte tabela:

o secretário.

Uma novidade é a possibilidade de um recinto alfandegário na cidade. Estudos bem desenvolvidos indicam a criação Centro logístico aduaneiro, de acordo com a Medida Provisória n° 612/13. Com a medida, as empresas poderão receber licenças para a exploração do Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (CLIA), que será concedido aos estabelecimentos de pessoa jurídica constituída no país, que explore serviços de armazéns gerais, demonstre regularidade fiscal e atenda aos requisitos técnicos e operacionais para alfandegamento estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda e ter um patrimônio líquido igual ou superior a R$ 2 milhões, entre outros.

Atualmente a operação é permitida apenas por contratos de concessão, por meio do Porto Seco ou Estação Aduaneira Interior (EADI), que tem como regra a necessidade de prévia de licitação pública.

“Com a nova medida e a possibilidade de criação possibilita o aumento da receita do município, uma vez que as cargas vão ser liberadas aqui , favorece o setor de rochas para diminuir o tempo de embarque e desembarque é diminuído. Quando a carga chegar no porto ela não vai requerer outro tipo de despacho, facilitando o processo”, enfatiza o secretário.

Empreendedor, que é referência para quem quer legalizar ou abrir um pequeno negócio.

As formalizações – inclusões no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) – passaram a ser feitas na Sala a partir de agosto do ano passado. Até então, eram realizadas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Na Sala do Empreendedor também são fornecidas informações a respeito de capacitação e linhas de crédito, trabalho realizado em parceria com o SEBRAE e com o Nosso crédito.

Quem opta por se formalizar como empreendedor individual, entre outras vantagens passa a emitir nota fiscal – o que permite fornecer produtos e serviços para órgãos públicos – e tem mais facilidade no acesso a crédito bancário. Além disso, adquire direito a benefícios previdenciários, como aposentadoria, auxílio-doença e licença maternidade. O atendimento é gratuito.

Os quatro primeiros meses deste ano superaram o mesmo período do ano passado em relação aos atendimentos realizados pela Sala do Empreendedor, tendo um crescimento de 88% em comparação com 2012. De janeiro a abril do ano passado, foram realizadas 355 consultas de viabilidade técnica e econômica para abertura de negócio. Nos primeiros quatro meses deste ano, foram feitas 666 análises.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI # 07

economia

Novos e grandes investimentos Grandes construtoras, de várias partes do país, aquecem o setor imobiliário, com a construção de condomínios, residenciais, centros comerciais, expansão de shoppings e hotéis.

“O crescimento do mercado imobiliário acontece em todo país, não seria diferente em Cachoeiro. Os empreendimentos, tanto no que diz respeito a programas como o Minha Casa Vida, como condomínios de alto padrão tem espaço expressivo na economia local. O setor é ainda mais aquecido considerando as possibilidades de desenvolvimento da cidade, mediante aos investimentos na região”, destaca o secretário Ricardo Coelho.

Dois novos hotéis estão sendo construídos na cidade – o Ibis e o Bristoll. De acordo com Carlos Eduardo Bonadiman, corretor exclusivo do Hotel Ibis, da rede Accor, a maior razão de estarem investindo na cidade é a expectativa de investimentos para região sul. A rede Accor possui 3.800 hoteis no mundo e só lança um novo hotel com certeza de sucesso”, destaca o corretor.

Ainda de acordo com Carlos Eduardo, as decisões da rede Accoor estiveram pautadas em uma pesquisa de mercado solicitada pela Construtora Sharloni (empresa do Grupo Nicchio Café)no qual foi prevista uma ocupação de 70% à 80% de um hotel com 120 apartamentos no local, número que está sendo construído. O terreno escolhido para construir o hotel possui 900m² e está localizado em uma área nobre de Cachoeiro, na Avenida Francisco Lacerda de Aguiar, em frente ao Shopping Sul. Outro importante Grupo que vem para Cachoeiro é o Águia Branca, que assume as ações da Samadisa e da Cola Veículos. Investimentos de alto padrão, como esses, indicam o crescimento real da cidade, bem como as excelentes perspectivas para o futuro.

“Cachoeiro pode ser considerado um polo regional e a tendência é que essa realidade se torne mais expressiva. Atualmente, circulam, em média, 700 mil pessoas de segunda a sábado, embora Cachoeiro tenha 200 mil habitantes. São pessoas que vêm de outros municípios para utilizar da educação, compras e outros serviços que a economia local oferece”, ressalta o secretário.

Um novo shopping também faz parte das perspectivas para Cachoeiro. O projeto prevê um centro com mais de 200 lojas, no bairro BNH, às margens da Avenida Jones dos Santos Neves. O complexo comercial foi planejado para o terreno onde atualmente funciona uma indústria de beneficiamento de café. São mais de 50 mil metros quadrados de área construída.

A intenção dos empreendedores é que o complexo comercial, com mais de 200 lojas distribuídas em dois pisos, seja o primeiro centro de compras com amplitude regional do município.

A localização é estratégica, em uma das avenidas mais importantes de Cachoeiro e uma das principais vias de acesso para a cidade para quem chega de municípios como Castelo, Alegre, Guaçuí, Muqui e outros. Além disso, a estrutura deve contar também com cinco salas de cinema e cerca de mil vagas de estacionamento.

A previsão é que o Shopping Center seja concluído dentro de dois ou três anos. O investimento é da ordem de R$ 105 milhões por parte dos empreende-

dores. Estima-se que outros R$ 84 milhões deverão ser desembolsados pelos lojistas com a montagem das lojas. À frente do projeto estão o empreendedor José Guilherme Lima – proprietário da empresa de beneficiamento de café situada no local onde está prevista a construção do shopping – e as empresas parceiras: Coelho Neto Consultoria, Pinheiro de Sant’Ana, Romano & Duarte Advogados, Focus Engenharia e Serviços, China Associados Geomarketing, Alvarenga Arquitetos Associados e SEMMA Empresa de Shoppings Centers.

Os estudos de viabilidade de mercado realizados pelas empresas envolvidas no projeto imobiliário apon-

08 # CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI

tam volume de operações diretas da ordem de R$ 22 milhões por mês. Quanto aos empregos gerados, serão 4.800 entre diretos e indiretos na fase de operação. Sem contar que no período de construção, devem ser criados de 800 a 1.200 postos de trabalho.

De acordo com o secretário de desenvolvimento econômico, tais investimentos atestam Cachoeiro como polo da região, além de comprovar também a efervescência da economia da cidade. Ainda de acordo com ele, pesquisas mostram que fora da região metropolitana da Grande Vitória, Cachoeiro é a cidade com melhores índices de crescimento econômico, o que comprova o momento de expansão.

saúde Vamos parar e conversar um pouco. Cachoeiro, bem como o Espírito Santo e o Brasil (se considerarmos em termos internacionais) vive bons momentos no quesito desenvolvimento, apesar de algumas quedas, reflexos da crise, neste ano.

Cachoeiro vem se tornando um polo da região sul do estado e tende a ganhar proporções mais significativas nos próximos anos. Nesta edição, fizemos um balanço das boas perspectivas e desafios da cidade neste contexto. A saúde é, então, um dos grandes, senão o maior, desafio de Cachoeiro de Itapemirim.

Mas, não. Não é uma exclusividade da cidade a crise na saúde. O Brasil tem uma séria deficiência no setor, que apresenta características burocráticas e lentas para demandas que são urgentes – a saúde do cidadão. Caminhos estão sendo traçados, em nível federal, estadual e municipal, mas, a situação é sim, problemática.

O que fazer? “O que não podemos fazer é ficar de braços cruzados”, como destacou o Secretário da Saúde de Cachoeiro, Abel Santana, que recebeu de forma aberta e franca nossa redação para conversar sobre os problemas e perspectivas da saúde na cidade.

“Enquanto médico e secretário considero que estamos em uma faixa critica. São poucos os políticos que tem a responsabilidade de entender que saúde deve ser feita todo dia, sendo ela responsável pela população” enfatiza o secretário, salientando os esforços da administração na área da saúde em Cachoeiro.

Segundo Dr.

O grande desafio

da saúde Abel, que assumiu o cargo neste ano, um novo planejamento estratégico está sendo elaborado. Entrado nas salas da secretaria, é possível identificar os planos e metas dessa gestão coladas nas paredes, escritas nos quadros, bem como nas pilhas de papéis e números, o que demostra que, é preciso avaliar os problemas para traçar estratégias inteligentes e eficazes para a saúde no município.

“O planejamento estratégico tem exatamente essa finalidade, ver qual a melhor maneira de atender globalmente a saúde, vendo as necessidades das pessoase viabilizando condições de fazer algo”, enfatiza. Ainda de acordo com Dr. Abel, não podemos ver a secretaria como um grande caminhão de apagar incêndios. “Temos que nos organizar para conseguir realizar e encaminhar todos os atendimentos, mas, devemos trabalhar principalmente

Abel Santana, Secretário de Saúde de Cachoeiro

de acordo com o conceito de medicina preventiva. É preciso trabalhar para que o diabético não se torne diabético, o hipertenso adquira a hipertensão e assim por diante. Esse trabalho envolve as atividades dos PSF`s e também de conscientização da população de que saúde não é apenas atendimento emergencial”.

De acordo com Dr. Abel Santana, a Estratégia de Saúde da Família éum projeto fantástico, contudo, perdeu a sua essência na prática. “Hoje, por exemplo, estamos devendo nesse programa. Faltam médicos e demais profissionais nas esquipes, bem como uma melhor organização. Estamos tentando contornar a situação e fazer com que esse lindo projeto tenha bons frutos”, enfatiza.

Segundo Dr. Abel, o Programa Saúde da Família foi planejado em nível federal para ser executado a partir de um esquema tripartite (federal, estadual e municipal). A conta tem ficado para os municípios, o que também dificulta a estruturação efetiva do programa. A notícia boa é que no mês de abril o Governo do Espírito Santo passou a transferirverbas aos municípios para trabalhar a ação primaria dos municípios. “Temos que valorizar o profissional que trabalha na área de saúde. Hoje temos 33 equipes de PSF e três delas estão sem médico, (aeroporto, amaral e paraíso)”.

