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O espremer do nariz

Pr. Julio Oliveira Sanches

A mensagem bíblica é sempre atual. Suas verdades são incontestáveis. Tem aplicações práticas em todo o tempo. Ao ler e meditar nos provérbios bíblicos descobrimos pérolas preciosas, que são sempre atuais. Ficamos encantados com suas aplicabilidades em nosso tempo. Assim, as verdades exaradas em Provérbios 30.33 são atuais. Dariam uma excelente manchete jornalística para qualquer “grande” jornal da atualidade. É lastimável que os atuais homens da imprensa não conheçam o conteúdo bíblico aplicável ao que estamos vivendo no momento. Caso o conhecessem usariam como manchete o verso trinta e três de Provérbios trinta, para explicar o que está acontecendo. Diz o sábio bíblico: “O espremer ou bater do leite produz manteiga; o espremer do nariz produz sangue; e o espremer da ira produz a contenda.” Realidade atual na experiencia de nosso povo sofrido deste rico Brasil. O bater a nata do leite para extrair a manteiga, exige tempo e perseverança do fabricante.

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Lembro-me, com saudades, do tempo de criança, quando mamãe nos oferecia uma vasilha cheia de nata de leite, que só poderia ser devolvida quando produzisse manteiga de qualidade. E da boa. Às vezes era uma forma de castigo por alguma peraltice cometida. Noutras ocasiões era serviço necessário. Quem já bateu nata de leite até transformá-la em manteiga aprende a ser paciente, obediente e perseverante. Não há como conseguir boa manteiga sem trabalho árduo e definido. Hoje temos excelentes batedeiras que realizam o milagre da manteiga em alguns minutos. Temos manteiga de qualidade nos supermercados, à disposição. Não é preciso castigar os filhos peraltas com uma tigela de nata de leite. Aliás, os pais modernos não sabem mais o que é educar os filhos. Muito menos a bater nata de leite. Sinto saudades dos velhos tempos. A modernidade nos roubou o precioso tempo de reflexão e as tigelas de nata de leite.

Mas, o que tem o espremer da ira com as contendas atuais? Muito a nos ensinar. Durante a campanha política passada, os vários candidatos à presidência do país gastaram seus tempos na TV espremendo ira e agressão. Sem programas de governo definidos e plausíveis incitaram a ira e o ódio nos corações dos eleitores. A moda foi falar mal do suposto adversário. Todos os defeitos do outro foram escancarados ao público. Algumas famílias, inclusive a minha, estabelecemos um pacto em não discutir política entre os grupos familiares. Com muitos dissabores, eu e minha adorável esposa conseguimos nas várias reuniões familiares manter a paz no grupo familiar. A união dos queridos familiares foi mantida, gerando a paz que permanece após a eleição. Conheço famílias em que as discórdias venceram, por causa da paixão política de seus membros. A política é um mau ou mal necessário, mas, não pode ser usada a serviço do ódio entre as pessoas.

Os quadros e ações que vemos na atualidade, não condizem com as necessidades de nossa Pátria. O nosso povo sempre foi gentil e pacífico com o semelhante. Amamos a paz em todos os seus aspectos. É inaceitável as reações de determinadas autoridades, que não promovem a paz, mas, estimulam a contenda. Vidas preciosas ceifadas. O desequilíbrio social não integra e jamais integrará os sonhos dos brasileiros. A paz não é produzida no revanchismo louco e sem respeito à dignidade do outro, embora pense de modo diferente. Que Deus tenha misericórdia do nosso povo, nos livre do mal e dos homens maus, é a oração do Pai Nosso, que deve ser praticada neste momento em que há prazer em espremer a ira, geradora da contenda.

“Que a paz de Deus que excede todo o entendimento guarde os corações de todos os brasileiros” (Filipenses 4.7). Inclusive, de pastores e salvos que sentem prazer em espremer a ira contenciosa. n

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