OJB EDIÇÃO 28 - ANO 2021

Page 1

ANO CXX EDIÇÃO 28 DOMINGO, 11.07.2021

R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA

FUNDADO EM 1901

O trabalho Batista segue firme em todo o Brasil

Nesta edição, você vai ler matéria sobre a 82a Assembleia da Convenção Batista Meio Norte do Brasil (COMNBRASIL); o andamento da campanha de Missões Estaduais da Convenção Batista Mineira (CBM) e da Convenção Batista de Roraima (CBRR); além de um ciclo de palestras sobre vocação da Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará (CIBUC). Missões Nacionais

Notícias do Brasil Batista

Missões Mundiais

Observatório Batista

Testemunho missionário

UFMBB

114 anos

“Espiritosfera”

Missionária da JMN no RS fala dos desafios e conquistas no campo

Organização fala das atividades realizadas no mês de junho

JMM comenta a celebração online de aniversário

Artigo fala sobre o significado deste termo; saiba mais!

pág. 07

págs. 08 e 09

pág. 11

pág. 15


2

REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

EDITORIAL

Convenções Estaduais a todo o vapor Desde os meus tempos de estagiário aqui na CBB, entre 2016 e 2018, sempre gostei de fazer contato com as nossas Convenções Estaduais, com o objetivo de conseguir notícias para O Jornal Batista e a troca de conhecimentos entre os nossos Departamentos de Comunicação. Já contei isso por aqui em outra oportunidade. Falo isso porque nesta edição de OJB trazemos muitas informações de nossas Convenções. Sudeste, Norte, Nordeste. Assembleias

e Campanhas de Missões Estaduais em pleno funcionamento. Você vai ler matéria sobre a 82a Assembleia da Convenção Batista Meio Norte do Brasil (COMNBRASIL); o andamento da campanha de Missões Estaduais da Convenção Batista Mineira (CBM) e da Convenção Batista de Roraima (CBRR); além de um ciclo de palestras sobre vocação da Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará (CIBUC).

Além disso, como os irmãos já sabem, segundo domingo tem um espaço reservado para a nossa União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB), que neste mês fala das atividades realizadas no mês passado (página 08 e 09). Leia também as páginas das nossas juntas missionárias (07 e 11), sempre com informações do campo para nos inspirar, edificar e aproximar da realidade missionária.

Temos também as Colunas Bilhete de Sorocaba (página 03); Fé para hoje (página 14) e Observatório Batista (página 15). Que seja uma leitura agradável e edificante para você, querido leitor. Boa semana e que Deus te abençoe! n Estevão Júlio

jornalista no Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira

( ) Impresso - 120,00 ( ) Digital - 50,00

O JORNAL BATISTA Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901

SECRETÁRIO DE REDAÇÃO Estevão Júlio Cesario Roza (Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ) CONSELHO EDITORIAL Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB

EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com

FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Fausto Aguiar de Vasconcelos DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza

REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557

Fax: (21) 2157-5560 Site: www.convencaobatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);

Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

3

BILHETE DE SOROCABA

O pecado de Israel Pr. Julio Oliveira Sanches Uma leitura crítica do Velho Testamento, com o objetivo de responder porque Deus destruiu Israel, reino do norte, e levou Judá, reino do sul, ao cativeiro babilônico, só encontraremos uma resposta: a idolatria foi a causa única do agir divino contra o povo escolhido. Os profetas pregavam apenas uma mensagem, a necessidade de arrependimento e o desistir dos ídolos adorados e cultuados pelos povos vizinhos. A descrição da inutilidade dos ídolos, adorados e cultuados, prevalece em toda mensagem profética. Isaías descreve a fabricação dos ídolos, as procissões que os conduziam aos altares, de modo tão real, que é impossível não ver o homem cortando uma árvore, acendendo fogo para assar a carne e do resto a fabricação do ídolo (Is 44. 9-20). “Não há uma mentira na minha mão direita?”, pergunta o profeta (Isaías 44.20b). O idólatra não vê a mentira que o ídolo gera. O Salmo 115.2-9 retrata a inutilidade total do ídolo e convida o ser humano a confiar exclusivamente no Senhor (Salmos 115.9-11). Razão simples, atrás de cada ídolo há

uma ação de Satanás que cega os olhos do adorador (I Coríntios 10.20). Foi o que aconteceu com Israel durante os 430 anos de cativeiro no Egito. O DNA do povo escolhido foi contaminado com o DNA dos deuses egípcios. Na primeira prova no deserto moldaram um bezerro de ouro e o adoraram como se fosse o remidor do povo. As palavras de Arão testificam como a idolatria estava impregnada na mente do povo: “Estes são os teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito” (Ex 32.4b). Nada melhor para comemorar aquele momento do que um “carnaval”, onde o povo despido de suas vestes, adoraram o bezerro de ouro. Todas as ações divinas para libertar o povo do cativeiro foram esquecidas ante um bezerro de ouro. Hoje não é diferente em nosso país. Há milhões de patrícios nossos que se curvam diante de um ídolo de terracota e o adoram como se fosse o Deus verdadeiro. Coitados, precisam de Jesus Cristo como único caminho, a verdade e a vida (João 14.6). Fazem oferendas aos ídolos e, enganados pelo diabo, creem que o ídolo exerce poder sobrenatural sobre suas vidas.

