ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 09/07/17
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Ano CXVI Edição 28 Domingo, 09.07.2017 R$ 3,20
Fundado em 1901
Igreja Batista de Areia Branca, em Santos - SP, celebra 60 anos de atividades Comemoração foi realizada nos dias 27 e 28 de maio de 2017, e contou com a presença de irmãos e pastores de outras Igrejas da localidade, assim como autoridades da cidade de Santos - SP. O orador do culto foi o pastor Eli Fernandes de Oliveira, da Igreja Batista da Liberdade - SP. Página 12
Missões Nacionais
UFMBB
Projeto ganha novos voluntários para evangelização de presos por cartas
Veja como foi a celebração do centenário do Seminário de Educação Cristã
Página 07
Páginas 08 e 09
Missões Mundiais
Notícias do Brasil Batista
Junta de Missões Mundiais: há 110 anos fazendo missões!
Batistas de Pernambuco dizem “Eu me importo com o Alto Pajeú”
Página 11
Página 12
2
o jornal batista – domingo, 09/07/17
reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo
Importância da Educação Religiosa no fortalecimento da Igreja
A
filosofia da Convenção Batista Brasileira (CBB), declara: “A educação religiosa tem por objetivo o desenvolvimento da consciência do cristão quanto à atitude que deve assumir e desenvolver à luz da Palavra de Deus. Tem por objetivo desenvolver o caráter cristão que deve expressar-se na adoração, na conduta e no serviço cristão e visa ao pleno crescimento do homem como ser criado à imagem e semelhança de Deus. Tem por base a ideia de que Deus se revela como verdade infinita e que o homem é capaz de conhecê-lo em parte. Isso deve levá-lo a crescer na graça e no conhecimento de Cristo e a compartilhar com seu semelhante a vida cristã como um todo”. Geralmente, toda vez que um escritor ou expositor pretende estudar um determinado assunto começa por buscar conceituar o tema, bem como demonstrar a origem e o desenvolvimento do mesmo no tempo e no espaço. Todavia, esta linha, muito utilizada, será aqui abandonada para dar
lugar a uma busca do entendimento a partir de um sentido pragmático e uma adequação produtiva entre a teoria e a prática. A educação, no sentido lato, é um processo. E o termo processo dá a ideia de algo dinâmico, que está em movimento de um para outros pontos, de forma lenta, ou, às vezes, veloz. A Educação Religiosa insere-se neste contexto dinâmico e pragmático. O pragmatismo de Deus consiste em querer como resultados imediatos a conversão genuína do pecador e o seu doutrinamento. Esses resultados imediatos devem ser tanto em termos de quantidade como de qualidade (Efésios 4.13). A Educação Religiosa insere-se, claramente, na missão dinâmica da Igreja, como ordenado por Jesus, na Grande Comissão: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra; portanto, ide e fazei discípulos (...)” (Mt 28.18-20). A ordem sequencial dos verbos que demandam ação no discurso de Jesus é intencional e estabelece uma sucessão prioritária evidente e inalterável. Primei-
ro, fazer discípulos (conversão); em seguida, batizando-os e, a seguir, ensinando-os. Esta ordem é inalterável, pois não há batismo se não houver conversão e só os convertidos aceitam ser batizados e, consequentemente, se dispõem a aprender. Como já afirmado acima, a Educação Religiosa é um processo contínuo, uma ação sem limite. Não está cerceada por tendências ou linhas de uma norma de comportamento. Ela tem a ver com a totalidade da vida humana. E vida é um tema básico na Bíblia, de Gênesis a Apocalipse; é exatamente a posse dessa vida que distingue um cristão das outras pessoas. A promessa de vida fala de restauração das capacidades, traz uma nova aptidão em perceber a realidade (Hebreus 11.3). A Educação Religiosa, portanto, é um processo contínuo de transformação de vida, em que o discípulo adquire uma nova forma que o identifica com Jesus Cristo e vai, ao mesmo tempo, perdendo a identidade com o passado, ou seja, o tema central da
Educação Religiosa é a vida. Em Romanos 12, encontramos a síntese desta transformação, quando Paulo usa a expressão “conformeis” (syschematizo) = tomar forma aparente, forma exterior (termo usado pelos gregos para definir o que o ator fazia no palco). A outra expressão é “transformai-vos” (metamorfeuo) = mudança da forma, tomar forma daquilo que realmente é. A Educação Religiosa não deve produzir algo pronto. Deve suprir o que é preciso para que o processo de crescimento se desenvolva de maneira normal e salutar. Deve-se preocupar com a vida, com o crescimento da vida eterna dentro da personalidade humana, em direção à semelhança com o Deus que a dá. A Educação Religiosa deve preocupar-se com a transformação progressiva do discípulo no caráter, valor, motivação, atitudes e entendimento do próprio Deus (Gálatas 2.20). Sócrates Oliveira de Souza, pastor, diretor Executivo da Convenção Batista Brasileira
o jornal batista – domingo, 09/07/17
reflexão
3
bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES
Recipiente limpo
A
ntes de me casar morei sozinho durante vários anos. Cansado dos pratos feitos servidos nos botequins, resolvi preparar a minha própria alimentação. Adquiri uma panela, prato, garfo, colher e faca. Aos utensílios domésticos integrava uma frigideira, que servia em todas as situações, desde a elaboração de um ovo frito, até esquentar as sobras do almoço no jantar. No início, a frigideira funcionou bem; até brilhava, após uma massagem com esponja de aço. Não havia detergente na época, usava-se sabão de coco. Com o tempo e o uso contínuo, a frigideira deixou de brilhar. Uma crosta foi acrescida a sua borda. O interior continuava limpo,
mas o exterior dizia que algo estava errado com a frigideira ou com o seu dono. Uma vez casado, a frigideira foi descartada por outra mais moderna, que já foi descartada muitas vezes, sempre com o mesmo problema: a crosta acumulada pelo uso ininterrupto. Toda dona de casa já passou pela experiência da frigideira ou da panela que perdeu o brilho, vítimas da crosta acumulada. Assim é a ação do Espírito Santo na vida do salvo. É a primeira pessoa da Trindade a se comunicar com o pecador. Convence-nos do pecado, aponta para Jesus Cristo como Único que pode nos livrar das garras do inferno. Leva-nos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo. Uma vez salvo, o Espírito faz uma
verdadeira limpeza na vida do novo convertido. Valores são mudados; até a aparência é modificada para melhor. Mais ainda, o Espírito Santo passa a habitar na experiência do crente em Jesus (João 16.8-11 e 14.16-17). Não precisamos cantar ou pedir que Ele nos visite, ou que venha fazer morada em nossos corações. Na área da música surgem as maiores heresias. Salvos solicitando a visita do Espírito, um encontro com o Espírito, inclusive, orando ao Espírito e não no Espírito. Tais heresias ocorrem porque o salvo esqueceu de manter limpo o recipiente. Pecado, vícios, mágoas, rancores, descasos no cultivo da vida cristã vão se acumulando na experiência diária, que impedem a
ação do Espírito Santo. Ele não abandona o salvo, mas é sufocado pelas crostas do pecado acumulado. Isaías diz: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem o seu ouvido agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades (crostas do pecado) fazem divisão (separação) entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Is 59.1-2). Caso queiramos vida plena com Deus e a alegria concedida pelo Espírito Santo, precisamos limpar o recipiente, isto é, o nosso corpo, Templo do Espírito Santo. Deus não usa vasos sujos com as muitas crostas do pecado. Há, da parte do Senhor, o
desejo em usar cada salvo para a Glória de Jesus Cristo. Antes de sermos usados e experimentarmos o verdadeiro avivamento precisamos remover o pecado que nos afasta de Deus. Não é fácil remover as crostas de uma frigideira velha encardida. Mas é possível, com o auxílio do próprio Espírito Santo. Ao interceder por nós e produzir com muita dificuldade o Fruto do próprio Espírito, encontramos forças para nos livrar do pecado. O Espírito Santo cumpre com alegria sua missão precípua: apresentar-nos irrepreensíveis a Deus. Vidas puras sem as manchas do pecado. Deus quer usá-lo, não se faça mouco. Ouça a voz do Espírito Santo e seja sensível.
