OJB Edição 20 - Ano 2016

Page 1

ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 15/05/16

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

Ano CXV Edição 20 Domingo, 15.05.2016 R$ 3,20

“Famílias transformadas pelo poder do Reino de Deus” Maio: Mês da Família - Cuide do seu maior patrimônio! Missões Nacionais

Notícias do Brasil Batista

Primeiro aluno da Cristolândia a se tornar um pastor Batista realiza batismo na CBB 2016

Batistas e Autismo: Veja detalhes do XIX Encontro de Amigos do Autismo, promovido pela AMA

Foram realizados mais de 70 batismos, na parte externa do Mendes Convention Center, local que sediou a 96ª Assembleia da CBB. (Página 07)

Muitos desconhecem o quanto os Batistas podem fazer, em favor de milhares de famílias desesperadas por falta de tratamento. Confira a matéria! (Página 14)


2

o jornal batista – domingo, 15/05/16

reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo

E

m um programa televisivo de entrevistas, o presidente norte-americano Barack Obama referiu-se ao seu desempenho em determinado esporte como sendo um resultado digno de atletas especiais. Ao final do programa, percebendo que fora ofensivo, telefonou para um dirigente de esportes para pessoas portadores de deficiências e pediu desculpas. O dirigente achou apropriado o pedido e o aceitou. Como “palavra de rei não volta atrás”, o gesto de Obama foi considerado muito especial, por sua raridade. Não é mesmo comum que uma pessoa em sua posição peça desculpas. Não sei também se, de fato, no íntimo, o presidente ficou constrangido, ou se quis apenas evitar o constrangimento da censura do “politicamente correto”. Talvez ele volte a dizer o mesmo numa mesa de restaurante entre amigos. Desculpar é tirar a culpa de alguém. Desculpar-se é pedir a alguém que lhe tire a culpa. Há muitas maneiras de pedir desculpas, a mais difícil é: “Desculpe o meu erro. Espero não fazer isso de novo”. Acho fraco o verbo desculpar; prefiro o perdão:

A arte de não pedir desculpas “Perdoe-me pelo mal que meu erro lhe causou”. É frase para poucos, só mesmo para os bem-aventurados. Os demais tendem a esboçar palavras de desculpas, que, muitas vezes, pioram as coisas. Agora, para ajudar a quem apenas quer parecer que pediu desculpas, eis algumas frases que podem ajudar: • Não acho que tenha errado, mas lamento muito que a minha atitude lhe tenha trazido algum dano. • Não tive a intenção de ofender você, mas, mesmo assim, peço desculpas pelo transtorno que involuntariamente causei. • A sua atitude não me deixou alternativa, senão reagir desse modo. Lamento muito. • Peço desculpas não pelo que fiz, mas pela forma que fiz; como vocês sabem, eu estava sob intensa pressão e me excedi. • Não era essa a minha intenção, mas, se magoei você, queira me desculpar. • Errei, mas, no meu lugar, qualquer um erraria. Desculpe. • Desculpe, mas você sabe que eu sou assim.

diálogo pedagógico, no afã de mostrar a impropriedade ofensiva dos falsos pedidos de desculpas. A distância deve ser acompanhada da observação participante e mesmo da expectativa honesta de que haverá mudança. No entanto, para alguns, isso não é cristianismo sincero. O perdão é a atitude correta a se tomar quando cometemos um erro. “Perdoe-me” são as palavras certas a se dizer. Perdoar é mais que desculpar, vai além de tirar a culpa de alguém. Quando perdoamos alguém, tiramos a culpa da pessoa e a assumimos para nós, com o compromisso de não mais nos lembrarmos do ocorrido. O sacrifício de Jesus na cruz foi a maior prova de amor que qualquer pessoa poderia receber. Através da morte do seu único filho, Deus nos concedeu perdão por todos os nossos pecados. Ao aceitarmos esse sacrifício, com sincero arrependimento por nossas iniqüidades, Deus nos concede perdão e apaga de sua memória nossas O que fazer diante de pes- faltas para sempre. Somos desoas capazes de nos atacar tri- safiados a fazer o mesmo em plamente - nos ofendem, nos nossos relacionamentos. culpam e nos fazem a sentir A lista pode ser interminá- mal por sermos tão cruéis? Israel Belo de Azevedo, pastor da Igreja Batista vel, porque, em matéria de Manter distância. A distância Itacuruçá - RJ auto-engano, não há quem deve suceder um esforço de supere o ser humano. Todas essas desculpas se resumem a uma frase que não foi dita: “Na verdade, a culpa é sua”. O que essas frases, na verdade, pretenderam dizer foi: • Se eu não errei, mas você se ofendeu, a culpa é sua por ser assim tão sensível e sofrer sem necessidade. • Se eu não tive a intenção, você deveria se colocar no meu lugar e ver minha boa intenção. • Se você me forçou a agir como agi, você é quem me deve pedir desculpas. • Se errei apenas na forma, é porque eu estava certo no essencial e você não prestou atenção. • Se magoei você e você não deveria ficar magoado, você é quem me deve desculpas, por me fazer sentir tão mal. • Se errei, como qualquer um erraria, não sou pior que ninguém. • Se minha natureza falou mais alto e explodi, você deveria ser mais compreensivo e menos exigente comigo.


o jornal batista – domingo, 15/05/16

reflexão

3

Onde está o seu irmão? Edson Landi, pastor da Igreja Batista no Guanabara - Campinas - SP “Então o Senhor perguntou a Caim: Onde está seu irmão Abel? Respondeu ele: Não sei; sou eu o responsável por meu irmão?” (Gn 4.9).

O

nde está o teu irmão Abel? Deus faz a Caim uma pergunta retórica, ou seja, um questionamento que não tem como objetivo obter uma resposta, pois o Senhor já sabia do ocorrido. Deus sabia que Caim havia assassinado seu irmão. A pergunta divina tinha como objetivo levar Caim a refletir sobre seus atos. Deus chama Caim à consciência.

Caim responde ao Senhor de duas maneiras. A primeira é uma afirmação mentirosa: “Não sei”, disse ele. E a segunda resposta, em forma de pergunta, foi uma declaração impertinente: “Sou eu responsável pelo meu irmão?”, questionou. A pergunta de Caim, infelizmente, ainda hoje ecoa em nosso meio. Talvez não sejamos tão insolentes quanto ele foi ao ser indagado por Deus. No entanto, através de nossas atitudes, muitas vezes nos recusamos a assumir uma responsabilidade para com nossos irmãos. Não é mero costume chamarmos uns aos outros de irmão ou irmã. Isso não é apenas uma tradição. É ensinamento bíblico! Pois se, em Cristo, temos a Deus como Pai, é

certo que, no Salvador, somos irmãos, de acordo com João 1.12. Sendo assim, nós somos, de fato, responsáveis uns pelos outros. A Parábola do Bom Samaritano nos ensina isso. Tiago corrobora com o ensinamento de Cristo, ao afirmar que: Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: “Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se”, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? (Tiago 2.15-16). Cuidar do irmão não é obrigação exclusiva do pastor ou dos diáconos da Igreja. É uma tarefa para todos aqueles quem têm a Deus como Pai. Orar pelo irmão, aconselhar os que carecem de uma orientação, socorrer os

necessitados, suprir as carências materiais dos menos favorecidos, etc., é nossa obrigação. A Igreja jamais deve se esquecer de que a responsabilidade mútua é um ensinamento bíblico, portanto, deve ser praticada. Muitas vezes estamos aquém dos sofrimentos do nosso irmão ou irmã que senta ao nosso lado todos os domingos no culto. E se praticássemos esta verdade de uma forma tão intensa ao ponto de a estendermos ao mundo? E se o ser humano passasse a viver como responsável pelo seu próximo? E se um cuidasse do outro? E se um colocasse o bem e a alegria do outro acima dos seus próprios objetivos e prazeres? É certo de que não haveria mais guerras,

fome, corrupção, preconceito racial ou outros males que têm dizimado milhões de vidas. Porém, reconheço que é praticamente impossível isso acontecer, porque o mundo não entende esse princípio bíblico. Quem não tem a Deus como Pai, jamais enxergará o próximo como irmão. É o que temos visto. Assim como Caim, aquele que não entende ser responsável pelo seu irmão, está sujeito a participar, através de suas atitudes ou negligência, do sofrimento do mesmo. O mundo não entende isso. Todavia, o cristão não tem desculpas. Ele é, de fato, responsável pelo seu irmão. Deus nos pergunta pelos nossos irmãos. E o que temos respondido ao nosso amado Pai?


