ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 11/02/18
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Ano CXVII Edição 06 Domingo, 11.02.2018 R$ 3,20
Fundado em 1901
Carnaval, tempo de espalhar o amor de Deus pelo Brasil! “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. II Timóteo 4.2 Missões Nacionais
Notícias do Brasil Batista
Ex dependente químico, pastor prega pela primeira vez na Cristolândia SP
PIEB Pinda - SP realiza “Semana de Oração”
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Notícias do Brasil Batista
Coluna Observatório Batista
PIB Nova Aurora - RJ promove capacitação de líderes
O artigo desta semana é: A maior prioridade de Deus - a vida (parte 2)
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reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189
“Não podemos deixar de falar”
PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.batistas.com A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida
“Mas, respondendo, Pedro e João lhes disseram: Julgai se é justo diante de Deus dar ouvidos a vós e não a Deus, pois não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (At 4.19-20)
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s recentes acontecimentos no nosso país vizinho, a Bolívia, quanto da edição do art. 88 do código criminal, independente do mérito, leva-nos a refletir sobre nossa forma de atuação no Reino de Deus. Com certeza, as tentativas de calar os discípulos de Jesus, como aconteceu com Pedro e João, lá no primeiro século e nos seguintes de diversas formas e ocasiões, continuam a acontecer nos dias atuais. Isso deixa claro que a coragem e intrepi-
dez de Pedro e João tem que ser também a nossa, pois os motivos das tentativas de calar os discípulos em anunciar a redenção da humanidade, por meio do sacrifício de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo são os mesmos. As formas e os meios podem se apresentar diferentes, mas os motivos são os mesmos. O crescimento da iniquidade, da incredulidade, da desesperança, propagado pelos meios e sistemas modernos de comunicação e interação de hoje. Esses meios devem, de igual modo, ser usados pelos discípulos de Jesus também na proclamação da Verdade que liberta. Não há porque nos retrairmos, nos isolarmos ou mesmo não termos a coragem de usar as redes sociais, os mecanismos
Ca do rtas s ed ito r@ lei ba to tis tas re .co s m
As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome completo, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser encaminhadas por e-mail (editor@batistas.com), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).
! Aviso importante
de divulgação, para continuar falando das coisas que vimos e ouvimos, das transformações de vidas e vidas por meio do Evangelho. A velocidade com que os acontecimentos e fatos são divulgados atualmente é impressionante; muitas vezes é até difícil de aceitar como real, mas esta é uma realidade que não tem mais volta e, a cada dia, novos mecanismos e processos surgirão, e outros que já existem, mas ainda não se popularizaram, aumentarão o alcance das pessoas anunciando e divulgando muitas coisas que não edificam, que não produzem verdadeira transformação. Mas nós conhecemos e temos em nossas mãos as Boas Novas de salvação; temos a esperança única para os
desalentados, para os tristes, para todas as horas e para a vida eterna. O apóstolo Paulo usou todas as estratégias para alcançar e transformar as pessoas e suas cidades. Nós cremos e anunciamos o Evangelho como poder de Deus que pode transpor as barreiras geográficas, principalmente por meio destes meios de divulgação. É tempo de colocarmos em prática o conselho do apóstolo a Timóteo: “prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e exorta com toda paciência e ensino.” (II Tm 4.2). O tempo chegou e agora é hora de fazer discípulos, pois não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos, pois elas são para a vida, para uma vida plena e cheia da verdadeira alegria.
Carta ao OJB alusiva ao falecimento do professor Roberto Alves
em ajudar, de forma saudável, seus alunos, sempre de bem com a vida, semblante alegre; por trás do que escondia tanta competência! A família, Igreja e nossa Comunidade Teológica, Cristã e em particular Batista, está enlutada e com uma lacuna insuperável a ser preenchida. Meu caro Mestre! Deixou-me comovido.
Foi com extremo pesar que ao folhear o Jornal Batista de 21 de janeiro de 2018, deparei-me com o registro do falecimento de meu querido professor, pastor, mestre e doutor Roberto Alves de Souza. Fiquei por deveras consternado, por se tratar de um homem manso, amigo, pronto
Izaquiel Moraes, pastor
A partir da primeira edição de O Jornal Batista do ano de 2018, todas as Igrejas vinculadas à Convenção Batista Brasileira passarão a receber o OJB apenas em formato digital. Pedimos que a liderança das Igrejas atualizem os seus cadastros de e-mail, para evitarmos equívocos.
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bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES
Abatido
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dmiro o apóstolo Paulo. Sua capacidade em retirar forças e ânimo das situações adversas da vida. Diz ele que aprendeu o segredo de transformar os momentos amargos em fontes de água doce: “Já aprendi” (Filipenses 4.11). Sem lamúrias ou revoltas aprendeu a mudar e reverter o quadro de abatimento em algo positivo. O aprendizado foi fruto de instrução (Filipenses 4.12), o que significa uma longa caminhada para absorver o dia mal e transformá-lo em algo alegre. Reverter o abatimento por estímulo à gratidão. Não é fácil assim proceder. Nem
sempre temos à disposição um lenho para ser lançado sobre as águas amargas de Mara. É preciso aprender que o Senhor muda o sabor das águas amargas, apesar das murmurações e irritações tão comuns na peregrinação diária. Essa caminhada com Deus requer do salvo disposição em ver o invisível, convicto que Deus continua controlando todas as coisas. Por isso deve ser glorificado. Vários foram os momentos em que o ânimo do apóstolo sofreu abatimento. Os métodos do Senhor para reverter o abatimento são variáveis. Deus usou Tito para levar consolo ao apóstolo (II Corín-
tios 7.6). A fonte de consolo não era humana, mas o uso que Deus faz para alimentá-la e estimular seus filhos é sempre orientada pelo Espírito Santo (II Coríntios 1.3-5). Ao examinar o nosso coração triste, Deus sabe qual a dose certa de conforto a ser ministrada. O Senhor sempre prescreve a dose certa e o Espírito Santo manipula corretamente o que precisamos. Podemos até não entender, mas, o remédio aplicado é o ideal. No caso de Elias quando abatido, e com razão, Deus prescreveu-lhe ficar solitário, à beira de um regato recebendo alimentação dos corvos. Mais tarde, Deus providen-
ciou-lhe uma pobre viúva, pobre com uma botija de azeite e um punhado de farinha na panela para alimentá-lo. Em convalescença, Deus usa um anjo para oferecer-lhe comida mais suculenta: pão e carne. O Senhor o introduz na caverna capacitando-o a ouvir a voz mansa e delicada que sempre brota dos lábios divinos. Há um processo que precisa ser seguido para conduzi-lo à missão. Novamente, Deus usa pessoa, Eliseu, para acompanhar o profeta abatido. Aprendemos que todos os recursos utilizados por Deus são importantes. Em todos eles, o que mais toca o coração do
abatido é a voz mansa e suave do Senhor. A tranquilidade não falha. Ela nos auxilia a ouvir a voz do coração. A refletir e aceitar a verdade que Deus conhece a causa do nosso estado triste. Passamos a depender da Graça abundante de Cristo que extravasa aos borbotões e preenche todos os anelos da alma. Qualquer que seja o resultado, persiste a certeza que a esperança não falha e logo estaremos com o Senhor. Livres de todo abatimento, a usufruir a gloriosa presença de Cristo. Enquanto aguardamos, somos desafiados a viver a alegria gerada pelo Espírito Santo, que não falha.
