OJB EDIÇÃO 28 - ANO 2022

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ANO CXXI EDIÇÃO 28 DOMINGO, 10.07.2022

R$ 3.60 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

CIEM, 100 anos de contribuição para a Educação Cristã

O templo da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro recebeu, no dia 25 de junho, o culto de celebração pelo centenário do Centro Integrado de Educação e Missões, que marcou o encerramento das atividades realizadas para as comemorações dessa data tão significativa. Leia a matéria na página 09.

Missões Nacionais

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Notícias do Brasil Batista

Combate às drogas

75ª Assembleia da CBSM

Pastores na missão

Capacitação ministerial

JMN destaca trabalho das Cristolândias nas regiões do Brasil

Batistas Sul-Mato-Grossenses celebram o amor de Deus durante Assembleia

Grupo de pastores viaja no barco O Missionário na Amazônia

CB Mineira promove Academia de Estudos Pastorais

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REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 10/07/22

EDITORIAL

Educação Cristã centenária Temos o prazer, a alegria, de estampar mais uma vez nas páginas de O Jornal Batista a história de nossa denominação. O destaque da semana vai para o conteúdo que está na página 09, a celebração de 100 anos do Centro Integrado de Educação e Missões, o CIEM. Ao longo da história foram muitos nomes, mas a essência foi mantida, capacitar obreiras e obreiros e Igrejas para o pleno exercício do ensino da Pa-

lavra. Além do centenário desta casa de ensino, a UFMBB traz outros conteúdos importantes em seu espaço mensal aqui em OJB (páginas 08 e 09). Além disso queremos lembrar de outros importantes trabalhos que aconteceram ao redor do Brasil Batista e estão nesta edição de OJB: o aniversário de 20 anos da Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará (CIBUC), que na mesma programação deu abertura à

sua Campanha de Missões Estaduais; a 75a Assembleia da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense, que teve a participação do presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), pastor Hilquias Paim; um diário de bordo de pastores que estiveram na Amazônia através do barco O Missionário, da Junta de Missões Nacionais (JMN); a Academia de Estudos Pastorais, da Convenção Batista Mineira (CBM) e muito mais!

Temos também as colunas Bilhete de Sorocaba, com o pastor Júlio Sanches; Fé para Hoje, escrita pelo pastor Oswaldo Jacob; e Observatório Batista, com o pastor Lourenço Rega. Ficamos felizes em ver as nossas organizações, Convenções e Igrejas trabalhando para seus obreiros sejam cada vez melhores para proclamar o Evangelho em todo o país. Boa leitura e que Deus te abençoe! n

( ) Impresso - 160,00 ( ) Digital - 80,00

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA


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BILHETE DE SOROCABA

Ó Terra, Terra, Terra! Pr. Julio Oliveira Sanches Ouve a palavra do Senhor. Assim clamava o profeta Jeremias aos moradores de Jerusalém e ao reino de Judá (Jeremias 22.29). Mas, a mensagem do profeta não encontrou eco nos corações a quem era dirigida. Não havia retorno à mensagem proferida pelo profeta. Em lágrimas, o profeta convidava o povo ao arrependimento, mas, sem retorno. Sabemos que a história não é cíclica e não se repete. Mas, não há como negar que em determinadas épocas parece que os fatos estão se repetindo, para tristeza dos salvos, que ainda retém compromisso com a mensagem bíblica. Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra (Jeremias 5.30). O que diria o profeta caso vivesse nos dias atuais? Os adjetivos usados no passado seriam

paliativos para descrever o que vemos hoje. A idolatria persistente, o desvio da verdade, a corrupção generalizada, a justiça corrompida pelas ações daqueles que deveriam julgar com retidão falam de um tempo de horror. Isaías também condena a ausência da verdadeira justiça nos julgamentos do seu tempo. “Ai dos que justificam o ímpio por presentes e ao justo negam justiça” (Is 5.23). Um dos efeitos malignos e que o pecado maculou na mente humana é o de ser injusto. Por maiores que sejam as bênçãos divinas derramadas sobre a terra, persiste a reclamação. O pecador nunca está satisfeito com o que recebe. Vemos esta realidade a cada momento em nossa sociedade, injusta e cruel. Hoje, já não nos escandalizamos ao ver um pastor defendendo o aborto. Filiado a partido politico, defensor

do aborto, o chamado “homem de Deus” promove campanha para angariar novos adeptos para suas ideias antibíblicas. Perdeu-se a sensibilidade oferecida apelo Espírito Santo ao salvo. Não há compaixão pela menina estuprada e levada ao aborto criminoso. Os tempos mudaram, dizem. Mas, Deus não mudou, tampouco as suas verdades. Tudo é normal para a mente não dirigida pelo Espirito Santo. O que diria Jesus a esses salvos corrompidos pelo pecado. Fariseu hipócrita? É pouco para descrever tamanha ignorância bíblica. O apóstolo Paulo faz uma recomendação a Tito: “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o” (3.10). Como evitar tais hereges, se os mesmos compartilham da mesma comunidade? Carecemos da misericórdia divina em cada momento da existência.

As misericórdias do Senhor se renovam a cada nova manhã, diz o profeta chorão (Lamentações 3.22). Mesmo sendo misericórdias, elas têm um limite, quando confrontadas com a justiça divina. Os tempos difíceis referidos por Paulo ao jovem pastor Timóteo (II Timóteo 3.1-9) já chegaram. Precisamos da recomendação de Tiago 1.4-6 para viver sabiamente na presença de Deus. Separar o joio do trigo. Permitir que o sal expresse seu verdadeiro sabor e que a luz supere as trevas onde estamos inseridos, é um desafio. A Terra carece do Evangelho de Cristo. Só Jesus para garantir a vitória sobre o mal. Repetir a recomendação de Jesus na oração do Pai nosso é uma necessidade crescente. “Livra-nos do mal”. Inclusive do mal daqueles que se dizem irmãos, mas agem como se não o fossem. n

A missionária anônima

Teremar Lacerda Rocha missionária

Papelada, pinceis, lápis de cores, Cânticos ilustrados, Histórias bíblicas e versículos em E.V.A, Uma verdadeira arte; E até o que não se imagina, tem lá…

E lá se vai ela: Educadora, esposa de pastor, Pianista, acordeonista, artista... Uma missionaria anônima. Seu coração arde pelos ribeirinhos, Dos grandes e pequenos rios, Sem ter a quem apelar! Tem pressa de chegar. Em canoa, barco, navio Dormindo em rede, O mais confortável, segundo ela… Pelos rios e igarapés do Amazonas gigante… A criançada vibra por esse dia, Pois sabem que na “mala”, Há diversão e tudo mais, Até novidades para brincar… Leva uma imensidade de coisas, Para os crentes treinar. Não temendo enchentes, Malária, Coronavírus… O único desejo é treinar e ajudar Aquela gente, que clama por Conhecimento da Palavra, Mosquitos, o que vai comer, Onde dormirá? Nada disso A tira do seu propósito, Para outros alcançar. Pois o Evangelho quer pregar! Por aldeias, vilas, Vilarejos, cidades… Comendo o que? Sabe se lá… A “mala” vai cheia de tudo:

Vá depressa, Cássia Geny, Pois os ribeirinhos têm pressa De as Boas Novas levar! n