4

o jornal batista – domingo, 15/05/16

reflexão

Enquanto GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE nossos filhos ainda Nenhum filho perguntam de Deus será OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Celson de Paula Vargas, pastor da Igreja Batista Monte Moriá em Volta Redonda - RJ “Quando teu filho de futuro te perguntar, dizendo: Que significam os testemunhos e estatutos e juízos que o Senhor nosso Deus vos ordenou?” (Dt 6.20).

O

Senhor Deus orientava a seu povo que aproveitasse as perguntas dos seus filhos, com referência aos grandes feitos dEle para com eles e também sobre seus mandamentos, como oportunidade para lhes ensinar sobre o verdadeiro Deus, Seu amor e Sua disposição em os abençoar e salvar. Nós, também, devemos aproveitar essa oportunidade que temos, no tempo em que nossos filhos ainda nos perguntam. Às vezes, erroneamente, nos impacientamos com suas perguntas, e os tratamos ina-

dequadamente, com respostas superficiais ou até mesmo bruscas. Isso é um grande erro, pois é a oportunidade que temos de firmar com eles um relacionamento sólido e perpétuo, de nos tornarmos seus melhores amigos e consultores preferenciais. E, com isso, lhes passar informações necessárias e sadias para a boa formação de seu caráter ético e espiritual. Quando conquistamos a amizade dos nossos filhos temos a prioridade dos seus questionamentos ao longo do seu desenvolvimento. Quando perdemos essa oportunidade, eles passarão a buscar as informações em fontes diversas de seus relacionamentos; nisso reside o perigo de serem levados a maus e perigosos hábitos. Tenhamos paciência com nossos filhos, enquanto eles ainda perguntam, respondendo-os sempre de forma paciente e sincera, nunca ralhando com eles, nem os repreendendo, nem os deixando sem respostas.

Devemos, inclusive, incentivá-los às perguntas, sem restrições de temas. Você tem a capacidade de ensinar seu filho da melhor e mais sincera forma sobre: Sexualidade, sociabilidade, educação, namoro, casamento, formação profissional, drogas, direitos e deveres, sobre Deus, Sua Palavra e Seu amor para conosco. Lembremo-nos de que esse tempo é muito rápido, logo chega a idade em que não mais perguntarão e também não mais responderão quando os abordarmos. O tempo que imaginamos não ter para isso, Deus nos indica: “Estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te” (Dt 6.6-7). Não percamos esse tempo com coisas supérfluas, como: TV, jornais, bares, etc. Vá para casa conversar com seu filho enquanto ele ainda está para isso.

condenado

“O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nEle confiam será punido” (Sl 34.22).

V

ivemos em um mundo de incertezas. Mas quando a Bíblia se refere ao Senhor afirma, definitivamente, que Ele sempre cumpre aquilo que promete. “O Senhor resgata a alma dos Seus servos. Nenhum dos que Nele confiam será condenado” (Sl 34.22). Há membros de Igrejas evangélicas que, em certas ocasiões de pecado, temem pela perda de sua salvação. O famoso “pecado imperdoável” continua a perseguir a qualidade espiritual de alguns cristãos. O contexto bíblico, entretanto, deve nos tranquilizar. Primeiro, porque nossa salvação não depende de nós próprios: Nossa restauração nunca dependeu dos nossos méritos. Segun-

do, porque Aquele que nos salva declarou, solenemente: “Aquele que vier a Mim nunca será rejeitado”. Paulo, o grande teólogo da Graça de Deus, chegou a fazer uma enfática afirmação: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça”. A verdade óbvia é a seguinte: a pessoa que foi curada por um excelente médico, exatamente pela extrema competência do seu profissional, conseguiu a saúde do seu corpo. Mais ainda: Se o ex-enfermo seguir à risca o programa de qualidade de vida proposto pelo médico, suas chances de viver com saúde serão mais altas. Jesus é o Médico dos médicos. Ele não somente nos resgatou da enfermidade do pecado, como introduziu em nossa pessoa a “vida em abundância”. O seguro de vida saudável, que recebemos do Cristo em nós, tem garantia por toda a eternidade.

Vindo ao Pai Cleverson Pereira do Valle, pastor, colaborador de OJB

O

texto de João 14.6 é muito conhecido. Creio que além do texto de João 3.16, que diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”, João 14.6 - “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai

senão por mim” - também é aprendido desde a tenra idade, para quem nasceu em berço evangélico. Tomás à Kempis expressa desta forma ao explicar este texto: “Sigam-me. Eu sou o caminho e a verdade e a vida. Não é possível andar fora do caminho, não é possível conhecer fora da verdade, não é possível viver fora da vida. Eu sou o caminho pelo qual vocês devem andar; a verdade em que vocês devem crer, a vida na qual vocês devem

por sua esperança. Eu sou o caminho inerrante, a verdade infalível, a vida infindável. Eu sou o caminho reto, a verdade absoluta, a vida verdadeira, bendita, não criada. Se vocês permanecerem no meu caminho conhecerão a verdade, e a verdade vos libertará, e tomarão possa da vida eterna”. Devemos ir ao Pai, mas de qual pai estamos falando? O Pai no texto de João é Deus. O Pai Celestial que está pronto para proteger, ensinar, cor-

rigir, dar direção e nos amar. Porque vir ao Pai? É necessário vir ao Pai porque a orfandade é muito triste. Passar a eternidade toda sem o Pai Celestial não é a melhor escolha, a eternidade sem Deus será de sofrimento eterno. É necessário vir ao Pai através de Cristo, porque Ele tem revelado o Pai. Só Cristo é o caminho pelo qual o pecador culpado pode entrar em uma nova relação com Deus. Vir ao Pai significa encontrar uma nova companhia

(Nunca mais estaremos sozinhos), significa que teremos acesso ao Pai através da oração (conversa, diálogo). Vir ao Pai significa ter a Sua proteção. Ninguém nos arrebatará da Sua mão. Cristo trouxe o Pai aos homens e através da sua Obra Redentora leva os homens ao Pai. Se você ainda não foi ao Pai, o que está esperando? Creia em Jesus Cristo, confesse seus pecados a Deus e vá em direção ao Pai.


o jornal batista – domingo, 15/05/16

reflexão

DIFICULDADES BÍBLICAS

5

Ebenézer Soares Ferreira

Diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói – RJ

E OUTROS ASSUNTOS

Três tipos de eunocos “Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita” (Mt 19.12).

E

unuco é palavra que se origina de duas palavras gregas: eunê (leito) e ikhein (guarda). Passou pelo latim, pela forma eunuchus, que significa homo castratus (homem

castrado). Os povos bárbaros utilizavam-se do costume da mutilação para certos propósitos. Alguns alinhavam as seguintes razões que concorriam para essa prática: 1) - ignorância; 2) - ciúme; 3) - fanatismo. Ciúme, quando alguém reduzia o seu semelhante a este estado. Em que eram usados os eunucos? No Oriente, a guarda das mulheres no harém era confiada aos eunucos. Os eu-

nucos se classificavam em perfeitos e imperfeitos. Os primeiros eram desprovidos apenas dos testículos, e estes, de todos os órgãos do sexo. Eles desempenhavam papel de grande importância. Xenefontes e o historiador Heródoto informam-nos muita coisa sobre o uso de eunucos. Heródoto, por exemplo, acentua que “Entre os bárbaros, os eunucos são mais estimados do que outros, por causa de sua fidelidade”.

