OJB Edição 17 - Ano 2016

Page 1

ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 24/04/16

?????

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

1

Ano CXV Edição 17 Domingo, 24.04.2016 R$ 3,20

Quarto domingo de abril: Dia da Escola Bíblica Dominical (EBD)

Uma história de amor Uma escola para todos Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Conheça o Projeto “Meninas do Rei Jesus”

Veja quais são as diretorias eleitas na 96a Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB) Evento foi realizado no Mendes Convention Center, na cidade de Santos – SP, entre os dias 13 e 19 de abril

Meninas do Rei Jesus destina-se principalmente a meninas que não frequentam uma igreja evangélica. Serve para alcançar meninas de rua, de comunidades, de escolas e até mesmo de condomínios, alfabetizados ou não. Página 8

Página 13


2

o jornal batista – domingo, 24/04/16

reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio

EBD: Uma história de amor – Uma escola para todos

G

osto de pensar na história da Escola Bíblica Dominical (EBD) como uma história de amor, pois nasceu como fruto do amor de um jornalista no interior da Inglaterra que, vendo crianças vagando pelas cidades sem escola, sem lar, sem família, as reuniu para ensinar-lhes as primeiras letras e os primeiros conceitos sobre Deus. Este primeiro capítulo que desenrolou em Gloucester, em 1780, por Robert Raikes, e chegou até nós com o casal Robert e Sarah Kalley, em 19 de agosto de 1855, em Petrópolis - RJ, com uma primeira classe composta de cinco crianças. A transmissão e ensino do conteúdo religioso sempre foi uma prioridade na vida do povo de Deus, transmitida pelo próprio Deus a Moisés no início da formação do povo escolhido. Assim, disse Deus a Moisés: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas falarás sentado em casa e andando pelo caminho,

ao deitar-te e ao levantar-te. Também as amarrarás como sinal na mão e como faixa na testa” (Dt 6.6-8). Mais tarde, já com Esdras e Neemias, após a volta do exílio babilônico, o povo se reuniu para ouvir as palavras da lei em um ardor tão grande que todos ouviram a leitura da lei do alvorecer até o meio-dia: “Então, como se fosse um só homem, todo o povo se reuniu na praça, diante da porta das Águas. E pediram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor dera a Israel. E assim, no primeiro dia do sétimo mês, o sacerdote Esdras trouxe a Lei perante a comunidade, que era constituída de homens, de mulheres e de todos os que podiam entender. E a leu em voz alta de frente para a praça diante da porta das Águas desde o alvorecer até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres e dos que podiam entender. E todo o povo estava atento à leitura do Livro da Lei” (Ne 8.1-3). No Novo Testamento temos o relato que a Igreja Pri-

mitiva se reunia para aprender a doutrina dos apóstolos: “E eles perseveravam no ensino dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42). Assim, a história prossegue mostrando que o estudo da Palavra de Deus sempre foi prioridade entre os cristãos. Além de ser uma história de amor pela Palavra de Deus, a EBD também tem um diferencial que a distingue de qualquer outra escola, porque: 1) - É uma escola para todos, sem distinção de classe, cultura, idade. Todos precisam aprender a Palavra de Deus. Desde o nascimento, o neném já começa a apreender os primeiros conceitos da fé cristã: Deus, Jesus, Igreja, próximo, indivíduo, família, Bíblia, mundo natural. Tais conceitos vão se apoiando e aprofundando à medida que este aluno vai crescendo e passando por todas as fases do desenvolvimento humano até alcançar a terceira idade. Portanto, enquanto viver, o ser humano tem a oportunidade de

estudar a Palavra de Deus na linguagem e interesses de sua fase etária. 2) - O livro texto é ímpar, cuja matéria tem um único foco: A revelação de Deus. A matriz curricular oferecida pela EBD tem um único fio condutor: Do Gênesis ao Apocalipse mostra o fio escarlate que indica o caminho do retorno para Deus, Jesus Cristo. Portanto, o conteúdo da EBD é cristológico. Neste mês de abril, quando os cristãos evangélicos, especialmente os Batistas brasileiros, celebram a EBD, o desafio nos é relançado: Fortaleçamos as nossas EBDs, desafiemos a membresia das nossas Igrejas a serem alunos desta Escola sem igual, cumpramos a nossa missão: Ensinar a Palavra de Deus a tempo e fora de tempo, conforme nos diz Paulo a Timóteo: “Prega a Palavra, insiste a tempo e fora de tempo, aconselha, repreende e exorta com toda paciência e ensino” (II Tm 4.2). Solange d’Almeida, coordenadora Editorial


o jornal batista – domingo, 24/04/16

reflexão

bilhete de sorocaba

3

JULIO OLIVEIRA SANCHES

Crise

E

ssa é a palavra-chave do momento. Há crise para todos os gostos; fica até difícil listar todas as crises que atormentam as pessoas no momento. Há a eterna crise no Oriente Médio, que se acostumou a viver nessa situação. Há crise nas relações internacionais. Os dirigentes do mundo não conseguem chegar a um acordo de paz, um pacto duradouro. Há crise na saúde. Faltam remédios essenciais para combater doenças novas e antigas. Há crise na educação. Faltam salários dignos para os professores, e estrutura adequada nas salas de aulas. Algumas escolas não tem giz. Merenda, nem falar! A CPI da merenda comprovou que o dinheiro foi desviado. Há crise na família. Os pais estão perdidos, não sabem educar

e são dominados pelos bebês. Há crise de relacionamento entre as pessoas. Não há interação nos relacionamentos. Prefere-se o WhatsApp com suas frases truncadas, assassinato da língua, que dá a sensação de se estar plugado, quando, na verdade, o indivíduo encontra-se no vácuo da solidão e da individualidade que matam. Há crise por não poder adquirir tudo o que a mídia sugestiona a comprar. As pessoas não conseguem mais viver com o pão de cada dia. Ofegantes e ansiosas, sofrem com os males do amanhã. Isso gera doenças que não são diagnosticadas. O esculápio não consegue definir se o doente sofre no corpo físico ou se o sofrimento é na alma. Comprova-se o que o imperador amarelo da China, Huang

Ti, afirmou há 4.500 anos: “A frustração pode fazer com que as pessoas fiquem fisicamente doentes.” Como há gente doente na sociedade, inclusive nas Igrejas. Há crise financeira, na política e entre os políticos. A nossa Nação vive um momento de profunda crise. No aspecto moral, de caráter, não há como definir o momento atual. A corrupção, companheira fiel do nosso povo desde a descoberta até os dias atuais, está entranhada nas vísceras de todos. Não há um justo, nenhum sequer, repetiria o apóstolo Paulo o que disse em Romanos 3.10. Até mesmo entre os salvos a peçonha da corrupção não é erradicada. Na profissão de fé o candidato promete que será fiel com sua presença e dízimos. Mas jamais contribui

e vem quando quer. Ao ser organizado em Igreja, o grupo promete devolver o Plano Cooperativo para sustentar a obra. Os anos se passam e o relatório continua em branco. Estamos em crise e não há a quem recorrer. É a situação descrita por Ezequiel 22.30. Deus diz: “E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu a não destruísse, mas a ninguém encontrei” (Ez 22,30). O mesmo se pode dizer da crise política atual. Não conseguimos vislumbrar para o futuro alguém com ficha limpa. Na Grécia antiga o filósofo Diógenes de Sinopse, que morava em um tonel, andava durante o dia pelas ruas de Atenas com uma lamparina acesa. Questionado, respon-

dia que estava procurando um homem de valor. Isto no século IV a.C. Hoje, talvez, o cínico, não teria coragem de portar lamparina, pois a corrupção ocorre sol a pino. Como salvos somos responsáveis e responsabilizados pela crise atual. O ser luz e ser sal recomendado por Jesus deixou de ser desafio para os salvos. Discutimos a crise com o mesmo jargão dos infiéis. A crise precisa ser encarada a partir de cada salvo, cada Igreja, cada Associação, cada Convenção estadual e a CBB. Quando solucionarmos a crise de fidelidade doutrinária, teremos condições de influenciar a crise do nosso querido Brasil. Persiste a declaração bíblica: Não há um justo, nem um sequer, mesmo entre os salvos. Vamos tirar a trave dos nossos olhos.