A cruz nos aproxima Edson Landi, pastor, colaborador de OJB “Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: eis aí tua mãe. E desde àquela hora o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19.26-27).
A
Cruz de Cristo nos aproxima. Primeiro, ela nos aproxima de Deus. Por meio da morte de Seu Filho na cruz, Deus nos reconcilia com Ele (II Coríntios 5.19). A crucificação de Jesus não trouxe a nós apenas o benefício do perdão dos pecados e nossa reconciliação com o Pai. Ela também nos traz responsabilidades para com o Senhor, amando-O, servindo-O e tomando a nossa própria
cruz para segui-lO. Em segundo lugar, a Cruz de Cristo nos aproxima das pessoas: dos salvos e dos que estão sem Cristo. A cruz nos torna responsáveis pelos nossos semelhantes, no sentido da incumbência que temos de proclamar que Cristo morreu e ressuscitou. Nós somos os responsáveis pela evangelização dessa geração! E a cruz também nos torna responsáveis pelos nossos irmãos na fé: cuidando, ser-
vindo, suprindo as necessidades, levando as cargas uns dos outros e orando uns pelos outros. E vemos isso na crucificação de Jesus, no momento em que Ele outorga a João a responsabilidade de cuidar de Maria, sua mãe. Infelizmente, muitas pessoas vivem separadas por conta da cruz. Doutrinas, posições e pensamentos teológicos têm provocado a separação de muitos crentes. Mas quando olhamos para
a Bíblia vemos que, pela morte de Cristo na cruz, nos tornamos irmãos, passamos a fazer parte da mesma família. Tornamo-nos filhos do Pai Celestial. Não falo de ecumenismo, falo de Igreja local, de pessoas que se reúnem todos os domingos para celebrar. Devemos entender que, apesar das nossas diferenças, em Cristo somos o mesmo corpo, a mesma família. A cruz nos une e nunca nos separa.
4
o jornal batista – domingo, 09/07/17
reflexão
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia
Anunciai o Reino no Poder de Cristo Levir Perea Merlo, pastor, colaborador de OJB “Ele, porém, lhes disse: é necessário que também às outras cidades eu anuncie o Evangelho do Reino de Deus; porque para isso é que fui enviado” (Lc 4.43).
N
este mês de julho adentramos no primeiro mês do segundo semestre que vai iniciar o fechamento de 2017. Não sabemos o que nos espera daqui para frente, mas o Senhor sabe e acalma os nossos corações, dizendo: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal” (Mt 6.34). Jesus não estava preocupado com o dia seguinte, não desperdiçava Sua energia à toa. Ele curou,
expulsou demônios, pregou, mas não se deteve diante das multidões. O seu desejo era anunciar o Evangelho do Reino às outras cidades, porque sabia que ali também havia seres humanos carentes e desejosos de ouvir e de praticar a Palavra de Deus. Anunciar o Reino no Poder de Cristo significa também imitar essa urgência do Mestre em proclamar a Palavra em todos os lugares onde haja vidas; significa também ter a convicção de que o Seu poder está em nós através do Seu maravilhoso Espírito Santo. É assim que Atos 1.8 nos informa: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da Terra”. Nos meses de junho e julho, nossas Convenções
Encontro de Jesus com o paralítico de Betesda
Estaduais somam esforços com as Igrejas Batistas locais para levantar uma expressiva oferta missionária para ajudar a obra local por meio de obreiros valorosos, que não medem esforços e adentram aos sertões e selvas do nosso país para levar essa mensagem gloriosa e transformadora de Jesus Cristo! Nossas regiões, com suas peculiaridades e necessidades, torna necessário que tenhamos obreiros autóctones ou adaptados àquelas realidades, enviados e sustentados dignamente pelas Igrejas do Senhor. E para isso é preciso que o obreiro tenha, verdadeiramente, o chamado, e o recurso, que só é possível mediante a cooperação do Povo de Deus. Querida Igreja do Senhor, não deixe passar em branco essa grande oportunidade de ajudar na Obra do Reino!
Sabedoria doada por Deus “E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada” (Tg 1.5).
P
aulo e Tiago encaram a “sabedoria” como um dos dons de Deus, no estabelecimento do Seu Reino. De acordo com Tiago, em sua carta, “Se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus e ele a dará, porque é generoso e dá, com bondade, a todos” (Tiago 1:5). O escrito feito pelo irmão de Jesus deve ser lido no seu contexto e intenção. O autor do livro começa ensinando o grande valor de “Passar por todo tipo de aflições”. O cristão que sofre aflições, por causa de seu esforço de viver em comunhão com Cristo, eventualmente recebe bênçãos providenciadas pelo Senhor. Só que as afli-
Marinaldo Lima, pastor, colaborador de OJB Jesus Cristo viajou à capital da Judeia; Havia grande multidão ali em Jerusalém. Era festa dos judeus, chegavam muitos peregrinos Andando pelas ruas; um constante vai e vem. Próximo à porta das ovelhas tinha um tanque Que, em hebraico, de Betesda era chamado. O tanque era grande e possuía cinco alpendres Que eram sempre intensamente disputados. Durante dia e noite enfermos se apinhavam: Cegos, surdos, mancos e aleijados. Esperavam o movimento das águas lá embaixo Para se jogarem ou então serem jogados. Com fé acreditavam que a água se agitava Quando um anjo descia em tempo determinado. O primeiro que entrasse em contato com a água De imediato, da sua doença era curado. Na ocasião Jesus viu um homem ali deitado Que há trinta e oito anos um milagre esperava. Tão absorto ele estava olhando para a água Mas ouviu a voz do Mestre que com ela falava:
ções e provações que enfrentamos sempre acontecem causando-nos sofrimento e, às vezes, sentimentos de que Deus não deve estar ligando muito para o nosso mal-estar. Daí o ensino de Tiago: olhar para as provações como bênçãos advindas do Senhor é uma perspectiva somente reservada aos espiritualmente sábios. Orar pedindo sabedoria espiritual deve ser nosso hábito diário. Porque, neste mundo, diariamente sofremos perseguições e injustiças. O bom da história é que, todas as vezes que pedirmos sabedoria para poder enfrentar cristãmente as aflições causadas pelo mundo, Deus responde. E, como parte da Sua resposta, reforça nossa resistência espiritual. O Senhor nos responde, tantas vezes quantas pedirmos. Mas, nunca esquecendo de pedir com fé.
“Queres ficar são?”, foi a pergunta de Jesus. E ele respondeu mostrando a situação: “Não tenho ninguém que me ajude a descer E antes de mim muitos outros sempre vão”. Cristo demonstrou que estava disposto A ajudar o paralítico e para ele falou: “Levanta, toma a tua cama e anda”. Ele obedeceu, levantou-se e andou. O homem curado por Jesus tomou a cama E foi repreendido por um grupo de judeus: “É sábado e tu não podes levar o leito”. “Foi a ordem que eu tive”; ele respondeu. Depois de algum tempo Jesus estava no templo E encontrou o homem ali na Casa do Senhor. “Já estás são e deixes todo o pecado”. Foi o conselho sábio do bendito Redentor. O ex-paralítico encheu-se então de coragem; Procurou os judeus e não se intimidou. “Estão vendo Aquele homem que está ali? É Jesus, o Cristo, foi Ele quem me curou!”.
o jornal batista – domingo, 09/07/17
reflexão
5
Reconhecendo minha cruz Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB
O
uvi uma frase que despertou-me profundo interesse. A frase era a seguinte: “Quando descobri a gravidade de minha saúde resolvi viver um dia de cada vez”. Ela foi pronunciada por um grande jogador de futebol. Pensei: de onde foi que ele tirou essa ideia? Vamos esclarecer. Tratava-se de um grande jogador que, antes de transferir-se para Roma, fora membro de uma Igreja Batista no interior paulista. O drama desse irmão em Cristo começou quando os
médicos descobriram, através de súbito desmaio, que ele tinha um tumor no cérebro. Enquanto discutiam sobre a viabilidade de cirurgia, o jogador ficou em dúvida e respondeu: “Estou preparado, talvez, nem opere”. Obviamente, os médicos da Roma nada entenderam. O que significaria esse “estou preparado?”. Ao repórter brasileiro, ele acrescentou: “De agora em diante, vou viver um dia de cada vez”. Ele foi operado, e, como o tumor era na região que comanda o equilíbrio, ele teve que aprender a andar novamente. Hoje está emprestado ao Torino, depois de 30 meses parado.