Além da medicina preventiva, um dos pilares do planejamentoestratégic o

é a atenção primária, que engloba os programas e pronto-atendimentos.

O secretário avalia que os programas estão indo muito bem, tanto os que já estão atuando, quanto os que estão em fase de implementação.

Ainda outro projeto em elaboração para saúde em Cachoeiro é o de assistência ao idoso. “Atendemos essa faixa etária, mas, queremos melhorar muito. Ainda não temos um atendimento a contento. Isso é muito importante porque essa é a população que mais cresce no mundo, logo, temos que melhorar muito esse atendimento, e otimizar o tratamento em domicílio”.

A criação de um Centro de referência de atendimento à mulher, ampliando o que já existe, também é uma proposta para esta gestão da secretaria. De acordo com Dr. Abel, o intuito é concentrar todas as atividades ligadas à mulher, como obstetrícia,ginecologia, além de prestar atendimento às mulheres gestantes que são vitimas da violência, garantindo a tranquilidade das mesmas.

Atenção básica é outro pilar da estratégia de saúde em Cachoeiro, que engloba serviços como a Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), Centro Municipal de Reabilitação Física (CEMURF), entre outros, além dos pronto atendimentos de Itaoca e Paulo Pereira. Os Pronto Atendimentos vêm sendo grandes problemáticas na cidade, o que acontece uma vez que estes se tornaram pontos de referencia. Isso significa que quando você tem um problema de saúde, você tem uma referência de onde ir, o que não é algo negativo. O problema é que, sendo referên-

Programas desenvolvidos pela secretaria 1 - Programa Nacional de Combate à tuberculose e hanseníase • Avaliação de comunicantes SEME: 10 PPD (Teste Tuberculínico) Correios: 60 PPD (Teste Tuberculínico) Visitas domiciliares: 30 • Atendimento médico: 430 • Atendimento farmacêutico: 56 • Atendimento enfermeiro: 150 • Casos novos: 37 • Retratamento: 02 • PPD de rotina: 365 • Mobilização do Dia Mundial de Combate à tuberculose: 24 de março • Total Geral: 1.113 atendimentos 2- Programa de Hipertensão Arterial de Diabetes e Saúde do Idoso • Total de pacientes com hipertensão cadastrados no SIAB: 9.424 • Total de pacientes com diabetes cadastrados no SIAB: 2.102 • Total de pacientes acompanhados pelo SIAB: Diabetes (1.677); Hipertensão (7.105) • Consulta médica do Idoso: 9. 167 consultas • Números de consultas médicas: 35.050 consultas • Número de consultas enfermagem Puericultura: 2.625 Pré-Natal: 1.754 Prevenção de Câncer de colo uterino: 2.883 DST/AIDS: 523 Diabetes: 5.538 Hipertensos: 176.147 Hanseníase: 4 Tuberculose: 46 • Total Geral: 189.526 consultas 3 - Programa Municipal de Imunização • Quantitativo de vacinas: 29.673 4 - Programa saúde da mulher e da criança • Preventivos realizados: 2.883 • Consultas pré-natal: 1.774 •Mamografias: 2.446 • Total Geral: 7.083 5 - Programa de controle do: • Atendimentos tabagismo: 947 atendimentos • Sessões de tratamento do fumante: 97 sessões 6 - Programa de Saúde Mental CAPS-AD

cia para toda cidade, o centro tem de atender a uma demanda ampliada, potencializando as insatisfações.

“Eu dei plantão no Paulo Pereira umas cinco vezes por falta de medico.

Isso foi importantíssimo pra mim. Vi coisas ruins, claro, mas também vi a paciência para esperar da população, porque o processo é demorado, infelizmente”, conta o secretário.

Algumas medidas já estão sendo planejadas e colocadas em práticas para solucionar ou amenizar os problemas: 1 - Descentralizar: a construção de uma nova Unidade de Pronto atendimento no Marbrasa visa pulverizar a demanda por saúde do município.

2 - A efetivação das funções das unidades estratégicas da família.

3 - Aumento do valor do plantão dos médicos. O valor que era de R$ 600,00 passou para R$ 1.000,00 por plantão de 12 horas realizado de segunda a sexta e R$ 1.200,00 por plantão de 12 horas realizado aos sábados, domingos, feriados e pontos facultativos no Pronto Atendimento do Paulo Pereira Gomes.

Esse terceiro item indica outra problemática na cidade: falta de profissionais. Hoje o salário de um médico não é condizente com o trabalho que executa e ainda cidades vizinhas oferecem salários bem mais altos. “Os profissionais vão em busca de salários melhores em cidades menores ou ainda diversificação de oportunidades em grandes centros. Isso gera uma escassez de profissionais da saúde em Cachoeiro, apesar de ser uma manobra normal do mercado profissional”, destaca o secretário.

Outro problema colocado pelo secretário é a relação médio-paciente.

“As relações humanas estão desgastada, isso é um fato. Contudo, no meio médico é ainda mais preocupante. Médicos que não sabem os nomes de seus pacientes; pacientes que não respeitam os médicos; pacientes que têm que correr atrás de alguma informação sobre sua saúde e seus familiares; são situações comuns em qualquer lugar, infelizmente. Claro, isso não é generalizado, mas, essas relações precisam urgentemente de serem restauradas”.

Plano de ação de estruturação da rede de urgência e emergência O Plano, que foi laçado no mês de maio deste ano, vai beneficiar os 26 municípios da região Sul do Espírito Santo. A primeira tarefa do grupo será ter um diagnóstico da composição dos serviços de saúde existentes em cada um dos 26 municípios. A previsão é de que o plano de ação fique pronto em quatro meses. Depois disso, será enviado ao Ministério da Saúde para aprovação e definição dos recursos que serão necessários para implementação dessa rede.

“Uma das grandes vantagens da rede de urgência e emergência é o atendimento à população mais perto de onde mora, o que evita o risco de intercorrências no transporte do paciente, além de diminuir a sobrecarga nos leitos hospitala-

res da Região Metropolitana”, avalia Abel Sant’Anna Júnior.

A operacionalização deve ser iniciada em 2014 e inclui também a implantação dos serviços do Samu 192 para atender a região.

Novo Hospital

A previsão é de construção de um novo hospital estadual no Bairro Aquidabã.

Historicamente, o terreno foi doado à prefeitura pelo Hospital Infantil Francisco de Assis para a construção de outro hospital materno infantil na cidade. Cabia ao prefeito, Carlos Casteglione, encaminhar o terreno ao Governo do Estado para que o projeto começasse e ser desenvolvido, o que já foi realizado. A construção de um hospital público já está determinada no local.

Desafios e perspectivas futuras Perguntado sobre os principais desafios o secretário elenca algumas prioridades da secretaria no momento: 1 - Reorganizar a estratégia do PSFs, visando o atendimento previsto, com bases na medicina preventiva 2 - Nova roupagem a as unidades de pronto

atendimento 3 - Reforma do centro de saúde (que já está aprovada) O desenvolvimento da cidade é, certamente, uma realidade positiva para o município, contudo, o setor de saúde também ganha motivos para se preocupar. A situação do setor é crítica em todo país, o sistema

é burocrático e sofremos ainda com a falta de recursos. Cachoeiro não foge dessa realidade.

Contudo, mais uma vez como salienta o secretário “braços cruzados não adiantará nada. É preciso de organização e planejamento para fazer um trabalho sério e comprometido com a sociedade.”

Campo também é lugar de desenvolvimento em Cachoeiro

agricultura

As estimativas de progresso, quase sempre, vêm associadas à ideia de desenvolvimento urbano, mas, na prática envolve um conjunto mais complexo e diversificado de ações.

O campo é um desses setores que, apesar de representarem significativa importância em nosso país, é comumente associado à logica de atraso. A realidade, portanto, está bem distanciada desse senso comum e Cachoeiro é um bom exemplo disso, apesar de ser não ser esta a principal atividade do munícipio.

O secretário de Agricultura e Abastecimento de Cachoeiro de Itapemirim, José Arcanjo Nunes, juntamente com sua equipe recebeu nossa reportagem para fazer um balanço do desenvolvimento do setor na cidade, apontando ainda algumas perspectivas futuras. Para início de conversa uma análise é clara: o setor cresce e aponta caminhos inovadores na região.

Estrutura Fundiária do Município

Principais ações da Semag O secretário José Arcanjo Nunes está a frente da pasta desde 2009. Arcanjo conta que uma de suas primeiras ações esteve associada a reorganização do conselho de desenvolvimento agrário, compreendido como um espaço de dialogo e projeções de extrema necessidade. Em 2010,também foi reorganizado o Fundo de Desenvolvimento Rural no município, que funciona com o objetivo de captar recursos de diversos setores para realizar ações que promovam o desenvolvimento rural.

O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, responsável por gerir o Fundo, é composto por membros da prefeitura, órgãos públicos estaduais, agentes financeiros, da sociedade civil organizada ligada ao homem do campo, como os movimentos sociais, além dos produtores. De acordo com o secretário, todo o recurso é destinado à melhoria da qualidade de vida do produtor, garantindo transparência e emprego democrático dos recursos.

“Hoje, ambos funcionam muito bem e têm dado uma contribuição muito grande para o desenvolvimento rural de Cachoeiro. De 2010 até o mês de maio de 2013, já juntamos 750 mil reais no Fundo, bem como já adquirimos vários equipamentos para o meio rural, como um centro de beneficiamento de café em pedra lisa, uma van disponível para as comunidades para eventos, reuniões e visitas técnicas”, destaca Arcanjo.

Um exemplo desses investimentos é a Unidade de beneficiamento de café para a comunidade deAlto Boa Vista, por meio do qual é possível produzir o café cereja – produto de altíssima qualidade muito procurado pelas empresas de café solúvel.

