ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 19/06/16
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
Ano CXV Edição 25 Domingo, 19.06.2016 R$ 3,20
(Páginas 08 e 09)
Coluna Vida em Família
Redes sociais: até que ponto são positivas no relacionamento familiar?
(Página 06)
Missões Mundiais
Dia Mundial do Refugiado: sua Igreja está preparada para recebê-los? (Página 11)
Missões Nacionais
Lar Batista em Tocantins comemora 74 anos: veja como foi a festa (Página 07) Coluna Ação Social
Igreja viva: IB do Leme - RJ abre as portas para atender comunidades (Página14)
2
o jornal batista – domingo, 19/06/16
reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo
Aniversário da UFMBB
N
este ano, comemoramos 108 anos de Educação Cristã Missionária. Parece redundante dizer Educação Cristã Missionária, mas, não é, visto que a educação cristã visa o crescimento espiritual, que se efetiva na obediência ao Ide de Jesus, isto é, no cumprimento da missão que foi dada a todos nós, seguidores do Mestre. Com alegria, vemos nossas crianças, meninas, adoles-
centes, jovens e senhoras trabalhando em suas Igrejas, cooperando com o evangelismo local, orando por missões, ofertando para o envio e sustento de obreiros, participando de projetos missionários e, até mesmo, indo aos campos missionários. A União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB), além de promover o ensino de missões na Igreja local, investe no preparo de vocacionados para o cumprimento da missão. Por meio
de duas casas de formação - Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM) e Seminário de Educação Cristã (SEC) -, vocacionados em Educação Cristã são capacitados para atuar na Igreja local e nos campos missionários, no Brasil e no mundo. Nossas casas de ensino oferecem cursos de curta duração para obreiros que queiram atuar na Igreja, curso de graduação em Educação Cristã, Missões e Serviço Social (SEC). Para os que queiram se
aprofundar um pouco mais, oferece pós-graduação e mestrado em Educação Cristã e Missiologia. Dessa forma, tanto no âmbito da Igreja local, quanto em nossas casas de ensino, estamos trabalhando na formação cristã missionária. Para mais informações, acesse: www.ufmbb.org.br; www.ciem.org.br; www.sec. org.br Lucia Margarida Pereira de Brito, diretora Executiva da UFMBB
o jornal batista – domingo, 19/06/16
reflexão
3
Família que constrói relacionamentos saudáveis famílias. Como cristão, estou convicto de que o manual perfeito de consulta para se conselacionamentos sau- truir tais relacionamentos é a dáveis são aqueles Bíblia. Indico a seguir o pilar que são benéficos, principal para essa construção: úteis, proveitosos Cultivar a comunhão com para todos os que neles estão envolvidos. A família é um Deus na família - Partindo do centro de relacionamentos, princípio de que comunhão ela não subsistirá se eles não é uniformidade de ideias, forem saudáveis. Devemos, posições, acordo, harmonia, portanto, como patriarcas de e tendo Deus como ponto famílias, nos empenharmos almejado para isso, precisaem aprendermos a construir mos, então, estar em uniforrelacionamentos saudáveis, midade com Sua santidade, visto ser esses construídos e perfeição, justiça e leis. Adonão adquiridos, para nossas tar essas virtudes divinas na Celson de Paula Vargas, pastor, colaborador de OJB
R
atmosfera de nosso lar. Devemos ter consciência de que nossa natural tendência não é para isso, e que ainda somos pressionados pelas mercadorias do mundo, especialmente adequadas às nossas tendências naturais, humanas, não espirituais. Cito alguns exemplos dessas nocivas mercadorias: total envolvimento com as redes sociais em nossas casas; televisor para cada quarto; não dedicar tempo necessário para o diálogo; impaciências; palavreado torpe; natureza inapropriada de filmes e
programas vistos com naturalidade em nossas casas; geladeiras abastecidas com as chamadas drogas lícitas; brigas, ofensas e desrespeito; casais vivendo por aparências ou até em infidelidade. As substâncias apropriadas para cultivar a comunhão com Deus em nossas famílias e, consequentemente, construirmos relacionamentos saudáveis, é buscar e trazer para nossos lares um ambiente de santidade, obediência, louvor e adoração a Deus. Isso trará uma verdadeira felicidade ou bem-aventurança (felicidade
celestial) para as nossas casas. Estaremos sempre mais preparados para as naturais adversidades. A Bíblia assim diz: “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos. Do trabalho de tuas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no interior de tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos da oliveira, à roda da tua mesa. Eis como será abençoado o homem que teme ao Senhor” (Sl 128.14). Que o Senhor te abençoe para essa construção.
Cegueira voluntária Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB
O
r e l a c i o n a m en to mantido com famílias em que um dos filhos é autista traz preciosas lições. Uma delas é o que o autista é capaz de fazer para si mesmo. Um deles, em um momento de descontrole, provocou sua própria cegueira. Às vezes, chego a conclusão de que há autismo espiritual nos seres normais. O Salmo 19 afirma que “Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra de suas mãos”. Depois de um desenrolar de aspectos dessa
revelação, ele apresenta aspectos de outro tipo de revelação, ou seja, Deus nos revela, através da Sua lei, Sua vontade, Seus princípios, e nos leva a conhecer aquilo que somos. Vamos a uma ilustração citada por C.S.Lewis: “Você descobre muito mais sobre uma pessoa ouvindo o que ela tem a dizer, do que observando uma casa que ela construiu”. Ao aplicar esse princípio, podemos dizer que é isso que falta aos homens, quer seja nesta geração, como também nas demais que já passaram. Eles concluem que Deus não existe, embora conheçam a sua
Criação, porque não querem ouvir o que Ele diz, já disse, e continua dizendo. Logo, o conhecimento dos homens sobre Deus é muito, muito limitado. Deus operou na vida de milhares de pessoas, mesmo antes de sua vinda até nós, na pessoa de seu Filho. Depois operou na vida de milhões de pessoas, após ter falado a viva voz, através de seu Filho. Mas, como o homem responde a Deus? Optam pela cegueira, para viverem nos seus delitos e pecados. Vamos ilustrar o que queremos dizer: suponhamos que abandonemos centenas de pessoas cegas em uma
floresta. Podem imaginar o resultado? O resultado nem é preciso imaginar. Basta contemplarmos o que acontece no mundo de nossos dias. Vivemos em uma confusão global. O homem é dotado de consciência. Ele sabe o que é certo e errado. Um criminoso furta um carro, e, se estiver sendo perseguido pela polícia, desobedece todas as leis de trânsito, mas, se não estiver sendo perseguido, ele para em todos os faróis. Por que age assim? É a lei natural presente no mundo que nos rodeia, e em nossas consciências. O criminoso sabe que corre risco de morrer se
atravessa sinais vermelhos. O homem age como cego, nega a existência de Deus, e isso não é ignorância, é opção. O mundo de hoje é prova das terríveis consequências que isso nos tem trazido. Bem diz o ditado: “Só é cego, aquele que não quer ver”. O salmista termina dizendo, após ter conhecido o Senhor, ouvindo a sua voz; “Senhor, minha Rocha e meu Resgatador”. Que gloriosa descoberta. Lutero chamava os Anabatistas de deslumbrados, ou exaltados. Sejamos deslumbrados pelo conhecimento do tão glorioso Deus, nosso Criador e Redentor.
