ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 08/04/18
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Ano CXVII Edição 14 Domingo, 08.04.2018 R$ 3,20
Fundado em 1901
Comunidade Batista Atos 29 - RJ está em festa pelo aniversário de um ano como Igreja Página 10 Notícias do Brasil Batista
Missões Mundiais
PIB em Campo Grande - RJ celebra a Deus pelo retiro “Verdade e Graça 2018”
Nova turma do Projeto Radical Latino-Americano é enviada ao campo
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Notícias do Brasil Batista
Coluna Observatório Batista
Viagem missionária comemora 120 anos da PIB em Macaé - RJ
Artigo desta semana fala sobre a importância de uma Convenção
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reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.batistas.com A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida
Perspectiva da Convenção Batista Brasileira
É
impossível pensar, refletir ou falar em perspectiva da Convenção Batista Brasileira sem que seja fundamentado nos valores bíblicos que seguimos e que são a razão de nossa existência. O texto de I Coríntios 3.9, “Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus” é a base para se pensar em cooperação, que é uma marca distintiva da Igreja, como podemos comprovar nas 107 referências, que mostram a Igreja que encontramos no Novo Testamento. O princípio da cooperação São abundantes os textos bíblicos que falam de cooperação e solidariedade entre o Povo de Deus, da maneira como Deus age e de como quer que o Seu povo proceda, ao lhes ensinar a cooperação
como forma de atingir seus ajuda às Igrejas, demonstrados em atitudes, tais como: objetivos. a) A Igreja de Jerusalém envia Barnabé para acompanhar A cooperação como os fatos que estavam ocorforma criadora Impressiona como, através rendo em Antioquia da Síria, da história da revelação, toda com o surgimento da primeira a obra criativa de Deus e de Igreja cristã gentílica; b) A decisão de Paulo de voltar Jesus Cristo é impregnada do sentido de solidariedade e co- às Igrejas organizadas em sua prioperação, desde a criação do meira viagem missionária para ver como estavam, fortalecê-las universo e do homem. e constituir-lhes lideranças; c) O cuidado de Paulo para A cooperação como exemplo com todas as Igrejas. de solução de problemas existentes na Igreja Programas cooperativos Observe a maneira de agir administrados por Igrejas da Igreja, logo no início e nos e líderes cristãos primeiros anos de sua exisE ainda a experiência da tência. Igreja Primitiva - marcada pela A cooperação como forma “cooperação” - que ensina não de cuidado e ajuda à Igreja só a resolver problemas, mas, Nesta exemplificação, com sobretudo, realizar tarefas imbase na experiência da Igreja portantes para a expansão do cristã nos primórdios, vale Reino de Deus. Recordem-se: a) O envio de missionários ressaltar outro aspecto da cooperação, isto é, o cuidado e pela Igreja de Antioquia;
b) A “coleta” para as Igrejas da Judéia, por causa da fome; c) O sustento de Paulo e de seus companheiros; d) O encontro em Trôade; e) O relatório de Paulo à Igreja de Antioquia, após a primeira viagem missionária. A Convenção representa, de forma adequada nos dias atuais, a solução dos Batistas para a realização de suas aspirações comunitárias e o tratamento das questões de seu interesse, segundo a mesma linha de ensinamentos e exemplos bíblicos, buscando, assim, manter-se fiel ao propósito de Deus de salvar o mundo e de adquirir para Si um povo peculiar.” Batistas brasileiros, lembremos sempre que a cooperação é a essência dos valores e princípios Batista.
AviSO imPOrTanTE As inscrições para a 98ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira, que será realizada em Poços de Caldas - MG, entre os dias 26-29 de abril de 2018, deverão ser feitas pelo site www.convencaobatista.com.br. Para esta edição do evento, não teremos a ficha de inscrição publicada em O Jornal Batista. Fique atento para não perder o prazo das inscrições!
SOS
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bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES
Cruz e sepulcro vazios
N
ão adoramos a cruz. Tampouco, o sepulcro onde Jesus foi colocado após Sua morte. O tempo em que Jesus passou na cruz foi curto; apenas algumas horas. Seu corpo passou três dias no sepulcro; Na madrugada do primeiro dia da semana ressurgiu. Venceu os tentáculos da morte para sempre. Seu corpo não experimentou a normal decomposição que todos os mortos experimentam. “Sua alma não foi deixada no mundo dos mortos, nem a sua carne viu a corrupção” (At 2.31). Ao ressurgir dentre os mortos, Jesus consumou o projeto de Deus-Pai para a redenção do homem pecador. “Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36b). “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que
estão nos céus, na terra e debaixo da terra e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus-Pai” (Fp 2.10-11). Por isso, não adoramos a cruz; não a portamos como amuleto, objeto miraculoso ou de culto. Adoramos aquele que nela foi crucificado. Também não prestamos culto ao túmulo. Somos gratos a Deus-Pai que o deixou vazio, fazendo ressurgir, pelo poder do Espírito Santo, o Jesus que nele foi depositado. Não adoramos o Senhor morto, mas, sim, o Cristo vivo. Com vida, foi aos céus, onde “À direita do Pai intercede por nós” (Rm 8.34). Vivo voltará em breve para levar para Si aqueles que O confessam como Salvador e Senhor. Jesus foi levado aos céus
com o corpo glorificado, oferecendo-nos a certeza de que no dia da sua volta, os nossos corpos ressurgirão glorificados, adequados a viver a eternidade com os santos nos céus. Há muita emoção com as dores físicas que a cruz impingiu a Jesus. Os sofrimentos antes, durante e após a crucificação são indescritíveis. A mente humana não consegue penetrar as dores do Calvário. Mas o maior sofrimento imposto a Jesus foi o nosso pecado. Como diz II Coríntios 5.21, ao se fazer pecado por nós e assumir as nossas culpas perante o Pai, para reconciliarmos com Deus, o sofrimento de Jesus foi além das dores da cruz. O pecado sempre gera sofrimentos; é da sua essência gerar dores horríveis. Há o sofrimento na vida daquele que o comete,
na experiência daqueles que são envolvidos, e no coração de Deus ao contemplar a sua criatura sob o jugo do pecado. Qualquer que seja o pecado, sempre há consequências trágicas para alguém. O preço cobrado pelo pecado é elevado. Não compensa pecar e viver no erro. Jesus veio ao mundo e assumiu a natureza humana para libertá-la das garras do pecado. Não pecou, mas sofreu as dores causadas pelos nossos horríveis pecados. A esposa de Pilatos declarou que Jesus era justo (Mateus 27.19). Pilatos confessou publicamente que Jesus era inocente, isento de culpa (João 19.4). O centurião que comandou a crucificação ao vê-lo morrer declarou que Jesus era justo (Lucas 23.47). Foi o sacrifício
do justo pelos injustos. Quão terrível é o nosso pecado ante a santidade divina. Quão maravilhoso é o amor revelado por Jesus a cada pecador. A cruz e o túmulo vazios testemunham o Amor do Pai. Na cruz, Jesus se tornou justiça por nós. Mediante a Sua morte somos declarados justos. Não há mais condenação para aqueles que O temos como Salvador e Senhor (Romanos 5.1). Por isso, a cruz ficou vazia. Ao deixar o túmulo e ressurgir dentre os mortos, Jesus garantiu-nos a certeza de que seu sacrifício sangrento foi aceito pelo Pai. Logo, não há mais o que acrescentar para obtermos a salvação. Cruz e túmulo vazios não são objetos de adoração, mas, sim, o Cristo que por eles passou. Resta-nos bradar: Aleluia!
reaproximarem de Deus, de quem se afastaram por opção própria a partir do momento em que decidiram desobedecer ao Criador ainda no ambiente celestial da criação, o Éden. O ato salvador de Cristo, consumado no Calvário, apesar de testemunhado pela humanidade daquele tempo, é um fato que contraria algo em nós muito forte chamado “razão”, ou seja, precisamos ver para crer. Deus quis que essa salvação só ocorresse de forma individual pela manifestação da fé.
