OJB Edição 04 - Ano 2015

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 25/01/15

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Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

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Ano CXIV Edição 04 Domingo, 25.01.2015 R$ 3,20


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EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Primeiro Mandamento: um só Deus – Parte II

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio

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s Dez Mandamentos refletem o caráter de Deus. No primeiro, aprendemos sobre a essência da vida: adorar a Deus e a Deus apenas – “Não terás outros deuses além de mim” (Ex 20.3). Muitos ao lerem esse mandamento pensam em idolatria. Porém, a idolatria não é tratada nesse mandamento, ele vai além de se fazer ídolos. O primeiro mandamento trata do equilíbrio interior de cada um. O pecado causa o desequilíbrio, levando ao exagero, colocando outras coisas ou pessoas no lugar de Deus. É necessário que nossa essência esteja ajustada. Quando Deus é prioridade na nossa vida, as demais coisas se encaixam no lugar certo. “Onde estiver o seu tesouro aí estará o seu coração” (Mt 6.21). O que é um “deus”? É algo ou alguém que está no centro

da sua existência. Uma pessoa egocêntrica tem a si mesma como deus. Tudo funciona em torno dela, que não admite a necessidade ou o direito do próximo. Na sociedade atual de entretenimento, o lazer tem se transformado em deus de muitos. Transformaram o lazer na essência de sua existência. Há pessoas que fazem do dinheiro o seu deus. Outros adoram o esporte. Sempre vivemos em função do nosso deus. É comum na juventude, fase em que se descortina um universo de oportunidades, a ênfase aos prazeres da vida. A nossa sociedade “vende” muito bem a ideia hedonista, estimulando o desejo de vivermos intensamente tudo o que a vida oferece, sem perder nada a qualquer custo. Os sonhos e as ambições profissionais assumem uma dimensão muito

forte no jovem adulto. Ambição não é errada, enquanto não assume o lugar de Deus. Viver somente para alcançar estes alvos também é quebrar o primeiro mandamento. Na meia idade, o adulto busca a segurança (poupança, bom salário, casa própria, seguro, aposentadoria, etc.) e a estabilidade. O querer experimentar tudo da juventude contrasta agora com o que fazer com o que já conheço. Na terceira idade, não falamos do hoje ou do amanhã, com facilidade ficamos presos ao passado glorioso ou ao remorso pelo que se fez ou pelo que poderia ter sido. Isso pode nos levar a um discurso profundo e marcante de fé ou nos tornar ateus na prática. Enquanto estamos vivos, lutamos com esse mandamento. Quem é ou o que é o seu deus? O que ocupa o cen-

tro da sua atenção? O que acontece na sua alma, mente e coração, que o impede de amar a Deus de toda a sua alma, força e entendimento? O apóstolo Paulo declarou este propósito para a vida da seguinte maneira: “Para mim o viver é Cristo” (Fp 1.21a). Confesse agora que Jesus é o Senhor e Salvador da sua vida e você conseguirá cumprir este mandamento porque o Espírito Santo de Deus o capacitará. Nós devemos adorar a Deus, e somente a Deus. Jesus é a razão da nossa existência. “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Esta é a única maneira de encontrarmos uma vida cheia de significado e propósito. Você quer esta vida? Luiz Roberto Silvado, presidente da Convenção Batista Brasileira


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bilhete de sorocaba Julio Oliveira Sanches

Casados e felizes

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título pode sugerir, erroneamente, que aqueles que não são casados não são felizes. Nem todos nasceram para casar. Jesus coloca esta verdade de modo claro em Mateus 19. 10-12, ao discutir o divórcio com seus discípulos. Após a resposta que Jesus deu aos fariseus, os discípulos concluíram que se o divórcio não integra o plano original de Deus para o casamento, é melhor não casar. Jesus não concordou com a posição dos discípulos. Acrescentou que nem todos são obrigados a casar. Casamento é uma escolha consciente que a pessoa faz. Os motivos da escolha podem diferir de pessoa para pessoa. Mas, o motivo correto, é cumprir o projeto original de Deus para suas criaturas. E isto significa:

1. Viver em harmonia a dois, o que não é nada fácil. Somos diferentes, pecadores e maus por natureza. 2. Gerar filhos e assim perpetuar a raça. Nada fácil também. Muitos casais querem tudo, menos filhos. Não desejam gerar filhos. Quebram o princípio estabelecido por Deus. Terminam a vida infelizes. Querem boa vida, casa, carro, viagens, relacionamentos sem compromissos. Creem que os filhos atrapalham tais projetos. Substituem os filhos por cachorros ou gatos, embora custem mais. 3. Compartilhar com outra pessoa, de sexo diferente, a beleza da relação conjugal, tendo como alvo fazer o outro feliz. Isso exige dedicação exclusiva e capacidade permanente de perdoar. Quando o casal consegue compreender o projeto elaborado por Deus, a felicidade

é consequência natural na vida a dois. Na felicidade da pessoa amada, realizo a minha felicidade. É o mistério profundo do amor. Isto não significa que o casamento é algo milagroso, onde não há dificuldades. Não. O milagre está e ocorre quando trabalhamos incansavelmente este objetivo: fazer o outro feliz. Problemas existem e sempre existirão. Dificuldades surgem a cada etapa da vida a dois. Os desafios são diários e precisam ser encarados com naturalidade. Existem obstáculos a serem vencidos. Deus une duas pessoas diferentes em muitos aspectos e as desafia a construir uma família feliz. Aprendemos a compreender o outro e aceitá-lo como dádiva divina. Desafia-nos a crescer juntos. Cedemos parte da nossa liberdade, interesses

pessoais, prioridades, até mesmo alguns sonhos, quando os filhos chegam, para trabalhar um alvo comum: a felicidade a dois. O impulso desse agir chama-se AMOR. Não aquele amor dos filmes, das novelas imorais da TV, que mata o objeto amado e diz que foi por amor. Não. O amor que traz felicidade ao casal é feito de pequeninas coisas. Aquele olhar penetrante que faz tremer a alma. O abraço reconfortador, após um dia de labuta. O ouvir o lamento do objeto amado, sem recriminar. Ser solícito sempre, compreender a linguagem apaixonada, sem palavras, que ocorre no beijo sem maldade. É dar-se sem esperar retorno. Amo porque decidi amar, apesar das diferenças. “O Amor é, na verdade, uma longa série de pequeninas coisas que você faz por alguém

por nenhum motivo aparente, a não ser para fazer o melhor. Porque você ama e quer agradar essa pessoa tão querida”. Um exemplo simples: abrir mão de outros compromissos para participar de um encontro de casais, visando o bem-estar da sua (seu) amada (o). Esse investimento rende ao casal momentos agradáveis que perdurarão por longos anos, com recordações alegres e a certeza de que seremos felizes para sempre. Alegro-me em promover encontro de casais. Falar aos casais é divertido, há retribuição ao ver os casais se abraçando e expressando o verdadeiro amor que permanece. Repetir a cada novo dia: “Eu sou do meu (minha) amado (a) e ele (a) me tem afeição” (Ct 7.10). Quem assim procede, pode dizer: somos casados, bem-casados, e felizes.

e muitos outros aos filhos, pertencem aos pais. O grande problema hoje é que alguns pais querem que “outros” participem do processo de educação dos seus filhos, e educar não é papel de “outros”. Querem que professores, pastores, ministério infantil, escolinhas, avós eduquem, mas estão errados. A situação até piora, pois é possível encontrarmos pais que nem educam mais os seus filhos. Basta dar uma olhadinha por onde passamos que perceberemos filhos de todas as idades, alguns praticamente nas fraldas, malcriados, rebeldes, que mexem naquilo que não lhes pertencem, irreverentes, não respeitam as

autoridades, os ambientes, os mais velhos, são sínicos, com comportamentos diferenciados, tudo dependendo dos ambientes onde estão ou com quem estão. A pergunta é: por que os pais estão, cada vez mais, abrindo mão de algo tão prazeroso que é educar os seus próprios filhos? As respostas poderiam ser várias, como: falta de tempo; as novas configurações familiares; a autoridade deles cada vez menor; o crescimento da geração “y”, que não aceita lideranças, e etc. Não é tão simples encontrar uma única resposta para esse fenômeno. Contudo, uma delas é certa: educar dá trabalho, por isso, alguns pais

estão deixando de educar. Educar dá trabalho, então, é mais fácil dizer “sim” do que explicar o porquê do “não”. Educar dá trabalho, mas não educando, estaremos, aos poucos, gerando monstros dentro das nossas casas. Alguém pagará esse preço amanhã e, muitas vezes, quem acabará “pagando o preço” não será o culpado pela criação do monstro, mas um inocente. Os pais antigos falavam com o olhar, com gestos discretíssimos, falavam no silêncio e, os filhos, entendiam perfeitamente cada palavra não dita. Hoje é assim? Será mesmo que estamos evoluindo?