A unidade teve seus primeiros equipamentos instalados recentemente, mas, ca-

12 # CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI

sos de sucesso de outros produtores já indicam que o investimento é certeiro. Em dezembro de 2012, amostras de café de Cachoeiro de Itapemirim alcançaram boas posições do 1º Concurso Estadual de Conilon de Qualidade. Uma delas, produzido pela agricultora MariceiaBleidornPancini, da região de Alto Boa Vista, ficou com o quarto lugar da categoria conilon natural. Já Eraldo Bissoli ficou entre os 10 melhores do estado na categoria cereja descascado.

O sucesso do café cachoeirense não é atoa. Além da tradição cafeicultura no estado, de acordo com secretário, o ponto mais forte das atividades agrícolas na cidade é a cafeicultura, seguida pela pecuária de leite, suinocultura e pecuária de corte. Por isso, a prefeitura tem trabalhado para o fortalecimento da atividade, que é fonte de renda de 48,2% das famílias do campo. Além da UCE de Boa Vista, a administração municipal instalará outra unidade na localidade de Pedra Lisa.

Outras aquisições importantes aquisições para o setor foram dois tratores agrícolas, carreta agrícola, roçadeiras, arado, colheitadeira de forragem, distribuidor de esterco, caminhão baú e uma Van Sprinter, que será usada para transportar produtores rurais para encontros e eventos do setor agropecuário e para viagem de estudos dos alunos e professores da Escola Família Agrícola.

De forma geral o secretário de agricultura enfatiza que“de agora para frente, queremos ter um meio rural organizado. Ampliar os canais de comercialização, desenvolver as praticas agroecológicas no município, para criar uma produção agrícola sustentável”.

Vamos conhecer algumas das iniciativas da secretaria a fim de alcançar tais objetivos:

Hora-máquina A Lei da hora/ máquina é referente ao benefício é garantido pela Lei 6280/2009.

Famosa na cidade e região vizinha, ela permite ao município oferecer serviços diversos com equipamentos da prefeitura a produtores rurais de Cachoeiro, com preços bem mais atraentes que os praticados pelo mercado. De acordo com o secretário o objetivo é incentivar o desenvolvimento do campo, criando novas oportunidades de emprego e geração de renda. “Os benefícios são recebidos de acordo com o tamanho da propriedade de cada produtor rural, como uma forma de justiça social mesmo. Dessa forma, em alguns casos o desconto pode chega a 90%.

Nosso intuito é incentivar a permanência das famílias no campo, fomenta a produção e a diversificação da economia rural, bem como favorecer a segurança alimentar da população”, destaca.

Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável O Plano de desenvolvimento agrícola de Cachoeiro foilançado em 2012, e construído a partir de muito diálogo com diversos setores, bem como a análise dos dados de senso rural e seminários realizados com o objetivo de avaliar os problemas e potencialidades do meio rural.

Segundo o secretário o plano é vital para o munícipio porque traça os caminhos para aonde queremos chegar. E aonde queremos chegar? “Queremos um setor organizado diversificado, com renda suficiente para sustentar a família e que as pessoas tenham o prazer de continuar morando e vivendo no ambiente rural”, enfatiza ele.

Feira Livre e Ticket Feira Semanalmente, cada trabalhador que receber até 1000 reais recebe 10 em ticket por semana para utilizar nas feiras, que acontecem no Pavilhão de Eventos da Ilha da Luz e no bairro Aeroporto.

“Para funcionários e moradores é a garantia de um consumo de alta qualidade biológica, pois a nossa orientação é para a utilização de produtos orgânicos, o que acreditamos que acontece em 90% da produção. Para os produtores é uma renda complementar na família e garantia da comercialização da produção”, destaca José Arcanjo Nunes.

Ainda de acordo com o secretário existe um projeto para implantar 50 hortas no município, e assim, o numerode agricultores participantes da feira seria ainda maior.

Ampliação da Ceasa Sul

Reativação do frigorífico “Desde 2007 desativado, o frigorífico foi reativado em 2012 em um esquema de concessão com a empresa Cofril. A empresa privada faz uma contribuição para o fundo de desenvolvimento de acordo com o numero de animais que são abatidos. As atividades estão indo muito bem, atendendo, inclusive, vários municípios da região, inclusive de Guarapari”, explica o secretário.

Censo Rural Outra atividade importante foi a elaboração do censo rural, em 2010. “Nos conseguimos visitar 2200 municipios e fazer um levantamento completo, levando em consideração aspectos como escolaridade, meio ambiente, comunicação, jovens , mulheres, educação, entre outras”, afirma o secretário. A publicação é de extrema importância para o diagnóstico da região e visualização medidas para o desenvolvimento do setor.

Minha Casa Minha vida Rural Cinquenta famílias de trabalhadores rurais da comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, contam com o apoio da prefeitura para realizar o sonho da casa própria, por meio do Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), o “Minha Casa, Minha Vida Rural”.

Cada casa vai custar R$ 25 mil, valor que será subsidiado com recursos do governo federal. As famílias beneficiadas, que têm renda anual de até R$ 15 mil, precisarão pagar à União apenas R$ 1 mil, divididos em quatro parcelas anuais de R$ 250.

“Essa é mais uma forma de incentivara estada no campo. As pessoas querem conforto e dignidade para as viver, por isso é essencial projetos que viabilizem isso”, afirma o secretário.

O secretário também atribuiu a ampliação da Ceasa Sul um lugar de destaque. De acordo com ele, com as adesões de novos prdutores, a Ceasa-Sul compra menos de fora e gera novas oportunidades de emprego e renda em Cachoeiro e municípios vizinhos.

A secretaria atua no sentido incentivar a diversificação agrícola e a participação dos produtores locais na Ceasa-Sul. Uma das ações para alcançar essa meta é a instalação de mais um galpão de lojas no local, já em fase de planejamento, para possibilitar a comercialização de mais produtos.

Diretrizes do Plano

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI # 13

agricultura

Setores em expansão

Escola Família Agrícola

eventos Leit ã o n o R o lete

Neste ano a primeira turma de escola terá sua formatura. A Escola Família Agrícola de Cachoeiro é localizada no distrito de Pacotuba, resultado de uma parceria com o Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes),INCAPER E PREFEITURA. Além das aulas do currículo comum do ensino médio, a escola oferece curso técnico em Agropecuária, com duração de quatro anos. Ao final desse período, os estudantes saem com diploma do ensino médio e do ensino técnico, além de mais aptos a trabalhar no meio rural.

“A escola é uma forma de atender as demandas de profissionais para o meio rural, bem como incentivar a vida no campo. Além de tudo, nossa unidade de pesquisa esta dentro de um instituto estadual, o que contribui muito para a formação técnica dos nossos alunos”, explica o secretário.

O desafio para os próximos anos Escola é a construção das edificações da própria escola, nas áreas ou nas proximidades do instituto estadual.

Cachoeiro é o maior produtor de suínos do Estado Dados do Censo Rural apontam um total de 45 mil cabeças, que demandam a mão de obra de 1.130 pessoas, incluindo trabalhadores temporários, permanentes e familiares.

Por isso mesmo, o município tem procurado investir em ações que garantam o crescimento do setor.

Entre elas, o patrocínio ao Festival do Leitão no Rolete, a compra da carne suína para a alimentação escolar dos alunos da rede municipal e a oferta de assistência técnica especializada.

Festa d o Tom ate

Aquicultura

“Hoje temos um projeto do ministério da pesca - Projeto municipal de fomento à Aquicultura, no valor de 565 mil reais. Esse projeto é uma parceria da prefeitura com o ministério da pesca, com duração de três anos. Com a verba, estamos preparando o município para essa atividade. A meta é 75 tanques escavados no município”, destaca José Arcanjo Nunes. Ele ainda destaca que, de acordo com censo rural, temos 110 produtores nessa área, número que é crescente.

A expectativa é ampliar o projeto nos próximos anos, promovendo a escavação de tanques em outras 50 propriedades rurais e aumentando para nove o número de tanques rede no assentamento Nova Safra, assim como a perspectiva de instalação de outros tanques.

Agroindústria

Atualmente, existem em Cachoeiro as agroindústrias comunitárias de Monte Alegre, Pedra Lisa, além de mais três previstas: Assentamento Nova Safra, Jacu, Campus Elizio.

De acordo com o secretário de agricultura a importância das agroindústrias está relacionada à diversificação de alimentos e renda e até mesmo a auto estima das famílias rurais. “A família coloca a marca dele mesmo no mercado, a marca que representa a historia da sua família, o que ainda permite a valorização ao produto local”, destaca o secretário.

Para o município, as agroindústrias significam o aumento da arrecadação de impostos. A partir do momento que ela é legalizada e passa a ser emitida nota fiscal, consequentemente é aumentada a arrecadação de ICMS. O desenvolvimento do setor é claro: em 2009, cerca de 490 produtores tinham inscrição, com a movimentação de cerca de 14 milhões. Hoje, a cidade tem cerca de 2.500 inscrições e, somente em 2013, foram movimentados 60 milhões, com perspectivas de crescimento em 2013.

O evento, que terá em 2013 sua quinta edição tem o objetivo de identificar, promover e premiar produtores de tomate, além de incentivar a constante melhoria da qualidade como meio mais eficaz na conquista de mercados e agregação de valores ao produto.

Dentre os critérios para participar do concurso, estão: ser produtor de Cachoeiro; concorrer com apenas uma amostra de tomate e ter, na amostra, um lote mínimo de quatro unidades de tomates.

Co n curso d o Café

O objetivo é identificar, promover e premiar os agricultores que seguirem a boas práticas agrícolas, e ainda incentivá-los a investir na qualidade da produção. O concurso é promovido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e pela prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. Em 2013 o concurso tem sua quinta edição.

artigo

O Desenvolvimento Econômico de Cachoeiro de Itapemirim: uma perspectiva histórica // economista , contador e professor universitário (FDCI)

// POR José Geraldo A. Romanel

Como se não bastasse, outra peculiaridade da indústria de rochas ornamentais de Cachoeiro é o grande número de pequenas e médias empresas neste setor o que perfaz uma vantagem social na geração de emprego e distribuição de renda da cidade gerando assim uma grande mobilidade social na nossa região.