Nasci e cresci no meio de uma família idólatra, que levava a sério o culto aos ídolos. O mês de maio era dedicado à virgem Maria, com suas novenas diárias. No mês de junho eram cultuados, com extrema reverência, os três santos do mês: Antônio, João e Pedro. Cada um recebia adoração especial de toda a família. No casarão da fazenda do meu avô havia um nicho com várias imagens, todas é claro, abençoadas pelo padre local, a quem sempre era oferecido um lauto banquete com assados e iguarias especiais. O melhor do peru e das leitoas era reservado para o pároco, com uma boa garrafa de vinho, envelhecido na adega do vovô. Lembro-me e ainda sinto a dor de um beliscão do meu avô, porque não estava ajoelhado seguindo o exemplo dos demais familiares que rezavam a Santo Antônio. As tias que ainda não eram casadas eram adeptas fiéis do santo. Algumas não se casaram. Foram ludibriadas pelo santo. Na noite do beliscão, Santo Antônio perdeu um adepto para sempre. Beliscões afastam adolescentes rebeldes dos “santos.” Continuei adorando e fazendo promessas à Nossa Senhora

Aparecida, até que numa bela madrugada um verso escrito pelo apóstolo Paulo ao jovem Timóteo (I Timóteo 2.5), me afastou para sempre de Aparecida. Algumas promessas não foram pagas, pois Cristo passou a ser o Senhor absoluto de minha vida. Minha relação e experiência com os ídolos nunca foram amistosas. Em uma festa a São Pedro, no distrito de Teçaindá, no município de Martinópolis-SP, meu pai me deu uma certa quantia para ofertar ao menino Jesus. A fila dobrava o quarteirão. Um padre segurava a imagem no colo, no altar, enquanto recebia os ósculos dos fiéis. A higiene não fazia parte do quadro. Em coluio com meu primo decidimos “desviar” a oferta. Compramos toda a oferta em paçoquinhas, que, aliás, estavam deliciosas. Meu pai nunca soube do ocorrido e meu avô não estava vigiando o neto rebelde. Sinto tristeza em meu coração ao ver tantos patrícios adorarem e cultuarem imagens de esculturas. Esse foi o pecado que levou Israel, povo escolhido, à destruição e que ainda atravanca o nosso querido país. O Brasil precisa de Cristo para se libertar da idolatria. n

mão, dizia: “Ninguém é mais escravo do que aquele que pensa ser livre, sem que, de fato, o seja”. Muitos imaginam que são livres porque não servem a Deus. Mas estão equivocados! A Bíblia e a própria experiência humana mostram claramente que quem não serve a Deus serve ao pecado. E, pior, quem serve ao pecado está arruinando, ainda que de modo imperceptível, a sua vida aqui e na eternidade. Deus está pedindo o seu coração. Ele conhece as suas fraquezas, anseios e carências. Ele sabe que quando você se torna o dono do seu próprio coração, sua

vida perde o significado, pois ele, sob o seu domínio, não passa de um poço de enganação (Jeremias 17.9). Deus está pedindo o seu coração. O meio de se fazer isso Ele mesmo já o providenciou: faz-se isso por intermédio de Seu Filho, Jesus Cristo. Ele é o único que pode levar o seu coração a Deus (João 14.6). Jesus Cristo é o único que pode, de fato, dar sentido à sua vida. Ele é o único que pode curar uma alma abatida e um coração fragmentado. Somente Ele é capaz de pegar uma vida atormentada e preenchê-la com a verdadeira paz. Entregue a Ele o seu coração. n

O grande pedido de Deus Edson Landi

pastor, colaborador de OJB

“Meu filho, dê-me o seu coração” (Provérbios 23.26a). Um pedido interessante! Coração, aqui, é a tradução de uma palavra hebraica que poderia também ser traduzida por alma, mente, razão, inclinação, resolução, determinação, desejos, emoções, paixões etc. O que o sábio Salomão e Deus, em uma análise mais profunda e mais espiritual está a pedir, então, é que não

tornemos o nosso coração cativo de algo ou alguém que se desvia após o mal. Deus pede que entreguemos a Ele o nosso coração. Qual o objetivo do Senhor? O nosso bem-estar espiritual é o objetivo de Deus. Ele deseja dar sentido a nossa vida tomando para Si o nosso coração. Romanos 6.16 diz: “Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva à morte, ou da obediência que leva à justiça?” Goethe, escritor e estadista ale-


4

REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

Aproveitando bem cada oportunidade Cleverson Pereira do Valle pastor, colaborador de OJB