4
o jornal batista – domingo, 19/06/16
reflexão
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia
A mulher do Bom Pastor
O nome de sua mãe
Israel Pinto da Silva (D’Israel), membro da Quarta Igreja Batista do Rio de Janeiro, colaborador de OJB A mulher do Bom Pastor e serva de Deus é mulher virtuosa Não é rancorosa; é abençoada; é mensageira Da Sua Palavra de restauração e de salvação da alma Do homem perdido; da humanidade, que anda nas trevas Que está distante da Sua palavra da libertação Ela ilumina todo ambiente; pensa somente em servir a Jesus Sempre está mui protegida pela sombra da Sua cruz Porque tem o cheiro de Cristo; seu pé não vacila com facilidade A sua vida está calcada na sua verdade que está contida na Bíblia Sagrada Porque nunca sai da sua estrada cheia de luz Faz Sua vontade, cumpre Suas leis, Seus mandamentos Só pensa nEle e seus momentos são maravilhosos Ela cura doentes; expulsa demônios em Seu Santo Nome É delicada; é paciente; não é rixosa Não fica parada na janela do seu coração vendo a humanidade passar Sem dela ouvir a exclamação: “venham todos os que estão cansados E oprimidos que eu os aliviarei”. Um novo dia: uma alegria inesgotável Venham todos beber da Fonte de Cristo Que salva o homem que é pecador, tão miserável e desiludido Que não conhece o abraço de Cristo cheio de amor Sim, ela é a vara da Sua videira e pescadora de almas Que está levando a bandeira do Cristianismo E busca tirar do fundo do lodaçal do pecado o pecador E fica dizendo: fora de Cristo não há salvação Buscai ao Senhor enquanto O podes achar. Invocai-O enquanto está perto: crê no Senhor e serás salvo tu e tua casa, e se o Filho te libertar, realmente estarás livre Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna. A mulher do Bom Pastor pertence a Igreja de Cristo e vai subir com ela para o céu Onde estará tal mulher de Deus?
partir de Adonias, os reis e candidatos a rei eram identificados pelo nome da própria mãe. “Ora, Adonias, cuja mãe se chamava Hagite, tomou a dianteira e disse ‘eu serei o rei’” (I Rs 1.5). Uma das formas de ganhar prestígio junto ao marido era dar-lhe um ou mais filhos bem preparados para a sucessão paterna. Esta tradição ficou bem delineada já a partir de Sara. Preocupada com sua infertilidade, resolveu o problema à sua maneira e usou Hagar, sua serva, para gerar um filho de Abraão. Daí em diante, de uma forma ou de
outra, mulheres usaram sua capacidade de procriar para manter posição de destaque para elas e seus filhos. Dentre as várias lições que aprendemos desse aspecto da história, fica evidente o significado da influência materna sobre o papel desempenhado pelos filhos, líderes ou não. O impacto da mãe sobre os filhos é biológico e, também, relacional, emocional, sociológico e espiritual. Ao gerar um novo ser humano, a mulher funciona como cocriadora, cumprindo o desígnio incompreensível do próprio Criador. Há mães que fazem bem e há mães que fazem mal. O clímax da genealogia de Jesus aponta para “Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo” (Mt 1.16). Mulheres que fazem o bem são aquelas cuja obediência a Deus aponta para o Cristo.
com casamentos desajustados e reproduzem conceitos distorcidos sobre família. Há algumas décadas, o projeto das pessoas era constituir família. Para o homem e a mulher, o desejo era se casar e ter filhos com a mulher de sua vida e, a partir do casamento, encontrar a felicidade e conquistar os seus sonhos e planos. A família era a base das pessoas para que pudessem ser felizes e bem-sucedidas. Hoje, esses valores estão sendo deturpados, as propostas de sucesso e felicidade não precisam necessariamente
da base familiar. As pessoas negam o conceito de constituir família. Elas querem estabilidade financeira, sucesso profissional, sucesso acadêmico (carreira) e, se der tempo, pensarão na família. Na realidade, essas e tantas outras coisas não satisfazem o nosso vazio interior. Para sermos felizes e nos completarmos, precisamos constituir família. Lute por sua família, pois o sucesso pessoal e a felicidade dependem dela. Lutemos, pois, pela família tradicional, o tipo de família que Deus criou e idealizou.
“Então, Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinqüenta homens, que corressem adiante dele.” (I Rs 1.5)
A
Família tradicional Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB
F
amília é projeto de Deus. Ele mesmo disse: “Não é bom que o homem viva só” (Gn 2.18a). Nós somos seres sociais e relacionais. Deus nos criou para os relacionamentos. Uma postura individualista é uma afronta a Deus, ainda mais no seio familiar. Família sugere interação pessoal e relacionamentos. Na família não cabe o “eu” e, sim, o “nós”. O Senhor quem instituiu a família, é nela que somos amados e aprende-
mos a praticar o amor e o serviço. É na família o lugar onde somos acolhidos, nutrimos afeto, amor, e força para superar as dificuldades do dia a dia. A família é a nossa primeira relação de comunidade, onde precisamos interagir com os pais e irmãos e, assim, aprendemos a nos relacionarmos. A família constituída por Deus é: pai + mãe = filhos, e assim vem os tios, avós e demais ramificações. Mas esse padrão tem sido condenado e atacado nos nossos dias. Há muitas pressões sobre a instituição “família”.
A mídia, as universidades e o próprio Estado têm tentado disseminar as novas estruturações familiares, e querem que a população ache normal. Hoje se fala em novos arranjos familiares, onde o conceito de família é relacionado a uma relação homoafetiva, que os filhos não precisam ter necessariamente uma referencial de pai e mãe, podem ter dois pais ou duas mães. Os novos arranjos familiares desprezam a Bíblia e seus ensinos. As novas famílias já sofrem com as novas propostas de sexualidade. As famílias já sofrem
o jornal batista – domingo, 19/06/16
reflexão
DIFICULDADES BÍBLICAS
Ebenézer Soares Ferreira
Diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói – RJ
E OUTROS ASSUNTOS
P
5
“Véu por causa dos anjos”
aulo escreveu: “Portanto, deve a mulher, por causa dos anjos, trazer véu na cabeça, como sinal de autoridade.” (I Co 11.10) O apóstolo diz que é impróprio para a mulher estar com a cabeça descoberta durante os atos do culto. Já o homem que no culto público tivesse a cabeça coberta injuriaria a si próprio. Seria um rebaixamento de sua dignidade.
Na Grécia, só os escravos andavam com a cabeça coberta. Em todo o Oriente, as mulheres, em público, sempre se apresentavam com um véu, exceto as de vida fácil, conforme observa Filion. O historiador Tácito narra que, entre os germanos, cortavam os cabelos dos adúlteros. Era infamante para a mulher tosquiar-se ou raspar a cabeça, de acordo com Isaías 3.17-24. As mulheres que eram apanhadas em
adultério, se fazia isso, como relata Números 5.18. O véu simboliza o poder do homem sobre a mulher. Daí o apóstolo usar uma metonímia, isto é, ao sinal é dado nome da coisa significada. Mas por que véu por causa dos anjos? Alguns acham que Paulo alude a anjos maus, pois, de acordo com a crença popular, eles tentavam as mulheres à luxúria e ao sensualismo.