De quem é o papel de educar? Carlos Eliseu D. Rocha, pastor da Igreja Batista do Bom Retiro - SP

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om certeza, educar é papel dos pais. Mas, não podemos confundir educar com ensinar, há diferenças entre os dois termos. Ensinar: é ensinar uma matéria, dar noções cívicas, de etiqueta, de vestimentas e etc. Estes papéis, normalmente, são exercidos por escolas e professores, mas, sem dúvidas, qualquer um ao lado pode ajudar, desde que saiba como e tenha iniciativa para tal. Educar: é dar valores morais, éticos, espirituais e de cidadania aos filhos. É dizer

“não”, e “sim” também, tudo dependendo do momento. Com esses pequenos ensinos, os filhos entenderão que há limites a serem obedecidos. Ensinar a ter amor e respeito pelo próximo e pelo que é do próximo, respeito por ambientes estranhos, como, igreja, casa de alguém ou ambientes públicos. Ensinar a não roubar, a não ficar com o que não lhes pertencem ou a executar tarefas simples, como jogar lixo no lixo. Os pais precisam ser modelos para os filhos no honrar a palavra dada, no pagar o que se deve, em não mentir ou desonrar alguém, em não ser preconceituosos. A transmissão desses papéis educativos


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Em defesa da liberdade, mas... Edvar Gimenes de Oliveira, pastor da Igreja Batista da Graça, Salvador - BA (A propósito do atentado contra o Jornal francês Charlie Hebdo)

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orque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis a boca à ignorância dos homens insensatos; como livres, e não tendo a liberdade por cobertura da malícia, mas como servos de Deus” (I Pd 2.15-16).“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor” (Gl 5.13). “Quem semeia vento, colhe tempestade; quem semeia o mal, recebe maldade e perde todo o poder que possuía” (Pv 22.8). Nesses últimos dias, o atentado ao Jornal satírico francês Charlie Hebdo tornou-se manchete em toda a mídia do planeta. Com ele, o tema liberdade voltou ao debate porque a razão do atentado teria sido uma reação de fundamentalistas islâmicos às charges publicadas pelo Jornal, visando conscientemente desmoralizar Maomé e a religião. No Brasil, a mídia se aproveitou do fato e enfatizou o viés “liberdade de expressão” como maneira de confundir a cabeça do povo brasilei-

ro. Digo confundir porque, segundo se publica, haveria dois interesses escondidos atrás desse discurso midiático aparentemente filosófico: 1) a elevada concentração das verbas publicitárias do país nas mãos de quatro ou cinco famílias proprietárias de grandes conglomerados de comunicação; 2) o envolvimento de políticos detentores de mandato (senadores, deputados, vereadores, governadores e prefeitos), na condição de proprietários totais ou parciais de empresas de comunicação, contrariando dispositivo constitucional. Percebe-se, então, que, por detrás do belo discurso “liberdade de expressão”, o que de fato existiria seria a defesa de interesses político-econômicos. Assim sendo, a fim de não nos tornarmos “bois de piranha”, devemos observar que há, pelo menos, três motivos distintos por detrás do tema “regulamentação da mídia” no Brasil: recursos publicitários, manutenção de poder político-econômico e o princípio filosófico da liberdade de expressão. Liberdade é tema caro aos batistas, primeiro, porque, na maioria das vezes que aparece no Novo Testamento, tal palavra está associada à salvação. Depois, porque ela foi uma das razões mais fortes ao surgimento desta denomina-

ção, no século XVII. Daí a importância, necessidade até, de nos mantermos vigilantes, em defesa dela. É interessante que as manifestações de solidariedade em favor do Jornal Charlie Hebdo foram massivas. A expressão francesa “Je suis Charlie” ganhou o mundo de maneira espontânea. Mas, mesmo em meio à dor de familiares, amigos e compatriotas dos 17 mortos em torno do atentado, alguns optaram por se posicionarem criticamente ao Jornal. Suas críticas giraram em torno da linha agressiva, ofensiva e desrespeitosa, adotada pelo veículo em relação, por exemplo, à religião em geral, especialmente à islâmica, e ao homossexualismo, postura que teria alimentado tal barbárie. Diante disso, percebemos que a grande questão em torno da qual nossas reflexões deveriam girar, diferentemente do que a mídia brasileira enfatizou, não seria em torno do direito à liberdade de expressão, mas à forma, à motivação, à responsabilidade no uso da liberdade. Curiosamente, justamente por não ter atentado para ensinos como os dos textos sagrados dos cristãos e do judaísmo, publicados no início, o Jornal teria recebido como retorno, de maneira brutal, aquilo que plantou; lamentavelmente.

GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Sim, sim; não, não A verdade é Jesus Cristo. “Seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não; porque o Somos cristãos, porque nos que passa disto é de proce- encontramos com a Verdade e nos entregamos para dência maligna” (Mt 5.37). uma vida de testemunho Jesus criticou aqueles que daquilo que Ele faz pelos juram irresponsavelmente. que O aceitam. Dar bom Ele disse: “Seja o vosso falar testemunho é viver uma ‘sim, sim; não, não’. O que vida coerente. Aquilo que passar disso é de procedência falamos deve ser coerente com aquilo que vivemos. E maligna” (Mt 5.37). Mentir passou a ser uma isso somente conseguimos prática tão costumeiramen- quando nos submetemos te usada, que pouca gente ao Espírito do Senhor, que ainda se indigna com o habita em nós. O mundo uso de informações falsas. odeia a verdade, mas CrisLíderes mentem para ex- to odeia a mentira. Ainda plorar seus liderados. Pais que tentemos, nunca pomentem porque não sabem deremos servir a dois seeducar corretamente seus nhores – porque ambos os f i l h o s . E s p o s o s m e n t e m senhores exigem submisporque temem expressar são total. Paulo, sabendo sentimentos reais. Pastores disso, fez a sua escolha mentem porque não mais – por isso, ele se apresenacreditam nos princípios ta como “Paulo, servo de da Bíblia. Tudo isso, diz Jesus Cristo”. “Sim, sim; Jesus, é de procedência não, não” – isso é de procedência benigna. maligna.


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Eu aprendi com o meu pai Carlos Henrique Falcão, colaborador de OJB

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o dia 23 de dezembro de 2014, o meu pai, pastor João Falcão Sobrinho, foi morar com Jesus por toda a eternidade. Foi uma experiência triste pela perda de uma pessoa querida, presente e influente em nossas vidas. Também foi uma experiência gloriosa porque tivemos a oportunidade de continuar adorando e louvando a Deus, a quem ele sempre serviu. Além da emoção, o culto fúnebre na Primeira Igreja Batista de Irajá - RJ no dia 24 de dezembro de 2014 foi um momento de grande impacto espiritual. À noite, neste mesmo dia, a família estava reunida para o culto de Natal, como sempre aconteceu. A ordem de culto que preparei e distribuí com a Igreja tinha como tema “Eu preciso”. A ideia era buscar em Jesus, a razão do Natal, tudo o que Ele veio nos dar - a paz de Deus, o amor de Deus, o perdão e dar glórias a Deus. Foi o que a família buscou e fez naquele momento feliz. Nestas poucas palavras quero expressar a gratidão pela vida do meu pai, mas não vou fazer um relato biográfico. Nestes dias que sucederam à morte do pastor Falcão, meu pai, já recebi mais detalhes da sua biografia do que tenho nos meus registros. Eu quero falar sobre o que eu aprendi com o meu pai durante os 60 anos de convivência. Aprendi a condenar o pecado e amar o pecador. O

pecador sem salvação tinha a atenção especial do meu pai, tanto que, em seu ministério, muitas pessoas foram alcançadas pelo Evangelho de Jesus. O pecador salvo também tinha uma atenção especial e personalizada. Ele era intransigente com o pecado. Se a Bíblia condena, não existe meio termo, modernidade, “todo mundo faz”, “não me condena” e outros argumentos para viver amando o mundo e seus prazeres. Mas não evitava a pessoa por causa dos seus desvios, pelo contrário, andava junto, orava, aconselhava, até ver a pessoa com a vida restaurada e servindo ao Senhor. Aprendi a investir na formação das pessoas para fortalecer o Reino de Deus. Era um defensor das ferramentas Batistas para a formação de líderes para a igreja. O conjunto de ações é ainda chamado, embora não tão usado, de “Educação Religiosa”. Por causa de novos modelos eclesiásticos com outras ênfases, o treinamento bíblico é muitas vezes negligenciado. Ultimamente, lamentava a falta de líderes leigos na denominação como reflexo da falta de treinamento nas igrejas. O seu objetivo como pastor da igreja ou como professor era capacitar os salvos para o exercício do ministério cristão no Reino de Deus. Baseado nesta visão apoiou e incentivou o trabalho feminino, que é de grande utilidade na capacitação das mulheres da igreja para exercerem o ministério cristão. O material produzido pela União Feminina é feito visando formar