Tempos difíceis

T

odos os dias recebemos notícias através do rádio, TV, jornais, que a situação de nossa Nação não anda bem. Há problemas de corrupção, a economia está afetada e o povo brasileiro anda desconfiado. Muitos clamam por mudanças, outros chegam a participar de protestos nas ruas, enfim, estamos vivendo tempos difíceis.

A pergunta que fica é: “Porque chegamos onde chegamos, será que a situação ruim é só em nossa Nação?”. O que tem acontecido com o mundo em que vivemos? As Escrituras registram a causa dos problemas do ser humano. Quando leio II Timóteo 3 vejo o quadro pintado por Paulo sobre a situação da humanidade. O primeiro versículo diz: “Sabe, porém, isto: Nos úl-

timos dias sobrevirão tempos difíceis” (II Tm 3.1). Os versos 2 a 4 relatam o quadro desesperador, senão vejamos: “Os homens serão amantes de si mesmos”. Amar a si mesmo significa odiar o próximo. O texto diz que serão gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeição natural, irreconciliáveis, caluniadores, sem

domínio de sim, sem amor para com os bons, traidores, orgulhosos. O resumo de todo esse quadro sombrio é explicado no final do verso 4: “Mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus” (II Tm 3.4). Quando o homem dá as costas para Deus, quando o homem não busca fazer o que Deus quer, a situação fica difícil. Vivemos em um mundo em que jaz

no maligno, as pessoas andam cada vez mais longe de Deus. O que fazer? Como sair da situação em que vivemos? A solução é buscar ao Senhor enquanto se pode achar. Quando o homem busca a Deus, quando o homem tem um relacionamento saudável com Deus, ele passa a viver para a Glória de Deus. Então, diante de tempos difíceis, busquemos a Deus.


4

o jornal batista – domingo, 24/04/16

reflexão

Bíblia: A Verdade

GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

A

Bíblia é a Palavra de Deus. Ela não contém a Palavra de Deus, ela é a Palavra Eterna de Deus. Há pessoas que ainda insistem em dizer que a Bíblia contém a Palavra de Deus, que ela sofreu alteração ao longo dos séculos. A Bíblia ainda é o Livro mais produzido e comercializado no mundo, por mais que campanhas céticas dos ateus digam que ela nada tem de sagrada. Por mais ataques que a Bíblia sofra, ela se mantém cumprindo os propósitos de Deus levando homens e mulheres para mais perto do Senhor e promovendo libertação na vida daqueles que a leem. A Bíblia ainda sofre ataques daqueles que dizem que ela é apenas um conjunto de regras e preceitos morais forjados pelos primeiros cristãos, que ela é uma cartilha de moralidade e cabresto social e sexual. Outros ainda afirmam que a Bíblia é apenas um conjunto de histórias inventadas por homens que os cristãos ignorantes acreditam ser verdade.

Para muitos, nesse contexto relativista, a Bíblia não é e nem contém a única verdade, pelo contrário, eles dizem que a Bíblia pode até ser verdade para os cristãos fanáticos, mas que não é a verdade absoluta para a humanidade. Na realidade, o pastor C.H Spurgeon nos adverte assim: “A Bíblia contém o que os homens odeiam: A Verdade”. Para nós, a Bíblia é a verdade, é a Palavra de Deus imutável e sem erros. O Senhor Jesus afirmou isso em Sua oração por nós dizendo assim: “Santifica-os na verdade, a tua Palavra é a verdade”. A Palavra de Deus promove santificação e retira de nós o desejo de satanás, a desobediência. A verdade da Bíblia remove o nosso desejo pecaminoso e nos ensina a vivermos de acordo com a vontade Soberana de Deus. A Verdade nos santifica, ou seja, nos leva para perto de Deus. Essa verdade nos liberta, nos mostra novos horizontes, nos leva a crer nas promessas de Deus, nos leva a crer no amor do Senhor por nós. Em uma sociedade onde a verdade é questionada e

onde há muitas verdades, nós podemos com fé e convicção olhar para a Bíblia, a Palavra de Deus, e afirmar que ela é a verdade. Verdade que cura, resgata, liberta e promove salvação. Semeemos a Palavra, a verdade, que é semente de Deus que não volta vazia, ela atinge o propósito de Deus, quando lançada com fé e esperança (cf. Isaías 55:11). Em uma sociedade onde a verdade é questionada e onde há muitas verdades, nós podemos com fé e convicção olhar para a Bíblia, a Palavra de Deus, e afirmar que ela é a verdade. Verdade que cura, resgata, liberta e promove salvação. Paulo, o Apóstolo, diz que a “fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus”, ou seja, as pessoas precisam ouvir a Palavra de Deus (cf. Rm 10:17). Elas terão fé em Deus e irão aceitar a Jesus quando conhecerem o evangelho, as boas novas, através da Palavra. A Palavra é a semente de Deus que não volta vazia, ela atinge o propósito de Deus, quando lançada com fé e esperança (cf. Isaías 55:11). Jesus nos chama para sermos semeadores de Sua Palavra.

Marinaldo Lima, pastor da Igreja Batista em Sítio Novo – Olinda – PE) Transformados pelo poder do Reino de Deus, Resgataremos vidas preciosas para o Senhor. Andando nos ensinos da Sua Palavra; Na vida mostrando o quanto é grande o Seu amor. Somente na fidelidade a Deus Pai, o Criador Faremos a diferença com o nosso testemunho Orando e pregando com alegria e com fervor. Redimiremos vidas salvas por Jesus Martirizado na cruz para nos dar o perdão, Aceitando o vitupério pra ser nosso Redentor. Dominados pelo Santo Espírito de Deus O Evangelho pregaremos a tempo e fora de tempo Sabendo que Ele agirá no coração do pecador. Pelo poder do Reino do nosso bendito Deus Estamos preparados para a grande comissão. Lutando contra o mundo e suas hostes infernais, Obtendo a vitória e cumprindo a missão.

A sabedoria bíblica “Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tg 3.17).

P

aulo e Tiago certamente não frequentaram as mesmas escolas e os mesmos mestres. Ambos, porém, após experiência profunda com Cristo e Seus ensinos, concluíram que a sabedoria que resulta da comunhão com o Senhor é aquela que deve motivar a conduta cristã. “A sabedoria que vem do céu é, antes de tudo, e é também pacífica, bondosa e amigável. Ela é cheia de misericórdia, produz uma colheita de boas ações, não trata os outros por sua aparência e é livre de fingimento” (Tg 3.17). O conteúdo da sabedoria, conforme definido por

Tiago, como que sintetiza a conduta ética que o cristão deve ter. O verso 17, capítulo 3, é um resumo da Carta de Tiago e se harmoniza com o ensino novo-testamentário sobre o comportamento do cristão. Antes de mais nada, a sabedoria bíblica é um dom de Deus. E Tiago 1.5 acrescenta: Cristão que quiser vivenciar tal sabedoria basta pedir ao Senhor, que Ele a concederá com liberalidade. Mais ainda – assim como a fé, a sabedoria bíblica se manifesta por ações coerentes de bondade, misericórdia, pureza, bom relacionamento, sem discriminação e hipocrisia. A tudo isso, que vem pela Graça de Deus, Pedro acrescenta: “Continuem crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (II Pe 3.18). A sabedoria bíblica nos dá “A mente de Cristo”.