Já o célebre Bossuet é de opinião que o véu era um resquício do fetichismo. Seria um amuleto para proteger a mulher dos anjos que se fazem presentes ao culto. Alguns aceitam que anjos aqui seja referência aos esposos não crentes que vindo à Igreja se escandalizavam por ver as mulheres desveladas no culto público. Preferimos adotar a opinião do doutor Robertson, que assim escreve: “Os anjos
presentes ao culto se escandalizavam com a conduta das mulheres, desde que os próprios anjos têm suas faces veladas perante Jeová” (Is 6.2). Crisóstomo faz Paulo assim dizer: “Se não tens (falando às mulheres de Corinto, onde só as prostitutas usavam cabelos cortados) em consideração o homem, presta reverência aos anjos, porque é grata aos anjos a significação pia e consagrada”.
Fidelidade Edvar Gimenes de Oliveira, pastor da Igreja Batista da Graça, presidente da Convenção Batista Baiana “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” (II Tm 2.13)
F
idelidade é uma atitude que, como todas as atitudes, se constrói em nosso ser desde o ventre de nossas mães. Antes mesmo de se ter consciência do fato ou dominar a linguagem que a expresse, houve uma vivência sentida em nosso ser através da relação mãe-filho e, na sequência, pai-filho, filho-irmãos, filhoamigos, filho-instituições, e assim por diante. Ainda nem éramos capazes de pensar quando nosso corpo pedia algo e era atendido. Nosso corpo sentia uma ne-
cessidade, manifestava-se e era suprido. Nem tínhamos consciência da fonte que atendia os nossos desejos, mas, sempre que reclamávamos, de algum “lugar” a resposta chegava. Assim, fomos descobrindo que havia algo ou alguém atento à nossa vida. Na medida em que nossos órgãos do sentido – tato, paladar, olfato, audição e visão – se desenvolviam, o ser que respondia às nossas necessidades delineava-se em nossas mentes e, com ele, as comunicações se aperfeiçoavam, incluindo nessas, além da comunicação corporal, a linguagem oral e, sucessivamente, outras formas de comunicação. Assim, antes mesmo de conhecermos a palavra fidelidade, já se gravava em nosso ser que havia uma fonte que,
na hora certa, respondia aos nossos anseios; alguém que cumpria o que era prometido em nosso relacionamento. Essa fonte era, depois saberíamos, fiel. Fidelidade é a qualidade de uma pessoa que cumpre seus compromissos e se desenvolve em nós através de três maneiras: a experiência, o exemplo e os discursos. Por experiência, refiro-me ao ocorrido na narrativa acima. O próprio ser humano, na medida em que desenvolve a capacidade de abstração, torna-se capaz de relacionar o que viveu desde o ventre da mãe com o significado da palavra fiel. Isso aponta para nós o caminho mais eficaz para o desenvolvimento dessa atitude em nossos filhos: ser fiel. O segundo caminho, intrinsecamente ligado à experiência, é o do exemplo.
Trata-se das percepções que temos de que as pessoas que nos cercam agem de maneira fiel nos relacionamentos que estabelecem umas com as outras; que elas cumprem o que prometem nas diversas circunstâncias da vida; que cumprir o que se promete é algo que faz bem a todos. A terceira forma, o discurso, tem a ver com o uso da palavra para clarear o conceito fidelidade, exemplificar e demonstrar os benefícios que advém do seu uso e os prejuízos sofridos por quem não o leva a sério e pelos que o cercam. Embora seja eficaz àqueles que já desenvolveram a capacidade de abstração, o discurso não produz o mesmo resultado que o exemplo e a experiência. Talvez, porque o discurso seja capaz de nos fazer pensar, mas não agir. A
ação depende dos sentimentos que envolvem nosso ser diante da realidade descrita. A Bíblia nos ensina que fidelidade é fruto do Espírito Santo de Deus. Uma pessoa infiel, portanto, seria alguém que não foi tocado por Deus no mais íntimo do seu ser. Quando a alma é tocada pelo Espírito de Deus, Espírito de Jesus, Espírito Santo, como preferirem, nosso ser reage produzindo, dentre outras atitudes, a fidelidade. Essa atitude de fidelidade nos acompanha por toda a vida, em todas as circunstâncias e torna-se nossa reação natural. Ela passa a fazer parte de nossa natureza. Ela não se deixa condicionar pela infidelidade alheia. Por isso, Deus é fiel, mesmo quando somos infiéis. É a natureza dele. E a nossa, é semelhante à dEle?
6 vida em família
o jornal batista – domingo, 19/06/16
reflexão
Gilson e Elizabete Bifano
F
Família e as redes sociais
acebook, WhatsApp, blogs, Instagram, Twitter, YouTube, Flickr, Badoo, Google+, Linkedin e tantos outros nomes que a gente não sabe que existe. Antigamente, só tinha o Orkut. Quem se lembra dele? Era uma novidade. Pois bem, como podemos conviver com as redes sociais? Até que ponto as redes sociais podem beneficiar e atrapalhar os relacionamentos familiares? Como podemos usar as redes sociais ao nosso favor, isto é, para fortalecer as famílias? Já em convívio com as redes sociais e ao observar muitos comportamentos, atrevome a pontuar alguns conselhos para que as redes sociais contribuiram para o fortalecimento das famílias. 1 – Cuidado com as fotos nas redes sociais. Tenho visto muitas pessoas expondo fotos, especialmente de crianças nas redes sociais. As imagens postadas nas redes correm o mundo e podem ser usadas para fins perniciosos. Portanto, muito cuidado com as fotos que você posta nas redes, especialmente aquelas que podem ser usadas por pedófilos. 2 – Não discuta assuntos familiares nas redes sociais. Redes sociais são para falar de coisas amenas. Os temas mais delicados devem ser conversados pessoalmente. Tenho visto muitas famílias em verdadeiro “pé de guerra” por opiniões postadas no WhatsApp, especialmente. Tenho visto pais e filhos travarem uma verdadeira briga nas páginas do Facebook. Isso em nada edifica a família. 3 – Use as redes sociais para aproximar os distantes, mas sem se esquecer daqueles que estão próximos. Alguém já disse que as redes sociais aproximam os distantes, mas afastam aqueles que estão próximos. É verdade! Quantas vezes estamos “con-
versando” com um parente que está em um outro continente, mas esquecemos de dirigir uma palavra para o parente que está ao nosso lado? Já vi casais e famílias inteiras em restaurantes onde todos os membros estavam conectados ao WhatsApp e nenhuma voz se ouvia. 4 – Subjugue os celulares. Todas as mídias sociais estão nos celulares, através dos aplicativos. Conheço um chefe de família que instituiu a “caixinha dos celulares”. O que é isto? A caixinha dos celulares nada mais é que uma caixa de sapato onde são colocados os aparelhos dos membros da família quando estes chegam para o almoço da família. Não é uma boa prática? 5 – Use as redes sociais para a edificação da família. Muita imoralidade, pornografia, fofocas e maledicências são veiculadas nas redes sociais. Procure filtrar o que você recebe. Não passe apressadamente um texto sem antes verificar sua procedência e veracidade. Não permita que sua família seja uma propagadora de imoralidade, mentiras e boatos. Use as redes sociais para promover a paz, a edificação mútua compartilhando mensagens inspirativas e abençoadoras. Tenho visto muita coisa boa nas redes sociais, como orações, mensagens de textos edificantes e orações. 6 – Não permita que as redes sociais roubem o seu tempo.Com o advento das redes sociais, muito tempo é dedicado digitando, assistindo a vídeos. Vigie para que as redes não roubem seu tempo da leitura de bons livros, especialmente da Bíblia, a Palavra de Deus. Gilson Bifano Preletor, conferencista e coach na área de família e casamento. www.ministeriooikos.org.br