líderes em nosso tempo sem perder a base bíblica. Aprendi a amar as pessoas. Todos nós sabemos que qualquer pessoa quando ocupa posição de liderança é alvo de críticas e, muitas vezes, de perseguição. Posso dizer com a autoridade de observação de um filho que viveu nos bastidores da igreja e da denominação Batista, que o meu pai amou todos os que se levantaram contra ele. É fácil e gostoso amar algumas pessoas que são agradáveis, que se adaptam com facilidade ao convívio e estão juntas buscando solução de problemas. Algumas outras pessoas, para serem amadas, requer um exercício espiritual intenso para desenvolver o amor por elas. É preciso pedir a Deus, de forma específica, que encha o seu coração de amor para com esta pessoa. Aprendi que isso é possível e glorioso. Aprendi que não preciso viver com o coração amargurado e nem evitar pessoas que, humanamente falando, eu teria motivos para fazê-lo. Por isso, o meu pai cresceu e se fortaleceu espiritualmente e se tornou a referência espiritual que conhecemos. Aprendi a pregar sobre Jesus crucificado. Dizia ele que, qualquer mensagem, em qualquer texto da Bíblia, deveria terminar falando de Jesus. A vida cristã não é viável sem a cruz de Jesus. A sua preocupação era tão grande que o assunto virou uma revista de estudo com o título “Jesus - De Gênesis a Apocalipse”. Não sei se antevendo a sua partida, al-

guns dias antes da sua morte atendi a ligação telefônica para uma conversa de orientação pastoral, mas a ênfase foi: “Pregue sempre o Cristo crucificado”. Com palavras simples que todos podiam entender, não perdia tempo com divagações filosóficas ou conteúdos que não levassem a compreensão sobre Jesus. Aprendi a ser humilde. Não tinha interesse nos holofotes e nem nos assentos de destaque. Dizia ele: “Sou pastor. O meu lugar é no meio das ovelhas”. Nunca esteve envolvido em negociatas, em acordos ou em busca de visibilidade e destaque. Não fazia questão de ser premiado, embora tenha guardado todas as placas e registros dos reconhecimentos públicos dos seus feitos. Quando precisou mudar sua residência de Jacarepaguá para a Tijuca, saiu de uma casa de cinco quartos para um apartamento de dois quartos. Na mudança, se desfez de muitas coisas, como a maior parte da biblioteca, objetos que há muito não usava e também todas as placas. Sua maior alegria era receber uma ligação telefônica ou ser abordado nos corredores dos encontros denominacionais e ouvir: “Muito obrigado. Suas palavras mudaram minha vida”. Isso “não tem preço”. Aprendi sobre a necessidade da cooperação denominacional. Defensor intenso do Plano Cooperativo, se entristecia com pastores e Igrejas que seguiam carreira solo. Tinha em mão o Livro do Mensageiro da Convenção Batista Carioca (CBC) com o

relatório do Plano Cooperativo e orava citando o nome das igrejas e dos pastores que não estão envolvidos com este princípio de cooperação. A última vez que fez esta oração foi na noite do dia 22 de dezembro de 2014, durante o culto doméstico que, diariamente, fazia com minha mãe, dona Zênia. Sendo uma pessoa que buscou e viveu o controle de Deus em sua vida, ensinou que é possível agradar a Deus pondo em prática o ensino bíblico: “Em tudo dai graças” (I Ts 5.18). Este ensino não ignora a dor, não evita a frustração, mas não impede o crente de viver com o coração grato a Deus. Tinha a convicção de que desfrutar da graça de Deus torna o cristão capaz de ser grato sempre. Aprendi ainda a defender a família nos moldes da criação de Deus. Aprendi a olhar com carinho para as crianças e cuidar delas na igreja. Aprendi a depender de Deus e buscar sua orientação. Aprendi muitas outras coisas, porque meu pai foi um cristão autêntico e sua vida, foi um exemplo vivo de que vale a pena servir a Jesus. Por isso, não tenho guardado os dados bibliográficos. Estava ocupado em analisar as marcas que o meu pai deixou em minha vida. E creio que é por isso que estou enfrentando este momento com mais tranquilidade do que imaginava. Sei que o meu pai fez o possível, porque o impossível deixou Deus fazer. Sei também que muitas outras pessoas poderiam contar o que aprenderam com sua vida. Isso o faria muito feliz.


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Acabe, o carnavalesco Manoel de Jesus The, colaborador de OJB

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ncontro muita semelhança entre o rei de Judá (um rei do povo escolhido), e o carnaval de nossos dias. Esse rei enfrentou perturbações de toda a espécie. Desde as perturbações naturais (falta de chuva), como perturbações políticas, sociais, e relacionais. Uma coisa é ser bem-sucedido materialmente, e outra é ser bem-sucedido espiritualmente. Acabe era um bom administrador, buscava relacionar-se com gente

importante dos seus dias, e aparecia sempre nas fotos dos eventos sociais. Trocou Deus pelos deuses dos reinos ao seu redor. E mais, desfilou com a rainha da escola de samba mais famosa dos seus dias, a “socialite” Jezabel. Imediatamente recebeu a visita do seu pastor. Resolveu acabar com o pastor promovendo um grande desfile. Aí, até um poderoso meio midiático se aliou a ele. Seu pastor, chamado Elias, acabou com o desfile e com o próprio meio midiático. De nada adiantou a lição. Acabe con-

tinuou a aliar-se aos poderosos do seu tempo e, pior, passou a usar os esquemas de corrupção e violência dos seus dias para aumentar sua riqueza. Quantos tipos de Acabe temos em nosso Brasil, e como eles têm acabado como Acabe. Certo dia, o rei Acabe disse ao seu orientador espiritual: “Já me achaste, ó inimigo meu?” A resposta foi: “Achei-te; porque te vendeste para fazeres o que é mau perante o Senhor”. Quantos semelhantes a este rei há em nossos dias. Recentemente, li a biografia de um famoso

carnavalesco. Se os cães lamberam o seu sangue não sei, mas morreu vítima de uma moléstia transmitida entre os praticantes da prostituição. A rainha de sua escola de maldade, Jezabel, teve a morte mais desonrosa daqueles dias. Seus restos serviram de pasto aos cães. Concluindo: se Deus é o mesmo ontem e hoje, quão tristes dias o futuro reserva à nossa nação. Oremos por ela, para que não acabe como um filho do povo escolhido acabou, e cujo nome era Acabe. Em uma das Igrejas que tive o privilégio de ser pastor, o

Carnaval foi separado para a evangelização de uma cidade sem Igreja Batista. Ao final de 12 anos, 12 novas Igrejas Batistas. Não é o Carnaval que deve acabar com o crente, é o crente que deve acabar com o Carnaval, como aconteceu na cidade de Maracaí. Não houve desfile nem na segunda, nem na terça, o povo foi ao ginásio assistir a peça musical “O Messias Verdadeiro”. Naquele Carnaval tivemos 151 decisões, e, ao mesmo tempo, levantamos o templo da atual Igreja. O festival do diabo falhou naquele Carnaval.

decisões equivocadas, e um desequilíbrio ameaçador, que geralmente traz complicações sérias que poderíamos chamar de enfermidades espirituais. A desnutrição espiritual não faz parte do projeto divino. Entretanto, pode se manifestar na vida de qualquer pessoa que deixa o projeto de uma vida saudável indicado por Deus. Significa que a desnutrição espiritual é uma consequência de um desleixo pessoal e um comportamento espiritual irresponsável.

A desnutrição espiritual tem neutralizado a missão daquele que um dia assumiu o compromisso com Deus e com a Igreja de Cristo. Ela tem trazido um mal-estar fazendo com que muitas pessoas não sintam mais o sabor da comunhão na comunidade de Deus. Ela tem adoecido tantos que poderiam viver em uma dinâmica abençoadora, mas que estão distantes do propósito divino. A desnutrição espiritual pode ser combatida inicialmente através do autoexame. Ela pode ser combatida atra-

vés da boa alimentação: leitura bíblica sistemática, através do relacionamento sincero com Deus por meio da oração e com pessoas maduras na fé, através da valorização da comunhão na família de Deus e através da confissão de pecados como sinal de quebrantamento diante daquele que tudo pode. Lembre-se de que Deus deseja tratar daqueles que estão desnutridos espiritualmente e que sem saúde espiritual ninguém pode fazer diferença neste mundo.

