ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 10/01/16
?????
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
115
anos
do órgão oficial da Convenção Batista Brasileira
O Jornal Batista 1901
2016
1
Ano CXV Edição 02 Domingo, 10.01.2016 R$ 3,20
2
o jornal batista – domingo, 10/01/16
reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio
N
Cento e quinze anos fazendo história
este domingo, 10 de janeiro de 2015, O Jornal Batista completa 115 anos de fundação, que ocorreu no primeiro ano do século XX, ou seja, 28 anos após a organização da Primeira Igreja Batista em solo brasileiro. Sim, já se passaram 115 anos que O Jornal Batista teve publicado sua primeira edição e, ao longo deste tempo, vem escrevendo uma história única e ímpar, não apenas dos Batistas brasileiros, mas a história do Brasil e do mundo, como pode ser constatada em uma retrospectiva nas milhares páginas produzidas neste tempo. Seu formato, periodicidade tiveram diversas modificações, mas seu conteúdo permaneceu fiel a proposta de ser um meio de informação e integração da denominação. Durante um tempo, o Jor-
nal publicava as lições da Escola Bíblica Dominical com as leituras diárias, era a fonte de estudos bíblicos para muitas Igrejas que não tinham acesso à outra literatura. Outro fato que encontramos registrado diz respeito ao prazo de entrega do Jornal aos leitores. Algumas edições chegavam muitas vezes de 30, 40 e até 60 dias após a publicação. Hoje, com a tecnologia que dispomos, o Jornal é enviado imediatamente aos assinantes virtuais, muitas vezes antes mesmo da impressão gráfica terminar. O Jornal Batista é o mais antigo Jornal evangélico em toda a América Latina. Muitos que vieram depois dele deixaram de existir. Tem sido fonte de pesquisas para estudantes de diversos ramos das ciências sociais, nos trabalhos de conclusão de cursos, nas teses de mestrado e
doutorados. Para preservação deste precioso acervo conseguimos concluir a digitalização de todas as edições publicadas e, com isto, ampliar e dinamizar as pesquisas de todos que precisam desta fonte de consulta. Quanto a popularização da internet, acreditava-se que o Jornal deixaria de ter sentido, de ser relevante, mas pelo contrário, O Jornal Batista tem usado a internet para ampliar seu alcance. No ano de 2015, por exemplo, uma das edições alcançou mais de 92 mil visualizações em apenas 2h após a postagem. Hoje os leitores têm acesso não somente a edição em papel, que é enviada para todas as Igrejas cooperantes com a Convenção Batista Brasileira, mas também através da assinatura virtual e das mídias sociais. Neste tempo de celebração somos agradecidos a Deus
pela visão dos líderes Batistas que vislumbraram este veículo de comunicação, os que deram suas vidas para que chegasse até hoje. Nossa gratidão e reconhecimento às dezenas de colaboradores que a cada semana nos proveem dos mais ricos textos; aos fiéis colunistas, aos redatores, jornalistas, comunicadores, cronistas, divulgadores, distribuidores, assistentes, digitadores, diagramadores, impressores que ajudam a fazer a história registrada a cada semana nas páginas de O Jornal Batista. E mais uma novidade: Agora O OJB também está disponível em App para IOS e Android. Instale: Convenção Batista Brasileira. Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da Convenção Batista Brasileira
o jornal batista – domingo, 10/01/16
reflexão
3
bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES
Olhai para cima
A
o orientar os discípulos sobre os acontecimentos finais do mundo e Sua segunda vinda, Jesus alertou: “Quando estas coisas começarem a acontecer olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima” (Lc 21.28). O tempo tem passado e como salvos não olhamos mais para cima. As comodidades oferecidas pela vida material, a dificuldade em crer e interpretar os sinais dos tempos contribuíram para desviar o olhar dos salvos para direções várias e não para o alto. Estamos nas mesmas condições dos leitores do tempo de Pedro, ao escrever a segunda carta; em termos zombeteiros indagavam: “Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o principio da criação” (II Pe 3.4). O apóstolo responde: “Eles de propósito ignoram...”. A Igreja tem ignorado a Palavra de Deus
e suas verdades. A soma de muitos acontecimentos modernos têm atordoado os salvos e fiéis em Jesus. A maioria dos salvos comprova com seu viver diário que não está preocupada com a volta de Jesus. São tantos os afazeres para alimentar a vida diária e a vaidade da existência, que não há mais tempo para olhar para cima. A angústia das nações é debitada à debilidade política dos líderes mundiais, incapazes de resolver o problema que assola a humanidade. Os mecanismos engendrados pela liderança política mundial comprovam-se falhos a cada novo dia. O ódio entre os povos e o preconceito cresce de modo assustador. É algo normal. Estamos acostumados com este aspecto do pecado. A barbárie que elimina com crueldade, todos os dias, centenas de vítimas infelizes, escravizados por sistemas corruptos e corrompidos, já não nos comove mais. Aprendemos a
conviver com o pecado da violência. Ouvir que alguém foi trucidado já não gera comoção. O número de vítimas não nos assusta mais. Quando número de vítimas passa das centenas e chegam aos milhares as pessoas comportam-se como seres anestesiados. Insensíveis à dor do semelhante. Fome, miséria, traição e violência são aceitos com naturalidade. Salvos abandonando a comunhão com os demais salvos levou alguém a cunhar um adjetivo bonito para qualificar a infidelidade e ausência de compromisso com os valores bíblicos; são os chamados “desigrejados”, os sem igrejas, que desistiram da Igreja de Cristo, pois, antes, já havia desistido de Cristo. Em ação louca e pecaminosa, líderes religiosos resolveram substituir o nome da Igreja para reunião dos salvos. Engendraram outro cognome para a Igreja: Comunidades. O nome Igreja assusta. Há que ocorrer outra
nomenclatura para atrair as pessoas, sem forçá-las a um compromisso pessoal com Cristo. Você pode não crer em Cristo, rejeitar o plano estabelecido por Deus para salvação do pecador, que é arrependimento e fé. Nós os convidamos a estar conosco, mesmo que você estabeleça o seu próprio plano de salvação e redenção. Elimine a cruz. Despreze o sangue vertido no calvário. Rejeite o desafio de tomar a cruz a cada dia. Viva a vida, aproveite ao máximo e ao final estará na presença de Deus. O Senhor o aceita do jeito que você é sem necessidade de se tornar uma nova criatura. Pode continuar a viver o padrão estabelecido por esta sociedade corrompida, adultera e perversa. Não se preocupe. Deus vai dar um “jeitinho” para tê-lo junto a Si. Os valores bíblicos não se aplicam a sociedade do século XXI. Importante, porém, é bater palmas conosco. Doutrina, já era. Significa heresia crassa.
Os sinais do retorno de Jesus se multiplicam de modo assustador. Dentro e fora da Igreja. Há sinais visíveis de que estamos vivendo o tempo do fim. A ilustração usada por Jesus do que ocorria no tempo de Noé - Mateus 24.36-39 - está presente na história da Igreja na atualidade. Os contemporâneos de Noé não perceberam. A Igreja não tem percebido o tempo do fim. Os salvos vivem um torpor espiritual, alheios à mensagem bíblica. Todos os sinais apresentados por Jesus em seu sermão profético estão presentes hoje. Precisamos parar e olhar para cima. Voltar os olhos à mensagem simples do Evangelho. A viver comprometidos com Jesus, estudar com mais afinco as verdades bíblicas, aplicá-las com maior rigor ao nosso caminhar diário. Não é hora de olhar para os lados. Mas sim erguer os olhos aos céus convictos que o dia da redenção e o fim de todas as coisas se aproximam.
