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Já não foi o suficiente? Então, perdoe!

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A bondade de Deus

A bondade de Deus

Raimundo Ribeiro Passos educador cristão

“Se perdoardes alguma coisa a alguém, também eu lhe perdoo; se é que tenho perdoado alguma coisa, foi por vossa causa que o fiz na presença de Cristo, […]” (II Co 2.10)

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Nós temos uma facilidade muito grande para punir alguém e o fazemos com extrema prontidão, mas como nos é difícil, pelo menos na mesma intensidade, liberar o perdão! É necessário saber o limite de até onde se vai com uma punição! Este é um tema caro para a Igreja e para cada um de nós individualmente.

Jesus, num questionamento de Pedro sobre até quantas vezes dever-se-ia perdoar (Mateus 18.20-22), afirmou não ser sete vezes, mas setenta vezes sete. Se quisermos tratar isso de modo calculista, seriam 490 vezes. Como seria isso? Já imaginou alguém lhe fazendo algo e voltando 490 vezes para lhe pedir perdão? Certamente, sendo bem longânimo, na décima vez você já teria perdido a paciência.

Mas, com certeza, essa questão não é para se fazer nenhum levantamento estatístico, mas fala mais da nossa incapacidade! Em algum momento, cada um de nós já passou por uma situação de ter de perdoar alguém, o que pode ter sido “fácil” ou difícil. Carregar a falta de perdão traz mais transtornos que liberar o perdão, e como essa falta tem levado ao adoecimento de tantas pessoas! Com certeza é por isso que nos é dito que o sol não deve se pôr sobre nossa ira e que o travesseiro é lugar de descanso e sossego (Salmos 4.4; Efésios 4.26). O ato de perdoar, além de reconfortante para a alma, é um meio de desenvolvimento da nossa santidade.

Há pelo menos dois motivos pelos quais o perdão é necessário e que Paulo ressalta aos irmãos da Igreja de Corinto. Um deles é o benefício para o indivíduo e outro é o de vantagem da Igreja sobre as artimanhas de Satanás. Paulo nos diz que à pessoa perdoada deve ser dado readmissão, conforto, consolo e demonstração de amor pela

Igreja, para que ela seja restaurada e não caia numa situação de desânimo ou entre em depressão. Para isso, com certeza, é necessário saber que a dose corretiva já foi suficiente e que passar do limite pode trazer grandes prejuízos. A pessoa perdoada precisa “sentir” que de fato o foi.

Por outro lado, quando há o perdão da Igreja, esta deve demonstrar que perdoou o indivíduo, confirmando o amor para com ele. Isso é exatamente o segundo motivo que leva à vitória sobre as artimanhas de Satanás. Este está ávido para acusar e minar a saúde espiritual da Igreja. Uma Igreja que não perdoa está dando brechas para Satanás. A começar pela liderança, passando pelo(a)(s) ofendido(a)(s) e pelo menos pela maioria da Congregação, a correção deve ser aplicada até que o ofensor se torne penitente, após isso o perdão e o amor devem ser confirmados. Não desprezemos os intentos de Satanás neste quesito (II Coríntios 2.11).

“É perdoando que se é perdoado”Essa afirmativa precisa fazer parte de nossa vida, não só como uma oração bonita, mas como uma verdade em nossas vidas. Faltar com o perdão é dar lugar à ação deliberada de Satanás. Ele sabe muito bem aproveitar esta oportunidade. Cada um de nós sabe o custo disso! Mas, com certeza, não é maior que o custo de nosso misericordioso Deus que enviou seu filho para morrer na infame cruz para que o perdão pudesse nos ser aplicado. Certamente que a ofensa é vista de forma diferente para cada um, mas antes do ofendido está o próprio Deus, pois qualquer pecado é uma ofensa contra ele. E ele está de braços abertos para receber o pecador arrependido e pronto para tratá-lo. Por outro lado, as ofensas normalmente não começam já vultosas, mas vão crescendo em espiral até um limite que sai de nosso controle e passamos ao controle de Satanás (Efésios 4.31-32), dando lugar à ira e não tendo controle da disciplina e nem do perdão a ser dado. Que o Senhor nosso Deus, fonte de todo o perdão, nos ajude nessa difícil tarefa. Amém! n

Na Bíblia existem muitos exemplos de pais que servem de exemplo para nós hoje.

Recentemente estava fazendo minha jornada pelo livro de Juízes e me deparei, mais uma vez, com a história de Sansão. Nessa jornada, me chamou a atenção a oração de Manoá, registrada em Juízes 13.8, que diz: “Então Manoá orou ao Senhor: “Senhor, eu peço que o homem de Deus que enviaste volte e nos dê mais instruções a respeito desse filho que vai nascer”.

Aqui encontramos a oração de um pai desejando, ardentemente, receber, de Deus, instruções claras de como criar o seu filho que iria nascer. Muitas vezes gostaríamos muito que nossos filhos viessem com manual, tal como recebemos quando compramos um produto. Mas, infelizmente, nossos filhos não vêm com manual. Seria tão bom se assim fosse. Nesse manual teria vários capítulos. Um dedicado, por exemplo, com o título “Como fazer com que seu filho não fique tanto tempo no celular”. Mas, como já afirmei, filhos não vem com manual.

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