Peçamos sempre a Deus o poder do Seu Reino, Orando e jejuando com esperança e persistência, Dando testemunho de Sua ação em nossas vidas. Exercitando os nossos dons sempre com excelência, Revigorando diariamente uma fé destemida. Dando sempre a Ele sacrifícios de louvor O fruto dos lábios, confessando o nosso amor. Reinaremos com o Senhor na eternidade. Então, do reino de Deus mostremos os valores, Irmanados e juntos, proclamando a verdade. Neste imenso país sejamos pregadores; O Evangelho proclamando nos campos e cidades. Diariamente vivamos esta transformação Em nossas palavras e em cada ação. Deste mundo devemos ser o sal e a luz, Expressando os valores do reino de amor; Uma Igreja atuante com a mensagem da cruz Santificada aos Pés do nosso Senhor.


o jornal batista – domingo, 24/04/16

reflexão

5

Abril: Comemoração do mês da Escola Bíblica Dominical Eusvaldo Gonçalves dos Santos, colaborador de OJB

N

a Escola Bíblica Dominical (EBD), o aprendizado começa como o “OBDCER”, ao que na escola secular começa com “ABCDE”. Temos classes para todas as idades, desde o rol dos bebes até a idade avançada, com professores capacitados, que ensinam não aquilo que o aluno quer ouvir, mas as regras e os princípios da Palavra de Deus. Uma das regras para ser um professor da EBD é ter experiência com Cristo, e ter aprendido com Jesus através do ensino do Espirito Santo. Para ensinar nesta Escola é necessário que o professor tenha certos requisitos, pois ele é um transformador de vidas através da Palavra de Deus, “Que é viva e eficaz, é mais penetrante do que uma espada de dois gumes, ela penetra até a divisão da alma e do espírito e das juntas e medulas, ela é apta para discernir os pensamentos e as intenções do coração” (Hb 4.12). Como em toda escola tem essas regras e princípios, na EBD temos como primeiro princípio a “Lei do professor”. Um professor eficiente tem como base a sua própria experiência com Cristo, o seu estilo de vida. Como bom comunicador ele não pode ter o coração vazio, de acordo com I Coríntios 3.16: “Não sabeis que o Espírito Santo habita em seu coração, e que sois o templo de Deus, e que o Espirito de Deus habita em vós?”. Outro princípio fundamental do professor é o amor, como relata Mateus 22.37 e também Deuteronômio. “Ouve ó Israel o senhor nosso Deus ele é o único Senhor,

amarás o senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua força e de toda tua alma” (Dt 6.4-5). A vontade, a emoção, e a alma, o processo de ensinar a Bíblia é mais uma transformação da personalidade operada pela Graça de Deus através do Espirito Santo, que depois vai pela mesma graça alcançar outras pessoas para serem transformadas. Isso é evangelização através do ensino. Transferir o conhecimento de intelecto para intelecto é simples. É o que acontece na escola, quando aprendemos o abc. Mas fazer esse trajeto via coração é mais difícil e mais compensador. E essa operação tem algumas regras para o professor. Em primeiro lugar, o seu caráter, sua afetividade e o seu conteúdo. O grande filósofo Sócrates resumiu a essência da comunicação em três conceitos. Ethos, Patfos, e Logos. Ethos diz respeito ao seu caráter como regra fundamental. Seu estilo de vida, na exposição da Palavra de Deus, nos ensinos na EBD. É necessário que o professor tenha boa reputação. O professor que ensina a Palavra de Deus deve ter Patfos, que diz respeito as suas emoções para despertar os sentimentos e as emoções do aluno. Sócrates ensinava que são as emoções e os sentimentos que determinam o rumo dos nossos atos. Isso é chave para a motivação, já que Deus nos criou com emoções e sentimentos. O professor da EBD precisa ter conteúdo, Logos (verbo). Curiosamente, no Evangelho de João aparece designando Jesus como Logos (João 1.14). O verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, vimos a Sua Glória, como a Glória do unigênito do Pai.

Desejando comunicar-se conosco, personificou sua mensagem, e é exatamente como o professor, pastor, evangelista, orador e mestre precisam fazer. O verbo - A palavra é a nossa argumentação, que envolve a alma, a nossa mente e o nosso coração. Como conteúdo, quando temos afetividade para impactar aquele que recebe a nossa palavra, como ensino da Palavra De Deus. A “Lei do coração” tem significado sentimental, foi a resposta que Jesus deu aos doutores da lei: “Amaras ao senhor teu Deus de todo teu coração de toda tua alma e de todo teu poder, estas são as palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração” (Mt 22.37). O discípulo não é superior ao mestre, mas aquele que aprende será como o seu mestre. Jesus disse: Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11.29). Quando o professor, o pastor, o pregador, o mestre tem conteúdo, isto é, Jesus no seu coração, o seu ensino, sua palavra gera a percepção do Evangelho e ele descobre que Jesus é real em sua vida, é motivado a se integrar a essa rede de conhecimento da Palavra de Deus. Ensinar é algo que o salvo faz, aprender é com o aluno. O ponto central do ensino da Palavra de Deus localiza-se naquilo que o professor, o pastor, o pregador tem como estilo de vida; isso é mais eficiente do que a decorrência da didática praticada. A aprendizagem significa que houve uma mudança na mente, nas emoções e na vontade. Sempre que aprendemos sofremos modificações e uma transformação radical. Paulo ensina

que não podemos tomar a forma do mundo, mas para sermos transformados pela renovação da nossa mente, para experimentar a agradável, boa, e perfeita vontade de Deus.

Esses são os objetivos do ensino da Palavra de Deus na EBD das nossas Igrejas Batistas. E que Deus tenha misericórdia das nossas crianças, as quais é o futuro breve.

Escola Bíblica Dominical João Duarte, diácono da Primeira Igreja Batista em Vila Rosali – São João de Meriti - RJ Parabenizamos a Escola Dominical Porque hoje é o seu dia Queremos divulgá-la Com toda harmonia Sentado em seus bancos Como eu aprendi; Aprendendo da Palavra As lições do dia a dia A Escola Dominical Não precisa de diploma, Mas aprendemos de Jesus Que tira o homem da lama A Escola Dominical Não dá anel de grau, Mas aprendemos da Palavra Que nos desvia do mau Foi através desta Escola Que eu aceitei Jesus Cristo, Por ver que ela tem Um valor jamais visto Eu por esta Escola Tenho um amor profundo, Por saber que ela é A maior Escola do mundo.


6

o jornal batista – domingo, 24/04/16

reflexão

Ensino religioso: Implicações a partir da pluralidade religiosa Alonso S. Gonçalves, Igreja Batista Central em Pariquera-Açu - SP

O

Supremo Tribunal Federal (STF) realizou uma Audiência Pública no dia 15 de Junho de 2015 para tratar da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) de nº4439, ajuizada pela Procuradoria Geral da República (PGR), e que questiona o Ensino Religioso (ER) confessional – Aquele vinculado a uma religião específica nas escolas da rede oficial de ensino do país. A PGR defende que o ensino religioso deve ser ministrado de forma laica, sob um contexto histórico e abordando a perspectiva das várias religiões. Há quem seja contrário a presença do ER nas escolas por entender que a religião está presente nas diferentes esferas do espaço público. De fato um tema controverso e dinâmico. Afinal, é possível ensinar religião?

