OJB Edição 13 - Ano 2018

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 01/04/18

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Ele venceu a morte para te dar vida!

Ano CXVII Edição 13 Domingo, 01.04.2018 R$ 3,20

Fundado em 1901

Feliz Páscoa

“Mas Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:5) Vida em família

Missões Nacionais

O artigo desta semana é: “Billy Graham em casa”; confira o texto!

Colégio Batista de Carolina completa 82 anos de obra missionária no Maranhão

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Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

PIB Pinda - SP promove programações em prol da Campanha de Missões Mundiais 2018

IB no Guanabara, em Campinas - SP, realiza curso para professores evangelistas de crianças

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reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.batistas.com A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida

Páscoa: a verdadeira liberdade “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (…) Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (Jo 8.32;36)

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Páscoa é sinal da liberdade, da verdadeira liberdade. Basta observarmos sua origem e plenitude, que se completam com o sacrifício de Jesus. O termo Páscoa originou-se a partir do latim Pascha, que, por sua vez, deriva do hebraico Pessach/Pesach, que significa “A passagem”. Mas nem todos que celebram a data comemoram o seu verdadeiro significado. A Páscoa instituída entre os judeus Pessach - é comemorada pela conquista da liberdade dos hebreus, que viviam como escravos no Egito. Essa libertação coincidiu com a Primavera, que ocorria no mês hebraico (nissan) e corresponde mais

ou menos nos últimos dias de março e meados de abril. As comemorações fundiram-se com as tradições religiosas de seu povo. Com a vinda de Jesus Cristo ao mundo, a Páscoa teve o seu significado ampliado, mas manteve o sentido de liberdade. Se até o advento da vinda do Messias celebrava-se a liberdade do cativeiro egípcio, agora celebramos a verdadeira liberdade através da ressurreição de Jesus Cristo, que venceu e quebrou o cativeiro da morte eterna, concedendo-nos liberdade. O evangelista João narra na Bíblia que “Jesus estivera em Jerusalém, agora será na semana da Páscoa, aquela em que o Cordeiro de Deus será entregue nas mãos dos seus executores. Cristo agora inicia a sua jornada para a cruz. Nesse momento em que deixando a região das cercanias do Jordão começa a

subir em direção a Betânia, Ele está na realidade começando a jornada do Gólgota, pois apenas lá é que ela cessará. Não há mais volta. O plano de redenção da humanidade aproxima-se de momento máximo e único”. A liberdade é desejada por todos, ou seja, ninguém quer perder o direito de ser livre. Ninguém quer ser escravo de absolutamente nada, todavia, nem sempre esta é a realidade. Existem muitas pessoas que estão profundamente escravizadas, simplesmente pelo desconhecimento da verdade. A falta dela é uma outra característica que todos nós rejeitamos, mas não há ninguém que goste da falta da verdade. E Jesus Cristo é a Verdade absoluta, mas também a Verdade que liberta da inversão dos valores, que leva fatalmente o homem à escravidão. Dessa forma, ele sempre será escravo

da sua inverdade, e terá que promover formas de sustentar a mentira. A escravidão inicia-se com uma inverdade; veja o que aconteceu no início da criação em Gênesis 3.1 (inversão de valores). Jesus Cristo é a Verdade que permanece. Algumas verdades têm um tempo determinado, deixam ser verdade, porém, Jesus é a única que permanece. Só Ele resiste, pois, é o mesmo ontem, hoje e eternamente. “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8). Jesus Cristo oferece a possibilidade da verdadeira libertação da escravidão, basta permanecer firme em Seus ensinos, para conhecer a verdade de Deus. Ele é o poder dinâmico que pode tornar livres todos os homens. Nosso desafio neste dia e em todos os outros é anunciar Jesus Cristo, a verdade que liberta! SOS


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MÚSICA ROLANDO DE NASSAU

Ateus podem compor música sacra? (Dedicado ao leitor Jônatas Fernandes Pereira, de São Paulo - SP)

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uvimos, em uma grande Igreja em Brasília, o coro cantar “Grande é Jeová”, trecho da ópera mitológica “Tannhauser”, de Wagner, e “Dai ao Senhor louvor”, obra coral de Saint-Saëns. Wagner e Saint-Saëns eram ateus. Estranha companhia para um cristão, mas não para Wagner: a de Schoppenhauer e Nietzsche. Ele imaginou escrever óperas com assuntos religiosos cristãos, como também outros compositores na Europa do século 19. “Estranho destino, que obriga a falar de Saint-Saëns, mesmo numa história da música religiosa, apesar de suas profissões renovadas de ateísmo!”, exclamou o historiador Paul Huot-Pleuroux. Desde 1850, a música religiosa afastara-se do teatro profano de Wagner. Perdura a reflexão dos críticos musicais cristãos: é necessário ser crente para compor música religiosa?

Kressman (De la musique religieuse. Paris: 1944) respondeu: “Um incrédulo não pode compor ou executar uma música que seja religiosa. Ele não cria uma obra religiosa, se não está submetido à fé”. Jacques Maritain sentenciou: “Se quereis fazer uma obra cristã, convertei-vos a Cristo”. Entre os compositores eruditos, encontramos ateus, que não acreditavam em nenhum deus: Bartok, Boulez, Copland, Grainger, Khachaturian, Paganini, Ravel, Varèse e Wagner; não compuseram para a Igreja, no que se revelaram honestos. Não agiram de acordo com a ética, os ateus que compuseram música pretensamente sacra: Berlioz - quatro vezes tentou interpretar temas religiosos; homem de teatro, sempre teve dificuldade em adaptar-se a um quadro religioso; ele enfatizava o aspecto dramático dos relatos bíblicos; Bizet - compôs apenas uma obra de intenção religiosa, que não figura entre as páginas mais interessantes de sua produção; Britten - tinha uma tendência para explorar assun-

tos religiosos, especialmente usando as inocentes vozes infantis e eventos históricos ligados à religião, como a inauguração de uma nova catedral em Coventry, em 1962; Holst - atraído pela música oriental e pela tradição religiosa hindu, buscou o esoterismo em um contexto cristão; Fauré - sobre hino latino, traduzido por Racine, seu cântico tem recebido a simpatia de jovens ministros de música evangélicos; Janacek - folclorista, que renovou a liturgia eslava, e dizia: “Escrevei em latim, mas pensai em tcheco!”; Prokofiev - usou uma parábola de Jesus para explicar sua situação política; Saint-Saëns - foi organista profissional durante mais de 25 anos, contratado pela Igreja Católica Romana; considerou-se devedor, compondo música para órgão de Igreja; tentou imitar um oratório de J.S.Bach; em uma triunfante viagem pela América do Norte, com objetivo econômico, Saint-Saëns compôs a obra coral “Dai ao Senhor louvor”, cantada pelo coro ingênuo de Brasília; Schubert - no fim da

vida, pareceu se preocupar com a música sacra, mas omitia os versículos litúrgicos que não lhe convinham; não teve tempo para renovar o repertório sacro ou para definir sua posição religiosa; não foi um católico reverente; Shostakovich - imitou Prokofiev em sua ambiguidade moral. Encobrindo seu ateísmo, mas compondo obras religiosas, foram possivelmente ateus: Brahms - escreveu que espera “Manter a coragem e a animação suficientes” para compor uma importante obra coral”, e Verdi - que aproveitou um dueto operístico em uma missa. Além dos ateus, os agnósticos, que não emitem opinião sobre sua crença, apenas admitindo a possibilidade da existência de um deus: Rimsky-Korsakov - compôs obras de cunho religioso para a Igreja Católica Ortodoxa; e Richard Strauss - no seu catálogo encontramos raras obras de índole espiritual, senão religiosa. Eram panteístas, pois consideravam a natureza como algo

a ser reverenciado e tinham profunda admiração pelo Cosmo, sem relação com as religiões: Beethoven, Debussy, Delius, Mahler (judeu convertido nominalmente ao Catolicismo) e Vaughan-Williams. Foi enigmático o comportamento de Rossini, cuja posição sobre Deus é desconhecida, mas ele rejeitou as religiões. Em 1967, escrevemos contra a execução de obras dos ateus Schubert e Wagner; dissemos que a ignorância ou a complacência de alguns dirigentes musicais têm gerado em nosso povo as ideias errôneas de que “Toda a música serve para ser executada num templo, ou num programa radiofônico ou televisivo, e que toda a música de grandes compositores é do gênero sacro” (ver: OJB, 12 mar 67). Fizemos esta pesquisa para alertar os ministros e diretores de música sobre a inconveniência de executar falsa música sacra. Agora, os músicos evangélicos não têm desculpa para usar música de ateus.