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Cuidando do voluntário Tiago Lopes Pedro

pastor da Primeira Igreja Batista em Campo Grande, em Cariacica - ES

Servir a Cristo é o maior privilégio do discípulo. Quando esse serviço é prestado com alegria e satisfação, a possibilidade de que seja realizado cada vez com mais perfeição é iminente. Afinal, o desejo do coração de um voluntário é agradar o coração de Deus e adorá-lo através de sua dedicação e compromisso com a Obra. Mas, já reparou que esse tipo de voluntário tem se tornado cada vez mais escasso em nossas Igrejas? Não é algo incomum encontrarmos pastores reclamando de que aquela triste realidade, latente há tantos anos em nossas Igrejas, também é real em sua comunidade: apenas 20% da membresia é que “carrega o piano” nas costas, de verdade. Essa realidade me faz refletir sobre as seguintes questões: por que as pessoas não querem servir? Será que, realmente, não querem servir? Por que bons voluntários abandonam suas responsabilidades? Infelizmente, eu mesmo tenho a resposta: falta de cuidado! Quando falamos de Relacionamento Discipulador, é necessário entender que ele vai além de mera informação sobre a Palavra ou uma simples amizade. É através do RD que também colocamos em prática o quarto princípio da Igreja Multiplicadora: a formação de liderança. Mas, como sabemos, o discipulado é vida na vida, e, ainda que achemos que o voluntário está pronto e pode ser um ótimo líder, ele precisa continuar sendo amado, acompanhado, aconselhado, enfim, discipulado. Alguém disse que legado não é o que você faz, mas “quem” você deixa. Baseados nisso, precisamos aprender com Jesus a como cuidar daqueles que estão ao nosso lado e que continuarão aquilo que começamos como

ministério, e, para glória de Deus, podem fazê-lo muito melhor que nós. Dessa forma, assim como Jesus, precisamos primar pela vida espiritual dos voluntários de nossa Igreja. Sem vida com Deus, nada acontece e nada perdura. O alinhamento com Deus e sua vontade é a base para o sucesso do voluntário e do ministério que tem. Cada pastor e líder, na Igreja, precisa ter a verdade expressa por Jesus em João 15 de forma muito clara em sua mente e coração, e praticá-la com sinceridade: Disse Jesus - “Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Nenhum ramo pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Vocês também não podem dar fruto, se não permanecerem em mim”. Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.4-5). Outra forma de cuidar do voluntário é oferecer as ferramentas e recursos necessários para que ele realize a obra que o Senhor lhe confiou e pare de usar como desculpa a falta de dinheiro da Igreja. Voluntários bem cuidados não se constrangem em colocar a mão no próprio bolso para investir naquilo que, eles sabem, glorifica a Deus, além do fato de que, quando é de Deus, Ele envia todo o recurso necessário (Salmo 23.1). Invista na capacitação de seus voluntários, o que pode acontecer nos momentos de RD. Aprendi com o pastor Gilson Breder, da Primeira Igreja Batista de Campo Grande-MS, que é necessário realizar sempre o HDL (Colesterol bom do RD) - Hora, Dia e Local em que você vai solicitar contas a seu voluntário, e, por causa da intimidade desenvolvida no RD, ele não terá dificuldades de prestá-las, porque confia em seu discipulador, líder, pastor. Além disso, envie e promova seminários, congressos, cursos e faça com que

Olavo Feijó

pastor & professor de Psicologia

No amor de Cristo não há medo, mas salvação “Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo” (I Jo 4.17). A mensagem que João nos revela, no texto da sua Primeira Carta aos discípulos de Jesus, afirma que “Deus é amor. Aquele que vive no amor vive unido com Deus e Deus vive unido com ele … No amor não há medo o amor que é totalmente verdadeiro afasta o medo” (I Jo 4.17-18). Portanto, não faz sentido a pregação que baseia na postura do “medo do

os voluntários creiam nessa palavra do apóstolo Paulo: “Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus. Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica” (II Co 3. 5-6). Por fim, cuide dos voluntários de sua comunidade de fé, elogiando, agradecendo e celebrando as vitórias junto com eles. A Bíblia afirma, sim: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente” (Jr 48.10). Devemos ensinar-lhes isso. Mas a gratidão e elogio mostram o quanto, realmente, nos importamos com eles. Não existe ministério de um só! Não há carreira solo na vida cristã. Precisamos uns

inferno”, usada pelos pregadores do terror religioso. A mensagem de Jesus nos revela o poder redentor do Mestre: “Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo… Eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa” (João 10.10). Aquele que se alimenta do amor de Cristo não tem necessidade de “ajudar” o Mestre. A obra que Cristo opera é completa e perfeita. Nosso mandamento é o de compartilhar a mensagem que Jesus nos deu, indo por todo o mundo e pregando o Evangelho a toda criatura (Marcos 16.15-16).

dos outros. É por isso que precisamos cuidar dos voluntários, senão, vamos perdê-los mesmo. Voluntários não podem se sentir desvalorizados e desprestigiados. Então, elogie, agradeça e celebre as vitórias, encorajando-os sempre: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (I Co 15.58). Cuidar dos voluntários é lembrar que, quando estávamos mortos em nossas transgressões e pecados, nossa única esperança era Jesus. Ele nos salvou e agora temos o privilégio de, através de nosso serviço ministerial, continuar anunciando essa verdade a outros… afinal, fomos salvos para servir. n


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Celebrando a paz através de Missões Estaduais Levir Perea Merlo

pastor, colaborador de OJB

“Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e a casa de Jacó, os seus pecados (Is 58.1) A paz verdadeira é uma prerrogativa de cristãos verdadeiros, que vivem completamente na dependência do Senhor e não vivem para si mesmos, mas têm um profundo desejo no coração de ver e transmitir para outros seres humanos a realidade da paz de Deus no coração. O objetivo de celebrarmos a Paz através da obra missionária estadual

é levarmos a mensagem libertadora e transformadora daquele que é o Senhor das missões! O Cristo Vivo, que reina no coração daqueles pecadores (nesse caso em nós) que deixaram ser moldados e assumidos completamente por Ele que reina em nossos corações; o reino está dentro de nós, não é material mais completamente espiritual. Na passagem de Isaías acima, temos uma palavra de Deus, recebida pelo profeta, mensagem dura e direta contra um povo rebelde, característica da maioria do povo de Israel no Velho Testamento e em todos os povos de todas as épocas, inclusive na nossa, portanto. Aquela mensagem dirigida ao povo de Israel serve também para

os nossos dias, rebeldia, indiferença, idolatria, egoísmo, maldade, inveja, ódio são nossas características quando não estamos dentro da vontade de Deus. Cada estado brasileiro, cada município, cada distrito ou comunidade é formado por pessoas boas e pessoas más, mas, independente de bondade e maldade, todos que ainda não confessaram e não vivem Jesus em suas vidas precisam urgentemente dessa palavra salvadora, alentadora e que transforma o mais duro coração. O instrumento dessa mensagem poderosa recai sobre nós a Igreja (geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido) E o texto de I Pedro 2.10 não deixa dúvidas - Somos chamados para anunciar as grande-

zas daquele que vos (nos) chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vocês (nós) que outrora nem éreis povo, e agora sois (somos) povo de Deus; vós (vocês) que não tínheis alcançado misericórdia, e agora tendes (temos) alcançado. E quando não podemos ir para um algum lugar mais distante ou de difícil acesso, alguém vai por nós, nesse caso, os missionários, homens e mulheres que corajosamente enfrentam as lutas e desafios de frente, esses são os verdadeiros apóstolos do Senhor hoje. Quando não temos condições de ir para o front, precisamos ir através da oração e das ofertas generosas de amor. Que o mês de julho seja de grande colheita de vidas preciosas para o Senhor! n