A castração foi praticada na Itália durante muito tempo. Isso era feito porque precisavam conservar a voz de soprano. Por isso, emasculavam os meninos quando eram destinados a cantar nas igrejas e teatros, onde as mulheres não tinham acesso. São famosos os sopranos da Capela Sistina. A Bíblia diz que há três classes de eunucos: 1) - os de nascença; 2) - os que foram feitos eunucos por causa da castração; 3) - os eunucos

espirituais. Os eunucos espirituais adotam a vida celibatária. Nada os demove desse propósito. Acham que nesse estado servem melhor a Cristo. O grande Orígenes interpretou literalmente a passagem em apreço e emasculou a si mesmo. Não viu que o sentido não era literal. Hoje, há muitos missionários solteiros que vivem, há dezenas de anos, no estado de eunucos por causa do Reino de Deus.

causada pela ferida. É o coração que está ferido, lá dentro, bem na alma. Com isso deixamos de cumprir com o propósito para o qual fomos chamados como servos de Deus (Efésios 4.1-2). Paulo diz que devemos dar suporte uns aos outros nas fraquezas. Não somos apenas nós que estamos feridos. Existem outros ao nosso redor que também estão feridos. Por que eles podem socorrer os feridos e nós estamos encolhidos? Paulo não disse que devo primeiro curar minhas feridas para depois ajudar o outro. Disse: “Suportem uns aos outros com amor” (Ef 4.2b). É o amor de Deus que nos fortalece para, mesmo feridos, ter condições de proporcionar cura aos outros. João disse que

“Se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor está aperfeiçoado em nós” (I Jo 4.12). Jesus nos deu este exemplo para segui-lo. Tinha o coração tão cheio do Amor de Deus que, mesmo mortalmente triste (Mateus 26.38), se entregou para ser pregado na cruz por nós. Naqueles momentos que antecederam à cruz foi insultado e sofreu, mas não revidou porque amava todos eles (I Pedro 2.21-23). Jesus nos alerta para ficarmos alertas durante os terríveis fatos dos últimos tempos e não sermos perturbados, mas que estarmos de pé diante de Jesus quando ele vier (Lucas 21.36). Eu sei que dói, mas não se retire. Permita ser tocado para ser curado.

“Não me toque” Carlos Henrique Falcão, pastor, colaborador de OJB

C

reio que todos nós um dia vivemos pelo menos um momento para dizer: “Não me toque”. É aquele momento difícil em que estamos vivendo e não queremos responder perguntas. Não queremos lembrar do problema. Não queremos que ninguém nos toque. Estamos fragilizados e queremos um retiro, um cantinho bem escondido onde ninguém nos ache. E quando somos tocados, como dói! Parece aquela ferida no ombro que todos resolvem bater. O seu melhor amigo, aquele que sempre diz um “oi” de longe, naquele dia resolve dar um

belo tapa para demonstrar toda a sua cordialidade. São muitas as razões para dizer “não me toque”. Pode ser o pecado, como aconteceu com Adão, que se escondeu de Deus (Gênesis 3.8). Pode ser o medo de ser destruído por um inimigo que imaginamos ser mais forte. Foi o que aconteceu com Gideão, escondido enquanto malhava o seu trigo dentro do tanque de esmagar uvas (Juízes 6.11). Pode ser também a depressão que sempre existiu na vida do ser humano. Foi o que aconteceu com Elias depois de matar os profetas de Baal no episódio vitorioso, quando Deus queimou o altar com fogo. Elias teve medo e fugiu para salvar a vida (I Reis 19.3). Foi para bem longe. Não quis

ser tocado naquele momento. Davi era o homem segundo o coração e tinha muitos inimigos que o perseguiam insistentemente. Guerreiro valente que venceu o leão, o urso, Golias e muitas guerras um dia viu as suas forças irem embora e quis fugir também. Davi cantou: “Quem me dera eu tivesse asas como a pomba; voaria até encontrar repouso! Sim, eu fugiria para bem longe, e no deserto eu teria o meu abrigo” (Salmos 55.6-7). Lá no deserto não teria ninguém para tocá-lo e pensou que estaria longe de qualquer tribulação. Não viveria com a traição do seu melhor amigo (v 13). Quando nos retiramos é porque estamos feridos e não queremos que ninguém desperte em nós a dor que


6 vida em família

o jornal batista – domingo, 15/05/16

reflexão

A família Se você tem um pede filho pródigo... socorro Gilson e Elizabete Bifano

É

triste saber de pais que choram pelos filhos, que um dia, foram criados na Igreja, aprenderam lições preciosas na Escola Bíblica Dominical (EBD), mas hoje estão afastados de Deus, envolvidos com más companhias, não querem nem ouvir falar de Igreja, acima de tudo de Deus e de Sua Palavra. O que dizer a estes pais e mães? Que conselhos podemos dar? Eu diria que, em primeiro lugar, esses pais não devem se culpar. Não se culpem, é o meu primeiro conselho. Culpar-se em nada adianta. Só faz mal ao coração, a alma. Ser pai e mãe é uma das tarefas mais desafiadoras. Talvez você tenha errado em alguma fase da criação do seu filho pródigo. Se fosse hoje, talvez, faria diferente, é verdade, mas pare de se culpar. Deus dotou a todos de algo importante, que é o livre arbítrio. A escolha de se afastar não foi sua, mas do seu filho. Por mais que isto seja difícil de encarar, esta é a verdade. Meu segundo conselho é manter-se com os braços abertos e jamais fechar o seu coração para o filho pródigo. Lembra do pai amoroso, na parábola contada por Jesus? Todos os dias ele saia de sua casa e se colocava no caminho e esperava a volta do filho que um dia tinha se rebelado. Se seu filho está envolvido com drogas, não o chame de drogado. Se está entregue ao homossexualismo, não reforce o seu comportamento homossexual. Chame-o pelo nome. Sempre esteja disponível para ajudar a deixar seus comportamentos rebeldes. Não se envergonhe do seu filho pródigo. Ele é o seu filho, dado por Deus. Isso que eu chamo de está com braços abertos. Ore, ore, ore! Oração será o instrumento mais poderoso

dado por Deus para seu filho rebelde um dia se arrepender dos seus erros e voltar-se, em primeiro lugar, para Deus e, depois, para a própria família. Jim Cimbala, pastor da Igreja Brooklin Tabernacle, é o melhor exemplo de um pai que teve uma filha rebelde e viveu a alegria de abrir a porta de sua casa para recebê-la de volta totalmente arrependida. Jim Cimbala conta, em seu depoimento, que um dia a Igreja estava reunida orando pelas centenas de pedidos que tinham chegado pela internet. Até que alguém sugeriu que parassem de orar e dedicassem aquele culto para orar exclusivamente pela filha do pastor. E assim foi feito. Pouco tempo, ele e sua esposa, Carol, estavam em casa e alguém bate-lhe a porta. Ao abrir, viram sua filha arrependida e dizendo voltar para casa. Contou-lhe que uns dias antes havia sentido uma profunda tristeza pelo tipo de vida que estava vivendo e perguntou quem havia orado por ela. O casal Cimbala então concluiu que o momento em que a filha estava sendo tocada pelo Espírito Santo de Deus era o mesmo momento em que a Igreja estava orando por sua filha pródiga. Por último, eu diria para crer na semente que você semeou na infância deste filho pródigo. Creia que todo aquele esforço, a semente lançada, mesmo que de forma inapropriada, ainda está presente no coração do filho pródigo. Esta semente não morreu, está lá, e no tempo certo renascerá e voltará a fazer diferença em suas escolhas. Prepare- se para volta! O pai amoroso nos ensina esta lição. Quando seu filho voltou, uma grande festa foi realizada. E assim será, para a Glória de Deus.