Desnutrição Espiritual Evaldo Rocha, pastor da Primeira Igreja Batista em Seropédica - SP

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desnutrição é a consequência de uma dieta inapropriada que geralmente ocorre em países subdesenvolvidos, principalmente envolvendo crianças. A desnutrição está relacionada diretamente à má alimentação ou à falta desta. Existem inúmeros motivos que trazem a desnutrição: ausência de uma dieta adequada, problemas

na absorção dos alimentos e problemas preexistentes. A desnutrição espiritual - semelhantemente - é causada por uma dieta espiritual inapropriada: falta de leitura bíblica e oração, afastamento da comunhão na família de Deus, dentre outras posturas que indicam ausência de hábitos espirituais da maturidade. A desnutrição espiritual produz sintomas variados: desânimo e cansaço espiritual, falta de discernimento em relação a vida no cotidiano,


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missões nacionais

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Pregação do Operação Jesus Transforma Evangelho e jiu-jitsu reúne mais de 400 no Projeto Novos voluntários no Sul Sonhos

Redação de Missões Nacionais

A Parte da equipe de voluntários da Trans Sul no culto de comissionamento na Igreja Batista Central, em Porto Alegre - RS

Redação de Missões Nacionais

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iante da necessidade de continuarmos nossos esforços, a fim de expandir o número de vidas salvas por Cristo no Sul de nosso país, mais uma operação Jesus Transforma aconteceu na região, entre os dias 10 e 25 de janeiro. Para iniciar o trabalho foi realizado o culto de comissionamento na Igreja Batista Central de Porto Alegre - RS, que reuniu todos os envolvidos com a programação. O pastor Walter Azevedo foi o orador na ocasião e o irmão Egon, executivo da Convenção Batista do Rio Grande do Sul, deu a palavra de boas vindas. O pastor Fernando Brandão, diretor-executivo da JMN, falou aos voluntários através de um vídeo apresentado durante o comissionamen-

turma de jiu-jitsu do Projeto Novos Sonhos realizou a cerimônia de concessão de grau e troca de faixa. Meninos e meninas que vivem em áreas próximas à cracolândia de São Paulo participam da turma Gold Team Cristolândia, e têm a oportunidade de praticar atividades físicas e também conhecer a Palavra de Deus. O Projeto Novos Sonhos, que faz parte da Cristolândia São Paulo, é um trabalho de prevenção ao uso de drogas, que visa atender crianças que

moram no entorno da cracolândia. O Projeto alia esporte, cultura e a mensagem de Cristo, buscando dar novos rumos aos pequeninos, através de aulas de ballet, música, futebol, alfabetização, entre outras atividades. Por meio do trabalho socioeducativo, muitas crianças têm tido suas histórias de vida transformadas, como duas meninas que foram selecionadas para pleitear uma vaga na melhor escola de ballet do mundo, o Ballet Bolshoi. A história destas crianças foi acompanhada e transmitida pelo programa Fantástico, da Rede Globo de televisão, no dia 19 de outubro de 2014.

Líderes da JMN enviando os voluntários

Equipe da frente de Santa Maria orando pelos voluntários que atuarão em Rosário do Sul

to. A programação de início ainda contou com a presença do pastor Gilnei, missionário de Alianças Estratégicas, que motivou os participantes com uma bela palavra. Ao todo foram mais de 400 voluntários com o mes-

Cerimônia de concessão de grau e troca de faixa dos alunos

mo propósito de ganhar vidas para Deus, divididos em 30 bases espalhadas por grande parte da região sul. Interceda para que esta operação tenha causado impacto relevante para a glória de Deus. Meninos e meninas conhecem a Palavra de Deus através do esporte


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notĂ­cias do brasil batista


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notícias do brasil batista

UMHBB, DENASMHOB e Denagam completam aniversário de organização Ademir Clemente, coordenador Nacional das Sociedades Missionárias de Homens Batistas da União Missionária de Homens Batistas do Brasil “Grandes coisas fez o Senhor por nós e por isso estamos alegres” (Sl 126.3)

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aneiro é um mês de festa para as organizações DENASMHOB - Departamento Nacional de Sociedade Missionária de Homens Batistas do Brasil -, Denagam - Departamento Nacional de Grupo de Ação Missionária - e UMHBB - União Missionária de Homens Batistas do Brasil -, pois é um mês onde cada organização completa o seu aniversário. Eu costumo falar que o nosso histórico como organização é uma bênção de Deus para os Homens Batistas Brasileiros, pela razão que começou e, principalmente, pela necessidade que existia naquela ocasião em evangelizar. A primeira organização masculina batista do Brasil foi criada em 04 de junho de 1916 na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro, com a presença de 11 homens. Após isso, muitos grupos de homens funcionavam em várias Igrejas com diversos nomes: União de Homens, Sociedade Cooperadora de Homens, Departamento Masculino de Evangelização, Gideões, etc. Lembramos com gratidão a Deus pela vida e dedicação dos pioneiros do trabalho batista no Brasil, quando saíam evangelizando pessoalmente, pregando o Evangelho ao ar livre, distribuindo literatura evangélica de casa em casa, organizando e mantendo pontos de pregação, congregações e novas igrejas. O resultado foi a repetição da história da Igreja Primitiva: “Acrescentavam-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.47). 
Em 15 de janeiro de 1944, Francisco Manoel do Nascimento, secretário-geral e tesoureiro da União Geral das Sociedades Cooperadoras de Homens, lançava através da Casa Publicadora Batista, o Pequeno Manual das Sociedades Cooperadoras de Homens com o apoio dos homens das Igrejas Batistas do Rio de Janeiro, dos pastores José de Miranda Pinto, doutor António Neves de Mesquita e Nelson Miranda.
Em 1947, o Departamento Masculino de Atividades Missionárias foi transformado em Divisão Masculina de Atividades Mis-

sionárias, sendo chefiado pelo pastor Edson José Machado.
 Em 1963, os homens adultos sonhavam com uma organização missionária e com a ampliação do trabalho masculino. Foi então oficializada a Sociedade Cooperadora de Homens e preparada a primeira edição do Guia do Cooperador pelos pastores William Alvin Hatton e Edson José Machado, contendo orientação para as SCH. Foi-lhe dado o nome de “Manual das Sociedades Cooperadoras de Homens”. 
 Em 1970, na Convenção em Salvador-BA, foi realiza­da a 1º Assembleia de Homens Batistas do Brasil, marco histórico do inicio de nosso trabalho, sob a direção do irmão Alcides Cunha, hoje pastor. 
Em 23 de janeiro de 1978, a 60ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), reunida em Recife - PE, criou a UMMBB, cujo primeiro presidente foi o doutor Ophir Pereira de Barros e secretário-geral, o irmão Dirceu Amaro. Com a criação da União Masculina Missionária Batista do Bra­sil, atendeu-se ao desejo dos homens batistas de ter uma organiza­ção com uma estrutura própria que pudesse, sob a égide da Con­v enção Batista Brasileira, realizar um trabalho dinâmico e que con­ gregasse, de fato, todos os homens batistas do Brasil. Com isso, as organizações, Embaixadores do Rei (que estava sob a responsabilidade da JUERP) e o Grupo de Ação Missionária (que na época pertencia e Coordenadoria de Educação Religiosa da CBB) passaram a fazer parte da UMMBB. Histórico do DENASMHOB Em 1992, com o crescimento da UMMBB, concluiu-se que na época a SMM - Sociedade Masculina Missionária deveria ser um departamento, assim como Embaixadores do Rei (DENAER) e Grupo de Ação Missionária (Denagam) e não uma União. Este sonho virou uma realidade na Assembleia Anual da UMMBB, realizada no dia 21 de janeiro de 1994, em Aracaju - SE, quando se acatou a sugestão da secretaria-executiva da UMMBB para criar o Departamento Nacional de Sociedades Masculinas Missionárias, sob a sigla Denasom. Nesta mesma ocasião foi trabalhado o nome de um coordenador para estar, assim, coordenando este trabalho. O primeiro coordenador deste Depar-

tamento foi o irmão Oziel Alves Lírio, depois passaram os seguintes irmãos: Antônio Claudino Rodrigues, Edson Ramos de Souza, Jorge Itararé Maravalha (interino), Cláudio Santos e o pastor Nivaldino Cipriano Bastos. Atualmente, o irmão Ademir Clemente ocupa a função de coordenador deste Departamento desde maio de 2002. O objetivo da criação deste órgão é dar suporte à SMHB de sua igreja local, através do DCSMHOBs - Departamento Convencional de Sociedade Missionária de Homens Batistas - e DASMHOBs - Departamento Associacional de Sociedade Missionária de Homens Batistas – pois, assim, como o DENAER trabalha junto aos ERs de todo o Brasil, e o Denagam com os GAMs, o DENASMHOB tem esta função, de trabalhar com esses Departamentos (convencional e associacional) para a sua SMHB, em sua igreja local, através dos DASMHOB, que tem a responsabilidade em trabalhar com as SMHBs de igrejas pertencentes a sua associação e o DCSMHOB, que tem a responsabilidade em trabalhar com os DASMHOBs. Louvamos a Deus pela visão na criação deste Departamento, pois tem sido, ao longo deste ano, uma importante ferramenta para o desenvolvimento das SMHBs de nossas Igrejas Batistas em todo o Brasil. Outra vitória nossa é saber que o trabalho de SHB vem crescendo de tal maneira que, em algumas regiões do nosso país, tem sido criado UHB em nível de região, a exemplo do Sudeste, Nordeste, Centro-oeste e Sul do Brasil, inclusive temos todo ano encontros anuais com os líderes dessas organizações. O segmento da UMHBB é responsável pelo desenvolvimento geral da SMHB em nível nacional, pelo cadastramento dos DCSMHOBs convencionais e DASMHOBs associacionais e SMHB das igrejas locais. Responsável, também, pela formação e treinamento de líderes, cursos de capacitação de lideres de SMHB e desenvolvimento da revista da Homem Batista, pela elaboração de atividades especiais, pela realização de acampamentos, congressos e outras atividades orientadas ou solicitadas pelo secretário-geral da UHBB. Realiza todo ano encontros convencionais de coordenadores de DCSMHOBs, onde tem como meta o planejamento dos trabalhos