Um dia de cada vez é declaração de Jesus em Lucas 9.23, onde Cristo afirma: “Se alguém quiser vir após mim, negue a si mesmo, tome a cada dia a sua cruz e siga-Me”. Para ilustrar o dito de Jesus, reporto-me a minha experiência pessoal. Convertido a Cristo aos 15 anos, somente aos 20 pude iniciar o meu preparo para ingresso no curso teológico. Enquanto preparava-me, resolvi conhecer os meus antepassados ainda vivos. Reencontrei-me em cada um deles. Tenho encontrado em mim quase todas as fraquezas encontradas neles. É claro, refiro-me às tendências que favorecem ao tentador.
Todos nós, antes de conhecermos a Cristo, estávamos abertos às tentações, oriundas dessas heranças (e o pior é que o tentador conheceu nossos antepassados), mas depois da conversão, a luta indica em que áreas seremos mais abordados pela tentação. Tomar nossa cruz, a cada dia, é conhecer o território moral e espiritual, onde reside essas fraquezas herdadas, e preparar-se através de textos bíblicos, onde são abordadas, e, em oração, ficar de prontidão no front, e estar armado contra elas. As heranças mencionadas acordam conosco, daí a precaução precisa ser tomada a
cada dia. Entendi que essa é a cruz que carrego dentro de mim. Ela requer prontidão espiritual contínua. Por outro lado, Jesus, não tendo que carregar tal cruz, pode ocupar-se de carregar a nossa cruz, e, tomando os pecados, tanto dos nossos antepassados, como os nossos, fez deles a Sua cruz, e nos redimiu com Sua morte no Calvário. Que glorioso saber que mesmo antes de nascer, Deus cuidou da nossa cruz, colocando-a sobre os ombros de Jesus. Não esqueça! Sua cruz estará presente em sua vida todos os dias, mas, pela fé, você poderá ser carregado, a cada dia, por Jesus.
6
o jornal batista – domingo, 09/07/17
o jornal batista – domingo, 09/07/17
missões nacionais
Projeto Novos Sonhos - SP inaugura pista de skate e inicia aulas do esporte
E
m junho, durante a Semana Nacional de Combate às Drogas, o Projeto Novos Sonhos - SP inaugurou uma pista de skate e iniciou as aulas do esporte na casa que assiste crianças e adolescentes da região da cracolândia de São Paulo. Cerca de 50 crianças participaram da programação, que recebeu skatistas premiados nacional e internacionalmente. De acordo com o coordenador Lael Rodrigues, a ideia de uma pista de skate no Projeto surgiu a partir de uma demanda que já existia na região. “Observei que as crianças já vinham para cá de skate”, contou. O Projeto já oferece aulas de ballet, Jiu Jitsu, futebol, musicalização e agora terá a modalidade de skate três vezes por semana. As crianças e adolescentes puderam conhecer mais sobre o esporte e ver o trabalho de diversos skatistas, como o premiado Fábio Sleiman, único brasileiro a descer o corrimão mais famoso do mundo, o El Toro, na Califórnia. “O skate é uma ferramenta de inclusão social. Além do equilíbrio, concentração e coordenação motora, o esporte trabalha a persistência, porque a gente cai e levanta”.
7
Projeto “Grão de Mostarda” ganha novos voluntários para evangelização de presos por cartas
Cerca de 50 crianças participaram da festa de inauguração Irmãos de Nova Iguaçu - RJ, serão voluntários no Projeto Grão de Mostarda
O Pista de skate foi inaugurada no Projeto Novos Sonhos
Através de parcerias, o Projeto ganhou, além da pista de skate, alguns obstáculos, skates e equipamentos de segurança para que as aulas possam acontecer. A novidade foi destaque em veículos de comunicação do estado de São Paulo. Leia mais na matéria do G1 São Paulo no link https://goo. gl/fP6KVY. Assista a matéria do SPTV no nosso canal do YouTube: https://youtu.
be/5mKMV3sjy8U. Você pode ser um parceiro do Projeto Novos Sonhos e contribuir para que mais crianças e adolescentes tenham novas oportunidades! https://relacionamento.jmn. org.br/projeto/projeto_doar. jsf?id=83900001GH Faça sua doação também por depósito ou transferência bancária para a conta: Bradesco: 0296-8 C/C 78946-1 / CNPJ: 33.574.617/0001-70.
Projeto “Grão de Mostarda” tem expandido no estado do Rio de Janeiro com o trabalho de evangelização discipuladora de presidiários através de cartas. Em junho, a missionária Márcia Mendes esteve apresentando o projeto na PIB de Jardim Tropical, em Nova Iguaçu - RJ. A Igreja e o seu pastor abraçaram a ideia de implantar o projeto e iniciar as ações de evangelização discipuladora com aqueles que se encontram cumprindo penas. Na ocasião, quatro irmãos se apresentaram para iniciar a escrita das cartas.
início em maio de 2015. O Projeto tem como objetivo a correspondência com pessoas que estão privadas de sua liberdade em uma Unidade Prisional, de qualquer lugar do nosso país, prestando-lhes apoio espiritual, aconselhamento, estudos bíblicos e envio de materiais didáticos, de apoio espiritual às diversas Celas Igrejas existentes nesses “porões” esquecidos pela nossa sociedade. Oramos para que Deus levante mais Igrejas com o desejo de servirem na Capelania Prisional através desse lindo trabalho evangelístico. Se você é cristão e mora no estado do Rio de Janeiro, participe Sobre o Projeto conosco desse Projeto! Entre O Projeto Grão de Mostar- em contato com o e-mail vicda é uma obra afluente da tor.nunes@missoesnacionais. Capelania Prisional. Teve seu org.br para saber mais.
8
o jornal batista – domingo, 09/07/17
notícias do brasil batista
SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ Há um século com a missão de capacitar vidas para a promoção de uma educação cristocêntrica Por Lis Ruama Uchôa Beiriz Estagiária UFMBB
E
m 1917, nasce a Escola Bíblica, em Recife, PE, que proporcionaria a ampliação da visão missionária da União Feminina Missionária do Brasil com a formação de vocacionados. Essa escola, que hoje se chama Seminário de Educação Cristã (SEC), há 100 anos capacita líderes para proclamação do evangelho e para o ensino cristão. COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO “Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.” (Salmos 126.2,3) É com grande alegria que celebramos em Deus o centenário do Seminário de Educação Cristã, uma casa de ensino bíblico cristão que tem formado vocacionados que fazem a diferença onde Deus os coloca. Para comemorar os 100 anos de história, o SEC realizou, entre os dias 20 e 22 de junho, o Congresso de Educação Cristã, cujo tema foi
SEC 100 ANOS – Promovendo Educação Cristocêntrica. Durante toda a comemoração, o Senhor foi engrandecido pelas grandes coisas que Ele tem feito por nós e através de nós, mulheres batistas do Brasil, desde o princípio. O evento contou com a presença da Diretora Executiva do Centro Integrado de Educação e Missões (CIEM), Drª Maria Bernadete da Silva, como oradora oficial, além de missionárias e professoras que realizaram oficinas durante a programação. Alguns dos temas abordados pelos palestrantes convidados foram: O Cristo na Bíblia, Profª Luzenir Dantas; A Compaixão de Cristo, Drª Edelweis Oliveira; Cristo, o mestre por excelência, Profª Edna Moraes; Cristo às Nações, missionária Ana Maria Monteiro. As comemorações tiveram seu ponto alto no culto de gratidão realizado no templo da Igreja Batista da Capunga, Recife, PE, do dia 23. Recepcionados pelo pastor presidente Ney Silva Ladeiamais de 300 pessoas compareceram ao culto. Destacamos a presença de Iracy de Araújo Leite, ex-Diretora do SEC atual 1° secretária da Convenção Batista Brasilei-
ra, Daisy Santos Correia de Oliveira, Executiva da UFMB do campo pernambucano, e Solange Maria Ribeiro Araujo, Diretora Executiva do SEC. A oradora convidada da noite foi Drª Maria Bernadete
da Silva. Louvamos a Deus pela oportunidade de fazer parte da geração que comemorou o centenário do SEC. Para que isso fosse possível, muitas irmãs, várias delas anônimas, investiram nessa
obra. Hoje, temos como responsabilidade a missão de levar adiante essa instituição que já abençoou tantos, que continua abençoando e, certamente, irá abençoar muito mais. Faça parte dessa obra!
