OJB Edição 25 - Ano 2015

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 21/06/15

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Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

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Ano CXIV Edição 25 Domingo, 21.06.2015 R$ 3,20


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o jornal batista – domingo, 21/06/15

reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio

UFMBB: 107 anos de história!

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esde o início da obra batista no Brasil, as mulheres têm se reunido para orar e trabalhar por missões. Estas duas colunas - oração e serviço - têm marcado essa gloriosa trajetória que teve início em 1908. Mesmo antes de ser uma organização em nível nacional, as senhoras reuniam-se nas igrejas para orar e estudar como evangelizar e praticar beneficência. Foi organizada, em 23 de junho de 1908, a União Missionária das Senhoras Batistas do Brasil, composta de 20 Sociedades de Senhoras e 05 Sociedades de Crianças. No ano de 1922 saiu a primeira revista, intitulada Revista Para Trabalho de Senhoras Batistas, contendo programas para senhoras, moças e crianças. Também, nesse ano, as Sociedades de Moças foram incluídas e a União passou a adotar o nome: União Geral de Senhoras do Brasil, órgão auxiliar da Convenção Batista Brasileira. Pouco a pouco, o trabalho da União Geral foi se desenvolvendo, tanto na publicação de literatura, como na expansão de seu ministério. Mensageiras do Rei, a organização mais jovem, surgiu em 1949, sob a liderança da missionária Minnie Lou Lanier, alcançando as pré-adolescentes e as adolescentes, assim completando a família da União Geral. O nome União Geral não estava condizendo com o ideal que a organização abraçava com amor e dedicação - Missões. Por isso, em 1963, passou a chamar-se União Feminina Missionária Batista do Brasil: Feminina porque não era só para as senhoras, mas abrangia todo o elemento feminino; Missionária porque a sua razão de ser é Missões. A UFMBB já não era mais um filete de água, mas um riacho onde podiam ser encontradas muitas pedras preciosas, de grande valor para o Reino de Deus.

Primeira diretoria A trajetória de bênçãos da UFMBB começa em 1893, quando um grupo de mulheres, lideradas pela missionária americana Emma Morton Ginsburg, (esposa de Salomão Ginsburg) reúne-se para oração e estudos de missões na Bíblia, na PIB de Niterói, RJ. As agradáveis notícias da organização da primeira sociedade logo se espalharam, e em pouco tempo, outras sociedades foram organizadas. Em 1902 consta a organização da primeira Sociedade de Crianças – Raio de Luz – no dia 2 de agosto, na IB do Engenho de Dentro, RJ. É provável que outros grupos já existissem. Em 1907, em uma das reuniões da primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira, dona Emma, uma apaixonada pelo trabalho das mulheres, apresentou o projeto para a criação de uma organização que reunisse todas as sociedades de senhoras numa organização nacional. Em 23 de junho de 1908, quando da 2ª reunião da Convenção Batista Brasileira, organizou-se a União Missionária das Senhoras Batistas do Brasil, já eram 20 sociedades de senhoras e cinco organizações de crianças. Poucas mulheres, nenhuma literatura, apenas muito amor a Deus e desejo de servi-lo. A presidente da nova organização foi a missionária Graça Entzminger e a vice-presidente, dona Jane Soren, que na ocasião estava ausente, pois havia nascido, dois dias antes, o seu filho João Filson Soren, que anos mais tarde se tornaria um grande líder denominacional. Outros membros da diretoria foram: Isabel Costa – 1ª secretária, Edelvira Rodrigues – 2ª secretária, Elisa Miranda Pinto – tesoureira. Nomes da organização O nome inicial União Missionária das Senhoras Batistas do Brasil foi mudado em 1910 para União Geral das

Sociedades de Senhoras, auxiliar da Convenção Batista Brasileira. Em 1919, com o objetivo de participar mais diretamente da CBB, a União Geral torna-se uma Junta de Trabalho de Senhoras, dentro da estrutura da Convenção. A experiência, porém, não deu certo e em 1922 – três anos depois – a União pediu para desmembrar-se da Junta e passou a denominar-se União Geral de Senhoras do Brasil – auxiliar da CBB, com o direito de convocar as reuniões e ter sua própria Assembleia. Somente em 1963 passou a ter o nome atual: União Feminina Missionária Batista do Brasil, UFMBB, nome que expressa bem os objetivos e os propósitos da organização: • Envolver as crianças e todo o elemento feminino para uma ação dinâmica no reino, comprometidas com a propagação da mensagem do evangelho. Sede nacional da UFMBB Por 28 anos o trabalho da União Geral funcionou sem um escritório próprio. Somente no dia 9 de junho de 1936 que o trabalho ganhou uma sede, com quatro salas, no 2º andar do prédio da Casa Publicadora Batista, na Praça da Bandeira, na cidade do Rio de Janeiro, RJ. Antes, de 1926 a 1936, ocupou, gratuitamente, uma sala oferecida pela Junta de Escolas Dominicais e Mocidade na Rua S. José, e dois anos depois, na Rua do Carmo, no centro da cidade do Rio de Janeiro, RJ. O trabalho crescia e se desenvolvia e por isso mesmo o atendimento aos campos estaduais, o preparo da literatura e a necessidade de uma equipe com mais pessoas exigiam maior espaço. Surge, então, a necessidade de uma nova sede e no dia 15 de outubro de 1976 a União Feminina Missionária Batista do Brasil, graças à ajuda, mais uma vez, das senhoras batistas do Sul dos Estados Unidos e a participação dos

diversos campos estaduais do Brasil, com a mobília, foi inaugurada a nova sede à Rua Uruguai, 514, Tijuca, RJ. O prédio recebeu o nome de Sophia Nichols. O trabalho, no entanto, continuava crescendo e novamente fazia-se necessário mais espaço. Um prédio anexo ao anterior foi construído entre os anos de 1988 a 1993. Agora, sob a direção de Lucia Margarida: novos banheiros e cozinha, sala de computadores, almoxarifado e um amplo auditório, entre outros. Escola de preparo de vocacionados Em 1941 a Convenção Batista Brasileira concedeu à União Geral o privilégio de dirigir a então Escola de Trabalhadoras Cristãs, hoje Seminário de Educação Cristã, em Recife, PE, e a Escola Teológica de Obreiras, no Rio de Janeiro, que mais tarde, com nova sede, tornou-se o Instituto de Treinamento Cristão, ITC, depois Instituto Batista de Educação Religiosa, IBER, e agora, Centro Integrado de Educação e Missões, CIEM. Várias mulheres serviram como diretoras dessas casas. São elas: No Seminário de Educação Cristã, SEC: as pioneiras Alyna Muirhead, Graça Taylor e Sammie Johnson, iniciadores. Paulina White foi a primeira diretora eleita. Outras, entre algumas anteriores: Mildred Cox Mein (1941-1947); Maye Bell Taylor (1948-1947); Martha Hairston (1953-1980); Lídice Gramacho (1980-1986); Dóris Penkert (1986-1987); Iracy Leite (1988-2006); Ábia Saldanha (de 2007 até hoje). No Centro Integrado de Educação e Missões: Ruth Randall, a primeira diretora e as demais pioneiras da Escola Teológica de Obreiras; Dorine Cobb Hawkins (1949-1976); Elizabeth Oates (1977-1995); Diana Minho (1995-2002); e Maria Bernadete da Silva (de 2002 até hoje).


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A pecadora, os religiosos e Jesus Wanderson Miranda de Almeida, membro da Igreja Batista Betel de Italva – RJ “E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais” (Jo 8.1-11).