O apóstolo Paulo sabia aproveitar as oportunidades, não perdia nenhuma. Em Atos 17, a partir do versículo 16, o texto narra sua passagem em Atenas, na Grécia. Lá, ele ficou incomodado com a idolatria do povo; havia ídolos para todo tipo de gente. Alguns filósofos epicureus e estoicos achavam que ele ensinava sobre deuses estranhos. Na realidade, o assunto do apóstolo Paulo era um só, ele pregava sobre Jesus e a ressurreição. Em Atenas havia o Areópago (tribunal de justiça ou conselho, célebre pela honestidade e retidão no juízo, que funcionava a céu aberto no outeiro de Marte, antiga Atenas, desempenhando papel importante em política e assuntos religiosos). Levaram Paulo para falar no Areópago, pois diziam: “vamos ouvir sobre a última novidade”. Foi o que Paulo precisava, deram chance para ele falar abertamente a respeito de Jesus e ele tocou no ponto certo. Ao observar a idolatria deles percebeu que tinha um altar sem nome, ou

Olavo Feijó

seja, estava escrito “Ao Deus desconhecido”. Na realidade, eles não queriam deixar nenhum “deus” sem ser homenageado, por isso deixaram sem nome. Paulo aproveitou a chance e falou com toda a autoridade: “Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas tem dito; Porque dele também somos geração. Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora,

pastor & professor de Psicologia

A teologia do serviço “Não será assim entre vós; mas mas para servir e dar a Sua vida para todo aquele que quiser entre vós fa- salvar muita gente” (Mt 20.25-28). zer-se grande seja vosso serviçal;” Viver de maneira egoísta consti(Mt 20.26). tui uma negação do ensino instilado nas palavras e na vida do nosso SeDiante das disputas dos Seus dis- nhor Jesus Cristo: “Entre vocês, Eu cípulos, trocando farpas por causa sou como aquele que serve” (Lucas da ambição do comando, Jesus os 22.25-27). chamou perto de Si e disse: “Como Nosso desafio, da parte de Jesus vocês sabem, os governadores dos é: “Quem esquece a si mesmo, por povos pagãos têm autoridade sobre Minha causa, terá a vida verdadeira” eles e os poderosos mandam neles. (Mt 16.25). A história do crescimenMas, entre vocês, não deve ser as- to do cristianismo é a história das sim. Pelo contrário, quem quiser ser mulheres e dos homens que ‘ganhaimportante, que sirva os outros... e ram’ sua vida, simplesmente porque quem quiser ser o primeiro, que seja a consagraram ao serviço do nosso o escravo de vocês. Porque até o Filho Senhor e Salvador Jesus Cristo (Ludo Homem não veio para ser servido, cas 17.33). porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”

(At 17.23-31). Que excelente oportunidade e que mensagem rica doutrinariamente o apóstolo Paulo pregou. Não deixe de falar de Jesus em todo o momento; aproveite as oportunidades que surgem. n

Visualizando a obra de Deus em nós Celson Vargas

pastor, colaborador de OJB

“Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). A boa obra iniciada em nós pelo Senhor iniciou-se na vinda de Jesus ao mundo, para Se oferecer como sacrifício para a justificação de nossos pecados. Prosseguiu com o envio do Espírito Santo a nós, para nos convencer do pecado e da necessidade que temos de sermos perdoados, e ainda nos iluminar o entendimento da Palavra de Deus, que

nos levará a crermos em Jesus como o nosso Salvador e a Ele nos entregarmos para isso. A capacidade de perceber essa obra em nossa vida esclarece se ela está em andamento, ou se ainda não se iniciou. Vejamos como perceber isso: Verificando se nossas tendências naturais ou originais de priorizar nossas necessidades pessoais, no que tange às coisas desse mundo continuam em atividades.“...todos nós andamos outrora, segundo as inclinações de nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais” (Ef 2.3). Se, entretanto, mudaram de direção,

voltando-se para as coisas do alto, dos céus, de Deus, podemos afirmar que Sua obra está em andamento em nós. “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.1-2). Outra constatação que se tem disso é nossa forma de relacionamento com Deus: orações constantes mediadas por Jesus; leitura e aplicação diárias da Palavra de Deus; exercício do amor a Deus e ao próximo; prazer e alegria na adoração a Deus; disponibilidade de servir ao Seu reino, através da Igreja;

perseverança de fé unicamente em Jesus. Esse relacionamento constata a obra de Deus em nós. Finalmente, a segurança que temos de vivermos nesse mundo, na certeza de que, ao findar aqui nossa vida, estaremos, enfim, entrando na nossa definitiva pátria celestial, prometida por Jesus a todos que Nele crerem. “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14.2-3). Então, você consegue visualizar a obra de Deus em sua vida? n


REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

5

Como montar uma campanha missionária?