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GOTAS BÍBLICAS
Onde está a sua alegria?
NA ATUALIDADE
OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia
Como mortos para o pecado eligião, de acordo com a postura bíblica, não é recitar litúrgico de uma declaração de fé. A Bíblia nos ensina a “viver em Cristo”, em nossa realidade diária. “Assim, também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 6.11) “Viver em Cristo” significa mudar a nossa história, levando a sério nosso antes de Cristo e o nosso depois de Cristo. O apóstolo Paulo descobriu, pela prática, que a essência do Reino de Deus em nós é
o vivermos de acordo com o senhorio de Cristo. Paulo tinha pós-doutorado em praticar os ritos da Lei de Moisés. Por isso, o impacto de seu encontro pessoal com Cristo foi tão profundo e transformador, que ele corajosamente passou a tratar a religiosidade das tradições como “lixo”. Este é o teste: nossa vida religiosa não é suficiente para nos libertar de nossa vida em pecado? Se esta é nossa realidade, temos um lixo para jogar fora. O que Jesus nos dá é “vida em abundância”. Cristo em nós é o único poder que nos liberta do pecado. O negócio não é lutar contra o pecado. O negócio é viver com Cristo e em Cristo, cuja vida elimina nosso pecado. “Mortos para o pecado” é exatamente isso.
e a cidade dos homens – A primeira, que proporciona a alegria verdadeira, citada pelo apóstolo Paulo: A alegria do Senhor é a nossa força (Filipenses 4.4); a outra cidade, a dos homens, vende ilusões, é apoiada pelas forças do mal, representado pelo deus deste século, Satanás, que apresenta alegria, bem-estar pessoal, no entanto, é passageira, cujo desfecho final é a ruína e a morte. Comprometidos com o Reino de Deus é derivado de
empenhar-se ou aplicar-se diligentemente na obra do Mestre, e no chamado mês da “alegria”, os servos do Rei Jesus são convocados para espalhar com ardor, gratidão, amor e, principalmente, com a alegria verdadeira que nasce no coração de todos que confessam Jesus Cristo, Senhor, Mestre e Salvador de suas vidas. Aproveitemos com grande empenho esse “curto” mês de fevereiro para vivermos e proclamar a mensagem libertadora do Reino de Deus.
“Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 6.11)
Rogério Araújo (Rofa), colaborador de OJB, escritor, jornalista e diácono da Igreja Batista de Neves - São Gonçalo - RJ
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uando se aproxima a “Folia de Momo”, o Carnaval, a alegria parece tomar conta das pessoas como se fosse algo que invadisse sua vida. Mas será que essa é uma alegria duradoura ou apenas passageira, com muitos risos soltos?
Alegrar-se com bebidas, batuques, rebolados, pula-pula… e depois vem a ressaca cobrando o preço da “folia” nos dias do Carnaval, que só pode acabar em cinzas, como na 4ª feira, quando tudo termina. O homem vive muitas alegrias na vida, mas parece que a maioria delas não acontece de fato e, sim, por algum tempo e muito curto ainda por cima. Deus tem um plano muito melhor para cada um e deseja trazer a alegria eterna para o
homem. E para ser feliz, não por alguns dias, mas para sempre, e não viver nos prazeres da carne, mas os prazeres divinos em sua existência. Jesus disse: “no mundo terei aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33). O mestre deseja que levemos uma vida plena, de alegria, amor e muita fé no Pai que está no céu vendo-nos e nos orientando em tudo. Um forte abraço, irmãos! E boa viagem ou descanso nestes dias.
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Comprometidos com o Reino de Deus anunciemos Sua palavra Levir Perea Merlo, pastor, colaborador de OJB “No entanto, os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra.” (At 8.4)
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Igreja cristã está começando a sua missão de proclamar o Reino de Deus. O livro de Atos nos revela a dinâmica da Igreja do Senhor no primeiro século. Ensinos, milagres, proclamação, de-
safios e lutas. O capítulo 08 de Atos pode ser entendido melhor com a leitura atenciosa do capítulo 07. Ali, temos o testemunho ardoroso de Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, escolhido para ser diácono (Atos 6.5); mostra também em detalhes a atuação e o martírio de Estêvão, que era comprometido e vivia a marcante experiência da proclamação do Reino de Deus. Estêvão, o primeiro mártir do cristianismo foi elevado aos céus anunciando a Palavra,
porque era comprometido com o Senhor Jesus Cristo. O mês de fevereiro é lembrado principalmente pela festa do carnaval, ou “festival da carne”. O objetivo desta “festa” é muito claro, proporcionar “alegria” aos seus “súditos”, e, para isso, existe até o rei Momo. Além do mais, proporciona a “alegria” dos comerciantes e uma cadeia de vários outros empreendimentos. Agostinho declara que existem duas cidades que se confrontam: a cidade de Deus
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A sabedoria do alto é sem parcialidade Rubin Slobodticov, pastor, colaborador de OJB
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sabedoria que vem do alto, é, primeiramente, (1) pura, depois (2) pacífica, (3) amável (moderada), (4) tratável (compreensiva), (5) cheia de misericórdia e de bons frutos, (6) sem parcialidades (imparcial), e (7) sem hipocrisia (sincera)”. A ênfase é: sabedoria sem parcialidades ou imparcial. Deus agiu com imparcialidade ao destinar Sua palavra e salvação a todos os povos.
Pedro reconheceu a sabedoria imparcial do Senhor ao assegurar: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável” (At 10.34-35). Ao lidar com Timóteo em face das denúncias de pecados, Paulo orientou o jovem pastor como tratar da situação: “Conjuro-te, perante Deus, e Cristo Jesus, e os anjos eleitos, que guardes estes conselhos, sem prevenção, nada fazendo com parcialidade” (I Tm 5.21).