O povoamento de Cachoeiro Itapemirim surgiu da necessidade de alojamento de mineradores (extrativistas) que subiam o rio Itapemirim até a região de Castelo à procura de ouro.

Estes começaram a se alojar na região de Cachoeiro para maior segurança contra os ataques dos índios Puris. A partir de então, começou a exploração da grande extensão de terras férteis em Cachoeiro, que fora canalizada principalmente para o cultivo de café, cana de açúcar como também para a exploração pecuária.

Já no final de séc. XIX, Cachoeiro iniciava um pequeno centro comercial ao longo da rua Moreira, que é uma marginal do rio Itapemirim. Cachoeiro passava a ser um entreposto de produtos agrícolas da região. Mais tarde, por volta da primeira década do século XX, com o auge da produção cafeeira, começaram a aparecer as ferrovias ligando Cachoeiro ao Rio de Janeiro e à Vitória. A função principal das ferrovias era escoar a produção cafeeira para os portos, principalmente o de Vitória.

Com a decadência da economia cafeeira, no início da década de trinta, a atividade primária que sobressaiu foi a pecuária, sobretudo a leiteira. A criação da cooperativa de leite Selita em 1938 foi um marco para a economia de Cachoeiro. O município, que até então mandava seu leite para o Rio de Janeiro, passou a industrializá-lo como também a produzir em escala industrial os seus derivados.

Cachoeiro também foi palco de muitas iniciativas empreendedoras que ultrapassaram as fronteiras da cidade.

Como exemplo, podemos citar o vertiginoso crescimento da Viação Itapemirim, liderado pelo empresário Camilo Cola que fundou sua empresa neste município em 1952. Outro exemplo, no início da década de sessenta do século passado, foi a Fábrica de Calçados Itapuã (na época não tinha este nome) representado, pelo saudoso empresário Severino Matias. Também, já final desta mesma década, o empresário nordestino João Santos dá impulso na produção de cimento na nossa região criando a Fábrica de Cimento Nassau e impulsionando, por conseguinte, outro setor que é o de extração de calcário, matéria prima para a produção de cimento. Estes grandes empreendimentos, juntamente com tantos outros, fizeram de nossa cidade um centro produtivo gerador de emprego e renda que aos poucos foi também se transformando em um pólo de comércio, serviços e logística para a toda região sul do Espírito Santo.

Foi dentro deste quadro econômico que, no início da década de setenta do século passado, a indústria de rochas

ornamentais iniciou sua ascensão vertiginosa e de grande sucesso, trazendo também outra indústria que foi a de máquinas e equipamentos, principalmente a produção de teares. Observase que a nascente indústria de rochas de Cachoeiro começara com grande autonomia, ou seja, produzindo além do produto final, grande parte dos insumos que fazem parte da cadeia produtiva do setor. Além da indústria de máquinas e equipamentos, um outro exemplo recente de autonomia desta indústria, foi a implantação cooperativa de crédito Crédirochas com intuito de aproveitar os recursos financeiros do setor para financiar o próprio setor.

Salienta-se, neste caso, o vertiginoso crescimento desta instituição nos últimos 10 anos o que não pode deixar aqui de parabenizar sua diretoria, hoje na pessoa do Sr. Tales Machado.

Como se não bastasse, outra peculiaridade da indústria de rochas ornamentais de Cachoeiro é o grande número de pequenas e médias empresas neste setor o que perfaz uma vantagem social na geração de emprego e distribuição de renda da cidade gerando assim uma grande mobilidade social na nossa região. As pessoas que aqui moram estão sempre ouvindo histórias de caminhoneiros que viraram empresários do setor, ou de empregados operadores de máquinas que hoje são proprietários de empresas.

Observa-se que o diferencial da indústria de rochas de Cachoeiro não é tão somente a disponibilidade de rochas da região e sim o fato desta indústria estar situada dentro de uma região que tem toda infraestrutura que o empresário necessita para iniciar o seu empreendimento. Fatores como a concentração de teares, disponibilidade de mão de obra, maior facilidade de manutenção de equipamentos e condições favoráveis para a venda com a afluência de compradores de todo o mundo faziam e faz, pelo menos até então, de Cachoeiro, o núcleo mais dinâmico da indústria nacional de rochas ornamentais.

Cabe também salientar, que o município, além da produção de rochas, máquinas, calçados e demais produtos industriais e agropastoris, agrega um grande pólo comercial e de serviços que atende toda uma região e faz os empresários e investidores de fora da cidade acreditarem cada vez mais no sucesso e no potencial de nossa economia. Exemplo de empresários que deste cedo acreditou no potencial econômico de Cachoeiro de Itapemirim foi Osvaldo Perim, originário de Castelo, que deste 1983 escolheu esta cidade para a expandir sua rede de supermercados que, diga-se de

passagem, hoje tem em uma de suas unidades, o mais moderno centro comercial desta cidade e região. Outras redes comerciais e de serviços a nível nacional também estão apostando no potencial de consumo de Cachoeiro.

Destaca-se aqui os novos empreendimentos na rede hoteleira, como também na construção civil em prédios residenciais e comerciais.

Diante de tanta expectativa de crescimento de nossa economia cabe ao poder público (de todas as esferas administrativas), além de suas funções sociais inerentes ao seu ofício, manter um ambiente favorável de negócios em nossa cidade para que esta continue crescendo e se desenvolvendo. Para tanto, é necessário intensificar investimentos públicos nas áreas de educação, transporte e logística com vistas a reduzir os custos produtivos do empresário. Não se pode desprezar o que se está sendo realizado em nossa cidade em termos de infra-estrutura e até se parabeniza por isto. No entanto as exigências de mercado são muito grandes para o empresário. O parâmetro do mercado hoje não é local e nem tampouco nacional. O parâmetro do mercado hoje é a nível internacional. A nossa mão de obra tem que ser adaptada a nova onda tecnológica que está surgindo em nosso parque industrial e por isto é necessária uma educação focada para tais questões. Os elevados custos de transportes e logísticas diminuem a competitividade do empresário com outros estados e com o exterior o que faz necessário que se implemente transportes alternativos mais baratos que o rodoviário. Não podemos deixar de citar também a carga tributária apesar deste problema ser a nível nacional.

Concluindo, Cachoeiro de Itapemirim, no que concerne ao seu desenvolvimento econômico, tem um passado de sucesso como também um grande potencial de crescimento para os próximos anos. Investidores e empresários acreditam nestas premissas e investem nesta cidade gerando assim um grande circulo vicioso de produção, emprego, renda, consumo e investimento. Entretanto, também existem desafios que devem ser enfrentados tanto do setor privado como do setor público.

Na verdade, tais desafios serão mais uma etapa da historia de sucesso de Cachoeiro de Itapemirim. Eu acredito que a sociedade vai encontrar, como sempre encontrou, soluções e caminhos para que continuemos a nos desenvolver e a nos orgulhar do potencial econômico da cidade de Cachoeiro de Itapemirim.

turismo

Turismo de Negócios – alternativa inteligente para Cachoeiro de Itapemirim “Capital secreta do mundo”, cidade do Mármore e Granito e, claro, do Rei Roberto Carlos, Cachoeiro, não atrai por um vasto conjunto de belezas naturais (apesar de alguns pontos belíssimos) ou por um efervescente setor cultural, mas sim, vem se tornando cidade polo da região sul capixaba, enquanto município mais estruturado e com qualidade de vida para comportar o crescimento da própria cidade bem como da região vizinha.

De acordo com o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Ricardo Coelho, o perfil do turismo em Cachoeiro é o que poderíamos chamar de “turismo de negócios”, já que a maioria das pessoas que visitam a cidade estão envolvidas em negócios, notadamente do setor de rochas. Um indicador desse crescimento é a vinda de grandes hotéis para a cidade(Ibes e Bristroll) e a ampliação do aeroporto.

As ações turísticas da secretaria, então,vem sendo movimentadas neste sentido.

Uma novidade interessante em 2013 é o Centro de Atendimento ao Turismo, que funciona na

também recentemente inaugurada Casa da Memória.

“O centro será um local adequado para fornecer informações qualificadas sobre de pontos turísticos, localização, hotéis, informações gerais sobre a cidade e dar encaminhamento aos turistas que visitam o município”, explica o Secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico.

A casa da Memória, agora restaurada e ampliada a partir de um convênio da prefeitura de Cachoeiro com o governo do estado, por meio da Secretaria Estadual de Turismo (Setur), também sediará Casa do Artesão e um ramal da Biblioteca Pública Municipal “Major Walter Paiva” com materiais a respeito de história político-cultural do Espírito Santo, principalmente de Cachoeiro de Itapemirim.

Outra atividade que vem sendo realizada nos últimos anos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Turismo é o Giro Gastronômico, que acontece em duas semanas especiais: a semana de aniversário do rei Roberto Carlos e a Semana da Feira Internacional de Mármo-

re e Granito. Nas duas ocasiões, que marcam expoentes da cidade, o fluxo de festividades e turistas é expressivo no município, o que, para Ricardo Coelho, é uma interessante alternativa para o setor alimentício apresentar todo o seu potencial, além de comemorar as datas. Os restaurantes credenciados no Giro preparam pratos especiais e também com nomes muito interessantes: na semana do mármore, os pratos contemplam o nome e o visual das rochas, enquanto na semana do rei, os pratos tem os nomes das belas canções que fizeram sucesso na carreira do cantor.

Esse aumento na movimentação do turismo de negócios também expõe algumas deficiências da cidade, que devem ser adequadas. Segundo o Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo um desses problemas é a falta de um centro de convenções que suporte um grande número de pessoas, bem como a fidelização desse turista para outros ramos de serviços, como o comércio ou ramo alimentício.

Agroturismo Agroturismo pode ser entendido como

16 # CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI

um movimento que se originou na Europa a partir da década de 1960, a partir da preocupação em integrar o turismo e o ambiente rural a fim de que fosse possível a valorização do território, baseado nas especificidades ambientais tanto naturais e paisagísticas quanto culturais (o patrimônio local) que compreende os bens artísticos, o artesanato típico e as tradições gastronômicas.