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lhando o texto de João 8.1-11, a primeira coisa que pensei foi: vou mudar a ordem do que vou escrever. O texto começa falando dos religiosos que trouxeram a mulher. Eu quero, primeiramente, falar da mulher. Bem, a primeira coisa que quero dizer é que aquela mulher era uma pecadora, sei que você já sabe disso. A segunda é que todos nós somos pecadores e sei que você também já sabe disso. Então, por que estou dizendo o que você já sabe? Porque não adianta saber algo e não ser influenciado pelo que sabemos. Você já foi acusado em público? Você já passou por uma experiência como a dessa mulher? É muito chato quando alguém chama a

nossa atenção no meio dos outros. E se nos chamam a atenção por algo grave? Pior ainda! Você consegue imaginar como estava o coração daquela mulher, que é chamada de “mulher adúltera” no título do capítulo de algumas Bíblias? Os religiosos chegaram trazendo aquela mulher, e diz o texto: “E, pondo-a no meio...” (Jo 8.4). Essas palavras não me soam bem. A versão da Nova Tradução na Linguagem de Hoje diz assim: “... E a obrigaram a ficar de pé no meio de todos...” (Jo 8.3). No meio do povo, acusada de adultério. Certamente, a vergonha dela era enorme e o sofrimento também. Não é o tipo de situação que traz alegria. E, para completar, os religiosos fizeram questão de dizer: “E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas” (Jo 8.5). Ela estava no meio do povo, sendo acusada de ter sido pega adulterando e ouvindo que a lei mandava os adúlteros serem apedrejados. Sei que ela estava mal. Agora, quero falar sobre os religiosos. Não vou dar detalhes sobre os escribas e fariseus, os religiosos. Apenas quero pensar sobre a atitude desse grupo tão “nobre”. Um fato interessante é que, na verdade, os religiosos não

estavam preocupados com o pecado daquela mulher. O versículo 6 diz que eles queriam tentar o Mestre Jesus para terem de que acusá-lo. Outro fato interessante é que a lei dizia que tanto o homem quanto a mulher pegos em adultério deveriam ser punidos. Por que eles não levaram o homem? Fazendo isso já estavam violando a lei. Não sei porque não o levaram, mas havia algo errado nisso. Religiosos que se achavam rigorosos. De que adianta ser religioso e não conseguir conhecer o Filho de Deus? De que adianta ser tão rigoroso e, na verdade, esconder erros, pecados, falhas, deixar de ouvir os ensinamentos que sempre nos são dados na Igreja? Jesus estava ensinando no templo, mas os “religiosos” não foram lá para aprender nada. Foram para acusar. Não é assim hoje também? Há pessoas que frequentam cultos, templos, reuniões cristãs, mas não para aprender. Essas pessoas não vão lá para cultuar, mas para acusar os outros. “Religiosos acusadores”. Você conhece alguém assim? Você conhece algum “crente” que vive procurando erros nos outros para entregá-los ao pastor ou à Igreja? Ser religioso não vale nada. Essas atitudes são ridículas

e não são as esperadas pelo Mestre. Ele demonstrou o que devemos fazer. Eu não conseguiria resistir tanto tempo sem dizer nada. O versículo 6 diz que enquanto os religiosos insistiam em querer uma resposta, Jesus estava inclinado, escrevendo na terra. Mas, como eles queriam uma resposta e insistiam, Jesus disse: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (Jo 8.7). Nossa, esse é Jesus. E fico tentando imaginar como ficaram os “religiosos acusadores” naquele momento. Não esperavam por uma resposta dessa. Jesus voltou a inclinar-se e escrever na terra. E os religiosos acusadores? Diz o texto: “Quando ouviram isto, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio” (Jo 8.9). Os religiosos acusadores não puderam apedrejar aquela mulher. Eles também eram pecadores como eu e você. Lembra-se de que falei disso lá no início? Se você é daqueles que gostam de ficar vigiando a vida dos outros, pare. Se você é daqueles que gosta de ficar procurando pecados na vida dos outros, pare. Eu sou pecador, você é

pecador, todo ser humano é pecador. Você não entendeu isso ainda? Não estou defendendo que cristãos devem viver pecando. Não sou tolo e conheço o bastante da Bíblia para não falar isso, mas também não posso aceitar que os “cristãos” fiquem por aí laçando pessoas para serem entregues ao tribunal divino. A Bíblia diz que devemos imitar Jesus, andar como Ele andou, e sabe como Ele fez nesse texto? Foi assim: “... Nem eu também te condeno: vai-te e não peques mais” (Jo 8.11). Não tem como não amar Jesus. O mundo está repleto de pecadores. Alguns, remidos e lavados no sangue do Cordeiro; outros, ainda nem sabem como é isso ou não creem nisso. Mas, um problema grave que contemplo é o peso que alguns “cristãos” colocam sobre essas pessoas. Elas não precisam das nossas acusações, muito menos do nosso julgamento, já que não temos condições de mandar ninguém para o céu ou para o inferno. Nós, que somos do Senhor, temos que acolher essas pessoas, abraçá-las, andar com elas, mostrar-lhes o caminho e falar como Jesus: “... Nem eu também te condeno: vai-te e não peques mais”. Deus nos abençoe.


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GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Caminhar junto Jeferson Cristianini, colaborador de OJB

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povo de Deus é caracterizado pela caminhada. A história do povo de Deus é uma marcha. O Antigo Testamento relata como o povo saiu da terra do Egito rumo à terra que manava leite e mel. De lá para cá, o povo do Senhor é conhecido como um povo peregrino. Enquanto caminhavam, contavam com a presença constante e leal do Senhor Deus. Foi nessa caminhada que Deus foi revelando Sua vontade para o Seu povo, foi mostrando que o contato com outros povos não poderia seduzir o povo de Deus, foi transmitindo os conceitos e mandamentos. O profeta Amós registra uma pergunta desafiadora “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (Am 3.3). Para andar juntos precisamos entrar

em acordo. Não tem como caminharmos ao lado de uma pessoa que não tenha os mesmos propósitos, s en ão a cam inhada fica enfadonha. Essa pergunta de Amós nos leva a ajustarmos nossa visão, foco e valores com as pessoas e irmãos que caminham conosco. Quando pensamos na nossa relação com Deus, esse verso exige posicionamentos e renúncias. Deus sempre é fiel, e nós, para andarmos com Ele, precisamos abandonar muitas coisas. Precisamos entrar em acordo com Deus, isso nos desperta para uma relação amorosa com o Senhor. Andar com Ele pela estrada da vida exige atenção para ouvirmos a Sua voz e Seus maravilhosos conselhos, a fim de evitarmos os atalhos que o nosso coração pecaminoso deseja trilhar. Andar com Deus exige disciplina da nossa parte em r elação ao te mpo dessa caminhada, ao tempo de

oração e ao tempo da leitura da Palavra de Deus. Andar com Deus é um projeto de vida e não apenas um desejo momentâneo. Não é uma caminhada com data e hora para ser encerrada, é uma caminhada para vida toda. Não é uma caminhada só nos momentos agradáveis e felizes, pelo contrário, é para todos os momentos da vida. Davi no famoso Salmo 23, diz: “Certamente que a bondade e a misericórdia do Senhor me seguirão todos os dias da minha vida” (Sl 23.6a). Deus, além de ser nosso parceiro de caminhada, nos concede misericórdia e bondade para que essa caminhada seja mais leve, prazerosa e feliz. Jesus, a semelhança do Seu Pai, disse aos Seus seguidores, ao enviá-los ao mundo: “Eis que estou convosco até a consumação dos séculos” (Mt 28.20b). Jesus caminha conosco. Os que querem ser conhecidos pelo amor amam andar com o Senhor.

Viver em paz com todos “Se for possível, quanto es- - não lhes dou a paz como tiver em vós, tende paz com o mundo a dá. Não fiquem todos os homens” (Rm 12.18) aflitos, nem tenham medo” (Jo 14.27). A única força que pergunta que os vence a maldade do mundo romanos faziam era é a paz dinâmica, fruto do a mesma que nós amor de Deus em Cristo. fazemos nos dias Como testemunhas dEle, de hoje: como viver Jesus esta é a cosmovisão que nos Cristo, no meio da maldade cumpre viver no meio do do mundo? A resposta do ódio que nos cerca. Paulo é o primeiro a reapóstolo Paulo é coerente conhecer a dificuldade que com a pregação de Jesus: enfrentamos, quando nos de“No que depender de vocês, cidimos “Viver em paz com façam todo o possível para todas as pessoas”. A dificulviver em paz com todas as dade, diga-se de passagem, pessoas” (Rm 12.18). A paz de que falam os es- é fruto da velha natureza em critores no Novo Testamen- nós, que luta contra a nova to não é aquela postura de natureza que Cristo nos dá. mesmice, de insensibilida- Quando deixamos o Espírito de diante das injustiças do de Cristo nos dominar, até mundo. É o espírito de paz, pelos inimigos nós oramos, com que o Cristo nos reves- como sugere Mateus 5.44, e te: “Deixo-lhes a paz. É a criamos o ambiente para que Minha paz que Eu lhes dou vença a paz de Cristo.