“Justificado, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). Deus quis também que essa fé tenha uma única fonte: o Evangelho de Jesus, a Bíblia. Por isso, ordenou à sua Igreja ter como missão principal a Sua pregação por todo o mundo. Voltando à nossa “razão”, ela nos faz ver isso, ou seja, a pregação da Bíblia como loucura; mas é exatamente por essa loucura que aprouve a Deus salvar os homens. “Aprouve a Deus salvar aos
que creem, pela loucura da pregação” (I Co 1.21). Por isso, afirmamos que a Bíblia é a fonte única da fé salvadora. A Igreja dos que já creram por essa pregação tem o compromisso de pregá-la de forma incansável e imutável, enquanto existirmos. Se você ainda não chegou a essa fé, permita-se ouvir a pregação bíblica; seja humilde o bastante para contrariar a sua razão. Isso te levará a obter a fé e, consequentemente, crer em Jesus como teu suficiente Salvador.
Fonte da fé salvadora Celson Vargas, pastor, colaborador de OJB “E, assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela Palavra de Cristo.” (Rm 10.17)
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uando falamos de “fé salvadora” não é sobre uma fé a nós ensinada ou imposta por tradicionalismo familiar ou religioso e, sim, da capacidade de se crer, de forma definida e inabalável, em algo que, apesar
de não vermos, acreditamos ser real e plenamente confiável, infalível, como define a Bíblia: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb 11.1). O texto em pauta nos diz que a fé vem, ou nasce, pela pregação da Palavra de Cristo. Essa Palavra revela-nos exatamente Cristo como o enviado de Deus ao mundo para justificar os homens dos seus pecados, para que esses, ao se submeterem a essa justificação, tornem-se aptos para se
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Celebrando e vivendo o Reino de Deus através do ensino
Levir Perea Merlo, pastor, colaborador de OJB “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora, como até o dia da eternidade.” (II Pe 3.18)
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bril é o mês que celebramos a Escola Bíblica Dominical (EBD), lugar onde se trata do ensino, aprendizado e educação cristã. Pastor Milton Monte, da JMN, dizia: “A Escola Bíblica Dominical é um grande exemplo de PGM’s, reunidos em um só lugar”. De fato, as classes de estudos representam esses pequenos grupos em ação. Independente do dia e hora, a Escola Bíblica sempre será um marco de
crescimento para o povo de Deus. Enquanto algumas Igrejas decretam ou tentam o fim da EBD como algo obsoleto, outras aproveitam bem essa importante ferramenta de ensino e aprendizado para ajudar no desenvolvimento do Reino de Deus. Celebrando e Vivendo o Reino de Deus, essa é a temática da nossa Convenção, aliás, tema teologicamente permanente da Palavra de Deus, pois somos chamados para ampliar a ação do Reino de Deus nos corações através da proclamação poderosa do Evangelho de Jesus. Nosso texto acima é muito sugestivo na exortação aos servos do Senhor quanto ao crescimento e conhecimento base para manter a sua firmeza no Senhor, mas também cele-
brar e viver o reino com alegria e gratidão. Pedro exorta os seus leitores a tomar todo o cuidado com o engano dos homens perversos que, apoiados por Satanás, farão o possível para afastar o servo da presença de Deus e, consequente, desânimo da fé. A solução é crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Uma Escola Bíblica bem organizada e com uma equipe competente e temente a Deus, certamente será um valioso instrumento para ajudar os discípulos no seu crescimento e maturidade cristã. Que as Igrejas do Senhor Jesus Cristo continuem a desenvolver e usar a EBD como ferramenta de ensino e transformação para o avanço contínuo do Reino de Deus nesta terra.
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE
OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia
Fazer o bem se aprende “Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” (Is 1.17)
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começo do livro de Isaías é um libelo contra os cidadãos de Judá, principalmente os de Jerusalém, sua capital. A relação dos malfeitos dos judeus ocupa inteiramente o capítulo primeiro da grande profecia. O objetivo do Senhor, entretanto, não foi apenas o de descrever os costumes apodrecidos da nação. A intenção da mensagem foi, acima de tudo, a de ajudar na recuperação espiritual do povo. “Aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça e acabem com a opressão...” (Is 1.17). A sabedoria do Senhor é infinita. Porque Ele nos criou do
jeito que nós somos. Ele sabe que ninguém nasce já sabendo “fazer o bem”. Pelo contrário, somos parecidos com Jacó que, desde o seu nascimento, veio puxando o calcanhar de Esaú, seu irmão gêmeo, a quem continuou tapeando, pelo resto da vida. Por isso, dizem os cínicos: mesmo quando fazemos o bem, no fundo, o nosso objetivo real é sempre o de tirar algum proveito da aparente bondade que cometemos. Como discípulos de Jesus, nossa vocação é, exatamente, a de fazer o bem neste mundo de maldade. E o único jeito de cumprir tal ministério é o de permitir o senhorio de Jesus, no controle da nossa vontade, dos nossos sentimentos, da nossa inteligência. Este é o significado do “aprender a fazer o bem”: não à maneira torta do nosso egocentrismo sem Cristo. Cristianismo bíblico continua sendo “viver em Cristo”.
Combatendo o analfabetismo bíblico Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB
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pastor e teólogo C.H. Spurgeon, disse: “A Bíblia que está caindo aos pedaços geralmente pertence a alguém que não está”. Aqueles que amam a Deus automaticamente amam a Bíblia. O grande problema do crescimento evangélico no Brasil é o analfabetismo bíblico. Crescemos, mas não nos preocupamos com as bases. Crescemos, mas não impactamos a sociedade brasileira
como deveríamos. Os políticos e as famosas “bancadas evangélicas” revelam poucos casos de integridade e sabedoria, e mostram o nosso lado podre. A maioria dos políticos “evangélicos” dão mal testemunho, apresentam uma face preconceituosa e mal educada de tratar temas polêmicos, e revelam arrogância sem medida. Os últimos censos do IBGE mostram o nosso crescimento, mas o dia a dia tem mostrado as nossas carências e dificuldades. Precisamos, urgentemente, de um retorno às Escrituras Sa-
gradas. Precisamos recuperar a relevância das Escrituras para as nossas vidas, nossas famílias e nossas Igrejas. Muitos lares e famílias são conduzidos sem a orientação bíblica. Gastamos e investimos pouco tempo na leitura bíblica. Fomos “sequestrados” pela cultura de que não temos tempo e refutamos a leitura bíblica como algo que fica em segundo plano. A leitura e o estudo das Escrituras diluiu- se a tal ponto de termos uma geração de ditos “evangélicos” que não conhecem a Bíblia, não sabem as doutrinas básicas, não sabem os livros
que a Bíblia tem. Esses “evangélicos” são “doutrinados” pelas canções do universo gospel que são de baixíssima qualidade teológica e de frases de impacto do pregador da moda e do momento do cenário “evangélico” brasileiro. Precisamos da orientação bíblica para as nossas decisões diárias, para o direcionamento da Igreja local, para as necessidades das nossas famílias. Precisamos ficar ao redor da Palavra e deixar com que a Palavra nos ensine. Precisamos de mais pregação, ensino e estudo da Palavra, a fim de
que nossa fé seja nutrida e fortalecida (cf. Romanos 10.17). Que a nossa vida reflita nosso relacionamento com a Palavra de Deus. Que seja nutrida e fortalecida pela Palavra de Deus, alimento das nossas almas. Para que sejamos relevantes nessa sociedade corrupta e marcada pela violência precisamos voltar a Palavra de Deus. Nossa alma precisa ter fome da Palavra que vem do Senhor. Para que sejamos sal e luz dessa terra precisamos que essa Palavra seja a nossa fonte e manual para a vida cristã.
