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Páginas da nossa história: organização da Primeira Igreja Batista no Brasil

Cleilma Sousa Rodrigues Riker e Thiego Breno Fernandes Riker

A pesquisa da irmã Betty Antunes de Oliveira mostrou que o marco dos Batistas brasileiros começou em Santa Bárbara D’Oeste - SP, com um pequeno grupo de sulistas que se estabeleceu após guerra civil nos Estados Unidos. A sua obra, “Centelha em Restolho Seco”, foi a primeira pesquisa historiográfica que tratou dessa parte da nossa história.

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Nosso objetivo neste texto é mostrar algumas correspondências dos Batistas de Santa Bárbara com James Robinson Graves, o editor do Tennessee Baptist. Essas correspondências não foram citadas na pesquisa de Betty Antunes de Oliveira. Por isso, são importantes e integram as páginas de nossa história [até o momento não foram encontradas as atas de organização da Primeira Igreja Batista no Brasil].

A primeira referência aos Batistas de Santa Bárbara no Jornal Tennessee Baptist é a seguinte: “Da Igreja no Brasil, sob o pastorado do Elder R. Ratcliff, recebemos um clube de seis assinantes esta semana - R. Brodnax, D. Davis, J.J. Lang, A. T. Oliver, E. L. Trigg, Elder R. Ratcliff. (...)” [ Tennessee Baptist , 8 de outubro de 1870].

A primeira referência mostra que o pastor Ratcliff, antes da organização da Igreja, reuniu um grupo de Batistas com o objetivo de organizar uma Igreja, mas não foi possível, pois o grupo era pequeno. Somente no ano seguinte, a Igreja seria organizada.

A segunda correspondência diz respeito à organização da Igreja Batista em 10 de setembro de 1871. O Tennessee Baptist , edição de 20 de janeiro de 1872, p.1., publicou uma carta de Ratcliff, datada de Santa Bárbara, São Paulo, 9 de outubro de 1871. Segue uma tradução da carta:

CARO IRMÃO GRAVES: No último dia 10 [de setembro] organizamos a North American Missionary Baptist Church, com quinze membros. O escritor foi escolhido pastor, e R. Brodnax e D. Davis foram escolhidos diáconos. Ontem eles foram ordenados e imediatamente me ajudaram a dar pão e vinho ao pequeno rebanho, como emblemas do corpo partido e do sangue derramado de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

Esta foi a primeira vez (tanto quanto sei) que os batistas ‘anunciaram a morte do Senhor’ com esta ordenança sagrada nesta terra supersticiosa e idólatra. Embora meus deveres fossem os mais responsáveis e solenes já assumidos, eles me deram conforto e alegria. Desde que senti o desejo de pregar, tenho desejado pregar Cristo àqueles que nunca ouviram falar dele, ou às pessoas que foram privadas do evangelho pregado. Aqui estão essas duas classes [de pessoas]. Tivemos três acréscimos ontem, dois por carta e um por batismo.

A casa em que adoramos já foi uma mercearia brasileira, mas na divisão de terras, ela caiu nas mãos de um americano muito liberal, que a reparou e a deu para uma causa melhor. Em meu assentamento imedia - to, meus vizinhos construíram uma nova casa para escola e culto. Estou pregando regularmente em três lugares. Em dois deles, temos interessantes escolas dominicais. Precisamos muito de livros como os que a S.W.P. Company oferece. Mas como podemos obtê-los? Eu não sou capaz. Até este ano, minha família foi sustentada pelo meu trabalho na fazenda. E a ajuda agora prometida não pagaria os livros.

Cordialmente, RICHARD

RATCLIFF

A carta de Ratcliff declarou o número de um total de 15 membros na organização e o primeiro nome da Igreja: North American Missionary Baptist Church . Ela também informou que o autor foi eleito pastor e os primeiros diáconos da Igreja foram Robert Brodnax e David Davis. Por fim, a interessante a referência ao batismo aponta a evangelização como um tema central para os primeiros Batistas em Santa Bárbara desde o início da Igreja.  n

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