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Mentoria Cleverson Pereira do Valle, exemplos de mentoria na Bíblia são Elias e Eliseu; colaborador de OJB Barnabé e Paulo; Paulo e ocê sabe o que sig- Timóteo, e o próprio Jesus nifica um mentor? com os seus discípulos. O mentor conduz o menMentor é alguém que aconselha, en- toreado a uma vida piedosa sina ou guia. Pastor Irland - vida de oração e estudo da Pereira de Azevedo em seu Palavra. Um bom mentor livro “De pastor para pas- precisa ter qualidades, ele tores” dedica um capítulo deve ser confiável, amigo para falar de mentoria. Se- de verdade, ter experiêngundo ele, “Mentorear é cia, ter caráter, maturidade servir de mentor a alguém. provada, enfim, ter a capaTrata-se de uma pessoa ex- cidade de ser admirado e perimentada e madura, que imitado. Aprendemos isso adota o papel de guardião, com Jesus ao observar como conselheiro, amigo e tutor ele mentoreava os seus disde uma pessoa com menos cípulos. Jesus não ensinava atrás de uma escrivaninha experiência”. Temos diferentes exem- e nem atrás de um púlpito. plos nas Escrituras Sagradas Ele estava junto com os Seus de pessoas que foram men- discípulos, vida na vida. Jetores e mentoreados. Moisés sus encorajava, ensinava e foi um mentor para Josué, servia de modelo aos Seus. Que Deus nos ajude a ele sempre acompanhava o seu líder. Moisés chama ajudar outros e com humilJosué e lhe dá instruções dade aceitar ser mentoreado no final de sua vida. Outros também.

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Os Batistas na História

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PR. CERQUEIRA BASTOS

Dunster, primeiro presidente de Harvard

ntre os pioneiros ingleses que emigraram para a América (ainda Colônia), na década de 1630-40, destacaram-se três grandes líderes de convicções Batistas: doutor Roger Williams (advogado), Henry Dunster (educador) e doutor John Clarke (médico). Henry Dunster nasceu na cidade de Bury, Lan-

cashire, Inglaterra, em 1609, chegando a pastorear a Igreja Santa Maria, de sua terra natal. Na Colônia Nova Inglaterra (na América), a Igreja oficial inglesa (anglicana) o nomeou, em 1640, o primeiro presidente de Harvard, na qual esteve à frente durante 14 anos. A dedicação de Dunster à causa da Educação deu à instituição um inve-

jável patrimônio material nas construções dos seus edifícios, tendo construído, inclusive, a bela Casa da Direção, onde viveu com sua família. Sua contribuição educacional elevou o nível da instituição, restaurando sua vida financeira e trazendo de volta os alunos que haviam abandonado-a, introduzindo, inclusi-

ve, a prática de residência, a exemplo da Universidade de Cambridge, onde formou-se em Artes (bacharel e mestre). Em 1654, por recusar-se a ministrar o batismo de sua filhinha, segundo os cânones da Igreja, por já possuir convicções Batistas, foi imediatamente destituído do cargo e posto fora da casa com sua

esposa e filhos. Passou o restante da vida com sua família, amparados pelos irmãos na fé, vindo a falecer no ano de 1659, com apenas 50 anos de idade. Hoje, nos USA e na Inglaterra, são inúmeras as instituições ligadas ao seu nome e a sua obra educacional, ocorrendo homenagens periódicas à memória de Henry Dunster.

A Pintura de Goya e a Teologia na Igreja Evangélica Brasileira Luiz Sayão, diretor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, pastor da Igreja Batista Nações Unidas - SP

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rancisco de Goya foi um dos grandes expoentes da pintura espanhola. No final do século 18, o pintor romântico fez história ao deixar-nos seu famoso quadro, o Sono da Razão. Nele, Goya expressa o que marcou muito sua existência: O sono da razão produz monstros. Para quem presenciou anos de guerra e turbulência em sua época e percebeu as decorrências do abandono do bom senso, o quadro é uma pálida referência da realidade europeia da época. Os anos se passam e os contextos se multiplicam, mas as lições de Goya e sua obra

ainda nos atingem. O que se pode perceber no cenário evangélico brasileiro? Não há como negar que estamos diante do “Sono da Reflexão Teológica”. É o nosso “sono da razão”. É claro que não se deve ingenuamente pensar que um mundo racionalista e iluminista nos traria um mundo melhor. É difícil negar que nada pode ser mais desastroso do que ver a razão a serviço da maldade. O nosso mundo “civilizado” e “evoluído” tantas vezes comprovou como isso é fatal e desolador. Mas, voltando ao nosso tema, hoje vemos uma efervescência evangélica no Brasil que impressiona. Alguns até sugerem que metade do país será evangélico em apenas alguns anos. Todavia, o multiforme mundo evangélico precisa amadurecer e crescer

na direção certa. Para isso é preciso “despertar o seu bom senso”, é preciso “acordar a razão”. Esse despertamento, que deve ocorrer pela reflexão teológica, promovida pela boa literatura na área, é uma necessidade urgente. Afinal temos vários monstros soltos nos descaminhos evangélicos atuais. Vamos destacar alguns: 1. O monstro do misticismo, que sugere um animismo pré-cristão, de grupos que enxergam objetos como capazes de libertar uma energia mágica que resolve todos os dramas humanos. Como faria bem um pouco de reflexão teológica para quem está nesse caminho. 2. O monstro do sectarismo, que solapa a unidade cristã e prejudica o Evangelho. É como se fossem pequenos feudos armados para proteger

suas muralhas. Geralmente temos grupos que nunca abriram a mente para refletir sobre o texto bíblico, mas apenas reproduzem uma perspectiva tacanha e limitada da fé e a universalizam ingenuamente. Com isso confundem a cabeça de quem não conhece a Cristo. 3. O monstro da beligerância. Como tem sido assustador descobrir a rispidez e a agressividade que permeia certos desencontros de uma comunidade que devia ser marcada pelo amor. Quantos grupos, denominações, linhas de pensamento estão em verdadeira guerra contra outros, e muitas vezes por motivos políticos e de poder. É de chorar. 4. O monstro da indiferença. A indiferença que nasce de preocupações irrelevantes, de questões inúteis e até fú-

teis. Há uma torpe indiferença para com uma sociedade que agoniza sem esperança, cheia de injustiça, perversidade e exploração social. É o abandono do sonho do Reino e o triunfo do “rei na barriga” que gera desprezo ao que realmente importa. Aqui estão apenas alguns dos monstros que podem ser combatidos com boa reflexão teológica. Uma reflexão irênica, aprofundada, consciente, diversificada e convicta. Espero que estas poucas linhas nos ajudem a reconhecer nossa ignorância, a estudar mais, a humilhar-nos mais diante do Deus tão sábio e a respeitar mais o próximo e a compreender seu universo e a ser menos arrogante. Acorde razão! Desperte reflexão! Nossa Igreja evangélica ainda tem salvação.


6 vida em família

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Gilson e Elizabete Bifano

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Cães e crianças

oi publicada na “Revista Veja” de 10 de junho: “Pesquisa do IBGE revela que, no Brasil, o número de famílias que criam cachorros já é maior do que o de famílias que têm crianças”. Enquanto a população de crianças deve continuar a encolher no Brasil, a de cães seguirá se multiplicando. Em 2013, pesquisas mostraram que existiam 52 milhões deles em lares brasileiros. Já no mesmo ano, o número de crianças era de 45 milhões. Para 2020, as projeções mostram queda no número de crianças (41 milhões). Já as de cães, baterão na casa dos 71 milhões. O Brasil está em segundo lugar no ranking de países com mais cachorros em casa. Quando o quesito é gatos, também está em segundo lugar. O mesmo acontece na área do mercado dos pets. É triste, mas é verdade. A região Sul, em termos percentuais, é a que mais concentra caninos e felinos nos lares. Em muitos casos, é gritante o exagero. Uma pessoa que participou da reportagem tem seis cães. Gasta, por ano, R$ 3 mil com vacina. Dois mil nos equipamentos para dar banho e fazer a tosa, além de R$ 380 mensais com comida e petiscos. Está provado que os animais podem ajudar humanos a terem uma vida mais feliz. Idosos que convivem com animais são mais otimistas, por exemplo. Mas a reportagem da “Veja” é preocupante em vários aspectos. Cães, por exemplo, não vão suprir a necessidade de reposição da população humana, tão necessária para se manter o equilíbrio demográfico. Toda sociedade precisa

desta bendita reposição, seja para manter a produtividade, como para dar à economia o equilíbrio. Com o envelhecimento da população, é preocupante, por exemplo, a questão da manutenção da aposentadoria daqueles que já não podem mais produzir. Do ponto de vista psicológico, estes dados apontam para algo preocupante. Como ter cães dá menos trabalho, precisa-se de menos tempo para serem cuidados e são condicionados em seus comportamentos, é mais fácil, então, tê-los. Crianças, por sua vez, requerem trabalho, despesas, tempo e envolvimento emocional por parte dos pais para crescerem de forma saudável e ajustadas. Como os adultos estão mais voltados para suas carreiras e desejos egoístas, preferem os caninos e bichanos para preencherem seus tanques emocionais. Cães, com certeza, correspondem ao afeto dado pelos seus donos. Por isso, tê-los é uma forma de substituição e preenchimento desta necessidade humana. O exemplo é exagerado, mas o que poderia ser feito com dez mil reais por ano, tomando o exemplo da pessoa entrevistada pela “Veja”, que gasta tudo aquilo com vacinas, tosas e alimentação? Do ponto de vista teológico não precisa escrever muita coisa. A ordem de Deus para os casais é terem filhos, não cães e gatos. Muitos cristãos têm animais em suas casas. Se os tem, devem cuidar adequadamente, mas precisam repensar as prioridades, o mandato bíblico e as implicações no futuro das decisões que se tomam hoje.