por parte de cada coordenador convencional. Apoia e mobiliza os DCSMHOBs convencionais em atividades estaduais e nacionais. Promove a unidade do trabalho de Sociedade de Homens Batistas em todo o país, relacionando-se com as Igrejas sem, contudo, interferir nas atribuições convencionais e associacionais. Na direção do DENASMHOB está o coordenador Nacional, indicado pelo diretor-executivo e homologado pelo Conselho da UMHBB, a quem deve prestar relatórios e informações do Departamento. O que é o Denagam? O Grupo de Ação Missionária é uma organização batista missionária para jovens de 18 a 35 anos, solteiros, membros de uma Igreja Batista. Entretanto, é permitido aos não batizados frequentar suas programações, contudo, sem assumir atribuições. O objetivo principal é fazer missões e ação social dentro da igreja, bem como cooperar com os trabalhos associacionais. Tudo começou em 1967, em atendimento a uma sugestão do DMAM - Departamento Masculino de Atividades Missionárias – para a criação do GAM. Em tempo, também foi lançada a 1ª edição do Guia do GAM, elaborado por Edson José Machado, Willian Alvin Hatton e Antonio Melo Santos. Com a divulgação do Guia do GAM e a promoção efetuada, o trabalho organizado com os moços despertou o interesse de muitas igrejas, principalmente no estado do Rio de Janeiro. O primeiro GAM foi organizado em 21 de janeiro de 1968, na Primeira Igreja Batista daTaquara, no Rio de Janeiro, outros, porém, foram organizados em seguida em várias Igrejas. Em fevereiro de 1968, foi realizado o 1º Acampamento de Moços, no

Sítio do Sossego, no Rio de Janeiro. E, com o entusiasmo dos seus participantes, novos GAMs foram organizados em vários estados. Por falta de um planejamento mais ousado e talvez por falta de promoção, as atividades dos GAMs ficaram restritas apenas às igrejas que já conheciam a organização, resumindo-se em algumas centenas de GAMs espalhados pelo Brasil. Com o passar do tempo, a organização foi se tornando insatisfatória a ponto de algumas pessoas, não satisfeitas com a estrutura denominacional em relação ao programa de educação religiosa da CBB, votarem a extinção da mesma na 70ª assembleia da CBB, realizada em Fortaleza – CE, em janeiro de 1989. Dessa forma, o GAM foi eliminado do programa de educação religiosa. Sem deixar abater-se pelo desânimo e sem contrariar a decisão da CBB, o Conselho de Administração e Coordenação da União Masculina Missionária Batista do Brasil – UMMBB, reunido no dia 03 de abril de 1989, decidiu solicitar à CBB, a reconsideração do assunto e entregou a seu secretário-geral, irmão José Silas Portieri, a responsabilidade de promover novos estudos na faixa etária dos moços e preparar o material necessário para a sua promoção em larga escala, inclusive a elaboração de um Manual da organização; o que efetivamente foi feito no exercício de 1989. A 71ª Assembleia da CBB, realizada em janeiro de 1990, na cidade de Belo Horizonte – MG reconsiderou a proposta de extinção do GAM e votou a sua reorganização. Louvamos a Deus pelas nossas organizações, que tem lutado e permanecido firmes no trabalho masculino de nossos departamentos dentro de suas faixas etárias, abençoando e sendo abençoados nas mais diversas igrejas de nosso país.


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missões mundiais

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Pastores de etnia não alcançada realizam mais de 80 batismos em Burkina Fasso Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

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etnia marka, uma das principais de Burkina Fasso, país na África Ocidental, ainda é considerada não alcançada, apesar de Missões Mundiais já ter missionários atuando entre esse povo. E os primeiros frutos já surgiram. Missionários da JMM no país participaram de um culto com pessoas de várias aldeias. Durante a cerimônia, 83 pessoas foram batizadas. Os primeiros batismos foram realizados pelos pastores Jean e Jacques, pioneiros da etnia marka. “Foi uma alegria ver o pastor Jean e o pastor Jacques, Primeiros pastores da etnia marka, de Burkina Fasso, realizaram os primeiros batismos de seus que se formaram no passa- ministérios do no Seminário Teológico Batista, fazerem os seus primeiros batismos”, conta a missionária Cristiane Oliveira. “No momento, temos mais dois irmãos no Seminário e, até outubro, teremos mais seis. Glória a Deus”, acrescenta. O fim de ano da equipe missionária em Burkina Fasso foi bastante movimentado. Uma das várias atividades desenvolvidas foi o evangelismo no bairro onde fica a Igreja Batista Wend Benedo, na capital Ao todo, 83 pessoas foram batizadas Uagadugu.

“Foi muito especial ver o agir de Deus. Muitas pessoas manifestaram o desejo de seguir a Jesus, porém, apenas duas apareceram no domingo na Igreja para confirmar a decisão. Uma delas apresentou ao pastor todos os ídolos que tinha e os destruiu, quebrando assim seu vínculo com as trevas e iniciando uma nova vida com o Senhor Jesus”, relata a missionária Cristiane. “Ore por essas duas novas irmãs, para que se firmem mesmo diante das provas que enfrentarão”, acrescenta. Para este ano, a missionária deixa uma palavra de esperança: “Ao olharmos o mundo ao redor, somos tentados a nos desencorajar, mas, apesar dos conflitos externos e internos que nos cercam, podemos confirmar que Deus, através do Seu Santo Espírito, encherá o nosso coração de alegria e paz, nos fazendo enxergar o futuro com esperança e fé de que Ele está e sempre estará no controle de todas as coisas”, diz. “Muito obrigada a todos que me acompanharam em 2014 através de oração e ofertas. Entramos em 2015 com muitos desafios na certeza de que Deus vai à frente, nos fortalecendo e nos dando vitória”, conclui.

Um chamado na Assembleia da CBB Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

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m espaço de interação, comunhão e muita informação sobre o que Deus está fazendo no mundo. Assim será o estande de Missões Mundiais na Assembleia da Convenção Batista Brasileira, que este ano acontecerá em Gramado-RS, entre os dias 06 e 10 de fevereiro. Uma grande e funcional estrutura foi projetada para que os convencionais estejam conectados aos campos missionários através da JMM. A agência missionária da CBB para o exterior também marcará presença com a participação de seus líderes nas reuniões de todas as organizações da denominação, na Câmara Setorial de Missões, a ser realizada no sábado, dia 07, e durante a Noite Missionária, que acontecerá na segunda-feira, dia 09. A grande expectativa para este ano é o lançamento dos livros de dois grandes íco-

Pastores João Marcos Barreto Soares, executivo da JMM, e Sócrates Oliveira de Souza, diretor-executivo da CBB são presenças confirmadas na 95ª Assembleia da Convenção

nes de missões transculturais. Analzira Nascimento apresentará sua mais recente publicação: “Evangelização ou Colonização?”. Nele, a missionária mostra que é possível mudar e ousar “jeitos de fazer” missão. E o mais antigo missionário ainda a serviço de Missões Mundiais, pastor

Antonio Galvão, lançará o seu primeiro livro: “Antologia Missionária”. Na obra, o autor fala das suas principais experiências ao longo de mais de quatro décadas em campos como Moçambique, a antiga Rodésia (atual Zimbábue), Espanha, Argentina e Paraguai.

Outro destaque será a Campanha 2015 de Missões Mundiais: “Meu Chamado, Voz de Deus às Nações”. Toda a identidade visual do nosso estande terá a temática da Campanha. O uso da vocação de cada um para anunciar o Evangelho de Cristo aos povos será massificado nas mensagens dos nossos líderes. “Inúmeras vezes a Bíblia nos mostra que Deus nos vocacionou como um povo para louvá-lo, mas principalmente para fazer a Sua mensagem avançar entre as nações. Queremos, nesta campanha, fazer com que os cristãos reflitam que todos nós temos um chamado e, por isso, devemos nos permitir ser usados por Deus”, comenta o pastor João Marcos Barreto Soares, diretor-executivo de Missões Mundiais. Missionários vindos diretamente dos seus respectivos campos para esta Assembleia falarão e mostrarão através de fotos e vídeos como têm sido voz de Deus junto àqueles que clamam por amor, paz,

igualdade e justiça. O casal Ael e Bel, que está no Sudeste da Ásia, falará aos convencionais sobre a experiência de falar de Cristo em um país de grande concentração de povos não alcançados e onde a missão de evangelizar pode representar sérias complicações. Lá eles desenvolvem ações como o Projeto Bíblias para Ásia. Alinhada aos Objetivos do Milênio, definidos pela Organização das Nações Unidas, Missões Mundiais está comprometida em fazer a voz de Deus falar mais alto às nações, mudando histórias de vida. Visite nosso estande na Assembleia da CBB em Gramado ou acompanhe a transmissão pelo site www. batistas.com. Em nossa página no Facebook (www. facebook.com/MissoesMundiais) e nosso site (www. missoesmundiais.com.br), você encontra a cobertura completa da participação de Missões Mundiais neste tradicional evento anual dos batistas brasileiros.