Levir Perea Merlo, pastor, colaborador de OJB
demonstrar que realmente fomos, somos e estamos sendo transformados pela graça maravilhosa do Senhor. O texto de Paulo aos Coríntios é claro, e expressa uma declaração não para o homem natural, mas para crentes em Jesus. No entanto, sabemos que Igreja em Corinto ainda que desejosa por dons espirituais, de acordo com I Coríntios 14.1, era uma Igreja extremamen-
te imatura, como relata I Coríntios 3.1-4. Ali convivia crentes genuínos com “crentes carnais”, além dos falsos obreiros, disfarçados em ovelhas, que mais tarde foram desmascarados. O desejo do Senhor para a sua Igreja e obreiros é que ambos sejam achados fiéis, conforme I Coríntios 4.1-2. E isso só pode acontecer através de uma mudança radical de vida, que é efetuada pela
ação do Espírito de Jesus nos corações. Hoje em pleno século XXI não é diferente, pois somos vitrine diante do mundo, e é por isso que temos que lutar por uma vida de testemunho real. E a evidencia é o fruto do Espírito, destacado em Gálatas 5.22-26, que trabalha e transforma o coração do mais terrível pecador, como descreve o texto de II Coríntios 5.17.
Em tempos de investigação de lava jato contra a corrupção e tantas outras formas de crimes, o desafio do servo obediente é demostrar vida de caráter e dignidade para uma sociedade que vive nas trevas, em um mundo que jaz no maligno. E só conseguiremos vencer esse desafio mediante a dependência completa do Reino de Deus. Um abraço a todos e um feliz e abençoado ano de 2016!
“Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder” (I Co 4.20).
E
sse é o tema e texto bíblico da nossa Convenção para 2016. Implica na grande responsabilidade que temos como servos e discípulos do Senhor Jesus Cristo em
4
o jornal batista – domingo, 10/01/16
reflexão
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE
OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia
Importância do perdão Natanael Menezes Cruz, pastor, colaborador de OJB “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete” (Mt 18.21-22).
P
erdoar e esquecer, é lançar para trás toda ofensa, toda mágoa, tudo o que tortura. Quando Jesus disse “Setenta vezes sete, e não somente sete”, Ele quis dizer que o perdão deve ser ilimitado. Às vezes agente acha que perdoar uma, duas vezes é o suficiente, se não obter a resposta se deixa para lá. Esse não é o ensino de Jesus. Jesus mostra que o perdão deve ser
ilimitado. Sempre oportuno, necessário e atual. Não há hipótese alguma, circunstância qualquer que justifique a falta de perdoar. E ai então eu faço a seguinte pergunta: Qual tem sido o limite do seu perdão? Quem sabe se você tem uma mágoa de alguém e está com dificuldades em perdoar, ou se alguém lhe ofendeu e você ainda não o perdoou? Todo pecado cheira mal, e toda ofensa dói. Por isso deve ser perdoado. Todo cristão deve trazer na alma a grandeza do perdão. Por maior que seja o pecado, mais sublime é o perdão. Apreciemos as palavras de Jesus, conforme escreveu Mateus: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (Mt 6.12)
“Caindo em si” e “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.1415). Ver-se, portanto, que na teologia de Jesus, o perdão é recíproco. Isto é, é perdoando que se é perdoado. Você tem perdoado seu próximo? Perdoemo-nos uns aos outros e seremos abençoados. O perdão é feito para pedir e todo pecado é para ser perdoado, porque “Por maior que seja o pecado, mais sublime é o perdão”. Todos nós, como já falei, queremos o perdão de Deus. Então, perdoemos nossos irmãos. Todo pecado cheira mal, e toda ofensa dói, por isso deve ser perdoado.
“E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!” (Lc 15.17).
N
a parábola do filho pródigo, Jesus nos ensina como nossos erros e quedas são usados por Deus para nossa recuperação espiritual. “Caindo em si, ele pensou: Quantos trabalhadores do meu pai têm comida de sobra. E eu estou aqui, morrendo de fome” (Lc 15.17). Esta é uma das funções da consciência, que Deus colocou em nossa alma: A consciência analisa a situação em que nos encontramos, compara com o ideal que deveria ser e nos estimula, no sentido de abandonar o erro, restaurando nossa vida. A
história do filho desmiolado é que nos ensina tudo isso, com muito detalhe. Jesus nos ensina que, muito mais importante do que diagnosticar o tamanho dos nossos erros e pecados, é nos lembrarmos de que temos um Pai misericordioso, muito mais poderoso do que a soma das nossas indignidades. O Mestre nos diz que o Pai não desiste de nós. Que Ele permanece nos acompanhando, usando a sensibilidade com que ele nos criou, cujo objetivo é nos lembrar que nosso lugar não é as pocilgas do mundo, mas a casa limpa e saudável do nosso Pai. Sempre é hora de “cair em si”, não importa o mau cheiro em que estivermos vivendo. O amor do Pai é sempre poderoso para nos lavar e restaurar.