Com quem seus filhos estão agora? Paulo Francis Jr., colaborador de OJB

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geração do século XXI está sendo criada em um meio horripilante. Entre tantos itens que causam dissabores, temos a necessidade de saber claramente quem são os amigos dos nossos filhos ou com quem eles andam. Só o amor e suas variantes não têm resolvido plenamente as pendências que envolvem pais e filhos. Um pouco mais de energia pode-se evitar o pior. Imposição, limites. Embora pareçam desmoralizantes para o homem natural, as proibições devem ser algo real na vida dos jovens. Se existem restrições quanto a este ou aquele amiguinho, a primeira condição para a resolução do problema deve passar pelo diálogo. E, sem muita demora, para uma efetiva atitude. Proibir os filhos de “andar” com alguém parece algo dolorido, inoportuno nos nossos dias. Contudo, muitas famílias estão sendo tremendamente penalizadas porque negligenciaram esta posição. Os mais conservadores até afirmam que “Preferem que os filhos apanhem dos pais do que na rua ou até na prisão”. Não parece um pensamento sábio, mas pode ser imprescindível sob determinadas circunstâncias. Não espere comprovar isso na prática, dói demais. Jovens estão no sistema prisional por causa de péssimas amizades. Não devemos conhecer apenas com quem os nossos filhos andam, mas também por onde andam. Infelizmente, hoje, com as denúncias de pedofilia, nenhum lugar escapa de desconfiança. O uso de drogas, o sexo livre, o álcool são outros componentes da devastadora situação que só imaginamos existir na casa do outro, na moradia do vi-

zinho, com filhos do alheio. O perigo hoje também está dentro do nosso lar. Sorrateiramente, um exemplo disso são os computadores e suas redes sociais, que se apresentam como vias de males ainda não conhecidos totalmente. Sabe-se, é claro, que é por ali que determinados crimes se iniciam. Todavia, pior que isso é a devastação moral que submete toda a sociedade. A cibernética é uma ferramenta que precisa ser manuseada com cuidado. Deve-se, sim, ser fiscalizada pelos pais. Necessariamente, temos que reforçar esse alerta. No entanto, o controle das famílias sobre os filhos, em diversos casos, não passa mesmo é de ilusão. A liberdade mal usufruída e a rebeldia são pontos que estão estagnando essa relação. A criação sem as orientações bíblicas e da igreja está gerando pessoas fracas e perdidas. E de onde menos se espera, surgem problemas. Recentemente, fui procurado por um casal de pais que até se propôs que eu contasse aqui sua história. A filha adolescente passou a namorar um primo pelas redes sociais. As conversas se transformaram em uma espécie de “lavagem cerebral”. Aos poucos, a jovem moça se revoltou contra a família e, especialmente, contra a mãe, ao ponto de nem conversarem mais. “Queria, porque queria, permissão para se casar, ir embora!”, confidenciou-me os pais. Sabendo das condições de ambos, não permitiram o matrimônio. Resultado: a angústia tomou conta de todos no grupo familiar, já que a jovem optou por se isolar completamente em um quarto. Preste atenção: se o pai ou a mãe não aceita o namoro é quase certeza que esta comunhão dure muito pouco. Sofre-se agora, mas, evita-se pagar um preço maior mais adiante.

Há uma história, baseada nestes novos tempos de alta tecnologia, bastante peculiar. Não consegui identificar o autor, porém, é de uma lição diferente, inusitada. A mãe conhece o filho que tem. Diz assim: João convidou sua mãe para jantar. Durante a refeição, sua genitora não pode deixar de notar o quanto a sua empregada era atraente e sensual. Após o jantar, ela começou a imaginar se haveria mais alguma coisa entre seu filho e a empregada. Lendo os pensamentos da mãe, João disse: “Eu sei o que você deve estar pensando mamãe, mas te asseguro que meu relacionamento com a empregada é puramente profissional”. Uma semana depois, a empregada disse para João: “Desde que sua mãe veio jantar, a concha de sopa de prata sumiu. Você não acha que ela levou, acha?”. João disse: “Bem, eu duvido, mas, mesmo assim, vou escrever um e-mail para ela, só para ter certeza”. Então ele sentou-se e escreveu: “Querida mamãe, eu não estou querendo dizer que você pegou a concha de sopa da minha casa, e não estou querendo dizer que você não pegou, mas, o fato é que ela sumiu desde o dia em que você esteve aqui para o jantar”. No dia seguinte, João recebeu a resposta do e-mail, em que sua mãe dizia: “Querido filho, eu não estou querendo dizer que você durma com a empregada, e não estou querendo dizer que você não durma, mas, o fato é que se ela estivesse dormindo na própria cama, já teria achado a concha de sopa que eu coloquei lá quando fui embora. Com amor, sua mãe”. Os filhos não podem ser criados com tanta liberdade como vemos hoje. Proibir algumas situações é imprescindível. Apresentar Deus aos filhos nunca foi tão necessário como agora.


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missões nacionais

Décima primeira turma do Radical Cristolândia se forma e segue para unidades do Projeto

Turma com equipe da gerência de Ação Social

Redação de Missões Nacionais

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a primeira Igreja Batista de Madureira, no Rio de Janeiro, foi reali-

zado o culto de gratidão, que marcou a formatura da 11ª turma do Projeto Radical Brasil Cristolândia. O preletor da noite foi o pastor Celso Godoy, gerente operacional de ação social. O gru-

Celebração de aniversário do Lar Batista F. F. Soren reúne mais de 5 mil pessoas

po de alunos é formado por 14 pessoas, entre homens e mulheres. Alguns são frutos do Projeto Cristolândia e outros são pessoas que nunca tiveram envolvimento com drogas, mas que também estão dedicando suas vidas para a obra missionária, a fim de alcançar dependentes químicos para Cristo. Após os meses de preparação, eles foram divididos e enviados para cristolândias de Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Apresentação de balé Espírito Santo, Bahia e Distrito Federal. Louvamos a Deus por estas vidas que, certamente, serão usadas por Deus nas Cristolândias. Interceda por este Projeto. Para informações sobre o Radical Brasil e inscrições, acesse: www. radicalbrasil.org/

Culto marca formatura da 9a turma do Projeto Radical Amazônia

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a Igreja Batista Boas Novas, em Manaus - AM, houve culto de gratidão que marcou a formatura da 9ª turma do Projeto Radical Amazônia. Antes da formatura, os Radicais participaram de vários treinamentos, no período de preparação. Agora, eles serão enviados, em duplas, para compartilhar o Evangelho entre os ribeirinhos. Mais uma turma pronta para atuar junto aos ribeirinhos Interceda por cada integrante desta turma. Para Radical Amazônia, e fazer turma, acesse www.radicalsaber mais sobre o Projeto sua inscrição para a próxima brasil.org.

Produtos vendidos ajudarão na realização de pequenos reparos

Redação de Missões Nacionais

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o último fim de semana, mais de 5 mil pessoas se reuniram no Lar Batista F. F. Soren para celebrar os 73 anos de trabalho da instituição. A festa, que aconteceu no Distrito de Luzimangues, Porto Nacional - TO, contou com muita diversão e alegria. Diversas atrações culturais fizeram parte da programação, que contou com apresentação de balé, composto pelo grupo de dança do Lar

Batista (projeto que inclui a comunidade no entorno do Lar), além de feira de artesanato e festival gastronômico. Todo o dinheiro arrecadado com a festa ajudará na manutenção da infraestrutura da instituição, contribuindo para reparo das calçadas internas troca de cortinas, construção de varandas nas “casas-lares”, entre outros pequenos ajustes. Missões Nacionais louva a Deus por cada parceiro deste projeto que tem feito a diferença na vida de crianças e adolescentes.


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notícias do brasil batista

Formando a consciência missionária das crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens e senhoras, para o cumprimento da grande comissão – “ Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo...” .

As organizações missionárias da igreja estão integradas dentro do programa de Educação Cristã, ocupando assim, a aérea de ensino. A UFMBB oferece à igreja uma proposta educacional para cada faixa etária. Edita literatura curricular periódica e de crescimento cristão para que essa proposta seja desenvolvida e cada pessoa alcance sua formação integral, chegando ao ideal da “estatura completa de CRISTO” (Ef 4.13), através do programa integrado de Educação Cristã da Convenção Batista Brasileira.