Tiago aprendeu, com a sabedoria que vem do alto, como tratar sem parcialidade as pessoas nas mais diversas situações. Como aplicá-la? Primeiro, com pleno conhecimento de causa. Pais que conhecem bem a seus próprios filhos, tratam sem parcialidade a todos. Sabedoria imparcial não engrandece ou defende um filho contra o outro. Tratamento com parcialidade gera mais problema para a família. Segundo, com pleno conhecimento do que se diz. Agir imparcialmente para
com os irmãos de fé deve ser regra. A discriminação entre ricos e pobres, cultos e iletrados, os que possuem posição de liderança e os que não possuem deve ser tratada sem parcialidade, isto é, sem preferir uns em desfavor de outros. Esse trato reflete a sabedoria que vem do alto, ao praticar a palavra certa na hora certa. Terceiro, com sabedoria no aplicar disciplina e correção. A régua que corrige o próprio filho não deve ser a mesma para com “filho” dos outros. Assim como corrigir pessoas
consideradas menos importantes e relutar em repreender erros eventualmente cometidos pelos líderes (I Timóteo 5. 19 - 21; II Samuel 12. 1-15 Natã corrige o Rei; Gálatas 2. 11 - 14: Paulo repreendeu a Cefas, Pedro). Crentes ajustados praticam a sabedoria que vem do alto sem parcialidades. Por isso, sabem se adequar as mais diversas circunstâncias e resolver situações conflitantes. Que a Igreja tenha mais membros que continuem a fazer parte desta Igreja acolhedora com sabedoria imparcial.
manhã. Um dia, ao voltarem ao local onde a deixaram, não a encontraram. Dois meses depois, o dono do carro começou a sofrer de depressão. Teve problemas de estômago. Morreu seis meses depois do furto. Digamos que os ladrões tenham roubado cem carros e cinco das vítimas sofreram problemas de saúde provocados pelos furtos, e vieram a morrer. Esses ladrões, aos olhos de Deus, são assassinos de cinco pessoas! Perante a lei dos homens, eles são tolerados como praticantes de furtos sem vítimas fatais, sem
importância por que não houve morte. A mesma avaliação é feita pelos homens pela prática de seus “pecadinhos”. Mas, são pecadinhos mesmos? Um pastor, por exemplo, que tenha um filho de um relacionamento fora do casamento, causa pequeno estrago ou grande estrago na fé de suas ovelhas, amigos, vizinhos, colegas de ministério? Só a eternidade poderá nos revelar. Uma crítica ao irmão, uma dívida que deixa de ser paga, qualquer coisa que atinja o próximo, não pode levar os demais cris-
tãos à perda da fé? Claro que pode, mas, o escandalizador jamais imagina o tamanho do estrago. Só na eternidade ficará sabendo. Bem, alguém poderá julgar-me um avaliador da vida dos outros. Nada disso! Estou escrevendo um alerta para mim mesmo. De quantas perdas tenho sido culpado? Vou tomar muito cuidado com minha espiritualidade, para que eu seja um salvador de muitas almas através de um bom testemunho, em vez de causador de muitas almas perdidas. Como diziam os antigos: Valha-me Deus!
Picadinho enganoso Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB
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empre achei que o picadinho que me vendem no açougue é enganoso. O picadinho é a sobra de tudo quanto é carne. Na vida espiritual também há um engano, só que, em vez de picadinho, é aquilo que muitos pensam que pode ser chamado de pecadinho. No picadinho, às vezes há pequenos pedaços de picanha. No pecadinho nada presta. Sempre termina mal.
Vamos a um exemplo que nos é fornecido pelas delegacias de polícia. Se você tem seu carro furtado, eles fazem um boletim, e o cidadão fica esperando acharem o carro. Nenhum sobressalto na delegacia, mas, se, ao furtarem o carro houve uma vítima, a coisa muda de figura. Vemos aí que há uma pressuposta diferença de vítima. Um casal de idosos, membros de uma Igreja, há muitos anos, cuidava muito da brasília que possuíam. Eles a tiravam da garagem para a compra mensal, e para irem à Igreja no domingo pela
AviSO imPOrTanTE
As inscrições para a 98ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, que será realizada em Poços de Caldas - MG, entre os dias 26-29 de abril de 2018, deverão ser feitas pelo site www.convencaobatista.com.br. Para esta edição do evento, não teremos a ficha de inscrição publicada em O Jornal Batista. Fique atento para não perder o prazo das inscrições!
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O carnaval e a ditadura da felicidade Edson Landi, pastor, colaborador de OJB
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hegou o Carnaval. Para muitos, esta é uma época de festa e alegria, com muita música, danças e bebidas. E uma das poucas coisas que me chamam a atenção nesta época é o fato de que muitos brasileiros querem mostrar ao mundo que aqui, todo mundo é feliz, mesmo não sendo. Já vi, e afirmo que vi isso por várias vezes, quando algum
canal de TV de outro país vem ao Brasil no intuito de produzir uma matéria a respeito dessa festa popular, alguns de nossos patrícios querem mostrar, a todo custo, que a felicidade mora aqui. As pessoas estão lá, sobrevivendo em barracos de madeira, em meio à violência, ao consumo e ao tráfico de drogas, esquecidas por nossos governantes, sem saúde pública e educação de qualidade. E, de repente, ao avistarem uma câmera de um canal de outro
país, todos ali “caem no samba”. Abrem um enorme sorriso para a câmera e mostram ao mundo que “o brasileiro é o povo mais feliz que existe”. Isso pode ser chamado de “a ditadura da felicidade”. A cultura pós-moderna tem imposto essa ideia sobre as pessoas: você é obrigado a ser feliz. O ser humano só conhecerá e experimentará o real sentido da felicidade quando tiver, de fato, um encontro com Deus. A felicidade que o mundo oferece é passageira, dura apenas
alguns carnavais. É semelhante à comida que perece ou ao tesouro que, ao longo do tempo, vai sendo destruído pela ferrugem. É uma felicidade enganadora, que não preenche o vazio do coração. Deus não impõe sobre seus seguidores uma ditadura da felicidade. Somos felizes porque entendemos o Evangelho e porque temos um salvador. Como seguidores de Jesus Cristo, não estamos imunes às intempéries da vida. As lutas pelas quais temos passado
muitas vezes nos entristecem. Contudo, na totalidade da nossa vida nós somos felizes! Podemos passar por momentos de angustia e tristeza, mas nós somos felizes. Pois a nossa felicidade é eterna, não se resume aos momentos da vida e não depende de nenhuma câmera de algum canal de TV estrangeiro ou de uma bateria de escola de samba. “Como é feliz o povo que aprendeu a aclamar-te, Senhor, e que anda na luz da tua presença!” (Sl 89.15)
O preço da felicidade Juvenal Netto, colaborador de OJB
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ormalmente, se condiciona a felicidade plena ao montante de riquezas que alguém possui. Mas, será isto verdade? Teria o dinheiro este poder de satisfazer todas as necessidades dos seres humanos ao ponto de torná-los realizados? É óbvio que ele é indispensável em uma sociedade capitalista e realmente realiza os sonhos de muita gente, entretanto, não se pode lhe atribuir, exclusivamente, a receita para a felicidade. Existem pessoas que parecem ricas, sem
nada possuírem e outras que parecem pobres, apesar de terem muitas riquezas, disse o grande sábio Salomão que, por sinal, foi um rei muito rico, ou seja, era alguém que falava com muita propriedade (Provérbios 13.7). Contra fatos não há o que se argumentar. Será citado aqui o testemunho de um homem chamado Zaqueu (Lucas 19. 1-10). Ele exercia a função de chefe dos cobradores de impostos e fazia parte da grande elite judaica da sua época. Aparentemente tinha tudo, entretanto, apesar de toda a sua riqueza, aquele homem era pobre de espírito. Possuía algumas lacunas na alma que
todo o seu dinheiro não era capaz de preencher. Quando soube que Jesus estava na cidade, correu imediatamente na esperança de ter a sua vida transformada, pois chegara aos seus ouvidos a sua fama: os paralíticos andam; os cegos voltam a enxergar; os mortos ressuscitam; os aprisionados são libertos, enfim, uma multidão de pessoas são impactadas e transformadas por este Homem-Deus (Mateus 4.24, 11.5, 15.30). Zaqueu estava tão desesperado, talvez pelo grande vazio existencial, fruto de uma vida sem Deus, que o impulsionou a vencer a barreira da multidão que cercava o Mestre,
subindo em uma árvore a fim de atrair a sua atenção. Jesus, contrariou a todos os críticos de plantão, afinal de contas, Zaqueu não tinha uma boa reputação por ser um homem corrupto e poderia “queimar o seu filme”. Mais uma vez, Jesus prova para todos que não faz acepção de pessoas; que não está interessado em nos acusar pelos erros cometidos no passado; que os seus olhos focam não na aparência, mas no coração e que estará sempre disposto a nos dar uma segunda oportunidade. Jesus conseguiu ver em Zaqueu aquilo que ninguém jamais enxergou. Ele viu um coração contrito, sedento, ar-
rependido, disposto a mudar de atitudes e a rever os seus conceitos. Portanto, assim como Zaqueu existem milhares de pessoas que depositaram toda a sua expectativa de felicidade nos bens materiais e acabaram se frustrando pois, o dinheiro pode até saciar-lhe o corpo físico pelo conforto, segurança, entretenimentos diversos, etc., não obstante, é impotente diante das necessidades mais profundas da alma que só serão supridas plenamente por aquele que tem todo o poder nos céus e na terra, Jesus Cristo de Nazaré (Mateus 11.2830; Apocalipse 3.20; João 7.38; Apocalipse 7.16-17).