Como lidar com a diversidade de religiosidades existentes na sala de aula? São questões válidas quando um tema tão polissêmico como é a religião é proposto em sala de aula. Mesmo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) indicando o que se pretende com o ER em sala de aula – culturas e religiões, escrituras sagradas, teologias, ritos e ethos –, não é consenso quanto ao conteúdo do ER nas escolas públicas. Quando os PCNs traz o conceito de religião, ele está se referindo às tradições religiosas ou/e grupos religiosos? O termo religião nos PCNs abarca aquilo que corresponde à história das religiões: Símbolos, costumes, crenças, doutrinas, presença no mundo. Esse tratamento da religião que os PCNs propõem pode ser trabalhado pelo professor(a) do ER com um olhar objetivo, lógico e verificador? É uma exigência isonômica que ultrapassa as condições teóricas e episte-

mológicas do professor(a). O fato de pretender apresentar o modus operandi das religiões, suas diferenças, suas teologias, suas expressões e seus elementos peculiares, na tentativa de ensinar religião mais próxima da neutralidade (se é que isso seja possível), traz o desafio de conhecer todas as religiões que ensinarão que, per si, um grande obstáculo. Isso acarreta uma extrema dificuldade por serem as religiões entre si e internamente, contraditórias. Elas trazem propostas diferentes e a neutralidade não seria obtida como pretende os PCNs. É nesse sentido que Iuri Andréas Reblin chama atenção: “É impossível somar todas as religiões e engarrafá-las num mesmo recipiente, pois elas têm propostas diferentes, às vezes, propostas que ‘conflitam’ diretamente umas com as outras. Não é possível dizer que Jesus é igual a Buda que é igual a Alá, pois

EBD: Eu Bebo de Deus

não são. Há em jogo aqui a questão da identidade, da alteridade, da diversidade e, sobretudo, da relação que se estabelece entre esses elementos. Além disso, existem as vertentes ortodoxas dentro das religiões que brigam pela ‘ortopodia’ (ou o ‘caminho correto’) de se conduzir o percurso de fé”. Outra dificuldade se dá em relação ao diálogo inter-religioso e ao ecumenismo. Como o professor(a) poderá trabalhar as religiões e o diálogo entre elas em sala de aula se nem mesmo as próprias religiões resolveram essa dificuldade do diálogo inter-religioso? Entre as Igrejas cristãs, o ecumenismo ainda é um tema que suscita diálogo e sofre retrocessos em diferentes denominações cristãs. Em relação aos alunos, como trabalhar a diversidade de expressões religiosas e suas identidades marcadas pelo ambiente familiar e, em muitos casos, pela comuni-

dade religiosa que o aluno é oriundo? É uma relação imbricada, multifacetada e que demanda traquejo pedagógico. Ainda uma observação de Iuri Andréas Reblin nesse sentido: “Não é possível ensinar o conteúdo das religiões como se fossem ‘caixinhas’ separadas umas das outras, porque os conteúdos dessas religiões se inter-relacionam no dia a dia das pessoas”. Aliada a essa dificuldade mensurável, há que se considerar que é vedado, pela Constituição e pela LDB, o proselitismo. Assim, como ensinar sobre religião visto que não é possível (e nem permitido) ensinar a vivência da fé? Eis um tema com diferentes enfoques e que favorece a diversidade epistemológica e política, e os Batistas foram chamados a opinar sobre o tema junto ao STF, demonstrando assim a relevância e a importância dos Batistas quanto à defesa da Liberdade Religiosa.

Mão de Deus

Brígida Gabriela, membro da Segunda Igreja Batista em Pavuna Quando o assunto é EBD, Não se trata de uma Escola qualquer É onde a Igreja se une em um corpo, um pelo outro Nada de “Salve-se quem puder” É o sonho de Cristo E dessas reuniões eu não desisto É a Escola que vai ensinar a com todas as adversidades da vida lidar É a Escola que vai mostrar que nosso corpo na verdade é um lar Que com cuidado devemos guardar Não é uma Escola qualquer e está longe de ser Mas como em toda Escola, Devemos ter boa frequência se quisermos crescer O foco dessa Escola é Jesus, o sacrifício, a misericórdia, a graça e a cruz Mas só com dedicação do título de “Amigos de Deus” faremos jus Para ser amigo tem que conhecer Como conhecer se a Palavra dEle se não quero ler? Como buscar se a revista não quero estudar? Beber de Deus é preciso Mas acordar cedo dia de domingo? Prioridades, prioridades, eu insisto! Dessa água temos que beber todo dia Se a Bíblia é alimento, Por que só aos domingos eu me alimentaria? Escolhi ser mordomo fiel, meu alvo é o céu Escolhi ser aluno assíduo da EBD E juntamente aos meus irmãos a Palavra de Deus conhecer!

Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB

O

velho ditado “Ali eu vi a mão de Deus” nunca saiu da moda. Ainda hoje, quando alguém é livre de uma catástrofe, ouvimos: “Ali eu vi a mão de Deus”. Após o mal evitado é fácil ver a mão de Deus, mas, quando as coisas complicam, aí fica difícil adivinhar se, quando, onde a mão de Deus vai intervir. Os acontecimentos no Brasil nos trazem uma indagação: “O que pretende Deus em permitir tais acontecimentos?”. Quais são os objetivos? Onde, quando, e como Deus quer nos dar a tão esperada “mãozinha?”

Faço algumas conjecturas. A primeira delas é o que vai acontecer com os manipuladores religiosos, que prometem e propagam milagres representados por curas, prosperidade e riqueza de uma hora para outra. Quando as ofertas começarem a diminuir, como sustentarão esses impérios de comunicação, da mídia, dos quais se utilizam? Outra conjectura é: “Qual a resposta que nossos púlpitos, das Igrejas históricas vão dar aos seus rebanhos?”. Ficarão do lado dos petistas que frequentam nossas Igrejas, ou do lado dos que querem o fim desse partido, que acusavam os governantes anteriores incessantemente? Outra pergunta é: “O que fazer se a inquietação que vivemos faz

parte da inquietação global, que atingiu nosso planeta?”. “Será que nossas Igrejas estão pensando em alguma estratégia, estudo, alguma atitude por parte do nosso povo?”. “Cabe ao povo de Deus esclarecer a sociedade atual, mostrando as razões de termos chegado a esse estado de coisas, e como dele sair?”. Para finalizar, creio na mão de Deus agindo, mas, sinceramente, só sei fazer uma coisa: Clamar ao Senhor, que tenha piedade de nós, e nos esclareça o que Ele está fazendo, e onde quer nos levar, nesse estado das coisas. Se, como disse Jesus, somos o sal da terra e luz do mundo, é hora de, mais do que já temos feito, salgar esta terra e iluminarmos esta geração.


o jornal batista – domingo, 24/04/16

missões nacionais

7

“Vem brincar e aprender” – Projeto missionário no Rio Grande do Norte usa a arte para falar de Jesus

Pastor Alberto conversa com as crianças que participam do Projeto

M

ais de 100 alunos da Escola Estadual Manoel Dantas, em Santo Antônio - RN, estiveram no templo da Igreja Batista Betel para mais uma apresentação do Projeto Social “Vem Brincar e Aprender”, liderado pelo missionário da JMN pastor Alberto Costa, no último dia 04. As crianças assistiram a uma peça sobre a morte e ressurreição de Cristo. O Projeto “Vem Brincar e Aprender” usa meios lúdicos como o teatro, coreografias, pantomimas para ministrar palestras sobre vários temas, valores e princípios cristãos, combate e prevenção da exploração sexual e drogas. “Com a boa repercussão e resultados nas escolas e na secretária de educação, outras secretarias nos convidaram para levar nossas apresen-

tações em outras escolas, já falamos sobre depressão e família e na abertura da Conferência Municipal da Saúde. Usamos os personagens Juca e Zaza (Eu e minha esposa Diana) para falar sobre cuidados com a saúde”, conta o pastor que criou o Projeto em 2013 e, desde então, já se apresentou em cinco escolas, três municipais e duas estaduais. Em média, 800 crianças e adolescentes e 200 adultos já assistiram às apresentações. O grupo firmou uma parceria com a escola Municipal Hélio Barbosa de Oliveira (HBO) e no feriado de 07 de setembro de 2014 e de 2015 montou uma apresentação para o desfile cívico da cidade. “Após a apresentação no desfile recebemos convites de outras escolas para fazer palestras e apresentações

Crianças participam do Projeto

sobre temas diversos”, afirma o pastor. O Projeto conta com uma equipe de 15 membros da Igreja Batista Betel e 50 Alunos que participam das atividades. “Nós promovemos atividades diferentes para cada época do ano, como uma gincana anual, onde arrecadamos alimentos para doar cestas básicas e a comunidade participa das provas; semana da criança, fazemos em outubro nas nossas Congregações uma programação especial por dia para a comunidade infantil em quatro cidades; palestras nas escolas e outros seguimentos, com uma média de 40 a 60 alunos por apresentação. Abordamos temas diversos, datas cívicas e o calendário escolar”, descreve o pastor Alberto Costa, que pretende iniciar mais uma frente de trabalho

Pastor Alberto se prepara para mais uma apresentação

com cursos profissionalizantes. “Desejamos alcançar os pais com esses cursos, pois o desemprego aqui é muito grande. São planos, sonhos e aos poucos colocamos em prática, temos muito a fazer aqui nesta região”, conclui. Seja um parceiro dos nos-

sos missionários e faça parte da mudança que o Senhor está operando em nossa Nação. Acesse www.missoesnacionais.com.br ou entre em contato pelo (21) 2107-1818 / 0800-707-1818 ou 40071075.