O sucesso alheio te incomoda? Paulo Francis, colaborador de OJB
E
ra uma vez uma cobra que perseguia um vaga-lume, que nada mais fazia do que simplesmente brilhar. Ele fugia rápido, com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir. Fugiu um dia, dois dias, mais outro e nada. No quarto dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra: “Posso fazer-lhe três perguntas?”. Ela respondeu: “Pode. Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar, pode perguntar”. O vaga-lume prosseguiu: “Pertenço à sua cadeia alimentar?”. “Não”, disse a cobra. “Te fiz alguma coisa?”. A resposta foi a mesma: “Não”. O vaga-lume continuou: “Então, por que você quer me comer?”. E a cobra arrematou: “Porque eu não suporto ver você brilhar. O teu brilho me tira o sono. O teu brilho me incomoda!”. Pergunto a você, leitor,
agora: “Você está mais para cobra ou vaga-lume?!”. Esta parábola inicial é a mais usada quando o assunto é o sucesso alheio. O “brilho” de alguns faz surgir espontaneamente a restrição em outros. Em Tiago, lemos: “Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males” (Tg 3.16). Provérbios nos alerta: “O rancor é cruel e a fúria é destruidora, mas quem consegue suportar a inveja?” (Pv 27.4). Esse mal tem sido largamente observado junto a população, principalmente no mundo tecnológico em que nós vivemos; onde as notícias são instantâneas e percorrem a terra de lado a lado em questão de segundos. O que você expõe agora em uma rede social no Brasil pode ser compartilhado, visualizado por milhões de pessoas no Japão. Distante de uma autopromoção, o relato a seguir trata de uma experiência, uma citação que vejo pertinente ao
assunto. Apenas para ilustrar, cito como exemplo. Estive há dois meses em Sorocaba, São Paulo. Lá, fui visitar uma exposição da Polícia Militar, onde eram apresentados os equipamentos, os veículos blindados e as armas mais modernas em uso no Brasil. De repente fui chamado para uma pequena entrevista por uma repórter do SBT. Meu cunhado filmou a conversa e colocou na internet. Em poucas horas, 230 pessoas haviam visto a gravação. Onde estariam estas pessoas? Quem seriam elas? Quais os sentimentos mais profundos e imediatos que manifestaram? Será que me conheciam? Leitor: O que eu vou expor é muito sério. De acordo com as orientações do conhecido pastor Josué Gonçalves, a maneira como lidamos com as emoções; a maneira como lidamos com quem faz mais sucesso que a gente; a forma como tratamos quem chegou depois e hoje está na nossa frente revela o íntimo
do nosso caráter. Embora seja quase uma incógnita nos dias atuais, qualquer professor, qualquer mestre de bom senso deveria almejar que o seu aluno, o seu discípulo, seja muito maior que ele. Que galgue mais degraus do que ele. Isso exterioriza que o trabalho de instruir foi muito bem feito. Assim, os pais deveriam sempre ter na mente que os filhos serão superiores a eles. Como ouvi em um sermão outro dia, mães e pais deveriam falar: “Eu treinei vocês para irem mais longe! Eu preparei vocês para irem mais além! Eu eduquei vocês para irem mais longe…”. O próprio Mestre, em grandeza de modéstia, deixou isso como uma ordem: “Vocês vão fazer obras maiores que as minhas” (Jo 14.12). Ao que me parece, de modo geral, tem surgido um desprazer quando uma pessoa que conhecemos faz sucesso. Se for alguém do nosso círculo social, nem todos se sentem felizes com a conquista. Aí surge aquela
ideia: “Por que ele, e não eu?”. É difícil admitir que possuímos a tão famigerada inveja. Quer seja aceitável ou não o que vou citar, a inveja é uma falha grave no nosso caráter. Ela compõe o íntimo de pessoas das mais diversas classes sociais; com ou sem conhecimentos morais. Tem gente irritadíssima com as vitórias alheias. Se não se levantam claramente para aplaudir, certamente guardam no seu íntimo, estranhas emoções. Quando resolvem falar de leve em tom depreciativo, pejorativo, pode ter certeza que no seu interior, as labaredas de fogo, de ciúme estão sendo escondidas. A verdade é que só invejamos quem nós admiramos. Agora, responda com franqueza: Você está sendo reconhecido no seu trabalho? Na vida? Há alguém que está fazendo sucesso, brilhando e te incomodando? Pois, fique sabendo que o problema não está no outro. Repito: Você é serpente ou vaga-lume? Reflita.
o jornal batista – domingo, 10/01/16
reflexão
5
Atitude de Marta e Maria Cleverson Pereira do Valle, pastor, colaborador de OJB
A
cabei de ler o livro “De volta aos Princípios”, de Fabrício Freitas. E em certa altura do livro ele fala da atitude de Marta e Maria (elas eram irmãs) em relação a Jesus. Marta era voltada às atividades, muito prestativa, querendo fazer sempre o
melhor para as pessoas. Em certa ocasião, Jesus visitou a casa delas, enquanto Maria ficava aos pés dele para ouvir os seus ensinos, Marta estava agitada de um lado para o outro, procurando fazer algo para Jesus. Sempre que alguém chega em nossa casa procuramos dar o melhor, geralmente a mulher vai para a cozinha fazer um café, preparar um
bolo, ou mesmo um salgado. Queremos servir, queremos que a pessoa saia satisfeita da nossa casa, e o nosso desejo é que ela volte sempre. No caso de Marta e Maria a visita que elas receberam era mais que especial, estava na frente delas o Salvador da humanidade, Jesus Cristo. O que Marta deveria era tomar a mesma decisão que sua irmã Maria tomou. Qual foi
a atitude de Maria? O texto bíblico de Lucas 10, versos 38 a 42 diz que Maria assentou-se aos pés de Jesus e ouviu os Seus ensinos. Marta deveria também ouvir Jesus, deveria desligar-se da correria do dia a dia e aquietar o seu coração. Vivemos em uma sociedade que está totalmente voltada para o ativismo, vivemos fazendo algo para Cristo. Mas
o que precisamos mesmo é estar na presença de Cristo, ouvir Sua voz e descansar nas Suas promessas. A atitude de Marta foi errada naquele momento, já a atitude de Maria foi a mesma que Jesus deseja ver em nós. Que possamos ouvir mais a voz de Jesus Cristo. Precisamos estar aos pés de Cristo e ao ouvir Seus ensinamentos, colocá-los em prática.
Seguir para servir Carlos Henrique Falcão, pastor, colaborador de OJB
J
esus é simples e objetivo em Suas palavras: “Quem me serve precisa seguir-me” (Jo 12.26). Isso nos lembra duas posturas que não estamos tão acostumados em nossos dias: “servo” e “discípulo”. “Servir” a Jesus significa fazer a vontade dEle, é fazer o que Ele deseja que seja feito para atender as necessidades dos que estão ao nosso redor. Sendo servos de Jesus também seremos servos uns dos outros. “Seguir” Jesus indica um estilo de vida. O exemplo claro que ele nos deu foi quando convocou homens para serem seus discípulos. Estava andando na beira do
mar da Galileia e viu dois irmãos pescando - Pedro e André. Era o trabalho deles. Jesus os convida: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens. No mesmo instante eles deixaram as suas redes e O seguiram” (Mt 4.18-20). Precisaram deixar a vida de pescadores de peixes para serem pescadores de homens. Seguindo Jesus alcançariam pessoas com o Evangelho para alimentar a alma eternamente e não mais com o peixe para alimentá-los temporariamente. Isso nos faz refletir o estilo de vida que temos diante de Jesus. Por estarmos constantemente na Igreja fazendo coisas, imaginamos que estamos seguindo e servindo a Jesus, mas, na verdade, aguardamos que os outros
nos sirvam. Nós somos o centro da vida que imaginamos ser de Jesus. Queremos que pessoas venham falar conosco; queremos que cante o cântico que nos fale ao coração; queremos que o pastor pregue sobre nosso problema e nos diga o que fazer. Alguns chegam a dizer: “O pastor falou para mim” ou “O pastor não falou para mim”. Queremos que Deus responda a nossa oração como oramos, e rápido; queremos, queremos... Mas a vida está longe de viver como um discípulo obediente e próximo de Jesus. Não temos tempo para ler a Bíblia; oramos pouco, quase que somente naqueles momentos obrigatórios - almoço, dormir, em público na Igreja. Aquele que serve a Jesus
também O segue em todos os momentos. Ele O segue em sua própria casa, onde todos percebem a autoridade espiritual de alguém que anda com Jesus, como aconteceu com os discípulos em Jerusalém, segundo Atos 4.13. Segue a Jesus no trabalho, na escola, no futebol, onde todos sabem que poderão encontrar Jesus em sua vida. “Vive em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus” (Ef 5.1-5). Não participa das conversas imorais contrárias à santidade de Deus mas vive em ações de graças como imitadores de Deus. Jesus ensinou que os importantes no Reino de Deus são aqueles que servem, como Ele mesmo veio ao
mundo para servir e dar a vida e resgatar os perdidos, conforme diz Mateus 20.2628. Servimos o próximo porque aprendemos com Jesus. Aprendemos com Jesus porque O seguimos e nos comportamos como seus discípulos verdadeiros. Seguir a Jesus requer tempo, compromisso e disposição de vida. O discípulo tem os olhos voltados para Jesus porque está atrás e Jesus vai à frente. O discípulo consegue servir a Jesus porque faz tudo o que o vê fazendo, como Ele mesmo fez olhando para o Seu Pai, como está escrito em João 5.19. Onde vivermos podemos servir a Jesus porque chegamos ali seguindo Seus passos. Então, é seguindo a Jesus que você poderá servi-lO.