www.ministeriooikos.org.br

Jeferson Rodolfo Cristianini, pastor, colaborador de OJB

A

instituição família clama por socorro. A família tem sido alvo de muitos golpes. A frouxidão das leis tem favorecido o rompimento dos laços familiares e assim a família agoniza carecendo de ajuda. A família foi invadida pela violência. Há violência de todas as formas nas famílias. Os números de homicídios no seio familiar só aumentam. As mortes têm sido frequentes em muitas famílias. Os assustadores índices de estupros envolvendo familiares é assustador. A violência também se revela nos maus tratos. Maus tratos físicos, espirituais e emocionais. As famílias, que deveriam ser um reduto de amor, estão se transformando em um reduto de raiva, ódio e violência. Filhos sofrem os maus tratos dos pais

ausentes, e os pais sofrem com os maus tratos dos filhos na falta de obediência e respeito. As estatísticas mostram que as mulheres ainda sofrem muito com a violência física, sexual e psicológica. A juventude, cada vez mais dependente das drogas, revela que nada vai com as bases familiares. A violência tem corroído o amor das famílias e minado as forças para que as famílias possam reagir. A Igreja é uma das poucas e, talvez, a única instituição que luta pela saúde da família. A Igreja entende, a partir das orientações bíblicas, que a família é a base da nossa sociedade e nosso ambiente de aprendizado. Se a Igreja, como instituição divina, não orientar, não investir e não mostrar os padrões do Criador sobre a família, as “pedras clamarão” (cf. Lucas 19.40). Há muitas famílias clamando por socor-

ro e apoio. A Igreja, como comunidade dos discípulos de Jesus, não pode deixar de pregar e falar sobre os mandamentos e propósitos de Deus para a família. A Igreja pode ajudar as famílias, pois é a Família de Deus. É na família que o nosso caráter e nossa ética são formados. É na família que recebemos suporte emocional para enfrentarmos uma sociedade cada vez mais competitiva. É na família que aprendemos amar e ser amado. É na família que o Amor de Deus é visualizado. Paulo e Silas foram indagados pelo carcereiro desesperado: “Que devo fazer para ser salvo? Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.30-31). Quando cremos em Jesus como nosso Senhor e Salvador recebemos a salvação e temos a missão de proclamarmos a graça na nossa casa.

CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA CNPJ 39.056.627/0001-08 Missão: “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas no cumprimento de sua missão como comunidade local”

CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINARIA DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA Sr. Presidente da CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA, Vanderlei Batista Marins, no desempenho de suas atribuições, de acordo com o ESTATUTO, art. 5º § 1º, art. 9º inciso II e REGIMENTO INTERNO, art. 6º § 3º, CONVOCA as Igrejas Batistas do Brasil, a ela filiadas, a fim de enviarem os seus mensageiros, O devidamente credenciados, para a Assembleia Geral Extraordinária, para apreciar o relatório conclusivo do Conselho Geral da CBB, relativo ao procedimento disciplinar da Igreja Batista de Pinheiro, Maceió – AL, a realizar-se na cidade de Vitoria – ES, às 09 horas do dia 09 de julho de 2016, no TEMPLO DA PIB DE JARDIM CAMBURI, À AVENIA Jose Maria Vivaqua Santos, 720 – Jardim Camburi – Vitoria ES. Rio de Janeiro, 19 de abril de 2016. Pr. Vanderlei Batista Marins Presidente


o jornal batista – domingo, 15/05/16

missões nacionais

7

Primeiro aluno da Cristolândia a se tornar um pastor Batista realiza batismo na CBB 2016

Pastor Wellington realiza o seu primeiro batismo

Redação de Missões Nacionais

U

ma noite que ficou marcada na história da Junta de Missões Nacionais, assim se define o culto evangelístico da JMN na 96ª Assembleia da CBB, no dia 17 de abril, em Santos, litoral paulista.

O Coro da Cristolândia abriu a programação da Noite Evangelística. Após o louvor, o pastor Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais, tomou a palavra e contou aos presentes a história do pastor Wellington Amorim, que saiu da cracolândia de São Paulo e foi recuperado no Projeto Cristolândia. Naquela

Pastores Intercedem pelo Brasil

noite, Wellington realizou o seu primeiro batismo, um homem recuperado também pela Cristolândia. Foram realizados mais de 70 batismos, na parte externa do Mendes Convention Center. No palco, pastor Fabrício Freitas, gerente Executivo de Evangelismo da JMN, fez uma oração pelos batizados. Dia de festa no Céu!

O pastor Fernando Brandão pregou e contou o seu testemunho. Ele se emocionou ao lembrar de sua conversão. Brandão chamou os pastores presentes ao palco e pediu para que todos levantassem um clamor pelo Brasil. “Nós não recuaremos até alcançar todos pela cruz”, declarou o diretor da JMN. Um momento de que-

brantamento e agradecimento a Deus pelas vidas que foram salvas naquela noite e durante toda a Operação Jesus Transforma Litoral, que aconteceu durante a semana da Assembleia da CBB. O pastor Edgar Antunes, da Primeira Igreja Batista de Nova Iguaçu - RJ, fez a oração de encerramento do culto evangelístico.


8

o jornal batista – domingo, 15/05/16

notĂ­cias do brasil batista

Transformadas pelo


notĂ­cias do brasil batista

o jornal batista – domingo, 15/05/16

poder do Reino de Deus

9


10

o jornal batista – domingo, 15/05/16

notícias do brasil batista

Pastor Batista recebe Grau de Comendador Samuel Esperandio, pastor, diretor executivo da CBPioneira “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra” (Rm 13.7).

N

os alegramos com o pastor Hartmut Richard Glaser, secretário-executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil, membro da Igreja Batista Alemã de São Paulo e ex-presidente da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil, por ter sido admitido no Quadro Suplementar da Ordem de Rio Branco, com o Grau de Comendador. Seu trabalho tem sido reconhecido pelo governo brasileiro, pois além da Comenda

concedida no Itamaraty pela Presidente da República em agosto 2015, nosso irmão participou da delegação brasileira na Assembleia das Nações Unidas em Nova York, em dezembro de 2015. Além de nos alegrarmos com o destaque recebido, rogamos a Deus que use

essa vida preciosa e a sua participação em esferas tão restritas da liderança nacional e mundial, como testemunha eficaz do Evangelho, que é o Poder de Deus para a transformação das vidas e da realidade da Nação brasileira e da raça humana. Soli Deo gloria!

Igreja Batista da Vitória em Suzano - SP realiza EBF para moradores do bairro Gilberto Sales, pastor da Igreja Batista da Vitória em Suzano – SP

A

Igreja Batista da Vitória em Suzano - SP realizou sua Escola Bíblica de Férias (EBF) nos dias 29 a 31 de janeiro de 2016 com a presença de 70 crianças e adultos no primeiro dia, 117 crianças e adultos no segundo dia, e no encerramento teve a assistência de 90 crianças e adultos, com total envolvimento da Igreja local e membros de outras Igrejas que cooperaram financeiramente e presencialmente.


o jornal batista – domingo, 15/05/16

missões mundiais

11

Vidas consagradas a missões na Bolívia Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

A

pós 31 anos no mesmo campo, a Bolívia, o casal José Genário e Teremar Rocha conclui seu ministério missionário no país sul-americano, que sempre estará no coração e alvo de suas orações. E para marcar o retorno dos missionários ao Brasil, Missões Mundiais realiza um culto em gratidão a Deus por este casal. Será na Segunda Igreja Batista de Três Rios – RJ, no dia 21 de maio, sábado, às 19h30. O endereço é Rua Padre Conrado, 147, no Centro do município fluminense. O chamado missionário veio ainda na juventude, quando José Genário sentiu ser convocado para a missão após ler, em 1978, o livro “Aventuras em terras bolivianas”, do pastor Waldomiro Motta, pioneiro da JMM na Bolívia. Naquela época, Genário ainda não tinha ideia de que a Bolívia seria seu primeiro e único campo. Já Teremar tinha o desejo de servir a Deus em outro país desde os 12 anos. O tempo passou, eles se conheceram, se casaram e

se apresentaram à Junta de Missões Mundiais no ano de 1984, quando foram nomeados para a Bolívia. A viagem para o campo aconteceu no dia 05 de janeiro de 1985, e seguiram direto para a cidade de Montero, no departamento (estado) de Santa Cruz. A Segunda Igreja Batista Cristo A Única Esperança, em Montero, foi a primeira de sete plantadas por nossos missionários. Hoje, é uma Igreja autossustentável e missionária, com quatro Congregações no norte dessa cidade boliviana, e também com um pastor nacional. Após três anos em Montero, José Genário e Teremar, com seus filhos, Rebeca e Judson, se mudaram para a cidade de Santa Cruz de la Sierra, a maior e mais populosa da Bolívia. Porém o trabalho de nossos missionários sempre se concentrou na periferia, com comunidades carentes. “Eles estavam conosco desde pequenos ajudando em tudo: EBF, viagens missionárias”, conta Teremar. “Eles passaram a primeira infância até a pré-adolescência junto às crianças da periferia, que atualmente, assim como nossos filhos, são profissionais em diversas