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notícias do brasil batista

Ao vitorioso O Jornal Batista 114 anos de glória

Maria de Oliveira Nery, colaboradora de OJB

“S

eja sobre nós a graça do Senhor nosso Deus e confirma sobre nós a obra de nossas mãos. Sim, confirma a obra de nossas mãos” (Sl 90.17). O Jornal Batista é o órgão oficial da Convenção Batista Brasileira (CBB), semanário, confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. É o porta-voz de mensagens dos ensinamentos bíblicos da Palavra de Deus, para que todos possam encontrar o caminho da salvação. O Jornal Batista ocupa um lugar de destaque nos meios de comunicação em todos os estados do Brasil levando notícias do trabalho de evangelização dos Batistas Brasileiros. O Jornal Batista foi fundado em 10/01/1901 e este ano de 2015 está completando 114 anos de glórias. Foi fundado pelo inesquecível ilustre pastor doutor Willian Edwin Entzminger, de nacionalidade norte americana, nascido no estado da Carolina do Sul, nos EUA, em 25/12/1859. Era casado com a senhora Magie Griffith Entzminger, conhecida como dona Graça e, juntos, contribuíram muito para ganhar o Brasil para Cristo. O pastor W. E. Entzminger chegou ao Brasil em 1891 como missionário enviado pela Junta de Rechmond (Junta de Missões Americana) para colaborar na missão de evangelização do Brasil. A sua dedicação foi muito abençoada e, assim, prestou relevantes trabalhos de evangelização em vários estados do Brasil. Ele amava muito o Brasil e, de todas as suas realizações, algumas merecem ser destacadas, como a organização de igrejas. Pastoreou a Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ por dez anos

em quatro períodos e, em 1917, sentiu o desejo de merecidamente passar a Igreja para o inesquecível pastor doutor Manoel Avelino de Souza. Em 1901 fundou O Jornal Batista como um meio de comunicação evangélica e ocupou o cargo de diretor do Jornal por 19 anos (1901 – 1919). O Jornal Batista foi também dirigido por vários pastores históricos, como diretores efetivos e interinos, alguns brasileiros e outros americanos. Para demonstrar o seu amor pelo Brasil, ele deixou no Cantor Cristão vários hinos de louvor (72 hinos), principalmente o de número 452, “Minha Pátria para Cristo”. Entre muitas qualidades que possuía como servo do Senhor, gostava de promover culto nas praças públicas, transmitindo mensagens e cantando louvores com o propósito de atrair as pessoas para Jesus Cristo. Sentia-se muito feliz porque nasceu no dia 25 de dezembro, dia de Natal, e todos comemoravam o aniversário de Jesus e o seu também. Gostava de dar uma oferta especial para as pessoas pobres da Igreja para comemorar o Natal, como também gostava de dar flores para sua esposa ornamentar a casa onde ele era muito feliz. O pastor W.E. Entzminger viveu 71 anos de glórias e faleceu em 1930 no Brasil, na cidade de Petrópolis – RJ, onde está sepultado. A Deus demos glória por esta vida tão preciosa, assim como a Convenção Batista Brasileira, através do presidente, pastor Luiz Roberto Silvado, do diretor-geral, presado pastor Sócrates Oliveira de Souza e da redatora de O Jornal Batista, a jornalista Paloma Silva Furtado, e demais funcionários, que vêm conservando O Jornal Batista com muita dedicação, proporcionando ao leitor muitas alegrias e prestigiando os colaboradores. Aos

dois jovens gêmeos Ismail Vicente Ferreira e Ismael Vicente Ferreira Júnior que estão, por mais de 15 anos, colaborando na divulgação de O Jornal Batista na Igreja. Eles são membros da Primeira Igreja Batista de Niterói – RJ. O pastor Sócrates é diretor do Jornal

desde 2002 e, este ano de 2015, está completando 13 anos de dedicação ao OJB. Que Deus abençoe a todos que, tão bondosamente, colaboram para que O Jornal Batista seja uma bênção. Ao fundador, pastor doutor Willian Edwin Entzminger ( In Memoriam ), pastor Luiz

Roberto Silvado e o pastor Sócrates Oliveira de Souza dedico esta mensagem bíblica: “Bem-aventurado o homem cuja a força esta em Ti, e em cujo o coração estão os caminhos aplanados” (Sl 84.5). A todos um feliz ano novo de 2015. Amém.


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ponto de vista

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Em Itaperuna - RJ, STBNF cola grau da a 26 turma de bacharel em Teologia e do Curso Técnico de Música Sacra Marcos Vinicio Dias Ribeiro, assessor de imprensa do STBNF

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oi realizada no sábado, dia 13 de dezembro, a cerimônia de colação de grau da 26ª turma de bacharel em Teologia do Seminário Teológico Batista do Noroeste Fluminense (STBNF), no templo da Primeira Igreja Batista de Itaperuna, no noroeste Fluminense. O STBNF é referência no ensino teológico em Itaperuna e na região, bem como de parte da Zona da Mata de Minas Gerais e do sul do Espírito Santo. Também foi realizada a formatura de mais uma turma do Curso Técnico de Música Sacra. Os formandos homenagearam a professora Kátia Luci Botelho da Silva Brum, dando-lhe o seu nome à turma. O pastor Marcus Gomes Salomé, presidente da Associação Batista Extremo Norte Fluminense (ABENF), da Associação Batista Itaperunense de Educação Teológica (ABIET) e diretor interino do Seminário, falou em nome das 49 Igrejas Batistas da região abençoando a cada formando. “Em nome da ABIET e da ABENF, quero dar os parabéns aos formandos, tendo a certeza de que Deus tem preparado um ministério para cada um. E que neste momento começa esta vida ministerial e tudo aquilo que Deus preparou e planejou para cada um de vocês”, disse o pastor Salomé. O Paraninfo na solenidade foi o pastor Josué Pereira Brum, que é pastor da Igreja Batista do Loteamento Boa Fortuna, em Itaperuna - RJ, que proferiu o seu sermão baseado no chamado de Eliseu com o tema: “Um santo homem de Deus deixa um rastro de santidade”. Na mensagem, o pastor Josué destacou a vida de Eliseu, sua relação com Elias, sua submissão à vontade de Deus e sua dependência da direção do Pai em seu ministério. O aluno Raphael Guimarães foi eleito o aluno mais bem aplicado no ano de 2014 no STBNF, conforme indicou a computação de seu aproveitamento nas matérias ministradas em seu período. O orador da 26ª Turma do STBNF foi o aluno Ronaldo de Oliveira Motta, que destacou os desafios, as lutas e vitórias do apóstolo Paulo como exem-

Alunos da 26ª turma de bacharel em Teologia do STBNF

Pastor Carlos Roberto de Oliveira Jr. assumiu a direção do STBNF abençoado pelos pastores presentes na colação de grau

plo para seguir como cristãos e para quem foi chamado para o ministério da Palavra. Após a diplomação, os formandos fizeram o tradicional juramento no comando do seminarista Leanderson Zanon Nunes. Após a solenidade de entrega dos diplomas a cada um dos formandos, foi dada a posse ao pastor Carlos Roberto de Oliveira Jr., que assume a diretoria do STBNF. Os pastores presentes oraram e pediram as bênçãos de Deus sobre a vida do novo diretor. O pastor Ezequiel Pimentel de Mattos dirigiu a oração.

se encontra até os dias de hoje com uma das melhores infraestruturas de ensino teológico do estado do Rio de Janeiro. O STBNF também foi dirigido pelo pastor Rômulo Vinicius Dias, que com o seu trabalho, conseguiu trazer a convalidação para bacharéis em Teologia e o mestrado, além de lançar o Congresso Regional de Teologia para pastores e líderes. Hoje o STBNF tem em seus quadros professores capacita-

e a sede foi transferida para a Primeira Igreja Batista de Itaperuna - RJ à Avenida Cardoso Moreira, 691, no Centro da cidade. Ali contou com condições mais adequadas para aquela realidade, visto que, já contava com quatro turmas no curso de Teologia. O STBNF posteriormente transferiu-se para a sua sede própria à Rua Thomáz Teixeira dos Santos, 148, bairro Cidade Nova, em Itaperuna - RJ, onde