Lidiane Ferreira

gerente de Comunicação e Marketing da Convenção Batista Baiana

Todos os anos, a Campanha de Missões Estaduais é aguardada com muita expectativa pelos promotores de Missões das nossas Igrejas Batistas da Bahia. Nos meses de abril e maio, eles já entram em contato com o escritório da Convenção Batista Baiana (CBBA) para saber o tema e divisa da Campanha, quando estará disponível o material e quando começarão a ser vendidas as camisas. É um privilégio para a CBBA saber que um dos seus públicos-alvo –

os promotores de Missões - estão muito interessados em promover a obra missionária realizada na Bahia. Como montar uma campanha missionária? O primeiro passo é, antes de tudo, colocar diante de Deus todas as ações. É Ele quem direciona tudo. “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos” (Pv 16.3). A seguir, a criação do tema e a escolha da divisa. Em 2021, a inspiração é o livro bíblico de Neemias. Tema: “Reaja! Vamos Reconstruir!” e a divisa em Neemias 6.3. A partir daí, o trabalho efetivamente começa! Uma série de materiais são elabora-

dos para promover a campanha: Cartazes, textos, imagens. É importante que as mídias sociais utilizadas pela CBBA estejam alinhadas, por isso, você vai encontrar a identidade visual da campanha no topo do site institucional, na capa da página do Facebook e do Twitter, nas postagens no feed no Instagram e ainda um hotsite com todo o material da campanha missionária. Promover a campanha é utilizar também o recurso de áudio, por isso, um hino oficial deverá ser escolhido ou criado especialmente para isso. Uma música animada ou comovente, a depender do tema. Os vídeos que são exi-

bidos nas Igrejas e emocionam milhares de pessoas com os testemunhos são produzidos em meio a viagens a vários campos espalhados pelo nosso estado. São 31 campos espalhados pela Bahia. Temos 20 associações regionais, sendo que 16 delas contam com projetos missionários da Convenção Batista Baiana. São 42 missionários, sendo dois através da parceria com o Projeto Metanoia. Os projetos envolvem implantação de Igreja, revitalização do campo, atendimento a crianças, evangelização do povo cigano, dos dependentes químicos e pessoas em vulnerabilidade e dos detentos do sistema prisional. n

Ensinando a mensagem do Reino de Deus com compaixão “com intrepidez e sem impedimento algum” Ycléa Cervino Quero compartilhar uma experiência pessoal esperando que seja útil no despertamento dos leitores, crentes evangelistas, missionários urbanos e Igrejas em geral. A Prefeitura da Cidade do Recife-PE mantém abrigos permanentes e temporários para os moradores de rua que querem ser ajudados. A lei dá liberdade ao cidadão de ir e vir, por isto, os que moram na rua, não podem ser obrigados a irem para os abrigos, só se voluntariamente quiserem quando são abordados. Chegando ao abrigo, os técnicos trabalham proporcionando o necessário para eles: casa, comida, roupa, documentos, cuidados médicos e psicológicos, valo-

rizando o indivíduo e ajudando-o a se levantar. Os abrigados recebem tudo, menos o principal, o mais importante que é o Evangelho de Jesus Cristo. Em frente a nossa casa havia um destes abrigos e uma ex-aluna do Seminário de Educação Cristã (SEC), que trabalhava lá, nos convidou para ajudar. Ela facilitou a licença, enviamos um ofício e um projeto para cooperar gratuitamente com a proposta da PCR, de recuperar os caídos. O projeto foi aceito, o abrigo mudou de local por várias vezes, nossa ex-aluna não está mais lá, mas, durante quase dez anos executamos o trabalho que é de Deus. Começamos com o alvo de, também, treinar os alunos do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil (STBNB) e Seminário de Educação

Cristã (SEC) em evangelização urbana, mas, como agora os cursos são à noite, e de dia os alunos trabalham, eles não têm tempo para participar. Apelamos para a nossa Igreja Batista do Feitosa-PE e formamos uma equipe fiel que nos acompanha e ajuda. O que fazemos? Ensinamos a “mensagem do Reino de Deus”, anunciamos com compaixão e amor, que só Jesus salva e pode transformar. Muitos abrigados, antigos moradores de rua, têm aceito a mensagem, e saem do Abrigo recuperados. Não podemos acompanhar os egressos, mas orientamos para procurarem uma Igreja evangélica e entregamos a vida deles a Deus pedindo para ajudá-los. Três deles já foram batizados em nossa Igreja.