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Refúgio Edson Landi, pastor, colaborador de OJB “Misericórdia, ó Deus; misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia. Eu me refugiarei à sombra das tuas asas, até que passe o perigo.” (Sl 57.1)
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stamos meditando, em nossos cultos de oração, no livro dos Salmos. O Senhor tem nos abençoado através do estudo da Palavra. Afirmo que tenho tirado preciosas lições a cada
leitura e preparo dos estudos. Recentemente estudamos o Salmo 57, que tem a autoria de Davi. Fiquei tão encantado com esse Salmo, que gostaria de compartilhar um pouco de sua riqueza contida no primeiro versículo. O pano de fundo do Salmo é a perseguição de Saul, que levou Davi a fugir para a caverna de Adulão. A oração é iniciada com um pedido de misericórdia. Davi, ao fugir de seus perseguidores, se refugiou em uma caverna. Ali era um lugar
seguro, estava escondido e protegido. Contudo, Davi entendia que mesmo resguardado em uma caverna, o Senhor era o seu verdadeiro refúgio. O único lugar seguro no qual a alma de Davi poderia encontrar a verdadeira segurança era em Deus. Ele estava na caverna, mas não depositou a esperança e confiança de sua alma naquele lugar. Há aqui um grande ensinamento para nós: podemos ter as “nossas cavernas” por aí. Podemos ter lugares, pessoas e
situações que nos passem um pouco de segurança. Todavia, saibamos que a nossa alma só estará totalmente segura quando nos refugiarmos em Deus. Podemos e devemos ter acessórios de proteção e defesa em nossas casas e veículos: alarme, seguro, cerca elétrica, muros altos, câmeras, portões reforçados, etc. Podemos e devemos procurar um médico quando não estamos bem de saúde, inclusive, tomarmos os medicamentos e fazermos os tratamentos
necessários. A estas coisas podemos chamar de “nossa caverna”. Você pode fazer ou ter tudo isso. Mas saiba que a sua alma só estará totalmente segura em Deus. Lembre-se: quando depositamos em Deus a nossa confiança, deixamos de temer o amanhã. Quando lançamos sobre Ele toda a nossa ansiedade, o nosso coração encontra a verdadeira paz. Quando, de fato, confiamos em Seus planos, Ele nos concede um futuro cheio de esperança.
Parábola do fariseu e do publicano Marinaldo Lima, pastor, colaborador de OJB
Espaço para o novo José Manuel Monteiro Jr., pastor, colaborador de OJB
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omo somos resistentes à mudança. Mudar é difícil. O escritor Po Bronson, em seu livro, “O que devo fazer de minha vida?”, diz: “As pessoas falam em mudar, mas não mudam”. A despeito da posição pessimista do autor, creio que as pessoas podem mudar. A razão? O nosso Deus é especialista em mudanças. O capítulo 10 de Atos apresenta a história da visita do apóstolo Pedro a casa de Cornélio e o derramamento do Espírito de Deus sobre o grupo ali reunido. Já o capítulo 11 apresenta a justificativa de Pedro para a sua entrada na casa de um gentio. Os judeus conservadores criticam o apóstolo por ele comer na casa de Cornélio. Diante do interrogatório dos membros do partido da circuncisão, Pedro faz uma
exposição detalhada de sua experiência. Quais lições que podemos tirar do texto? O que Pedro e os judeus aprenderam com essa experiência? Em primeiro lugar, Deus é quem abre o caminho para os que estão fora do caminho (Atos 11.18). Pedro informa a Igreja em Jerusalém que o próprio Deus abriu o caminho para os gentios serem membros dela. Aleluia! Jesus veio para os doentes, os desvalidos, para os que estão sem esperança, para os que estão aprisionados, os viciados, os que estão amargurados de espírito (Marcos 2.17). Os judeus não detinham mais o monopólio da graça. Deus, por Sua infinita graça e misericórdia, havia também convidado os gentios para serem participantes de Sua graça. Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido. O trabalho de Jesus é colocar no caminho aqueles que estão à margem do caminho.
Em segundo lugar, Não é o que fazemos que nos santifica diante de Deus, mas o que Ele fez por nós (Atos 11.5-9). O que nos torna aceitáveis e santos diante do Pai celestial não é o que fazemos, mas o que Deus fez por nós por intermédio de Seu filho. Somos santos não porque tenhamos em nós algo que desperte e chame atenção do nosso Deus. Somos santos porque Ele nos redimiu através de Seu filho Jesus e nos fez filhos amados. Em último lugar, Deus se manifesta como quer e onde quer (Atos 11.15-16). Deus não somente abriu o caminho para os Gentios, mas também se manifestou a eles por intermédio do Espírito Santo. Eu louvo a Deus por ter este registro nas Escrituras. Esse texto tem por finalidade acabar com nossa pretensão de domesticar a Deus. Ele é livre e soberano. Ninguém pode deter o seu agir.
Jesus Cristo, vendo a condição do ser humano, Observando que muitos são bastante presunçosos, Consideram-se muito justos e desprezam os semelhantes, Ensinou como os sentimentos são enganosos. Contou uma parábola sobre dois homens no templo, Que foram ali orar, um fariseu e um publicano. O primeiro, em pé, orava orgulhosamente, Pensando que era perfeito, como o próprio Soberano. E dizia: “Ó Deus, muitas graças eu Te dou Porque não sou como estes homens roubadores, Nem sou como os injustos, adúlteros, ou este aí, Um pobre publicano, entre tantos pecadores. Jejuo duas vezes por semana; dou o dízimo. Sou o tal nas sinagogas e no templo sou também. Olhas para mim e vês que estou justificado; Eu sei que sabes disto, por isto
digo Amém, Amém!” O publicano, reconhecendo-se um homem muito falho, Ficou bem longe do altar e sem os olhos levantar. Sentia-se indigno de olhar os céus, trono de Deus, E batendo em seu peito, ele pôs-se a clamar: “Ó Deus, sê favorável a mim, um pecador!” Foi esta sua oração, pedindo, ao Senhor, perdão. Com humildade e cheio de grande simplicidade, Mostrou como os reais adoradores são. O Salvador Jesus disse que aquele publicano Agradou a Deus e saiu dali justificado. Foi para a sua casa com o coração aliviado, Enquanto o fariseu em nada foi perdoado. Porque todo o homem que vive se exaltando Será humilhado quando da vinda do Senhor. Porém, aquele que se humilha e se arrepende, Será exaltado e no céu recebido com amor.