missões nacionais
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De escravo do vício a pescador de almas: pastor Wellington Amorim prega pela primeira vez na Cristolândia de São Paulo
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á quase dez anos, Missões Nacionais atua na construção de longos futuros através do projeto Cristolândia, que leva esperança e transformação de vida para pessoas antes escravas da drogadição, que viviam nas ruas, advindas de famílias disfuncionais, vítimas de violência e do abandono social. É no Brasil que foi registrado 20% do consumo mundial de cra-
ck, dado que coloca o país como o maior mercado da droga no mundo, segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, realizado pela Unifesp. No dia 28 de janeiro acompanhamos, mais uma vez, como a transformação de uma pessoa é completa. Só o poder de Deus é capaz de realizar obras tão miraculosas. Com certeza, você conhece o testemunho do pastor Wellington
Amorim, que hoje é coordenador da Cristolândia São Gonçalo - RJ. Depois de muitos anos, ele voltou pela primeira vez, como pastor, à unidade de São Paulo, lugar que o abrigou quando foi resgatado da cracolândia. Foi um grande dia. Ele viveu uma mistura de sentimentos ao ministrar a palavra de Deus no local onde encontrou com a graça de Cristo. “Alguns rostos da época em que estava na
rua e outros novos, mas a missão continua sendo a mesma, transformar a cracolândia em Cristolândia para a glória de Deus”, disse o pastor. O pastor Wellington, que viveu durante muitos anos no mundo das drogas antes de conhecer a Jesus e está livre há alguns anos, disse que se tivesse tido contato com o Evangelho antes, e tido oportunidade de encontrar pessoas engajadas na obra do Senhor,
nunca teria entrado nas drogas. Ele foi e é o primeiro pastor Batista proveniente de uma Cristolândia. Invista nas ações de compaixão e graça desenvolvidas por Missões Nacionais em oito Estados e 39 unidades. Acesse www.cristolandia.org. br e conheça mais sobre esse projeto. Seja um parceiro da obra missionária, transforme vidas e seja movido pelo Espírito Santo.
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notĂcias do brasil batista
notícias do brasil batista
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J ÇA FA
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ÃO RIÇ C S
200 CONGRESSO NACIONAL DA TERCEIRA IDADE E CAPACITAÇÃO Foz do Iguaçu - 20 a 23 de setembro 2018
eventos@ufmbb.org.br - www.ufmbb.org.br - (21) 2570-2848
@ufmbb
ufmbb
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PIB em Pindamonhangaba - SP realiza “Semana de Oração” entre os dias 22 a 26 de janeiro de 2018 Elias Rivelle, jornalista, membro da Primeira Igreja Evangélica Batista em Pindamonhangaba - SP
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Primeira Igreja Evangélica Batista em Pindamonhangaba - SP (PIEB Pinda) realizou a “Semana de Oração, ocorrida entre os dias 22 a 26 de janeiro de 2018, das 06h00 às 07h00 da manhã, no templo da referida Igreja Batista – Trav. Marquês do Herval, Nº 96, Centro (Em frente ao Estacionamento do Banco Itaú). O objetivo da iniciativa é que as pessoas destinem um tempo para orações ao Senhor Deus pelas famílias, pelas nações, pelo Brasil e por propósitos específicos. Em momentos de adversidades e crises pelos quais a humanidade enfrenta nos dias de hoje, a oração é uma ferramenta importante e poderosa para se ter uma melhor comunhão com o
Programação se encerrou com uma Vigília de Oração
Iniciativa da Igreja tem o objetivo de mostrar a importância de separar um tempo de oração
Semana de Oração contou com a participação e envolvimento de diversos irmãos da Igreja
PIEB Pinda - SP pretende realizar mais programações do tipo ainda neste ano
Pai Celestial, o que gera a verdadeira paz, uma vida espiritual mais vindoura e a esperança de tempos melhores.
Além das programações matutinas, a Semana se encerrou com Vigília de Oração realizada na noite do dia 26 de janeiro (sexta-feira),
contando com a presença de diversos irmãos da Igreja. O ministro titular da PIEB Pinda, pastor Ésio Moreira, agradeceu a participação e
o envolvimento de vários cristãos nesta iniciativa e espera a realização de mais programações do tipo no decorrer do ano.