Vale a pena investir nas organizações missionárias e tê-las em pleno funcionamento em sua igreja.


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Para viabilizar a Educação Cristã Missionária a UFMBB:

1. 2.

Oferece educação cristã missionária

Capacita líderes

3. 4.

Produz literatura

Forma vocacionados

O Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM) e o Seminário de Educação Cristã (SEC) são casas de formação de vocacionados que oferecem um currículo, cujo conteúdo, visa a capacitação do vocacionado para o ensino de MISSÕES na igreja e nos campos missionários do BRASIL e do MUNDO.

Se você tem um CHAMADO ESPECIAL venha estudar no CIEM ou no SEC. Esperamos VOCÊ! Quando ORAMOS e CONTRIBUIMOS para EDUCAÇÃO CRISTÃ MISSIONÁRIA, estamos preparando vocacionados no CIEM e no SEC para cumprirem a missão de evangelizar o BRASIL e o MUNDO.

UFMBB

UFMBB

Congo

UFMBB

Portugal

Equador

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David Malta Nascimento: A Convenção Batista Brasileira pela vida e ministério de um obreiro

Saudade Regina Malta, filha

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onta minha mãe que certa feita, ainda no tempo de namoro, estavam em um retiro, ela, nosso pai e nossa avó, e que em uma daquelas atividades lúdicas de confraternização brincavam de desafiar os participantes a discursarem sobre um tema sorteado, após cinco minutos de reflexão. E que meu pai foi sorteado com o tema “saudade”, para nervoso de minha avó que em sua linda singeleza de baiana do interior teria dito: “Oxente menino! David vai saber falar sobre isso nada!” Papai pensou seus cinco minutos, e, segundo minha mãe, fez um lindíssimo discurso. Tenho pra mim que foi nesse dia que ela se apaixonou definitivamente por ele, para viverem seus mais de 60 anos de companheirismo. E agora me encontro eu aqui, também com o desafio de falar sobre saudade, e sem ter ao menos um terço da eloquência de meu pai. Papai era eloquente, não é mesmo? Tinha aquela verve dos baianos, amava as palavras, e cultivava o vernáculo como ninguém. Mas enfim, como sonhei que falaria neste dia, tomei coragem e mesmo devendo muito em eloquência vou tentar dizer um pouco do que me vem à cabeça no meio do turbilhão de memórias saudosas que me assola desde ontem. Lembro de tantas vezes ter vindo a essa Igreja Barão de Taquara com ele, e de vê-lo nesse púlpito pregando, empolgado, com seu estilo enfático inconfundível. Lembro de sua benção apostólica, solene e inspirada. Lembro que ele se emocionava muitíssimo com os cânticos, e com as poesias. Papai era um pensador, mas também um emocional, como ele mesmo dizia. Lembro de vê-lo sempre lendo ou escrevendo em sua escrivaninha, com a biblioteca por detrás, estudando, ou preparando suas pregações cuidadosamente a cada sábado. Lembro que sua perspectiva era sobretudo de uma teologia da Graça, do acolhimento, da compaixão. Lembro de seu firme compro-

misso com os menos favorecidos, e que acreditava em uma igreja ativa e engajada. Lembro de tantos domingos de jornada emendada, com a realização de visitas a doentes ou de aconselhamento entre o culto matutino e o vespertino. Lembro de tantas idas ao Lar do Ancião, e dos tantos Primeiros de Maio na Cidade Batista Lar da Criança. Lembro de sua participação política, e de quando se candidatou, acompanhado de Lisâneas Maciel, a fazer campanha com meus irmãos subúrbios afora. Lembro que sua consciência social vinha de muito antes, e soube depois com mais detalhes, para meu orgulho, sobre o movimento Diretrizes Evangélicas, anterior ao meu nascimento, e também que papai havia ousado levantar sua voz contra o Golpe Militar de 64. Aliás, aproveito esse momento para agradecer o reconhecimento da Aliança de Batistas do Brasil em relação a esse fato no ano passado. Nosso pai ficou muito feliz com esse reconhecimento, assim como todos nós da família. Lembro também nessa esfera pública e política que recebeu menções da Assembleia Legislativa do Estado e da Câmara Municipal como cidadão de destaque por suas atividades. Lembro dos tempos de Reitor do Seminário Teológico do Sul do Brasil, e de como papai lutou para que a instituição se mantivesse sustentável. E de como formou à época um corpo de professores de alto valor humano e intelectual, bastante abertos, a fim de propiciar aos seminaristas uma visão plural, que era de fato avançada para sua época. Lembro também dele sempre sair para participar de tantas Convenções, encontros de Associações, e das tantas assistências jurídicas que ofereceu à denominação, além de sua atividade profissional como advogado. Papai trabalhou muito, incessantemente, dedicava-se intensamente a todas essas atividades desde nossa infância. Sentíamos falta dele, sempre com tantos compromissos, claro que sentíamos, mas com o tempo entendemos que seu amor era Ágape,

que ele amava as causas coletivas e denominacionais, e com isso muito aprendemos. Já maiores, lembro de nossas muitas polêmicas. Havia reuniões de família em que tínhamos até que fazer inscrição para usar a palavra, tamanho o debate! Discutíamos sempre dois dos três assuntos que a sabedoria popular aconselha não discutir: política e religião! E nessas polêmicas com nosso pai desenvolvemos muito nossa consciência e também a capacidade de argumentação, porque não era fácil divergir de nosso pai! Rs Lembro de frases memoráveis de papai. De quando citava a frase de Voltaire sobre o relógio e o relojoeiro para advogar que frente a perfeição da natureza e do Universo a existência da Inteligência Suprema era irrefutável. De quando respondia a algum comentário negativo nosso admoestando-nos: “meninos, olhem a maledicência”. Ou de quando diante de alguma declaração nossa pouco fundamentada dizia: não faltem com a verdade meninos! Rs Como esquecer? Lembro que seus Salmos preferidos e sempre recitados eram o 23 e o 121, e que este último meu pai sempre declamava a cada vez que minha irmã que mora fora partia. Foram os que recitamos tam-

bém para ele na véspera da sua partida. Lembro que adorava rir com seus amigos chegados, grandes figuras que frequentaram nossa casa, não vou citar nomes para não cometer a injustiça de omissões. E também com seu irmão Erotildes, o primo Josué e o cunhado Jatobá, todos também parentes queridíssimos que já não se encontram conosco, fartava-se com piadas e recordações de histórias da Bahia. Foi sempre muito atento e preocupado com o bem-estar da família, não somente com nosso núcleo familiar, mas com a família extensa, toda ela para ele muito querida. Como típico imigrante nordestino pioneiro, que foi apoiando a vinda de toda família, sentia-se por todos meio responsável e os amava profundamente. Enfim, papai trabalhou muito, ajudou muita gente, batizou muita gente, aconselhou muita gente, casou muita gente ! rs Enfim, deu-se muito em seu amor ao próximo. E nos deixou um legado extraordinário: um legado de compaixão, de fé, de determinação, de luta por ideais, de compromisso com as causas sociais, de trabalho, de dignidade e de ética, e quando falo de ética não digo apenas em grandes

questões, papai tinha uma ética refinada, buscava ser correto até nas pequenas coisas. Nos últimos tempos permaneceu recluso. Ao que me parece tendo já a consciência do dever cumprido, iniciou uma longa jornada de reflexão, como se estivesse a terminar seu exame de consciência e a se preparar para a sua passagem. Esteve todo esse tempo completamente lúcido, espantosa e impressionantemente lúcido. Quando eu as vezes perguntava no que estava pensando, respondia coisas como: no tempo, na existência... Quando queríamos conduzi-lo a fazer algo que não queria, perguntava se achávamos que havia perdido o juízo! Rs Estava completamente lúcido, e assim se manteve até o final, reconheceu nossa irmã que chegara de fora pra vê-lo no leito do hospital. Durante esse tempo de relativa reclusão, sonhava muito, e muitas vezes com situações relativas à denominação. Sonhava que estava preocupado com a ordem do culto, que tinha que chegar em tal solenidade, que o botão do terno lhe caíra, enfim, trazia ainda as memórias de tantos dias de cuidado e dedicação para que tudo ocorresse da forma devida, com beleza e perfeição, em suas atividades eclesiásticas e denominacionais. No dia em que acordou com febre, disse também que estava sonhando, mas desta vez com uma grande festa. Pensamos que seria referente ao seu aniversário que se avizinhava, agora vejo que talvez fosse outro o prenúncio, ou dessa homenagem de hoje à sua vida, ou mesmo de sua entrada na glória celestial. Queremos agradecer a todos sinceramente pelo apoio e carinho. Em especial ao pastor Torres, amigo incansável que o visitava semanalmente, sempre o incentivando. Nossa grande gratidão também a Iva, Leila, Marli e Maria Helena, verdadeiros anjos que cuidaram de papai durante os últimos tempos, e por quem ele tinha grande apreço e consideração. Agradecemos também imensamente a todos que nos honraram hoje com me-