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7 Radical Cristolândia Brasil: uma oportunidade de aprimoramento para vocacionado missões nacionais
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os dias 26, 27 e 28 de março, os Radicais da Cristolândia estiveram na Conferência Teológica para Pastores e Líderes do Seminário do Sul, na Tijuca - RJ. A Junta de Missões Nacionais entende
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que o Seminário é uma escola de líderes e vocacionados. O grupo assistiu a plenárias e oficinas com ênfase no livro de Hebreus. A imersão na Palavra de Deus está presente na preparação da vocação missionária dos Radicais da
Cristolândia, que tem como missão levar esperança às vidas que vivem na drogadição, através da pregação do Evangelho e de ação social, alimentando, vestindo, cuidando e amando cada uma delas. A Junta de Missões Nacionais
também conta com a sua ajuda. Quer dedicar um ano da sua vida para anunciar a salvação para aqueles que vivem nas trevas? Seja um Radical Brasil. Você passará por dois meses de treinamento e ficará um ano em uma das unidades, cumprindo
o chamado de Deus para a sua vida. Além disso, passará por muitas experiências profundas que te levarão a um amadurecimento na presença de Deus, assim como estes 36 Radicais. Para mais informações acesse nosso site: www.cristolandia.org.br
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notícias do brasil batista
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PIB em Campo Grande - RJ celebra a Deus pelo retiro “Verdade e Graça 2018” Anita Cruz, membro da Primeira Igreja Batista em Campo Grande - RJ
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ntre os dias 09 e 13 de fevereiro, a Primeira Igreja Batista em Campo Grande - RJ realizou seu retiro de Carnaval. O local escolhido para a programação foi o Acampamento Vale das Águas, em Cachoeiras de Macacu - RJ. Ao todo, mais de 150 pessoas participaram do evento. O retiro foi realizado pela juventude local, que abriu as portas para a Igreja como forma de integrar os pais de adolescentes e trazer comunhão para os membros. Os preletores escolhidos foram o pastor Carlos Elias, pastor Lucas Rangel, pastor Hanri Pinheiro e pastor Adiel Gomes, todos da PIB em Campo Grande - RJ, e um pastor e missionário da Junta de Missões Mundiais (JMM), que não pode ser identificado por motivos de segurança. Martin Luther King Jr. dizia que a fé é pisar no primeiro
Juventude da Primeira Igreja Batista em Campo Grande - RJ abriu programação para que toda a Igreja também participasse
degrau mesmo que você não veja a escada inteira. De fato, não precisamos ver uma escada inteira quando sabemos que é Deus quem dirige os nossos passos. Foi dessa maneira que o retiro Verdade e Graça 2018 aconteceu. Sob a liderança do pastor Hanri Pinheiro e sua esposa Raquel Pinheiro, pudemos entender, mais uma vez, a voz de Deus. Com a capacidade máxima de inscritos, nos afastamos das festas do Carnaval e fomos para um sítio sem saber ao certo o que Deus havia preparado para nós durante aqueles dias. Retiro, muitas vezes, nos
atrai por nosso bom relacionamento com amigos, pela paz que sentimos ao sair do tumulto do Carnaval, ou pelo conforto que temos em locais como esse acampamento. Tudo isso aconteceu no retiro Verdade e Graça 2018, mas a marca que fica em nós é do relacionamento com Deus, de como vivemos nossas vidas e o que deveríamos abrir mão por entender o plano perfeito de um Deus perfeito. Pudemos desfrutar e perceber a ação do Espírito Santo naquele local, quando nos reconhecemos pecadores e falhos, carentes
do Deus que tem o poder de restaurar aqueles que se arrependem diante da Sua Palavra. A temática da Série Divergente desenvolveu os seguintes assuntos: como divergir desse mundo decaído e corrompido, como nos insurgir contra um sistema que se opõe ao padrão de Deus, que se manifesta distorcendo a Palavra Dele e, por fim, como convergir com o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus Cristo. Nossos conceitos foram revisados e renovados, pensamentos reconstruídos e nossa fé fortalecida para podermos continuar
como atalaias do Senhor onde quer que Ele nos envie. Foi um rompimento com o passado, para agirmos e reagirmos, de maneira cristocêntrica, em um mundo que necessita de uma resposta dos cristãos. O que foi o retiro Verdade e Graça 2018? A resposta é: a continuidade do retiro de 2017 e a consolidação de um tempo de passos firmes em direção ao padrão bíblico, sem retrocessos ou interrupções, somente pelo poder e simplicidade do conhecido lema “seguindo para o alvo, Jesus Cristo”.
Comunidade Batista Atos 29 - RJ comemora aniversário de um ano como Igreja Paulo César Miranda, vicepresidente da Comunidade Batista Atos 29
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ste ano, a Comunidade Batista Atos 29, Igreja filha da Primeira Igreja Batista no Recreio dos Bandeirantes - RJ, começou em festa. No dia 07 de janeiro completou um ano de existência como Igreja, com uma celebração que contou com os pastores Alexandre e Jefferson. Mesmo com o aniversário sendo celebrado em 2018, as comemorações tiveram início em novembro, com a inauguração do novo espaço da Igreja, hoje localizada em Campo Grande, próximo a um dos shoppings. Na inauguração estavam presentes uma equipe da PIB do Recreio dos Bandeirantes, pastor Nilton, diretor Geral da Convenção Batista Carioca (CBC), alguns cantores gospel, muitos visitan-
Inauguração do novo espaço da Comunidade Batista Atos 29 (Cantor Alex Gonzaga, pastor Deivison Bahia e Luange Bahia)
tes e pastores convidados. Na ocasião, os preletores foram o pastor Julio César, pastor Sergio Leal, pastor José Maria, presidente da CBC, além do pastor da Atos 29, pastor Deivison Bahia. Até chegar o dia da festa de um ano de existência da Igreja, além das comemorações de inauguração do novo templo, também houve o evangelismo do Dia da Bíblia. Foi um domingo abenço-
ado, onde todos saíram pelas ruas distribuindo Bíblias e orando com as pessoas na rua. Um ano atrás, ainda como Congregação, a Atos 29 foi aprovada por concílio e oficialmente se tornou Igreja. Como Congregação, já vinha há anos fazendo um trabalho evangelístico bem sólido no bairro de Campo Grande, sendo conhecida como uma família que ama e vive pela fé.
Hoje, a Comunidade Batista Atos 29 tem trabalhado fortemente com os encontros nos lares, onde tem sido a porta de entrada para a Igreja e, assim, muitas vidas têm se convertido e se reconciliado. A Comunidade Batista Atos 29 é uma Igreja jovem e muito acolhedora. O pastor Deivison Bahia e sua esposa, Luange Bahia, são incansáveis nessa obra; sempre ensinando ao seu rebanho a prioridade do reino, a fazer discípulos, a amar o próximo e viver pela fé. Eles abriram mão de muitas coisas e começaram essa Igreja ainda como Congregação. Muitos, inclusive, os chamaram de loucos e não acreditavam na Atos 29. Depois de seis anos de uma Congregação que começou do zero, com muita oração e fé, hoje a Comunidade Batista Atos 29 se alegra em comemorar também o seu primeiro ano como Igreja. Louvado seja Deus
por cada ovelha que não desistiu dessa visão, que, independente das lutas, sempre esteve firme. São essas pessoas que hoje, junto com seu pastor e esposa, comemoraram essa grande vitória da Igreja. E a Atos 29 não para, agora com uma casa bem grande sonha em fazer, ao lado do seu espaço de culto, um local para a realização de trabalhos sociais e evangelísticos em Campo Grande. Mais que uma Instituição, a Atos 29 é o Corpo de Cristo na Terra, é uma família de amor e fé, que continua com o intenso desejo de levar pessoas a amarem a Jesus e ter um relacionamento real e pessoal com Ele, expressando o Amor de Deus, que acontece “vida na vida”, buscando ser guiados pelo Espirito Santo em tudo. Para conhecer mais sobre a Comunidade Batista Atos 29, acesse: Facebook.com/cbatos29.