Temos, na cidade do Recife-PE, mais de dez abrigos semelhantes, estamos em três deles, mas não podemos estar em todos, embora eles estejam abertos para alguém entrar com compaixão e amor, levando a mensagem do Reino de Deus e ajudar na transformação devidas. Quem irá? Este testemunho é para provar que as oportunidades são muitas e as portas estão (ainda) abertas, e como Paulo, há mais de dois mil anos ensinava, “com toda intrepidez e sem impedimento algum”, hoje, também podemos fazer. Que Deus toque no coração do leitor para ensinar a palavra, não só dentro do templo, mas nas casas, nas ruas, nos abrigos, nos hospitais, nos lares geriátricos, onde Deus abrir uma porta. Entre! n


6

REFLEXÃO

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

Compartilhando graça e misericórdia com missões estaduais Levir Perea Merlo

pastor, colaborador de OJB

“Disse Agripa a Paulo: Por pouco me persuades a fazer-me cristão” (At 26.28). O mês de julho, nos dias 07 a 10, teve o Congresso da Aliança Batista Mundial, e no próximo domingo, dia 18, teremos o aniversário do semanário mais antigo do Brasil: O Jornal Batista; além de celebrarmos na maioria das Igrejas do Brasil, o mês de Missões Estaduais, um trabalho das Igrejas em parceria com as juntas estaduais. É um momento para reflexão e ação no labor missionário. Nesse período, as Igrejas também se manifestam num trabalho árduo para conseguir uma boa

oferta missionária, que é posteriormente enviada aos campos missionários locais através das Convenções Estaduais. É mais uma oportunidade para a soma de esforços do povo de Deus de compartilhar a Graça e a Misericórdia do Senhor Jesus Cristo até os confins da terra, a começar pela nossa “Jerusalém”. O texto acima escolhido é para servir de inspiração através de um servo chamado Paulo, que respirava missões; era seu estilo de vida. Para ele, não importava o lugar e o local. Para ele, o essencial era ver Jesus proclamado, exaltado a tempo e fora de tempo, porque sempre é tempo de espalhar graça, misericórdia e o perdão do Senhor! Aqui, Paulo está diante do rei Agripa e demais autoridades governamentais na cidade de Cesareia. Paulo ficou de

pé, acorrentado diante de Agripa, assim como havia ficado diante de Félix para testemunhar da graça de Deus em sua vida. Ele usou essa situação difícil para compartilhar e dar testemunho do que Deus tinha feito em sua vida por meio de Cristo. O relato do que Jesus significa na vida de alguém é sempre um testemunho convincente e poderoso. Paulo instava o rei poderoso a se tornar cristão. Nesse encontro vemos todos os elementos de um testemunho eficaz: (1) falar de Jesus Cristo apesar das dificuldades; (2) instar os ouvintes a receberem Cristo, quer eles atendam, quer não; e (3) seguir em frente, não importa o que os outros pensem ou falem. Deus honrará esse testemunho”. A proclamação do Evangelho produz duas reações nas pessoas. Alguns

aceitam com arrependimento e fé (Atos 14.1). Outros reagem com rejeição e rebeldia. (Atos 24.24-25). Essa dupla reação é vista claramente em I Coríntios 1 18-25. Mas os resultados pertencem ao Senhor (I Coríntios 3.1-9). Nossa tarefa é proclamar o Evangelho para que todos ouçam e sejam salvos ou rejeitem por cont a da rebeldia e desobediência. Era essa a urgência de Paulo e dos demais servos do primeiro século, ou seja, vidas aos pés de Cristo. E para isso, não importava a classe social, mas, sim, a pregação do Evangelho a tempo e fora de tempo, e no caso da pregação para o rei Agripa, uma missão local realizada na cidade de Cesareia. Avante, queridos irmãos, a todos os rincões que necessitam urgente dessa palavra de poder! n

Um casal de cooperadores Marinaldo Lima

pastor, colaborador de OJB

Eles moravam em Roma, a capital do império, E formavam um casal que servia a Deus. Tiveram que sair por ordem do imperador, Quando ele expulsou de lá todos os judeus. Pois Cláudio havia feito um decreto imperial Ordenando aos que fossem daquela nação Que deixassem a Itália imediatamente Se não teriam logo uma grande punição. Áquila e Priscila, a sua amada esposa, Pediram logo a Deus a orientação Sobre o destino que deveriam seguir Depois de cumprirem aquela decisão. Deixaram a capital e saíram da Itália Buscando nova terra, nova oportunidade. Rumaram para a Grécia e se estabeleceram Em Corinto, grande porto e famosa cidade. Chegando em Corinto, Áquila e Priscila Conheceram Paulo, o exímio pregador. A ele se uniram em uma imensa obra: A pregação do Evangelho da graça e do amor. Durante um ano e meio eles estiveram ali Pregando o Evangelho do Senhor Jesus. Naquela cidade mergulhada em trevas Dezenas de pessoas encontraram a luz.