WhatsApp Tarcísio Farias Guimarães, pastor da Primeira Igreja Batista em Divinópolis MG
D
ecidi não instalar em meu telefone celular o aplicativo mais popular de todos os tempos: o WhatsApp. Não que eu o considere inútil, apenas entendi que o estilo de vida escolhido por mim é incompatível com as expectativas que os usuários do WhatsApp normalmente têm. E muita gente que o utiliza está morrendo de vontade de viver como eu vivo! Tenho perfil em uma outra rede social (Decidi manter apenas um canal de comunicação nessa modalidade), leio e-mail’s regularmente e acesso à internet sempre que preciso. Mas, ainda assim, tenho sido convidado por muitas pessoas a aderir ao mundo dos “Whats”. Uns querem falar comigo instantaneamente, outros querem me enviar os memes mais engraçados do momento, outros não pensam e, por isso, me veem como um ser ultrapassado e desconectado do mundo virtual. O WhatsApp poderia ser tão somente um meio rápido, barato e objetivo de comunicação entre pessoas e instituições, mas tornou-se o vício de muita gente. E todo vício é perigoso, porque
escraviza e não respeita o andamento normal da vida que o viciado deveria ter. Por isso, sugiro a você que pense um pouco mais antes de concluir que não há vida fora do WhatsApp e, se você está dependente deste aplicativo para se organizar, revise seu estilo de vida. Não seja mais um dependente digital, transtorno que já preocupa a comunidade médica nestes dias de submissão indiscriminada às “maravilhas” da tecnologia. Conheço gestores insatisfeitos com a insistente “olhadinha” no WhatsApp de colaboradores das suas empresas em horário de trabalho. Casais que já não mais conversam em paz porque as conversas do WhatsApp não podem esperar um pouco. Filhos que gostariam de rir e brincar com seus pais, mas apenas são expectadores das risadinhas de seus pais conectados às piadinhas dos grupos de WhatsApp. E o que dizer dos grupos que conversam superficialidades o tempo todo e cobram participação de todos os agrupados? E aquele outro grupo, onde as pessoas se agridem e resolvem suas diferenças na “presença” de muita gente que se quer conhece os fatos mencionados? E a resposta que tem que ser dada logo, se possível para ontem? Há quem envie “Whats” en-
quanto dirige, almoça, estuda, toma banho, participa do culto na Igreja e, pasmem, quando dorme! Parafraseando o texto bíblico, “Se o WhatsApp te faz tropeçar, desinstale-o e lança-o fora de ti; melhor é viver em paz e sem WhatsApp do que viver atribulado e conectado ao aplicativo”. Ou você acredita mesmo que vale a pena passar o dia inteiro olhando os grupos do WhatsApp, em busca de uma novidade ou de uma resposta que foi esquecida, enquanto aquilo que há de mais importante na vida é deixado para qualquer outro dia? Está claro que existem pessoas moderadas na utilização dos recursos digitais e que jamais se deixarão transtornar por aquilo que deveria facilitar a vida. Estes devem ser imitados. Pare e pense na qualidade dos seus relacionamentos reais, o que envolve tempo de qualidade para si mesmo, para aqueles que te cercam e para o seu Deus. E não hesite em abandonar o WhatsApp se ele te tem feito abandonar a vida abundante que você recebeu de Cristo. Ah! Leia mais a sabedoria eterna da Bíblia do que a sabedoria passageira do grupo de WhatsApp. Você estará a um passo de avaliar crítica e corajosamente a cultura contemporânea.
o jornal batista – domingo, 19/06/16
missões nacionais
Lar Batista F. F. Soren comemora 74 anos de apoio e proteção às crianças tocantinenses
A
festa do Lar Batista F.F. Soren, no sábado, dia 21 de maio, foi grandiosa! Quase 4 mil pessoas estiveram presentes no aniversário de 74 anos do Lar. A programação teve início às 17h e seguiu até às 24h, na sede da Instituição, em Porto Nacional - TO. O evento contou com um festival gastronômico, uma feira de artesanatos, atividades para crianças, além de um estande de Missões Nacionais. Toda a renda da festa foi revertida para a melhoria da infraestrutura do Lar Batista. O prefeito de Porto Nacional, doutor Otoniel Andrade, também esteve presente à festa do Lar. No final de semana seguinte, no domingo, dia 29 de maio, o pastor Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais, visitou
7
Milagre
Crianças brincam durante a Festa
o Lar Batista F. F. Soren, e muito se alegrou com a Obra do Senhor naquele lugar. Ele agradeceu aos Batistas brasileiros o apoio ao Lar. “Como é bom ver tantas crianças sendo abençoadas aqui. Crianças que não tinham esperança, que não tinham oportunidade, mas aqui encontraram paz, amor e a esperança de uma vida melhor. Tudo isso é possível porque você ama
missões e investe nessa obra. Juntos vamos mudar a história deste país!”, declarou o pastor. Os preparativos para o evento do ano que vem já começaram! Seja você também parceiro de Missões Nacionais nessa obra e transforme o futuro de uma criança. Acesse o nosso site e conheça mais dos nossos projetos: www. missoesnacionais.com.br
Visitantes se divertem durante a programação
Geisa com o marido no momento do casamento
O
pastor Humberto Machado, coordenador da Cristolândia São Paulo, fez um relato emocionado, sobre a primeira pessoa que ele conseguiu tirar das ruas. “Desde que iniciei o Projeto Cristolândia, sempre tive uma dívida de gratidão a uma garota que lutou muito para ficar firme e, graças a sua coragem de prosseguir, deu abertura para que as pessoas acreditassem nesse projeto de Deus. A Geisa foi a primeira que tirei das ruas, ela me deu muito, muito trabalho, mas sempre foi muito firme, fiel e sincera. Ela, de
fato, é minha filha, filha de todo povo de Deus. Ela se casou, mas não deu certo, o rapaz caiu, furtou, aprontou bastante e ela não se deixou levar, no entanto, ficou firme e ajudamos a reconstruir sua vida. Tempos depois ela se apaixonou de verdade, percebi como o amor faz bem e fez bem à sua vida. Teve uma filhinha, a pequena Soraia e, hoje, para Glória de Deus, casou dando um novo passo em sua vida. Sei que você faz parte dessa história tanto quanto eu, por esse motivo queremos glorificar ao Bondoso Deus por mais essa benção. Obrigado por acreditar. Deus te abençoe”!
8
o jornal batista – domingo, 19/06/16
notĂcias do brasil batista
notícias do brasil batista
DEPOIMENTOS
NOTA
o jornal batista – domingo, 19/06/16
9
10
o jornal batista – domingo, 19/06/16
o jornal batista – domingo, 19/06/16
missões mundiais
11
Dia Mundial do Refugiado Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais
lho enquanto estas crianças brincam”, explica o pastor. A ideia é produzir entretenimento, mas com o propósito de levar a Mensagem de Cristo. Você pode participar adotando uma destas “Casas de Brincar”. Leve esperança. Entre em contato com a JMM.