6
o jornal batista – domingo, 10/01/16
reflexão
Cliente ou filho? Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB
O
movimento evangélico é tão divorciado das Escrituras que as aberrações ditas nas chamadas “Igrejas” são absurdas. Esse movimento tem fomentado uma alienação enorme nas pessoas. Parece que a capacidade de pensar e raciocinar das pessoas é desligada nas reuniões ao adentrarem a determinadas comunidades. O senso crítico parecer bloquear frente à quantidade de heresias e ensinos distantes das doutrinas cristãs. Alguns cultos parecem mais encenação teatral, apresentação folclórica ou encontros de piadas. É incrível como as pessoas consomem e retroalimentam o cenário evangélico que não provoca modificação no contexto aonde está. Vivemos um cenário que facilita a abertura de novas igrejas, e com um mínimo, mínimo mesmo, de recursos e de formação, abre-se uma “nova igreja” com a proposta de ser mais um “ministério”, e logo mais um pequeno império se levanta. As grandes denominações neopente-
costais abrem mais e mais “igrejinhas” e as possibilidades no cardápio religioso vai se expandindo. Hoje temos “igrejas” para todo o gosto, ou melhor, ao gosto do freguês. Os pastores já não são mais pastores e sim gerentes, que cuidam dos balancetes financeiros, das entradas financeiras; a igreja se torna apenas um meio para adquirir as benesses materiais, os irmãos são apenas números da casa cheia, e os fiéis são clientes. Os evangélicos brasileiros foram contaminados pela concepção de mercado, e isso veio das lideranças neopentecostais, e as atividades da igreja tendem a ser disputas entre os ministérios. A concepção clássica de missões, de expansão do Reino de Deus é sufocada para que a voz do pastor/bispo/apóstolo seja ouvida e que o mesmo diga que nesse ministério Deus está agindo. Ao ouvir essa propaganda da boca do líder, somada aos “testemunhos” sensacionalistas assim como os jornais veiculados na TV e no rádio, formam a ideia de que as pessoas devem sair do ministério que estão e ir onde as coisas estão acontecendo. O líder, pastor/bispo/apóstolo se assemelha mais a um guru
espiritual, como aquele que detém uma revelação especial e importante, aproximando-se da visão do sacerdote e não do pastor do Novo Testamento, e esse líder é o que faz a oração forte, que ora e tudo acontece, que sobe no monte e leva os pedidos, que determina, amarra e solta, que desfaz trabalhos espirituais, que tem poder espiritual, e que conhece a forma de falar com Deus e tudo é resolvido. Isso é magia e não poder espiritual. As pessoas que veem isso diariamente influenciam a forma das demais pessoas ditas evangélicas de nossas Igrejas. Os fiéis ouvem tanta coisa que aos poucos vão assimilando essa religiosidade de mercado e somado a busca pelo conforto, e se tornam clientes da Igreja. As pessoas erroneamente passam a se relacionar com a Igreja, com as pessoas e com a liderança a partir da lógica do “toma lá, dá cá”. A pessoa vai à Igreja “toma lá” e espera receber as bênçãos materiais de Deus “dá cá”. E essa lógica suga a verdadeira espiritualidade e despreza os ensinos bíblicos. Essas pessoas começam a comparar o pastor com os pregadores
midiáticos, o grupo de louvor com o CD que ouve no carro, a estrutura da Igreja local com os mega-templos que passam na TV, e logo emergem as críticas. As críticas não são construtivas e não são para melhorar e não revelam amor. Revelam cobrança pura. Criticam e nada fazem, agem como clientes que exigem um produto e querem respostas imediatas. É triste ver pessoas trocando o Evangelho por esses modismos. A Bíblia diz que mesmo se um “Anjo vindo do céu vos pregue outro Evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema” (Gl 1.8). Nesse cenário evangélico há de tudo menos Evangelho. Eles distorceram e pregam qualquer conteúdo, menos o verdadeiro Evangelho. E esse evangelho de facilidades que retira o sofrimento, que valoriza mais o aqui e agora em detrimento da eternidade fomenta clientes de sérvios religiosos, e não discípulos e seguidores de Jesus, que renunciam tudo e seguem o Mestre. A Bíblia diz que aqueles que creem e recebem a Jesus recebem “O poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, os que creem no seu nome”
(Jo 1.12). É triste ver pessoas trocando o poder de ser filho pela barganha de ser cliente. O cliente é chato e reclama de tudo, o filho é manso e disposto a ajudar. O cliente exige melhorias, o filho se envolve para melhorar. O cliente cobra resultados, o filho celebra os frutos. O cliente é autoritário, o filho é submisso. O cliente se acha no direito de cobrar, o filho recebe tudo com gratidão. O cliente murmura do atendimento, o filho busca servir melhor. O cliente cobra horários e novas programações, o filho se esforça para fazer mais e melhor. O cliente é instável, o filho permanece por amor. O cliente não tem compromisso, ele só consome, já o filho é engajado e desfruta do que planta na comunidade local. O cliente troca o privilégio da primogenitura por um prato de lentilhas, assim como alguns evangélicos trocam o privilégio de serem chamados filhos de Deus para ser cliente. Não barganhe, seja filho! Sejamos filhos obedientes. Que Deus nos ajude a servirmos mais e melhor a Sua Igreja e a Sua Obra para o louvor da Sua Glória.
Feliz ano velho Hudson Galdino da Silva, pastor da Segunda Igreja Batista em Cabo Frio - RJ
F
eliz ano velho? O que é isso? Não é tempo de desejar feliz ano novo? Por que então feliz ano velho? O novo não pode ser visto, considerado e tido apenas no seu aspecto cronológico, no aspecto de tempo. Alguém disse: “O novo não está nas coisas. Está na maneira como você olha para elas”. Portanto, podemos dizer nesta reflexão, feliz ano velho. Porque possivelmente na vida de muitos, o novo cronológico continuará velho na postura de viver. Ano velho para aqueles que continuarão realizando a Obra do Senhor negligentemente, com desprezo e sem dedicação. Sem esmero e zelo. Sem atenção e sem vida.