O papel do vocacionado no cumprimento da missão Francisco Helder Sousa Cardoso

pastor Titular da Primeira Igreja Batista de Brazlândia-DF

Para começo de conversa é importante entendermos que Deus chama pessoas diferentes, em circunstâncias diferentes, em idades diferentes para o serviço vocacional (I Coríntios 12.4-6,11). Chamou o profeta Jeremias no ventre da mãe (Jeremias 1.5); chamou o profeta Isaías num momento de crise nacional (Isaías 6); chamou o apóstolo Pedro depois de casado; chamou Paulo quando este perseguia a Igreja (Atos 22.3- 16). Como se percebe, não há um padrão exato para nosso chamado vocacional. Todavia, é importante que, desde cedo, saibamos identificar elementos e detalhes que realçam uma vocação, um chamado específico. Muitos têm uma compreensão errada do que seja vocação e chamado. John Jowett, em seu livro “O pregador,

sua vida e sua obra”, diz que “vocação é quando você tem todas as outras portas abertas [escancaradas], mas você só anseia entrar pela porta de um ministério específico”. É como se houvesse algemas invisíveis que o prendesse àquela realidade e missão específica. De acordo com o pastor Hernandes Dias Lopes “o vocacionado não é um voluntário, mas um chamado / convocado. O seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, é celestial. Sua motivação não está em vantagens humanas, mas em cumprir o propósito divino”. Outra compreensão importante é a de que podemos (e devemos) frutificar onde Deus nos plantou. O local onde fomos plantados por Deus é o local onde Ele quer que frutifiquemos. Caso Ele queira que frutifiquemos em outro local, Ele mesmo providenciará essa mudança. Além disso, é importante destacar

que o cristão sabe que tem uma vocação quando existe uma necessidade do/no mundo a respeito da qual se sente responsável. Pode ser um grupo social, um povo, uma instituição, uma causa, enfim, algo pelo que se sente impelido ou impelida a fazer alguma coisa. Nossa Denominação sempre teve histórias vocacionais inspiradoras. Uma delas, mais recente, foi a da saudosa missionária Margarida Lemos Gonçalves. Capixaba de nascimento, no comecinho da juventude afirmava ter recebido um chamado divino para dedicar sua vida integralmente aos campos missionários transculturais. Dito e feito: dedicou mais de 60 anos para evangelização e edificação do Norte do Brasil, especialmente o estado do Tocantins. A missionária Margarida gastou sua vida a fim de que, por meio deste sacrifício, outros pudessem conhecer a Jesus Cristo. Que legado espetacular!

Esqueça a ideia (equivocada) de que apenas pastores e missionários transculturais são vocacionados. Eles também são, mas não apenas eles. De acordo com a Bíblia, todos nós somos vocacionados, e as possibilidades de vocações são inúmeras. Ou seja, engenheiros, médicos, advogados, professores, faxineiros, jardineiros, administradores, pastores, cantores, instrumentistas, compositores, agricultores e um sem-número de outras pessoas podem ser capacitadas por Deus, com dons e talentos específicos, para Servi-lo mundo afora. O mundo sempre ficará surpreso diante do impacto causado pela vida de homens e mulheres que colocam inteiramente nas mãos de Deus. Que o nosso Deus nos dê discernimento, sabedoria e sensibilidade para entendermos e colocarmos em prática a vocação e o chamado que Ele tem para cada um de nós. n


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A ação do Espírito Santo

Maurício Porto

pastor da Primeira Igreja Batista da Urca - RJ

A ação do Espírito que gera intrepidez, cooperação e transformação (Atos 4). A ação do Espírito gera intrepidez: o texto de Atos 4 descreve a ação da Igreja cheia do Espírito Santo, que com intrepidez anunciava o Evangelho, curava os enfermos e, além disso, tinham tudo em comum e ninguém tinha falta de coisa alguma. Quando eu penso nesta sequência de ações, logo me vem à

mente uma série de explicações teológicas e racionais para este compartilhar de recursos materiais, li alguns textos de comentaristas e pregações de teólogos famosos sobre este tema, mas o que mais me prende a atenção é perceber o Espírito Santo movendo corações para este compartilhar. Que intrepidez desta Igreja! A ação do Espírito gera a cooperação: certamente, aqueles irmãos perceberam que estavam sob a proteção especial de Deus. O mesmo Deus que fez o mundo, que tinha falado pelos profetas, era o Pai de Jesus, agora estava com eles em todo o tempo. Talvez,

eles imaginassem que mais milagres de cura promoveriam mais a causa do Evangelho, mas, mesmo que não tenham percebido isso naquela época, sua unidade, amor, esperança, vontade de compartilhar seus bens, com sua intrépida influência, foram seus argumentos mais potentes. A ação do Espírito, que gerou esta cooperação incomum, foi capaz de impactar desde os mais simples até os mais poderosos daquela sociedade. Talvez até mais do que outros milagres. A ação do Espírito gera a transformação: a mesma ação do Espírito que gerou na Igreja a intrepidez e a coopera-

ção, gerou a transformação de vida de muitos, a começar pelos membros da Igreja, e impactou toda aquela sociedade. Imagine o poder que esta ação pode ter hoje! Quanto este agir do Espírito pode transformar vidas na sociedade atual! O texto nos leva a concluir que aqueles irmãos tinham a consciência de que era a mão de Deus que estava realizando tudo, embora suas mãos fossem o canal imediato de suas operações beneficentes. Oremos por esta ação do Espírito hoje e que gere este impacto em nós e através de nós! n

Lançando sementes, nascendo comunhão Sandra Paula Batista Pinto Xavier diretora executiva da União Feminina Missionária Batista de Rondônia

“Os que haviam sido dispersos, porém, anunciavam as boas novas a respeito de Jesus por onde quer que fossem” At 8.4 (NVI). Graça e Paz, amados irmãos. É um grande desafio falarmos sobre este tema, principalmente nestes últimos tempos pelos quais temos passado.

Falar em “lançar a semente” quando muitos se acomodaram em ficar dentro de casa e falar em “comunhão” quando muitos preferem o isolamento, o que temos percebido é que, por causa dessas situações, deixamos de vivenciar aquele primeiro amor vivido por nossos irmãos em Atos 8.4. Naquele tempo, mesmo com medo de serem perseguidos e condenados à morte, nossos irmãos não deixaram de contar e compartilhar o que viram e aprenderam com o Mestre e a Igreja

crescia cada vez mais forte. Hoje, mais do que nunca, precisamos ser esses semeadores lançando a semente da Palavra de Deus e promovendo a comunhão que somente em Cristo Jesus é possível. Precisamos despertar para viver o grande chamado de Cristo para “irmos aos quatro cantos da terra, anunciando a Graça Salvadora”, seja colocando nossos pés nos campos, orando e/ou também ofertando para que essa obra não pare.

Graças damos ao Senhor, que por Sua infinita misericórdia continua levantando homens e mulheres com o coração ardente por missões, que não se deixam ser abatidos pelas situações cotidianas e continuam lançando sementes. Que tenhamos em nós o mesmo espírito de ousadia que havia em Paulo, Pedro e tantos outros apóstolos e irmãos do passado, nos capacitando todos os dias para lançarmos a semente e vermos nascer a comunhão! n


MISSÕES NACIONAIS

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Obra missionária no combate às drogas Redação de Missões Nacionais É emocionante ver as Cristolândias de todo Brasil caminhando juntas durante a Semana de Combate às Drogas! Diversas unidades desenvolveram ações, que aconteceram nas próprias unidades e nas ruas, buscando impactar a sociedade, afirmando que as drogas não são o fim e que há uma esperança real, alguém que pode transformar vidas. A Cristolândia Pernambuco se preparou para as atividades de conscientização dos malefícios do uso de drogas. Durante essa semana, missionários e voluntários foram às ruas de Recife realizar uma ação nos semáforos, com cartazes que anunciavam mensagens como “Diga não às drogas” e “Jesus ama você”. No estado de Goiás, a Cristolândia Feminina Águas de Meribá também esteve empenhada nessa missão. A equipe missionária e as acolhidas trabalharam na construção de um painel sobre o tema e participaram de palestras educativas, para que possam se fortalecer ainda mais no combate ao

uso de drogas e perseverar em uma vida livre do vício. A Cristolândia de Pádua, no Rio de Janeiro, foi mais uma unidade que aproveitou a Semana Nacional de Combate às Drogas para anunciar nas ruas uma mensagem de esperança e a possibilidade de viver com qualidade. Quem passava pelo local podia ler os cartazes e conversar com os missionários, que estavam ali dispostos a impactar vidas com o evangelho que transforma. Muitas outras unidades da Cristolândia também participaram desse movimento, que aconteceu em diversos estados pelo país. Essa foi uma semana especial, mas, pela graça de Deus, o trabalho no combate às drogas é feito todos os dias, nas ruas e dentro das unidades. Louvamos ao Senhor pela transformação de cada um dos acolhidos e pedimos oração por tantos homens, mulheres e crianças que ainda vivem reféns do vício. Vale a pena investir na obra missionária! Vamos juntos anunciar a verdade que liberta o ser humano das trevas e o leva para a maravilhosa luz de Jesus! n

Cristolândia Feminina Águas de Meribá (GO)

Cristolândia Pernambuco

Cristolândia de Pádua (RJ)

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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA


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Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará completa 20 anos CIBUC também realizou lançamento de Missões Estaduais. Equipe de Comunicação da CIBUC No início de junho, a Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará (CIBUC) completou 20 anos de fundação. Para marcar a data, foi realizado um culto de gratidão a Deus com a presença de aproximadamente 300 pessoas, na Igreja Batista Elohim da Sapiranga-CE, pastoreada pelo pastor Roraima Braid. Foi um culto muito especial, não apenas por causa da celebração de seu aniversário, houve também o Lançamento da Campanha de Missões Estaduais 2022. Com o tema “Das trevas à luz”, esta campanha convoca nossas Igrejas a saírem da estagnação e mover-se em direção a luz de Cristo e transmitir

Ao completar 20 anos, CIBUC apresentou lançamento da Campanha de Missões com o tema “Das trevas à luz” essa luz para todo o Ceará, baseado em Mateus 4.16: “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.”