F
oi no ano 2000 que a ONU instituiu a data de 20 de junho como o Dia Mundial do Refugiado, com o objetivo de consciencializar autoridades e a população em geral para o grave problema de pessoas que são forçadas a deixar seu próprio país. Estima-se que existam mais de 45 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo que foram forçadas a encontrar um novo local para viver devido à perseguição que passaram a sofrer em seu país de origem. Muitas delas tinham famílias estruturadas, bom emprego, formação acadêmica, mas, por conta de conflitos, guerras, ameaças terroristas e outras formas de perseguição, tiveram que sair de onde viviam. As regiões com maior número de refugiados são o Oriente Médio, Sudeste da Ásia, a África Oriental e o Chifre da África. Segundo o Parlamento Europeu, os países que mais oferecem proteção a refugiados na Europa são Suécia, Alemanha, França, Itália e Reino Unido. Missões Mundiais oferece aos cristãos brasileiros uma base para a construção de uma operação de ajuda aos refugiados, no Brasil e no exterior, por meio de cerca de 130 projetos divididos nas áreas de saúde, evangelismo, esporte, educação, humanitários emergenciais, plantação de Igrejas e formação de líderes. Estamos atentos e preocupados com a movimentação de refugiados que saem principalmente do Norte da África e também do Oriente Médio e se deslocam para a Europa. O objetivo da maioria destes refugiados é chegar até a Alemanha. Com isso, eles têm passado por momentos muito difíceis na travessia do mar. Vários barcos já naufragaram, deixando muitas vítimas. Segundo o pastor Paulo Pagaciov, coordenador de Missões Mundiais para a Europa, a JMM tem se empenhado para assistir essas pessoas que são obrigadas a fugir de seu país, mas o acesso a elas não é muito simples.
Este é um dos campos de refugiados visitados recentemente pelo diretor executivo de Missões Mundiais, Pastor João Marcos Barreto Soares
O esporte tem sido uma importante ferramenta do trabalho de Missões Mundiais junto a crianças refugiadas no Oriente Médio
“Infelizmente, ajudá-las é bem complicado. Não é como encher um caminhão de donativos e levar a uma população de desabrigados aqui no Brasil. Para protegê-los contra o tráfico humano, a União Europeia toma várias medidas de segurança. O acesso a eles é bem complicado. Existem leis rígidas, há necessidade de credenciamento para se envolver de maneira legal e prestar ajuda humanitária aos refugiados”, conta Pagaciov. Uma destas regras diz respeito ao proselitismo. Quem for pego falando sobre religião a um refugiado terá sérios problemas. Dentro dessas limitações, um de nossos missionários tem saído de seu campo frequentemente para levar ajuda a refugiados em uma estação de trem em Belgrado, na Sérvia. Ele se integrou a voluntários de várias organizações para distribuir água e alimentos aos refugiados que chegavam de trem. E aproveitava para abraçá-los, testemunhando com ações o Amor de Cristo.
“Como nesta estação de trem não havia muita vigilância, nosso missionário e outros voluntários conseguiram distribuir cerca de cinco mil exemplares do Novo Testamento por semana no idioma deles”, diz o coordenador. Geralmente, ainda no trem, os refugiados, a maioria fugidos de guerras, imaginam que serão recebidos a tiro e, quando chegam a este destino, se deparam com abraços, palavras de boas-vindas, alimento e uma Bíblia. Geração perdida Em uma guerra como a da Síria, as maiores vítimas são as crianças, impedidas de ir à escola ou brincar. Elas são forçadas a trabalhar ou, até mesmo, lutar neste conflito. Uma a cada três crianças sírias nasceu em uma zona de guerra, sacrificando cada aspecto de suas infâncias. Até mesmo as que moram em campos de refugiados, com acesso à escola e próximas ao que restou de suas famílias, apresentam ou ainda apresentarão distúrbios. A Organização das Nações Unidas
chama estas crianças de geração perdida. São crianças traumatizadas pela guerra e com dificuldades de adaptação a uma vida normal. Não podemos deixar que esta geração continue perdida, sem conhecer o Amor de Cristo. Em recente viagem a um campo de refugiados no Oriente Médio, o pastor João Marcos Barreto Soares, diretor executivo da Junta de Missões Mundiais, ficou sensibilizado com a situação destas crianças e decidiu tomar uma atitude que requer apoio daqueles que são comprometidos em levar esperança ao mundo. “Uma das coisas mais marcantes em um acampamento de refugiados é o grande número de crianças. São meninos e meninas que não têm o que fazer, que ficam vagueando em busca de algo para brincar. Às vezes, apenas uma pequena bola já lhes traz alegria. Mas nós temos uma proposta para alcançar estas crianças. Queremos fazer casas de brincar, lugares onde haja brinquedos e instrutores nossos, pessoas que falarão do Evange-
Capacitação das Igrejas brasileiras O Brasil também é um país que está na rota dos refugiados. Hoje, o país tem um total de 6.492 refugiados de mais de 80 nacionalidades diferentes e outras 556 pessoas reassentadas, segundo último levantamento do Ministério da Justiça. Sírios e angolanos são os que mais entraram no país. Eles chegam ao Brasil sem documentos, sem trabalho e sem um lugar para morar. Sua Igreja pode ajudá-las a viver em nosso país de forma legalizada. E para capacitá-la, este ano a JMM passou a promover o Movi.Mente, que conta com a presença de missionários experientes na evangelização do mundo muçulmano. Queremos que sua Igreja esteja pronta a falar de Cristo aos refugiados, a maioria muçulmanos e que, por isso, requerem uma forma contextualizada de evangelização. Se a sua Igreja deseja receber um Movi.mente, escreva para: promocao@jmm.org.br. Mas se o seu chamado é para seguir a um campo de refugiados como voluntários, oportunidades não faltam. Precisamos, principalmente, de profissionais da área de saúde. No entanto, todos são bem-vindos e podem apoiar o nosso trabalho. Escreva para voluntarios@jmm.org. br e saiba como embarcar nesta viagem missionária. Você pode ainda ofertar para este trabalho. Faça sua oferta individualmente ou em grupo. Entre em contato com a central de atendimento JMM: 2122-1900 (cidades com DDD 21) ou 0800 709 1900 (demais localidades). WhatsApp: (21) 98216-7960. mail:centraldeatendimento@ jmm.org.br ou acesse o site: www.missoesmundiais.com. br/relacionamento e adote o Projeto Voluntários/Refugiados.