Primeira Igreja Batista em Nova Aurora - RJ promove capacitação de líderes para o ano de 2018 Estevão Júlio, membro da Primeira Igreja Batista em Nova Aurora - Belford Roxo - RJ
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omo acontece todos os anos, a Primeira Igreja Batista em Nova Aurora Belford Roxo - RJ realiza um treinamento com o objetivo de aprimorar o trabalho da liderança da Igreja. Neste ano, a capacitação aconteceu na manhã do dia 06 de janeiro. Os irmãos que foram escolhidos para ocupar os cargos na liderança da PIB Nova Aurora tomaram posse no dia 31 de dezembro de 2017, no Culto da Virada. Eles terão todo o ano de 2018 para exercerem as funções em seus respectivos ministérios. Os treinamentos foram realizados pelo pastor Ricardo
Treinamento foi a primeira programação da PIB Nova Aurora em 2018
Reis, presidente da Igreja, que abordou os princípios da Igreja Multiplicadora (projeto da Junta de Missões Nacionais). Ele também falou da importância de não
só ganhar almas, mas mantê-las. Já o pastor Luiz Cláudio Santiago, vice-presidente da Igreja e pastor de jovens, falou sobre liderança, abor-
dando conceito, tipos de liderança e características de um líder. O pastor Cícero Anderson, responsável pela Escola Bíblica Dominical (EBD) deu enfoque a didática praticada pelos professores em sala de aula. Para ele, os mestres devem estar atento às novas tecnologias e tornar os assuntos interessantes. Para os participantes, o treinamento teve grande contribuição. Alexander Costa, líder do ministério de casais, aprovou a iniciativa da Igreja. “Achei válido o treinamento de líderes, pois, capacitar e ensinar é o dever do líder. Exercer liderança é uma das coisas mais árduas, pois, a outra pessoa tem que estar apta e solicita a receber as informações e isso nem sempre acontece. O treinamento serviu para isso, para
pontuar questões e situações do dia a dia, para mostrar o caminho a ser seguido por ambas as partes”, comentou. O pastor Luiz Claudio Santiago falou da importância da programação. “A importância do treinamento é para orientar aqueles que são novos em algumas funções ou corrigir algumas coisas daqueles que continuaram no desenvolvimento do seu ministério. O treinamento também ajuda estes líderes, para a visão da Igreja para alguns objetivos a serem alcançados, pois todos devem ter a mesma visão para que os objetivos traçados possam ser alcançados”, finalizou. Para ficar por dentro do que acontece na PIB Nova Aurora curta a página da Igreja no Facebook: facebook.com/1igrejabat ist ae m novaaurora/
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Voluntários Sem Fronteiras divulga agenda de caravanas para 2018 Willy Rangel - Redação de Missões Mundiais
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abe aquela viagem que você fez e nunca mais vai esquecer? Muita gente que embarca com as caravanas do programa Voluntários Sem Fronteiras, de Missões Mundiais, diz ter a mesma impressão. Mas não foi porque se divertiu ou conheceu pontos turísticos, foi por causa das amizades e pela oportunidade de levar a esperança em Cristo ao próximo. Para 2018, Missões Mundiais oferece uma série de chances de você experimentar
tudo isso. E você já pode fazer sua pré-inscrição em www. missoesmundiais.com.br/voluntarios-sem-fronteiras. As datas estão sujeitas a alteração. Estão previstas viagens para apoiar refugiados na Europa e Oriente Médio, treinamento de líderes em Moçambique e também impacto evangelístico na Rússia, durante a Copa do Mundo. Para saber como participar dessas caravanas ou como você pode servir no campo missionário sozinho ou em grupo, escreva agora mesmo para voluntarios@jmm.org. br. Seja um Voluntário Sem Fronteiras!
PERÍODO 25/03 a 09/04 23/04 a 07/05 27/05 a 09/06 15 a 30/06 14 a 30/06 27/06 a 11/07 01 a 15/07 15 a 27/07 16 a 30/07 Setembro 01 a 15/10 08 a 22/10 22 a 28/10 14 a 27/10 02 a 15/11
DESTINO Paraguai Moçambique Oriente Médio Colômbia Rússia Cabo Verde Rússia Cabo Verde Haiti Alemanha Uruguai Oriente Médio Oriente Médio Sul da Ásia Haiti
ATIVIDADES Impacto evangelístico Treinamento de líderes, suporte em saúde Viagem de pastores (caravana de pastores durante o Ramadã) Caravana de apoio ao PARE Impacto na Copa do Mundo (equipe 1) Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil Impacto na Copa do Mundo (equipe 2) Seminário Teológico Batista Carioca Suporte social Apoio a refugiados Caravana de apoio a igrejas Apoio a refugiados Apoio a refugiados Caravana de oração Suporte social
Togo: uma nação inteira de desafios Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais
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Togo é um pequeno país situado na costa ocidental da África. Esse campo aberto por Missões Mundiais em 2015 é grande em desafios, sobretudo no norte de seu exíguo território, onde a população fala várias línguas - nem sempre o idioma oficial, francês, é falado pelas pessoas - e grande parte segue o islamismo. Nossos missionários no Togo, Cleber e Gleici Balaniuc, estiveram recentemente ali para visitar obreiros locais nesse campo de atuação, conhecer as necessidades e levar material de apoio. “Foi uma viagem abençoada, o Senhor nos guardou, e tivemos um tempo proveitoso com eles, quando ouvimos seus testemunhos acerca do trabalho”, afirma Cleber Balaniuc. Uma das paradas foi em Guérin-Kouka. Ali, o casal Balaniuc visitou quatro missionários, dentre os quais
Igrejas no Togo têm pouca estrutura, mas nada que desanime o povo de Deus no país africano
o que há mais tempo atua na região, pastor Kpadjiba Tognon. Segundo Balaniuc, o pastor togolês está à frente de 16 Igrejas, a maioria com obreiros leigos e sem templo ou qualquer tipo de estrutura. “No seu testemunho, ele contou que a necessidade é grande, com aldeias que precisam ser alcançadas, mas faltam obreiros”, relata Balaniuc. Nosso missionário também ouviu um obreiro que
seguiu para o campo após uma conferência realizada em novembro de 2017. Tagba Essosimna assumiu um campo chamado Pagouda, onde há uma Igreja fundada por missionários americanos, mas que estava fechada havia mais de 15 anos. “Na pequena vila onde ele está, existem 10 mesquitas, e a região é dominada pelo sistema de crenças tribais e animismo. Desde que chegou, tem sofrido muitas perseguições, mas pela gra-
Missionário no Togo foi ao norte do país africano e conheceu uma realidade repleta de desafios
ça de Deus, a Igreja já tem frequência de 15 pessoas aos cultos”, conta Balaniuc. Há também mais dois missionários que trabalham no extremo norte do Togo, em uma cidade chamada Mango. “Um deles, Djark Lévi, está à frente da Igreja Batista de Mango e ainda cuida de outras três Igrejas em vilas ao redor”, diz Balaniuc. “São poucas as Igrejas com templos com boa estrutura; algumas são como a de
Mango, têm cobertura, mas as paredes são de palha. E a maioria tem apenas a cobertura de palha”, destaca. Cleber e Gleici Balaniuc dizem que os togoleses que os r eceber am m ostr am o quanto o povo é carente “em todos os sentidos”. “Mas por onde passamos fomos muito bem recebidos. Eles agradeceram muito nossa visita”, afirma Cleber Balaniuc, que pede oração pelo trabalho missionário no norte do Togo.