Relevância da Bíblia na vida do educador cristão – Parte 1 Dra. Maria Bernadete da Silva – Diretora do CIEM e perguntramos qual a relevância do bisturi para o cirurgião, da serra para o carpinteiro, ou da vassoura para o gari, a resposta é óbvia: são instrumentos de trabalho imprescindíveis para cada profissional. No entanto, quando se trata da relevância da Bíblia para o educador cristão, a instrumentalidade é secundária. Mesmo que o educador cristão utilize a Bíblia para o ensino, seu valor na eficácia dos resultados vai além da letra. O modelo de Deus para transmitir sua Palavra é a transformação da Palavra em vida. Os pais foram os primeiros mestres do povo de Israel. Eles
S
foram instruídos para servirem de modelo para seus filhos. Diariamente, eles deveriam ensinar através do exemplo e da Palavra que traziam em suas mentes e em seus corações. Não havia livros que registrassem o que era ensinado, portanto, a tradição era oral. Traduzir para o cotidiano da vida tudo o que lhes havia sido ensinado foi a proposta para a nação escolhida. Mas, ao longo dos séculos, seu povo foi se esquecendo das orientações divinas. Foi então que, na plenitude dos tempos, Deus se encarnou, deixando as prerrogativas do divino, assumindo a forma humana para mostrar como era possível essa transformação. O modelo, então, foi passado para os discípulos, chegando até nós.
A Bíblia é relevante para o educador porque É A COMPREENSÃO DAS VERDADES DIVINAS QUE DÁ SABEDORIA AO EDUCADOR CRISTÃO A cosmovisão modela a forma como uma pessoa faz a leitura do mundo. Uma cosmovisão cristã afirma que todas as coisas vísiveis e invísiveis foram criadas por Deus. Por esta razão, aquele que se aproxima de Deus tem a capacidade para compreender o mundo conforme foi criado, ou seja, ele é ensinado nas verdades de Deus que relevam a vida no seu todo. Ver o mundo do ponto de vista do que Deus ensina torna o homem verdadeiramente sábio. Isto é o que o apóstolo Paulo expressa em sua primeira carta aos Co-
ríntios 1.19-30. Claramente, nesse texto, o apóstolo ensina que aquele que deseja se dedicar ao exercício do ensino da Palavra de Deus, precisa tomar tempo para conhecê-la conforme o Espírito lhe revela. A verdade que temos a ensinar não se trata de sabedoria popular divulgada por supostos especialistas, que se tornam ultrapassadas com o tempo. A sabedoria de Deus é algo que encerra a profundidade de seus propósitos. Nada tem de vaga e superficial. Ela não é uma nova mensagem: é a mais antiga – o que Deus determinou como forma de produzir o melhor dele em nós muito antes que entrássemos em cena.
O Espírito não opera na superfície. Ele mergulha até as profundezas de nosso ser e traz à tona o que Deus planejou. Deus tudo nos revela sobre os dons da vida e da salvação que nos concedeu. Não precisamos dos palpites nem da opinião do mundo para compreendermos essas verdades (1Co 3.18-20). O conhecimento de Deus vai além dos livros e da escola: é o próprio Deus que nos ensina através do seu Santo Espírito. Ah, como nos enganamos correndo atrás da enxurrada de escritos humanos para alimentar o povo de Deus! Devemos nos dediquar a descobrir as maravilhas da lei com o Espírito Santo e o nosso ensino será um sólido alimento para a vida de todo o homem.
notícias do brasil batista
o jornal batista – domingo, 09/07/17
UFMBB realiza painel para apresentação de nova Proposta Educacional em Recife Raquel Zarnotti dos Santos Redatora, UFMBB
N
o dia 19 de junho de 2017, a UFMBB realizou seu segundo painel de apresentação da nova proposta educacional para mulheres. O primeiro foi realizado em abril deste ano no CIEM, RJ. O painel recebeu pastores, educadores e líderes e a atividade ocorreu na capela do Seminário de Educação Cristã (SEC) em Recife, PE, e reuniu mais de 200 participantes. O público conheceu em detalhes a proposta de Mulher Cristã em Missão, os perfis de cada um dos grupos específicos que compõem a organização – Jovem, Singular, Mãe e Plena, e a dinâmica de trabalho na igreja local. Além disso, foram apresentadas as
motivações que levaram a UFMBB a elaborar uma proposta de ensino atualizada para este tempo. Após a apresentação, realizada por Marli Pereira da Silva González, atual diretora executiva da UFMBB, Solange Maria Ribeiro Araujo, diretora executiva do SEC, e Elizete Fragoso da Silva, representante da UFMBB no nordeste, os participantes tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas. Os questionamentos foram mediados também pela executiva do campo pernambucano Daisy Santos Correia de Oliveira. Além do painel, a UFMBB tem divulgado amplamente sua nova proposta educacional para mulheres, por meio de sua literatura e em capacitações nos mais diversos campos do Brasil. Para conhecer a proposta, acesse ufmbb.org. br/novaproposta.
9
10
o jornal batista – domingo, 09/07/17
notícias do brasil batista
Conheça o Projeto Ensinai, da IB Monte Sinai - ES e CBEES
Matheus Ramos, jornalista da CBEES
O
relógio, no canto da parede, marca 13h. Esse é o exato momento em que a Gleisiane Loiola, de 30 anos, vira a tia Glê. Pouco a pouco, as crianças começam a chegar na sede do Projeto Ensinai, localizado aos pés do Morro da Penha, em Vitória - ES. Em cada sorriso uma novidade. Tia Glê precisa ouvir todos, pois, para a maioria, ela é a única disposta a dar atenção, já que em casa os pais quase não têm tempo. Desde fevereiro de 2015, o Projeto Ensinai tem mudado a realidade de várias crianças que moram na região do bairro da Penha. Grande parte das famílias não têm quem cuide das crianças no perío-
Tia Glê: exemplo de amor e cuidado
do da tarde, horário em que os pais estão trabalhando. O Projeto vai de encontro a essa demanda, tomando conta das crianças no período que, possivelmente, estariam sozinhas, diminuindo os riscos e vulnerabilidade. O Projeto nasceu em uma parceria da Igreja Batista Monte Sinai e a Convenção Batista do Estado do Espírito Santo
(CBEES), que enxergaram a necessidade de criar um local que pudesse servir de amparo para as crianças do bairro da Penha. O Ensinai funciona de segunda a sexta-feira, das 13 às 17 horas, e recebe, diariamente, cerca de 11 crianças entre 04 a 06 anos de idade. Assim que chegam, as crianças fazem uma grande roda, já
conhecem a rotina. Com muita dedicação, tia Glê conta histórias, uma atrás da outra. Quando para, as crianças pedem sempre mais uma. Tia Glê muda de posição na cadeira e parte para uma nova história. A única coisa que não muda é o olhar intacto das crianças. Na base do Ensinai, as crianças aprendem valores como: respeito, ética, amor e respon-
sabilidade, sempre usando atividades lúdicas apropriadas à sua faixa etária. A música também é fundamental dentro do Projeto, momento em que as crianças mais se divertem. A cada canção, no centro da roda, a tia Glê diz: “Agora todos dando três pulinhos”. Em outro momento fala: “Faz cosquinha no seu amiguinho”, e ainda: “Dá um abraço no coleguinha”. Aos risos, as crianças obedecem às ordens. Antes do dia acabar é preciso lanchar. As crianças sentam à mesa e, rapidamente, comem. O lanche chega através de doações, tanto de moradores do bairro, quanto de membros da Igreja. Também trabalham no Projeto a coordenadora Gecy Mary Pereira e a assistente social Regiane Nascimento.