missões mundiais
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Radical Latino-Americano: nova turma
Parte da tuma de radicais na sede de Missões Mundiais
Ana Jhuly Stellet - Redação de Missões Mundiais
O
Ra di c al Latino-Americano está na 12a turma. Desta vez, nove jovens seguiram para campos missionários na América Latina por meio do programa Radical de Missões Mundiais. O Projeto começou com um treinamento na sede da JMM. A capacitação foi um momen-
to de preparação, estudo, autoconhecimento e certeza de que foram vocacionados para esta missão. O treinamento aconteceu entre os dias 19 de fevereiro e 13 de março. Raquel Pereira da Silva, de 19 anos, do Rio de Janeiro, que faz parte da Igreja Batista Memorial de Senador Camará é uma das integrantes da nova turma. “Eu entendi que todos nós somos missionários e Deus
Raquel Pereira da Silva
quer que a gente transmita a mensagem do Evangelho a todos. Entendendo isso, eu quis participar do programa Radical”, conta Raquel. Outra participante é a Priscila da Silva Souza, de 27 anos, de Goiás, da Primeira Igreja de Valparaíso. “Este é um tempo que Deus já tinha preparado para mim, para que eu cumprisse o Ide que ele tinha colocado no meu coração. O momento chegou
Priscila da Silva Souza
e aqui estou eu obedecendo ao Senhor”, declara Priscila. Os Radicais foram atuar em Medellín, na Colômbia, e lá desenvolverão atividades no Programa de Ajuda, Recuperação e Esperança (PARE) e no projeto de plantação de Igrejas. O PARE oferece ajuda aos moradores de rua e também a pessoas que querem se libertar do vício das drogas e da prostituição. É um dos programas mais estratégicos de Missões
EU SOU, esperança à Bolívia Ana Jhuly Stellet - Redação de Missões Mundiais
A
situação política na Bolívia esteve bem estremecida por conta de alterações que seriam feitas no Código Penal do país. Após uma grande mobilização dos cristãos locais, da qual nossa missionária Fabiane Faria, que atua na região, esteve diretamente envolvida, o presidente Evo Morales anulou as alterações do Código Penal. Houve protestos no país por muito tempo e tudo indicava que o quadro pioraria. Caso as
alterações fossem aprovadas, afetaria até mesmo as atividades evangelísticas como as que desenvolvemos por lá. Atualmente, a situação está tranquila e nossos trabalhos evangelísticos continuam. Este ano, o plano é desenvolver um grupo de oração para universitárias. “Tenho observado que as estudantes são muito mais suscetíveis a quadros depressivos, distúrbios de ansiedade ou tristeza crônica. Muitas trazem em seu histórico situações de abuso, problemas familiares”, conta a missionária. Ore para que Fabiane tenha
sabedoria no desenvolvimento do projeto e tenha um local adequado para iniciá-lo. A missionária já tem discipulado e evangelizado alguns estudantes e tenta alcançar também os professores. “Continuo acompanhando dois professores universitários e tenho como meta alcançar mais professores neste semestre, sendo que já comecei a estabelecer amizade com um dos professores novos da universidade”, diz Fabiane. Continue em oração pela Bolívia e por estratégias de evangelização para que o grande EU SOU seja reconheFabiane e amigos da universidade cido entre os bolivianos.
Mundiais na América Latina, atendendo a mais de 400 pessoas por mês. O missionário supervisor deles no campo é o pastor William Freitas, e o coordenador da região é o pastor Ruy de Oliveira. Ore para que o Senhor realize grandes coisas por meio desses vocacionados. Escreva para crh@jmm.org.br e conheça nossas oportunidades de servir no campo.
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Viagem missionária celebra 120 anos da PIB Macaé - RJ Fotos: Lione Acácia Pereira Coelho
Robson Melo Câmara, pastor titular da Primeira Igreja Batista em Macaé - RJ; Lione Acácia Pereira Coelho, jornalista
R
ealizado pela Primeira Igreja Batista de Macaé -RJ, o “Projeto Guatemala” levou, entre os dias 09 e 19 de março, 35 irmãos para apoio ao trabalho da Junta de Missões Mundiais na Guatemala. A viagem durou 10 dias e as ações aconteceram em várias frentes de trabalho, com o apoio e direção do missionário da JMM naquele país, pastor Rodrigo e da irmã Viviane Pinheiro. Não houve cansaço físico que abatesse os irmãos que saíram do Brasil para ampliar as ações missionárias naquele lugar. As informações fornecidas pelo casal de missionários que atua na Guatemala possibilitou ações assertivas para aquele período. Os números nos dão uma visão da contribuição dos brasileiros em diferentes áreas: foram 18 cultos promovidos, sendo uma Cruzada Evangelística, 113 mulheres
Abordagem evangelística a moradores de comunidade
atendidas pelo Busines and Mission (BAM) , mais de 800 crianças com ações do Kids Games em cinco comunidades diferentes, 141 atendimentos pediátricos, 171 atendimentos clínicos, 265 atendimentos odontológicos, 80 irmãos que participaram dos treinamento para líderes e a construção de um banheiro. Esse projeto missionário aconteceu como parte da comemoração do aniversário de 120 anos da PIB Macaé, e só foi possível depois de mais de um ano de planejamento e preparo. Antes mesmo da saída do Brasil, os irmãos envolvidos sabiam que seriam dias intensos e se prepararam para isso. As saídas do grupo
Treinamento e capacitação de mulheres
aconteciam todos os dias às 08h e o retorno para a base só depois das 21h. A convivência com os irmãos da Igreja local e a entrega de cada um dos 35 missionários voluntários para a Obra do Senhor na Guatemala foi compensador. A recepção das Igrejas à equipe brasileira de missionários impressionava pelo amor. Todas as Igrejas por onde passamos demonstraram gratidão pela obra missionária. A alegria dos irmãos guatemaltecos também impressionou os brasileiros. “Não tinha um lugar que chegássemos e que não fossemos recebidos com sorrisos e abraços. Realmente nos sentimos em casa, e voltamos com um grande amor
por aquele povo”, destacou a missionária mais jovem do grupo, Enny Cléo, de 19 anos. Os trabalhos não param. Todos os participantes já estão sonhando com a volta àquele país, onde deixaram amigos e de onde trouxeram lembranças marcantes para a vida espiritual. “Não tem como passarmos por uma experiência como essa e não acontecer nada dentro de nós; a Guatemala me marcou e com certeza quero voltar. Fiquei impactado com o amor de um povo que tem tanto a oferecer mesmo tendo tão pouco! Espero ter contribuído de alguma maneira na vida das pessoas que conseguimos alcançar!” Afirmou o pastor
Charles Henrique, pastor auxiliar da PIB Macaé e um dos 35 missionários do projeto. Para o pastor titular da Primeira Igreja Batista de Macaé, o momento é marcante. Não só pela comemoração do aniversário da Igreja e todas as atividades que estão acontecendo nesse período, mas também pelo despertamento da Igreja para missões, de uma forma tão efetiva. “Além dos 120 anos que estamos comemorando, sem dúvida este foi um marco para nossa Igreja, nossa cidade, nossa denominação. Ter irmãos envolvidos com missões de uma maneira tão intensa, traz mudanças significativas para a nossa Igreja. Eu me sinto honrado em pastorear, nesse tempo, a PIB Macaé e esses 35 missionários voluntários”, concluiu Robson Melo Câmara. A Primeira Igreja Batista de Macaé, RJ, foi fundada em 13 de maio de 1898 pelo missionário norte-americano pastor Salomão Luiz Ginsburg, sendo uma das igrejas Batistas mais antigas do Estado do Rio de Janeiro e a Igreja evangélica mais antiga da nossa cidade.