Aviso importante As inscrições para a 98ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, que será realizada em Poços de Caldas - MG, entre os dias 26-29 de abril de 2018, deverão ser feitas pelo site www.convencaobatista.com.br. Para esta edição do evento, não teremos a ficha de inscrição publicada em O Jornal Batista. Fique atento para não perder o prazo das inscrições!


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GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Minha cruz e meu Jesus

À sombra da cruz Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

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ara muitos, o símbolo do amor é o coração, mas para os cristãos o símbolo do amor é a cruz. Pois, foi na cruz que Deus revelou e provou o Seu Eterno amor por nós (Romanos 5.8). Na cruz, o Amor de Deus foi derramado. Na cruz, fomos comprados. Nela, fomos amados primeiro, fomos atraídos. Pela cruz, Deus nos chamou a vivermos uma nova vida, de forma que seja para o Seu louvor, com renúncias e devoção. Uma vida de serviço e amor, de acordo com os propósitos de Deus. A cruz revela o nosso pecado, mas, ao mesmo tempo, mostra o amor eterno que nos atrai ao Senhor.

Na cruz vemos o quanto Jesus levou a sério o projeto redentor do Senhor Deus e Pai. A cruz media um pouco mais de 2,5 metros, mas a de Jesus nos serve como a régua do amor. Não a medida a partir dos centímetros e metros, mas pela medida do amor. Deveríamos medir tudo a partir da cruz. Ela é o referencial. A visão cristã propõe uma vida a partir da cruz e pela mensagem que ela traz. Mostra um amor que não se pode medir humanamente. Amor ágape, incondicional, eterno. Amor do Senhor Deus Criador. Amor do Pai, que é definido assim: “Deus é amor”. Viver à sombra da cruz é um desafio, contudo, é o caminho do discipulado cristão. Os dis-

“E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.” (Mt 10.38)

cípulos de Jesus devem viver dessa maneira. Precisamos voltar os nossos olhos para Cruz de Jesus e fixar nosso alvo na mensagem que ela nos traz. Cantarmos o refrão do Hino 132 HCC, que diz: “Sim eu amo a mensagem da cruz; suas bênçãos eu vou proclamar. Levarei eu também minha cruz, té por uma coroa trocar”. Cantaremos com vibração e amor. Cantaremos e levaremos essa mensagem da cruz até as pessoas que nos circundam. Levaremos a sério a mensagem da cruz e suas implicações de fé, obediência, serviço e renúncia. Levaremos a mensagem de amor revelada na cruz por Jesus. Vamos viver à sombra da Cruz de Jesus, nosso Senhor!

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ara ser cristão, tenho que dar a Jesus o meu eu verdadeiro, autêntico. A carreira do cristão é a de assimilar, constantemente, o Espírito de Cristo, até chegar à estatura do Varão perfeito, nosso Senhor Jesus Cristo. “E quem não toma a sua cruz e não segue após Mim não é digno de Mim.” (Mt 10.38) Paulo foi profundamente claro ao descrever o seu próprio jugo: “Pois eu sei que aquilo que é bom não vive em mim, isto é, na minha natureza humana. Porque, mesmo tendo dentro de mim a vontade de fazer o bem, eu não consigo fazê-lo” (Rm 7.18). Pelas revelações da Bíblia e do Espírito de Cristo

no seu coração, Paulo entendeu que tinha que entregar seu jugo pessoal ao controle do Espírito de Cristo. Daí seu grito de libertação: “Como sou infeliz! Quem me livrará deste corpo que me leva para a morte? Que Deus seja louvado, pois Ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo.” (Rm 7.24-35) Eu sou a minha cruz. Minha cruz é o meu eu interior, que me castiga e me desfigura. É gente como eu, que sofre por causa dos próprios pecados e limitações, que Jesus Cristo quer transformar. Mas Ele somente pode nos dar a saúde espiritual se nós O aceitarmos como Salvador e Senhor soberano. A cruz de Jesus nos liberta da cruz que carregamos. “Quem me livrará deste corpo de morte? Que Deus seja louvado, pois Ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo”.

Páscoa: a nossa dívida foi quitada Juvenal Netto, colaborador de OJB

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m dos principais usurpadores do sono são as preocupações com as dívidas, oriundas de uma má administração, desemprego e outros fatores. Esse problema é tão sério que leva um número expressivo de pessoas a cometerem suicídio. Toda a raça humana herdou uma dívida do primeiro homem, pois a Bíblia diz que todos, sem exceção, pecaram e foram destituídos da Glória de Deus (Romanos 3.23; 5.18). O pecado é algo inerente ao

homem, independente de qualquer circunstância; as Escrituras afirmam que a recompensa recebida por Ele é a morte (Romanos 6.23). O homem adquiriu uma dívida impagável com Deus, pois quem conseguiria se livrar desta condenação provocada pelo pecado (Romanos 8.3)? Não há um só justo; não há ninguém que consiga viver sem pecar; não há quem consiga cumprir as leis na sua totalidade (Romanos 3.10-12). Já que o salário do pecado é a morte, e não me refiro à morte física, mas, a espiritual, quem ousaria então dizer que merece viver eternamente pelos seus próprios méritos? Estávamos

todos sentenciados a morte pelas nossas culpas. Esse tipo de delito é ainda pior que o mencionado nesta introdução, pois a consequência dele é passar a eternidade em um lugar de tormento e dor, conhecido como inferno. Quem seria capaz de representar a humanidade para a vida, em vez de levá-la à morte, como fez Adão? Jesus, sendo Deus, deixou o Seu trono de glória, esvaziou-se e veio à terra para se vestir de homem e sentir as nossas dores, a fim de quitar o nosso déficit (Filipenses 2.6-11). No Getsêmani, um pouco antes dele ser crucificado, orou ao Pai insistentemente para que

passasse Dele aquele terrível sofrimento, se isso fosse possível; era o seu lado humano gemendo. O nível de estresse foi tão alto que chegou a derramar gotas de sangue pelos poros (Lucas 22.42-44). Naquele momento crucial, Ele enxergou toda a humanidade perdida, escravizada, em dívida com o Criador, sentenciada a habitar eternamente no inferno. Foi quando se rendeu por inteiro, dizendo ao Pai que não deveria ser do seu jeito; que estava disposto a receber sobre si, na cruz, toda a dívida do pecado da humanidade. Sendo assim, todo cristão entende que celebrar a Páscoa

não é simplesmente comer chocolate ou curtir mais um feriado prolongado, mas, um momento ímpar de gratidão pelo majestoso gesto de Jesus em se propor voluntariamente a morrer em uma cruz, quitando toda a nossa dívida. Ele satisfez totalmente a justiça de Deus e o que era impossível, tornou-se possível, pois, agora somos justificados e já não há mais condenação para aqueles que se tornaram pecadores redimidos, lavados e remidos pelo Sangue de Jesus (Romanos 8.1-2; Efésios 2.13-16; Hebreus 13.12; I João. 1.7; Apocalipse 1.5). Aleluia! Cristo nos libertou; Ele é a nossa Páscoa.