8

o jornal batista – domingo, 24/04/16

notĂ­cias do brasil batista


notĂ­cias do brasil batista

o jornal batista – domingo, 24/04/16

9


10

o jornal batista – domingo, 24/04/16

notícias do brasil batista

União Feminina Missionária Batista de Pernambuco empossa nova diretoria

Fotos: Acom CBPE

Acom CBPE

A

União Feminina Missionária Batista de Pernambuco (UFMBPE) realizou no dia 19 de março a sua 43ª Assembleia anual. O evento aconteceu na Igreja Batista da Capunga, em Recife. O tema foi ‘Transformados pelo poder do Reino de Deus’. Na ocasião, houve a apresentação do Relatório Anual da Organização e do Lar Batista Elizabeth Mein (Larbem), como também nomeações de comissões, chamada das associações, agradecimentos, louvores, informativo do Seminário de Educação Cristã (SEC), entre outras atividades. Também houve a eleição da nova diretoria para o biênio 2016-2017, que já tomou posse na ocasião. Representando a Convenção Batista de Pernambuco, estiveram presentes a 1ª secretária, Rosemária Pereira, e a 2ª secretária, Benícia Moraes, ex-presidente da Organização, e o pastor João Marcos Florentino, secretário geral da CBPE. Já representando a União Masculina Missionária Batista de Pernambuco, estava o presidente, Irmão Lourenço Filho. A mensageira oficial foi trazida pela ex-missionária Ana Maria Monteiro Wanderley, da Junta de Missões Mundiais. Já as mensagens musicais foram realizadas pelo Coro Feminino da Igreja Batista Cordeiro, Coral Louvor e Professora Alice Ladeia.

Nova diretoria eleita para o biênio 2016/2017

Professora Daisy Correia com a ex-presidente, Arizete do Vale, e a ex-missionária Ana Wanderley

Assembleia geral aconteceu na IB Capunga, em Recife

A presidente eleita fala da alegria de estar à frente da Organização: “Como esta oportunidade chegou para mim, eu quero contribuir com o Estado de Pernambuco (…) Eu quero realmente fazer diferença, eu quero estar para somar, para ajudar no serviço do Senhor”, enfatiza Cássia Cavalcanti, presidente. A irmã Arizete Vicente do Vale, que se despediu da presidência, reforça que “Foi uma experiência gratificante, trans-

formadora. Espero que a nova diretoria venha a ser pacificadora (...) e crescer com o trabalho missionário no estado”. A professora Daisy Correia, diretora executiva da UFMBPE, agradece a disponibilidade das irmãs que dedicaram suas vidas no serviço do Senhor. “Que Deus seja louvado pela vida daquelas que fizeram aquilo que o Senhor tinha colocado nas suas mãos”, e já recebe a nova liderança de braços abertos: “Tenho a

expectativa de que elas assumirão os seus papéis e cada uma desempenhando a sua função de forma cooperativa”. A participante Valdijane Felix, educadora religiosa e membro da MCA da Igreja Batista Caxangá reforça que a Assembleia é o momento de saber que “Existem várias Igrejas que se importam com nossas mulheres” e por isso “Ficamos sabendo que não estamos sozinhas em nossas Igrejas”.

Nova diretoria da UFMBPE: Presidente: Cássia Cavalcanti, da IB Capunga; 1ª Vice-presidente: Helena Rute Azevedo, da PIB de Boa Viagem; 2ª Vice-presidente: Masélia Nascimento, da PIB Carpina; 1º Secretária: Ana Rosa Souza, da nova IB Cordeiro; 2º Secretária: Iolanda Andrade, da PIB de Abreu e Lima; Diretora de Música: Débora Nascimento, PIB Recife; Pianista: Iva Maria da Silva, da IB Várzea.

IB Memorial em Niterói – RJ realiza consagração ao Ministério da Palavra

Helga Kepler Fanini, diaconisa da Igreja Batista Memorial em Niterói - RJ

A

Igreja Batista Memorial em Niterói - RJ tem o prazer de comunicar que na noite de 27 de fevereiro de 2016 foi ordenado ao

Min is tér io d a Pa la vr a o pastor Saulo de Oliveira Cabral. Foi uma noite abençoada revestida de grande alegria, quando a Igreja assistiu a uma solenidade expressiva, vivenciando a prova de que o Senhor da seara chama obreiros que aceitam a Sua vontade e

entregam as suas vidas a Ele. As partes do culto elevaram a congregação à adoração e ao louvor e culminaram com a mensagem do pastor da Igreja, presidente do Concílio, Fábio Tinoco Vieira, baseada em I Timóteo 3.1-7. A Igreja, em seus 10 anos

de história, consagrou quatro obreiros de sua membresia ao Ministério da Palavra, todos integrados no pastorado. O pastor Saulo e sua esposa Sônia cooperaram intensamente no trabalho da IBMN: Serviço social, música, EBD e Organizações missionárias. O casal recebeu merecidas

homenagens de gratidão pelos oito anos de convivência feliz na Memorial e segue para servir à Igreja Batista Vida em Cristo, em Manilha - São Gonçalo – RJ. A Deus toda honra e toda glória. “Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande obreiros para sua seara” (Mt 9.38).


o jornal batista – domingo, 24/04/16

missões mundiais

11

JMM realiza evento sobre vocação na PIB Copacabana, no Rio

Analzira Nascimento, ao centro, respondeu a perguntas sobre vocação missionária

Jovens lotaram a PIB Copacabana

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

O

sábado era de muito sol no Rio de Janeiro, e um grupo de jovens cristãos decidiu ir para Copacabana - RJ. Ao contrário do que boa parte da população carioca fez naquele dia, 09 de abril, eles não foram curtir a praia, mas, sim, buscar ficar por dentro do que Deus está fazendo no mundo. Estes jovens atenderam à convocação da missionária Analzira Nascimento e foram até a Primeira Igreja Batista de Copacabana participar de mais uma edição do “Quem tem medo de ser missionário?”. Em um bate-papo descontraído com cerca de 300 jovens,

Analzira e os missionários da sede de Missões Mundiais Cláudio Elivan (Coordenador do Programa ‘Voluntários Sem Fronteiras’), Doris Nieto (Coordenadora de Recursos Humanos) e Cíntia Santos (Missionária mobilizadora) puderem esclarecer muitas dúvidas sobre medos que afligem aqueles que já receberam o chamado de Deus, mas enfrentam medos que impedem o cumprimento da sua vocação. Cíntia, que já foi missionária do projeto Radical África, explicou que estes medos também fizeram parte de sua vida vocacional. Ela conta que logo após ser selecionada para ir ao campo, enfrentou o medo de contrariar sua mãe, que não a queria longe de casa.