Velho continuará sendo o ano para aqueles que se limitarão a dedicar a si mesmo, às suas conveniências e interesses, sem terem colocado o Reino de Deus em primeiro lugar. Será velho o ano, para aqueles que não participarão das prioridades do Reino. Feliz ano velho para aqueles que na mordomia continuarão a negligentes, insensíveis e ingratos. Quantos poderiam ter investido mais no Reino de Cristo. Mas, quem sabe, faltou você. Faltou o seu dízimo. Faltou a sua cooperação financeira. Faltou o seu plano cooperativo. Faltou a sua oferta missionária. Se assim continuar, o ano, que se diz novo, continuará velho. O ano de 2016 continuará sendo um ano velho, comum e igual a todos os demais para aqueles que não demonstrarem compromisso
com a Palavra. Não sabem nem mais o que significa EBD. Não cresceram sequer meio centímetro de conhecimento da Bíblia. Alguns, possivelmente, cresceram no conhecimento das coisas seculares, histórias e enredos de filmes e similares. Possivelmente cresceram e muito. Para estes, feliz ano velho! O ano que se diz ser novo poderá ser velho para aqueles que sequer oraram pela conversão de alguém. Não deram um testemunho da fé em Cristo. Não presentearam uma Bíblia. Sequer convidaram um amigo para estar no culto. Não fazem relacionamento intencional. Discipulado? Só conhecem de ouvir dizer. São aqueles que missões nada é e nada representa. Não experimentaram ainda a alegria de cooperar com o Senhor Deus em ganhar pessoas do mundo
todo para o Seu Reino. Não se alegram com a conversão de alguém. Feliz ano velho para aqueles que no ano passado e neste ano continuarão com as mesmas atitudes, hábitos e costumes que comprometem o Evangelho de Cristo. Para que desejar “Feliz Ano Novo”, se o verdadeiro “novo” ainda não aconteceu, de fato, na vida de muitos. Ainda não experimentaram o novo nascimento em Cristo. Se dizem ter experimentado, mas vivem de forma contrária. Continuam com corações magoados e entristecidos. Continuam sem praticar o amor e o perdão. Falam mal do próximo e do irmão e têm a maledicência como o “prato preferido” do dia. O ano continuará velho, nada de novo para aqueles que continuarão indevidamente
frequentando lugares duvidosos, sem uma postura de fé autêntica e digna. O testemunho é comprometido com conversas inconvenientes e práticas que a Bíblia reprova. Feliz ano velho, sim, para aqueles que não mudaram, e que não mudarão neste 2016. Mas se você deseja realmente ter um ano novo, comece com você mesmo, fazendo com que tudo seja novo em sua vida. Buscando quebrantamento, contrição, mudança, transformação em Cristo Jesus. Volte ao “primeiro amor”. Pratique o ensino de que “Aquele que está Cristo, as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo”. Deixe que tudo seja novo em você e sua vida. Tenha um novo modelo de vida que envolva compromisso, fidelidade, amor e dedicação. E assim você terá um feliz ano novo.
o jornal batista – domingo, 10/01/16
missões nacionais
7
Projeto missionário promove avanço do Evangelho no sertão da Bahia Redação de Missões Nacionais
O
trabalho realizado pelos missionários Ralison e Gledciele Medeiros, em Bom Jesus da Lapa - BA, completou 10 meses e é marcado por conquistas. Atualmente, o Projeto contabiliza 18 pequenos grupos multiplicadores, 96 decisões por Cristo, 42 batismos, 5 casamentos e 18 líderes em formação. O avanço missionário no sertão da Bahia é resultado de muita oração e investimento. Esta obra faz parte do Projeto Água Viva, que foi iniciado em cidades da Bahia e em Pernambuco, com o objetivo de alcançar os habitantes da zona rural
Trabalho em Bom Jesus da Lapa - BA tem alcançado grande número de vidas
do semiárido nordestino, formando obreiros evangelistas da própria região para a multiplicação do Evangelho. A presença de missionários no sertão é estratégica
porque além das cidades-base onde estão, eles alcançarão os vilarejos ao redor. É um novo tempo de evangelização no sertão nordestino. Precisamos das orações e do engaja-
mento do povo de Deus para esta grande oportunidade missionária. Ore por recursos financeiros, por missionários e evangelistas dispostos a ir ao sertão para ganhar mais almas e
plantar mais Igrejas. Interceda pelos obreiros que já estão ganhando vidas para Cristo no sertão, para que o Evangelho alcance mais vidas e para que as pessoas já alcançadas permaneçam firmes na fé em Cristo Jesus. Participe como parceiro de uma comunidade sertaneja em oração e abençoando, por meio do PAM Brasil, os missionários que estão ali ministrando a Palavra de Deus. Para apoiar este trabalho por meio de ofertas, escreva para pambrasil@missoesnacionais. org.br ou faça contato com a Central de Atendimento de Missões Nacionais: Rio de Janeiro: (21) 2107-1818 / Outras Capitais e Regiões Metropolitanas: 4007-1075 / Demais localidades: 0800707-1818.
Portas abertas para pregação do Evangelho em Nova Friburgo - RJ Redação de Missões Nacionais
A
pesar dos desafios, os missionários Renato e Juliana Fagundes podem testemunhar sobre muitas portas abertas por Deus no campo onde atuam. Eles estão em Nova Friburgo - RJ, e recentemente tiveram a oportunidade de começar a compartilhar o Evangelho para cerca de 150 crianças em um colégio municipal. Eles realizam esta programação quinzenalmente, nos turnos da manhã e da tarde. Portas para pregação também foram abertas nos lares e pessoas que nunca tinham ido à Igreja e, agora, frequentam os cultos, sedentas da Palavra de Deus. “Deus abriu
Missionários também têm compartilhado o Evangelho em um colégio da região
o pequeno grupo multiplicador na casa de um dos nossos irmãos, funcionando toda quarta-feira. Deus também abriu a oportunidade de liderar um pequeno grupo que é frequentado por pessoas que jamais iriam a um culto público e que, depois de algumas semanas, já compartilharam que se sentem inco-
modadas com pecados que antes consideravam normais. Deus abriu portas de cultos nos portões das casas dos irmãos e todos que passam nas ruas ou estão ao redor ouvem uma porção do Evangelho de Cristo; estes cultos ocorrem todos os sábados. Deus ainda vai abrir muitas outras portas. Uma pessoa não crente mos-
trou interesse de receber um pequeno grupo multiplicador em sua casa e nós estamos orando para que dê tudo certo”, contam os missionários. Citando o versículo que se encontra em Apocalipse, que diz “E ao anjo da Igreja que está em Filadélfia escreve: ‘Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a
chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre’” (Ap 3.7), os missionários afirmam crer que Deus está abrindo portas para mostrar que a pregação do Evangelho não pode parar. Interceda por este projeto missionário, que tem alcançado vidas por meio de oração e pregação da Palavra.
8
o jornal batista – domingo, 10/01/16
notĂcias do brasil batista
o jornal batista – domingo, 10/01/16
9
10
o jornal batista – domingo, 10/01/16
notícias do brasil batista
Igreja Batista em Sítio Novo, em Olinda - PE completa 81 anos
Alzeni Duarte, secretária da Igreja Batista em Sítio Novo, em Olinda - PE
A
Igreja Batista em Sítio Novo, em Olinda - PE completou 81 anos no dia 19 de novembro de 2015. Fundada em 19 de
novembro de 1934 pelo pastor Rodolfo Alves, a Igreja chegou aos 81 anos com o firme propósito de continuar servindo ao Senhor Jesus. Nos dias 21 e 22 de novembro de 2015 foram realizados cultos evangelísticos, tendo como pregador o pastor Abimael Sena, da
Congregacão Batista em Vila Dois Carneiros, localizada em Jaboatão dos Guararapes - PE, que pregou baseado no tema “Jesus se importa com você”. A divisa foi “Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (Jo 13.1) e o hino oficial foi
“Ele não desiste de você”, do cantor Marquinhos Gomes. Foram dois dias abençoados com a participação dos Conjuntos de Crianças, Jovens e Mulheres da Igreja local, do cantor Davi Cunha, da Primei ra Igreja Batista em Be-
beribe, em Recife - PE e da Orquestra Filarmônica Cristã da Igreja Batista em Campo Grande, em Recife – PE, sob a supervisão musical do professor Fábio Menezes. Após o culto houve uma recepção presenteada pela irmã Zenaide Correia.