E porque estamos falando disso, afinal, se tratamos aqui de turismo de negócios?

Simples. Além das belezas naturais a cidade e distritos, a agroindústria vem se tornando uma realidade. De acordo com o

Secretário de Agricultura e Abastecimento, José Arcanjo Nunes, a agroindústriaé um ponto de apoio do agroturismo. Duas regiões que cresceram muito, ainda destaca o secretário, foram Gruta e Burarama, sem esquecer do potencial da Tijuca e São Vicente.

O prefeito Carlos Castelglione indicou o agroturismo como um dos principais pontos de desenvolvimento turístico da região. Atividades neste sentido, então, são organizadas em parceria com as secretarias de desenvolvimento econômico e turismo e agricultura e abastecimento.

Isso acontece porque, ao mesmo tempo em

que o turismo depende da gestão do espaço local para seu desenvolvimento, contribui para a conservação dos patrimônios natural, histórico e cultural do meio rural. Assim, a promoção e o planejamento de atividades de turismo no meio rural, incluindo os segmentos de agroturismo e ecoturismo, podem propiciar a satisfação dos turistas, bem como a dos produtores e moradores, firmando-se como alternativa para o desenvolvimento local e para a conservação do patrimônio existente no campo. Ou seja: as perspectivas para o setor são as melhores possíveis em Cachoeiro de Itapemirim.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI # 17

desenvolvimento urbano

Desenvolvimento urbano: reponsabilidade para traçar os caminhos do desenvolvimento A administração municipal não edifica uma cidade sozinha. Todos os setores da sociedade, seja ele organizado ou não, devem compor este cenário, caso contrário, toda iniciativa corre o risco de morrer em seus nascedouros.

O coração do desenvolvimento do município está aqui. Afirmação simultaneamente bonita e agregadora de extrema responsabilidade. Quais rumos queremos dar ao nosso crescimento?

O que precisamos preservar e como faremos? Quais instrumentos urbanísticos são adequados à nossa realidade? Quais são as prioridades no que diz respeito a investimentos para a cidade? Quais são as tendências apresentadas por nossa cidade? Como está o entorno de nossa cidade? Está desenvolvido ou não? E como fazer para que todos cresçam com pelo menos um mesmo direcionamento? Será que estamos adequados ao que prevê o

CIDINEI RODRIGUES NUNES Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano

Ministério das cidades?

Por que tantas perguntas?

Exatamente para elucidar que a nossa condição será sempre esta: achar soluções adequadas ao nosso tempo, à nossa realidade, alinhando o pensamento que nosso governo tem sobre desenvolvimento urbano, com as necessidades dos cidadãos.

O cotidiano da cidade é sempre pauta da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEMDURB), tendo em vista que processo de desenvolvimento promove a vida e sustentabilidade às ações que lhes são pertinentes.

Temos a preocupação diária com a qualidade de vida do cidadão cachoeirense, não só com a atratividade que a cidade precisa garantir, mas, principalmente, no que se refere aos serviços prestados, tais como os tipos de construções, o que edificar em cada lugar de acordo com as características e exigências do Plano Diretor Municipal, além, é claro, do zelo pelo lugar onde optamos por habitar.

Vislumbrar o crescimento; ordenar o processo de desenvolvimento; criar instrumentos que possibilitem a mobilidade urbana em suas diversas vertentes; incentivar as iniciativas que promovam a acessibilidade; dar cumprimento ao que prevê o PDM, os códigos de obras e posturas para que a cidade fique mais bonita e adequada à realidade do munícipio é o desafio da SEMDURB. Nesse sentido, as principais ações e projetos implementados pela SEMDURB, são: - A necessária revisão do Plano Diretor Municipal é a principal pauta desta secretaria, tendo em vista que há uma previsão legal para ser cumprida. Temos que ade-

18 # CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI

quar o nosso plano às atuais condições da cidade. O número de veículos crescente, o relevo acidentado e a concentração das atividades no centro da cidade, dificultam a acessibilidade em Cachoeiro em um momento tão importante para o desenvolvimento. Por isso, estamos trabalhando em um novo Plano Diretor, lançando algumas alternativas de reorganização, principalmente, do trânsito da cidade. Uma delas é a descentralização das atividades, com a emergência de um novo ponto estratégico de atividades, que é no bairro BNH. A duplicação da Avenida Jones Santos Neves é uma ação que viabiliza essa ação. Também novas normas de incentivo às construtoras para expansão imobiliária em bairros não centrais é uma das alternativas que vem sendo projetadas pela secretaria. É preciso pensar que mais imóveis significam mais pessoas, mais carros e mais serviços naquela localidade, o que aprofunda ainda mais os problemas de Cachoeiro.

- Há também a necessidade de dar continuidade e cumprimento da revisão do Código de Posturas para que possamos atender as demandas dos trabalhos da fiscalização com melhor eficiência.

- O permanentediálogo e a abertura para com a população em seus diversos campos de diálogo, estreitando o relacionamentos e reforçando a necessidade de uma ação conjunta, para que todos, administração municipal e população, se sintam responsáveis pelo município é o que queremos garantir às futuras gerações.

- Fazer de nossa cidade um

lugar atraente e convidativo, valorizando suas possibilidades de desenvolvimentos sem perder sua essência cultural.

A administração municipal não edifica uma cidade sozinha. Todos os setores da sociedade, seja ele organizado ou não, devem compor este cenário, caso contrário, toda iniciativa corre o risco de morrer em seus nascedouros.

Todos devem saber os desafios que enfrentamos.

Nossos recursos são baixos atualmente e o relevo acidentado de Cachoeiro exige altos investimentos, já que as soluções geralmente são muito caras.

O município ficou muito tempo estagnado sem investimentos, logo, alavancar um novo comportamento é, de fato, desafiador. Logo, o que necessitamos nesse momento é a manutenção do diálogo, necessário e permanente, com diversos atores da cidade, ou seja, serviços, instituições, entre outros para que todos se sintam participantes da construção de nossa cidade.

Dessa forma, nosso comprometimento é em permanecer sendo uma pasta que seja base da sustentação legal para o nosso governo.

Queremos que a nossa administração continue dando respostas à altura que a cidade merece e que o governo possa agir com segurança, sempre pautado nos princípios constitucionais, levando em consideração o bem comum. A SEMDURB pretende embasar as ações governamentais sempre unindo aquilo que é desejo de todos que querem o bem da cidade, pois só assim haveremos de vislumbrar “um lugar bonito para viver em paz”. Afinal, Cachoeiro, quem ama torce para dar certo.

CACHOEIRO CULTURAL

cultura

Destaques culturais de 2013 Pesquisadora palestra sobre obra e vida de Rubem Braga

Show de Er as mo car los Na semana em comemoração aos 72 anos de Roberto Carlos, quem fez a festa em Cachoeiro foi Erasmo Carlos. O eterno “Tremendão”, amigo e parceiro musical de Roberto, se apresentou no dia 19, na praça Jerônimo Monteiro, no Centro, com entrada franca. Foi um sucesso.

Sextas de cinema e teatro

Rubem Braga é cachoeirense, mas, quem veio palestrar sobre a obra e vida do autor foi jornalista e escritora cearense Ana Karla Dubiela, uma das mais importantes pesquisadoras da obra do cronista. O evento, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura (Semcult), foi realizado no dia 20 de março, no Teatro Rubem Braga.

Especialista em estudos literários, mestre em literatura brasileira e doutora em literatura comparada, Ana Karla estuda a vida e a obra de Rubem Braga desde 2004. É autora de três livros sobre o escritor, considerado o pai da crônica moderna. Este ano, lançará mais um, de título “As cidades de Rubem Braga e W. Benjamin – Flanando entre Rio, Cachoeiro e Paris”. O livro foi aprovado pela Lei Rouanet e está em fase de captação de recursos. O lançamento está previsto para o próximo semestre e vai fazer parte das comemorações do centenário.

Lei Rubem Braga

A Lei Rubem Braga de Cachoeiro de Itapemirim registrou este ano o maior número de projetos protocolados de sua história. A prefeitura recebeu 125 propostas de artistas da cidade interessados no incentivo cultural. O número é 30% superior ao de 2012.

Foram recebidos projetos de todos os 11 segmentos culturais contemplados pela lei. Mais uma vez, o de Música foi o campeão, com 33 propostas. Em seguida, estão Literatura, com 19, e Cinema, fotografia e vídeo, com 17.

Neste ano, o Centro Cultural Nelson Sylvan passa a abrir suas portas às sextasfeiras para oferecer ao público atividades ligadas ao teatro e ao cinema.

A Escola de Teatro é um Ponto de Cultura administrado pela Associação Teatral de Cachoeiro, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura e o Ministério da Cultura. No local são oferecidas aulas gratuitas de artes cênicas para estudantes, e os grupos teatrais da cidade poderão usá-lo para desenvolver pesquisas e ensaios.

2ª Conferência Municipal de Cultura

Cachoeiro de Itapemirim vai promover a 2ª Conferência Municipal de Cultura no período de 20 a 22 de junho. A realização da conferência faz parte do processo de integração do município ao Sistema Nacional de Cultura (SNC). No evento, os participantes vão estruturar o Plano Municipal de Cultura – outra etapa da adesão ao SNC – e escolher os delegados que representarão Cachoeiro na etapa estadual da conferência.

Arte e História em debate

Entre os dias 13 e 19 de maio Cachoeiro de Itapemirim participou da 11ª Semana Nacional dos Museus com dois eventos abertos ao público em espaços culturais da cidade. São mesas redondas sobre arte e história local organizadas pela Secretaria Municipal de Cultura.

A 11ª Semana de Museus é promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), com ações em instituições museológicas de todo país. O tema escolhido para este ano é “Museus (Memória + Criatividade) = Mudança Social”.