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DIFICULDADES BÍBLICAS

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Ebenézer Soares Ferreira

Diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói – RJ

E OUTROS ASSUNTOS

Hebreu, judeu e israelita

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o termo “judeu” derivam-se outros, alguns com sentido pejorativo. No Dicionário Aurélio, lê-se que judeu é, no sentido popular, “Homem mau, indivíduo avarento, negociante, homem trocista”. Eis alguns termos derivados de judeu: 1. Judiaria - Dá-se o nome de judiaria ao bairro de judeus que, na forma arcaica, era “judiaria”. Caldas Aulete, em seu dicionário, inseriu: “Judiaria é pelo povo ainda usado no sentido de ‘cruezas’, memória do tempo em que não havia atrocidades, que para perseguir e espoliar se não atribuísse aos judeus. (G. Viana, Apost., II p.44)”. Outro dia encontrei alguém batendo em uma criança e outro que gritava: “Isso é judiaria...”. 2. Judiar - Silveira Bueno, no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, expõe: “Judiar V. Rel. Infligir maus tratos a alguém, torturar, maltratar. De Jud (eu) e o sufixo iar. Parat. Pass. Judiado, adj., maltratado, torturado, submetido a sofrimentos físicos e morais”. Há outras palavras que têm conotação, como judiação, judiador. Mas há palavras que, derivadas do termo judeu, não têm o sentido pejorativo atrás referido: 1. Judaico - Relativo aos judeus, ao povo hebraico. 2. Judaísmo - Nome pelo qual é conhecida a religião professada pelos judeus. Tam-

bém pode referir-se aos costu- Bíblico, no verbete “israelita”, consigna: “Descendente de mes próprios dos judeus. Israel, i. e. de Jacó, Êxodo 9.7, 3. Judaísta - Perito em as- e por inferência, possuidor suntos judaicos: que pratica a do verdadeiro conhecimento religioso, servo fiel de Jeová e religião judaica. herdeiro das Promessas (João 4. Judaizar - C. Aulete ob- 1.47; Romanos 9.4; Romanos serva: “Judaizar (a.i), v. intr. 11.1; II Coríntios 11.22)”. Quando retornou da MeGuardar ou observar as leis e ritos judaicos, no todo ou em sopotâmia, após muitos anos parte. Chegou-se finalmente fora da sua terra, de onde fugiaos condenados à morte, no ra de Esaú, seu irmão que quefogo: eram três mulheres por ria matá-lo porque o enganara, bruxas, e dois homens, cris- Jacó vinha sendo assaltado tãos-novos, por judaizarem, pelo pensamento de que seu mais um por feitiçaria (Oliv. irmão ainda guardava rancor Mart. Hist. Port. II, v. 2, p. 38, contra ele. Ao chegar ao Vau de JaEd. 1920)”. Nos primórdios do cristianis- boque, ele fez sua família mo apareceram os judaizan- atravessá-lo. Entretanto, se detes. Eram judeus, ligados ao teve ali. O medo de encontrarcristianismo, que desejavam -se com o irmão apoderou-se impor aos neoconversos do dele. Eis como o autor bíblico paganismo, que habitavam, descreve esta cena: “Naquela principalmente, nos campos mesma noite, levantou-se e, missionários onde operavam tomando as suas duas mulhePaulo, Barnabé e outros, a res, suas duas servas e seus observância rigorosa dos ri- onze filhos, passou o vau de tos da Lei Mosaica. Alguns Jaboque. Tomou-os e fê-los chamam a este costume de o passar o ribeiro, e fez passar “binômio judeu-cristianismo”. tudo o que tinha. Jacó, porém, William Barclay (The Letters to ficou só; e lutava com ele the Galatians and Ephesians, um homem até o romper do p.4), escreve: “Havia judeus dia. Quando este viu que não que aceitaram o cristianismo, prevalecia contra ele, tocouporém, eles criam que todas -lhe a juntura da coxa, e se as promessas e dons de Deus deslocou a juntura da coxa de eram unicamente para os ju- Jacó, enquanto lutava contra deus e que nenhum gentio ele. Disse o homem: Deixapoderia ser admitido a estes -me ir, porque está rompendo preciosos privilégios. Eles, por- o dia. Jacó, porém, respondeu: tanto, criam que cristianismo Não te deixarei ir, se não me abençoares. Perguntou-lhe, era só para o judeu”. O termo “israelita” vem de pois: Qual é o teu nome? E ele Israel, que significa “Aquele respondeu: Jacó. Então disse: que luta com Deus”. John Não te chamarás mais Jacó, D. Davis, em seu Dicionário mas Israel; porque tens lutado

com Deus e com os homens e tens prevalecido. Perguntoulhe Jacó: Dize-me, peço-te, o teu nome. Respondeu o homem: Por que perguntas o meu nome? E ali o abençoou. Pelo que Jacó chamou ao lugar Peniel, dizendo: Porque tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada. E nascia o sol, quando ele passou de Peniel; e coxeava de uma perna. Por isso, os filhos de Israel não comem até o dia de hoje o nervo do quadril que está sobre a juntura da coxa, porquanto o homem tocou a juntura da coxa de Jacó no nervo do quadril” (Gn 32.22-32) Como já dissemos, não há um povo que tenha sido reconhecido, através dos séculos, com três nomes bem diferentes: judeu, hebreu e israelita (hoje o habitante de Israel é conhecido como “israelense”). Camões, o célebre épico lusitano, em seu famoso poema “Os Lusíadas”, cita, em vários de seus Cantos, os nomes judeu, hebreu e israelita. Eis alguns exemplos: Como Sansão hebreu de Guindelha (4.12) Desta sorte o judaico povo antigo (7.39) Depois de ter Judeia subjugado (3.27) Que o povo de Israel sem nau passou (4.68) Tu que a todo Israel refúgio deste (6.87) Ao finalizarmos este pequeno estudo, concluímos: 1. O nome hebreu, proveniente de Heber ou hebar, foi aplicado aos descentes de

Abraão pelos povos estabelecidos em Canaã. 2. O nome judeu teve conotação, no princípio, com alguém pertencente ao reino de Judá, diferenciando, assim, do habitante de Israel do norte. 3. O termo judeu, após o cativeiro babilônico, foi aplicado a qualquer membro do novo Estado estabelecido. 4. O nome israelita procede de Israel, nome aplicado por Deus a Jacó. Esse foi sempre o nome usado entre eles mesmos. 5. O nome judeu passou a ser aplicado mais à raça e o nome hebreu, à língua; embora pudesse referir-se também à nacionalista. 6. O nome israelita tem mais amplitude, já pelo seu significado etimológico, já pelo seu significado histórico, já pelo seu significado teológico, em virtude da conotação espiritual com os gentios convertidos a Cristo. Paulo escreve que “(…) Os quais são israelitas, de quem é a adoção, e a glória, e os pactos, e a promulgação da lei, e o culto e as promessas” (Rm 9.4). E Fausset declara que esse nome expressa os altos privilégios teocráticos dos descendentes do patriarca que “Como um príncipe, tinha lutado com Deus”. O povo cristão tornou-se o “Israel de Deus”, em virtude de o povo judeu ter renegado a Cristo. Assim, aquelas sublimes promessas feitas por Deus o atingem e o atingirão ainda.