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notícias do brasil batista
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Acampamento Estadual de Embaixadores do Rei reúne mais de 300 meninos em Minas Gerais Ilimani Rodrigues, jornalista da Convenção Batista Mineira
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os dias 13 a 16 de janeiro deste ano, cerca de 330 meninos, com idades que variam entre 09 e 17 anos, participaram do Acampamento Estadual dos Embaixadores do Rei, que aconteceu no Acampamento Jeová Jiré, localizado na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. O trabalho, que existe há 70 anos, já foi e continua sendo um divisor de águas na vida de centenas de garotos, que durante este período têm a oportunidade de conhecer o único e suficiente Salvador, Jesus, assumindo com Ele um compromisso de fé, tendo suas vidas transformadas. Todos os anos, o mês de janeiro é marcado pelo Acampamento Estadual dos Embaixadores do Rei, relevante evento que reúne público das Igrejas Batistas dos quatro cantos do estado. Este ano, 40 Igrejas, de 11 Associações do estado estiveram
Participantes formam o escudo dos Embaixadores do Rei MG
Momento em que os participantes assumem compromisso com Jesus e também com a proclamação do Evangelho
presentes. “São meninos que poderiam estar perdidos pelo mundo, mas escolhem consagrar suas vidas ao Senhor. Vai chegar a época, eu acredito, que teremos que fazer várias edições do nosso acampamento, pois apenas uma não será suficiente para atender os adolescentes Batistas”, comentou o pastor Edemilson. “Sem dúvida alguma, o lema dos Embaixadores é cada vez mais real nos tempos atuais. Construir meninos para
não remendar homens. Esses meninos são a esperança do nosso país”, comentou o pastor Marcio Santos, diretor Executivo da Convenção Batista Mineira. Este ano, o tema do Acampamento foi escolhido com base no texto de Mateus 10.7, que diz: “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus”. A ênfase das mensagens e também de toda a programação foi voltada para mostrar aos participantes a importância da
pregação do evangelho, que mudou a vida do pastor Celso Godoy, um dos preletores convidados. “Depois de 28 anos longe de Deus, em uma vida sem norte, sem direção, focada nas drogas, no crime, na macumba, nas prisões, alguém, cumprindo o Ide de Jesus, passou por mim e mudou minha história. Hoje vivo para a glória de Deus, há 30 anos servindo a Cristo a cada dia”, comentou. Um dos aspectos trabalhados pelos Embaixadores Mineiros, e que tem rendido bons frutos na vida dos jovens é a disciplina, o respeito aos mais velhos e a obediência. “Fiquei muito impactado. A obediência dos meninos é algo que não tinha visto até então”, comentou o missionário da
Junta de Missões Mundiais, um dos preletores do evento. Além dos Conselheiros, todos que participam como líderes e no apoio são voluntários, trabalhando por amor a obra, dedicando seu tempo e recursos para cumprir o Ide de Jesus. “A equipe de Conselheiros liderada pelo pastor Edemilson impressiona pelo comprometimento. Observei grande preocupação na formação moral e ética dos meninos, e a determinação de ensiná-los a Bíblia Sagrada. A tarefa de qualquer preletor num acampamento fica facilitada, pois os ouvintes estão identificados com a Escritura”, avaliou o pastor Walter Ferreira, da Igreja Batista do Rio da Prata em Bangu - RJ, um dos preletores.
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OBITUÁRIO
Nair de Jesus Barcelos Isaías Barcelos de Oliveira Júnior, membro da Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ, filho da querida serva de Deus Nair de Jesus Barcelos
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o dia 15 de Janeiro de 2018, o Senhor convocou a amiga Nair de Jesus Barcelos, excelente serva de Deus, mãe muito querida e avó especial. Desde já agradeço a atenção dos amigos. Nair, nascida em 1933, quem diria que a sua missão estava no nome, como disse meu primo, pastor Cid Mauro Oliveira, em um texto em seu blog. Nascida da família de Jesus, mais nós que somos convertidos, somos também da família de Jesus. Meu pai, Isaías Barcelos de Oliveira, pastor Batista, um ex-ateu e comunista, depois de convertido, foi buscar em Santo Antônio de Pádua aquela moça da família de Jesus, filha de Sebastião de Souza de Jesus e Anízia Martins de Jesus, tanto Jesus, que meu avô, em certo momento largou tudo e foi ser missionário evangelista em Recreio- MG . Do casamento de Isaías e Nair se formou uma vida de pessoas totalmente voltadas em evangelizar e ajudar, tanto na profissão e no compromisso com Jesus. Os dois eram professores do Estado do Rio de Janeiro e pastores convictos, evangelistas na comunidade do Caramujo, fundadores da Igreja Batista do Caramujo e da Igreja Batista do Morro do Céu. Evangelizaram toda região do Sapê, Morro do Castro e Ititioca por 20 anos. Foram para Teresó-
polis, a convite do pastor Ismail Oliveira Ribeiro, da Igreja Batista de Soledade, no mesmo município. Foram evangelizar as regiões de Soledade e Vieira, no interior de Teresópolis, e neste mesmo tempo, a Igreja Batista de Itaocara, no noroeste do Estado do Rio. Voltamos para Niterói e daqui mais missões. Foram pastorear nas Igrejas de Mantiqueira e Xerém, na região de Caxias - RJ, e em outras tantas missões, e Nair
não se cansava, trabalhando fielmente com o pastor Fanini na Primeira Igreja Batista de Niterói, dirigindo reuniões femininas, ajudando missionários no grupo Mirian Rangel, seguindo com este pastor para Igreja Memorial por pouco tempo, voltando a PIB de Niterói, ajudando o pastor Ebenézer até a chegada no nosso pastor José Laurindo. Minha mãe, além de todas essas missões, foi um exemplo para mim e me
ajudou muito a superar meus traumas e problemas. Sou Programador e membro da PIBN, assim como foi exemplo para minhas irmãs nas suas dificuldades; Naisa, a filha mais velha, é pastora na Igreja Batista Palavra Viva, em São Paulo; minha querida irmã Keila é psicóloga, atuante nos Encontros Comunitários do Caminho da Graça. Agradeço a Deus pela vida de Nair de Jesus Barcelos.
A IGREJA BATISTA MARAPENDI em Assembléia Geral Ordinária de 10 de Dezembro de 2017 votou convidar os Pastores Batistas para formação de Concílio para Ordenação ao Ministério Pastoral dos seguintes candidatos: Bel. Ovídio Paulo da Silva Serra (STB Betel-2012); Bel. Flávio Ferreira dos Santos (STB Betel-2016) e Bel. Chrystiano Gomes Ferraz (STBSB-2017), a ser realizado no domingo, 11/03/2018 às 16:30hs para o Exame e, em caso de aprovação, às 19:30hs para o culto de consagração ao Ministério Pastoral. O Concílio será realizado no Centro de Convenções do O2 Corporate, sito à Av.Paisagista José Silva de Azevedo Neto 200, subsolo do Bloco 9, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ. Pela Igreja, Prs.Sérgio Ricardo Gonçalves Dusilek, Éberson Cordeiro Alberto e Ronald Oliveira Souza.