o jornal batista – domingo, 10/01/16
missões mundiais
Esperança para alcançar o alvo Vanderlei Batista Marins, doutor, pastor e presidente da Convenção Batista Brasileira
N
ós não queremos nos voltar para o quadro em que estamos inseridos em nosso país. Queremos voltar para o desafio maior, que é ter esperança. Eu acredito piamente que a Obra de Deus não se faz com dinheiro, mas com fé. Existindo fé, o dinheiro aparece. E não apenas ele, mas as demais coisas necessárias ao avanço, ao progresso da causa do Senhor, inclusive para a obra missionária. Ele manda recursos, e nós estamos aqui exatamente assim, neste ideal da fé porque acreditamos no trabalho do Senhor. Acreditamos que o povo de Deus é sensível ao desafio do próprio Deus. E acreditamos também que missões mexe não apenas
com o coração, mas com a emoção e o bolso também. Não queremos em hipótese alguma atrelar qualquer aspecto da obra missionária ao contexto econômico de nossa Pátria, mas sabemos que isso influencia muito. Este ano estamos preocupados no que diz respeito à gestão, mas confiantes no que diz respeito à ação do poder de Deus na vida do povo e na vida das Igrejas, para que, neste tempo de dificuldades e de certas precauções, nós possamos avançar também. Todos nós sabemos que Missões Mundiais tem sido uma referência na obra Batista brasileira. E ela há de continuar sendo esta referência com o empenho de seus gestores, com o empenho dos seus missionários, mas também com o empenho dos missionários que não estão lá no campo, mas estão no Bra-
Pastor Vanderlei Batista Marins, presidente da CBB
sil, viabilizando para que o campo tenha progresso, para que o campo tenha resultados ainda maiores. Porque, na verdade, o trabalho de lá depende do trabalho daqui. Damos graças a Deus também por aquilo que Ele está fazendo. Fiquei maravilhado com a competência, a capacidade dos nossos missionários
no campo. Pude ter contato com alguns obreiros altamente capacitados para a função. E que são referências também entre as demais agências missionárias como missionários comprometidos, missionários de referência, missionários que têm uma JMM que dá respaldo, que está atenta, que participa e que está com eles.
11
Obviamente, nós não estamos aqui falando de um trabalho perfeito, pois isso seria impossível, uma vez que não somos perfeitos. Estou falando de um trabalho que tem sido abençoador, que tem marcado vidas, que tem uma história, que tem atravessado 108 anos dizendo a que veio e que tem sido mantido pela Graça do Senhor. Mas também é um trabalho que tem sido alvo da simpatia, do carinho e da dedicação e do amor do povo brasileiro. Portanto, através do trabalho de todos os níveis de atuação da JMM é que se constituirá um elemento de bênçãos para a atuação do Espírito para que em 2016 tenhamos uma oferta que seja a mais expressiva de todas. Nós somos parceiros da Graça e do Senhor da Graça para que pessoas conheçam a verdade e se aproximem Dele.
Capacitação de Igrejas para evangelizar refugiados Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais
fazer a Igreja de Cristo chegar até os refugiados com a mensagem de esperança por meio este ano de 2016 de ações práticas. a JMM promoverá Sua Igreja pode levar eventos de capaciesperança a refugiados tação das Igrejas O Brasil também é um país para evangelização de povos refugiados no Brasil. A maio- que está na rota dos refugiaria destas pessoas que chega dos. Hoje, recebemos um hoje ao nosso país é de ori- total de 6.492 refugiados de gem islâmica. Falar de Jesus mais de 80 nacionalidades Cristo para elas não é algo diferentes e outras 556 pestão simples. Estes eventos soas reassentadas, segundo serão voltados para pessoas e divulgados pelo Comitê NaIgrejas que desejam trabalhar cional para os Refugiados na evangelização de refu- – CONARE – em janeiro de giados. Eles contarão com 2015. Sírios e angolanos são a presença de missionários os que mais entraram no país. Eles chegam ao nosso país experientes na evangelização do mundo muçulmano. sem documentos, sem traEm breve, divulgaremos em balho e sem um lugar para nosso site, toda a programa- morar. Sua Igreja pode ajudáção com datas e locais destes -las a viver em nosso país de eventos: www.missoesmun- forma legalizada. A Junta de Missões Mundiais.com.br/refugiados. O drama dos refugiados é diais oferece aos cristãos uma de nossas prioridades. brasileiros uma base para a Hoje, há cerca de 60 milhões construção de uma operade refugiados em todo o mun- ção de ajuda aos refugiados, do, segundo dados mais re- no Brasil e no exterior, por centes do Alto Comissariado meio de cerca de 130 prodas Nações Unidas para os jetos divididos nas áreas de Refugiados. São pessoas que, saúde, evangelismo, espordiante da guerra, da miséria te, educação, humanitários ou da repressão em seus pa- emergenciais, plantação de íses de origem, buscam em Igrejas e formação de líderes. Nosso objetivo é alcançar outra nação a esperança de uma vida digna. No entanto, os mais pobres dos pobres o que muitos encontram é do planeta e transformar suas um dia a dia de exploração, vidas, para isso podemos distante do ideal de vida que alinhar as ações aos Objesonharam para suas famílias. tivos de Desenvolvimento Isso quando as portas não são Sustentável para facilitar o fechadas para eles. Queremos levantamento de fundos.
N
Refugiados e a Bíblia As Escrituras Sagradas nos orientam a lidar com pessoas que necessitam de refúgio. O próprio Deus se preocupa com o bem-estar dos estrangeiros, foragidos e refugiados. Ele mesmo nos diz como tratá-los: • Não os maltratando (Êxodo 22.21); • Não tirando vantagem de sua situação (Deuteronômio 24.14); • Oferecendo-lhes amor e cuidado (Mateus 22.39). Podemos ainda transformar os ensinamentos bíblicos em práticas significativas a respeito desses que sofrem: 1 – Ore – “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16b);
2 – Sirva – “Era estrangeiro, e hospedastes-me” (Mateus 25.35b) 3 – Envolva-se – Participe de projetos que auxiliam
refugiados de outros países. Seja um parceiro nosso nesta missão. Entre em contato com a JMM: centraldeatendimento@jmm.org.br.
Refugiados buscam ajuda na Sérvia
12
o jornal batista – domingo, 10/01/16
notícias do brasil batista
Primeira Igreja Batista no Jardim das Orquídeas – SP realiza trabalho social e evangelístico para moradores do local
José Antônio de Paula, pastor da Primeira Igreja Batista no Jardim das Orquídeas, em São Bernardo do Campo - SP
A
Primeira Igreja Batista no Jardim das Orquídeas, em São Bernardo do Campo - SP, realizou um trabalho evangelístico nos dias 14 e 21 de novembro de 2015 no Núcleo Parque Bandei-
rantes, em São Bernardo do Campo. Foram momentos importantes em que estivemos com um grupo da Igreja no dia 14/11 visitando as casas a fim de fazer um mini recenseamento e convidar a comunidade para o evento a ser realizado no dia 21/11 em um espaço dentro da mesma. Os relatos dos irmãos participantes foram muito interessantes e importantes, pois
muitos destes nunca tiveram a experiência do evangelismo corpo a corpo, pessoal e, em especial, dentro da comunidade. O trabalho apenas está começando, tendo em vista que grande parte dos moradores são pessoas desviadas, conhecedoras do Evangelho, que por alguma situação deixaram suas Igrejas e se afastaram de tudo, envolvendo-se com bebidas; drogas, etc.