Paulo anunciava o Evangelho com amor E se sustentava; ele tinha a sua renda. Com Áquila associou-se e começou a trabalhar, Pois tinham um ofício; eles fabricavam tendas. Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia Paulo ficou feliz e pregou com mais destemor. Porém, os judeus blasfemaram do Evangelho; Rejeitaram Jesus Cristo como único Salvador. Paulo não desistiu; continuou seu ministério E muitos se converteram com a sua pregação. Tito Justo aceitou a Jesus como Senhor, Depois Crispo, sua família e muitos da multidão. Jesus Cristo disse a ele: “Não temas e não te cales. Eu estou contigo e ninguém te fará mal. Tenho muito povo nesta imensa cidade”. Paulo continuou seu trabalho magistral. Depois de um período de paz e tranquilidade A Igreja de Jesus sofreu perseguição. Judeus intransigentes, inimigos do Evangelho, Fizeram atrocidades e uma grande confusão. Áquila e Priscila cresceram na fé cristã; Amavam a Jesus e eram Seus adoradores. Muito auxiliaram Paulo na grande obra; Na Igreja de Corinto, foram seus ajudadores. Mesmo quando Paulo teve que ir embora A obra não se desfez e a Igreja continuou.

Ele despediu-se dos irmãos muito queridos E para a Síria com o casal ele rumou. Em Cencreia Paulo cumpriu um voto devido; Depois chegaram em Éfeso, cidade importante. Na sinagoga Paulo pregou para os judeus Sobre o amor de Deus, Sua graça abundante. Paulo prosseguiu e foi para Jerusalém Deixou Áquila e Priscila com uma grande missão: Orientar a Igreja dos efésios na doutrina, Ensinar os novos crentes, com eles partir o pão. Quando chegou em Éfeso um judeu chamado Apolo, Áquila e Priscila foram os seus conselheiros. Ensinaram-no tudo sobre a mensagem de Jesus, Deixando-o firmado no caminho verdadeiro. Áquila e Priscila colocaram a vida em risco Auxiliando a Paulo na causa do Evangelho. Conviveram com o apóstolo durante muito tempo Até à sua morte, quando já estava velho. Paulo foi agradecido e lhes tinha grande estima. Ao escrever a Timóteo, aos coríntios e aos romanos. Fez saudações ao casal mostrando sua gratidão Pelo cuidado e trabalho durante aqueles anos. Hoje também casais são bênçãos nas Igrejas Auxiliando o ministério e ajudando os pastores. Como Áquila e Priscila fazem a obra de Deus, São fiéis nos compromissos e grandes cooperadores. n


MISSÕES NACIONAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

7

Missionária no Sul do Brasil compartilha seu testemunho Bruna Fernandes

missionária no projeto Radical Brasil Sul

Sou Bruna Fernandes, missionária Radical no projeto Radical Brasil Sul. Atuo na cidade de Caxias do Sul, plantando uma Igreja em um dos maiores bairros da cidade, que possui cerca de 50 mil moradores e ainda não possuía nenhum projeto Batista. Há três anos entendi a direção do Senhor me vocacionando para essa missão de fazer discípulos nesse campo. Entendi que o maior privilégio da minha vida seria abrir mão da minha vontade e viver a vontade de Deus. Nesse processo decidi obedecer a voz d’Aquele me chamava e viver aquilo que me traria o maior lucro: fazer discípulos. Em meio a esse campo tão desafiador, vim com 18 anos cumprir com a Grande Comissão e com três anos de atuação vejo as ricas bençãos do Senhor

sobre nossas vidas. Hoje, já como ConNessa terra, antes conhecida por gregação, podemos louvar a Deus por ser a “capital nacional do suicídio”, que tantos testemunhos e histórias trans- possui os maiores índices de depressão formadas pelo poder de Jesus. e sincretismo religioso de todo o país,

temos visto o agir do Senhor impactando cada gaúcho e transformando a realidade árida de cada família onde o Evangelho tem sido anunciado. Para mim, é um grande privilégio servir ao Senhor aqui. É Deus mesmo Quem age por nós e através de nós. Ver as vidas sendo transformadas são os maiores frutos de um legado que podemos deixar. Participar ativamente do aniversário de 114 anos da Junta de Missões Nacionais (JMN) significa participar da construção um legado maior ainda, que alcança todas as famílias brasileiras, em todos os projetos, durante toda a história dos Batistas. n


8

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

9


10

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

Convenção Batista Meio Norte do Brasil promove sua 82a Assembleia Evento teve vagas limitadas e nova diretoria foi eleita. Estevão Júlio

jornalista no Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira (com informações das redes sociais da Convenção Batista Meio Norte do Brasil)

A Igreja Batista na Morada do Sol, em Teresina-PI, recebeu a Convenção Batista Meio Norte do Brasil (COMNBRASIL) para a realização de sua 82a Assembleia anual. O evento, que aconteceu no dia 12 de juNúmero de participantes foi reduzido por conta da nho, teve vagas limitadas por conta da Nova diretoria da Convenção Batista Meio Norte do Brasil pandemia pandemia da COVID-19. O tema escolhido foi “Compartilhando Graça e Misericórdia”. Presidente: pastor Antônio RodriSegundo vice-presidente: pastor Ave- Remir; Entre outras atividades, a Convenção gues; lar Vaz; Terceira secretária: Socorro Alves. elegeu a sua nova diretoria, que ficou Primeiro vice-presidente: pastor FranPrimeira secretária: Hirla Rebeca; A região Meio Norte compreende os assim composta: cisco Barroso; Segundo secretário: pastor Sebastião estados do Maranhão e Piauí.