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o jornal batista – domingo, 11/02/18
ponto de vista
Morrer de coerência a viver no erro
cristão autêntico tem um compromisso com a coerência da Pessoa e Obra de Cristo. Ninguém foi mais coerente do que o nosso Senhor. Na verdade, Ele morreu de coerência. A Sua morte na cruz é uma demonstração da lógica do amor de Deus Pai, o Autor da nossa salvação (Efésios 2.4-7). O Pai nos amou tanto que entregou soberanamente o Seu Filho por nós (Romanos 5.8). O centro de toda a revelação de Deus Pai é a Pessoa de Cristo. Toda a Revelação de Deus é a base da nossa coerência cristã. Ao recebermos a natureza divina pela Obra de Cristo na cruz passamos a viver a coerência do Evangelho em uma vida santificada pela Verdade. A incoerência do nosso pecado levou o Pai a enviar o Filho, a coerência do Evangelho,
para morrer por nós, perdoando os nossos pecados e nos dando vida em abundância, esta é a vida lógica. Paulo não se envergonhava do Evangelho de Cristo porque ele cria na coerência da mensagem (Romanos 1.16). Para o mesmo apóstolo, o viver é Cristo e o morrer, lucro (Filipenses 1.21). A vida de Cristo em nós é uma vida de coerência. Viver no erro é experimentar a incoerência da natureza humana, de Adão, na contramão da natureza divina. Sabemos que a corrupção, imoralidade, injustiça, o adultério, violência, são manifestações do pecado, de um ser incoerente, que vive no erro. A natureza de Adão, que é natureza da desobediência, é ilógica. Sabemos que o pecado trouxe morte espiritual, limitação da vida, doenças físicas e emocionais, problemas de relacionamento e outras
mazelas. São manifestações da incoerência. Muitos santos, homens e mulheres de Deus que O amavam acima de tudo, morreram por causa do Evangelho, por causa de Cristo, da Sua mensagem. A coerência da Pessoa e Obra de Cristo na vida dos crentes os levou a sofrer e morrer. Mas Jesus nunca nos enganou. Ele mesmo deixou claro várias vezes que o discípulo não é maior do que o seu mestre e nem o servo maior do que o seu senhor. Em 08 de janeiro de 1956, cinco índios da tribo Auca, no Equador, mataram cinco missionários americanos, entre eles Jim Eliott. Este amado irmão havia dito: Não é tolo aquele que abre mão do que não pode reter para ganhar o que não pode perder’”. Aqui está uma declaração lógica em conexão segura com os ensinos de Jesus de Nazaré. No desejo de pregarem o
Evangelho àquela tribo, foram mortos. O ensino coerente do Senhor Jesus está bem claro: “Portanto, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa achá-la-á (Mt 16.25). A cada dia, o cristão autêntico morre coerentemente para si mesmo e vive para Cristo (II Coríntios 4.9,10; Gálatas 2.20). A lógica do Evangelho está em priorizar a Pessoa de Cristo e o Seu Reino (Mateus 6.33). Quando Cristo não é a primazia da nossa vida, estamos vivendo no erro da natureza humana, dos nossos caprichos e egoísmo. Cristo deve ser sempre tudo em nós (Colossenses 3.11). Não podemos viver uma vida de erro, como Ananias e Safira, mas devemos viver uma vida de coerência, como a de Barnabé. Que apresentemos para o Senhor um sacrifício vivo, santo e agradável, que é
o nosso culto racional, lógico ou coerente (Romanos 12.1,2). Deus nos chamou à vida de coerência pela obra do Seu Filho na cruz. Sejamos coerentes em todo o nosso proceder. Uma vida santa, comprometida, intrépida, ousada e abnegada, é o que Ele deseja para nós. Vivamos como filhos da obediência e não do erro ou desobediência. Filhos do amor e não do ódio; da graça e não do legalismo; do perdão e não do ressentimento; de relacionamentos saudáveis e não de relacionamentos doentios. Somos filhos de um Pai que sempre foi coerente em Seu proceder. Vivamos a coerência das Escrituras. Que elas norteiem as nossas atitudes e os nossos atos. Que nos pareçamos com Jesus, vivendo a coerência do Evangelho para a Grande Glória de Deus Pai, nosso Criador e Autor da nossa salvação.
Um olhar sobre as dificuldades William Paixão
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odas as vezes que falamos, exigimos do outro atenção total e plena. Ninguém gosta de falar e ver o outro olhando o celular, ou com o seu olhar distraído. Fazemos questão que nos olhem nos olhos, e que entendam por completo tudo o que falamos. Isto não é diferente quando falamos com Deus, e exigimos dEle plena atenção. Quem já falou com Deus e já saiu de lá com um sentimento de que não foi ouvido. Talvez, os mais sensíveis já tenham se levantado, e perguntado: onde estás Senhor que não vês tudo isto?
Quantas vezes nossa confiança é abalada por termos dos outros um juízo negativo? Julgados, perseguidos e atropelados por uma série de palavras, muitos caminham angustiados e com o coração totalmente desolado. E, ao se lembrarem dos tempos antigos meditam em tudo o que o Senhor já fez, inclusive dos livramentos no meio da tempestade. Um tempo onde a tormenta, por mais forte que fosse, não conseguia nos separar da presença do Altíssimo; na verdade, nossa alma tinha cada vez mais sede de Deus. Com um coração agitado, mexido, sacudido e apreensivo, hoje caminhamos como
se esperança não houvesse mais, e por isso talvez estejamos usando as palavras do salmista com tanta frequência: “Ouve-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desmaia. Não escondas de mim a tua face, para que não seja semelhante aos que descem à cova”. Nossa desesperança, desespero, desengano e a nossa desilusão é tão grande que tudo o que pedimos é para que não sejamos confundidos com aqueles que a/em todo tempo praticam o mal. Por isso, é preciso, às vezes, fazer uma retrospectiva e ali nos lembrarmos dos dias passados com o Senhor, e cantar: “Quando eu chorar,
vou me lembrar / Que até aqui Tua mão me sustentou / Digo à minha alma: Espera em Deus / Pois ainda O louvarei, eu O louvarei”. Nossa sensibilidade em meios as dificuldades nos fará ouvir a benignidade de Deus todos os dias pela manhã; ela nos consolará, firmará os nossos pés, fazendo-nos voltar ao caminho da esperança, confiança, sonho e fé. Tanta dor, aflição, agonia e tortura em nossos dias, que tem feito muitos se esquecerem do Criador, acreditando que Ele não tem visto nada, e nem contemplado tudo o que está acontecendo – “Do seu trono celeste, o SENHOR põe-
-se a rir e a ridicularizá-los”; “o SENHOR tem seu trono nos céus. Seus olhos observam tudo; vê atentamente” (Sl 2.4; 11.4”). Precisamos aprender a repetir as palavras do Senhor Jesus, para não nos desesperarmos quando olharmos para fora do templo: “Seja feita a tua vontade”. Só assim aprenderemos com o Criador a fazer a Sua vontade; a dizer que independente das circunstâncias, Deus é bom; a entender que só Ele pode nos guiar nestes dias tão difíceis; que só Ele pode nos vivificar, animar, reanimar, e nos trazer o renovo diante de tanta angústia. Deus nos ajude!