“Eu comecei a percorrer as Igrejas pedindo orações para que minha mãe aceitasse o meu chamado. Ela estava muito relutante. Um ano depois, ela quis saber mais sobre o projeto e aceitou que eu seguisse para a África. Foi tudo no tempo de Deus”, conta Cíntia. Muitas vezes, os medos surgem quando o missionário já está no campo. Para evitar este problema, a coordenadora do RH de Missões Mundiais aconselha o vocacionado a fazer uma viagem voluntária. “Para ter de Deus a confirmação do seu chamado missionário, é muito importante que o vocacionado faça uma viagem pelo ‘Voluntários Sem Fronteiras’”, comentou Doris. Oportunidades não faltam para seguir em uma viagem

voluntária a um dos campos de Missões Mundiais. Basta escrever para voluntarios@ jmm.org.br para se informar. O coordenador deste Programa, Cláudio Elivan, lembrou que hoje é grande a necessidade por missionários profissionais, principalmente das áreas de saúde, educação e esportes. Isso porque em muitos países fechados ao Evangelho não é possível entrar com visto de missionário ou pastor, mas atletas, médicos e educadores são bem-vindos. “Hoje a JMM tem cerca de 1.600 missionários, mas apenas três são médicos. Precisamos que médicos vocacionados se apresentem à JMM”, disse Cláudio. Durante o evento, participantes puderam fazer perguntas, esclarecendo muitos medos que os impedem de seguir em frente. A missionária Analzira lembrou a todos que nem sempre tudo é só fe-

licidade quando se decide ser um missionário. E recordou sua passagem por Angola. “Nem sempre a nossa vocação é algo que nos trará alegria. Nem tudo na vida nos traz alegria. Nada é só alegria o tempo inteiro. Nem amizade, nem casamento, nem trabalho.Eu fui muito feliz em ser missionária em Angola. Mas quando a guerra eclodiu por lá, eu sofri muito. Tive muito medo, mas não queria sair de Angola. Porque vocação é isso: Eu posso estar sangrando, mas o sentimento da certeza de que é isso que tenho que fazer é bem maior que o medo”, disse Analzira. Muitos vocacionados se apresentaram para Missões Mundiais e, mesmo com o fim do evento, continuaram a conversar com os representantes de Missões Mundiais. Se você quiser saber mais sobre o “Quem tem medo de ser missionário?”, escreva para com.vocacao@jmm.org.br.

Haiti: Proteção infanto-juvenil Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais m país marcado pela miséria e devastado em 2010 por um terremoto do qual ainda tenta se recuperar mais de seis anos depois. Este é o Haiti, onde muitas crianças ficaram órfãs por causa desse fenômeno da natureza, mas também há outras que, por falta de condições da família, foram acolhidas em abrigos ou orfanatos. É justamente nesse processo de recebimento de crianças que nossos missionários Eliel e Haydée Gonçalves têm se especializado. Há pouco mais de um ano e meio no Haiti, Eliel e Haydée seguem atuando com o orfanato Mango Tree, além de pesquisar muito sobre a legislação do país caribenho

U

e a rede de atendimento à criança e ao adolescente, para que o ministério que exercem também esteja em dia com a lei dos homens. “Temos feito contato com diversas instituições e órgãos governamentais. Traçamos novas etapas e estamos elaborando um plano de país, unindo forças aos demais missionários para fortalecimento dos diferentes projetos e alinhamento da visão que Deus tem dado à liderança da JMM no Brasil”, conta o missionário Eliel. É no orfanato que nossos missionários concentram boa parte de seu ministério. E algo especial tem acontecido por lá. “Há alguns meses promovemos uma mudança de escola para todos os nossos acolhidos, que tiveram muita difi-

desempenho deles na escola e no próprio comportamento dentro do orfanato é surpreendente e muito estimulante no difícil caminho que eles têm a vencer neste mundo”, completa a missionária. Além disso, a alegria e o desenvolvimento físico, espiritual e intelectual de cada um são motivos de felicidade para os missionários. “E neste mês de abril, quando Eliel faz aniversário, ele recebeu um belo presente de amor, expressado nesta imagem das crianças nos abraçando, em forma de um grande coração, formado por 42 crianças. Esperamos de verdade que isso possa nos Crianças do orfanato Mango Tree homenageiam missionários Eliel contagiar para trabalhar por e Haydée Gonçalves, da JMM missões, pois não podemos culdade na adaptação ao novo para contar que todas as notas recuar naquilo que já temos método de ensino. Mas as melhoraram expressivamen- alcançado para o Reino de crianças logo ficaram ansiosas te”, comemora Haydée. “O Deus”, conclui Haydée.


12

o jornal batista – domingo, 24/04/16


notícias do brasil batista

o jornal batista – domingo, 24/04/16

13

Veja quais são as diretorias eleitas a na 96 Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB) Evento foi realizado no Mendes Convention Center, na cidade de Santos – SP, entre os dias 13 e 19 de abril Diretoria da Associação Brasileira de Instituições Batistas de Ensino Teológico (ABIBET)

Diretoria da Ordem de Pastores Batistas do Brasil (OPBB)

Diretoria da Associação de Educadores Cristãos Batistas Brasileiros (AECBB)

Presidente: Vanedson Ximenes (Centro de Educação Teológica Batista do Espírito Santo) Vice-presidente: Claiton André Kunz (Faculdade Batista Pioneira) 1º Secretário: Linaldo Guerra (Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil) 2º Secretário: Antônio Lazarini Neto (Faculdade Teologica Batista de Campinas) Executivo: Anderson Carlos Guimarães Cavalcanti

Presidente: Pastor Eber Silva 1º Vice-presidente: Pastor Hilquias da Anunciação Paim 2º Vice-presidente: Pastor Salovi Bernardo Júnior 3ºVice-presidente: Pastor José Maria de Souza 1º Secretário: Pastor Marcelo Gomes Longo 2º Secretário: Pastora Diana Flávia Cavalcanti Alves Henrique de Souza e Silva 3º Secretário: Pastor Davidson Pereira de Freitas

Diretoria da União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB)

Diretoria da União de Esposas de Pastores Batistas do Brasil (UEPBB)

Presidente: Neusa Maria Resende Soares – MG 1º Vice-presidente: Raquel Maciel dos Santos – MS 2º Vice-presidente: Maria Mauer de Oliveira – RS 3ºVice-presidente: Irany Oliveira de Freitas Souza – MT 1º Secretário: Edla Calheiros Bispo – DF 2º Secretário: Maristela Massacesi Sanches da Silva – SP

Presidente: Regina Célia Pinheiro dos Santos - PA 1º Vice-presidente: Rita de Cássia Magalhães Odwyer Andrade - SP 2º Vice-presidente: Claudia Regina Santos Ribeiro 1º Secretário: Débora Silva Lins e Silva - SP 2º Secretário: Miriam da Silva Coelho – PA 1ª Tesoureira: Edna Antunes 2ª Tesoureira: Ailda Lima Lemos - SE


14

o jornal batista – domingo, 24/04/16

ponto de vista

Série: O caráter do cristão – As bemaventuranças (I) “Bem-aventurados os humil- 2). O Senhor Jesus usou a des de espírito porque deles Sua didática singular para é o Reino do céu” (Mt 5.1-3). ensinar os que ali se encontravam, as verdades do Reis mais que felizes no de Deus, do Evangelho, são aqueles que especialmente o Seu caráter. receberam um Na Sua voz firme e na Sua novo coração, autoridade inquestionável que nasceram de novo, ex- (7.29), Ele expôs a Sua Paperimentaram a regeneração lavra viva e eficaz (Hebreus do Espírito Santo (Ezequiel 4.12). A Sua Palavra visava 36.26-27; Colossenses 3.1- formar e transformar os que 4). Receberam o caráter de criam. Ele inicia colocando maCristo. Eles aprenderam a viver contentes em toda e gistralmente: “Bem-aventuraqualquer situação (Filipenses dos, mais que felizes, os hu4.11-13). Estão contidos no mildes ou pobres de espírito, contentamento. Realmente pois deles é o reino do céu” são mais que felizes aqueles (v.3). São mais que felizes que estão em Cristo, recon- aqueles que são desprovidos ciliados com Deus Pai e de qualquer orgulho espirituque receberam o ministério al. Os que reconhecem quão da reconciliação (II Corín- miseráveis são. Que sentios 5.18-20). Que têm a tem que nada são, que nada benção de repartir os feitos têm, e que olham para Deus maravilhosos de Deus na em total submissão, depenhistória. Podem testemunhar dendo inteiramente da Sua o Evangelho poderosamente misericórdia, da Sua graça (Lloyd Jones, p. 45). Essa era (Romanos 1.16). Jesus, ao ver as multidões, a condição dos publicanos, subiu ao monte e, havendo das meretrizes e dos párias se assentado (Provavelmente da sociedade do tempo de a oeste do lago da Galileia, e Jesus, altamente legalista e na vizinhança de Cafarnaum preconceituosa. Quando Deus se revelou (8.5), onde concentrou o Seu ministério), Seus discípulos a Isaías, chamando-o para se aproximaram, e Ele co- ser profeta em Israel, a sua meçou a ensinar-lhes (vv.1- reação foi: “Ai de mim” (Is