12
o jornal batista – domingo, 19/06/16
notícias do brasil batista
Gabriela, uma promotora artística de coração
F
oi durante a Assembleia anual da Associação Centro da Capital em São Paulo, que conheci a Gabriela, serva do Senhor e apaixonada por ministério artístico. Foi uma das participantes do Workshop de artes, promovido pelo nosso departamento de Arte e Cultura da mesma Associação. Digo sempre que sou muito orgulhoso do crescimento da Gabi, nas questões do bom uso e da promoção da arte no contexto ministerial. Vamos conhecer mais da Gabi? 1- Gabriela, nos fale um pouco sobre você: Bom, vamos lá. Meu nome é Gabriela Romboli Ramires dos Santos, tenho 31 anos, sou evangélica desde sempre. Meus pais eram missionários também e, por conta disso, viajamos quase todo o país durante a minha infância para passar a Mensagem de Cristo. Meu pai é pastor na Assembleia de Deus e cresci nessa Igreja até os meus 17anos, quando fui para a Batista e lá conheci o Aroldo, meu esposo, e permaneci na denominação desde então. Entendo que meu dom é de servir, então, sempre fui muito ativa na Igreja, participando de grupos de louvor, dança, teatro, EBD, som, multimídia e sempre fui fascinada pelas artes, independente de qual, tanto que me formei em moda e trabalhei por quase dez anos na área como estilista. Só deixei a área para viver uma nova fase em minha vida, a de ser mãe. 2- Como nasceu o seu amor pela arte? Não sei dizer um momento específico, porque acredito que foi algo que sempre esteve comigo. Sempre tive fascinação pela dança quando pequena e, na minha adolescência, pelos desenhos. Lembro-me de passar as tardes trancada no meu quarto desenhando e escrevendo histórias para os desenhos
duzir esse ministério, além de buscar a capacitação para me desenvolver mais e aplicar no crescimento do ministério que sirvo. Durante esses dois anos participei de curso de teatro e entrei no curso de Ministro de louvor e artes da Faculdade Teológica de São Paulo. Participei de inúmeros workshops de dança, teatro, teatro musical, liderança em artes e pretendo continuar me capacitando para oferecer o melhor para Deus, para a Igreja local e para o Reino.
que fazia e, sempre que percebia, estava viajando no mundo da imaginação! Até pouco tempo atrás ainda tinha as caixas das minhas revistas de desenhos e as pastas com as histórias e os desenhos que fazia.
tudo acontece no tempo determinado por Deus, mas sempre me pego pensando o que teria acontecido se durante essas dúvidas e crises alguém tivesse me orientado e onde estaria hoje com essa orientação. Por conta de tudo isso busco, através do Congresso de Artes, trazer luz a essas questões, para as pessoas e para as Igrejas. Ainda precisamos fazer muito para melhorar a situação das nossas Igrejas quanto ao campo das artes e, para isso, precisamos capacitar e auxiliar as pessoas no entendimento da aplicação dos seus dons e talentos no Reino de Cristo.
3 – Fale-me sobre o seu encontro com Jesus: Foi um processo que demorou anos, mas o momento que se iniciou esse processo foi em um culto de adolescentes na Assembleia de Deus do Belém. Todo sábado, antes do ensaio do coral de adolescentes, tínhamos um culto e, naquele em questão, senti o tocar verdadeiro de Deus em meu 5 - O que teremos no secoração, aceitando-O ver- gundo Congresso de Artes? No ano passado, quis dedadeiramente como único e verdadeiro Salvador. Tinha senvolver a nossa vocação 11 anos nessa época. ao ide que Cristo nos deu, capacitar pessoas à levar essa 4- Por que a realização do mensagem através da arte que possui. Este ano quero Congresso de Artes? Du r an te a minha ado - refletir sobre a nossa adoralescência e juventude tive ção. Muitas vezes nos pegamuitas dúvidas, por muitas mos fazendo as coisas para vezes tive crises porque não Deus no ‘piloto automático’ e tinha ninguém para me orien- nos esquecemos que a adoratar sobre em qual ministério ção é um estilo de vida, não seguir e qual era o meu papel algo apenas naquele momenna Igreja, pois não entendia to de apresentação de dança o fato de querer e amar fazer ou no cantar de uma música. tantas coisas relacionadas a Quando li o livro “O coração arte na Igreja. Entendo que do artista”, de Rory Noland,
percebi o quanto precisamos mudar nesse sentido. Quantas questões de caráter cristão que deixamos de lado apenas para realizar algo, e isso precisa ser mudado com urgência. Precisamos adorar a Deus verdadeiramente e, para isso, requer mudanças em nosso interior, mudanças verdadeiras e permanentes. Esse é o intuito desse segundo Congresso. Minha oração é que no final do dia nós tenhamos uma nova visão sobre o artista de Cristo e a nossa verdadeira adoração a Ele. 6 - Como Deus tocou em seu coração para seguir essa vocação artística de forma ministerial? Um marco para mim foi a Assembléia anual da Associação Centro, onde você palestrou. Naquele ano, estava como líder do grupo de teatro e passava por um momento de buscar a Deus para ser aquilo que Ele queria que eu fosse, e sua palestra sobre arte foi decisiva para mim. Entendi o lugar onde Deus me queria e me candidatei à vaga para o ministério de artes da minha Igreja, onde conduzo até hoje, e a viver integralmente para o ministério. Deixei meu emprego para ser voluntária e con-
7 - Deixe uma mensagem aos nossos irmãos amantes das artes: Meus amados irmãos em Cristo, sei que minha trajetória não foi muito diferente da de vocês, nós, artistas, muitas vezes com a nossa sensibilidade temos dificuldades na igreja e para entender o direcionamento de Deus para nós, mas sei que com a nossa busca nEle para sermos aquilo que Ele quer que sejamos teremos a transformação necessária em nossas mentes e em nossos corações para sermos artistas verdadeiramente adoradores. Precisamos buscar capacitação, igualmente na técnica e na espiritualidade. E, acima de tudo, com a consciência da verdadeira mordomia. Somos artistas servos, líderes servos! Que possamos colocar isso em prática para a honra e glória de Cristo e que através de nossas vidas Ele seja louvado! Um beijo para todos. 8. Quais são os seus contatos? Gabriela Romboli: (11) - 9 8931-4737 // (11) 3221-0200 Faça como a Gabriela, promova um congresso de artes na sua região e ajude os nossos artistas a terem um coração voltado 100% para a Glória de Deus. Roberto Maranhão, Arte e Cultura- CBB/ Centro da Capital marapuppet@hotmail.com WhatsApp: 11 949607808
o jornal batista – domingo, 19/06/16
notícias do brasil batista
13
Notícias do DENAER PIB do Rio de Janeiro celebra os 100 anos da UMHBB Igor Andrade
N
o dia 04 de ju nho de 1916, na P rimei ra Ig reja Batista do Rio de Janeiro, foi criada a primeira organização masculina Batista do Brasil. Após isso, muitos grupos de homens funcionaram em várias Igrejas com diversos nomes, como União de Homens, So cie da de Co op e ra do ra de Homens, Departamento Masculino de Evangelização, até que, em 23 de
janeiro de 1978, na 60 ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), na cidade do Recife - PE, foi criada a União Masculina Missionária Batista do Brasil. Haverá diversos cultos de gratidão a Deus por essa data por todo território nacional, entre os quais destaca-se o evento organizado pela União Missionária de Homens Batistas Cariocas, na PIB do Rio de Janeiro, local onde tudo começou. Ao longo desses 100 anos, inúmeras realizações e vi-
tórias foram obtidas pelos homens Batistas de todas as idades, sejam eles meninos, jovens ou adultos. Pode -se destacar, neste ano, além do Acampamento Nacional de Verão de Embaixadores do Rei no mês de janeiro, a participação de um grande grupo de Conselheiros de Embaixadores do Rei e Homens Batistas, na 96ª Assembleia da CBB, na cidade de Santos-SP, defendendo importantes interesses da organização Embaixadores do Rei.