A campanha também traz um alvo desafiador para os Batistas Unidos. Nesta edição vamos batalhar para alcançar R$ 200.000 reais. Com este recurso vamos expandir para a Região

do Centro Sul do Ceará, enviando mais três famílias missionárias para o campo. Também planejamos investir na capacitação de novos obreiros, além da manutenção mensal de nossos missionários, que já conta com 23 famílias. No evento do Aniversário da CIBUC foi realizada a homenagem para o pastor Roraima Braid que, após 4 anos de serviço no quadro diretor da convenção, dedicará mais do seu tempo para sua Igreja. O lugar de coordenador geral da CIBUC é assumido pelo Ir. Francisco Ximenes, membro da Primeira Igreja Batista de Fortaleza-CE, cuja posse foi realizada no evento. Esteja orando por esse desafio de alcançar os recursos para expandir o Evangelho do Reino no campo Cearense. n

Convenção Batista Sul-Mato-Grossense celebra ao Senhor em sua 75ª Assembleia Capital do estado recebeu o evento. Mara Sílvia Costa

membro da Primeira Batista de Campo Grande-MS

Momentos de adoração, congraçamento, comunhão, agradecimento, reflexão e poder de Deus derramado sobre nossa Denominação marcaram a 75ª Assembleia da CBSM, realizada nos dias 16 a 18 de junho de 2022, na Igreja Batista Memorial em Campo Grande-MS. Saímos esperançosos em razão de vermos o Reino prosperando aqui no Mato Grosso do Sul e animados para continuarmos proclamando o Evangelho àqueles que estão a nosso redor. Contamos com a presença de ilustres convidados: o pastor Hilquias Paim, presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), e o pastor Fernando Brandão, executivo da Junta de Missões Nacionais (JMN), que nos impactou com suas mensagens e testemunhos do que Deus tem feito Brasil afora. Saímos com os corações queimando para compartilhar Jesus, um desejo enorme de não deixar ninguém sem saber que Cristo é a nossa esperança, tema do conclave. Pastor Fernando abriu o coração, rasgou o verbo e nos impactou! Nesse conclave, recebeu justa homenagem o irmão Holdem de Souza Costa, com o título de presidente de honra desta Assembleia, em razão dos

Após momentos de dificuldade, Batistas Sul-Mato-Grossenses vivem nova fase relevantes serviços que tem prestado, anos a fio, à denominação neste estado. Por estes rincões pantaneiros, o Senhor tem feito grandes coisas! Em um tempo não muito distante, a CBSM passou por inúmeras dificuldades na área financeira, com a perda de patrimônio e outros dissabores, que marcaram uma época que queremos deixar para trás. Contudo, há alguns anos, uma história de expansão missionária, expansão patrimonial e excelência de gestão tem sido escrita. E para isso o Senhor tem usado servos valentes no Núcleo Gestor, os colaboradores da Convenção e especialmente o ministro de relacionamento e expansão, pastor Paulo José da Silva. A boa convivência e o compromisso desse tripé de gestão têm dado frutos dignos de nota. Atualmente a Convenção Batista

Sul-Mato-Grossense é composta por 196 Igrejas e 83 missões, que, com parcerias, sustentam 30 famílias missionárias no campo. Está implantando o projeto Radical Pantanal, em parceria com a JMN, e se preparando para a aquisição de nova sede, mais moderna e mais adequada à estrutura atual do que a sede que hoje abriga a CBSM, com três andares e 22 salas. Nos últimos quatro anos, a receita do Plano Cooperativo teve um aumento significativo e, quanto às despesas, uma redução considerável, tendo a Convenção investido mais de 62% das entradas na área fim. Mesmo durante os dois anos de pandemia, o Senhor sustentou nossos obreiros e, inclusive, novos convênios foram assinados. Nosso projeto de Capelania Escolar, iniciado em 2017, alcançou tanto êxito que foi adotado pela JMN em 2020 e

está se espalhando pelo Brasil, através do trabalho missionário da sul-mato-grossense Márcia Doneda. A visão da Igreja Multiplicadora também tem tomado corpo, e atualmente temos trabalho Batista em todos os municípios do estado. Nossos seminários, Ana Wollerman e o Batista Sul-Mato-Grossense, têm alargado suas fronteiras através da criação de centros associados em outras cidades e até em outros estados. Diante de tudo que presenciamos, pastor Paulo José afirmou que, “como nunca ocorreu, esta Assembleia da CBSM pode ser chamada verdadeiramente de um culto de louvor e gratidão a Deus, pelos momentos que estamos vivendo! Glórias, pois, a Ele para sempre!” Por ocasião do fechamento desta matéria, o presidente da Convenção, pastor Jonas Xavier de Pina, que presidiu a 75ª Assembleia com dedicação e sabedoria, consignou: “Como presidente da CBSM, uma coisa apenas quero destacar: minha alegria em poder servir minha Denominação e desfrutar de algo extraordinário que foi a realização de nossa 75ª Assembleia. Que o nosso Deus nos capacite cada vez mais, a fim de que ofereçamos a Ele o melhor de nossas vidas. A Ele toda honra, a Ele toda glória, a Ele todo o louvor”. Que o Senhor continue derramando graça sobre o Mato Grosso do Sul! n


MISSÕES MUNDIAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 10/07/22

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Perseguidos, mas não desamparados Redação Missões Mundiais A história do verdadeiro Cristianismo é a história de um movimento sempre perseguido, mas nunca desamparado. É a demonstração da fé em meio à realidade da privação e provação. Fazer com que todos ouçam o clamor dos que sofrem por amor a Jesus é mais do que urgente. Por isso, Missões Mundiais dedica um período do ano para enfatizar junto às igrejas a necessidade de reforçarmos nossas ações em favor dos que são perseguidos por andar com Cristo. Neste mês de julho vamos nos informar através das redes sociais de Missões Mundiais, ofertar e dobrar nossos joelhos para que ao longo de todo o ano estejamos fortes para amparar a Igreja Perseguida. “Somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo o morrer de Jesus, para que a vida de Jesus também seja revelada em nosso corpo.” - 2 Coríntios 4. 9 e 10 Como a organização brasileira que mais tem missionários atuando junto à Igreja Perseguida, Missões Mundiais trará a você nestes 15 dias relatos daqueles que se encontram em países onde a perseguição é feita baseada em leis, ou em lugares em que, embora ilegal, a perseguição ocorre sob o aparato estatal; ou ainda em regiões onde cristãos são perseguidos por grupos específicos. Mobilize Vamos formar uma grande corrente nas redes sociais compartilhando esses conteúdos com a hashtag #JuntosPelaIgrejaPerseguida. Queremos que você, de qualquer lugar do planeta, sinta-se parte do que Deus está fazendo no mundo em favor da Igreja Perseguida. Reserve um dia em sua igreja para falar desta grande necessidade. Você pode também: 1.Exibir o vídeo e o site desta campanha; 2.Criar conteúdos próprios, como vídeos e posts em suas redes sociais com a hashtag #JuntosPelaIgrejaPerseguida para que possamos compartilhá-los; 3.Usar os textos publicados em momentos missionários durante os cultos ou reuniões de pequenos grupos; 4.Levantar ofertas para as ações de Missões Mundiais junto à Igreja Perseguida. Os valores podem ser repassados através do PIX: igrejaperseguida@ doeagora.com; 5.Formar grupos de oração usando os pedidos divulgados no Diário de Oração.