OPBB - GO realiza encontro para pastores Batistas de Anápolis - GO
Marcos José Rodrigues, seminarista da Primeira Igreja Batista em Anápolis - GO
“Se for da vontade do Senhor, brevemente enviarei Timóteo para vê-los. Assim, na volta ele poderá me animar contando-me tudo a respeito de vocês e de como estão passando. Não há ninguém que tenha esse interesse verdadeiro por vocês como Timóteo. E estou confiando no Senhor que eu mesmo possa ir vê-los logo” (Fl 2.19-20 e 24 - A Bíblica Viva).
A
lguém disse: “Pessoas precisam de Deus e pessoas precisam de pessoas”. O crescimento ministerial não depende só do tempo, mas, também, de visão, experiências e atitudes corretas. Até aqui, Timóteo havia acumulado tudo isso. “Não há ninguém que tenha esse interesse verdadeiro por vocês como Timóteo” (Fl 2.20). Todavia, o mais importante é que ele, também, havia aprendido a trabalhar nos
Pastores e suas famílias se reúnem para oração
Momento de troca de pedidos e orações entre as famílias
bastidores. (LIMA, 2010, p.54) Considerando que a epístola aos Filipenses foi escrita por volta do ano 61 da era cristã, Timóteo devia ter uns 11 anos de experiência ministerial. Timóteo foi um fiel companheiro de ministério de Paulo, além de ser um grande amigo. Durante o seu ministério ao lado de Paulo, este desempenhou um papel de mentoria a Timóteo. Aplicando a visão bíblica do discipulado e no afã de estar mais próximo dos pastores e suas famílias, a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Goiás - OPBB-GO realiza, quinzenalmente, um encontro com todos os pastores Batistas da cidade de
ilustre do atual Vice-prefeito de Anápolis e diretor da Rádio Imprensa 1030 AM da cidade de Anápolis-GO, pastor Márcio Cândido. Além dos pastores e suas famílias, são convidados também seminaristas e obreiros que exerçam papel de direção em congregações e/ou em frentes missionárias. O trabalho é uma bênção, pois, fortalece a família pastoral e não apenas o pastor. A prática da comunhão e da oração em conjunto é um importante fator para a manutenção da convivência saudável entre pastores. Quando muitos pastores desanimados estão deixando o ministério, a reunião de pastores desempenha um im-
Anápolis-GO, prestando-lhes auxílio e cuidado em suas necessidades, e criando oportunidades para o desenvolvimento pessoal e ministerial. Pastor Pedro Nilson Mascari e esposa Helena F. Mascari são os responsáveis pela administração dos encontros. As reuniões sempre acontecem às segundas-feiras, a partir das 19h30min, em local predefinido pela diretoria da Ordem. No mês de maio, os pastores anfitriões foram Geraldo e Ozélia Ventura, Nilson e Genilza de Mello, respectivamente. Além da presença significativa de quase todos os pastores Batistas da cidade, os dois últimos encontros contaram ainda com a presença
portante papel motivacional para o ministério de muitos obreiros. No texto bíblico, citado acima, Paulo observa que a maioria dos crentes está demasiadamente preocupada com suas próprias necessidades para dedicar algum tempo à Obra de Cristo. Não deixe que seus compromissos e preocupações o impeçam de oferecer amor e serviço cristão às outras pessoas. Assim como o trabalhador experiente e habilidoso treina um aprendiz, Paulo estava preparando Timóteo para dar prosseguimento ao ministério em sua ausência. A quem você está preparando para que a Obra de Deus tenha continuidade?
o jornal batista – domingo, 09/07/17
missões mundiais
11
Há 110 anos fazendo missões Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais
O
s Batistas brasileiros tiveram uma noite histórica durante o culto de gratidão a Deus pelos 110 anos de organização e fundação da Convenção Batista Brasileira e das Juntas de Missões Mundiais e Nacionais. A capela do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Centro Batista Brasileiro, no Rio de Janeiro, ficou pequena para o público presente ao culto, marcado por momentos e palavras de louvor a Deus, mas também reflexão sobre a denominação na sociedade e no mundo. A data escolhida foi simbólica: a véspera do exato aniversário do primeiro dia da primeira Assembleia da Convenção Batista Brasileira, em 22 de junho de 1907, na cidade de Salvador, capital da Bahia, como lembrado pelo pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor Executivo da CBB. “Nós somos frutos daqueles 39 mensageiros, heróis da fé que, corajosamente, assumiram o desafio que está escrito na primeira ata: ‘Nós, representantes das igrejas e organizações aqui reunidas, decidimos unanimemente criar uma organização nacional para pregar o Evangelho, fazer missões para alcançar a Pátria e o estrangeiro para Cristo’”, declarou o diretor Executivo da CBB. “Celebremos, pois, com muita alegria, rendendo graças pelos nossos pioneiros”, frisou. O diretor Executivo de Missões Mundiais, pastor João Marcos Barreto Soares, lembrou os avanços dos Batistas
brasileiros no mundo ao longo de 110 anos. “Estamos hoje indo aos lugares mais impensáveis de antigamente, mas só estamos fazendo isso porque, antes de nós, pessoas se sacrificaram, pessoas se esforçaram, pessoas doaram o que tinham, doaram suas vidas”, disse o executivo. Em seguida, convidou o pastor Antonio Galvão, nosso missionário há mais tempo em atividade. A nomeação do pastor Galvão e da esposa, missionária Deolinda, aconteceu em 1972, e o casal serviu em campos na América Latina, Europa e África. O pastor Galvão, que completa 80 anos em dezembro, destacou a honra que sente por fazer parte da história dos Batistas brasileiros, porque “É uma denominação que ama a obra missionária”. Ele lembrou a trajetória da então Junta de Missões Estrangeiras (o nome “Missões Mundiais” só foi adotado em 1980) para enviar o primeiro casal missionário, o que veio a acontecer apenas em 1911, quatro anos depois da fundação. “No dia 16 de agosto de 1911, chegava à cidade do Porto, Portugal, o primeiro casal de obreiros brasileiros, embora no Chile já apoiássemos o trabalho missionário. E é bom que cada batista brasileiro saiba que durante 35 anos foi o único campo. Só em 1946 que nós chegamos à Bolívia, com o casal Waldomiro e Lygia Motta. E 18 anos mais tarde, em 1964, chegamos ao Paraguai. E sete anos depois, em 1971, chegamos a Moçambique. Notem bem, 60 anos”, disse. “Mas hoje, para a glória de Deus, que está sendo honrado e glorificado aqui, estamos em 92
Culto de gratidão pelos 110 anos foi transmitido ao vivo pela internet
Pastores Antonio Galvão e João Marcos falaram durante o momento de Missões Mundiais
países, caminhando para 100 em breve”, ressaltou. Para o pastor Galvão, saber e ver que existem mais de 1.700 missionários da JMM em cinco continentes deve “Realmente nos encher de orgulho por saber que somos claramente uma organização, uma convenção missionária por excelência”. “Essa é a minha palavra: que eu tenho orgulho de dizer que sou missionário Batista, pois são os batistas que desbravam o mundo levando a Palavra de Deus”, concluiu sua fala o pastor Galvão, que orou comissionando os jovens das novas turmas do Radical África e Radical Luso-Africano. Ainda falando sobre Missões Mundiais, o pastor João Marcos destacou o foco recente da atuação da agência dos Batistas brasileiros para os campos transculturais: a Igreja sofredora, tema de uma campanha de 30 dias oração, de 11 de junho a 10 de julho, nas redes sociais da JMM. “Por que ‘Igreja sofredora’ e não ‘Igreja perseguida? Porque a Igreja iraniana, na cidade de Londres, não é perseguida, mas sofre. A Igreja dos palestinos na Europa
não é perseguida, mas sofre. E se somos um corpo como a Bíblia nos ensina (não apenas a Igreja local, mas como um todo) e uma parte do corpo sofre e não sentimos dor, é porque o corpo está doente e logo será acometido de algo mais grave. Talvez a morte chegue porque seus sensores foram desligados”, disse o pastor João Marcos. O executivo de Missões Mundiais lembrou que os Batistas brasileiros são privilegiados porque podem enviar missionários, se reunir, cantar músicas belas, ler versículos projetados nos celulares ou na própria Bíblia. “Mas para algumas pessoas, isso seria o céu. E só no céu é que muitas delas vão poder fazer isso. Que a voz da Igreja sofredora seja ouvida e sentida por todos nós”, concluiu sua intervenção. O presidente da CBB, pastor Luiz Roberto Silvado, apresentou a liderança da denominação, destacando a importância estratégica da própria CBB, da JMM e da JMN. Para isso, chamou à frente os pastores Sócrates Oliveira, João Marcos e Fernando Brandão, diretor Exe-
