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Uma tristeza necessária

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A bondade de Deus

A bondade de Deus

Nédia Maria Bizarria dos Santos Galvão membro da Igreja Batista do Centenário - Congregação em Areia Branca - SE; professora de EBD, especialista em Ciência da Religião; bacharel em Teologia

A Terra da Cocanha é uma pintura de Pieter Brughel, um pintor renascentista. Ele retrata na sua obra do século XVI, Terra da Cocanha, um país imaginário onde há fartura, ociosidade, prazeres absolutos, eterna juventude, liberdade sexual, constante paz e alegria. Trata-se de uma obra que tem como padrão predominante o prazer carnal. A Terra da Cocanha apresenta o ser humano na busca desenfreada por uma alegria meramente terrena e corrompida.

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Na segunda carta aos coríntios no capítulo 7, versículos do 8 ao 10, observamos que o apóstolo Paulo, de maneira antagônica a Pieter Brughel, trata da Tristeza Necessária: “Mesmo que a minha carta tenha causado tristeza a vocês, não me arrependo. É verdade que a princípio me arrependi, pois percebi que a minha carta os entristeceu, ainda que por pouco tempo. Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristecidos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois vocês se entristeceram como Deus desejava e de forma alguma foram prejudicados por nossa causa. A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte.”

Nesta passagem percebemos que o apóstolo faz menção a outra carta, que provavelmente intercalou a primeira e segunda. Teólogos e estudiosos chamam essa carta para nós desconhecida de “carta severa”. Há evidências do conteúdo de confronto dessa “carta severa”, pois o próprio Paulo a princípio lamentou por escrevê-la, por causar tristeza em seus leitores. Mas, o apóstolo pôs esse lamento pessoal de lado, porque a tristeza causada na Igreja pelas palavras escritas, era uma tristeza necessária.

O termo tristeza no idioma grego (λυπέω - lypéō), significa um estado de tristeza caracterizado por um pesar que resulta daquilo que se fez. Trata-se de um estado de angústia e sofrimento mental. É como ser engolido, tomado pela angústia e tristeza. Daí esta tristeza necessária. Entretanto, devemos compreender a tristeza com suas implicações positivas.

Primeiro, a tristeza necessária é momentânea, pois ela é por pouco tempo. É um período de mergulho no mar da angústia, onde contemplamos nossas culpas e inclinações maldosas submersas nas águas da nossa natureza humana. É um mergulho momentâneo, mas profundo o suficiente para enxergar nossos pecados. Os irmãos coríntios fizeram esse mergulho, pois através daquela “carta severa”, sentiram a tristeza necessária pelos seus erros. Sem este pouco tempo de tristeza, correríamos céleres à destruição que é a consequência do pecado. E Deus é tão misericordioso que nos permite apenas por pouco tempo a tristeza necessária, quando merecíamos a vida toda mergulhada no mar da angústia das nossas culpas.

Segundo, a tristeza necessária produz mudança de vida. A tristeza levou os irmãos coríntios ao arrependimento. O termo arrependimento na língua grega (μετάνοια - metanóia) significa mudar o modo de vida em razão de uma total mudança de pensamento e atitude quanto ao pecado e a justiça. É como sair de um charco de lama e mergulhar num rio de águas cristalinas. É uma reversão, uma mudança radical de atitude.

Terceiro, a tristeza necessária tem origem em Deus. O texto nos comunica que a tristeza é segundo Deus, assim como Seu desejo. Foi o próprio Deus sua parte. Assim acontece conosco. Nossa parte, como pais, deve ser feita com esmero. Se os filhos, na fase adulta, seguirão ou não os caminhos de Deus é uma outra história e eles são responsáveis por suas decisões e escolhas.

Concluindo, eu creio que Deus ouviu a oração de Manoá e que apesar das falhas de Sansão, a maior alegria que um pai, ou uma mãe, é ter o nome de seus filhos escritos no livro da vida. Isso aconteceu, com certeza. Manoá teve o nome de seu filho Sansão na lista dos heróis da fé (Hebreus 11.32). Deus contemplou a fé de Manoá. Que pai não ficaria feliz em ter o nome de seu filho na galeria da fé?

Que Deus ajude os pais cristão de hoje e de amanhã. Que busquem a orientação de Deus para criar os seus filhos nas sendas do Evangelho. n

Gilson Bifano Palestrante, escritor e coach na área de casamento e família. Siga-me no Instagram: @gilsonbifano oikos@ministeriooikos.org.br que instaurou a tristeza na igreja em Corinto, é o próprio Deus quem injeta a tristeza necessária nos Seus. Se não sentimos tristeza ao pecar, nosso prazer não está em Deus, mas nos prazeres frívolos da Terra da Cocanha. A tristeza necessária lava o nosso rosto da maquiagem feita pelo pecado, por isso ela tem origem em Deus, pois o Espírito Santo de Deus que nos convence das nossas culpas.

Quarto, a tristeza necessária gera salvação. A tristeza segundo Deus produz arrependimento que resulta em salvação, diz o texto. Que tristeza necessária! Até a tristeza proveniente de Deus é para o nosso bem, é para nossa restauração, é para nossa reconciliação, é para nossa transformação, é para a nossa salvação, porque a tristeza necessária nos livra da condenação.

Que entendamos a Tristeza Necessária:

Como momentânea;

Como geradora de mudança de vida;

Tendo origem em Deus;

Crucial para consumação da salvação.

Que entre os deleites espúrios da Terra da Cocanha e a Tristeza Necessária, sejamos tomados por essa legítima tristeza. n

Redação de Missões Nacionais

No dia 12 de junho, as Radicais Raquel Mangabeira e Maria Jucinete se uniram para preparar um evento e compartilhar a maior declaração de amor que existe: o Evangelho! Foi uma noite especial em Bom Jesus da Lapa, no estado da Bahia.

Após as dinâmicas realizadas com o intuito de gerar conexão entre os casais, eles ouviram uma reflexão bíblica sobre casamentos firmados na rocha, ministrada pelo pastor Manoel Brás e, depois, participaram de um jantar temático. O cardápio foi escolhido com carinho: panquecas ao molho branco, arroz e salada de batata inglesa, e a sobremesa foi mousse de limão!

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