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o doutor Justiça Social rende a Deus ações de graças que viveu e lutou pela Justiça Social. mórias, relatos e palavras de reconhecimento em sua homenagem, por todos os abraços emocionados que recebemos, por todos os depoimentos, e por todos os cânticos lindamente entoados, que certamente o fariam chorar, como a nós fizeram. Nossa grande gratidão também à nossa mãe, que

permaneceu como uma companheira fidelíssima e cuidadora de papai, com todo o seu amor, até o fim de seus dias, para conforto dele, posto que ele mesmo dizia e demonstrava que jamais poderia viver sem ela. Embora fosse um homem de tanta personalidade, ela foi sempre, sem dúvida, o seu

esteio emocional, e assim se manteve, firme ao seu lado, por toda a jornada. Mas principalmente agradecemos nesse momento, de todo coração, ao nosso querido pai, pelo exemplo de comprometimento, ética, fé, determinação, idealismo, coerência, trabalho e dignidade que nos deixou.

Pastor David Malta Nascimento completou 96 anos no dia 22 de maio e foi internado nesse mesmo dia, pois já fazia algum tempo que não se alimentava nem ingeria líquidos. Quando foi fazer a consulta no Hospital da Ordem Terceira, na Tijuca - RJ, foi internado, sendo diagnosticada a pneumonia. Faleceu hoje no dia 07 de julho de 2015, por volta das 7h. O corpo foi às 21h para a Igreja Batista Itacuruçá, também na Tijuca, onde a doutora Helena, sua esposa, é membro. Na manhã seguinte, o corpo foi para a Igreja Batista Barão da Taquara, em Jacarepaguá – RJ. O culto foi realizado às 12h, na IB Barão

da Taquara. O sepultamento ocorreu às 15h, no Jardim da Saudade - Sulacap. Bahiano de nascimento e carioca de coração, David Malta do Nascimento foi pastor da IB de Barão da Taquara por 42 anos e 10 meses, até 1998, quando empossou o pastor Carlos Cesar Peff Novaes, que é pastor da Igreja até a presente data. Foi reitor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil de 1972 a 1983. Formado em Direito, Filosofia e Teologia, prestou grandes serviços a causa do Reino de Deus por meio da denominação Batista exercendo, além das supra citadas, diversas outras funções na liderança

denominacional, inclusive junto à Convenção Batista Carioca. Se destacou como orador e defensor fervor das causas sociais. Liderou com outro irmãos o movimento Diretriz Evangélica, apoiou as Reformas de Base de João Goulart, por meio do Manifesto dos Ministros Batistas, em 1963. Tive o privilégio de ser apresentado, batizado, enviado ao seminário, ordenado e casado por ele. Nossa gratidão a Deus por esse pastor e amigo, que é uma referência de ética e justiça. Em Jesus Cristo, o Supremo Pastor; David Curty

Papai era um espírito forte, mesmo quando ausente estava sempre muito presente em nós, e assim continuará a ser. Impossível esquecê-lo. Suas palavras ecoam agora mais que nunca em nossos corações e mentes. Grande David Malta! Deixará enorme e indescritível saudade. Mesmo que eu tivesse sua grande

eloquência, e cinquenta anos em vez de cinco minutos para refletir, não me seria possível descrevê-la à altura. Aceita então, meu pai, essas poucas palavras carinhosas, essa pequena homenagem, como sinal e prova de nosso grande amor, por tudo que o senhor foi e representou para nós. Amém.

My grandfather and namesake Vovô David passed away last night in Rio, at 96. He was a force of nature and influenced my life in ways that he never realized and I probably don’t fully understand yet. I’ll never forget him. Adeus Vovô. Meu avô e chará Vovô David se foi ontem à noite no Rio, aos 96 anos. Ele foi uma influência natural em minha vida em caminhos que ele nunca percebeu e eu provavelmente ainda não tenha entendido completamente. Eu nunca o esquecerei. “Adeus vovô”. David (neto)

Yesterday my grandfather passed away at the age of 96. He was an amazing man who lived a full life and impacted so many along his way. He will be missed dearly. I was not able to make it in time for the funeral today in Brazil from California which saddens me. And I will never forget his 90th birthday in Rio when I was pregnant with Isabella and he was proudly telling everyone that he was going to be a great grandfather for the first time. Thinking of all of my family today. Ontem meu avô se foi aos 96 anos. Ele foi um homem incrível que viveu uma vida completa e impactou muitos no seu caminho. Sentiremos muito a sua falta. Eu não consegui expressar isso a tempo para o funeral de hoje no Brasil por estar na Califórnia, e isso me entristece. Eu nunca me esquecerei do seu 90º aniversário no Rio quando eu ainda estava grávida da Isabella e ele estava orgulhoso contando para todo mundo que ele seria um ótimo avô pela primeira vez. Estes são os sentimentos da minha família hoje. Melissa (neta)

Um homem de mil causas Há homens que têm um rosto que a biografia tece, Mas David tinha mil faces que um quadro não retém E cada uma é testemunho que aos que têm causas fortalece. Há homens que levantam vozes em favor dos oprimidos, Como Las Casas, Luther King e Himain Lacerda, Mas, para defender os órfãos, os jovens e os esquecidos, O profeta David Malta era uma diretriz com palavras certas. Os gigantes como Münster e Rauschenbusch, Ginsburg e Soren Caíram sob a bruma da morte também, E, igualmente David Malta Nascimento, que a Jesus honrou, A Trindade divina, na hora em que quis, o tombou. Suas mil vozes não soam mais em defesa do desamparado, Porque altissonam em honra do seu e nosso Deus amado, Que o recebe agora com o afetuoso selo de “aprovado”. Israel Belo de Azevedo, pastor da Igreja Batista Itacuruçá - RJ

My dear father-in-law led his exemplary life by walking the talk and always led by a pristine sense of social justice and integrity. I have had the highest respect for him as a person but most importantly for the example he set for the family, friends and the country. He chose Sunday the seventh to join Heaven and continue what he started on earth. When I revisit the Biblical meaning on the number seven, I can see why he waited not only to assure he had an opportunity to hear and feel the close presence of dear family members and friends, but also for Sunday Seventh to let his spirit join God in Heaven. Meu querido sogro conduziu sua vida exemplar vivendo o que pregava, e sempre a direcionou com um senso original de justiça e integridade social. Eu tive o maior respeito por ele como pessoa, mas o mais importante foi o exemplo dele para sua família, amigos e país. Ele escolheu domingo dia 7 para entrar no paraíso e continuar o que ele iniciou na terra. Quando eu volto ao significado bíblico do número 7, eu posso ver porque ele esperou. Não somente para garantir que ele teria a oportunidade de ouvir e sentir de perto a presença de seus amigos e familiares, mas também pelo domingo dia 7 por deixar o seu espírito encontrar com Deus no paraíso. Rubén (genro)


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David Malta Nascimento: A Convenção Batista Brasileira pela vida e ministério de um obreiro

Carlos Peff Novaes, pastor da Igreja Batista Barão da Taquara - RJ

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ertas pessoas marcam a vida da gente de modo tão notável e singular que já não conseguimos imaginar como seríamos, ou como seria a vida e o mundo, se aquela determinada pessoa não existisse. David Malta, por exemplo. Certas pessoas possuem uma capacidade tão especial de influenciar a realidade à sua volta, e de dar rumos tão corretos aos impasses com os quais se defronta, e de trazer soluções tão eficazes aos problemas que lhes são confiados, que fica difícil entender como algumas coisas funcionariam se aquela determinada pessoa nunca tivesse existido. David Malta, por exemplo. Certas pessoas são tão bem-sucedidas na arte de conciliar a disciplina com o sentimento, o rigor com a suavidade, a ousadia com o bom senso, o entusiasmo com a prudência e a persistência com a tolerância que não deixam apenas um exemplo a ser seguido, mas, também, e especialmente, uma inspiração a ser desfrutada. David Malta, por exemplo. David Malta amou o pastorado e, de maneira muito particular, amou o seu rebanho na Igreja Batista de Barão da