O

6.5). Isaías foi tomado por um sentimento de inadequação diante da santidade de Deus. O profeta se sentiu pobre ou humilde de espírito. Assim, Ser ‘humilde (pobre) de espírito’ é reconhecermos nossa pobreza espiritual ou, falando claramente, a nossa falência espiritual diante de Deus, pois somos pecadores, sob a santa ira de Deus, e nada merecemos além do juízo de Deus. Nada temos a oferecer, nada a reivindicar, nada com que comprar o favor dos céus” (Stott). “Só aquele que, em si mesmo, foi reduzido a nada, e repousa na misericórdia de Deus, é pobre ou humilde de espírito” (Calvino). Mais que felizes são os que confiam na Pessoa e na Obra de Cristo. “A única maneira de alguém tornar-se ‘humilde de espírito’ é voltando os olhos para Deus (…). É contemplar ao Senhor Jesus Cristo, vendo-O conforme Ele é descrito nos Evangelhos” (Lloyd Jones). Sim, são felizes os que têm consciência de quem é o Senhor Jesus. Os que têm prazer na intimidade com Ele por meio da Palavra, oração e diaconia revelam a sua felicidade.

Sim, felicíssimos são os que reconhecem as suas carências: “Nada trago em minha mão; Só na Tua cruz me agarro. Vazio, desamparado, nu e vil. Entretanto, Ele é o Todo-Suficiente – Sim, tudo quanto me falta em Ti encontro. Oh, Cordeiro de Deus, venho a Ti” (Lloyd Jones). Somos felizes porque vivemos pela fé na suficiência de Cristo Jesus. Tudo o que precisamos está nEle. Ele deve ser sempre tudo em nós (Colossenses 3.11). Os humildes de espírito são os que têm consciência de seus insucessos e se submetem ao crivo das Escrituras, à semelhança do apóstolo Pedro quando declarou: “Por causa da tua Palavra lançarei as redes” (Lucas 5.5). Os humildes ou pobres de espírito não precisam anestesiar suas mentes e seus corações com vícios dos mais diversos. Os vícios das palavras; da dispersão; dos aparelhos eletrônicos; do álcool; das drogas; da pornografia; do consumismo; do estilismo; do sexo; do jogo, etc. Encontramos em Cristo a nossa satisfação. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.

Em Cristo Jesus foram criadas todas as coisas visíveis e invisíveis (Colossenses 1.1617). Para o apóstolo Paulo, Cristo era a sua vida. Ele afirmou categoricamente: “Para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Filipenses 1.21). Morrer em Cristo significa herdar o Reino do céu. São bem-aventurados os pobres ou humildes de espírito, pois deles é o reino do céu. Como disse Charles Spurgeon: “Para subirmos no reino é preciso rebaixarmo-nos em nós mesmos”. A felicidade dos que estão em Cristo Jesus é o fato incontestável de quem é o Senhor e, como resultado, a garantia de que o Reino do céu lhes pertence. Este Reino é o reino de amor, justiça, humildade, verdade, santidade, solidariedade, serviço e integridade. Eles têm a posse do Reino eterno, indestrutível, incomparável, insubstituível, o Reino do Pai. Por isso, a vida mais feliz do mundo está desapegada de coisas, cargos, títulos, reconhecimentos, prêmios, etc. A sua riqueza é o reino do céu, preparado antes da fundação do mundo em Cristo Jesus para a Glória de Deus Pai.


o jornal batista – domingo, 24/04/16

ponto de vista

OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA

C

rescimento é um fator que está presente em praticamente todas as esferas da vida. Uma criança nasce para crescer. Um estudante luta por desenvolver suas aptidões e crescer em uma determinada profissão. Um empresário procura trabalhar de modo a levar seus negócios ao crescimento. No estudo “O que é a Igreja de Jesus Cristo?” desta série apresentamos alguns conceitos metafóricos do NT sobre a Igreja, que nos dão a indicativa de que cada aspecto da Igreja tem implícita a ideia do crescimento. Antes de partir aos céus Jesus deixou a orientação aos discípulos para que a Igreja se expandisse, crescesse, se espalhasse por toda a terra. É muito comum pensarmos que o crescimento da Igreja só vem pela evangelização e obra missionária. De certo modo, isso é verdade, mas ninguém pode negar que, se essa for a única força motriz, o crescimento será apenas quantitativo com a ampliação do quadro de pessoas que aceitam a Jesus. Mas o crescimento quantitativo sozinho não consegue dar prosseguimento ao mais importante fator após a conversão, que é o amadurecimento da vida à semelhança de Jesus, levando a pessoa a ser sal e luz, levando a Igreja à fraqueza espiritual e vivencial, como se fosse um “orfanato espiritual”. Juan Carlos Ortiz em seu controvertido Livro “O Discípulo” comenta que em uma certa ocasião estava analisando seu ministério e concluiu que o seu cuidado para com sua Igreja era como o da Coca-Cola quando vendia seus produtos, embora relutasse em aceitar isso, pois a si mesmo se perguntava e a Deus como poderia ser assim se a sua Igreja estava crescendo e ultimamente isso tinha sido de 200 para 600 membros. Analisando um pouco mais, a questão chegou à conclusão de que o que estava ocorrendo era que a sua Igreja não estava efetivamente “crescendo” , mas realmente “engordando”, pois na verdade o que conseguiu foi agrupar mais pessoas da mesma qualidade (bebês espirituais). E, assim, ninguém estava amadurecendo em Cristo. Antes eles contavam com 200 bebês espirituais, agora com 600. Desta forma, ele notou que, em vez de ser pastor de ovelhas, estava mais agindo como gerente de orfanato. Essa história pode estar se repetido em muitas Igrejas e, quando isso ocorre, estamos

15

Estudos sobre a Igreja - (4)

Como a Igreja cresce? apenas cumprindo o papel como que de um médico “Obstetra”, que cuida do parto de novos bebês. Será necessário avançar um pouco mais desempenhando o papel da “pediatria” cumprindo a missão de levar os bebês espirituais ao crescimento e desenvolvimento. Mas, afinal, em que consiste o crescimento da Igreja? Qual a sua força motriz? Qual a nossa parte? Em que consiste o crescimento da Igreja? Quando se fala em crescimento da Igreja logo pensamos nos bancos vazios, que é um visual não é nada agradável em um mundo materialista e imediatista em que vivemos, onde o que importa é a produtividade medida geralmente pelos números em uma tabulação estatística onde os resultados possam ser visualmente apreciados. Ao estudar sobre a missão da Igreja, demonstramos que ela deve ser considerada de forma integral e ampla, chamamos até de missão tridimensional da Igreja, e isso nos leva a compreender, consequentemente, que o seu crescimento deverá ser mais abrangente e não apenas quantitativo. Em geral, no mundo da liderança corporativa são buscados resultados mensuráveis a partir de indicadores conectados à missão e visão da organização. Não é diferente na vida da Igreja, pois somos uma organização, mas também um organismo (Corpo de Cristo). Por isso se torna importante estudar estes indicadores a partir dos tipos de crescimento que temos no Novo Testamento. Os estudos sobre crescimento da Igreja em geral falam em dois tipos de crescimentos: Quantitativo e qualitativo, mas desconsideram outros detalhes teológicos importantes. Por exemplo, no Novo Testamento a expressão “Crescimento da Igreja” está sempre ligada à ação de Deus, é ele quem dá o crescimento (I Coríntios 3.6). A ação humana está ligada à edificação da Igreja (Efésios 4.1112). Por que essa diferença? Provavelmente porque Deus é a força mobilizadora de tudo e nosso papel é de promover o desenvolvimento junto ao ambiente concreto humano deixando os resultados para Deus que dará o crescimento. Vejamos então estes indicadores do Novo Testamento de forma mais detalhada, e trocando a palavra crescimento