6 vida em família

reflexão

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Gilson e Elizabete Bifano

Billy Graham em casa

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o dia 21 de fevereiro, Deus chamou aos céus o pastor Billy Graham. Todos o conhecem das grandes cruzadas evangelísticas onde milhares de pessoas aceitaram a Cristo como Salvador. Mas, poucos conheceram o Billy Graham em casa. No seu livro, uma autobiografia, Billy Graham nos convida a entrar em sua casa e conhecer um pouco da sua vida em família. No capítulo “Em casa”, há muitas coisas interessantes que nos fazem refletir sobre o marido e pai Billy Graham. O evangelista conta que um certo dia, uma de suas filhas, ao começar perceber os conflitos com o seu próprio marido, dirigiu-se à sua mãe, Ruth Graham, e disse: “Mamãe, não me lembro de ter ouvido você

e o papai discutindo”. Ruth Graham, rindo ao lembrar de algumas discussões que tivera com o seu marido, revelou um dos princípios conjugais que adotaram: “Fizemos um pacto de nunca discutir diante de vocês”. O próprio Billy Graham comenta que isso ajudou as filhas a irem para o casamento com uma falsa imagem de que um casamento só é bom quando não há conflitos. Uma das maneiras de preparar os nossos filhos e filhas para o casamento é mostrar-lhes que os conflitos fazem parte de qualquer relação, especialmente a conjugal. A própria Ruth Graham, ao comentar o assunto, afirmou: “Se duas pessoas concordam em tudo, uma delas é desnecessária”. Em outro trecho, Billy

Graham conta que seu envolvimento com a obra de evangelização era tão grande que em um determinado período do seu ministério, a Associação Evangelística Billy Graham (BGEA) tornou-se a sua segunda família. Às vezes, Billy Graham passava meses longe de casa pregando o Evangelho. Ao olhar para essa fase, chegou a conclusão de que perdera as melhores partes de sua vida. Diz ele: “Lamento profundamente não ter podido estar em casa para ver as crianças crescendo e se desenvolvendo”. E conclui: “Atualmente, costumo advertir os jovens evangelistas a não cometerem os mesmos erros”. Ainda sobre esse tempo, escreveu: “O ministério itinerante me custou caro em termos de dedicação aos meus filhos homens”.

Essa afirmação nos liga ao livro escrito por Franklin Graham, filho do evangelista, cujo título é “O filho rebelde de Billy Graham”, onde narra suas aventuras por um determinado tempo de sua vida, longe dos caminhos do Evangelho. Pela Graça de Deus, Franklin Graham é pastor, um dos diretores da Associação Billy Graham e também da organização Bolsa do Samaritano, que ajuda pessoas em situação de catástrofes. Por outro lado, quando estava em casa, o grande evangelista deixava o papel de pregador e se tornava um pai, na essência da palavra. Em um dos trechos do capítulo, escreveu que brincava muito com os filhos, e quando descia a montanha, onde se situava a sua casa, as lágrimas corriam

de seus olhos. Nos momentos em que passava com seus filhos, além das brincadeiras, valorizava a conversa a sós com cada um deles, além de nunca esquecer de ler a Bíblia e realizar o culto familiar. São reflexões interessantes que nos fazem pensar e saber que, como todos nós, Billy Graham teve também as suas crises, dilemas e arrependimentos, mas, pela infinita misericórdia de Deus, todos os filhos são homens e mulheres que servem a Cristo e estão dando continuidade a obra iniciada pelo pai. Pr. Gilson Bifano. Escritor, conferencista e coach na área de família. Siga-o no instagram: @gilsonbifano oikos@ministeriooikos.org.br


missões nacionais

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Colégio Batista de Carolina: 82 anos de obra missionária no Maranhão

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Colégio Batista de Carolina completou 82 anos de obra missionária no Sul do Maranhão. O Colégio, que nasceu da visão missionária do executivo de Missões Nacionais da época, L.M. Bratcher, que viu a necessidade de evangelizar crianças sertanejas, iniciou suas atividades no dia 16 de março de 1936 com uma turma de 65 alunos sendo minis-

trados pela missionária Ligia de Castro, carioca, que foi a primeira missionária solteira comissionada pela JMN, casando-se somente alguns anos depois. O Colégio que, inicialmente, teve o nome de Rosalle Appleby, em homenagem a uma missionária americana, após alguns anos recebeu o nome de Instituto Batista de Carolina e, neste ano de 2018, passa a utilizar o nome de Colégio

Batista de Carolina, mantendo sua essência, visão missionária e seu desejo de glorificar a Deus através da sua equipe de trabalho, dos seus alunos e de sua comunidade escolar. A festa contou com a apresentação do espetáculo “E a Glória do Senhor enche esse lugar”, que remete ao texto de Êxodo 40.34, que após a construção do templo teve a Glória do Senhor enchendo àquele lugar. Essa é a expec-

tativa da equipe que, após ter sua estrutura reformada no início do ano, tem clamado a Deus para que a Glória Dele encha todo o Colégio. A celebração também recebeu os alunos para participações musicais e apresentações. Também esteve presente o pastor João Melo, da Primeira Igreja Batista de Vila da Penha - RJ, que é parceiro do Projeto. Louvamos a Deus por mais

um ano deste Projeto missionário que tem trazido uma nova visão educacional e abençoado famílias inteiras. Você também pode ser parceiro do Colégio Batista Carolina, acessando: https://www. atos6.com/missoesnacionais/ projetos/colegio-batista-carolina-ma Conheça mais assistindo ao vídeo: https://youtu.be/ igId5U3U7T0


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notícias do brasil batista

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PIB Pinda - SP promove programações em prol da Campanha da JMM 2018 Elias Rivelle, jornalista, membro da Primeira Igreja Evangélica Batista em Pindamonhangaba - SP

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esde o final do mês de fevereiro de 2018, a Primeira Igreja Evangélica Batista em Pindamonhangaba (PIB Pinda) - SP tem desenvolvido algumas ações de participação na Campanha de Missões Mundiais 2018, da Convenção Batista Brasileira (CBB). A Campanha tem como tema “Eu Sou Esperança às Nações”, e a divisa encontra-se no texto bíblico de João 14.6, onde o Senhor Jesus afirma: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. As ações realizadas objetivam despertar os membros da Igreja para o envolvimento com a causa missionária. No decorrer de celebrações e eventos da Igreja, tem sido levantadas ofertas para missões, como também tem ocorrido a promoção de diversas ações com o intuito de contribuir para Missões Mundiais. No dia 10 de março (sábado), das 08h às 13h, o Ministério de Mulheres Cristãs em

Missão (MCM) realizou o Bazar Missionário nas dependências da Igreja Batista. No evento foram vendidos diversos tipos de roupas masculinas, femininas e infantis, bem como sapatos, utensílios e artigos variados, visando arrecadar e reverter fundos em prol do alcance de pessoas pelo Evangelho ao redor do mundo. No dia 11 de março (domingo), foram realizadas programações especiais no período da manhã e noite. A partir das 09h, houve o culto e Escola Bíblica Dominical (EBD), com a presença dos missionários venezuelanos, pastor Felipe Gonzalez e sua esposa Yifferson Mora. Além de uma palavra sobre os desafios do campo missionário e a necessidade de transformação das Nações pelo Evangelho, pastor Felipe pregou sobre o tema “Arrependimento”. Após o culto da manhã e EBD, foi realizado o tradicional Almoço Missionário, quando os participantes doaram ofertas para Missões Mundiais em troca de uma refeição preparada por voluntários da Igreja Batista. No culto da noite, o missionário pastor Felipe

Pastor Felipe Gonzalez (Culto da Noite)

Almoço Missionário

O ministro titular da PIB fez uma pregação expositiva sobre “A Grande Comissão”, Pinda, pastor Ésio Moreira, que é mencionada por Jesus agradece ao Senhor Deus na Bíblia. pelo público nas ocasiões an-

teriores, e aguarda o maior envolvimento da comunidade nas ações em prol da Campanha de Missões Mundiais 2018.