Conheça o Centro Terapêutico Vida e Resgate, da PIB em Alto Taquari - MT espaço amplo, que possibilita diversas atividades, incluindo prática de esporte, laborterapia, psicologia cognitivo comportamental, espiritualidade, manejo com animais e entre outros.
Claudio Bernini, pastor da Primeira Igreja Batista em Alto Taquari - MT
A
dependência química compreende-se como o resultado de uma dificuldade de se adaptar à realidade, problemas com o meio social e a incapacidade em resolver os dilemas que a vida lhe apresenta. O desejo de obter prazeres ou alívio das tensões ou ansiedades tem levado as pessoas a se tornarem dependentes do uso de drogas. O usuário passa a não ter mais controle da situação, o organismo se adapta com a substância e quando não ingerida, sua ausência provoca sintomas físicos. Nesse contexto, a principal dificuldade encontrada entre
Alunos e monitor juntos no trabalho de hortoterapia
os usuários de drogas é de não reconhecerem que são dependentes; alguns possuem a falsa ideia de ter o total controle da situação e que conseguem parar sozinhos. O Centro Terapêutico Vida e Resgate (CTVR), com atividades iniciadas em 2010, é uma entidade civil sem fins lucrativos, com finalidade de apoiar,
orientar e tratar voluntariamente dependentes químicos e alcoólicos, maiores de 18 anos. Com a lei n.º586/2010, o Centro Terapêutico Vida e Resgate foi declarado de Utilidade Pública. Estrutura Clínica é direcionada para o tratamento e recuperação de dependentes químicos, com
Tratamento Em nosso Centro Terapêutico, o residente é recebido com toda a atenção por nossa equipe de trabalho, e o tratamento tem a finalidade de reintegrar e ressocializar o homem em seu meio familiar e social. O tratamento é realizado em regime de internação continuada e de maneira voluntária, ou seja, quando se reconhece a necessidade da ajuda para a recuperação. Sem esse consentimento e sem aderir ao plano de intervenção da clí-
nica por parte do residente, o tratamento não obtém sucesso. Reuniões É realizado na clínica acompanhamentos contínuos e reuniões para as evoluções do tratamento nos pacientes. Recuperação O plano de intervenção oferecido pelo Centro Terapêutico Vida e Resgate é de, no mínimo, 9 meses. Ao aderir ao tratamento, o residente se compromete a participar de todas as atividades terapêuticas a fim de que os seus pensamentos e comportamentos que antes o levavam ao vício, sejam moldados. A clínica também conta uma equipe com médico, dentista, advogado, assistente social, que prestam serviços de forma voluntária.
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OBITUÁRIO
Doutor Robert Elton Johnson Jr. foi ao encontro de Cristo Robert Elton Johnson, filho “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do Evangelho da Graça de Deus.” (At 20.24)
O
doutor Robert Elton Johnson Jr. descansou pacificamente nos braços de seu Senhor às 21h06 de segunda-feira, dia 04 de dezembro de 2017. Nascido em 18 de novembro de 1933, ele realizou uma corrida magnífica até a idade de 84 anos. Sobreviveu por sua dedicada esposa de 61 anos, Joy Le Anne Emery Johnson, e seus
quatro filhos, Elton III, David, Scott e Jonathan, treze netos e três bisnetos. Ele também é sobrevivido por suas irmãs, Ettie Jeanne Harris e Virginia Fairley. Um serviço da Celebração da Vida para o doutor Johnson foi realizado em Peachtree City, Geórgia, no sábado, 09 de dezembro de 2017, seguido por um serviço privado de enterro de família. Doutor Johnson, que nasceu nos Estados Unidos e veio para o Brasil com os pais aos oito meses de idade, lecionou efetivamente com fluência em inglês e português. Seus pais, Robert Elton e Elizabeth Byars Jackson Johnson, atuaram nos estados de Pernambuco, Espírito Santo, Piauí e Bahia. Seus avós, Ernest Alonzo e Jannette Catherine Jackson,
foram missionários pioneiros da Missão Batistas do Sul, servindo na Bahia, Piauí, Pernambuco, Maranhão, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, São Paulo e outros lugares do Brasil. O próprio doutor Johnson, como missionário da Convenção Batista do Sul dos EUA, de terceira geração no
Brasil, serviu, principalmente, em São Paulo, onde ministrou a estudantes na Cidade Universitária e pastoreou a Igreja Batista da Liberdade na cidade de São Paulo; realizou trabalhos evangelísticos frequentes em Apiaí, no interior do estado de São Paulo. Nos Estados Unidos, antes e depois de seu trabalho missionário no Brasil, o doutor Johnson teve um ministério frutífero como pastor de várias Igrejas no Mississippi, Missouri, Carolina do Sul, Kentucky e Geórgia, nos Estados Unidos. Após a sua aposentadoria do Conselho da Missão Batista Estrangeira da Convenção Batista do Sul e dos pastorados nos Estados Unidos, o doutor Johnson, se viu compelido por sua devoção a servir seu Senhor e
por seu amor pelo povo do Brasil, estabeleceu os Ministérios Norte-Sul, para continuar seu trabalho evangelístico neste grande país. Pela Graça de Deus, ele viu milhares de pessoas virem a Cristo durante essa década de sua “aposentadoria”. Em seus últimos anos, quando perdeu muito de sua visão e mobilidade, o doutor Johnson trabalhou para completar um livro intitulado “Transformando Encontros”. Esta série de sermões em português, incluindo também algumas informações históricas sobre as três gerações de trabalho missionário da família, que será em breve publicado no Brasil. Espera-se que essa coleção de sermões, pregados de maneira tão eficaz no Brasil, ser útil aos jovens pastores brasileiros.