por desenvolvimento: 1. Desenvolvimento Quantitativo - Que inclui: a. Numérico: Envolvendo a quantidade de pessoas que são alcançadas pelo Evangelho, seja na Igreja local, seja na Igreja em todo mundo. Consulte os seguintes textos: Mateus 28.19; Atos 2.47; 4.4; 5.14; 6.1,7; 8.6, etc. b. Geográfico: Que envolve a expansão geográfica do Evangelho pelo mundo. Em Atos 1.8 Jesus ordenou que a Igreja se espalhasse por toda a terra começando por Jerusalém. Os cristãos da Igreja de Jerusalém possivelmente não entenderam essa ordem de Jesus e continuaram em Jerusalém, talvez pensando que o Cristianismo devesse se desenvolver como sua antiga religião judaica e assim começaram a promover o que podemos chamar de desenvolvimento “centrípeto” (Aquele que converge para o centro) da Igreja. Era assim a vida religiosa judaica – tudo era centralizado em Jerusalém. Numericamente, a Igreja cresceu tanto que começou a ter sérios problemas de convivência (Atos 6.1-7). Embora estivesse crescendo numericamente em Jerusalém, Deus queria que o Evangelho se espalhasse. Cremos que um dos propósitos em Deus permitir a morte de Estevão tenha sido a de “forçar” o seu povo a sair de Jerusalém e se espalhar por toda a terra (Atos 8.14; 9.31; 11.19). Sem isso, talvez o Cristianismo fosse hoje mera religião regional. O desenvolvimento ordenado por Jesus para a Igreja é o crescimento “centrífugo”, isto é, aquele que se expande de um ponto (centro – Jerusalém) de partida. c. Étnico: Não era a vontade de Deus que o Evangelho fosse racial, mas que se espalhasse por todas as nações e povos, ainda que a Igreja cristã primitiva continuasse a manter grande barreira exclusivista do Evangelho. Isso é fácil entender quando o Evangelho chega a Samaria e aos gentios provocando espanto aos judeus-cristãos de Jerusalém (Atos 8.14-25; 10.1-11.21). Para quebrar essa outra barreira da Igreja de Jerusalém, Deus precisou repetir a experiência do batismo no Espírito Santo e providenciar uma visão estonteante a Pedro (Atos 8.15-17; 10.9ss). Veja também Mateus 28.19; Lucas 24.47). 2. Desenvolvimento Qualitativo - Que inclui: a. Doutrinal: É o desenvolvimento no conhecimento

doutrinário da Palavra de Deus. guns princípios sobre isso para Atos 2.42ss; Efésios 4.11-16 concluir nosso estudo de hoje. 1. A força motriz é Deus: (Especialmente o v.14). b. Vivencial: É o desenvolvi- Paulo nos ensina que embora mento na experiência cristã de um venha a plantar e outro a obediência pessoal e comu- regar, no fim quem dá o cresnhão com Deus, envolvendo cimento é Deus (I Coríntios o amadurecimento espiritual 3.5-9). Podemos elaborar os dos membros da Igreja. Efé- mais estratégicos planos que sios 4.15; Colossenses 3.1-11; até venham a funcionar em Filipenses 2.12; I Pedro 2.2; II um “balão de ensaio”, mas se não estiverem de acordo com Pedro 3.17-18. c. Operacional: Envolve a o coração de Deus, ainda que capacitação (treinamento) dos aparentemente os resultados crentes para o desempenho sejam mensuráveis, serão inede suas funções na Igreja por ficazes. 2. O papel de cada um de meio dos dons de serviço. É o abandono à improvisação que, nós: Quando afirmamos que o muitas vezes ocorre em Igrejas. desenvolvimento da Igreja só Veja: Atos 6.1-7; Romanos vem pela operosidade da evan12.4-8 (Exemplo: O que ensi- gelização e missões, estamos na, esmere-se no fazê-lo, v.7); restringindo a missão da Igreja Efésios 4.11-16 (Especialmente e a ampliação de seus ministérios como já tivemos a oportuo v.12). nidade de concluir nos estudos 3. Desenvolvimento Orgânico: Que envolve a ideia anteriores desta série. Para o do desenvolvimento da vida desenvolvimento equilibrado e integral é necessário que em comunidade incluindo: a. Convivencial: É o desen- cada um de nós desempenhe volvimento da vida em co- os dons específicos que Deus munidade, onde os irmãos nos repartiu (Romanos 12.4,5; levam as cargas uns dos outros I Coríntios 12.4-6,11,14-26). (Gálatas 6.2); amam uns aos Sobre isso Paulo nos ensina em outros (João 13.34; 17.19-23); Efésios 4.15-16: “Mas seguindo oram uns pelos outros (Tiago a verdade em amor, cresçamos 5.16); interessam-se uns pelos em tudo naquele que é a cabeoutros (Atos 2.44-45; 4.32- ça, Cristo, de quem todo corpo, 35; zelam uns pelos outros bem ajustado e consolidado (Hebreus 12.14-15); etc. Sobre pelo auxílio de toda junta, seisso seria interessante que você gundo a justa cooperação de lesse o capítulo 10 (Cuidando cada parte efetua o seu próprio da Saúde do Corpo) do Livro ‘A aumento para edificação de si Igreja Corpo Vivo de Cristo” de mesmo em amor”. Além de Ray C. Stedman (Editora Mun- incluir o fato de que os membros de uma Igreja devam atuar do Cristão). b. Influência social: Diz res- em diversas frentes da Obra peito às influências que a Igre- de Deus, Paulo ensina que ja deve exercer no contexto o desenvolvimento da Igreja social em que está inserida requer também vida espiritual (Atos 2.47). Não se trata aqui amadurecida – Cresçamos em do Evangelho Social, ou da tudo naquele que é a cabeça, militância marxista da Teologia Cristo – e isso envolve o crescida Libertação, mas do cumpri- mento numa vida de imitação a mento do papel da Igreja como Cristo. Em resumo, nosso papel sal da terra e luz do mundo no desenvolvimento da Igreja (Mateus 5.14-16). É o aspecto é duplo: (1) Ter vida espiritual profético da missão da Igreja em constante crescimento; e dirigida ao mundo (Veja estudo (2) Desempenhar a diversidade de dons operacionais (ou de 2, anteriormente publicado). Vejam que em vez de apenas serviços) que Deus repartiu a dois indicadores sobre o desen- cada um. Penso que, se cada pastor e volvimento da Igreja, temos 8: TIPOS DE DESENVOLVIMENTO DA IGREJA QUANTITATIVO QUALITATIVO ORGÂNICO Numérico Doutrinal Convivencial Geográfico Vivencial Influência social Étnico Operacional Como ocorre o desenvolvimento da Igreja? Levando-se em conta a ampla visão do desenvolvimento integral da Igreja temos de concluir que ocorrerá quando atuarmos em diversas frentes de ação, caso contrário será desequilibrado. Vejamos al-

líder de Igreja considerar estes detalhes, teremos o envolvimento de todos os crentes para o desenvolvimento da Igreja, em vez de ficarmos dependendo de apenas alguns corajosos e esforçados membros que acabam se esgotando em cansaço e desânimo.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.