José Genário e Teremar Rocha

áreas e servem ao Senhor”, acrescenta a missionária, ao falar dos filhos, que hoje são médicos: Judson é cardiologista pediatra em Vitória da Conquista - BA e Rebeca é clínica geral com especialização em endocrinologia. A segunda igreja plantada por nossos missionários foi a Primeira Igreja Batista na Cidade Vila Primeiro de Maio, que gerou outras quatro Igrejas-filhas (Igreja Batista Missionária, Jesus é o Caminho, Cristo Vem e Filadelfia), todas autossustentáveis até hoje. O envolvimento de nossos missionários com a denominação é tão grande e intrínseca ao trabalho que o pastor José Genário atuou inclusive na secretaria executiva da

Convenção Batista Boliviana, além de ter lecionado no Seminário Batista, e responsável pela área de Ação Social da Junta de Missões Nacionais da Bolívia, entre outras funções. O trabalho para a plantação da Igreja Batista Filadelfia se concentrou em uma área bem perigosa da cidade de Santa Cruz de la Sierra. Atualmente um casal nacional, Kevin e Valeria Salas, está à frente da Igreja. A Igreja Batista Filadelfia também atua na plantação de Igrejas, a mais nova organizada por nossos missionários é a Igreja Batista El Paraíso, aberta na localidade do Quior. Ali, outro casal se dedica integralmente ao Evangelho, em uma demonstração de que o amor

por missões de José Genário e Teremar foi transmitido a uma nova geração de proclamadores da Palavra na Bolívia. Com a chegada à Igreja Batista Filadelfia, um desafio apareceu: Levar esperança a crianças através do PEPE, programa socioeducativo promovido por Missões Mundiais, na época, criado apenas alguns anos antes. A unidade do PEPE Sembrando el Saber (Semeando o Saber, em português) foi a primeira implantada na Bolívia. A missionária Teremar atuou como coordenadora nacional do programa socioeducativo até pouco tempo atrás, quando, a exemplo do que sempre aconteceu em seu ministério, passou o bastão para uma missionária-educadora local. Após 31 anos, sete Igrejas e 21 unidades do PEPE, José Genário e Teremar Rocha não estão se aposentando, mas apenas concluindo o ministério na Bolívia. A Junta de Missões Mundiais é grata a Deus por suas vidas tão preciosas, ciente de que só mesmo a eternidade será capaz de calcular a dimensão da obra realizada durante as mais de três décadas junto aos bolivianos.

Jovens conectados à missão Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

U

ma mochila nas costas e centenas de ideias e questionamentos na cabeça. Estas eram as principais características dos mais de mil jovens que estiveram presentes ao Vocare 2016, realizado na UNICESUMAR, em Maringá - PR. E Missões Mundiais estava lá para dizer a esta garotada que ela tem uma missão. Entre os dias 21 e 24 de abril, a missionária Analzira Nascimento (Coordenadora do programa Com. Vocação) e Cintia Santos (Missionária mobilizadora) participaram da programação do evento, que trouxe muita interatividade, reflexão e troca de experiências. O estande de Missões Mundiais seguiu a temática do “Quem tem medo de ser

Missões Mundiais colocou os jovens do Vocare para refletir

Missionário?”, levando os jovens a refletirem sobre a necessidade de descobrir sua missão no mundo e encarar seus medos. “Os participantes puderam ouvir relatos de pessoas sobre seus medos de se tornar um missionário. Após escutar o áudio, eles eram convidados a passear pelo estande e,

lendo os banners, refletiam sobre qual seria o medo que os impede de mergulhar de cabeça na vontade de Deus e exercer sua vocação. Ao final, eles escreviam o seu medo num papel colorido e colavam no banner ‘Encare seus medos. Vá a um campo de Missões Mundiais’”, conta Cíntia.

Graziella, uma das participantes que aceitou o desafio de encarar seu medo, conta que entendeu que seu temor era “não ser capaz de fazer as coisas”. “Participar deste desafio foi confrontador, pois ‘medo’ é um assunto que a gente não gosta muito de falar. Saio daqui me sentindo desafiada a encarar de frente este meu medo”, disse Graziella. Dentro das 35 oficinas oferecidas, a missionária Analzira Nascimento teve a oportunidade de participar de uma apresentando o PG Vocacional. “Reuniões periódicas possibilitaram encontros de crentes de diferentes igrejas, levando-os a refletir sobre temas relacionados a nossa caminhada de descoberta da própria vocação”, comenta Analzira. Foi uma excelente oportunidade de apresentar o PG

Vocacional. Uma oficina interativa, com simulação do funcionamento de um PG Vocacional. Além de marcar presença em um evento que tem cada vez mais caído nas graças dos jovens cristãos brasileiros, Missões Mundiais pôde apresentar suas ações. Analzira e Cíntia também puderam ter um convívio mais pessoal com estes jovens, ouvindo suas histórias e compartilhando suas experiências, esclarecendo dúvidas sobre vocação. Ao final do evento, ficou o sentimento de gratidão por tudo o que Deus tem feito na vida desta juventude, levantando líderes para orientá-los e servir-lhes de exemplo. No momento de oração final, com todos de joelhos, cerca de 40 pessoas foram à frente, dedicando suas vidas aos campos missionários.


12

o jornal batista – domingo, 15/05/16

notícias do brasil batista

Conheça Cleyton Passos e a Turma do Frederico

A

mados irmãos, é com grande alegria que lhes trago ao conhecimento a existência de mais um artista cristão da nossa denominação. Alguém que, com certeza, vai adicionar aos vossos ministérios. Conheçam o meu mais recente amigo, Cleyton Passos. RM - Amigo, compartilhe da sua vida! Meu nome é Cleyton Passos, sou ator bonequeiro, escritor de literatura infantil, produtor musical e teólogo. Sou membro da Igreja Batista Central, em Cachoeiro de Itapemirim-ES, pastoreado por Sandro Zonatelli. Sou casado com Bárbara e com ela tenho duas filhas: Olivia e Sofia. RM - Como surgiu sua paixão pela arte? Ainda adolescente amava cantar, mas me encantei com o teatro de bonecos assistindo a uma apresentação de um boneco chamado Juvenal, que foi manipulado na ocasião pelo missionario Antônio Cláudio. Anos depois assisti a uma fita VHS de uma apresentação do Maurão e seus bonecos, um dos melhores bonequeiros que conheço; é reconhecido em todo o Brasil. Trabalhando em um Ponto de Pregação com

crianças, inspirado por essas duas referências, o Claudio e o Maurão, comecei a trabalhar com bonecos. Isso há 20 anos. Depois disso, muita coisa aconteceu, fiz cursos, aprimorei minha técnica, me profissionalizei, trabalhei em TV.