Use a criatividade e deixe o Espírito Santo te inspirar sobre a melhor forma de apoiar os irmãos da Igreja Perseguida. EM FOCO

parável ao Boko Haram e ISWAP (Província do Estado Islâmico da África Ocidental) e demonstram uma clara intenção de atingir os cristãos e símbolos potentes da identidade cristã”, afirma o relatório da APPG. Líderes cristãos na Nigéria disseram acreditar que os ataques às comunidades cristãs no Cinturão Médio da Nigéria são inspirados pelo desejo de extremistas em tomar à força as terras dos cristãos e impor o Islã, já que a desertificação tornou difícil sustentar seus rebanhos.

Neste ano, investiremos uma força maior na África Ocidental. Isso não significa que nossos olhos estarão fechados ao restante do mundo, uma vez que há registros de perseguição contra cristãos nos cinco continentes. A necessidade de destacar essa região do planeta surgiu a partir da crescente Níger onda de atos violentos contra cristãos principalmente na Nigéria, no Níger e O Níger foi afetado pela violência no Mali, que contam com pouco desjihadista nos últimos dois anos, com taque na mídia internacional. militantes ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico causando ataques no Nigéria oeste, e militantes do Boko Haram e do Na Nigéria, o presidente da Asso- EI promovendo ataques no sudeste. O ciação Batista local comentou recen- presidente Mohamed Bazoum também temente sobre os assassinatos em iniciou conversas com militantes na uma igreja da cidade de Owo. “Essas tentativa de manter a paz no Níger. As autoridades nigerinas promepessoas são possuídas, demoníacas e não estão trabalhando para o bem do teram anistia aos jihadistas que conpaís. Que Deus desça e os combata cordarem em voltar à sociedade se rendendo. Alguns fundamentalistas desde suas raízes”, desabafou. Por lá, ataques a cristãos de todas já passam por aulas de “desradicalias denominações, incluem também zação”. A região de Tillaberi tem sido um católicos, e são perpetrados na maioria das vezes por muçulmanos da etnia foco de ataques jihadistas desde 2017, Fulani. Um dos crimes recentes mais com sua localização estratégica nas bárbaros envolveu uma estudante uni- fronteiras entre Níger, Mali e Burkina versitária cristã, assassinada por uma Faso. Cristãos e outros grupos nãomultidão por sua suposta blasfêmia -muçulmanos, há anos são marginalizados ou tratados como cidadãos de contra o Islã. Com milhões de pessoas na Nigé- segunda classe no estado do Níger. ria e no Sahel, os Fulani compreendem Muitos estão se mobilizando para mucentenas de clãs de muitas linhagens dar esta situação em 2023, quando diferentes que não têm visões extre- haverá eleições gerais no país. mistas. Mas alguns Fulani aderem à Mali ideologia islâmica radical, observou o Grupo Parlamentar de Todos os PartiKatiba Macina é um grupo extredos do Reino Unido para a Liberdade ou Crença Internacional (APPG) em mista islâmico com laços com o pregador muçulmano Amadou Koufa. Ele um relatório recente. “Eles adotam uma estratégia com- pertence ao Grupo de Apoio ao Islã e

aos Muçulmanos, um grupo ligado à Al-Qaeda que opera principalmente no Mali. Desde uma tentativa de golpe em 2012, os jihadistas controlam grande parte do norte do Mali, pois ultrapassaram áreas com liderança governamental fraca e capitalizaram vulnerabilidades intensificadas pela Covid-19. Embora a insurgência tenha afetado toda a população, os cristãos são especialmente suscetíveis a ataques nas mãos de terroristas islâmicos. De acordo com dados da ONU, o número de deslocados internos que fugiram do país devido a ataques havia superado a marca de 400 mil até o final de setembro de 2021. O grupo Katiba Macina está por trás de um número crescente desses ataques. Segundo fontes anônimas, “o desejo de impor a lei islâmica Sharia é a prova de que os jihadistas, especialmente os de Katiba Macina, estão trabalhando para a expansão de um islamismo radical de um tipo que muitos outros muçulmanos não compartilham”. Orações Junte-se a Missões Mundiais em oração pelo Mali, pelo Níger e pela Nigéria, em especial, cujos cristãos são atormentados pela violência física, psicológica e moral. Ore para que os líderes dessas nações lutem pela liberdade religiosa e para que o Senhor fortaleça e multiplique a comunidade cristã na África Ocidental. Por favor, ore conosco também por aqueles que perseguem a igreja, para que o amor de Jesus os leve ao arrependimento. A Igreja Perseguida precisa saber que não está desamparada. Seguimos firmes, segurando as cordas, contribuindo como irmãos em Cristo para que continuem anunciando a Salvação independentemente das circunstâncias. n


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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 10/07/22

Caravana de pastores participa de missão na Amazônia Eles tiveram apoio de profissionais da área da saúde.

Anderson Cavalcanti

pastor da Segunda Igreja Batista em São Luís MA

A Caravana de Pastores 2022 do Barco O Missionário aconteceu entre os dias 03 e 09 de junho. Participaram 30 pastores com apoio de médicos e odontologistas, além da comitiva da embarcação. No dia 03, nos deslocamos até o aeroporto de Manaus-AM. Fomos de ônibus até o município de Manacapuru, onde embarcamos no barco. Partimos em viagem de 36 horas para o município de Coari, um dos polos base da missão Amazônia. À noite, no culto no barco, os participantes se apresentaram e ouvimos o testemunho dos coordenadores do Projeto Amazonia, o pastor André Mateus e a missionária Germana Mateus. Hoje, existem 30 mil comunidades ribeirinhas espalhadas na Amazônia. Os Batistas brasileiros atualmente desenvolvem projetos missionários em 140. No final da tarde do dia 04 chegamos ao município de Coari, onde atuam os missionários radicais, pastor Filipe e a missionaria Maria Elisa, que mentoreiam os missionários radicais da região do polo de Coari. No dia 05, pela manhã, fomos recebidos na Comunidade ribeirinha Vila Fernandes pelos missionários Edvanilson e Diego. Após as atividades realiza-

Trabalho de pastores e missionários abençoou comunidades ribeirinhas das pelas equipes de campo aconteceu o culto, onde o pastor Ronaldo ministrou a Palavra e houve conversões. Na parte da tarde, fomos para a comunidade Liberdade, onde atuam os missionários radicais Mateus e Caio. No culto trouxe a reflexão bíblica o pastor Jason e aconteceram conversões para a glória de Deus. No dia 06, chegamos a comunidade de Boã, que fica no lago de Coari. Ouvimos o testemunho das missionárias Emile e Juliana que atuam no local. Realizamos o culto ao ar livre. A ministração foi realizada pelo missionário Everton e vidas aceitaram Jesus como Salvador. A comunidade de Itapeua foi o alvo do trabalho do barco missionário na parte da tarde com atendimentos, atividades com crianças, visitas e culto evangelístico. Atuam em Itapeua os missio-

nários Davi e Rafael. O culto aconteceu na congregação e teve a ministração do seminarista Jonatas do STBSB, e muitas vidas se renderam a Jesus. No dia 07 visitamos a comunidade de Caiana onde atuam os missionários Denilson e Cleyton. A comunidade pertence ao polo da região de Codajás. No final da manhã aconteceu o culto, onde a Palavra foi ministrada pelo pastor Anderson Cavalcanti e vidas se entregaram a Jesus. Antes do embarque e navegação para Manaus, foi realizada a doação de um bote com motor para uso no projeto para abençoar o trabalho que será desenvolvido para alcançar cinco comunidades ribeirinhas. No início da noite, no culto no barco, após testemunho do missionário João Batista de Rio Verde-GO, a comitiva se comprometeu em doar um bote com