Para o dia 21/11 foram montadas quatro tendas para atendimento aos moradores. Foram oferecidos serviços como aferição de pressão arterial, teste de glicemia (destro); corte de cabelo; artesanato; pintura de unha, sobrancelhas, histórias bíblicas para as crianças e orientação, visitas e evangelismo instantâneo no local. Contamos com a ajuda da UBS do Jardim das Orquídeas que
nos cederam os aparelhos, além das fitas para os testes glicêmicos. Louvamos a Deus pela vida da Igreja que tem comprado a ideia de sairmos em busca dos perdidos em seus redutos habitacionais e Deus é quem trabalhará na vida destas pessoas que também carecem da Graça, do Amor e da Misericórdia de Deus e da Salvação em Cristo Jesus. A Ele toda Glória.
o jornal batista – domingo, 10/01/16
ponto de vista
13
OBITUÁRIO
Consuêlo de Castro Sylvestre: Amiga da Bíblia e de “O Jornal Batista” Roberto Torres Hollanda, colunista de OJB
C
onhecemos pessoalmente Consuêlo em 1977, no Rio de Janeiro, por ocasião do lançamento do Livro “Segredos da Vida Vitoriosa de Gideão”, pelo seu esposo, o escritor, jornalista e político nordestino, Josué Sylvestre. Entre as múltiplas qualidades do caráter de Consuêlo, as que, com o tempo, mais nos impressionaram, foram seu amor às Sagradas Escrituras e seu zelo pela distribuição da Palavra. Era ávida leitora da Bíblia e foi ativa promotora do conhecimento do Novo Testamento da Associação Evangélica ministério gideônico, Condistribuído pelas “Auxilia- “Os Gideões Internacionais”. suêlo exerceu a presidência res”, esposas dos membros Graças à sua dedicação ao nacional das “Auxiliares” nos
anos de 1979, 1980 e 1981. Liderou grupos femininos Batistas de diferentes idades nas cidades pelas quais passou: Campina Grande – PB; Brasília – DF; Rio de Janeiro – RJ; e Curitiba - PR, acompanhando o marido em suas atividades profissionais e culturais.
Desde cedo, foi leitora assídua de “O Jornal Batista”. De 1999 até 2014 organizou e encadernou as coleções anuais das edições do nosso querido Jornal. A pes a r dos pr oblem a s de saúde, manteve a fé e a esperança, sobrevivendo a dez cirurgias. Sua audição foi comprometida, mas suas palavras não deixaram de ser ouvidas porque continham sabedoria e inspiração. Faleceu, na capital paranaense, em 06 de novembro de 2015. Em memória de sua vida benfazeja realizou-se, no domingo, dia 08 de novembro de 2015 uma reunião gratulatória na Primeira Igreja Batista de Curitiba – PR.
Até breve, pastor Lamarque Genilson Vaz, pastor da Primeira Igreja Batista em Ribeirão Preto - SP “Bem está, servo bom e fiel; sobre o pouco foste fiel, sobre o muito de colocarei” (Mt 25.21a)
O
jovem Lamarque saiu da cidade de Paranavaí, no interior do Paraná, e foi para a grande cidade do Rio de Janeiro, dando ouvidos ao chamado de Deus para ser pastor. Subiu a ladeira do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, ancorando suas malas de seminarista na bela “Colina de Itacuruçá”, e ali pude conhecê-lo, desenvolvendo sólida amizade. No Seminário teve sua vocação lapidada, quer nas salas de aula, quer no refeitório, quer no campo de futebol, pois jogar era algo que fazia com habilidade de um profissional. Sempre sorridente, de palavra agradável e coração verdadeiramente pastoral, tinha facilidade em abençoar pessoas. Em sua vida ministerial fez diferença no meio das ovelhas. Era conhecido como “o pastor do abraço forte”. Mesmo com sua sólida bagagem acadêmica e cultural - teólogo, psicanalista, pós-graduado em História e Cul-
Lamarque e Raquel
tura Contemporânea, pastor Lamarque sempre manteve seu interesse verdadeiro, sincero e inteiro para com seus amigos e suas ovelhas. Pregava com autoridade e entusiasmo, explorando a Palavra de Deus com facilidade e poder. Certa ocasião, na metade do ano de 2007, ele me ligou e disse: “Meu amigo, indiquei seu nome para a PIB de Ribeirão Preto, porque acho que você e ela se identificam”. Um ano depois eu tomava posse no pastorado da mesma. Sua figura nos plenários das nossas Semanas Batistas era inconfundível - vestindo seu blazer preto, Nikon pendurada no pescoço, jamais perdia uma cena, fosse for-
Pastor Lamarque dirigindo o culto
mal ou informal. Por onde passava, encontrava alguém para abraçar. No início do ano de 2015 ele me ligou e disse: “Amigo, neste ano você não escapa, em setembro vai pregar nos 55 anos da PIB de Mauá!". Como dizer não a um amigo tão precioso? Nos dias 19 e 20 de setembro de 2015, então, tive a alegria e honra de estar com minha esposa nas celebrações daquele aniversário. Ele, sempre dinâmico, alegre, forte na direção e ministração. Foi uma celebração especial para minha vida e da minha esposa. Fomos inspirados pelas bênçãos do Senhor naquele final de semana. No domingo à noite, após o encerramento da
programação de aniversário, jantamos com nossas esposas na casa de um casal da PIB de Mauá. Mas no amanhecer do dia 12 de outubro de 2015, uma segunda-feira, feriado nacional, Dia das Crianças, meu celular sinaliza uma mensagem. Li e reli o que acabava de chegar, postado por um colega de Ribeirão Preto. Meus olhos se encheram de lágrimas, passei o celular para minha esposa, e juntos não queríamos acreditar no que estava escrito: Nosso amigo preciso não estava mais conosco. Aquela manhã ensolarada de segunda-feira, naquele momento ficou nublada. Nenhuma razão mais para pensar no que fazer naquele feriado. Apenas chorar
e lamentar. Lembrei que fui o último colega a estar com ele, ao lado dele, na Igreja dele. Pastor Lamarque foi recolhido nos braços dAquele a quem tanto amou, serviu e se dedicou. Deixou pessoas muito especiais: Raquel Lamarque e seus filhos, André e Alex. Deixou também uma quantidade incontável de pessoas e famílias alcançadas positivamente em meio ao deserto que tem sido ser e fazer amigos na atual sociedade. José Valdemir Bezerra Lamarque (31/03/1963 – 12/10/2015), pastor do abraço forte, cujo sorriso contagiava qualquer ambiente onde estivesse. Até breve, amigo!