ra, princípios e valores, entre outros. Com a evolução natural deste trabalho educacional, a Turma do Frederico tornou-se uma Editora de material paradidático. Estamos lançando dois Kits: Turma do Frederico - Amigos da Natureza, e Turma do Frederico - AlimentaRM - Compartilhe da sua ção Saudável. Neste kit vem experiência ministerial com um Livro + DVD de clipes as artes. musicais. Com o lúdico entendo o porquê da predileção de JeRM - Quais são os futuros sus por histórias, parábolas. projetos? Produzir outros materiais Muito fácil imprimir a mensagem do Evangelho através para nossa Editora. Para nosso arraial disponido teatro de bonecos. Tenho um lema: “Ensinar divertin- bilizar não só minhas apredo”. Com alegria, o apren- sentações, mas capacitações dizado é maior. De crianças para Educadores na área a adultos percebo as pessoas de Contação de Histórias, recebendo a Mensagem de Manipulação de Bonecos, Jesus com alegria, até por- a Importância do Lúdico na que isso é o Evangelho, uma Educação. Não quero só deiBoa Notícia. xar a lembrança da minha passagem com a Turma do RM - Quais os projetos que Frederico nas Igrejas, mas quero deixar uma marca mais você tem desenvolvido? A Turma do Frederico rea- profunda por onde passar, liza apresentações em todo deixando minha arte nas Brasil em Igrejas. Além disso, mãos dos professores das a Turma do Frederico é uma crianças. Empresa de arte e entreteniRM - Na sua opinião, talenmento, que é contratada por Órgãos Públicos e Empresas to é tudo? para levar mensagens educaNa minha opinião, o Dono cionais, tais como Educação do talento é Tudo! Olhando Ambiental, incentivo à leitu- para minha trajetória, que

teve momentos muito tristes, vejo como o Dono do meu talento é Dono da minha vida e foi gracioso comigo. Por isso, a gratidão do meu coração direciona meu talento para demonstrar graça as pessoas que passam por mim. Escutei uma frase que mexeu comigo esses dias: “Eu não quero fazer sucesso, quero fazer sentido”. Quero fazer sentido em Deus e na vida das pessoas, em amor. Talento é só mais um veículo para fazer isso.

às pessoas que passarem por nosso caminho. Não use seu talento como mercadoria. Não transforme a Igreja em uma bancada de negócios. Muito mais do que artistas em Igreja, somos servos. Que Deus os abençoe no exercício de sua arte, no exercício do seu serviço em amor a Deus.

RM - Como contactá-lo? Através do nosso site www. turmadofrederico.com.br e do nosso celular, que também é WhatsApp: 27-99802-6052. RM - Deixe uma mensagem Muito obrigado! aos nossos artistas Batistas e educadores. Espero que tenham gostado Façam o seu melhor, mas da nossa matéria. Estamos não esperem nada em troca. aguardando-o (a).Você pode Nosso presente é a alegria ser nosso próximo entrevisde dar, de se doar (É melhor tado (a). Escreva para Arte e dar do que receber, disse Cultura CBB - Roberto MaraJesus). É tudo que fizermos nhão: marapuppet@hotmail. seja feito em amor a Jesus e com.


o jornal batista – domingo, 15/05/16

notícias do brasil batista

13

OBITUÁRIO

História de vida do pastor Jonathan de Oliveira Decom CBSM

N

atural da cidade de Três Lagoas - MS, nascia em 26 de janeiro de 1927, Jonathan de Oliveira. Foi chamado por Deus para o Ministério da Palavra aos 18 anos. Formou-se no Seminário Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro. Foi ali consagrado para o Ministério no dia 06 de outubro de 1956. Casou-se com Alice Borges em 15 de fevereiro de 1957, sua fiel companheira no Ministério. Foi recebido como pastor desta Igreja, a Primeira

Igreja Evangélica Batista de Campo Grande, no dia 31 de dezembro de 1963 e teve o pastorado mais longo até a ocasião. Foram 27 anos de serviço efetivo, até o dia 29 de dezembro de 1990, quando passou a liderança para o pastor Gilson Breder, que o chamava carinhosamente de “Apóstolo dos pés vermelhos”. Ainda assim, enquanto Pastor Emérito, foi muito útil no serviço do Senhor. Por ser um homem honrado e um grande líder, sempre foi respeitado por sua família, Igreja local, e pelos demais da denominação em todo Estado e pelo Brasil.

Organizou e emancipou muitas Congregações e Igrejas-filhas, como as do Bairro Santo Amaro, Vila Carlota, e ainda outras.

Sua visão missionária foi compartilhada com esta Igreja, que já tinha uma pré-disposição para o serviço, iniciando em seu pastorado a fase de expansão dos trabalhos missionários da Primeira Batista. Iniciou-se por Bandeirantes, Jaraguari, São Gabriel D´Oeste, Bodoquena, Corumbá e outras cidades. E mais para frente, Paraguai e Bolívia. Foi também o grande incentivador da Faculdade Teológica em Campo Grande. “Não foram poucos os que se serviram do apoio de seus fortes e firmes brações para erguerem-se e firmarem-se

em seus campos e atividades” José Carlos Prado. O pastor Jonathan e Sua esposa, dona Alice Borges de Oliveira, foram abençoados por Deus com cinco filhos, e com netos, tementes a Deus e empenhados no serviço do Reino. Cremos na certeza de que ele está com o Pai. Agradecemos a Deus por sua vida, ensinamentos e testemunho nos encorajando na caminhada da fé para sermos e fazermos como ele: Combater o bom combate, completar a carreira e guardar a fé. Nasceu* 26/01/1927 Faleceu* 26/03/2016

Diácono Ismael Vicente Ferreira 07/10/1933 – 13/03/2016

Maria de Oliveira Nery, colaboradora do jornal Batista “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus em quem confio.” (Salmo 91.1-2)

N

o dia 13 de março de 2016 faleceu na cidade de Niterói - RJ o servo do Senhor Ismael Vicente Ferreira, membro da Primeira Igreja Batista de Niterói. Diácono por muitos anos, foi dedicado à Igreja, e era muito querido pelos irmãos em Cristo. Foi casado com a diaconisa Juramir Martins Ferreira durante 47 anos de feliz matrimônio e, desta união, nasceram seus dois filhos, os gêmeos Ismael Vicente Ferreira Junior e Ismail Vicente Ferreira. O diácono Ismael era filho dos senhores João Vicente Ferreira e Zélia da Silva Ferreira e tinha sete irmãos.

Era brasileiro, nascido em Niterói - RJ em 07 de outubro de 1933. Este ano completaria os seus 83 anos de idade. Era Funcionário Público Federal do Ministério da Educação e trabalhou por muitos anos no Hospital Universitário Antônio Pedro, na mesma cidade. Em 1977, ele aceitou a Jesus Cristo como seu Salvador, junto com seus dois filhos, e foram batizados no dia 31 de dezembro do mesmo ano, pelo inesquecível pastor Nilson do Amaral Fanini, na época pastor titular da Primeira Igreja Batista de Niterói

- RJ. E assim, o senhor Ismael e sua família puderam dizer: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” e passaram a se dedicar nas atividades da Igreja, participando ativamente do ministério do pastor Fanini, seja trabalhando no berçário com sua esposa, por mais de 20 anos, seja como diácono, ou como introdutor, recebendo as pessoas para participarem do culto. Colaborou, também, com as Cruzadas Evangelísticas promovidas pelo então pastor titular e muitas outras atividades da Igreja. É admirável quando um homem, em vida, se dispõe a viver para Deus, Jesus Cristo, Igreja, e pela sua consagração conserva os ensinamentos de Deus, na certeza que pelos seus méritos como Servo do Senhor, esposo fiel e pai generoso, encontra um lugar na eternidade, morada do Senhor. Lugar este, reservado para todos aqueles que são humildes de coração, porque eles verão a Deus.