Culto de gratidão marca o 5 aniversário de ministério do pastor Hamilton Cardoso 0

Haroldo Rosendo Rico, pastor da Igreja Batista do IV Centenário - SP

U

m evento aparentemente corriqueiro e, ao mesmo tempo, excepcional. O que há de mais comum aos crentes senão cultuar a Deus, reunidos como Igreja, rendendo-lhe graças por bênçãos recebidas? Por isso que, no dia 16 de dezembro de 2017, no templo da Igreja Batista em Jardim Santo André - SP, foi celebrado o culto de ação de graças pelo quinto aniversário de ministério pastoral do pastor Hamilton Ferreira Cardoso. Após a mensagem do pastor

Jairo Venâncio Silva, usou da palavra o professor Luiz Pereira de Barros, para as devidas homenagens. No decorrer da fala do professor Luiz, este se refere ao pastor Soler como “Gamaliel”, em referência ao rabino célebre que foi mentor do apóstolo Paulo em sua educação judaica. Isso se deu pelo reconhecimento ao homenageado por sua contribuição no preparo de seminaristas, bacharéis em Ciências Teológicas, com vistas ao Exame do Concílio de pastores aos candidatos ao ministério Pastoral. Ao tomar a palavra, o pastor e doutor Soler declarou: “Eu não sou Gamaliel, mas gostei do que o irmão falou!”.

É claro que a modéstia e o bom humor, característicos do professor, pastor e doutor Soler se mesclaram na frase, o que causou risos em todos os presentes. Como amigo do pastor Soler há mais de 45 anos, como colega de ministério e de magistério, posso referendar a comparação que, guardadas as proporções, muito bem lhe cabe. Eu também tenho sido e sou beneficiado por sua vasta cultura teológica e integridade pastoral. Neste aspecto em particular, o “Gamaliel” de nossos tempos, nesses 45 anos de exercício pastoral, pastor Soler tem preparado mais de 450 seminaristas para o Exame Conciliar.

Como examinador de alguns deles, não me surpreendi com seu desempenho e firmeza nas respostas. Além do mais, é de sua lavra maternal apropriado e específico que disponibiliza ao candidato, sem falar na aplicação de um método exclusivo pelo qual o candidato aprende muitos versículos de cor, para responder satisfatoriamente no Exame do Concílio. Bem, vamos agora ao que chamamos de excepcional lá nossa primeira linha. Pois, excepcional foi a atitude, a virtude e a sensibilidade do pastor Hamilton, ex-pupilo do pastor Soler, em expressar publicamente, de forma oral e

em grandes letras, literalmente, a sua gratidão pelo apoio e orientação de seu mestre, pastor Soler. Bom seria se atitudes como essa fossem a regra e não a exceção, entre os pastores, particularmente. Pastor Hamilton ofereceu a seu mestre uma placa em que se lia: “Agradeço ao pastor Salvador M. Soler por ter investido em minha vida”. Pastor Soler disse que “não é Gamaliel”, mas gostou do que ouviu e eu quero concordar com o pastor Hamilton que Soler é, de fato, um investidor. Um investidor apaixonado, inveterado em vidas; Hamilton é um dos dividendos.


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Evento da OPBB Carioca discute papel do Evangelho em meio a violência e corrupção Tiago Monteiro, comunicação neas e urgentes, capacitando e oferecendo recursos a pastores e marketing da Convenção e líderes cristãos no enfrentaBatista Carioca mento desses desafios. “Não violência e as misé- podemos ficar distantes da rearias sociais que as- lidade. É preciso que o Evansolam a cidade do gelho não seja tímido em sua Rio de Janeiro foram proposta. O Reino de Deus é assuntos do Fórum de Pas- um projeto de homogeneidade, tores e Líderes 2018, evento de presença, de radicalidade. realizado pela Ordem dos Ele não admite a injustiça. Nós Pastores Batistas do Brasil - temos um papel importante de Seção Carioca, em parceria transformação da realidade!”, com a Primeira Igreja Batista apontou o pastor. de Vila da Penha - RJ, no dia Enfrentando a realidade 24 de fevereiro. Sob o tema “A Ressaltando a importância pregação do Evangelho numa cidade sitiada”, preletores e de uma Igreja empenhada oficinas levaram os participan- em apresentar soluções para tes a reflexões sobre possíveis a transformação da realidamudanças sociais que podem de, pastor Carlos Elias citou ocorrer, tendo como base o três aspectos fundamentais na proclamação e no ministério ministério local. Mais de 300 pastores e lí- pastoral: “O que há de imporderes se inscreveram para a tância é que a Igreja cumpra programação, que ocorreu sua missão, que é de praticar no templo da PIB de Vila da a justiça, amar a misericórdia Penha. Participaram como e andar humildemente diante preletores o pastor Carlos Elias de Deus. Se essa tríade for de Souza Santos, sênior da Pri- cumprida na proclamação meira Igreja Batista de Campo do Evangelho e na vivência Grande - RJ; e o pastor João de cada pastor, teremos uma Marcos Barreto Soares, diretor sociedade abençoada e transexecutivo da Junta de Missões formada pelo Poder de Deus”. No decorrer da preleção, Mundiais. Rômulo Borges, coordenador ele ainda contou experiências da OPBB Carioca, explica que sobre o engajamento de sua o fórum veio para dialogar Igreja em causas sociais e mossobre questões contemporâ- trou o quanto é importante a

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Coordenação, palestrantes e parte dos participantes celebram o dia de capacitação

percepção da realidade para uma ação efetiva. “O que a Bíblia diz é que precisamos ser sal da terra e luz do mundo. Se a Igreja não tem a percepção clara do que ela é e de sua missão, isso vai inferir o comportamento de nossa cultura, na vida das pessoas e na vida de nossa comunidade”. Obedecer para transformar Ampliando perspectivas e mostrando as mazelas de outros países que também sofrem com a violência e outras questões urbanas, o pastor João Marcos defendeu a ideia de que as mudanças acontecem quando encontramos prazer na vontade de Deus. O texto-base de sua mensagem foi o Sermão da Montanha, utilizado para

explicar que a felicidade não significa falta de sofrimento ou o reconhecimento de outros, e sim convicção de propósito. “Quando queremos a vontade de Deus como projeto para nossas vidas, somos felizes. E isso muda a nossa realidade”, afirmou pastor João. “A ideia de felicidade, na Bíblia, não é ideia de reconhecimento. Se você olhar para as cartas do Apocalipse vai encontrar sete cartas e verá que apenas duas Igrejas foram aprovadas. Dessas, apenas Filadélfia recebe a declaração de Jesus, dizendo: ‘Para que todos saibam que eu te amo’. Mas o texto diz: ‘Conheço as tuas obras e sei que tens pouca força’. Ela é uma Igreja padrão, mas não tem reconhecimento. Só que ela

recebe a maior declaração que alguém poderia receber nesse mundo: ‘Para que todos saibam que eu te amo’”, concluiu. Conecte-se Capacitação é uma das palavras de ordem da nova OPBB Carioca. O próximo evento, a Conferência Equipar 2018 - Construindo ministérios de excelência, acontecerá no dia 14 de abril, na Igreja Batista do Méier - RJ. A programação terá como foco “liderança e ministério”. Será um encontro imperdível para quem deseja aprofundar-se em planejamento, gestão de relacionamentos, inteligência financeira, exposição bíblica, prioridades e família. Mais informações pelo site www.batistacarioca.com.br/ equipar2018 .

IB no Guanabara - SP realiza curso para professores evangelistas de crianças

Início do curso - participantes

Edson Landi, pastor da Igreja Batista no Guanabara, em Campinas - SP

N

o dia 17 de abril, a Igreja Batista no Guanabara, em Campinas - SP, em parceria com a Aliança Pró

O curso sendo ministrado

Evangelização das Crianças (APEC), promoveu um curso para professores evangelistas de crianças. A aula foi ministrada pelas professoras da APEC, nas dependências da Igreja, e contou com a participação de 42 pessoas, incluindo membros de outras Igrejas da região.