É com muit a aleg ria, também, que vemos outras atividades da organização Embaixadores do Rei acontecendo “a todo vapor” pelo Brasil. Po demos citar como exemplo o p e río do comp re endido entre os dias 26 e 29 de maio, no qual ocorreram, concomitantemente, o Congresso de Embaixadores do Rei Fluminenses ( CO N ER F ), na ci d a d e de Duque de Ca xia s - RJ; o Enco nt ro Re gio nal d e Embaixado res do Rei da
região Nordeste (ERER-NE); e o Encontro Regional de Embaixado res do Rei da região Norte (ERER-N). Isso mostra a força e a capilaridade de nossa organização em todo território nacional. É notória a busca constante por aperfeiçoamento e melhorias para a UMHBB, sempre tendo como objetivo final o desenvolvimento moral e espiritual dos Embaixadores do Rei, dos jovens do Grupo de Ação Missionária e dos varões de nossa Sociedade de Homens Batistas.
Encontro Regional de Embaixadores do Rei da região Norte é realizado em Boa Vista – RR
Nilson Andrade, conselheiro dos Embaixadores do Rei
O
Encontro Regional de Embaixadores do Rei da região Norte (ERER) foi realizado em Boa Vista – RR, entre os dias 26 e 29 de maio. A embaixada hospedeira foi “Diácono José Claudino”, da Igreja Batista da Liberdade. Contamos com quatro Embaixadas de Manaus - AM e a única que existe em Boa Vista – RR, a já mencionada. Uma vez embaixador! Sempre embaixador do Rei!
14
o jornal batista – domingo, 19/06/16
ponto de vista
Departamento de Ação Social da CBB
Por uma Igreja viva Graziela Gomes, relatora do ministério de Proclamação da Igreja Batista do Leme RJ
D
entre as mais distintas uniões está o encont ro da natureza revelada com a criatura que se revela. Do céu azul ao mar sem fim, há junções que em seu cenário não se explicam, se sentem. A união do Espírito de Deus com o nosso é talvez passível de ser sentida, mas não de ser vista. A união da Igreja é milagre de Deus. Dentre tudo o que havia, Jesus estabeleceu um fim e um novo começo. Jesus reina no céu e no corpo da Igreja viva e relevante. Corpo que se une ao seu Espirito e marcha sobre a terra, braço que se levanta, pés que correm para anunciar o Evangelho, escudo movido pela fé, espada que, prontamente guerreia, capacitação da salvação e no coração, vida de Deus. A relevância do corpo é notada quando a união com Cristo faz a vida correr por cada parte de seu membro. É o Poder de Deus habitando no corpo. O poder de Deus habitando não com os fortes, mas, sim, com os frágeis, contritos e humildes de coração. Dentre tantos fracos, muitos foram levantados e escolhidos para cumprir grandes obras de restauração, no passado e atualmente. Dentre tantos fracos em nossa sociedade, Deus escolheu o corpo mais frágil para realizar o seu poder. Este corpo se chama Igreja Batista do Leme – RJ. Localizada na Ladeira Ary Barroso, no bairro do Leme, no Rio de Janeiro, a Igreja que fica entre Chapéu Mangueira e Babilônia, se constitui hoje como um corpo adornado dos mais diferentes membros e atua com relevância nas duas comunidades e para além delas. O estado do Rio de Janeiro é caraterizado pelo alto número de comunidades, que aparecem em seu cenário unidas às ruas mais nobres da cidade, propiciando a ponte entre as classes mais pobres e ricas ou reforçando a exclusão e separação dos grupos
sociais. Em meio as especificidades da região e do bairro onde está localizada, a Igreja há 24 anos tem trabalhado pela expansão da obra nas contribuições mais imediatas dos moradores da comunidade, por meio da abertura de suas portas de forma contínua e ininterrupta durante a semana para o atendimento social de todos aqueles que necessitam. Dentre as frentes sociais estabelecidas para o cumprimento da missão, estão: o espaço educacional, que atualmente atende as crianças da comunidade durante período integral, com atividades subdividas para os turnos da manhã e da tarde; o projeto Pão da Vida, que rompe as fronteiras mais próximas de nossa Igreja, promovendo o dinamismo e mobilidade da membresia para além da atuação na comunidade, sendo assim caracterizado por uma abordagem evangelística que se distancia de uma concepção assistencialista, para alcançar a população de rua do bairro e arredores, como por exemplo, o Centro da cidade, a cracolândia do Jacarezinho e a Quinta da Boa Vista (onde abordamos travestis em situação de prostituição) oferecendo o alimento físico (sopa e pão) e espiritual (orações) nas madrugadas e fornecendo atendimento em nossa Igreja (banho, alimentação, vestimentas) para aqueles que nos procuram, assim como encaminhamento para centros de recuperação; o projeto de assistência ju-
rídica, que não se restringe aos membros da Igreja, mas tem advogado a favor de causas e pessoas oprimidas e silenciadas pela sociedade; o ministério de Serviço, que funciona a partir de uma lógica ministerial centrada na ajuda emergencial aos mais diferentes casos, a fim de não permitir a ausência de socorro aos necessitados a espera de cuidados integrais. Viabilizamos doações de cestas básicas para famílias que, em determinados meses, não possuem a possibilidade de suprir suas necessidades alimentares; contribuições para o sustento de dois Centros de Recuperação (masculino e feminino, respectivamente), o Alcance Vitória (Santa CruzRJ) e Projeto Lar das Déboras (Local-RJ); e para eventuais situações que demandem o auxílio de forma urgente da Igreja (doações realizadas para pacientes em hospitais). Contextualizada em um território violento, reduto de violências simbólicas e físicas, esta Igreja tem sido referência de socorro para os problemas sociais mais variados. Relativamente nova, constituída por uma maioria de crianças, jovens e adolescentes que circulam pelos espaços da Igreja acessível e de portas abertas a todos, é que vemos o Evangelho envolver o segredo das gerações: a reunião da sabedoria dos anciãos (fundadores da Igreja) e da força da juventude, propiciando o continuísmo da obra, que não para, que
não cessa, que não se torna inerte e estéril neste tempo. Motivados pela superação das injustiças, da opressão e das violências é que percebemos que a ação social pode ser também movida por corações que sofram e saibam como consolar. Os frutos e intervenções são realizados dia após dia, mês após mês por meio da fé e da união conjunta deste corpo que se reúne a fim de romper obstá-
culos financeiros e espirituais. O que te limita para agir em direção ao próximo, a fim de suprir suas necessidades integrais? O que nos motiva como igreja é a obra de restauração de vidas, de muitas vidas. Vivemos milagres dia após dia, como então não abençoaríamos tantos outros, compartilhando os muitos milagres?
o jornal batista – domingo, 19/06/16
ponto de vista
15
Esposa de pastor: mulher de um homem Alcione Lima, diaconisa da Igreja Batista em Sítio Novo - Olinda - PE
D
ia 04 de abril de 2014, às 11h, entrei no bloco cirúrgico. Após atuar por 30 anos na área de saúde, eu estava ali, como paciente. Diagnóstico: câncer de mama. À noite, quando acordei, já no apartamento, meu esposo estava lá e oramos agradecendo pela cirurgia, pela nossa família e nossas filhas Anália Rebeca e Areli Suzana. A experiência fez-me pensar sobre um aspecto da minha vida: ser esposa de pastor. No dia 14 de abril de 1994 fui à Igreja com meu
esposo e voltei com o peso desta responsabilidade. Foi o culto de consagração dele e sua posse na Igreja Batista em Sítio Novo – Olinda - PE. Durante todos estes anos, tenho superado as barreiras e aprendido muito, sobretudo quando fui presidente da Associação de Esposas de Pastores Batistas de Pernambuco (2011-2013). E dois livros foram muito importantes: “Mulher Sem Nome”, da professora Nancy Dusilek, e “Esposa de Pastor”, da professora Iraci Leite, da qual tive o privilégio de ser autora de um dos capítulos. A provação pela qual passei fez-me sistematizar muitas ideias. Ser esposa de pastor é ser mulher de um homem.