Tempo de festa para os Batistas capixabas

Um pouco da história do STBNF Criado em 29 de junho de 1985, idealizado pelos pastores Gessy Frutuoso, Edmar Pereira da Silva e Heitor Antônio da Silva para atender às igrejas evangélicas do noroeste Fluminense na formação de pastores, educadores e líderes para o trabalho eclesiástico, o Seminário nasceu como o nome de Faculdade Teológica Batista de Itaperuna (FATEBI), passou a se chamar Seminário Teológico Batista de Itaperuna (SETEBI) e, finalmente, por sua abrangência, se tornou o Seminário Teológico Batista do noroeste Fluminense (STBNF) e tem se despontado no ensino teológico pelo compromisso com uma boa formação. Fazendo parte, assim, da Associação Batista Itaperunense de Educação Teológica (ABIET), que está inserida na Associação Batista do Extremo Norte Fluminense (ABENF). No início, sob a direção do pastor Heitor Antônio da Silva, o STBNF teve como sede a Segunda Igreja Batista de Itaperuna - RJ, na Rua Jaime Porto, 292, bairro Niterói, e ali funcionou até o ano de 1990. Naquele ano assumiu a direção o pastor Paulo Zarro de Freitas

dos, uma rica biblioteca para atender aos alunos, um completo laboratório de informática para auxiliar ainda mais a capacitação dos que ali ingressam e procura a cada dia se aperfeiçoar para oferecer aos seus acadêmicos e aos professores uma melhor estrutura de maneira a alcançar a excelência no ensino teológico. Para contatos com o STBNF: Tel (22-3823-8335) ou pelo email: secretaria@seminarioteologico.org.br.

Débora Cardoso, coordenadora do Ministério de Educação da Convenção Batista Capixaba

O

s batistas capixabas celebraram com alegria a chegada do novo diretor-geral no dia 19 de dezembro na Igreja Batista em Mata da Praia, em Vitória - ES. Na ocasião, o coro de homens cantores de Vitória contribuiu com adoração junto do ministério de adoração da AMBEES. A mensagem foi trazida pelo pastor Washington Pereira Viana, da Primeira Igreja Batista em Bento Ferreira - ES. Se fizeram presentes representantes da Junta de Missões Nacionais e Mundiais, presidente da Juventude Batista Brasileira e diretor-executivo da Convenção Batista Carioca. A condução do culto foi realizada pelo presidente da CBEES, pastor Doronézio Pedro de Andrade. Além do momento solene de posse, que reuniu mais de 200 pastores presentes, o novo diretor, pastor Diego Bravim, recebeu da Assembleia

Legislativa, pelas mãos do deputado Esmael Almeida, a comenda Loren Reno. Ele foi o diretor-geral mais novo a receber esta homenagem pelos serviços prestados ao estado do Espírito Santo. O pastor Diego é capixaba e sua trajetória ministerial é re-

conhecida de forma legitima. O pastor foi presidente da Juventude Batista Brasileira, diretor-executivo da Juventude Batista Capixaba, pastor auxiliar na Primeira Igreja Batista em Bento Ferreira - ES e na Primeira Igreja Batista de Cachoeiro de Itapemirim - ES.


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ponto de vista

Uma reflexão à luz da barbárie na Revista Charlie Hebdo

O

dia 07 de janeiro de 2015 ficará marcado na história como o maior ataque à liberdade de imprensa. Doze pessoas foram assassinadas, entre elas o diretor da Revista e quatro chargistas conhecidíssimos no mundo, que trabalhavam na Revista Charlie Hebdo, em Paris. Dois terroristas ligados a Al Qaeda entraram no prédio da Revista e executaram barbaramente os chargistas e outros funcionários da empresa. Sabemos que os extremistas islâmicos estão dispostos a matarem e morrerem por sua crença em um deus vingativo e déspota. A religião islâmica é extremada, impaciente e violenta. Atacam todos aqueles que “ferem” a sua crença. Há um trabalho muito intenso de “evangelizar” o máximo de pessoas em todo o mundo e “convertê-las” ao islamismo. A religião islâmica é preconceituosa e implacável. Os países islâmicos não admitem a liberdade de outros credos em seus territórios, mas querem liberdade nos territórios alheios para onde se dirigem seus “missionários” e cidadãos que buscam trabalho. Os sunitas e os xiitas

são inimigos, lutam entre si, e de forma bárbara. Eles estão crescendo muito na Europa e já chegaram também na América Latina. O ataque à Revista Charlie Hebdo é uma demonstração do que os extremistas islâmicos são capazes de fazer, como acontece em áreas da Síria e do Iraque dominadas pelo Exército Islâmico, formado por homens sanguinários que matam mulheres e crianças. Temos visto as atrocidades cometidas por esse exército aos cristãos e outros grupos que não professam o seu credo. A religião é um sistema de escravidão, vingativo e destruidor. Ela enfatiza o mérito humano em detrimento da graça divina. O homem vale pelas obras que faz. O deus do islamismo é um deus legalista, intransigente e implacável. Alá é o deus do islamismo, o Corão é o seu livro-texto e Maomé o seu maior profeta. O Islamismo professa a “guerra santa” e o seu alvo é conquistar o mundo para Alá utilizando estratégias diversas. A barbárie ocorrida na Revista Charlie Hebdo é uma demonstração da violência e do espírito assassino que

é fortíssimo no extremismo islâmico. A religião muçulmana não admite qualquer brincadeira com Alá, o Corão e Maomé. Temos o exemplo de Salman Rushdie, escritor britânico de origem indiana, que, por causa dos versos satânicos (uma interpretação jocosa de alguns versos do Corão) foi condenado à morte pelo aiatolá Khomeini, do Irã. Até hoje ele vive escondido e protegido pela Polícia britânica. Esta atitude é de gente medíocre, extremada, preconceituosa, intolerante e com um espírito assassino. O Senhor Jesus Cristo, o Deus encarnado, em nenhum momento respondeu com violência as provocações, humilhações, sofrimento atroz, e, finalmente, a morte pelos judeus e romanos. Sendo Deus, se entregou por nós na cruz e nos ensinou a amar os nossos inimigos, a bendizer os que nos maldizem e abençoar os que nos amaldiçoam e a perdoar os que nos ofendem e nos odeiam, como relata Mateus 5.43-48. O cristianismo autêntico está na contramão do islamismo em todas as suas formas. Nós, cristãos, não seguimos uma religião, mas seguimos e

servimos a Jesus Cristo, nosso Salvador e Senhor – Aquele que voluntariamente morreu por nós na cruz, nos ensinou a amar, a tolerar os contrários e viver em paz com todos. Ele disse: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Aquele que nasceu de novo vive uma vida de amor e compaixão; solidariedade e serviço; alegria e contentamento; paz e convivência amistosa. Paulo sofreu perseguição, foi atacado, esbofeteado, chicoteado, mas não revidou. Para ele, sofrer por Cristo era um privilégio, uma honra. Ele nunca promoveu extremismo, violência, intolerância, vingança e nem agressão. A sua pregação consistia em testemunhar da Obra de Cristo na cruz e na ressurreição. O seu assunto era Jesus Cristo e este crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gregos (I Co 1.12; 2.1-5). Então, o Antigo e o Novo Testamento revelam um Deus de amor, que nos desafiou a amá-lO de todo o coração, alma, entendimento e com todas as forças, e ao próximo como a nós mesmos. A verdadeira fé não agride, não mata, não age com intolerância, não rejeita, não atua

com preconceito, mas ama sempre apresentado a verdade que é Cristo Jesus, que liberta do jugo da religião. Lá da cruz, sofrendo dores terríveis por nós, que não suportaríamos, ele disse: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”. O Mestre era cheio de amor, ternura e aceitação para com o perdido, devasso, maltrapilho e pródigo. Ele não aceita as pessoas por mérito delas, mas pela graça mediante a fé no Seu sacrifício na cruz. Cristãos genuínos, mesmo sendo criticados, vilipendiados, perseguidos pelos cartunistas de Paris ou qualquer outro grupo, jamais reagiriam como os terroristas islâmicos. Devemos barrar a intolerância pelo amor e pela aplicação da lei. Não podemos aceitar qualquer tipo de violência, de ataque aos que pensam diferente de nós. O ataque à Revista Charlie Hebdo deve ser condenado veementemente pelas pessoas de bem. Os terroristas devem ser exemplarmente presos e condenados pelas leis da França. Os nossos protestos devem ser pacíficos. Não devemos ser vingativos, mas vivermos em amor como Cristo Jesus, nosso Senhor.