Membros da Igreja Batista no Jardim Yeda e as professoras da APEC

A irmã Simone Ambrozini, responsável pelo departamento infantil da Igreja, comenta a importância da qualificação: “Todo crente deve estar apto para a evangelização e isso inclui a evangelização de crianças. É esta capacitação que o curso oferece.”, afirma Simone.

Final do curso - Participantes e professoras da APEC

Dayana Landi, membro da Igreja Batista no Guanabara, ratifica que “O conteúdo transmitido pelas professoras da APEC ajudará os participantes não somente no ministério infantil em suas Igrejas, mas também em seus lares, no compartilhamento do Evangelho com seus

filhos, sobrinhos, netos, etc.”. Somos gratos a Deus pelas oportunidades que Ele tem nos concedido. A nossa oração é que o aprendizado seja colocado em prática e que muitas crianças possam ter um encontro genuíno com Cristo, o Salvador que ama e recebe os pequeninos.


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notícias do brasil batista

Primeira Igreja Batista de Bauru - SP dá posse ao pastor de sua Congregação Jeferson Cristianini, pastor da Primeira Igreja Batista Bauru - SP

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tema da Primeira Igreja Batista de Bauru - SP (PIB Bauru) para 2018 é “Fazendo Discípulos”, com a divisa em Mateus 28.18: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. As ações da PIB Bauru visam o crescimento do número de discípulos de Jesus até que Ele venha. Estamos cumprindo a nossa missão ao longo das últimas décadas e, assim, olhamos para a nossa região com a visão do Reino de Deus, ensinada por Jesus. Com o desejo de alcançar a nossa cidade para Jesus com a pregação do Evangelho, não podemos esquecer da região. Dessa forma, como no passado, investimos em novas Congregações; estamos agora dando sequência ao nosso legado de plantar novas Igrejas em Bauru e região. No

dia 25 de fevereiro, a PIB deu posse ao pastor Davi Pedro como pastor missionário na sua missão em Cabrália Paulista. A PIB sempre olhou para Cabrália Paulista com uma paixão missionária. No passado, irmãs movidas por compaixão e graça realizaram um lindo trabalho no presídio feminino que a cidade abrigava. Foram anos de investimento e de muito trabalho, semeando a Palavra de Deus, depositando os frutos no altar do Senhor. Com o término das atividades da unidade prisional, o trabalho evangelístico realizado pela PIB ficou parado por um tempo. Parado, porém, com uma chama que não se apaga. Em julho de 2012 foi realizada a operação Jesus Transforma pela PIB de Bauru em parceria com a Junta de Missões Nacionais (JMN), da Convenção Batista Brasileira (CBB), tanto em Bauru (bairro Gasparini) como no município de Cabrália Paulista - SP. A chama reacendeu a paixão de alcançar a cidade de Cabrá-

lia para o Senhor Jesus. Após tempo de oração e meditação, a PIB, através do ministério de Missões, começou a trabalhar com as pessoas que o Senhor havia tocado por ocasião da Trans. Em fevereiro de 2015, tomou posse o pastor Ismael Claro com sua esposa Noêmia, e assumiram o trabalho. Em 10

de julho 2015 alugamos um salão, que era uma padaria, e que agora anuncia Jesus como o Pão da vida. Pastor Ismael e sua esposa serviram a Congregação até janeiro de 2018. Agora, a partir de fevereiro, a Congregação contará com o pastoreio do casal de missionários Ivete e pastor Davi. Vivemos um tempo novo e

desafiador, confiantes na atuação do Senhor. Continuaremos o nosso trabalho de edificação, evangelização e discipulado, a fim de que mais uma Igreja seja plantada em nossa região. Damos boas-vindas ao pastor Davi e sua família e oramos para que possamos ver muitos discípulos em Cabrália Paulista. Que Deus abençoe!

CB de Roraima avança com trabalho Batista na comunidade Vila Moderna Laudir Martins de Lima, diretor Executivo da Convenção Batista de Roraima

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Convenção Batista de Roraima (CBRR) tem visto o grande agir de Deus na comunidade Vila Moderna, localizada ao sul do estado, de aproximadamente 330 Km de distância da capital Boa Vista. Fomos desafiados a reabrir uma Congregação, que há mais de dois anos se encontrava fechada. O primeiro obstáculo que encontramos foi a falta do obreiro; e depois de um período de oração, Deus, através de Sua infinita graça, nos presenteou com um casal de obreiros da Venezuela - Antony Vidal Figueira e Kirbelys Figueira - que aceitou o desafio.

O segundo obstáculo foi o recurso financeiro para a sustentação ministerial, mas, novamente, a mão de Deus operou em nosso favor e foram levantados o recurso necessário para que o trabalho missionário fosse novamente retomado, cumprindo o Ide de Jesus na formação de discípulos. O casal tem desenvolvido um trabalho de relacionamen- Momentos de discipulado e aconselhamento têm feito diferença na vida dos moradores to com a comunidade e, com isso, eles tem ganhado a confiança de todos. Eles têm feito discipulado em diversas famílias, trabalhos com crianças, aconselhamentos, etc. Pedimos oração por esse trabalho e, principalmente, por esse casal que deixou sua terra natal para servir a Deus e ao nosso povo na proclamação As crianças também têm ganhado atenção especial e estudos bíblicos do Evangelho.


missões mundiais

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Vamos falar sobre o Cordeiro de Deus!

“Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do MUNDO.” (João 1.29) Caleb Mubarak, pastor, missionário no Oriente Médio

V

ivendo no contexto árabe-islâmico desde 2006, temos visto o quão diferente a Páscoa é vista, sentida e celebrada pela comunidade cristã que vive nos países onde a lei islâmica impera. Um calendário sem a Semana Santa & os cristãos ex-muçulmanos! No Ocidente, temos em nossos calendários o destaque dessa data, alertando que durante esse mês teremos a famosa Semana Santa. Porém, aqui, e em todos os países governados pela Sharia (Lei Islâmica), essa data não recebe destaque em seus calendários, e somente os cristãos de origem (árabes que nascem em famílias cristãs, e isso só ocorre no Oriente Médio), e também os estrangeiros podem celebrar a data livremente. Claro que isso tem uma explicação lógica. Se esses governos reconhecerem a data, estarão reconhecendo a ressurreição de Cristo, o que, para eles, segundo o Alcorão, não aconteceu. Mas, como ficam os cristãos ex-muçulmanos em um contexto como este? Não nos cansamos de dizer que esses

irmãos são nossos heróis. Conversando com um deles durante o período que antecede a Páscoa, ouvimos maravilhosas histórias de como Deus está abençoando o árduo trabalho que realizam naquela região. Entretanto, uma história foi muito especial: “Papai! Digamos a todos que Jesus é o Cordeiro de Deus!” Um líder de uma Igreja que se reúne às escondidas nos disse que seus filhos vivem lhe fazendo as mais diferentes perguntas relacionadas ao Cristianismo e ao Islamismo. As últimas perguntas foram feitas durante a festa do sacrifício, quando cada família muçulmana sacrifica um cordeiro. Aqueles meninos chegaram a casa, da escola, e perguntaram ao seu pai porque eles não sacrificariam um cordeiro como estavam fazendo todas as famílias do bairro. Então, o pai e a mãe se sentaram com seus filhos e explicaram o porquê de não imitarem o gesto dos seus vizinhos, e os meninos entenderam perfeitamente que aquela festa era - em termos espirituais - uma declaração pública de que o sacrifício de Cristo na Cruz teria sido em vão. Mas, foi aí quando veio a maior surpresa! Aqueles meninos disseram, “Papai! Vamos então para a rua para falar a