Contudo, um homem ungido pelo Espírito Santo para uma obra especial. Alguns pastores têm como única atividade o ministério pastoral, o mais nobre de todos os ofícios, de acordo com I Tm 3.1). Sua esposa deve proporcionar-lhe todas as condições para que ele exerça seu trabalho dignamente, sinta-se útil e seja honrado. Mesmo quando ela tem uma vida profissional independente e, em alguns casos, ganha mais, deve ter a sensatez de não exaltar-se. Contudo, a maioria dos pastores tem uma atividade secular, o que aumenta suas responsabilidades. O ideal é que ambos se respeitem profissionalmente, dividam sensatamente as des-
pesas e zelem pelas finanças da família. Ser esposa de pastor é ser mulher de um homem de carne e osso, com desejos sexuais, amor e paixão; e não um anjo que assumiu a forma humana. E a mulher deste homem deve manter viva a paixão do relacionamento físico. O fracasso de inúmeros ministérios, devido ao fim de casamentos, decorre de descaso nesta área. Quando se vê, estoura a notícia da separação. Tristeza para a família e Igreja; escândalo para o Evangelho! Ser esposa de pastor é ser mulher de um homem com um corpo físico, com limitações e exposto às mesmas doenças que todos os outros.
A Bíblia diz em I Coríntios 6.19-20, que o corpo é o templo do Espírito Santo. A mulher deve zelar por uma alimentação saudável para a boa saúde do esposo, dela própria e da família. Hoje, entendo que esposa de pastor, mais do que qualquer outra serva de Deus, deve portar-se como uma mulher virtuosa, conforme instrui Provérbios 31.10-31. E, depois de mais uma cirurgia, da quimioterapia, radioterapia e fisioterapia, venci a doença. E, pela Graça de Deus, como esposa de pastor, tenho sido uma mulher muito mais amadurecida e mais completa para meu marido.
das nossas crianças “torna” o homem superior a mulher; onde se desrespeita um ao outro, sem culpa; onde, infelizmente, se valoriza a cultura da violência que destrói a humanidade e os vínculos em nossos lares. As consequências serão sempre nefastas com grandes prejuízos na sociedade, pois parece que a agressão foi comigo, foi com minha filha, com minha neta. As sequelas futuras para a jovem, de 16 anos, violentada, são imensas, e para nós também. O estupro é crime, e será punido todo aquele que o praticar. Portanto, toda ação que puna os agressores será importante. O fato aconteceu no dia 21 de maio e no dia 31 o Senado Federal aprovou um projeto que aumenta a pena de estupro coletivo. Alguns preferem silenciar. Alguns preferem não refletir sobre estas questões. Não se posicionam e acham que nada tem a ver com o fato ocorrido. Aí se mostra a fragilidade do ser humano racional e relacional. Nós, que somos cristãos, precisamos nos incomodar com as injustiças sociais, com algo que queira “justificar”
um comportamento errado, um comportamento criminoso, com atitude animalesca, irracional e desumanizadora. Infelizmente, em uma sociedade sem Deus, onde não existe temor ao Senhor, onde os princípios e valores cristãos são ignorados, parece que o estupro pode ser considerado algo comum, como também o aborto, a prostituição, o uso de drogas, etc. O pecado tem afastado o ser humano de Deus e cada vez mais “O mundo jaz no maligno”. (I João 5.19). Por isso, vamos refletir e agir diante do ocorrido. O que faremos em nosso lar, em nossas escolas e em nossas Igrejas? O que faremos com o excesso de sexualidade transmitido e incentivado na mídia? Como reverter tal situação? Rogamos ao Senhor Deus que saibamos educar melhor os nossos filhos e filhas; que possamos investir em nossas famílias para que sejam estruturadas, saudáveis e funcionais; que possamos exercer influência positiva na sociedade e que busquemos o Deus verdadeiro, que quer abençoar todas as famílias.
A cultura do estupro Cátia Virgínia Guimarães Cavalcanti, professora, terapeuta de casal e família, ministra da Família na Igreja Batista da Capunga - PEanti, professora, ministra da Família na Igreja Batista da Capunga - Recife - PE
C
ultura do estupro, segundo a ONU Mulheres, é “O termo usado para abordar as maneiras em que a sociedade culpa as vítimas de assédio sexual e normaliza o comportamento sexual violento dos homens. Ou seja, quando, em uma sociedade, a violência sexual é normalizada por meio da culpabilização da vítima, isso significa que existe uma cultura do estupro”. No dia 21 de maio de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, uma jovem foi estuprada por 33 homens. A partir dessa notícia, surgiram diversas análises sociológicas do fato ocorrido. Segundo os pesquisadores, a cultura do estupro impregnada em nossa sociedade considera a própria vítima, responsável pela violência sexual que sofreu. Ela sempre será apontada como culpada,
pois, algo em si, motivou o “homem” àquele ato. A vítima é humilhada e, muitas vezes, prefere o silêncio com medo da reação dos outros. O agressor apresenta-se como um covarde que, sem compaixão, usa da força para provocar um sofrimento físico, psicológico e moral. A vítima ainda tem que se explicar em uma delegacia, sofrendo humilhação, por ter sido violentada. Imagine agora um estupro coletivo! O estupro é considerado a expressão mais radical e mais dramática do sentimento de superioridade do homem. Um estupro coletivo é uma expressão barbárie em nossa sociedade. É uma atitude animalesca e irracional. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a violência sexual Como todo ato sexual não desejado, ou ações de comercialização e/ou utilização da sexualidade de uma pessoa mediante qualquer tipo de coerção. Ainda afirma: “Nenhum argumento deve, em nenhuma instância, normalizar ou justificar atos bárbaros e criminosos como o estupro”. Segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA), Órgão vinculado ao Governo Federal, são 500 mil casos de estupro no Brasil por ano. Apenas 50 mil são denunciados; desses, 70% das vítimas são crianças e adolescentes; 24% dos agressores são pais ou padrastos; 32%, amigos ou conhecidos. Tudo isso são resquícios de uma sociedade machista e paternalista onde a mulher era vista, ou, é vista apenas como um objeto para satisfação do homem. Algo que lhe dá prazer momentâneo e que existe para servi-lo. Em nossa sociedade o menino/homem é educado como um ser superior a menina/mulher. Na maioria das vezes, essa educação é realizada por mulheres (mãe, avó e tia) que desenvolvem na criança um sentimento de superioridade que trará prejuízos nos seus relacionamentos futuros. Além da contribuição machista dos familiares homens, em especial, o pai. As causas nós conhecemos: vivemos em uma sociedade que não teme a Deus; em uma sociedade doentia, em que o prazer é a mola para o viver dissoluto; um contexto social em que a educação