Taquara - RJ, onde passou 42 anos da sua vida no ofício de pastor. Poderia ter sido um advogado de grande expressão nacional, ou conquistado notório respeito e profunda admiração como jurista, caso se dedicasse integralmente à causa do direito. Com a retórica, a eloquência, a perspicácia intelectual e o preparo que possuía, não resta dúvida de que teria ocupado funções de reconhecido destaque nos fóruns e nos tribunais judiciários. Mas, David Malta amava o seu rebanho e sua Igreja. E, portanto, não se afastou da vocação pastoral que recebera do Senhor. David Malta amou o Seminário Batista do Sul do Brasil, do qual foi reitor por mais de uma década, fazendo-o transitar da crise para a estabilidade e, como resultado de muito trabalho e empenho, conseguindo conjugar o equilíbrio financeiro com a excelência acadêmica - da qual os alunos daquele período se recordam com saudade. David Malta amou a denominação batista, dedicando-se aos cargos que lhe eram confiados, mas, de modo especial, participando de reuniões e assembleias como efusivo mensageiro nas convenções; debatedor imbatível em seus argumentos, defensor incansável da administração correta, promotor impertérrito da postura ética e infatigável cooperador de

tudo o que lhe parecesse profícuo e recomendável para a preservação do bem-estar denominacional. David Malta amou a justiça social, desde os tempos do movimento Diretriz Evangélica - que organizou com outros representantes evangélicos do Brasil - até seu envolvimento mais direto na política nacional, posicionando-se sempre como um profeta nos tempos contemporâneos ao reproduzir os princípios elementares de justiça e paz que o profetismo do Antigo Testamento propagava. Eu poderia citar muitos textos bíblicos, hoje aqui, para tentar definir David Malta Nascimento. Na galeria dos homens de fé, em Hebreus 11, aplica-se a David Malta, sem dúvida, a referência do verso 39: “Recebeu bom testemunho por meio da fé”. Poderiam ser de David Malta, sem nenhum senão, as palavras de Paulo em II Timóteo: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”. A David Malta poderia se referir o testemunho do apóstolo dos gentios em I Coríntios 15: “Pela graça de Deus sou o que sou, e sua graça para comigo não foi vã, pois trabalhei mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus comigo”. A cada nova etapa vencida do vasto trabalho empreendi-

do para o Reino, David Malta poderia repetir também as mesmas expressões de Filipenses 3: “Avançando para as coisas que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”. Ou ainda, no que tange o seu cuidado com a obra denominacional, David Malta faria dueto com o apóstolo mais uma vez, quando afirma em II Coríntios: “Além de tudo, enfrento uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as Igrejas do Senhor”. Entretanto, no meu entender, a melhor afirmação bíblica para descrever o significado da vida de David Malta Nascimento está em Eclesiastes 7.8: “O fim das coisas é melhor do que seu início”. Muitos querem começar a realizar uma obra, e jamais começam. Ficam na boa intenção. Outros começam, mas não terminam. Fica apenas a promessa não realizada. Ainda há os que mal começam e, por isso, mal terminam. E há os que começam bem e terminam mal. Um bom começo não é garantia de um bom final. David Malta começou bem e terminou muito bem. Manteve-se fiel ao seu chamado. Manteve-se fiel aos princípios da Palavra. Manteve-se fiel à sua postura íntegra e ilibada. Manteve-se fiel aos seus sonhos. Manteve-se fiel ao

compromisso com o Reino. Em um mundo de instabilidades, David Malta foi o retrato da estabilidade. Tão confiável como as antigas estrelas em seus lugares no firmamento. O fim das coisas é melhor do que seu início. No que se refere às coisas da vida presente, David Malta é um ótimo exemplo dessa verdade. Mas no que se refere às coisas da vida eterna, David Malta demonstra que o fim também é melhor do que o início. Porque, para ele, o melhor está começando agora. David Malta Nascimento toma posse, a partir de agora, de tudo o que lhe estava prometido. Mais do que nunca, o fim das coisas está sendo melhor do que o início. Porque, na eternidade à qual agora ele pertence, o fim é o início de tudo o que não terá mais fim. Como lembrou o apóstolo Paulo em Romanos: “Os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós foi revelada”. David Malta não partiu. David Malta chegou. Chegou ao seu lar de glória. Chegou aos braços do seu Senhor. Chegou porque foi redimido pelo sangue de Jesus Cristo. Chegou porque pertencia a Jesus Cristo. Chegou porque pertencerá para sempre a Jesus Cristo, o autor e consumador da sua fé.


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o doutor Justiça Social rende a Deus ações de graças que viveu e lutou pela Justiça Social. Primos queridos, Assim como o papai, o tio David sempre representou para mim a retidão, o respeito ao ser humano e a fé em Deus. São ensinamentos para toda a vida. A energia boa do tio é inesquecível. Nunca esquecerei também o que ela cantava para mim quando criança: “Deo, Deo pô, pô, pô... foguete no ar é meu amor”. Rs Fica agora fica saudade e o pensamento de que ele está muito bem. Um abraço apertado e um beijo em cada um. Fiquem em paz!

David vive David Malta, para mim e para meu irmão, o tio David, irmão de minha mãe que muito o amou e admirou. A relação do “Tio David” comigo evoca, dentre muitas, as seguintes palavras: referência, testemunho, integridade, auxílio, inteligência, competência, consciência social e dedicação ao caminho que leva o homem ao retorno à sua natureza divina. Assim David Malta Nascimento vive em nos nossos corações e mentes eternamente.

André Nascimento

Noeme do Nascimento Silva, Nair Malta do Nascimento, João Carlos do Nascimento Silva

In Memoriam Querido, Pai, avô e sogro David Malta, Hoje agradecemos a Deus o privilégio de celebrar mais um dia do pai-avô ao seu lado. Mesmo debilitado, fraco, mas ao nosso lado. Algumas, muitas vezes, tão atento e com a sua sabedoria infinita nos corrigindo. Nós temos uma eterna dívida de gratidão com você, porque tudo o que alcançamos é fruto dos seus dias de luta, da sua sabedoria, exemplo de fé, amor e trabalho árduo. Pai, avô e sogro, você lançou alicerces importantes na vida de todos nós. Por isso, desejamos expressar o nosso agradecimento e amor por alguém tão especial assim. Obrigado por nos ensinar tantas coisas boas. Hoje, podemos fazer algo bonito todos os dias das nossas vidas graças ao exemplo e convívio com você durante todos estes anos. Neste dia, desejamos muito amor, saúde e felicidade. Te amamos! Elizabete Malta Nascimento, nora

Queridos primos, Vocês sabem o quanto eu gostaria de estar aí, mas não tenho como fazê-lo. Sabem o quanto a família de vocês esteve presente na nossa e o que o tio David sempre representou para nós e para mim. Com toda a sua firmeza, cuidado, proteção e também alegria, nos proporcionou momentos que agradeço e vão ficar sempre na minha memória com muito carinho e admiração. Um abraço apertado e um beijo em cada um de toda a família e amigos. Andrea Malta do Nascimento Moraes

Em um momento em que a história está sendo revirada, descobre-se o quanto nossos familiares tiveram uma vida dedicada ao país, muito além da nossa percepção enquanto família. Localizei em entrevista dada pelo pastor David Malta, meu tio, os relatos sobre suas origens. Agora, mais do que nunca, confirmo como a justiça social está em nosso sangue. Adriana Malta Nascimento

David Malta Um homem cristão de coração Minha eterna gratidão aquele que me ensinou, testou e aprovou em tudo que sei na parte jurídica (bem pouco diante de tanta propriedade do mesmo). Foi muito mais que um chefe, foi amigo, foi irmão em Cristo de coração. Sabia dizer sim e não. Mostrou-me o caminho das pedras, sem deixar bem claro que muitas se soltariam na “estrada”, mas que eu não perdesse nenhuma, pois as mesmas me serviriam no futuro. Foi meu pai espiritual, um pastor segundo o coração de Deus, sabia apascentar. Foi meu exemplo de homem com caráter, já que a definição é: “Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de atitudes”. Assim ele era, sem sombra de dúvidas. Sabia agir e reagir em toda e qualquer situação. Sua moral foi inabalável. Firme em toda palavra escrita e dita. Coerente e condizente com cada passo que deu. Reluzia o nome que levava – cristão. Posso afirmar de coração, pastor David Malta Nascimento era um homem segundo o coração de Deus. Obrigado por tudo que me deixou de herança. Com muita esperança, digo: até breve, até daqui a pouco. Como se escutasse sua voz, termino. Secretária Márcia Castro.