Cachoeiro é considerada a 2ª cidade do Estado em inclusão digital e a 33ª do país O programa Cachoeiro Digital foi implantado pela Companhia de Tecnologia da Informação de Cachoeiro de Itapemirim (Dataci) na região da Praça Jerônimo Monteiro, Centro, em dezembro de 2011. De lá para cá o programa tem expandido, o que conferiu a cidade bons números no rankings de inclusão digital do Brasil e do estado: 33ª e 2ª respectivamente.

De acordo com dados da Companhia de Tecnologia da Informação de Cachoeiro de Itapemirim (Dataci), há cerca de mil acessos diariamente e apesar de ter começado na região central da cidade, se expande para os bairros periféricos como Alto Village, Zumbi e Aeroporto.

O ranking, criado em 2010, se refere ao Índice Brasil de Cidades Digitais. Sua elaboração se baseia no conceito, segundo o qual as cidades consideradas digitais possuem variados níveis de infraestrutura de redes de telecomunicações, de acesso às TICs e de oferta de serviços eletrônicos públicos e privados. As cidades são classificadas em seis níveis: Nível 1 – Acesso básico: Este é o patamar mínimo que uma cidade em vias de digitalização pode apresentar.

Nível 2 – Telecentros: Neste estágio estão ainda boa

parte dos municípios, 64% dos participantes da pesquisa. Mas vale destacar que o percentual é menor que na edição anterior, 87%, e relativo a uma amostragem mais ampla.

Nível 3 – Serviços eletrônicos: Neste nível, em geral, as cidades tendem a oferecer cobertura total para acesso público, ou seja, há telecentros distribuídos em toda a sua extensão territorial; os recursos de acessibilidade e usabilidade são mais presentes e possibilitam

que pessoas com baixo nível de letramento ou portadoras de deficiência possam ter as barreiras de acesso diminuídas.

Nível 4 – Pré-integrado: Neste estágio, em geral, a cobertura é total e sem limitação de banda para o acesso público; os serviços públicos encontram-se integrados em um único ambiente virtual, compondo uma plataforma de governo eletrônico que integra todas as esferas e poderes.

Nível 5 – Integrado: É caracterizado por um alto grau de digitalização, com cobertura total tanto para o acesso público quanto para o individual.

Nível 6 – Pleno: neste estágio as cidades reúnem a plenitude dos recursos digitais permitidos pelos arranjos sociais, econômicos, políticos e tecnológicos. Neste patamar, os serviços públicos e privados, integrados, criam um espaço virtual que se justapõe à cidade real.

Apesar dos avanços, Cachoeiro se encontrada classificada no quarto nível, que está correlacionado aos telecentros.

Cachoeiro, apesar dos bons resultados encontra-se no nível 2, correspondente aos telecentros. Contudo, com a ampliação dos pontos de internet sem fio a cidade caminha para alcançar, em breve, o nível 1.

entrevista

leonardo pacheco secretário municipal de desenvolvimento social de cachoeiro

Possuímos a exemplo do resto do país uma classe média crescente, fruto da mobilidade social inédita registrada na última década no Brasil. E alguns ricos de verdade. Todavia, nossa renda per capita é a penúltima do estado.

Isso inviabiliza maiores investimentos por parte do poder público e acentua a desigualdade local. Os bairros mais distantes não se beneficiam das oportunidades que o polo Cachoeiro oferece.

Aqui Notícias - Cachoeiro vive um momento de excelentes perspectivas de crescimento econômico. Mão de obra qualificada, nesse sentido, é primordial para alavancar o desenvolvimento da cidade. Como a secretaria tem atuado nesse setor? Como é a parceria com o Sistema S e outras instituições publicas e privadas que ofertam educação tecnológica?

Leonardo Pacheco - Temos várias parcerias nesse sentido. Hoje o Senai, SENAC, SENAR e SEST- SENAT, por exemplo, estão operando conosco em vários cursos do Pronatec, utilizandonossas instalações nos CRAS, no CRJ, bem como, nas unidades do Sitema S presentes no município.

Vale ressaltar que esta é uma iniciativa do governo federal da presidenta Dilma, que oferece centenas de vagas em cursos profissisonalizantespor meio de convênios firmados com os municípios. Cada aluno matriculado além de receber o material didático completo, incluindo caneta, caderno e outros itens, também recebe um auxílio de R$ 8 por dia, para ajudar nas despesas com transporte e alimentação durante o curso. São centenas de pessoas que se qualificam visando o primeiro emprego ou o retorno ao mercado de trabalho.

Aqui Notícias - Para além de um atendimento da demanda do mercado, os cursos profissionalizantes funcionam como forma de inclusão social. Como o senhor analisa essa dupla faceta das atividades da secretaria frente às necessidades de Cachoeiro?

Leonardo Pacheco - O Brasil é um país desigual. Cachoeiro (na minha avaliação bem como nas estatísticas) éuma cidade ainda mais desigual do que a média nacional. Muito trabalhadores com suas famílias encontram-se hoje em situação de risco social, principalmente nas periferias e distritos, precisando do nosso acompanhamento técnico. Nossas psicólogas, assistentes sociais e pedagogas promovem essa inclusão diariamente, e uma das estratégias utilizadas, passa pela qualificação profissional e conclusão do ensino regular do cidadão atendido pelo nosso sistema. Aumentar o tempo médio de estudo dos membros dessas famílias é fundamental para gerarmos dignidade e auto suficiência financeira das mesmas.

Aqui Notícias - Existe um planejamento estratégico para o setor de educação profissional nos próximos anos? O que, na opinião do senhor, é uma necessidade de Cachoeiro em termos de qualificação, hoje?

Leonardo Pacheco - Sim. O Pronatec em Cachoeiro vem oferecendo curso nas mais diversas áreas de atuação e vocação: comércio, indústria e serviços. Estamos abrindo uma média de cinco cursos por mês, que oferecem 30 vagas por turma. Até dezembro estamos com o calendário cheio de novidades!

A presença do IFES também é significativa. Trata-se de uma luta antiga minha e de outros entusiastas da educação no município. No meu primeiro mandato, como vereador, provoquei esse debate e, inclusive, estive em Brasília com uma comitiva dialogando com o então ministro Fernando Haddad tentando viabilizar um pleito ousado: abertura de cursos de ensino superior nas áreas de engenharia e licenciatura em TI. Para mim hoje é uma alegria imensa ver centenas de jovens se beneficiando dessa

conquista. Para mim, a necessidade é que sejam abertos novos cursos de ensino superior dentro do IFES Aqui Notícias - A Secretaria atua em frentes diversificadas, que estão atreladas no que diz respeito ao desenvolvimento da sociedade, como o seu nome já indica.

Percebemos, além do setor de qualificação, que ainda outros projetos importantesestão em execução, como a Cesta Verde e iniciativas de combate ao crack. Quais as principais ações da Secretaria de Desenvolvimento Social em 2013?

Leonardo Pacheco - A secretaria de Desenvolvimento Social é um desafio diário. Oferecemos e damos suporte à população que mais precisa através de uma série de serviços da n ossa rede socioassistencial, que articuladas, promovem a emancipação do atendido e sua família. Somos responsáveis pelo funcionamento do Bolsa-família, passe-livre, SOS Mulher, Medidas Socioeducativas, quatro unidades do CRAS (Centro de Referência da Assistencia Social), CREAS (Centro de Referencia Especial de Atendimento Social), PETI (programa de Erradicação do Trabalho Infantil), PRONATEC, CRJ (Centro de Referência da Juventude), PROJOVEM, SEVAESCA (Serviço de atendimento as criança e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual no município, Centro de Convivência Vida Ativa, abrigos de idosos, abrigo de crianças (Aprisco rei Davi), abrigo de adolescentes (Recanto da Criança), política de direitos humanos, mais de dez conselhos municipais, conselho tutelar, cesta verde, padaria, atendimento social, atendimento á população de rua e migrante, auxílio-funeral, inclusão de pessoas no BPC (Benefício de Prestação Continuada – quando articulamos e encaminhamos a aposentadoria do cidadão por invalidez no INSS), Banco de alimentos, implantação do Restaurante Popular e cozinha comunitária, entre outros equipamentos e serviços que transformam a vida das pessoas.

Aqui Notícias - Quais os principais desafios da secretaria atualmente?

Leonardo Pacheco - Expandir nossos serviços de forma permanente sem perder a qualidade no atendimento, aumentando os índices de resolutividade das questões trabalhadas visando à emancipação financeira das famílias atendidas. Outro desafio é intensificarmos a busca ativa de algumas famílias que precisam e ainda não foram identificadas pela rede sócio assistencial do município.

Aqui Notícias - Fala-se muito em desenvolvimento econômico na cidade. Mas, sabemos que o verdadeiro desenvolvimento vem acompanhado do desenvolvimento social. Como o senhor avalia a atuação situação do município em termos de emancipação econômica e social dos cachoeirenses?

Leonardo Pacheco - Economicamente Cachoeiro é um município que, se comparado à maioria dos vizinhos capixabas, pode ser considerado rico. Possuímos a exemplo do resto do país uma classe média crescente, fruto da mobilidade social inédita registrada na última década no Brasil. E alguns ricos de verdade. Todavia, nossa renda per capita é a penúltima do estado. Isso inviabiliza maiores investimentos por parte do poder público e acentua a desigualdade local. Os bairros mais distantes não se beneficiam das oportunidades que o polo Cachoeiro oferece. É nosso dever trazer a quem se julga desvalido, limitado pelas dificuldades que a vida impõe, cidadania e dignidade. Incluir socialmente àquele cidadão que pode parecer invisível para muitos. Esta é a nossa missão!

Leonardo Pacheco, Secretário Municipal de Desenvolvimento Social de Cachoeiro

Procura por qualificação

Educação

cresce em Cachoeiro Espírito Santo que cresce e o número de empregos também. Portanto, qualificação é uma das grandes demandas de variados setores em nosso estado. Na região sul, polarizadora de investimentos nos próximos anos, percebe-se a ampliação, principalmente, do setor de prestação de serviços e comércio, que acontece como consequência do crescimento dos demais setores.

Neste sentido, o Serviço Nacional de Aprendizagem comercial (SENAC) é o principal responsável por atender demandas de qualificação para o comércio e serviços. O Senac é uma instituição privada, sem fins lucrativos, com finalidade pública, que investe seus recursos na qualificação e formação profissional nas áreas de comércio e serviços.