motor para ajudar em um dos projetos radicais de Evangelização aos ribeirinhos. No dia 08, já em Manaus, seguimos para a Igreja Batista Esperança, onde aconteceu o Concílio ao Ministério Pastoral dos seguintes missionários radicais: 1: Gabriel Fonseca; 2: Fabiano Luiz; 3: David; 4: João Victor; 5: Mateus Alexandre. O presidente do Concílio foi o pastor Carlos Elias. Os pastores André Matheus, Samuel Moutta e Samuel Wescley foram os examinadores e o pastor Cláudio o secretário. Os candidatos foram aprovados por unanimidade. À noite participamos da formatura de 20 formados do PFM no Curso Livre de Teologia pelo STBSB. Em seguida, tivemos a consagração dos novos pastores com ministração da Palavra feita pelo pastor Samuel Moutta. No dia 09 visitamos o Centro de Formação Missionária da Amazônia (CFM). Na ocasião foram apresentados os ambientes do Centro de Formação com explicações da história e trabalho de formação e imersão dos jovens radicais. Após o almoço, voltamos para nossas famílias e ministérios certos de que Deus ainda tem muito a fazer na Amazônia. Impactados pela experiência missionária, nos colocamos a disposição do Senhor para testemunhar de tudo que vimos, vivemos e ouvimos. n

CONABERJ reúne adolescentes no Sítio do Sossego “Recomeçar” foi o tema do encontro.

Temoteo Santos

coordenador de Missões, Teologia, Adolescentes e primeiro vice-presidente da Juventude Batista do Estado do Rio de Janeiro

Nos dias 16 a 19 de junho aconteceu o Congresso dos Adolescentes Batistas do Estado do Rio de Janeiro, o CONABERJ. Um momento muito especial, em que o Espírito Santo derramou muito dEle sobre nossas vidas! Se fossemos resumir o congresso em uma só frase seria “Um momento ímpar!” O congresso iniciou na quinta-feira, no sítio do Sossego, em Casimiro de Abreu-RJ, sítio da Convenção Batista Brasileira (CBB) que é muito conhecido pelos congressos dos Embaixadores do Rei; com a chegada dos congressistas e a recepção de nossa equipe, a noite tivemos a participação de louvor

Momentos de comunhão e adoração impactaram os participantes da Banda Novo Código, que conta com participantes da Primeira Igreja Batista em Casimiro de Abreu-RJ, que por sinal tem sido muito parceira da JUBERJ nas suas programações na região e por isso somos gratos ao pastor Rafael Antunes. Durante a celebração da noite, recebemos a mensagem por nosso amado irmão e secretário-executivo pastor Diego Fagundes, da Primeira Igreja Batista em Barro Branco, São

Fidélis-RJ, uma mensagem extremamente impactante. Na sexta-feira, tivemos a participação da Banda de adolescentes da PIB em Casimiro de Abreu-RJ, momento muito bom com nossos adolescentes! De sexta a sábado, a mensagem ficou por conta do querido pastor Hugo Sampaio, da Primeira Igreja Batista em Cachoeiro de Itapemirim-ES. Ele lidera a Juventude Red e nos trouxe muita pro-

fundidade bíblica e um recomeço no relacionamento com Deus! Foram quatro mensagens extremamente impactantes. Tivemos também no sábado as seguintes oficinas: Dança com Arina Paiva, da Primeira Igreja Batista em Itambi, em Itaboraí-RJ; Audiovisual, com Michelle Antunes, da Primeira Igreja Batista em Maricá-RJ; e Música com o foco em canto coral, com o ministro de Música Hélio Jr., da Terceira Igreja Batista em Macaé-RJ. Além disso, na programação, momentos divertidos, com sociais e festa. No domingo, o encerramento das atividades, em que o nosso primeiro vice-presidente, Temoteo Santos, trouxe a mensagem, junto a Banda Start, banda de adolescentes da Primeira Igreja Batista em Alcântara, em São Gonçalo-RJ onde em mais um momento impactante ouvimos a Palavra de Deus! n


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 10/07/22

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Convenção Batista Mineira promove Academia de Estudos Pastorais Participantes tiveram uma semana de capacitação. Andrea Guimarães

gerente de Crescimento Cristão da Convenção Batista Mineira

“Havia aqui uma sarça ardente”, assim foi definida a Academia pelo preletor pastor Willian Salgado e pelo pastor Joseíster, da Igreja Batista Monte Carmelo e participante. Após cinco dias de profundas experiências com Deus é tarefa árdua falar sobre o que foi a Academia de Estudos Pastorais, não por cansaço, mas por temor. O evento aconteceu de 20 a 24 de junho, em Poços de Caldas - MG. Há cerca de oito meses iniciaram-se as preparações. Clamamos ao Senhor que nos desse o tema, e em um sopro do Espírito Santo nos veio à mente e ao coração o trecho da carta ao Efésios onde o apóstolo Paulo, buscando trazer à memória daquela Igreja que o Deus a quem servimos é poderoso e surpreendente, escreve uma das mais belas sentenças bíblicas: “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo aquilo que pedimos e pensamos segundo o seu poder que atua em nós” (Ef 3.20). Pronto! O “Infinitamente Mais” ganhou espaço em nosso coração e soubemos ali que era tempo de sonhar!

Raphael Abdalla (CBB) e outros pastores convidados trouxeram diversos ensinamentos Depois vieram as escolhas dos preletores. Pedíamos a Deus que fossem homens íntegros, inspiradores e que amassem profundamente ao Senhor. Os nomes foram chegando e rapidamente cada convite aceito. Raphael Abdalla, Willian Salgado, Paschoal Piragine, Héber Aleixo e Augusto Júnior foram instrumentos poderosos nas mãos de Deus. Soberania, Ministério, Igreja e Família foram os temas abordados à luz de Efésios 3.20 e enriqueceram nossas mentes e espírito. A cada ministração, vez após vez, pastores e líderes vinham à frente, por vezes se colocando de joelhos, consagrando mais uma vez suas vidas aos pés do Senhor. Além disso, fomos conduzidos com doçura

Pr. Ozirmar Machado Leite celebra e agradece a Deus por 40 anos de Ministério Pastoral

Equipe da CBM teve papel fundamental na organização do evento

pela Flávia Lopes e seu esposo Sadson Viana na adoração. A equipe CBM foi também um destaque à parte. Duas palavras podemos usar para definir essa equipe: Prontidão e alegria! Reuníamos todos os dias em oração e isso, com certeza, fez toda a diferença. Estávamos ali por um único propósito e por um único Deus. Cada um exercendo seu dom, como um corpo, pudemos servir buscando a excelência e à glorificação do nome de Deus aos 230 participantes. Hoje, a palavra é gratidão. A Deus, o grande idealizador de cada momento dessa Academia. Ao pastor Márcio Santos, executivo de nossa Convenção, que tem investido sua vida neste campo e

tanto nos tem ensinado e abençoado com sua liderança corajosa, visionária e temente. À diretoria da CBM, que caminha ao nosso lado dando sempre apoio e suporte. Por fim aos intercessores, espalhados por todo nosso estado que estiveram nos sustentando em oração. Queremos concluir com um poema de Elizabeth Barret Browniing: “A terra está repleta dos céus, e cada simples arbusto em chamas por Deus. Mas vê somente quem remove os sapatos. Os demais se assentam em volta apenas para colher frutas”. Que permaneçamos com sapatos removidos e de olhos atentos para vivermos o Infinitamente Mais de Deus. n

Pastor comemora 25 anos de ministério pastoral em Igreja Batista em Belford Roxo-RJ Edmílson Costa da Silva

pastor presidente da Igreja Batista Bom Samaritano, em Belford Roxo-RJ

No dia 14 de junho, foi celebrado um culto em ações de graças pelo 25 anos de posse do pastor Edmilson Costa da Silva na Igreja Batista Bom Samaritano, em Belford Roxo-RJ. Programação teve

a presença de 65 irmãos, representando a OPBB Belforroxense, Queimadense e Serrana. Formado pelo Seminário Teológico Betel (RJ) foi consagrado no dia 03 de setembro de 1995, para o ministério auxiliar do pastor José Juvêncio da Silva, permanecendo até a data da posse no pastorado da Igreja. n