observatório batista LOURENÇO STELIO REGA

N

o próximo mês de junho minha esposa e eu completaremos 38 anos de ministério. Neste período temos servido a denominação por diversas formas, seja no ministério pastoral, seja na área institucional ou denominacional. Temos notado que ao longo do tempo tem havido alterações profundas na configuração do ministério, seja pastoral, seja em outras áreas. Já presenciamos pastores e famílias passando necessidade sem o devido cuidado da igreja, como já vimos também pastores abusando de sua autoridade e avançando sobre avenidas que colocam em risco a credibilidade do ministério. Em um caso, depois da posse do pastor, uma Igreja comunicou-lhe que o seu salário seria calculado por produtividade, como se fosse possível esta forma de cálcu-

lo na atividade ministerial. Na época da CPMF, em vez de pagar o sustento com um cheque da tesouraria, uma Igreja pagava seu pastor com os cheques dos dízimos e contribuições. Indagado, o tesoureiro afirmou que a Igreja não queria ter o prejuízo em ter de pagar a CPMF. Mas também soubemos de uma situação de quase despejo de uma esposa viúva de pastor cerca de 15 dias após o sepultamento de seu marido, por conta de uma pressão da Igreja para que ela desocupasse a casa pastoral. Claro que há líderes de igrejas que se incomodam também com pastores que ficam o dia todo na internet participando de listas ou enviando e-mails para amigos, ou quando seus pastores ainda estão de pijama ao meio-dia, ou mesmo com pastores que acabam tendo uma circularidade de liderança a cada dois ou três anos, pois

Ministério: relação de emprego ou de trabalho? ninguém aguenta trabalhar diante de sua arrogância, empáfia ou autoritarismo. Como lidar com tudo isso? Digno é o trabalhador do seu salário, diz o apóstolo em I Timóteo 5.18 e, ao que trabalha, o salário não deve ser considerado como favor, mas como dívida, de acordo com Romanos 4.4. Temos aqui uma relação de emprego em que devem ser considerados o vínculo entre quem trabalha e quem concede a oportunidade de trabalho. Claro que o ministério pastoral não é um emprego, mas, em termos gerais, há uma relação de emprego no sentido de compromissos acordados e a serem atendidos, um valor combinado em troca do trabalho e dedicação, princípios que regem a admissão e finalização do atendimento ministerial; direitos acordados, tais como, plano de saúde, moradia, verbas adicionais, fundo de garan-

tia de tempo ministerial, férias, reajustes periódicos dos valores recebidos, etc. Mas também há de ser considerada a relação de trabalho que aqui representa as ações que caracterizam o atendimento ministerial, incluindo-se a atenção do ministro no serviço à sua igreja que identifica o fato e a natureza do ministério pastoral, educacional, musical, missionário, etc. Neste caso, espera-se a dedicação com qualidade e afinco, de modo que o ministro seja considerado dentro de um ambiente receptivo e de respeito. A relação de trabalho inclui inevitavelmente a relação e emprego. Qual deve ser a prioridade de um pastor ou ministro? Penso que as duas relações são importantes e entendendo que a relação de trabalho acabará sendo priorizada muitas vezes, pois é incalculável o valor do trabalho ministerial. Como mensurar

em uma escala de valores todo atendimento (durante o dia e de madrugada) que é realizado por um pastor? E que muitas vezes deve ficar sob o manto do sigilo por conta do tratamento de assuntos pessoais e íntimos de membros das igrejas. Quando um ministro encara seu trabalho acima de sua relação de emprego estará pronto para ajudar a igreja, denominação e instituições a passar por momentos de transição e mesmo de crises. Aliás, são nestas horas que demonstramos nosso compromisso com nosso Mestre, Rei e Proprietário, pois ser ministro em momentos de calmaria é até fácil. Afinal, as igrejas, o ministério e a denominação necessita cada vez mais de ministros corajosos e que estejam dispostos a cimentar momentos cada vez melhores para nosso ambiente. Você está neste grupo de ministros?


o jornal batista – domingo, 25/01/15

ponto de vista

Autoridade dos filhos

Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

O

filho roqueiro, de 16 anos, de um pastor de uma determinada Igreja, queria muito dirigir o carro do pai. Esperou o melhor momento e fez o pedido, alegando que os genitores dos seus colegas de escola permitiam breves passeios. Depois de refletir, o religioso responde: “Filho, vamos fazer o seguinte: você melhora suas notas na escola, estuda a Bíblia todos os dias e corta esses cabelos, que estão muito compridos, aí voltamos a conversar sobre esse assunto”.

Um mês depois, o rapaz volta a cobrar se pode dar uma voltinha de carro. O pastor, serenamente, comenta: “Filho, estou realmente orgulhoso de você, pois dobrou suas notas no colégio e tem estudado com afinco a Palavra de Deus, mas reparei que não cortou os cabelos!”. O rapaz retruca, apresentando ótimo argumento: “Papai, lendo a Bíblia fiquei intrigado, pois Sansão usava cabelos longos e Noé, também. Até Jesus tinha cabelos compridos! E sei que todos eram boas pessoas”. O genitor concluiu: “Puxa, meu garoto, você tem toda razão, e olha, todos eles andavam muito a pé”. O jo-

vem, meio sem jeito, baixou a cabeça, pegou os livros e foi para a escola. Diante da narrativa do especialista em segurança Jorge Lordello, ressalto duas coisas importantes que deixamos para trás na educação das crianças: a inteligência pessoal e a sabedoria de Deus. No parâmetro enfocado hoje, é difícil dizer quem realmente manda em casa. A autoridade já não é mais patriarcal, ou seja, não é ensinada pelo exemplo paterno, que evidentemente é quase nulo. A sociedade atual é a mais indulgente, a que mais tolera os abusos dos filhos desde a fundação do mundo. Sem dú-

vida, também, essa é a geração mais rica e que menos trabalha - pelos menos, no pesado – ao longo dos séculos. Quando eu era pequeno, levava o almoço do meu pai no seu honrado trabalho de pedreiro. Colocava em um embornal, amarrava na rabeira da bicicleta e partia. Hoje, a criança não pode nem lavar os pratos em casa que os pais podem ser presos. Estão sendo criadas leis esdrúxulas. Nenhuma geração teve tanto tempo para se divertir e jogar seu tempo no lixo como agora. Exemplo: passam-se horas na frente de um computador, celular ou tablet, nem sempre se alimentado de coisas boas e edificantes; com vitaminas para a alma. Os pais têm dado tudo para os filhos e, em contrapartida, eles continuam querendo mais e mais. Esse é o ponto de desequilíbrio. Desta forma, criou-se uma juventude rebelde, insatisfeita e acomodada - quase sempre mal-humorada -, e que tem quase tudo e ainda reclama. Como pais, ficamos abestalhados, dizendo: “Ah, a juventude é assim mesmo. Isso é normal”. Esse é outro erro que poucos admitem. Um filósofo contemporâneo diz que “Tudo é fruto das famílias pequenas”. Aqui no Brasil elas encolheram ao longo do tempo. Há 40 anos uma família, em média, era composta por pai, mãe e seis filhos. No começo deste século caiu para 1,6 filhos, segundo o IBGE. Ouvi um pastor dizendo em um sermão que nos anos 70 se ele estivesse sentado à mesa de jantar e dissesse: “Meu bife está duro, cheio de nervos”, meu irmão que estava do lado, dizia: “Passa pra cá!” e ele ficava sem comer. A refeição era feita de maneira igual para todos. Não tinha como a família se moldar a alguém. Hoje,

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a mãe tem que fazer um alimento para um filho diferente do outro. Ela, a mãe, tem que se adequar às crianças egoístas e comodistas; tem que fazer coisas diferentes por causa de filhos manhosos. A vaidade também tomou conta das “mamães”. Algumas chegam a admitir que não querem ter mais filhos “Porque a amamentação deixa os peitos caídos”. Pode? Não querendo ser machista, mas, vamos ser francos, a maioria só pensa em emagrecer e ficar bela, achando que um dia o espelho mentirá para elas, escondendo os pés-de-galinha. Voltemos aos jovens: eles vão ficando, ficando, achando que são os donos da casa do papai. Assim, tem gente com 35 anos sem saber que profissão seguir, “encostada” nos “véios”. Mais adiante acaba quebrando a cara no serviço achando que a empresa em que “trabalha”, por exemplo, tem a obrigação de pagar tudo; tem que pintar até a parede do escritório de azul porque é a sua cor preferida. Uma ousada suposição. O mais admirável é o que tem acontecido quando alguns destes jovens resolvem contrair matrimônio. Para espanto geral, tem novos casais se separando porque um dos parceiros é viciado em videogames. Parece impossível, ridículo isso, mas está ocorrendo. Não é inusitado? Um casamento acabar porque maridos “esticam o chiclete” da adolescência e ficam horas jogando videogames. Não é demais?! É o fim da picada. Sem limites, indisciplinados, egoístas. Assim, muitos jovens são vistos também nas escolas. Seus professores estão sendo ameaçados e até agredidos. Voltarei ao assunto porque isso incomoda o meu coração e, por certo, o de Deus também.



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