Presidente da CBB, pastor Luiz Roberto Silvado, destacou importância dos Batistas brasileiros em missões no Brasil e no mundo
cutivo de Missões Nacionais e novo reitor do STBSB. “Missões está no nosso DNA. Quando você voltar para a sua Igreja, passe isso para as pessoas que estão se convertendo, que estão chegando de outras denominações”, declarou o pastor Silvado, da Igreja Batista do Bacacheri, em Curitiba-PR. “Eles precisam ouvir e valorizar essa história e ter o mesmo sentimento de gratidão que você”, completou. As impressões de quem esteve presente ao culto dos 110 anos da JMM foram as mais positivas, como expressado pelo pastor Ney Ladeia, da Igreja Batista Capunga, em Recife-PE. Ele destacou a alegria em participar de um culto histórico e “Tão significativo para a denominação Batista e para o trabalho Batista brasileiro”. “Relembrar o lançamento daquela pequena semente há 110 anos e ver o avanço e o crescimento que ela produziu ao longo dessas décadas de história é maravilhoso. Muito orgulho de ser Batista, muito orgulho da nossa história”, disse o pastor Ladeia. O diretor Executivo da Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP), pastor Adilson Santos, disse que, ao relembrar a história dos Batistas brasileiros, vê como Deus foi misericordioso com a denominação. “A gente olha para trás e vê o quanto foi realizado. A gente também teve o momento de relembrar, de pedir a misericórdia de Deus por alguns erros que cometemos no passado. Isso traz uma esperança renovada o nosso futuro, um futuro bonito, grande. Nossa esperança é que esse reflexo abençoado dentro do Brasil vá também acrescentar na obra missionária mundial”, declarou o executivo, que atuou durante 12 anos na JMM na promoção missionária. Você faz parte da história de Missões Mundiais. Há várias formas de se envolver ainda mais com o que Deus está fazendo no mundo, seja orando, mobilizando, ofertando ou indo aos campos. Acesse www.missoesmundiais.com.br e saiba mais. Vamos continuar a missão até que Ele venha.
12
o jornal batista – domingo, 09/07/17
notícias do brasil batista
Igreja Batista de Areia Branca, em Santos - SP, comemora 60 anos de atividades Ilson Caetano Ferreira, pastor presidente da Igreja Batista de Areia Branca - SP
A
comemoração do 60º aniversário da Igreja Batista de Areia Branca - SP (IBAB), realizada nos dias 27 e 28 de maio de 2017, foi além das nossas expectativas. Foram duas noites marcantes, com a participação do grande Coral Evangélico de Santos, a presença da membresia da Igreja, pastores e muitas Igrejas representadas pelos
Coral da IBAB
seus pastores e membros. Além disso, autoridades da cidade de Santos - SP, vereadores e outros seguimentos da sociedade Santista, como o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Subsecção de Santos, também estiveram presentes. O orador
do culto foi o pastor Eli Fernandes de Oliveira, da Igreja Batista da Liberdade - SP, que trouxe duas mensagens que ficarão em nossos corações como marca do poder da Palavra de Deus. No dia 27, a Igreja recebeu uma placa da Convenção Ba-
tista do Estado de São Paulo (CBESP), que foi representada pelo secretário Executivo da Associação das Igrejas Batistas do Litoral Paulista, pastor Jeremias Sales de Carvalho. Em dezembro de 2016, através do Projeto de lei de autoria do vereador e professor Igor Martins de Melo, a Igreja também foi homenageada pela Câmara Municipal de Santos, mas, só na noite do dia 27 de maio de 2017, recebeu a placa de homenagem. No dia 28, a música tomou conta da festividade. A área
musical ficou sob a responsabilidade do ministério de música da IBAB, com a participação do quarteto masculino, grupo de louvor, coral e hinos congregacionais. A Igreja também foi destaque na mídia, através do Jornal “A Tribuna”, que fez uma longa publicação a respeito da importância da IBAB e suas atividades na cidade de Santos e cidades circunvizinhas. A Deus, o nosso Eterno Pai, e a Jesus Cristo, o nosso Eterno Salvador, sejam dadas toda honra e toda glória!
Batistas de Pernambuco dizem “Eu me importo com o Alto Pajeú”
Fotos: Adriano Frós/Agência Criativa
Acom CBPE
A
Convenção Batista de Pernambuco, através da Área de Missões Estaduais (AME), desafia os Batistas do nosso estado a dizer: “Eu me importo”, desta vez focando a Região do Sertão do Pajeú e Sertão de Itaparica, no semiárido de Pernambuco. A Campanha de Mobilização Missionária tem como tema: “Eu me importo com Pernambuco - Anuncio Cristo ao Alto Pajeú”. A divisa está em Isaías 41.18, “No deserto haverá açudes e na terra mais seca, brotarão mananciais”, pois queremos levar Jesus, a fonte de água da vida para os corações que hoje se encontram secos de esperança, fé e amor. Para tanto, dois objetivos destacam-se: conscientizar e conclamar cada discípulo de Cristo a se envolver na Grande Comissão, com a finalidade de alcançar Pernambuco, e continuar avançando com a expansão do Evangelho de Cristo em todo estado, através dos diversos Projetos de Plantação e Revitalização de Igrejas, além dos Projetos Especiais PEPE, Ministério com Surdos, Campus, ARCA e Seminarista Missionário. A CBPE/AME hoje conta com 120 missionários nos campos. E para que este tra-
Visita à família Batista em Ingazeira, onde ainda não há trabalho Batista
Igreja de Quixaba tem dado bom exemplo de multiplicação, abrindo várias congregações
balho avance, os Batistas são banhos, destrói plantações desafiados a levantar uma e afugenta a sua gente, que oferta de R$ 550.000,00. foge para os grandes centros urbanos à procura de empreO Sertão do Pajeú go e uma vida melhor. e Itaparica Mas é quando pensamos O território Sertão do Pa- na realidade espiritual deste jeú abrange uma área de povo, que o nosso desafio se 13.350,30 Km² e é composto expande, pois encontramos por 20 municípios: Brejinho, pessoas com sede de Deus, Calumbi, Carnaíba, Flores, Ita- mas presas em uma religiosipetim, Mirandiba, Santa Cruz dade idólatra ou, até mesmo, da Baixa Verde, São José do depressivas, já sem esperança Belmonte, Solidão, Triunfo, em suas próprias vidas. Tuparetama, Ingazeira, AfoPor isso, a CBPE e AME vêm gados da Ingazeira, Iguaraci, desenvolvendo esforços para Quixaba, Santa Terezinha, revitalizar Igrejas e CongreSão José do Egito, Serra Talha- gações, oferecendo capacitada, Sertânia e Tabira. ção e formação de liderança, A população total do territó- visando preparar melhor os rio é de 395.293 habitantes, missionários locais e assim dos quais 153.673 vivem na alcançar esse povo sofrido. Um dos municípios que área rural (38,88% do total). Entre eles, há 16 comunidades está sendo fruto dessa atenquilombolas e uma área de ter- ção é Ingazeira, onde, aturas indígenas. Seu IDH médio almente, não há trabalho é 0,65. (Fonte: mda.gov.br) Batista. Por isso, o desafio Esta é uma região marcada de Plantação está sendo lanpela escassez de água, onde çado. Uma cidade que sofre a seca castiga, dizima os re- com a idolatria, a falta de em-
prego e de ocupação para os seus jovens. “Precisamos de apoio. E eu creio que a Igreja Batista tem essa capacidade de chegar na cidade e fazer essa renovação, esse impacto na vida das pessoas”. Marcílio Sousa, morador. Ele e sua família são crentes Batistas, mas não têm onde congregar. Outro desafio é o de Fortalecimento de Igrejas, ou seja, locais aonde o trabalho já existe, mas é necessário investir mais atenção e cuidado. É o caso das cidades de Inajá e Itacuruba, que precisam de uma Igreja mais forte e atuante, para conquistar as vidas que sofrem com a idolatria e com o grande índice de depressão. A Primeira Igreja Batista em Floresta já aceitou este desafio, mas os pernambucanos precisam se mobilizar e ajudar. Bons exemplos não faltam. É o caso de Quixaba, que tem atuado de forma profunda com o projeto de Igreja
Multiplicadora, abrindo congregações e expandindo o trabalho na região. “Compreendo muito bem o sentido e a importância da Campanha de Missões Estaduais 2017, com ênfase em anunciar Cristo ao Sertão do Alto Pajeú, região em que vivi por quase vinte anos”, revela pastor Maurício Manoel, coordenador da AME. Para ele, a Campanha de Mobilização e Conscientização Missionária 2017 “Desafiará os Batistas pernambucanos a continuar expandindo e fortalecendo a obra missionária em nosso estado”. Nosso desafio é “Levar a Água da Vida a esse povo que tem sede de Deus”, levar “A mensagem de esperança”, por isso, todas as Igrejas Batistas de Pernambuco precisam “Focar no cumprimento de sua missão, proclamando o Evangelho de Cristo” e, assim, viver no coração o “Eu me importo, anuncio Cristo ao Alto Pajeú.