Páscoa não é lembrada em países muçulmanos

todos que Jesus é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! E, sabendo isso, eles não irão mais sacrificar tantos cordeiros!”. Outros desafios vieram após aquela declaração, pois aqueles pais tiveram que investir outro tempo explicando para os meninos que eles não poderiam sair às ruas declarando aquela verdade a todos, pois, naquele país, isso é proibido por lei. Que coisa! Meninos de 05 e 09 anos, desejosos de compartilhar sobre a razão da sua fé:

a Ressurreição de Cristo, o Eu Sou! Contudo, infelizmente, no contexto em que vivem, isso se torna um imenso desafio que pode até colocar suas vidas em risco. Aproveite sua liberdade! Veja você o tamanho do desafio de famílias como essa que estão espalhadas em todo o mundo árabe. Perceba também que você, vivendo no Ocidente, possui a liberdade de poder falar essa verdade para todas as pessoas que você conhece e até para aquelas que você não conhece. Apro-

veite para desfrutar dessa liberdade, e anuncie a outros sobre o real significado da Páscoa Cristã: o Cordeiro Santo (O Eu Sou) morreu naquela cruz, levando sobre Si o pecado da humanidade, mas, ao terceiro dia ressuscitou, e hoje está à direita de Deus Pai! Se você, em algum momento, sentir-se desanimado, lembre-se de que em outras partes do mundo, cristãos que vivem em um contexto de perseguição anseiam pelo dia em que poderão fazer isso livremente.

Amor por missões Colaboração: Ana Jhuly Stellet

O

amor por missões e o desejo de contribuir para obra missionária é algo que não há limite de idade. Maria Júlia Soares Tabatinga Silva promoveu uma ação missionária em sua festa de 15 anos, para que pudesse ofertar para o Projeto meninas da índia, de Missões Mundiais. Maria Júlia e seus pais, Marcos Cesár e Dorys Miriam Silva, fazem parte de uma Igreja local chamada Casa de Deus, onde moram, em Teresina - PI. Juntos trabalham assiduamente com missões. “Somos mais envolvidos

com missões locais, mas o nosso amor por missões independe da localidade, mas, sim, da necessidade dos povos de conhecerem a Jesus Cristo como libertador e único e suficiente Salvador”, conta Dorys. Por meio de uma irmã, da Igreja em que congregam, conheceram o Projeto Meninas da Índia. Depois, através de um casal amigo da família da Primeira Igreja Batista em Teresina tiveram mais informações sobre a iniciativa. “Quando eu conheci a história das meninas da índia eu fui muito impactada e me motivei muito a ajudar. Eu queria muito ajudar de alguma forma, só não sabia como”, disse a Maria Júlia.

Perto de completar seus 15 anos de idade, Maria sugeriu a família que não fizesse festa e sim doasse o dinheiro para as Meninas da Índia. Porém, por querer fazer o Projeto conhecido e motivar outras pessoas a ofertarem para missões optou por manter a festa. A menina pediu aos convidados que o presente fosse em dinheiro e depositado em uma conta bancária. “Eu pedi todos os presentes em dinheiro e só na festa eu revelei que, na realidade, todos os convidados estavam fazendo missões”, conta Maria. No dia da festa, Maria Júlia e algumas amigas apresentaram uma dança em homenagem às meninas da índia, e então, ela

Dança em homenagem as meninas da índia

Debutante Maria Júlia

anunciou que as pessoas que depositaram o dinheiro naquela conta bancária estavam junto com ela ofertando para o Projeto Meninas da Índia. A debutante contou um pouco do sofrimento das meninas e do que Missões Mundiais tem feito por lá. “Para mim, fazer missões é

a forma que eu tenho de dar um pouco desse amor que eu recebi e continuo recebendo. Dando essa oferta, eu pude dividir o Amor de Jesus, não só com a contribuição para as meninas da índia, mas também pude dividir esse amor com todos que estavam na minha festa”, declara Maria Júlia.


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ponto de vista

Crucifica-os? William Paixão, professor, pós-graduado em Teologia Contemporânea e Gestão Escolar, membro da Terceira Igreja Batista em São Mateus - RJ

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nquanto vivemos a incerteza de dias melhores, a democracia, e a liberdade de expressão decidiu calar a boca de alguns. Não podemos mais criticar as ações infundadas do nosso presidente, e nem falar de todos os absurdos que os nossos filhos têm que pre-

senciar, pois a qualquer momento podemos ser intimados a depor sobre o que falamos. Uma sociedade sem limites, e que não respeita o espaço do outro não é um corpo social, é uma assembleia sem líder, onde todos falam e ninguém respeita; diga-se de passagem, estamos cansados de ver isso em nosso Congresso pela televisão. E agora temos o testemunho de um palhaço, que se tornou deputado Federal, dizendo: “Subo nesta tribuna pela primeira vez e última vez. Não por morte.

Porque estou abandonando a vida pública”. Ali o parlamentar disse estar decepcionado com a política e classificou de “vergonhosa” a atuação dos colegas. Enquanto isso, nos bastidores, temos três prefeitos do Rio de Janeiro presos, comendo caviar, camarão, queijo, no valor de R$ 300,00, entre outros. Quando Jesus foi condenado, Pilatos perguntou duas vezes ao povo: “O que queres que eu faça com Jesus o Cristo?”, e o povo respondeu: “Crucifica-o!”. O povo

manda crucificar um justo e libertar um ladrão, porque o justo sempre confrontará os valores do povo que deseja viver em meio à festa, farra, folia, bebedeira e baile; ou seja, o equilibrado, atinado, sério, comedido, moderado e ajuizado sempre terá os seus projetos entrando em confronto e em choque com aqueles que só desejam a confusão, zoeira e bagunça. Temos nos tornados inócuos, vazios, e sem gosto, sabe por quê? Porque os nossos projetos pessoais e a nossa

vida tornou-se prioridade. O povo sempre trabalhará para calar quem fala a verdade. A história mostra claramente que não é o povo quem se manifesta contra a injustiça e a favor da integridade da família, são sempre alguns; uma minoria que tem a voz abafada e ameaçada pela multidão que deseja viver o caos, a desorganização, a desmoralização e a desordem. Quisera eu estar errado, mas tudo o que temos visto é um país desenfreado.

Onde os espinhos foram parar? Adão culpou Eva; ela culpou à serpente, Mas as desculpas não fizeram Quando o pecado penetrou o tempo voltar atrás. neste mundo Pela desobediência de Eva e À serpente, Deus falou que ela rastejaria de Adão Toda a natureza, a bela cria- E à mulher, disse: “Teus filhos terás com dor.” ção de Deus Sofreu consequências, veio a Adão teria que trabalhar pesadamente nefasta maldição. E voltar ao pó da terra; se torO homem e a mulher se es- nara um pecador. conderam de Deus; Ele procurou Adão e pergun- Do jardim do Éden Adão e Eva tou: “Onde estás?” foram expulsos, Marinaldo Lima, pastor, colaborador de OJB

nunca encontrou Sequer um único justo que pudesse resgatar Toda a humanidade da terrível morte eterna E o Seu Filho Amado, Ele teve que enviar.

Mesmo sem pecados, nosso Senhor foi condenado, Açoitado e cuspido e na cruz foi imolado. Como Cordeiro de Deus, Ele assumiu nossas culpas, Ao aceitar sua missão de morrer crucificado.

Deus amou o mundo de uma forma tão grande Que deu Jesus Cristo para ser o Redentor E cada um de nós que pela fé O aceita Tem a vida eterna; livre está Olhando desde os céus, Deus do acusador.

O pecado trouxe mesmo consequências dolorosas. Adão e Eva, ao seguirem seus interesses mesquinhos, Trouxeram maldições sobre eles e à natureza, Que Cristo quebrou na cruz, com a coroa de espinhos.