Neste período em que o irmão Ismael esteve enfermo contou com a dedicação da querida esposa e dos filhos. A família pediu para constar uma palavra de gratidão primeiro a Deus e depois ao apoio dos familiares, irmãos em Cristo e do médico querido, doutor Floriano Soares, e do apoio de todos os médicos, equipe de enfermagem e funcionários do Hospital Universitário Antonio Pedro que, nas várias vezes que esteve internado, foi muito bem assistido. O seu sepultamento foi no Cemitério Parque da Colina, em Niterói - RJ. A cerimônia religiosa foi realizada pelo pastor José Laurindo Filho, pastor titular da PIB de Niterói, onde a família é membro. Compareceram, além de seus familiares, muitos irmãos em Cristo, membros da Igreja e amigos. Participou deste momento o louvor pelo admirável Coral Veredas, da Primeira Igreja Batista de Niterói. Essas pessoas prestaram suas últimas homenagens falando

da consagração do diácono Ismael a Deus. Seu filho Ismael Junior, muito emocionado, agradeceu a presença de todos e também a Deus por ter lhe dado esse pai generoso e dedicado à família e a Igreja. E assim, o irmão Ismael descansou do labor desta vida e passou a morar na mansão celestial de Deus eterno. “Bem-aventurados os que trilham caminhos retos e andam na lei do Senhor. Bem-aventurados os que guardam seus mandamentos e O buscam de todo coração” (Sl 119.1-2). “Bem aventurados os que habitam em tua casa e louvar-Te-ão continuamente. Bem aventurado o homem cuja força está em Ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados” (Sl 84.4-5). À família do servo Ismael, recebam nossos sentimentos, e que Deus conforte seus corações. * Homenagem dos filhos Ismail e Ismael e esposa, diaconisa Juramir


14

o jornal batista – domingo, 15/05/16

ponto de vista

Departamento de Ação Social da CBB

Critérios de Cristo Remy Damasceno, coordenador do Departamento de Ação Social da Convenção Batista Brasileira

J

esus disse que causaria escândalo aos judeus. Ele estava certo: Eles não aceitaram identificar um judeu pobre e sem envolvimento com as hierarquias religiosas como o messias prometido. Situação agravada pelas inúmeras críticas feitas por Jesus à religiosidade considerada ortodoxa. Os judeus não aceitaram seus critérios apresentados. Mas eles tiveram motivos para isso: Jesus combateu questões centrais valorizadas pelos judeus, tornando muito complicada uma postura favorável a ele. Imagine se fosse você ouvisse de um homem, sem nenhuma formação teológica reconhecida, que as prostitutas, os

corruptos e pecadores diversos (traficantes, promíscuos, homossexuais militantes etc.) estão mais próximos de Deus que os pastores de sua igreja? Ou ainda, ouvir a afirmação de que é uma besteira – e um erro – ficar submetido a regras religiosas? E ainda, dizer que a espiritualidade é medida nos atos de misericórdia e não em olhos fechados, mãos levantadas, músicas entoadas e versículos citados? Será que seríamos diferentes dos religiosos no tempo de Jesus? Será que estamos hoje abertos à mensagem de Jesus e seus mandamentos sobre o discipulado cristão? Talvez não. Elaboramos critérios que não são apresentados por Cristo e desvalorizamos aqueles que ele ensinou. Assim, é possível dizer que estão fora do Reino de Deus todos os que não frequentam igrejas evangélicas, mas aceitamos com facilidade a

possibilidade de um cristão não se envolver com o sofrimento de seu próximo. De onde tiramos esse critério? De Jesus? Não seria mais coerente perceber como critérios de inclusão no Reino de Deus aqueles utilizados por Jesus? Imagine um cristão que vive indiferente ao sofrimento daqueles que ele não conhece – e não faz a menor questão em conhecer. Que pouco se importa com os presidiários, com os que passam fome ou frio, com aqueles que não tem como comprar remédios, ou que vivem solitários em seus apartamentos (os sofrimentos são inumeráveis). E, ao mesmo tempo, utiliza seus recursos e tempo para o proveito pessoal e dos seus. O que Jesus diria a esta pessoa? Se pensarmos nas Parábolas do Rico e Lázaro (Lc 16.1931) e do Bom Samaritano (Lc 10. 25-37), com quem este

“cristão” seria identificado? Tiago dizia que o cristão poderia afirmar sua fé por suas obras de fé (Tg 2.14-18). João dizia que a vivência do amor indicaria que somos de Deus (I Jo 3.16-19). Paulo compreendia que cabe ao cristão o cuidado mútuo (Gl 6.9-10). O texto bíblico e os registros históricos relatam que muitos, entre os primeiros cristãos, se alegravam por estarem libertos do poder do pecado, do poder dos espíritos, felizes com a realidade da vida eterna, de poderem ser amigos de Deus, pela imensa vitória da presença permanente de Jesus. Realidade que fazia envolverem-se com o sofrimento dos outros, a ponto de venderem seus patrimônios, de acompanhar pessoas com doenças contagiosas, a morrer como fruto de suas convicções cristãs. O que diria Jesus sobre nossa prática de fé? Se alguém

questionasse a coerência de sua fé, qual prática de vida você apontaria como expressão clara de sua caminhada com Deus? Certamente orações, cânticos, frequência à Igreja e ações afins não poderiam conferir essa “prova” pelo simples fato de não serem critérios apresentados por Jesus. O que você apresentaria como prova de sua fé? Se você está pensando que precisamos entrar em um jogo de prova para entrar no Reino está completamente errado. Basta lembrar do ladrão da cruz. Não é isso, se assim o fosse, a graça estaria anulada. A questão é outra. Nem Jesus, nem Paulo, nem Tiago ou João conseguiriam acreditar ser possível a coexistência de uma fé verdadeira com uma postura de indiferença aos sofridos desse mundo. Só isso. Pelo menos nos critérios de Jesus.

Batistas e Autismo Manoel de Jesus The, pastor, pai de autista, um dos fundadores da AMA, e colaborador de OJB

M

uitos desconhecem o quanto os Batistas podem fazer, em favor de milhares de famílias desesperadas por falta de tratamento. Esta semana testemunhei o espanto de muitos profissionais, especializados em autismo, do que os Batistas estão fazendo (Embora muito longe do quanto podem fazer), em favor do autismo. Várias Igrejas na capital paulista oferecem suas instalações que ficam ociosas durante a semana, para tratamento dos autistas. Vamos dar um exemplo. Nos dias 02 a 06 de maio aconteceu o XIX Encontro de Amigos do Autismo, promovido pela Associação de Amigos do Autista (AMA), fundada em 1981, nas instalações da Igreja Batista Jardim das Oliveiras - SP. Hoje, a AMA tem cinco modernas instalações, espalhadas pela capital paulista (Bem pouco para as milhares de autistas de famí-

lias pobres, sem tratamento), e realizou o XIX Encontro de Amigos do Autismo, que contou com a presença de 120 profissionais, vindos de todo o Brasil, para um curso promovido pela AMA. Os profissionais foram hospedados pela Igreja Batista no Cambuci, próxima ao Centro da Capital. O pastor Jair Joaquim Salgueiro, procurado pela diretoria da AMA, levou sua Igreja a hospedar o evento. Café da manhã, almoço, e lanche

à tarde foram oferecidos pela mesma; imaginem o que isso representou, em termos de impressão favorável para os participantes. Profissionais do Recife e do Rio de Janeiro pediram informações de como entrar em contato com Igrejas Batistas de suas cidades. Participantes de São Paulo prometeram visita a um dos cultos, em sinal de gratidão pelo que a Igreja fez em prol do evento. O envio do relato deste evento, ao nosso O Jornal

Batista, tem o intuito de despertar o interesse das 10 mil Igrejas Batistas espalhadas pelo Brasil, e que tem em seu rol de membros, centenas de profissionais da área (psicólogos, terapeutas ocupacionais, psiquiatras infantis, fonoaudiólogos, e milhares de voluntários), e que, além de estarem a procura de trabalho profissional, poderiam ao mesmo tempo ser uma bênção aos familiares dos autistas. Quando a AMA nasceu na

Igreja Batista Jardim das Oliveiras, em Cidade Ademar, bairro do Jabaquara, até a comunidade ofereceu ajuda, isso para os irmãos avaliarem a grandeza da oportunidade que se nos oferece. Rogando a Deus que, além do trabalho em favor das vítimas das drogas, os Batistas brasileiros sejam despertados por mais uma desesperadora situação, que, nós, Batistas, podemos oferecer alívio. Por tudo, louvado seja Deus.