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o jornal batista – domingo, 21/06/15

ponto de vista

Departamento de Ação Social da CBB

Redução da maioridade penal: vendo além do que mostra a mídia José Marcos da Silva, pastor da Igreja Batista em Coqueiral – Recife – PE; presidente do Instituto Solidare

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o dia 31 de março deste ano a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados declarou a constitucionalidade da Proposta de Emenda Constitucional 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Desde então, a população tem se posicionado de duas maneiras antagônicas e intrigantes: por um lado, mais de 80% da população é favorável à redução; por outro, centenas de entidades da sociedade têm se posicionado contrárias. Esse fenômeno aponta para uma contradição, pois as entidades da sociedade, como movimentos e ONGs, representam os interesses delas. Na outra mão da via, a grande mídia, sobretudo a

TV aberta, teima em dar ênfase a crimes cometidos por adolescentes, quando dados oficiais - da Unicef - mostram que menos de 1% dos crimes que atentam contra a vida, no Brasil, são cometidos por menores. Diante desse impasse, formulo algumas considerações: 1ª - Contra o argumento de que o adolescente precisa ser punido pelos crimes cometidos é válido lembrar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê penalidades já a partir dos 12 anos, em várias modalidades de punição; 2ª - Para o argumento que o menor é protagonista de grande parte da criminalidade no Brasil, lembro a informação da Unicef, trazida acima, e ainda o fato de que, entre os anos de 2006 a 2012, mais de 33 mil adolescentes foram assassinados, fazendo do Brasil o segundo país que mais mata jovens no mundo, conforme dados da mesma instituição. Isso mostra que eles são mais vítimas do que vilões;

3ª – Encarcerar o menor no sistema prisional brasileiro não resolveria o problema, pelo contrário, aumentaria a criminalidade, senão, vejamos: menos de 20% dos menores que cumprem medidas socioeducativas voltam a cometer atos infracionais, enquanto que no sistema carcerário brasileiro esse número aumenta para mais de 70%, segundo o Instituto Avante Brasil. Além disso, todos nós sabemos que as penitenciárias brasileiras, mais do que ambientes de cumprimento de pena, são “escolas do crime”, principalmente pelo teor desumanizante de sua estrutura física e psicológica. Com maior probabilidade, um menor sairá desse ambiente “doutor” em delinquência; 4ª – Índice de criminalidade se reduz com condições humanas de vida. Quem convive nas favelas desse país sabe bem que nossas crianças e adolescentes são vítimas de um sistema que não provê os direitos mínimos necessários

para uma vida com dignidade. Consegue-se reduzir a criminalidade quando se provê escola de qualidade, moradia decente, trabalho digno para o trabalhador, e os demais direitos constitucionais. A solução que não passar por esse caminho, será como “tapar o sol com uma peneira”; 5ª – A maioria dos países mantém a maioridade penal em 18 anos, além do que, países que reduziram a maioridade penal tendem a voltar atrás, como é o caso da Alemanha, Japão e França. Antes de punir o adolescente, o Estado deve fazer a sua parte. Aposto caro que, se isso acontecesse, índices de criminalidade seriam reduzidos; 6ª – Temos uma constituição que se posiciona quanto ao tema (Art. 228) e um ECA moderno, que estão alinhados com padrões internacionais e com a recomendação da ONU quanto ao cuidado com crianças e adolescentes. O problema da criminalidade não está na lei, mas, sim, no descumprimento desta;

7ª – Dizer que a lei brasileira acoberta o menor infrator e que, por isso, o crime organizado se utiliza do menor, bem como usar esse argumento para se alterar a lei é apenas mudar o foco do problema, pois se o criminoso se utiliza de adolescentes de 16 anos como escudo para seus crimes, com a diminuição da maioridade penal, utilizar-se-á de adolescentes de 15, 14. Ao seguirmos essa lógica, teremos que prender nossas crianças vulneráveis. Concluo com um texto breve do livro de Isaías, que diz: “Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que escrevem perversidades; para privarem da justiça os necessitados, e arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo; para despojarem as viúvas e roubarem os órfãos” (Is 10.1-2). Por estar convicto de que punir sem dar condições para que o transgressor faça novas escolhas é também um ato criminoso; sou contra a redução da maioridade penal.


o jornal batista – domingo, 21/06/15

missões mundiais

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Invista em vidas. Invista em missões reu, a oferta do Dia Especial, entregue anualmente pelas igrejas da Convenção Batista Brasileira, tem completado a falta de recursos oriundos dos antigos adotantes. Contudo, mesmo esta ação tem seus limites reduzidos em função da alta cambial, crescente há mais de um ano, conforme explica o pastor André Avila Amaral, gerente administrativo-financeiro da JMM.

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

O

s mais de 1.500 missionários que a Junta de Missões Mundiais mantém em cerca de 85 países dependem da fidelidade dos seus adotantes para se manterem nos seus respectivos campos, sendo voz de Deus às nações. Atualmente, mais de 400 obreiros precisam urgentemente receber novas adoções financeiras, e entre eles há muitos que ainda dependem de investimentos para seguir aos campos. É importante que, ao assumir o compromisso de adotar um missionário através do Programa de Adoção Missionária (PAM), a pessoa, igreja, grupo ou empresa dê continuidade ao envio de suas ofertas. Desde o envio do missioná-

rio ao campo, a JMM honra o compromisso de sustentá-lo, encaminhando periodicamente seu sustento e verba necessários à sua sobrevivência e desenvolvimento ministerial. Entretanto, ao longo do tempo dezenas de adotantes e igrejas não deram continuidade ao compromisso feito

no passado e deixaram de participar deste investimento missionário. A única fonte de sustento que podemos contar para manter os missionários em seu campo são as ofertas encaminhadas pelos adotantes e igrejas através do PAM. Como sempre ocor-

A voz de Deus não pode se calar A fim de manter o missionário e seu ministério de forma sustentável, como vem sendo feito até aqui, a JMM pede que os participantes do PAM considerem em oração a possibilidade de reajustar sua contribuição mensal ou mesmo de retomar sua contribuição, caso a tenham parado em algum momento. Outra ação possível é

mobilizar novos parceiros do PAM. Qualquer igreja ou pessoa pode adotar um missionário em oração e financeiramente. Após decidir o valor que deseja reajustar ou mesmo retomar seu compromisso, entre em contato com a Central de Atendimento da JMM e informe como deseja fazer parte deste tão importante momento da obra missionária mundial. Central de Atendimento JMM 2122-1901/2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800 709 1900 (ligação gratuita para demais localidades). Horário: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h (horário de Brasília). Quem preferir, pode escrever para: pam@jmm.org.br ou acessar missoesmundiais.com.br/ doacao.

Missionários desenvolvem ministério esportivo na Bolívia

Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

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ossos missionários Américo e Talitha Monje têm sido voz de Deus em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, através de várias frentes de atuação. Um dos destaques é o ministério esportivo através do qual anunciam o Evangelho aos jovens que treinam jiu-jítsu e taekwondo com eles. “O ministério esportivo está a todo vapor. No jiu-jítsu, se aproxima o primeiro campeonato de que vamos participar como academia,

além de ser uma oportunidade de proclamar e viver o amor de Deus dentro dos tatames. No taekwondo, estamos treinando para a cerimônia de faixa”, conta Américo, que destaca também a importância dos momentos devocionais que acontecem com os atletas, com os quais sempre compartilham o Plano de Salvação. Recentemente, Américo e Talitha estavam estudando o livro de Romanos com os atletas. Os missionários dizem que, com o crescimento do ministério esportivo, também tem aumentado a demanda por

materiais, principalmente “No Acampamento Raditatames e capacetes, para tor- cal, pudemos desenvolver nar os treinos mais dinâmicos mais o trabalho em equipe, diferentes técnicas de evane completos. gelismo criativo, além do trabalho com crianças e esCriação de projeto inspirado no Radical portes. Nosso tema foi ‘Marmobiliza 47 pessoas cando Nossa Geração com Amor’ e teve divisa em II TiAmérico e Talitha também móteo 2.10”, conta Américo. participam de um projeto na O missionário ressalta que Bolívia inspirado no Radical, o objetivo era envolver a toda JMM. Em maio, aconteceu dos e criar vínculos entre os o Acampamento Radical, participantes, que, segundo evento que reuniu 47 pesso- ele, já começaram as ativias, entre adolescentes, jovens dades. e adultos, para um momento “Glória a Deus por essa muito importante na pre- oportunidade de servi-Lo paração do Projeto Radical com nossos dons e talentos”, diz Américo, que agradece Bolívia.

também ao Departamento Juvenil Batista Boliviano pelo apoio com local, alimentação, materiais e mais participantes. Na Congregação, Américo e Talitha investem nos discipulados, aconselhamentos e visitas, para estar mais tempo com os irmãos. “Nosso desafio tem sido aprender com o exemplo da Igreja Primitiva de amar, servir e suportar uns aos outros, em nossa comunidade e onde Deus nos colocar. É muito bom ver o agir de Deus nas pequenas e grandes coisas, para a Sua glória”, conclui Américo.



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