Pr. Ozirmar recebeu diversos pastores na comemoração Ozirmar Machado Leite pastor

O pastor Ozirmar Machado Leite celebrou 40 anos de Ministério Pastoral no dia 07 de maio. O culto de gratidão foi na Igreja Batista Jardim Estrela em Belo Horizonte-MG e teve a presença de familiares, irmãos da Igreja local e

de outras Igrejas. O orador ocasional foi o presidente de honra da Convenção Batista Mineira (CBM), pastor Jonair Monteiro da Silva. Celebração teve participações musicais e homenagens de Igrejas e diversas organizações Batistas de Minas Gerais. A Deus toda Honra e Glória! n

Pr. Edmilson iniciou interinamente o ministério há 26 anos


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PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 10/07/22 FÉ PARA HOJE

Dos barcos para a Cruz Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob “Jesus chamou pescadores de peixes vivos para morrerem a fim de se tornarem pescadores de homens mortos para viverem”. Desejo pensar com você o texto impressionante de Lucas 5.1-11. Aliás, uma história emocionante. Jesus, três pescadores e a multidão. Um triângulo fantástico. Pois, o texto é chamado de “a pesca maravilhosa” que impactou os três rudes pecadores e a multidão. Muito mais do que pescar uma grande quantidade de peixes foi a pesca que Jesus fez daqueles três homens simples. Eles foram destinados a fazer parte do grupo de discípulos de Jesus de Nazaré. Depois da pesca maravilhosa ou milagrosa, os pescadores deixaram tudo e passaram a seguir o Mestre (v.11).

Agora, não mais pescadores de peixes, mas pescadores de homens. Eles foram atraídos pela Pessoa de Cristo, o Deus encarnado (João 1.14). João, com Pedro e Tiago, viram a glória de Cristo. João testemunha: “e vimos a Sua glória”. Aqueles homens foram atraídos pelo Cristo da cruz. Foram tomados de uma coragem esplêndida. Jesus agora era a razão de suas vidas. Não mais eles, mas Cristo. Nesse texto de Lucas, houve exposição da Palavra, milagre, quebrantamento e chamada. A Palavra encarnada operou o milagre, o quebrantamento e a chamada para a missão do Reino de Deus. Uma chamada irresistível e irrevogável. Eles foram convocados para um compromisso com o Senhor Jesus às raias da morte. Deixaram a comodidade da empresa de pesca, dos barcos, da sua zona de conforto, para uma vida

de entrega absoluta e sacrificial ao Senhor, vulneráveis às perseguições dos religiosos judeus e aristocratas romanos. Na verdade, foram perseguidos, mas amaram mais o Senhor do que as suas próprias vidas. Deixaram o seu legado de que vale muito a pena seguir e servir a Jesus. Somos também chamados da nossa zona de conforto para uma vida de compromisso inadiável e inalienável com Cristo. Agora, não mais nós, mas Cristo (Gálatas 2.20). Não mais a nossa vontade, mas a Sua vontade. Não mais nos pertencemos, mas somos dEle. Vivemos não mais no que “achamos”, mas no que cremos. Cristo é tudo para nós (Colossenses 3.11). Ele é a razão da nossa fé e esperança. Ele é a nossa ampla suficiência. Isso não é maravilhoso?! Como Pedro, Tiago e João devemos

ter o foco em Jesus e em Sua missão. Ele é o Autor e o Consumador de nossa fé (Hebreus 12.2). Esses três pecadores pagaram o preço de deixar tudo por causa de Jesus. Pedro, segundo a tradição, foi crucificado de cabeça para baixo. Tiago foi morto por Herodes Antipas (Atos 12.2). João, seu irmão, foi preso e exilado na Ilha de Patmos. Vale a pena sairmos dos nossos “barcos”, nossa zona de conforto, para a cruz, para a nossa crucificação e morte com Cristo, servindo-O com alegria e singeleza de coração. O Senhor foi direto ao ponto quando disse: “Se alguém quiser vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). O nosso desafio diário é seguir o Mestre. Servi-lo de todo o nosso coração objetivando a conquista de vidas preciosas e a Glória de Deus, nosso Pai. n

Formando uma geração de discípulos Valdice Decoté

missionária mobilizadora da Junta de Missões Nacionais no Espírito Santo

Discípulo = quem estuda, aluno - do latim Discipulus. No Cristianismo, o termo discípulo se refere principalmente aos dedicados seguidores de Jesus. Esse termo é encontrado, no Novo Testamento, somente nos Evangelhos e em Atos. A palavra discípulo ocorre 269 vezes no NT. Fica bem claro que os seguidores de Jesus eram identificados como discípulos. Um discípulo é alguém que ama a Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, de todo o coração, alma e mente, e tenta se tornar mais e mais como Ele é, por meio da fé e da obediência. É aquele que possui um coração de servo.

Em Atos 11.26, pela primeira vez, os discípulos foram chamados de cristãos. Alguns anos se passaram para que os primeiros discípulos de Jesus fossem confundidos com Ele. Ser discípulo é aprender de Jesus e ser imitador dEle. Em Marcos 4.33-34, Jesus falava às multidões, mas dava um ensino mais profundo e pessoal a Seus discípulos. Eles tinham um acesso privilegiado a Jesus, porque tinham um compromisso sério com Ele, ao contrário do resto da multidão. Formar uma geração de discípulos, de pessoas que de fato queiram fazer a diferença como imitadores de Jesus, faria toda a diferença em nossa nação. Imaginem quantas pessoas seriam alcançadas diariamente. Imaginem discípulos bem treinados atuando em suas escolas, locais nos quais se veem cen-

tenas de adolescentes que querem fazer a diferença com tatuagens, músicas e outras coisas que possam chamar atenção. Imitadores de Cristo nas escolas, nas empresas, nos hospitais, nos supermercados, nos ônibus… Chego a pensar que temos muitas pessoas matriculadas nas escolas de discipulados, porém poucas têm feito a diferença, de fato, na vida de outras pessoas. Vamos formar uma geração de discípulos quando amarmos mais a Jesus do que qualquer outra pessoa ou coisa: “Quem tem os meus mandamentos e os guarda este é o que ama” (Jo 14. 21). Formaremos uma geração de discípulos quando nos dedicarmos ao estudo da Palavra para aprender mais de Jesus e termos coragem e ousadia para falar dele em qualquer tempo:

“Mas o Espirito Santo lhes ensinará todas as coisas, e lhes fará lembrar tudo que lhes disse” (Jo 14.26b).Formaremos uma geração de discípulos quando de fato nossa prioridade de vida for imitar Jesus: “Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados” (Ef 5. 1).Formaremos uma geração de discípulos quando obedecermos a Jesus sem pensar duas vezes, simplesmente obedecermos: “Aquele que não carrega a sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27). Formaremos uma geração de discípulos quando estivermos falando dEle em todos os lugares, sabendo que esse é o assunto que pode transformar a vida de todas as pessoas: “Portanto vão e façam discípulos de todas as nações…” (Mateus 28. 19). n


PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 10/07/22

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OBSERVATÓRIO BATISTA

“Mas essa pessoa era membro ativo na igreja!” Lourenço Stelio Rega É comum ouvirmos essa frase quando algum membro da Igreja acaba se envolvendo em uma situação incompatível com os valores éticos do Evangelho. A pessoa, provavelmente, era ativa nas atividades da Igreja e poderia até mesmo possuir algum cargo e ser líder em alguma área de atuação. Contribuinte fiel, pontual nos horários, nunca rejeitava nenhum compromisso ou cargo, sempre levava a Bíblia nos cultos, frequentava a Escola Bíblica, fazia culto doméstico, cantava no coro. Membro já há um bom tempo da Igreja, mas na hora “H”, a natureza falou mais alto e a pessoa acabou fazendo o que não deveria, seja se envolvendo em um adultério, desonestidade, traição, mentira, promessas não cumpridas, maledicência, comportamento destemperado, dívidas não quitadas, enfim, não honrou a nome de cristão, nem de Cristo, nem da Igreja. Paulo e o autor da carta aos Hebreus tiveram de tratar de situação semelhante e demonstraram que é possível ser cristão, mas não ter a vida cristã desenvolvida como deveria e a pessoa é considerada como que infante na fé. Pare um pouquinho a leitura deste artigo, abra ou consulte a sua Bíblia lendo I Coríntios 2.14-3.17 e Hebreus 5.11-6.3. O autor aos Hebreus até menciona que, pelo tempo decorrido, aqueles cristãos deveriam ser mestres, isto é, pessoas experimentadas (Hebreus 5.12). E aqui não é apenas o crescimento em conhecimento literário da Bíblia, doutrinário do Evangelho e da Palavra de Deus, mas desenvolvimento pessoal de caráter, temperamento e de vida concreta e transformada, pois Paulo mesmo fala aos membros da Igreja de Corinto que, pelo comportamento por eles demonstrado, mais se pareciam com crianças. Então não bastaria apenas o ensino teórico e conceitual das verdades eternas ou mesmo a simples leitura bíblica diária e até mesmo a memorização da Bíblia, mas muito mais do que isso que levará à transformação interior e não apenas de conhecimento sobre Deus, sobre as coisas espirituais e o funcionamento da Igreja. Um dos pontos essenciais do Evangelho é que, depois da queda, o ser humano se afastou de Deus com sua rebeldia no Éden e, a partir disso, Deus tomou a iniciativa de restaurar todas as

coisas (Gênesis 3.15) e, em toda a Bíblia temos esse grande empreendimento divino que vai sendo construído até que Ele envia Abraão para ser bênçãos para todas as nações (Gênesis 12.1ss) e sua descendência para prosseguir com essa missão divina. Israel, como povo descendente de Abraão, não assume essa missão, é levado cativo e a tribo de Judá volta do cativeiro, sendo o remanescente de Israel para o cumprimento da missão dada por Deus. Mas também não vai em frente ao esperar um messias político e se achar melhor que os demais povos. Prosseguindo, Deus dos dois povos (Israel-Judá + gentios) faz um só - a Igreja - para que essa missão que Ele colocou em Seu coração fosse cumprida (Efésios 2; Romanos 9-11). Esse processo, chamamos na Teologia de missio Dei, isto é, a missão de Deus que foi confiada a Abraão - Israel - Judá - Igreja, para a restauração da criação que culminará com a volta de Jesus em grande poder e glória no final dos tempos. Vejam que toda narrativa bíblica é permeada por esse empreendimento de Deus e precisa ser compreendida em seu conjunto. Infelizmente, muitos teólogos e estudos bíblicos consideram a Bíblia de forma segmentada de modo que essa linha história divina fica sem ser notada. Há um teólogo (Christopher Wright) que chama essa linha histórica total das Escrituras de “Grande narrativa de Deus na História”. Os primeiros cristãos-judeus ouviram Atos 1.8, mas não entenderam o desafio que Deus tinha dado para eles no nascedouro da Igreja, que foi a mesma mensagem desafiadora para Abraão envolvendo o alcance de todo mundo, de todas as nações. Assim permaneceram na “capital religiosa” de Judá - Jerusalém - e no templo. Foi preciso a morte de Estêvão para que se dispersassem e, mais ainda, a repetição da experiência de Atos 2, com o batismo no Espírito Santo e a experiência de línguas, para que fossem alcançando cada camada étnica - Samaria e gentios (confins da terra). Me parece que aqueles primeiros cristãos, sendo judeus, imaginavam que deveriam promover uma revisão e reforma no judaísmo em vez de prosseguirem anunciando a reforma do mundo pelo Evangelho da Salvação, prosseguindo com a missão de Deus dada inicialmente à Abraão.

Alguns detalhes serão necessários para que se possa aplicar essa missio Dei para a busca de nossas respostas à pergunta inicial. Em primeiro lugar somos hábeis em pregar a salvação individual que Cristo nos conquistou pela Sua morte e ressurreição, e nada errado com isso, pois é um fato bíblico e cumpre a promessa de Deus pela libertação no que chamamos na Teologia de Protoevangelho (Gênesis 3.15). O dilema está quando dissociamos a salvação do indivíduo dessa grande narrativa redentora de Deus para a restauração da criação. Valorizamos tanto o indivíduo - como mesmo o fazemos na Pós-Modernidade - que deixamos de lado que ele, ao se converter, passa a se integrar ao povo escolhido de Deus para levar ao mundo não apenas a mensagem da salvação em que, depois de salva, a pessoa deve pacientemente aguardar a volta de Jesus, como que oferta de uma espécie de “apólice contra o incêndio do inferno”. A missio Dei para a Igreja não foi mudada, o empreendimento de Deus em restaurar a criação continua e agora cada um de nós - salvos em Jesus Cristo - somos seus instrumentos, suas ferramentas para que o mundo conheça muito mais do que um Jesus crucificado e uma salvação escatológica. Conheçam uma nova vida, um novo modo de viver compatível com o Plano da Criação. O discipulado, por exemplo, mais do que estrutura ou programa para a Igreja, é A estratégia de Deus para promover a transformação de vida por meio de vidas transformadas como modelos a serem seguidos (I Coríntios 11.1), muito mais do que apenas o ensino sobre as coisas de Deus, ensino doutrinário e atividade eclesiástica. Tudo isso faz parte, mas nenhum desses componentes sozinhos. No fundo, quando o mundo nos vê lá no emprego, andando pela rua, na escola, dentro do nosso lar, entre os amigos, deverá ver Deus se manifestando por meio de nosso modo de ser, nosso modo de sentir e pensar, de conviver com as pessoas. Mas, me parece que temos ido à cidade e ao campo para evangelizar, trazendo os convertidos para dentro da Igreja para serem preparados para serem bons crentes, trabalhadores para a Igreja, frequentadores dos cultos aos domingos, dependendo, em geral, ape-

nas do púlpito e da “sacralidade” do tempo, vivendo como que um “transe de final de semana” que quase não se reflete no viver diário a partir da segunda-feira. Desde que a pessoa seja esforçada, assuma cargos, contribua para a obra do Senhor, seja pontual, ouvinte atenta, está tudo bem. Será que reduzimos Cristianismo em atividades, programas, estruturas; em domingo, templo, púlpito etc.? E a vida transformada? Vida que seja reflexo de ter sido apresentada no altar de Deus (Romanos 12.1; Gálatas 2.20) em que a sua vontade passa a ser fruto de mente renovada (Romanos 12.2) pela Palavra inspirada de Deus (II Timóteo 3.16,17). Então a pessoa ficará, nestas condições, livre de falhar, de pecar? Certamente não, mas aprenderá a reparar os danos praticados, a pedir perdão, a assumir compromissos com responsabilidade tendo pureza de interior e de caráter em que se possa confiar. Será o canal para que o Espírito por meio dela produza o seu fruto (Gálatas 5.22,23), viverá com alegria as bem-aventuranças (Mt 5.3ss). Veja que o desafio aqui é muito mais do que ser apenas membro operativo da Igreja, é ser vida transformada e transformadora de modo que pessoas assim possam ser devolvidas para a cidade e para o campo para que o mundo conheça Deus e nEle encontrem a razão de viver. Tudo isso vai muito mais além da visão apenas missionária, que muito bem faz ao enviar missionários ao campo e somos desafiados a sustentá-los. Aliás, precisamos muito mais de missionários e muito mais de sustento para essa obra. Mas o que estou procurando demonstrar é irmos mais avante ainda, em que ocorre o que chamamos na Teologia de visão missional, em que cada cristão com vida transformada é devolvido ao mundo para ser instrumento de Deus para o cumprimento do empreendimento restaurador da Criação que Ele nos tem dado como Sua missão. Deus rejeitou Israel e Judá pois não seguiram essa missio Dei, e, como hoje somos Igreja, será que estaremos dando a Deus motivo também de nos rejeitar? Qual seria a sua resposta? Fico à sua disposição> rega@bastistas. org. n



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