o jornal batista – domingo, 09/07/17
notícias do brasil batista
13
OBITUÁRIO
Umbelina Brelaz Batista (21/08/1921 - 01/06/2017) Geremias Bento, pastor, diretor Geral do Seminário Teológico Batista do Nordeste
S
erva de Cristo, mãe dedicada e membro mais antiga da Primeira Igreja Batista de Santarém - PA. Umbelina deixa o legado da hospitalidade com a qual acolheu, em seu seio familiar, pastores, missionários e irmãos, sempre servindo com alegria e, assim, compartilhando o Amor e Compaixão de Deus com seus semelhantes. Ser-
viu fielmente no trabalho da Obra do Senhor, viveu sua vida como discípula atenta aos ensinamentos de Cristo e assim influenciou sua família e aqueles que puderam testemunhar sua trajetória. No serviço prestado ao Corpo de Cristo viveu em dedicação especial como mantenedora de missionários no Brasil e no exterior. Era filha de Agripino e Rosa de Andrade Brelaz, fiéis cooperadores do “apóstolo do Amazonas” Eurico Nelson, nas viagens missionárias pelo oeste do nas. A família Brelaz Batista na fundação e expansão da Pará e ribeirinhos no Amazo- tem servido a Cristo e atuado atuação das Igrejas Batistas
nos estados do Pará e Amazonas, contribuído, assim, para a expansão do Reino. Todos aqueles que foram alcançados pelo seu amor tão terno, sorriso e simplicidade, hoje podem atestar que partiu uma serva fiel, que cumpriu sua gloriosa carreira e guardou a fé no Salvador, a quem hoje poderá abraçar. “Porque Deus não é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do amor que para com o seu nome mostraste, porquanto servistes aos santos...” (Hb 6.10).
Pastor Natanael de Barros Almeida: 67 anos de Ministério Pastoral aqui na Terra Marcos Antonio Peres, pastor da Primeira Igreja Batista do Brás - SP
A
Primeira Igreja Batista do Brás SP teve a honra de ter o pastor Natanael de Barros Almeida como membro nos seus últimos anos de vida, e louva a Deus por este servo humilde e dedicado na Obra do Senhor. Ele resumiu assim sua caminhada ministerial: “Assim desejei, assim vivi o ministério que Deus me confiou. Em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra o ministério que
recebi do Senhor Jesus!”. Pastor Natanael nasceu em Recife, em 13 de julho de 1924, filho do pastor Zacarias de Barros Almeida e da irmã Merandolina de Barros Almeida. Foi casado com a irmã Edith Miranda Almeida, com quem viveu casado por 67 anos e teve dois filhos e uma filha, Adoniram, Davi e Rosale, que geraram os netos Luiz Alberto, Ricardo, Raquel, Paulo Cesar, Daniel e também a bisneta Giovana. Formou-se em Teologia em 1949, e foi consagrado ao ministério em 25 de janeiro de 1950. Exerceu o Ministério Pastoral em vá-
rias Igrejas nos estados do Espírito Santo, Alagoas e São Paulo. Também lecionou na Faculdade Teológi-
ca Batista de Campinas. Era amante do saber; formou-se também em Filosofia, Letras e especializou-se em Português. Era membro da Academia Paulista Evangélica de Letras e escreveu 12 obras, com ampla repercussão em nossa denominação. Sua personalidade humilde e simples cativava a todos e fez do pastor Natanael uma pessoa próxima e um exemplo para todos nós. Um fato, entre tantos, marcou a vida dele: em 1948 passou uma noite gloriosa na prisão, quando foi preso por pregar próximo ao padroeiro de
Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Penedo, em Alagoas. Louvamos a Deus pela vida desse homem de Deus e pela PIB de Vila Silvia, que, em março de 2010, honrou o pastor Natanel como Pastor Emérito. O Senhor o chamou para o descanso eterno em 10 de maio de 2017. O culto de despedida contou com a presença de vários amigos, ex-ovelhas e familiares, bem como do pastor Marcos Antonio Peres, pastor José Vieira Rocha, pastor Edvaldo Rosa, pastor Carlos Jones e pastor Claudio Ferreira.