Convenção Batista Mineira fala dos encontros da Campanha de Missões Estaduais 2021 Diversas áreas do estado têm sido visitadas no período.

Departamento de Comunicação da Convenção Batista Mineira A Campanha de Missões Estaduais 2021 já começou e está envolvendo todas as Associações Batistas de Minas Gerais. Este ano, o tema é “Fale por onde for” e a divisa se encontra em Atos 18.9: “E disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas. Mas, FALE, e NÃO TE CALES”. O diferencial desta campanha É uma série de encontros marcados, presenciais e online, com a presença dos gerentes de Missões da Convenção Batista Mineira (CBM) e também o apoio do pastor e Capelão da CBM, Daniel Lins. Até o fim da Campanha, os encontros continuarão acontecendo. Confira as datas, horários e localização no site batistasmineiros. org.br O gerente da Área 1, pastor Robsom Martins esteve em Divinópolis e participou do encontro de abertura online com as Igrejas da cidade de Passos. “Tem sido uma experiência enriquecedora, principalmente pelo amor e envolvimento demonstrado, não apenas por promotores de missões, pastores e missionários, como os membros das Igrejas”, afirma. Em cultos realizados em Taiobeiras, Salinas e outras localidades, o gerente da Área 2, pastor Carlos Genival, tam-

Igrejas da Convenção Batista Mineira (CBM) estão engajadas na campanha de Missões Estaduais bém teve uma percepção positiva do engajamento das pessoas na campanha: “Tenho sido muito bem acolhido pelos Batistas mineiros das regiões que visitei. É notória a alegria das pessoas ao terem contato com um representante da CBM os apoiando e encorajando”, conta. O pastor José Elio Muniz, gerente da Área 3, esteve em Itajubá e Pouso Alegre e já tem vários encontros agendados para as próximas semanas. Ele vibra com a motivação dos Batistas com a Campanha deste ano. “Como é bom saber, que mesmo em condições difíceis, impostas pela pandemia, os mineiros

não deixaram o amor por missões esfriar. Promotores, pastores, coordenadores e presidentes de associações e membros das igrejas estão empenhados e motivados”, disse. E a motivação também é percebida nos encontros online. Devido a pandemia, algumas cidades não podem ter reuniões presenciais, mas não abriram mão de participarem dos encontros da campanha. O Ggrente da Área 4, pastor Osvaldo de Oliveira, participou de dois encontros virtuais. “A Igreja não para e nem a impossibilidade de estarmos juntos presencialmente desanimou os

Batistas mineiros. O envolvimento de todos os líderes, promotores e pastores é louvável”, declara. Na capital mineira, o pastor Daniel Lins, capelão da CBM, esteve na Igreja Batista Memorial de Belo Horizonte e relata que apesar do número reduzido de pessoas, devido as restrições da pandemia, não diminuiu a motivação da Igreja: “A receptividade foi fantástica! As pessoas presentes se envolveram bastante, aprenderam bem a canção tema da campanha e ficaram sabendo dos nossos projetos missionários”, finaliza. n


MISSÕES MUNDIAIS

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

11

Celebração e gratidão pelos 114 anos de Missões Mundiais Ana Jhuly Stellet

Redação de Missões Mundiais

No último sábado do mês de junho (26) vivemos um momento de muita alegria, gratidão e celebração pelos 114 anos de Missões Mundiais, transmitido no Canal JMM no Youtube. A data do aniversário foi no dia 27 de junho, mas para honrar o Dia do Missionário e comemorar os anos da JMM, o dia 26 foi o escolhido para essa grande festa. O tema do aniversário foi inspirado na campanha deste ano “Viva o Poder de Transformar”, e assim todo o evento foi para mostrar o quanto Missões Mundiais tem vivido o Poder e a Transformação, por meio daquele que ora, oferta, vai e mobiliza. Uma homenagem ao Dia do Missionário fez a celebração ser ainda mais especial. Com felicitações, agradecimentos e palavras de encorajamento ditas por representantes de pastores, ofertantes e colaboradores da sede da JMM.