De acordo com o Coordenador de Educação Profissional da unidade de Cachoeiro, Walberdos Santos Almeida, o Senac atende cerca de 40 mil alunos por ano em todo o estado. Apenas na unidade de Cachoeiro,cerca de três mil alunos são atendidos por cursos gratuitos e pagos. “O Senac é uma empresa reconhecida e fortalecida como referencia em educação profissional. Em Cachoeiro e microrregião atendida nosso crescimento tem sido expressivo. Em 2010, nosso número de alunos era 800, em 2013, aproximadamente 3 mil, o que indica que a procura por qualificação cresce”.

São oferecidas três modalidades de cursos: cursos rápidos (até 60 horas); cursos de capacitação ( até 400 horas) e cursos técnicos (acima de 800 horas). As áreas atendidas são: informática, beleza, estética, gestão, gastronomia, hotelaria, moda, artesanato, comércio. Os cursos são planejados de acordo com um estudo prévio do mercado, principalmente, com a demandas de vagas ofertadas no Sine.

De acordo com o Walber,

existe uma forte parceria com algumas empresas privadas em Cachoeiro de Itapemirim, como o Perim, o Horti-fruti, Unimed, prefeitura, restaurantes e outros. Essas parcerias são realizadas na modalidade coorporativa do Senac, que conta com o desenvolvimento de treinamentos sob medida para empresas, com uma equipe especializada, recursos e a infraestrutura.

Nessa modalidade são oferecidos cursos de: atendimento ao cliente; custos e formação de preço; emissão de notas fiscais; escrituração fiscal; estratégias de negociação; gerência de loja; gestão de compras;gestão de custos e formação de preços; gestão estratégica de recursos humanos; libras: língua brasileira de sinais; liderança e relacionamento; logística; motivação e desempenho

profissional; negociação e administração de conflitos; planejamento e gerenciamento de projetos; telemarketing e atendimento; telemarketing de cobrança; automaquiagem; programa alimentos seguros (PAS).

Além dos cursos ofertados

no balcão (cursos pagos) o Senac também oferece cursos gratuitos. O Programa Social de Gratuidade (PSG) é fruto de um protocolo firmado entre o Senac e o Governo Federal, que possui como objetivo principal a promoção de ações educacionais com custo zero à população brasileira de baixa renda. Por meio deste acordo, o Senac comprometeu-se a investir uma parcela de seus rendimentos líquidos provenientes da contribuição compulsória a oferta de vagas gratuitas em cursos de Formação Inicial e Continuada e de Educação Profissional Técnica de Nível Médio. “A maioria de nossos cursos nesta modalidade são de capacitação e técnicos. Para participar destes cursos é preciso ter renda per capita inferior a dois salários mínimos, no intuito de garantir a assistência social aos que precisam como é a finalidade do programa”, desta o coordenador da unidade de Cachoeiro.

O Programa de aprendizagem também oferece uma ampla grade de cursos gratuitos a jovens maiores de 14 anos e menores de 24 anos que são encaminhados pelas empresas do setor. O Senac Espírito Santo oferece prendizagem em Serviços Administrativos; Serviços de Supermercados; Vendas; Serviços de FastFood; Aprendizagem em Serviços

Hoteleiros;Help Desk e Agente de Alimentação Escolar. O Senac também atua em parceria com o Governo Federal, oferecendo cursos pelo Programa Nacional de acesso ao ensino técnico e ao emprego (Pronatec).

A formação do trabalhador exige que se estabeleça uma articulação entre a Educação Profissional e o mundo da produção e do trabalho. A fim de aproximar essas esferas, segundo o diretor da Unidade de Cachoeiro, o Banco de Oportunidades é uma excelente ferramenta que proporciona uma aproximação com o mercado de trabalho, bem como oferecer ao empresariado o contato com profissionais qualificados. “Não temos uma estimativa exata da empregabilidade de nossos alunos, mas, sabemos que varia entre 75% e 80%, o que é muito bom. Diariamente, somos contatos para indicar nossos ex-alunos, às vezes, é difícil encontra-los sem emprego ainda”, destaca.

Ainda de acordo com o coordenador muitos profissionais procuram o Senac para abrir seu próprio negócio, por isso, a parceria com o Sebrae é tão importante para a formalização e gestão profissional, números que também crescem na cidade, principalmente, os empreendedores individuais.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI # 23

artigo

Desenvolvimento do ensino superior em Cachoeiro de Itapemirim: demandas, desafios e perspectivas Coodernadora do curso de Pedagogia da São Camilo, Pedagoga e mestra em Educação pela UFES

// POR Cristina Lens Bastos de Vargas

A região Sudeste vem sendo destaque no que refere a essa modalidade de ensino, pois é nela que se concentra grandes universidades que possuem programas de pesquisa avaliados como os melhores do país.

Pensar a educação superior em Cachoeiro de Itapemirim, é inicialmente fazer um percurso histórico da educação no Brasil, entendendo-a como um processo social, que passou por momentos muito elitistas. O Brasil foi um dos últimos países da América Latina a criar Instituições de Ensino Superior, o que ocorre somente após a vinda da família real. Assim, em fevereiro de 1808 D. João VI, cria a Faculdade de Medicina na Bahia, medida considerada por ele, necessária ao desenvolvimento da colônia.

Em decorrência da necessidade de militares na colônia, a ênfase era na criação de faculdades que visassem a formação de pessoal preparados para a defesa do país.

Assim, em 1808 é criada a Academia Real da Marinha, no Rio de Janeiro e a Academia Real Militar, para formação de oficiais e de engenheiros civis e militares. Depois foram surgindo outras tantas faculdades: curso de Economia, Agricultura, Química, Desenho Industrial, Matemática, Retórica, Filosofia, Ciências, Artes.

Os projetos educacionais quase sempre estiveram a serviço dos interesses políticos de cada época. Em 1954, o Brasil contava com 16 universidades, contemplando as cidades do Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, Bahia, Minas e Rio de Janeiro.

A população do país apresentou um elevado crescimento populacional de 1940 a 1960. Esse processo viabilizou um crescimento expressivo no surgimento de cursos superiores no Brasil.

Analisando o Sistema de Ensino Superior no Brasil, precisamos entender as classificações que lhe são atribuídas pelo MEC, que as classificam em públicas e privadas, e o que as diferenciam é a forma de financiamento de cada um dos modelos apresentados.

A região Sudeste vem sendo destaque no que refere a essa modalidade de ensino, pois é nela que se concentra grandes universidades que possuem programas de pesquisa avaliados como os melhores do país.

A partir dessa breve análise histórica, apresentamos o município

de Cachoeiro de Itapemirim, que se situa geograficamente no cenário acima evidenciado, com uma população de quase 210 mil habitantes, sendo a quinta mais populosa do Estado. No que se refere ao cenário de cursos superiores é composto por Sistema de Ensino público e privado. História essa, iniciada em 1964 com a fundação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras “Madre Gertrudes de São José”, hoje o conceituado Centro Universitário São Camilo-ES, que conta com aproximadamente cinco mil alunos e 25 cursos distribuídos nas diferentes áreas do conhecimento.

Em 1965, é criada a Faculdade de Direito, cujo objetivo é a formação de Bacharéis em Direito.

Já em 1968, é fundada a Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de Cachoeiro de Itapemirim (FACCACI).

A Faculdade do Espírito Santo – UNES, teve sua criação no ano de 2002, oferecendo hoje cursos em diferentes áreas. Dentre essas instituições, o município conta ainda com algumas faculdades que oferecem cursos à distância (EAD) em diferentes áreas do conhecimento. Vale ressaltar que as instituições promotoras dos cursos à distância são pertencentes ao grupo de sistemas privados de ensino.

O município de Cachoeiro conta ainda com o IFES (Instituto Federal do Espírito Santo) inaugurado no ano de 2005, inicialmente com cursos técnicos, oferecendo hoje cursos de ensino superior.

Esse cenário nos permite pensar que Cachoeiro vem crescendo a cada ano no universo educacional superior, com cursos oferecidos pelas diferentes instituições que permitem aos alunos de diferentes classes sociais realizarem seu sonho cursando o ensino superior, pois as instituições de ensino superior privadas (em maior número), são contempladas com bolsas de estudos (PROUNI, Nossa Bolsa, FIES, etc), cuja finalidade é oportunizar aos alunos avançar em seus estudos.

Muitos desafios são evidentes, pois as exigências do mercado

de trabalho estão cada vez maiores no que refere a decisão pela contratação de profissionais com curso superior. A educação tem sido um dos meios para possível ascensão profissional, e entendese a universidade como um caminho de desenvolvimento humano, que se propõe trabalhar as diversas áreas de atuação.

Precisamos pensar no desafio de que alunos do ensino superior são adultos de diferentes faixas etárias e isso aponta para a necessidade de um ensino diferenciado. Assim, as políticas pedagógicas precisam considerar as características próprias de cada aluno.

As perspectivas educacionais em relação ao ensino superior em Cachoeiro são de expansão futuras frente a maior oferta de cursos e ampliação nos financiamentos. Sabemos que os financiamentos advindos do Governo Federal tem crescido nos últimos anos, porém ainda precisamos de avanços nas esferas estaduais e municipais. É necessário um conjunto de ações que tenha como alvo a expansão acadêmica, pois a partir da tríade – ensino/pesquisa/extensão os cursos superiores mesmo contando com parcerias entre faculdades x sociedade local, precisam ampliar o fator pesquisa - item considerado primordial para o avanço acadêmico.

O grande desafio é fazer pesquisa com tão pouco incentivo, já que a grande diferença entre o ensino público e privado são as possibilidades de pesquisas com bolsa de estudos. Assim o estudante/ acadêmico acaba desenvolvendo poucas pesquisas num campo tão abrangente que é o universo social, tão propenso a pesquisa e extensão, forma mais adequada de retornar a comunidade o ensino oferecido nessas instituições.