14
o jornal batista – domingo, 09/07/17
ponto de vista
Multiplica-se a iniquidade, esfria-se o amor “E, por se multiplicar a voltadas para coisas do que iniquidade ou maldade, o para o próximo. O amor de muitos está se amor de muitos esfriará” (Mt esfriando como o incidente 24.12). da rampa de ciclismo Tim ste é o diagnóstico Maia, arrancada pela enorme preciso do Senhor Je- onda no Rio de Janeiro. O sus. Já vivemos esse corpo de uma das vítimas estempo. Dentro e fora tava na areia da praia e, logo das Igrejas temos constatado ao lado, estava um grupo a multiplicação da maldade, de homens jogando futebol. da injustiça e a diminuição Quanta insensibilidade, friedrástica ou o esfriamento do za, diante da dor do próximo, amor. São poucos os que se da família da vítima; quanta importam com as necessida- falta de respeito, de valor à des e mazelas do próximo. O vida. Que lástima! O homem nosso tempo é de egoísmo, tem sido mais insensível do personalismo e estilismo. As que os animais. Na verdade, pessoas estão ficando cada ele tem vivido mais pelos insvez mais fúteis, preocupadas tintos do que pelo sentimencom o exterior ou com a apa- to, pela solidariedade e pela rência, vazias, sendo domi- empatia. A multiplicação da nadas pela tecnologia fácil. maldade tem cauterizado Estão cada vez mais robotiza- mentes e corações. A natudas. Computadores, celulares reza má, perversa, de Adão, e outros aparelhos eletrônicos tem permeado a sociedade e, dominam os incautos. Utilizar muitas vezes, os ambientes a tecnologia para o bem pes- eclesiásticos, determinando soal e comum é uma coisa, os relacionamentos. A vida do ser humano tem mas ser dominado por ela, é outra bem diferente. O que valido pouco. Por causa de temos notado regularmente dez reais, o viciado que não é que as pessoas estão mais paga ao traficante perde a
E
sua vida. Jesus nos ensina que uma vida vale mais do que o mundo inteiro. Aqui temos um duro contraste entre o sistema deste mundo e os valores do Reino de Deus, do Evangelho de Cristo. Jesus afirmou, categoricamente, que o diabo veio para matar, roubar e destruir (João 10.10); e ele tem feito estragos sem precedentes na história. Jesus veio para nos dar vida e esta em abundância. Vida de significado, que se importa com o próximo e o irmão. Que possui valores nobres, valores do Reino de Deus. Que vive com entusiasmo a comunhão com Deus por meio de Cristo, e a comunhão com o próximo. Onde entra o Evangelho, a iniquidade é vencida e o amor aumenta. Notamos aqui a radicalidade do Evangelho de Cristo, que é o Poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Romanos 1.16). Onde o Reino de Deus entra há amor, justiça, paz, humildade e mansidão. A solidariedade é abundante. O amor percorre
os meandros da sociedade e da Igreja. Por essa razão, temos um compromisso de pregar o Evangelho em todo o lugar, a todo o homem e ao homem todo. Só o Evangelho de Cristo é capaz de curar a esquizofrenia presente na sociedade e na Igreja. Sabemos que o Evangelho de Jesus é suficiente para mudar o coração, tirar o coração de pedra (o coração da maldade, iniquidade) e colocar o coração de carne (o coração da bondade, da sensibilidade, da empatia). O coração transformado pelo Senhor Jesus Cristo se importa com a dor, com a mazela e com o sofrimento do próximo. A Parábola do Samaritano, contada por Jesus, é muito clara nessa direção (Lucas 10.25-37). A impetuosidade da maldade, da iniquidade ou injustiça avança contaminando nossas famílias, viciando nossos filhos e netos, tornando-os robôs dominados pela força da tecnologia, condenados a relacionamentos pragmáticos e programáticos. A centrali-
dade do ego precisa dar lugar a Centralidade de Cristo. A volúpia do ter precisa dar lugar ao equilíbrio do ser. O amor às máquinas precisa ceder lugar ao amor às pessoas. A interação com os instrumentos tecnológicos deve dar lugar à interatividade moldada pelo coração. Não é a iniquidade ou a maldade que precisa ser multiplicada, mas, o amor, a solidariedade, a empatia e a cumplicidade. Não podemos nos conformar com o avanço de um sistema escravizador, pernicioso, doentio e assassino. O mundo é um sistema que deve ser execrado. João nos ensina a não amar o mundo, o sistema perverso que está posto (I João 2.15-17). A nossa caminhada cristã é na contramão do sistema, mas, com profundo amor pelas pessoas que estão nele. Não permitamos que o amor esfrie dentro de nossas famílias, Igrejas e sociedade. Que Cristo - Aquele que nos amou dando a Sua própria vida por nós - seja tudo em nosso ser para a Glória do Pai (Colossenses 3.11).
“Não perdoo!” Wanderson Miranda de Almeida, colaborador de OJB
E
u fico espantado quando ouço isto: “Não perdoo!”. Mas, meu espanto ainda é maior quando “cristãos” dizem isso. Será que um cristão pode dizer tal frase de coração? Talvez, não seja um cristão. Pode ser um frequentador de Igreja, o que não vale nada, ainda que muitos tentem se esconder dessa forma. Esse comportamento é típico de quem não é, mas pensa que é. Pense bem: Deus perdoa a todos que se arrependem, Jesus também perdoa a todos que se arrependem. Sendo assim, quem é o homem para não perdoar alguém? Pior: se sou cristão, Cristo dirige minha vida; se Ele dirige minha vida, Ele está dizendo para eu não perdoar? Não, não mesmo.
Você sabe quantas vezes devemos perdoar? Pedro perguntou isso a Jesus e Ele deu uma resposta que talvez você não goste: “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete” (Mt 18.21-22). Pedro achava que fora complacente falando em perdoar sete vezes, já que o normal era perdoar três vezes. Fico pensando na cara que ele fez quando Jesus disse: “Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete”. Com essa resposta, Jesus estava dizendo que devemos perdoar sempre, toda vez que errarem conosco, entendeu? Mas Jesus não parou por aí. Leia o que Jesus falou: “Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus
servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. “O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. “Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve!’. “Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei’.”Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Quando os outros servos,
companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido.”Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?’. Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. “Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão” (Mt 18.23-35). Essa parábola contada por Jesus é fácil de entender. Ele está falando do dever que nós temos de perdoar aos outros porque Deus nos perdoou. Aliás, isso nos leva a outro versículo da Bíblia que fala sobre o perdão: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos
nossos devedores” (Mt 6.12). Quanta gente mentindo por aí, dizendo esse versículo que faz parte da oração do Pai Nosso, mas com o coração repleto de mágoa e sem perdoar ao próximo. Isso é brincar com Deus. Cuidado: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mt 6.14-15). O fato de não perdoar pode trazer o castigo divino sobre a vida do homem. Ele pode ser entregue “aos torturadores”. Deus está vendo e deixou bem claro que nosso dever é perdoar sempre, afinal, ele sempre nos perdoa e nós devemos seguir o exemplo dEle, se realmente somos Seus filhos. Que esse coração perdoador faça parte da nossa vida sempre.
o jornal batista – domingo, 09/07/17
ponto de vista
15
OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA
Não basta ser crente e competente...
O
nosso ponto de partida, seja no viver diário, no ambiente profissional ou eclesiástico, deve ser a comunhão com Deus, a piedade e a limpeza de coração. Mas já vimos que não basta ser espiritual e piedoso, é necessário que sejamos competentes no que fazemos. Esses são dois componentes fundamentais para que o nosso trabalho profissional e cristão tenham sucesso, mas não são únicos. Veja o que acontece com diversos times de futebol, em algumas situações específicas: a equipe é até competente, sabe o que precisa ser feito no gramado durante o jogo, mas, nem sempre
está preparada internamente e equipada com “fibra” emocional para suportar a pressão e truculência de um time adversário. Aí o time se rende e volta para casa derrotado. Assim, é possível aprender que não basta ser espiritual e competente, é necessário que estejamos preparados mental e emocionalmente para enfrentar as pressões da vida, do trabalho, dos relacionamentos. Na área de liderança e gestão isso se chama “resiliência”, isto é, a capacidade de resistir às pressões. É claro que tudo tem limite, e comparo a resiliência a um elástico; há um ponto de tensão e ruptura, e então inicia um outro processo chamado
pela Medicina de “burnout”, uma palavra que vem do Inglês e significa queimar a ponto de destruir. No caso da vida seria como esgotar todas energias que temos, a ponto de nos levar à angústia, ansiedade, depressão e paralisia mental e emocional. Daí a necessidade de conhecermos nossos limites. Infelizmente, ao longo do tempo, supervalorizamos a espiritualidade e desprezamos o lado psíquico e mental. Na verdade, penso que acabamos tornando esquizofrênica a vida cristã. Muito crente vive na Igreja como santarrão de fim de semana, mas, no dia a dia, “rola solto” seu mau gênio e temperamento destemperado. Mas já tive oportunidade também de
assistir assembleias de Igrejas e Convenções em que vale mais o lema “bateu, levou” do que o diálogo e o perdão. Isso não depende somente do lado espiritual da vida. Conversão significa não apenas restauração espiritual com o mundo transcendente. Conversão é uma metamorfose ampla, total e irrestrita. É um processo de reforma radical de todos os aspectos da vida. O apóstolo Paulo fala da renovação da mente (Romanos 12.2), mas também há abundantes textos na Bíblia que mencionam a área emocional como objeto de transformação. A alegria como componente impulsor da vida, por exemplo, é citada dezenas de vezes. Mas também temos a
prontidão para enfrentarmos as adversidades do cotidiano, sejam no lar, na Igreja, no trabalho, nos relacionamentos, na saúde, etc. E isso envolve equilíbrio emocional, mental e também o aporte sobrenatural da Graça de Deus. Imagine só onde poderemos chegar quando as áreas espiritual, mental e emocional da nossa vida estiverem equilibradas e quando tivermos competência naquilo que temos que realizar, em todos os sentidos. Por isso, não basta ser crente, nem competente, para que alcancemos o desempenho e sucesso. A nossa vida deve ser considerada de modo integral - física, mental/emocional e espiritual.