Castigados por terem buscados os maus caminhos. E um dos resultados que veio sobre a criação Foi que a terra passou a produzir os espinhos. Contudo, o Criador na sua imensa bondade Prometeu que um dia enviaria o Salvador. Apesar de toda a iniquidade do ser humano Deus tinha um plano baseado em Seu amor.


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ponto de vista

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O preconceito e o amor Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB

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preconceito e o amor não caminham juntos, de forma alguma. Como derrapamos, no tocante ao primeiro amor, quando brota o preconceito em nosso coração! Um vídeo foi enviado para mim, e trouxe muita comoção. Pai, mãe, e menina de dez anos esperavam o médico para uma consulta. A menina olha para o extremo do sofá, e rejeita ficar ao lado de um

jovem humildemente vestido. O pai é obrigado a ficar em pé, para que o distanciamento fosse respeitado. O médico, ao chegar, chama primeiro a família. De imediato, dá o relatório, afirmando: Todos os exames provam que sua filha está totalmente curada. Ato seguinte, introduzindo o rapaz no consultório, apresenta-o e afirma: Quero apresentar-lhes o doador da medula que salvou a sua filha. O semblante da menina demonstra um grande espanto. O livro de Rute é uma demonstração do Amor de Deus,

e uma rejeição total ao preconceito. Moabita, viúva, gentílica, com descendência, sequer conhecida, e, hoje, conhecida como ancestral de Jesus, o Messias prometido. Noemi dá ordem para suas noras: “Voltem para casa de seus pais e para ao seu deus”. Que ordem é essa dada por uma serva do Deus vivo, o Deus da Aliança? Ela não esconde nem um pouco seu preconceito. A impressionante demonstração de fé e amor ao próximo e uma das mais belas confissões encontradas na

Bíblia foi feita por Rute. Orfa não acompanha a decisão de Rute. Nunca mais é mencionado o nome de Orfa; ninguém mais soube como foi sua vida daquele momento em diante. E de Rute? Que exemplo edificante! A partir da decisão, Rute só recebe elogios e mais elogios. Suas vizinhas falam a sua sogra Noemi, quando nasce o filho do casamento de Rute, com o príncipe Boaz: “Sua nora, que a ama e que lhe é melhor do que sete filhos”. Lembremos: Sete era o número da perfeição. No primeiro capítulo do

Evangelho de Mateus, lá está Rute, sendo mencionada como ancestral de Jesus. Lembremos ainda que não foi a um respeitável doutor da lei que Jesus direcionou suas últimas palavras, mas, sim, a um malfeitor, após ouvir sua confissão de que era pecador e que tinha fé Nele: “Eu lhe garanto: hoje você estará comigo no paraíso”. Amado, quando o preconceito bater à porta do seu coração, lembre-se do exemplo de Rute, e o preconceito desaparecerá. Que assim seja. Amém.

2) - Peça perdão se você errou. “Como é feliz aquele que tem as suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados” (Sl 32.1). Todos os dias erramos com os outros e falhamos com Deus. Pensamos juízos errados a respeito dos outros, falamos coisas que ofendem os outros. Tomamos decisões, ações, atitudes, que ferem as pessoas. E quando vacilamos, automaticamente também estamos errando com Deus. O salmista diz que é feliz a pessoa que tem as suas transgressões perdoadas. Quando você dirigir-se a alguém que você precisa pedir perdão e tomar esta decisão, você contribuirá para a sua felicidade. O salmista também completa dizendo que quando os nossos pecados são apagados, somos felizes. Só Deus é quem perdoa pecados. Além da Bíblia nos ensinar isso, Lutero, no século XVI, por ocasião da Reforma Protestante, em uma de suas 95 teses alegou claramente que apenas Deus perdoa os pecados. As indulgências vendidas não tinham poder para perdoar, para apagar os pecados. Confesse ao

Senhor as suas iniquidades. Volte-se para Deus em oração e peça que o Sangue de Jesus purifique completamente o seu coração.

Perdão faz bem Davi Nogueira, pastor, colaborador de OJB

N

o dia 13 de abril de 1985, a Rede Globo, no programa Fantástico, exibiu uma matéria que deixou muitas pessoas emocionadas. Tratava-se de uma senhora chamada Ana Maria, que tinha uma padaria na Cidade de Lorena, em São Paulo. Em cima do comércio havia um apartamento onde ela morava com seu filho, que tanto amava. Nesse dia, 13 de abril de 1985, um bandido entrou em sua padaria para realizar um assalto e assassinou o filho daquela senhora, que ficou arrasada! O assaltante e assassino foi preso, julgado e condenado. Passou algum tempo, e aquela senhora pediu autorização para visitar a pessoa que havia matado o seu filho que estava na prisão. Ela foi ao encontro do assassino do seu filho, disse a ele que era a mãe do rapaz que ele havia assassinado e que o perdoava por ter assassinado o filho dela. Aquele detento ficou surpreso com a atitude daquela senho-

ra. Ele jamais imaginou que ela poderia ter essa reação. Ele pensou que ela gritaria com ele, brigaria, tentaria agredi-lo. Mas, ele jamais imaginou que ela iria perdoá-lo. E essa senhora passou a visitá-lo frequentemente na prisão. Até que, um dia, ele entendeu que aquela senhora tinha o Amor de Deus no coração, e que ele precisava experimentar deste mesmo amor. O detento, então, a partir deste ato de perdão daquela senhora, do fato de acolhê-lo, mesmo ele tendo sido o assassino do filho dela, percebeu a grandiosidade, a profundidade, a intensidade, e a necessidade de termos o Amor de Deus em nossos corações. Este homem, após converter-se, disse que se ele tivesse conhecido o Amor de Jesus antes, jamais teria cometido aquele homicídio ou teria entrado naquela padaria para assaltar. A vida dele teria sido completamente diferente. Este homem e a senhora tornaram-se amigos. Deus teve misericórdia dele; purificou o seu coração de todo o pecado, deu-lhe uma nova possibilidade de vida. Essa história nos mostra o que

o Amor de Deus é capaz de fazer na vida de uma pessoa. A Bíblia nos ensina a perdoar, e não guardar mágoa, rancor, ódio, indiferença, raiva. A Bíblia nos ensina que temos que amar. 1) - Se você está com raiva de alguém, perdoe. O Apóstolo Paulo, em Efésios 4.32 diz: “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo”. Seja bondoso! Paulo ensinou ao povo que morava na cidade grega de Éfeso a serem cheios de compaixão e bondade, a perdoarem uns aos outros. E, assim, as pessoas viveriam em paz. Devemos perdoar os nossos familiares, os nossos amigos, irmãos em Cristo que nos desapontam, nos decepcionam; colegas de trabalho, que vacilam conosco.; vizinhos que nos perturbam, entre outros. Não acumule sentimentos ruins, negativos, no seu coração. Não deixe para perdoar depois. Mas, perdoe agora! Sua vida será muito melhor se fizer isso.

3) - Perdão faz bem. Nunca vi alguém que liberou perdão “se dar mal”. O perdão tem o poder de transformar o nosso interior para que ele fique cheio do Amor de Deus. O perdão faz bem para o casamento, noivado, namoro. O perdão faz bem para a relação de pais e filhos, para o relacionamento com os colegas de serviço, de trabalho, escola, com os irmãos da nossa Igreja, etc. Quem perdoa não faz o mal, ao contrário, faz o bem. Eu sei que para muitas pessoas, devido a personalidade que possuem, perdoar é algo muito difícil. Uma pessoa colérica, sanguínea, tem muita dificuldade, por exemplo. Mas não é impossível. E quando esta pessoa perdoar, sua vida será renovada, transformada, preenchida do Amor de Deus. Amor esse, que mudou a vida daquele homem que assassinou o filho da senhora Ana Maria. Este mesmo amor, pode transformar a sua vida também.



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