Sem a intenção de finalizar a reflexão, entendemos que muitas transformações vem ocorrendo no cenário educacional mundial e consequentemente no cenário de Cachoeiro de Itapemirim. Precisamos avançar muito, mas com vontade política os desafios podem ser superados.

o ir e o h c a C m e a ic s á b o ã ç Educa cresce nos índices nacionais

Educação

Nas turmas de 1ª a 4 ª série (anos iniciais), a meta estabelecida para esta edição, que era 4,9, foi superada, de forma a se igualar à meta prevista para 2015. Já a nota das turmas de 5ª a 8ª série (anos finais), apesar do significativo crescimento, ficou um décimo abaixo da meta. Em ambos os casos, os índices ficaram acima do Ideb geral das escolas públicas do Estado, que foi de 5,0 para os anos iniciais e 3,9 para os finais.

O Ideb é calculado, a cada dois anos, com base no desempenho dos estudantes em avaliações do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) – provas de Língua Portuguesa e Matemática – e em taxas de aprovação.

A escola Juracy Cruz (antiga São Luiz Gonzaga), no bairro São Luiz Gonzaga, foi a segunda do Estado que mais aumentou o índice nas séries iniciais.

Saltou de 3,9, nota de 2009, para 6,6, um crescimento de quase 70%. Em terceiro, está a Oswaldo Machado, do bairro Baiminas, que melhorou seu resultado em 53%, indo de 3,8 para 5,8.

Também se destacaram as escolas Prof. Florisbelo Neves, do bairro Novo Parque, Julieta DepsTallon, do Zumbi, e Zilah Lima de Moura, do Monte Cristo. Elas melhoraram suas notas em 47% e também estão entre as unidades de ensino que mais aumentaram o índice. Outro destaque é a Valdy Freitas, do bairro Paraíso, que, ao lado da Juracy Cruz, alcançou a nota de 6,6, a maior da rede municipal.

A notícia é boa na área da educação.

De acordo com a edição de 2011 do

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), publicado no segundo semestre

Investimentos

A captação de recursos também teve seus números aumentados. Em 2009, foram captados R$ 4.344.928,53 junto ao Ministério da Educação, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e ao governo do Estado. Em 2012, o ano terminou com R$ 8.463.727,75 em verbas, o que significa quase 50% de aumento.

A prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim vai repassar mais de R$ 1 milhão para escolas da rede pública municipal neste ano, por meio do Programa Municipal Dinheiro Direto na Escola (PMDDE). Liberado todo ano, o recurso do programa deve ser investido em melhorias nas estruturas, na capacitação de profissionais da educação, em atividades pedagógicas e na aquisição de materiais.

Em 2013, cada escola vai receber R$ 50,00 por aluno matriculado, com base no Censo Escolar de 2012.

O valor total será dividido em duas parcelas, sendo a primeira depositada até o dia 28 deste mês e a segunda até 31 de julho. Cabe ao Conselho Comunitário Escolar (CCE) de cada unidade decidir de que modo os recursos vão ser aplicados.

“Esse dinheiro é importante porque complementa os recursos federais que as escolas já recebem para investir na melhoria da educação. Além disso, dá autonomia aos gestores das unidades, que conhecem bem as necessidades das escolas e quais são as prioridades das comunidades escolares. Isso contribui para a otimização do uso da verba”, explica a secretária municipal de Educação, Cristiane Paris.

Novos projetos da educação

Educação Infantil

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação, o município de Cachoeiro de Itapemirim tem atendido a demanda de vagas para alunos de 4 e 5anos (pré-escola), em conformidade com a Emenda Constitucional nº 59/2009.

Em 2009 existia a demanda de 6.632 crianças, sendo 2.730 crianças de 0 a 3 anos e 3.902 crianças de 4 e 5 anos comum a demanda reprimida grande.O grande desafio seria ampliar esses números.

“Fez-se necessário fazer um estudo da demanda reprimida por área geoescolar. O prefeito Carlos Casteglione abraçou a causa e iniciamos o trabalho de reforma, ampliação e ou construção das escolas de educação infantil”, afirma a secretária Cristiane.

Ações para redução do analfabetismo: é um projeto a Secretaria Municipal de Educação (Seme), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Sedu), que tem como objetivo de diminuir o analfabetismo entre a população jovem e adulta de Cachoeiro de Itapemirim,. Serão oferecidas aulas gratuitas de alfabetização para pessoas que tenham entre 15 e 59 anos.De acordo com a Sedu, a meta do projeto é

de 2012, as notas dos anos iniciais e finais do ensino fundamental das escolas municipais

em Cachoeiro subiram em relação à última avaliação, que aconteceu em 2009.

reduzir em 60% o analfabetismo de pessoas na faixa etária entre 15 e 59 anos no estado.

Pacto pela Alfabetização na Idade Certa: Cachoeiro de Itapemirim aderiu ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) no mês de maio deste ano. O projeto está inserido em um compromisso formal assumido pelo governo federal, estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.

Aos oito anos de idade, as crianças precisam ter a compreensão do funcionamento do sistema de escrita; o domínio das correspondências grafofônicas, mesmo que dominem poucas convenções ortográficas irregulares e poucas regularidades que exijam conhecimentos morfológicos mais complexos; a fluência de leitura e o domínio de estratégias de compreensão e de produção de textos escritos.

Ao aderir ao Pacto, os entes governamentais se comprometem a: • alfabetizar todas as crianças em língua portuguesa e em matemática; • realizar avaliações anuais universais, aplicadas pelo INEP, junto aos concluintes do 3º ano do ensino fundamental; • no caso dos estados, apoiar os municípios que tenham aderido às Ações do Pacto, para sua efetiva implementação.

De acordo com o Minitério da Educação (MEC) a alfabetização é, sem dúvida, uma das prioridades nacionais no contexto atual. Nesse sentido, o professor alfabetizador tem a função de auxiliar na formação para o bom exercício da cidadania.

Para alcançar esse objetivo, todos os professores alfabetizadores da rede municipal – aqueles que atuam nas turmas de 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental – participarão de formação continuada., objetivando sanar as dificuldades e orientar os docentes em uma logica contraria a reprodução de métodos que objetivem apenas o domínio de um código linguístico.

A formação dos professores é o primeiro eixo do Pnaic. O segundo é a utilização de materiais didáticos e pedagógicos específicos para alfabetização. As escolas vão receber livros didáticos, manuais do professor, dicionários, além de jogos pedagógicos de apoio.

Os outros dois eixos são o de avaliação, com aplicação de provas do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), e de gestão, controle social e mobilização, que inclui criação de comitê gestor e o fortalecimento do Conselho Municipal de Educação e de outras partes envolvidas na qualidade da educação no município, para acompanhamento da implementação do Pnaic.

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM. O desenvolvimento passa por AQUI # 25

comércio

Apesar das baixas, varejo continua forte “Locomotiva do Sul do Estado”é a definição de Cachoeiro de Itapemirim nos últimos anos para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cachoeiro de Itapemirim, Celso Luiz Costa. O setor de comércio e serviços, enquanto vocação econômica da cidade colhe, atualmente,bons frutos apesar da recente baixa, consequência das crises econômicas.

“Para começo de conversa é preciso avaliar a situação local, considerando o panorama econômico do Brasil e do mundo. Apesar do crescimento econômico e das boas perspectivas para o futuro do país, o momento é de algumas perdas, consequência da crise mundial”, destaca o presidente. Dessa forma,

assim como os números positivos incidem em nossa cidade, essas baixas também têm reflexos locais, o que explica uma queda no número de empregos em 2013. De acordo com dados do Caged, no período de janeiro à maio de 2013 a variação absoluta no número de empregos formais foi de -248.

Contudo, para Celso Luiz Costa, apesar da queda, o setor está fortalecido na cidade, uma vez que a economia cachoeirense é robusta e forte na região. “A cidade vem se firmando enquanto um polo educacional (com quatro fortes universidades) e polo na saúde, além do setor de mármore e granito, o que movimenta de forma significativa o varejo da cidade”, enfatiza.

E como movimenta. Segundo Celso, apesar da notoriedade do setor de rochas, o se-

arquivo aqui notícias

tor de comércio e serviços apresenta-se como o principal empregador da cidade, considerando a característica pulverizada do setor em diversas atividades.

Cresce ainda nessa área, os empreendedores. De fato, Cachoeiro apresenta muitas oportunidades para empreender, como facilidades criadas pela prefeitura para a abertura de empresas, a perspectiva de crescimento econômico pelos projetos que estão se instalando em Cachoeiroe a própria vocação econômica do município, que é a prestação de serviços.

“Se pensarmos em Cachoeiro há 10 anos, encontraremos uma cidade e um comércio completamente diferentes. Hoje, temos

um complexo de lojas mais amplo,diversificado, moderno e atrativo”, afirma, contente, e o presidente e também varejista.

O crescimento do setor acontece porque o empresariado cachoeirense já apreendeu a lição – como questão de sobrevivência. O varejo não é apenas um vendedor de produtos, mas, um grande e diversificado prestador de serviços. Os clientes não querem mais comprar uma roupa, um sapato ou um eletrodoméstico, eles querem um bom atendimento, opções de produtos, uma loja ambientada e climatizada.

Ou seja, comprar e vender deixou, há muito tempo, de ser uma atividade para sanar nossas necessidades físicas e se tornou uma atividade

para suprir os nossos desejos de “ser” e“consumir”.

A CDL apoia o poder público bem como reconhece os avanços no desenvolvimento econômico da cidade, com resultados positivos para o comercio, contudo, reforça a necessidade cuidar e melhor investir nos potenciais atrativos na cidade, bem como sua logística interna e acessibilidade. “De modo geral, precisamos urbanizar a cidade e torná-la encantadora aos olhos dos cachoeirenses e visitantes, assim, o fortalecimento do varejo, bem como de toda economia tende a ser crescente. É preciso olhar à frente e perceber o potencial da cidade mediante aos investimentos da região”, finaliza o presidente da CDL.

Celso Costa, Presidente da CDL de Cachoeiro de Itapemirim