o jornal batista – domingo, 15/05/16

ponto de vista

15

Você fez tudo para salvar o matrimônio? Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

R

etorno a esse assunto hoje e sei que não será a última vez. Acredito que muitos, por uma questão ou outra, também avalizam que isso é prioridade no contexto em que vivemos. As relações afetivas encontram-se cada vez mais próximas do abismo, talvez porque muitos acham que entendem plenamente desta questão, estão firmes com a companheira, e concluem que não há com o que se preocupar. Atenção: O meio evangélico não é imune a isso, não. Em breve completarei duas décadas escrevendo crônicas semanalmente. Um pouco mais adiante, também atingirei três décadas de vida conjugal. Já tenho cinco décadas de existência, portanto mais tempo de vida de casado do que quando morava com os meus pais. Mas, o que tem a ver uma coisa com outra? Bem, o matrimônio continua vulnerável. Creio que há necessidade de as pessoas

serem orientadas melhor em função do número crescente de divórcios. Não vou me ater hoje aos dados ou índices, porque sobre isso já falamos anteriormente. Creio, também, que seria de bom alvitre continuar a combater as causas desta tragédia, que tem trazido um grande sofrimento para aqueles que passam por separação, principalmente os filhos. Repito: Espanto-me que isso tenha chegado inclusive naqueles que vivem bem próximos da Palavra de Deus. O problema não respeita nenhuma área. No ano passado, quando me propus a debater o tema pela última vez, recebi um telefonema de Atibaia-SP, de um pastor Batista, que solicitava meu endereço eletrônico. Dias após, surpreendentemente, chegou uma mensagem de um irmão que havia passado por esse trauma, a quem o pastor de Atibaia havia recomendado que entrasse em contato comigo. Não vou mais além neste particular, mas a dura realidade tinha a ver com um coração aflito,

solitário, que não encontrava mais o “chão” de sua existência. Não compreendia como isso aconteceu entre ele e a ex-esposa. Ambos tinham uma vida de ótimo padrão, tanto financeiro como, aparentemente, afetivo. Vida religiosa piedosa, porém, por iniciativa dela, a companheira, veio a triste notícia. Tudo acabou. Dentro de questões de relacionamento, a coisa mais bisonha que presenciei foi o sujeito que foi detido por quatro motivos. Primeiro: Além de ser vítima de traição pela esposa, apanhou da mesma, apanhou do amante e ainda foi preso. Estava com a cara toda arrebentada. Os desentendimentos são coisas comuns hoje. Na vida desse camarada foi além das vias de fato. E pasmem: O sujeito ainda disse que amava a mulher. Não sei se a relação foi refeita após sua liberdade, porém, que cada um aja de acordo com a consciência. E se esse cidadão pedisse conselhos a dez pessoas? Nove vão dizer que ele não deve reatar com a companheira,

mas se uma disser “sim”, ele volta correndo pra “amada” na hora. É, só quem passa por essa tempestade pode tomar a iniciativa de acalmá-la ou não, não é mesmo? Tem muita gente que não se conscientiza do que se trata o casamento. A relação não é confirmada diante de um simples pastor, em uma Igreja. O casamento é firmado diante de Deus. A união é feita tendo como base, antes de tudo, um culto. Isso refere-se diretamente ao Criador. Adoração. Não existe nenhuma brincadeira nisso, afinal, foi em um casamento o primeiro milagre de Jesus e ele não fez isso de qualquer jeito, não é verdade?! Prezado leitor, as pessoas hoje estão se separando porque elas não conseguem contornar, lidar com o seu próprio interior, com os defeitos. A rebeldia é tanta que optam por uma outra companheira (o) em vez de tratar as fragilidades do caráter, de vícios. Não tem paciência consigo mesmos e preferem trocar o marido

ou a esposa, na esperança de encontrar a tão sonhada alma gêmea. Se existe algo assim, deveras, é muito pouco. Alguns se envolvem até com colegas de trabalho e, depois, desgraçadamente, descobrem que era apenas “cama”. O desastre se torna evidente quando os filhos ficam chocados ao descobrir o castelo de areia dos pais. A família acaba. Eu não sei como anda o seu casamento. Apenas tenho consciência de que os malefícios de uma separação são, em grande parte, dolorosas demais e, quase na sua integridade, irrecuperáveis. Perdas sociais, emocionais e financeiras. Será que isso compensa? Faça tudo o que puder - e o que não puder! para salvar o seu matrimônio. Um grande pastor disse outro dia: “Se for necessário implorar para ficar junto de novo, implore. Peça perdão!”. Os argumentos parecem muito conservadores e contrários ao que temos ouvido, porém, são os mesmos dados pelo Criador. NEle não há mudança, lembra-se?!

Eu não tenho apenas uma razão para ser fiel à minha esposa Marinaldo Lima, pastor da Igreja Batista em Sítio Novo – Olinda – PE

E

m 1983 fui estagiário do curso de Administração (UFPE) na CEF. Atendi uma senhora recém-casada que sacou os rendimentos do PIS para pagar o divórcio. Nunca esqueci aquela cena. É a situação de milhares de casais que em poucos anos, ou meses, separam-se, e vão para um segundo ou terceiro casamento. O Senhor foi enfático sobre a indissolubilidade do casamento (Mateus 19.3-9). Não é uma tentativa; é a consumação da união de dois seres. A seguir, apresento cinco razões para a fidelidade. A primeira razão pela qual

o cristão deve ser fiel no casamento é o amor e o temor a Deus e a clara percepção de que o casamento é uma instituição criada por Ele. É a razão teológica e doutrinária, fundamentada biblicamente. No já citado texto de Mt 19.3-9, Jesus deixou claro que quando homem e mulher se unem, assumem o compromisso de se amarem para sempre. Todavia, de maneira nenhuma este compromisso deve ser entendido como o peso de uma obrigação contratual para manter as aparências. Quando há o amor a Deus, os dois respeitam-se mutuamente e renovam o compromisso sempre. A segunda razão pela qual o cristão deve ser fiel é a ra-

zão afetiva, o amor à esposa. E por que esta é a segunda razão? Pelo fato de que o amor a Deus vem em primeiro lugar; e depois o amor ao próximo, conforme Mateus 22.37-39. Mas, esta razão não é de maneira nenhuma inferior. Este amor deve ser o de melhor qualidade, embasando o compromisso institucional, nutrindo a afetividade e legitimando a sexualidade. A terceira razão é a sociológica. Creio na família como uma instituição monogâmica, estável e duradoura para uma sociedade ordeira, com membros psicologicamente saudáveis e socialmente equilibrados. Rui Barbosa escreveu: “A pátria é a família amplificada. Multiplicai a família, e tereis a pátria”. Po-

rém, esta família estruturada e estruturadora está perdendo para a moderna reengenharia familiar, que constrói lares sobre a areia. As famílias estão desmoronando. A quarta razão é a econômica. A infidelidade conjugal gera consequências graves para a família. O marido infiel passa a compartilhar com a amante aquilo que é da esposa e dos filhos, comprometendo o orçamento familiar. O cristão fiel e temente a Deus atenta para o ensino de Provérbios 5.1-11. E a quinta razão é a segurança. Minha mãe ensinou-me o quanto o adultério é trágico, mostrando um episódio publicado na revista O Cruzeiro: Um homem iniciou um caso com uma mulher

que conheceu na Central do Brasil. Ao descobrir que ele era casado, ela exigiu que saísse de casa para assumir o romance. Não conseguindo o intento, vingou-se. No dia 30 de junho de 1960, através de uma trama ardilosa, raptou a filha mais velha do casal e matou-a. Fiquei tão impressionado que ao converter-me, aos 13 anos, já tinha firmada a ideia de fidelidade conjugal. A imprensa têm registrado vinganças semelhantes e que devem servir de alerta (Pv 27.12). Mas, existe outra razão para ser fiel a Alcione, devido a uma sábia atitude tomada por ela há muitos anos, antes mesmo do nosso namoro. Mas esta razão, eu só falo pessoalmente.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.