“Vovó Céra” é chamada para os braços do Pai aos 98 anos Nely Mendes da Silva, filha / Seus filhos, genros e nora. “Preciosa é aos olhos do Senhor, a morte dos seus santos.” (Sl 116.15)
E
m 13 de março de 2018 aprouve ao nosso poderoso Deus promover às mansões celestiais Aracéles de Souza Mendes, nascida em 17 de fevereiro de 1920. Quando adulta, Aracéles confessou sua fé em Jesus Cristo e foi então batizada na Segunda Igreja Batista em Inhaúma - RJ, pelo saudoso pastor Antônio Lopes. Aracéles era conhecida e chamada carinhosamente por “Bisa” ou “Vovó Céra”. Uma mulher simples, responsável, amorosa, hospitaleira e de outras inúmeras qualidades. Sim, uma mulher virtuosa,
uma cristã de vida de oração e de fé inabalável em Jesus Cristo. Gostava muito de cantarolar: “Chuvas de bênçãos teremos”; “Nenhum amigo há igual a Cristo”; “Só em Ti confio, grande Salvador..” e outros cânticos do Cantor Cristão. Minha mãezinha nos deixa bons exemplos e grande legado. Deixa saudade em seus familiares e entes queridos, todavia, sabemos que “Tudo tem o seu tempo determinado (...) Tempo de nascer e tempo de morrer”. Assim, a amada irmã completou a carreira e guardou a fé. Faleceu aos 98 anos de idade, farta de dias, e está nos braços do Pai Celestial. Agradecemos ao nosso soberano Deus por ter nos dado a oportunidade de conviver longos anos com nossa mãezinha, amando-a e sendo mui amados. Obrigada, Senhor,
17 de fevereiro de 1920 / 13 de março de 2018
por teu cuidado e pelas incontáveis bênçãos concedidas à nossa família. Ao pastor Amós Ornellas Pinto, da Primeira Igreja Batista em Inhaúma, pastor Marcos Luciano da Conceição e pastora Maria Luiza, ambos da Igreja Cristo Reina, e a
evangelista Moema Cruz, da Igreja Assembleia de Deus em Madureira, e aos demais irmãos e amigos, que, solidários, sustentaram Vovó Céra e família com visitas e orações, nossa eterna gratidão! Por fim, a todos que manifestaram apoio e carinho nos
momentos difíceis, de dor, nosso sincero agradecimento. Que Jesus Cristo os recompense com copiosas chuvas de bênçãos! “O Senhor nos deu (Aracéles), o Senhor a levou, bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1.21b).
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ponto de vista
Não há rosas sem espinhos
V
ale dizer que não há contentamento, prazer, aroma agradável sem o sofrimento, o reconhecimento das nossas limitações, falhas e hecatombes da vida. Há uma conexão entre rosas e espinhos. Estão na mesma planta. Eles se alimentam e se retroalimentam. Coexistem. Fazem parte da vida, do conteúdo do arbusto. Momentos de alegria, satisfação, festa alternam com tristeza, angústia e ambiente fúnebre. A vida é feita de bonança e tempestade; enseada e mar revolto; ventos fracos e furacões; chuva fina e tromba d’água; saúde e doença. O segredo é como reagimos a estas realidades, e se a nossa resposta ocorrerá na perspectiva de Cristo, em função dos Seus ensinos. O Senhor Jesus mesmo disse aos Seus discípulos: No mundo vocês passarão por tribulações, aflições, ou seja, dores, enfermidades, desemprego, angústias profundas, perdas, decepções, injustiças, mas, ao mesmo tempo, Ele disse: “tenham bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16.33). A vida cristã – a vida de Cristo em nós –, é uma vida
de lutas ferrenhas. Diferente das pessoas sem Cristo, nós, cristãos, aprendemos com o nosso Salvador e Senhor que o sofrimento faz parte do nosso dia a dia e traz crescimento, maturidade, à medida da Sua estatura. Paulo aprendeu a ficar contente em toda e qualquer situação. Este é o seu testemunho aos irmãos filipenses (4.10-13). Aliás, é um belíssimo testemunho. Devemos refletir demoradamente nele. Para experimentarmos o frescor, o colorido e o aroma das rosas, precisamos enfrentar os espinhos. Os espinhos ferem. O sofrimento na vida do cristão não ocorre para que ele fique estagnado, travado, em um estado de murmuração, praguejando, reclamando, insatisfeito com a vida, com o Senhor. Não, pois para o cristão o sofrimento é altamente pedagógico e terapêutico. É impressionante o testemunho de Paulo aos irmãos coríntios, em sua segunda carta: “Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos tra-
balhos, nas vigílias, nos jejuns [...] como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo e eis que vivemos; como castigados e não mortos; como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, mas possuindo tudo”. (6.4,5; 9,10). O apóstolo aos gentios sabia do enorme valor do sofrimento na vida do cristão autêntico. Ele mesmo ensinou que “os que querem viver piamente em Cristo padecerão perseguições” (II Timóteo 3.12). Se desejamos viver de Cristo, em Cristo, por Cristo, sob Cristo e para Cristo, certamente sofreremos. Jesus mesmo afirmou no final das bem-aventuranças: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós (Mateus 5.10-12). O mesmo Senhor Jesus afirmou
que o caminho da vida – o caminho do Evangelho –, é um caminho apertado e a porta é estreita (Mateus 7.14). Devemos olhar o sofrimento sempre na perspectiva da vida e obra do Senhor Jesus. Ele sofreu de modo atroz por você e por mim (Isaias 53). Ele nos convidou a tomar a cruz e segui-lo (Mateus 16.24-27). Ele nunca nos enganou. A vida cristã é uma vida equilibrada. Jesus Cristo, Aquele que sofreu, morreu e ressuscitou por nós é o nosso ponto de equilíbrio. Seja qual for a circunstância, precisamos viver contidos no contentamento. O cristão, mesmo no sofrimento, descansa no Senhor e espera nele (Salmos 37.7). Na vida cristã autêntica existem rosas e espinhos. Nós devemos ser o bom perfume de Cristo onde quer que transitemos. Paulo ensina a partir da sua própria experiência: “E graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar o cheiro do seu conhecimento. Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem (II Coríntios 2.14,15).
Há uma compensação entre as rosas e os espinhos. Entre prazer, alegria, contentamento e o sofrimento, a dor, o desconforto e a angústia profunda. Cada um tem a sua função determinada por Deus, para cumprir os Seus propósitos. Jó experimentou o espinho do sofrimento, das perdas e a rosa do contentamento, da alegria, dos ganhos e do prazer em Deus (Jó 42.1-17). No princípio, Jó não entendia as razões da sua duríssima provação. Há um contraste entre os capítulos 1- 41, e o capítulo 42. À semelhança de Jó, temos dificuldades de fazermos uma leitura do nosso contexto de sofrimento. Sentimo-nos injustiçados. Certa vez John Piper, apreciado escritor cristão, acometido de câncer, afirmou enfaticamente: “Bendito câncer!”. Ele compreendeu os espinhos da parte de Deus. Benditos os espinhos que nos ferem e nos fazem crescer na semelhança de Cristo Jesus. Ele prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mateus 28.20). Deus é glorificado quando somos gratos pelas rosas e pelos espinhos em nossas vidas.
Onde está o seu prazer? Cleverson Pereira do Valle, pastor, colaborador de OJB
P
razer é uma sensação ou emoção agradável, ligada à satisfação de uma vontade. É alegria, contentamento, júbilo. Qual o seu prazer? O que alegra o seu coração? O que motiva você a fazer o que você faz?
Muitos tem prazer em ir à praia, preparam-se o ano todo para nas férias. Alugam uma casa na praia, fazem estoque de alimentos para passar duas semanas, 15 dias, enfim, preparam-se para desfrutar do passeio a beira - mar. Outro tem prazer em comprar, adquirir coisas; há pessoas que são consumistas e gastam o que podem e o que
não podem. Às vezes, compram até o que não precisam, mas como o seu prazer está em comprar, assim o fazem. Alguns têm prazer em estudar, são nerds, estudam muito, tem muito conhecimento. São amantes da leitura e devoram livros e livros. Cada pessoa tem suas próprias vontades; o que dá prazer para um talvez não dê para o outro.
Todas as coisas que citei não são erradas, são prazerosas sim, mas há algo que é muito melhor. Entre o bom e o melhor precisamos ficar com o melhor. O que é melhor? O melhor é ter prazer na Lei do Senhor. O Salmista escreve no Salmo 1.1-2 assim: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se
assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.” Não tem algo melhor do que meditar na Palavra de Deus, descobrir verdades para o nosso viver diário. Que você possa ter prazer na Lei do Senhor (Bíblia); que ao ler e meditar decida colocar em prática estas verdades.