14
o jornal batista – domingo, 10/01/16
ponto de vista
Nossa vulnerabilidade
V
ulnerabilidade significa, segundo Francisco Azevedo, p.127, “Fragilidade, ruptibilidade, ruptilidade, gracilidade, fissilidade, irresistibilidade, irresistência; castelo de cartas; casa de vidro, caixa de fósforos, argila, ferro acro”.1 Essas palavras denotam a nossa estrutura humana, que é falha, insincera e enganosa. O Senhor Jesus já havia feito este diagnóstico em Mateus: “Porque do coração é que saem maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade sexual, furtos, falsos testemunhos e calúnias” (Mt 15.19). No Sermão do Monte o Senhor discorre sobre os motivos, as inclinações carnais, que produzem atos danosos. A nossa vulnerabilidade está no coração. Esta é a nossa realidade. Nua e crua. Independe de idade. É do homem, da sua natureza má e perversa (Jr
17.9-10). Revela-se em nossos tropeços e desacertos. Somente na reconciliação com o Pai, através do Filho, é que somos restaurados (II Co 5.18-20). Ah, quão vulneráveis e miseráveis somos. Somente a Graça de Deus nos basta, pois o Seu poder se aperfeiçoa na fraqueza (II Co 12.9-10). O apóstolo Paulo reconhece o quanto é frágil, vulnerável e tendencioso em Romanos 7. Portanto, a nossa vulnerabilidade é invisível e visível ao mesmo tempo. Está nas entranhas e traz à tona nossas manhas e atos perniciosos. Essa vulnerabilidade traz à flor da pele a nossa incoerência entre o ser e o fazer. Entre o pensar, sentir e o agir. Há vários personagens da Bíblia que mostraram sua vulnerabilidade: Moisés, quando matou o Egípcio; os dez espias quando revelaram o seu medo na conquista da terra prometida, o seu fra-
casso no tempo; Davi, que deixou de ir para a guerra e perdeu a batalha do coração, adulterando; Jeremias, que não sabia falar; Pedro, que negou o Senhor Jesus três vezes e cortou a orelha de um homem. Realmente somos vulneráveis em gênero, número e grau. Vulneráveis de carteirinha. Mas a nossa vulnerabilidade encontra a invulnerabilidade de Cristo Jesus, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (João 1.14). Que foi crucificado, morreu e ressuscitou por nós. Aquele que prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Que disse para Paulo e a nós, a minha Graça basta, é suficiente. A nossa vulnerabilidade encontra em Cristo Jesus o poder para vencer as tentações. Vencer as aflições (João 16.33). A nossa tendência ao erro encontra a verdade que é Cristo Jesus.
A nossa propensão para a mentira encontra Jesus como a verdade (João 14.6). A nossa inclinação para a tristeza profunda encontra a alegria em Cristo Jesus. A nossa insegurança encontra a segurança absoluta no nosso Salvador (At 4.12). Tenhamos consciência de nossa vulnerabilidade, fraqueza, tendência ao erro, ao fracasso. Contudo, não nos esqueçamos da presença de Jesus conosco, presença que basta, fortalece, encoraja e motiva a caminhada do discipulado, a trilha da fé salvadora. Ele é o Autor e Consumador de nossa fé (Hb 12.2). Não justifiquemos nossa vulnerabilidade (somos especialistas nisto), mas confiemos na justificação que vem do Pai por meio do Filho, no Seu sangue, para nos perdoar de todo o pecado e toda a injustiça, quando o confessamos de coração (I João 1.9). Deve-
mos, em Cristo Jesus, vencer nossos fracassos, limitações, medos, ressentimentos, amarguras. Ele disse: “Eu venci o mundo” (João 16.33). Nele somos mais que vencedores (Romanos 8.37). Não permitamos que a nossa vulnerabilidade defina nossas atitudes e os nossos atos. Que a invulnerabilidade, a perfeição de Cristo Jesus, nosso Senhor, defina nossas escolhas. Não confiemos em nós mesmos, mas em Cristo Jesus. Reconheçamos que sem Ele nada podemos fazer. Que Ele seja sempre o nosso fundamento. Que oremos como Davi: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espírito reto, inabalável” (Sl 51.10). AZEVEDO, Francisco Ferreira dos Santos. Dicionário Analógico da Língua Portuguesa. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2010. 1
o jornal batista – domingo, 10/01/16
ponto de vista
15
OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA
a v o n b So ! o ã ç e r i d É
comum vermos uma placa com esses dizeres na frente de algum estabelecimento comercial que foi vendido para um novo dono, e isso ocorre muitas vezes porque o dono anterior não estava conseguindo com sucesso avançar nos negócios, então decidiu passar para frente e dar chance à outra pessoa. Estamos iniciando um novo ano e, como escrevi na Coluna passada, é hora de fazermos um balanço em nossa vida, pois ano novo não pode continuar com velhas práticas que não deram certo para a qualidade de nosso projeto de vida. Um dos pontos essenciais do Cristianismo não é em si a nossa salvação, pois ela já foi conquistada por Cristo ao morrer na cruz e ressuscitar para nos dar nova vida (II Co 5.17). E aqui está o ponto essencial, fomos salvos para viver uma vida nova, não simplesmente para aguardar a volta de Cristo, nos preparando para a Nova Jerusalém. Jesus já está fazendo isso para nós, a salvação foi apenas um meio, um conserto para nossa rebeldia. Uma vez feito o conserto, agora é ir e viver. Mas como foi a nossa vida no ano que se encerrou? Como foram os nossos relacionamentos? Mais baseados em nosso temperamento ou modo de ser? “Sou assim mesmo”, que me aguentem – é a Síndrome de Zagalo! E as nossas decisões foram baseadas mais em nossas razões e paixões ou buscamos segurança na Palavra
de Deus? Como reagimos às injustiças, perseguições ou difamações contra nós? Quem comandava o nosso falar/língua/sentimentos? Quem estava na direção ou comando de nossas vidas a cada dia? Sob nova direção significa que tudo isso estará no altar de Deus (Romanos 12.1) para que ele seja o nosso Guia seguro. O capítulo primeiro da carta aos Efésios indica a finalidade para a qual fomos salvos – estar aos pés do nosso Mestre e Proprietário (simplesmente chamamos de Senhor, mas ele é nosso Proprietário, que é o significado da palavra “kyrios” no original grego). Já mencionei inúmeras vezes nesta Coluna que fomos criados para a glória de Deus, de acordo com Isaías 43.7 (Confesso, uma expressão correta, mas abstrata demais para entendermos). Então, conectando esse conceito com os dois primeiros mandamentos (Mc 12.28 ss), encontramos três níveis de relacionamentos, assim temos: Viver em amor, harmonia e comunhão (1) com Deus; (2) comigo mesmo; (3) com o próximo (Afinal, não é bom que a humanidade viva só [Gn 2.18]). E, como estamos vivendo no mundo e natureza criada por Deus, então acrescento por dedução: (4) com a natureza criada. Quatro itens que sofreram com a queda e rebeldia do ser humano (Gn 3). Sob nova direção significa isso mesmo, que este ano
e os demais de minha vida vou reavaliar cada pensamento, decisão, escolha, ato, relacionamento, etc., sob esta óptica, sob este alinhamento. Assim, Deus passa a ser o meu Proprie-
tário e dirigente de minha vida. Aqui se torna importante uma mente renovada (Romanos 12.2) pela Palavra de Deus (II Timóteo 3.16-17) que será meu guia para todos os fatos de mi-
nha vida, a ação do Espírito Santo produzindo em nós seu fruto (Gálatas 5.22-23). Fica aqui o desafio para você reavaliar a sua vida e saber quem é que deve comandá-la neste novo ano.