o jornal batista – domingo, 11/02/18
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OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA
A maior prioridade de Deus – a vida (parte 2): o valor da salvação, da cruz e da ressurreição
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o artigo anterior, procuramos reposicionar o centro da mensagem bíblica e da prioridade de Deus demonstrando que antes do Plano Redentor de Deus temos o Plano Criador, que, de fato, deve ser considerado prioritário de modo a que, a partir desse Plano, possamos compreender toda ação divina em relação à história, ao Universo, à vida humana. Isso nos deve levar a revisão mais profunda de nossa construção teológica clássica e até mesmo de nossa compreensão da vida, de nossas ações, prioridades, planos e projetos eclesiásticos, missionários, atividades, etc. Ao final do artigo procuramos também demonstrar que a salvação não é o fim para o qual Deus nos criou. Aliás, a própria teologia clássica demonstra que o objetivo de nossa criação foi para a glória de Deus, e isso procuramos explicar fazendo conexão especialmente com o que Jesus nos ensinou sobre os dois grandes mandamentos, além de fazer conexão com a própria natureza criada. Por outro lado, se Deus nos criou apenas para sermos salvos, corremos o risco de tornar Deus culpado pelo nosso fracasso, para que, então, houvesse motivo para nossa salvação. Em uma linguagem simples, “a conta não fecha”. Então, afinal, para que serve a salvação? Pergunta importante, pois dela depende a valorização da obra evangelizante e missionária, que para o povo evangélico histórico passou a ser a mensagem central da
Bíblia; por consequência, catalisou as prioridades de nossa mensagem, dos programas, dos eventos, dos planos concretos das Igrejas, da vida do cristão, etc. Em um primeiro momento, quando discutimos que a salvação não é o fim para o qual fomos criados, traz uma sensação de preocupação quanto à sua veracidade, pois há tanto tempo assim fomos ensinados, assim temos atuado. Mas, se colocamos os fatos em seus devidos espaços, conseguiremos não apenas compreender melhor as Escrituras, o coração de Deus, e seu Plano para a vida e para o mundo, bem como reposicionarmos e equalizarmos nossa compreensão e prática sobre a vida da Igreja, a vida cristã e, até mesmo, aprofundar e aperfeiçoar ainda mais a mensagem evangelizante e missionária. Então, em vez de ser o último fim para o qual o Evangelho existe, o fim para o qual existimos, a Igreja existe e tudo o mais; a salvação é o meio para nos trazer de volta para o plano original de Deus na criação, pois, com a queda, entramos em um território de rebeldia contra o Criador, provocando afastamento desse plano original e nos destinando à extinção. Em Genêsis 3.15, que os teólogos chamam de “protoevangelho”, temos a promessa de Deus, de nos recuperar como raça humana por meio de um descendente da mulher, que no restante da Bíblia aponta para Jesus – o Filho de Deus -, que foi entregue para esta missão recuperadora do ser humano por meio do
amor de Deus à vida, à nossa vida (Romanos 5.8). Estávamos condenados à morte eterna. Jesus, ao morrer na cruz, o faz em nosso lugar. A Teologia apresenta diversos conceitos para explicar isso: “morte expiatória”, “morte substitutiva”, etc. A justiça (retidão) divina, unida ao Seu amor pela vida redundou em um ato de justificação (Romanos 5). Temos aqui o perfeito equilíbrio entre a justiça punitiva e o amor restaurador. Então, a morte de Jesus na cruz tem significado fundamental, de modo que, sem ela, não seria possível ter nossa “conta” quitada perante a justiça do próprio Deus, da própria lei natural que Deus criou para este Universo. O ser humano é convidado a se arrepender de seu estado de rebeldia e afastamento do Criador e crer na suficiência da obra redentora de Jesus. Sem isso, não é possível dar continuidade ao processo de recuperação da vida ao estado original do Plano da Criação. Por isso, prefiro hoje chamar a salvação de “recuperação”, pois, infelizmente, o significado da palavra “salvação” já ficou desgastado na semântica do mundo contemporâneo. Em Lucas 9.23 temos o chamado de Jesus: “se alguém quiser vir após mim negue-se a si mesmo, a cada dia tome a sua cruz e siga-me”. Texto que normalmente tem sua interpretação reduzida a um caminho que aponta apenas para a crucificação, para o Calvário. Mas temos de ir mais além, seguir Jesus tomando a cruz é de fato seguir a trajetó-
ria completa que, a partir do caminho à sua crucificação, prosseguiu. Ele foi crucificado, morreu, foi retirado do madeiro, foi transportado ao sepulcro, foi sepultado, mas, ao terceiro dia, ressuscitou, demonstrando o Seu poder não apenas sobre a morte, mas para dar vida – a prioridade maior de Deus. Em Romanos 6 temos exatamente este ensino em que somos desafiados por Paulo que devemos nos considerar crucificados, mas também ressuscitados para nova vida e até oferecer nossos membros (nosso corpo, nossa vida, nosso projeto de vida, etc) como instrumento da justiça (Romanos 6.18). Mas Paulo também nos ensina que o Evangelho sem ressurreição é sem valor (I Coríntios 15), pois, sem ela, Jesus seria como qualquer herói religioso foi – apenas um líder morto, sem vida. Jesus venceu a morte para nos dar vida. Com o correr do tempo, nosso pensar teológico e prático foi valorizando a cruz e deixando em nota de rodapé a ressurreição, de modo a se tornar comum a afirmação de que o centro da história humana é a cruz. Por que não considerarmos que o centro da história humana é a Criação e que na recuperação do ser humano temos um centro com dois componentes essenciais que se completam – a cruz e a pedra removida do sepulcro? Sem cruz, não haveria ressurreição, sem ressurreição o Evangelho seria inútil. Então, a soma destes dois “macroeventos” redunda na recuperação do ser humano para a vida. Daí a im-
portância da salvação, da cruz e da ressurreição, de modo que sem salvação-cruz-ressurreição não haveria como retornar para o caminho original de onde nos afastamos. Por isso mesmo, a salvação é um meio e não um fim em si mesma. A salvação nos coloca de volta lá, no mesmo ponto onde abandonamos o Criador, pois, para Deus, não há atalhos. Do jeito como temos concluído ser a salvação, o ponto de partida e não um meio, estamos olhando para o futuro, para a escatologia projetando nossas vidas para as ruas de ouro da Nova Jerusalém, em vez de recomeçar lá atrás na história da Criação e reiniciar nossa vida para a glória de Deus. Pensar na salvação como um fim é tentar começar a compreender a história humana a partir da queda e não do seu próprio começo – no coração de Deus, na Criação, a origem de tudo, da vida, que é a prioridade de Deus. Isso tem consequências importantes, mas também que nos levará a um caminho mais efetivo da vivência cristã, da planificação da vida eclesiástica, da redescoberta de inúmeros fatos bíblicos que trarão significados mais profundos para a compreensão da Palavra de Deus, bem como para a efetividade do Evangelho no cotidiano e, até mesmo, a necessidade de profunda revisão na compreensão da missão da Igreja – finalidade para qual ela existe, tema que já discutimos na série de artigos sobre a Igreja já publicados nesta coluna. Em um próximo artigo aprofundaremos isto.
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