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ponto de vista
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OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA
Sonhando por uma nova Convenção!
Uma história para ser lembrada e concretizada
A
história que vou contar em seguida poderá não servir de forma integral para todos os ambientes denominacionais no Brasil, muito menos e, especialmente, em nível nacional, pela sua própria natureza e finalidade. Mas foi e tem sido uma história empolgante. No início da década de 90 tive o privilégio de ser envolvido em um processo de redescoberta do que deveria ser uma Convenção em um movimento iniciado em meu estado. Estivemos reunidos com diversos pastores e líderes que sonhavam por um modelo, um jeito de ser Convenção diferente. Um dos pontos essenciais que cimentou os nossos diálogos foi partir do “chão da Igreja local”. Uma das perguntas cruciais era: “Se a Convenção deixasse de existir, que diferença faria para a nossa Igreja local?”. As respostas que obtínhamos nos incomodava, pois, em geral, era “Nenhuma diferença, continuaremos a existir normalmente”. Mas, e a obra missionária, a formação teológica e ministerial? A resposta era: “Para realizar isso não precisamos de uma máquina pesada como temos, repleta de hierarquia, política e poder!”. Muito perturbadoras aquelas argumentações. A situação piorava, pois a cada detalhe que levantávamos descobríamos mais dados que pareciam confirmar aquelas respostas. Exemplo crucial foi quando lemos no Estatuto da Convenção Estadual (também no da Convenção Brasileira), que a “Convenção era composta por Igrejas que com ela cooperavam”. Isso já era demais;
então, a Convenção estava acima e as Igrejas embaixo cooperando com ela? Isso era cooperação no modo Batista de pensar? Parecia que a concepção eclesiológica Batista focalizada na compreensão da autonomia da Igreja local estava conectada a uma estrutura piramidal. A “conta” não fechava. A situação ficava pior, pois já era notada a exaustão “empresarial” da “máquina” convencional em todo país. A crise da JUERP estava se intensificando, a JURATEL e Colégios Batistas no mesmo caminho. Logo, o grupo tinha, pelo menos, uma certeza: a situação precisava ser transformada, precisaríamos recuperar a credibilidade perante os pastores, líderes e membros das Igrejas locais. Um dos pontos que mais mobilizou a equipe foi descobrir que tínhamos uma estrutura organizacional orientada pelo poder e pela política. As antigas Juntas se reuniam não para saber o que as Igrejas locais precisavam e desejam a partir de suas necessidades locais, de seu perfil, mas para cuidar de como estavam as suas Instituições. Só que, neste caso, mesmo se reunindo para avaliar balanços, relatórios, pareceres institucionais, muitas das próprias Instituições estavam, senão entrando, para entrar em colapso. Então, para que existiam as Juntas, se não estavam cumprindo seu papel? Cada dia mais o grupo tentava encontrar respostas satisfatórias, mas não conseguia. Naturalmente, surgiu a ideia de se elaborar uma Filosofia para a Convenção Estadual, como meio de promover, de
forma sistemática, um realinhamento na busca por respostas. Uma das constatações que logo tocou o grupo foi redescobrir a Igreja local como ponto e partida e de chegada da estrutura convencional. E isso transformou aquele artigo do Estatuto sob a composição da Convenção para outra redação: “A Convenção é composta por Igrejas que cooperam entre si”. Mas tivemos que avançar, afinal, depois da Filosofia, era necessário discutir como seria a Convenção dentro dessa configuração. Um ponto de partida foi inverter o processo. A Igreja, que estava embaixo da estrutura convencional, estaria em cima, comandando, expressando suas necessidades, suas demandas e a estrutura da Convenção deveria ser de serviços com alta performance de atendimento. Simples assim, pelo menos, no papel. Outro passo seria transformar a cultura e a mentalidade (confesso que ainda hoje falta muito nessa trajetória). Para resumir, o grupo descobriu que, em vez de propor uma estrutura de poder mantendo um diretor-geral para comandar os demais, seria necessário trazer as Igrejas para os ambientes de decisão, a fim de que os executivos, de fato, executassem suas ações em benefício da Igreja local. Um meio de implementar isso foi a dissolução das Juntas (por conta de legislação ficou apenas uma Junta - a de Educação -, mas com sua natureza e finalidades remodeladas), criando-se “Conselhos de Áreas” e a ideia da criação de áreas foi muito forte nas descobertas do grupo, pois representariam as mesmas áreas de necessi-
dades e demandas das Igrejas locais e no comando dessas áreas estariam representantes de Igrejas locais, eleitos nas Assembleias da Convenção. As instituições continuariam, mas deveriam focalizar serviços de elevada qualidade. Por exemplo, durante a reforma curricular dos seminários, Igrejas deveriam ser consultadas, por meio de seus líderes e pastores, para que fosse descoberto o perfil de líderes que as próprias Igrejas necessitassem. Assim, teríamos uma política de demanda associada a uma política de oferta, frutos das necessidades das Igrejas e da expertise da área (aliás, expertise por obrigação e dever de ofício). Desde 1997, a Teológica de São Paulo adotou essa prática nas reformas curriculares e criação de novos cursos como o dirigido à área de louvor das Igrejas locais. Esse modo de ser Convenção demandava revisão também no papel da secretaria executiva da Convenção. Assim, não era importante ter o “comando” de uma só pessoa, mas de colegiados eleitos pelas próprias Igrejas que estariam mais próximas da execução dos serviços dirigidos a elas mesmas. Um ganho fundamental. Outra consequência seria que a presença de um diretor Executivo no comando de toda “máquina de serviços” como representante do poder, entraria naturalmente em conflito com decisões comandadas pelos líderes das Igrejas locais presentes nas áreas de atuação. Juridicamente haveria conflito de competência. Então, decidiu-se, provisoriamente, ter um diretor focado na administração dos negócios da Convenção, e, por motivo
de custeio, decidiu-se conectar sua função com a área de missões, mas o sonho inicial era termos um gerente de escritório, especializado em gestão e ter uma área de Missões específica. O custeio acabou vencendo. Assim como alguns Conselhos de Áreas, também não conseguiram sobreviver por conta de se tornarem consumidores de verbas, sem buscar seu autossustento. Isso tudo, ao longo do tempo, também nos trouxe à luz a necessidade de alterar os critérios para a escolha de executivos, que deveriam ser eleitos não por afinidade, mas por competência, não apenas operacional, mas também espiritual, engajamento no ideal denominacional, etc. Como disse, foram descobertas inovadoras para o período em que surgiram, mas confesso que ainda hoje falta muito para que possamos migrar esses sonhos para a realidade. E qual a causa ou causas? Penso que depois de servir a denominação por cerca de 40 anos, em variados ambientes, poderia dizer que a transformação de cultura, mentalidade, atitudes, modelos mecanizados em nossa mente, hábitos, leva algumas décadas, pois nem sempre preferimos novos modelos; é mais fácil ficar em uma zona de conforto. Que este sonho possa ter mais amplitude, se espalhar mais ao ser conhecido por novas gerações que, talvez, estejam aspirando por uma nova Convenção e possam responder, depois de concretizado o sonho, se a Convenção parar de funcionar, vamos ter que criá-la novamente, pois fará falta. E você, poderá contribuir para isso?