Durante a programação o pastor Fausto Vasconcelos, presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) falou sobre a importância dos ofertantes. “Uma coisa tem sido clara, as nossas Igrejas têm sido fiéis no sustento da obra missionária. Independente do

plano econômico em vigor. (…) E quando nós ofertamos, nós participamos da evangelização ao redor do mundo”, disse o pastor Fausto. No louvor, Alexandre Magnani e a banda Raiz Worship abrilhantaram o culto com lindas canções de adoração ao Senhor. Na mensagem e palavra final

de gratidão o pastor Alexandre Peixoto, gerente de missões da JMM, contou sobre o quanto Missões Mundiais Vive o Poder de Transformar todos os dias e agradeceu a todos que fazem parte dessa história. “Somos gratos a Deus que tem nos sustentado, nesses 114 anos nunca nos faltou o pão. O Senhor Deus é fiel e misericordioso e Ele tem usado para isso, você! E eu quero te dar uma palavra de agradecimento em nome de todos os missionários, muito obrigado porque você tem mantido a obra através das suas ofertas”, agradece o pastor Alexandre. Louvamos ao Senhor por esses 114 anos e pelo cuidado que cada um que ora, oferta, vai e mobiliza tem por Missões Mundiais. A celebração completa está disponível no Canal JMM. Para ser abençoado assista, curta e compartilhe com alguém. VIVA O PODER DE TRANSFORMAR! n

Dia das Crianças em Moçambique Ana Cristina da Silva Santos e Maria Esmeralda Alves da Silva missionárias em Moçambique

O Dia da Criança Africana é comemorado dia 16 de junho, em memória ao massacre do Soweto, em Joanesburgo, na África do Sul. Em 1976, crianças negras foram mortas por protestarem pacificamente contra o ensino obrigatório da língua africâner, de origem colonial. Esse evento nos chama a atenção para a realidade de crianças africanas serem vítimas de violência, exploração e abuso diariamente. Em Moçambique, o dia das crianças é celebrado no dia 1º do mês de junho, mas devido às fortes chuvas ocorridas em todo o país, nós, do Projeto Sublime Tarefa, realizamos a nossa festa no dia 24. Foi uma manhã linda, alegre, emocionante e cheia de diversão. Louvamos a Deus por nos dar condições de comemorar essa data especial com as crianças do projeto, as da comunidade que foram convidadas e os demais que compareceram. No total, festejamos com 200 crianças moçambicanas, sendo 70 convidadas e participantes do projeto, e 50 adultos. Iniciamos o Culto Infantil com orações e depois contando uma linda história da Bíblia. No segundo momento, prosseguimos com a “Festinha Animada” das crianças com brincadeiras, jogos, apresentações de músicas e danças. Finalizando com a entrega dos kits e lanches. Enfim, uma manhã na qual os meninos e meninas puderam celebrar seu dia com grande alegria. É gratificante contar as maravilhas que Deus está realizando a cada dia em Ndunda e, em especial, o milagre para a realização da comemoração ao dia

das crianças. O nosso objetivo foi alcançado porque apresentamos o maravilhoso e o grande amor de Jesus para as 70 crianças que não o conheciam e aos 50 encarregados que compareceram. Todos receberam os kits preparados na hora do lanche e tivemos a alegria de registrar com fotos e vídeos esse lindo e maravilhoso momento.

Alunas da classe de alfabetização no Dia das Crianças, em Moçambique

Crianças lanchando durante a programação do Dia das Crianças, realizado pelo Projeto Sublime Tarefa, em Moçambique No período da tarde, em resposta ao convite da professora, ministrei a aula para 36 alunas da classe de alfabetização. Na aula de português usei um cântico que fala sobre: “O maravilhoso amor de Jesus” e com a aplicação do texto bíblico, a Palavra foi semeada. Das alunas, 15 tiveram o privilégio de ouvir falar de Jesus pela primeira vez. Oremos para que a semente possa germinar e dar frutos permanentes para glória de Deus Pai. Encerramos a aula cantando o cântico o amor de Jesus é maravilhoso e todas as mães da classe receberam um kit para oferecer aos filhos.

Agradecemos a Deus pela proteção e pelos livramentos visíveis e invisíveis; pela presença e participação dos pais e das crianças que foram convidadas. E também pelo apoio que recebemos dos parceiros, irmãos, familiares e amigos que tornaram possível a realização destas ações onde o nome de Jesus Cristo foi glorificado e exaltado. E também a você, parceiro da obra missionária, que tem nos apoiado com suas orações e ofertas mensalmente. Ainda há muitas vidas para alcançar, por isso contamos com a sua intercessão pelos projetos de educação, lazer e apoio às famílias, para que eles sejam instrumentos da sinalização do amor de Cristo. Além disso, ore pela salvação dos pais e alunas do curso de alfabetização e dos demais que participaram da celebração do Dia da Criança em Moçambique. Interceda também por nossas vidas e ministérios, que a cada dia o Senhor nos dê sabedoria e estratégias para alcançar os pequeninos. n


12

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

Convenção Batista de Roraima inicia campanha de Missões Estaduais “Chamado da Igreja, missão de cada um” é o tema deste ano. Estevão Júlio

jornalista no Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira (com informações das redes sociais da Convenção Batista de Roraima)

A campanha de Missões Estaduais 2021 da Convenção Batista de Roraima (CBRR) teve início no dia 19 de junho, na Igreja Batista da Liberdade, em Boa Vista-RR. O tema da campanha deste ano é “Chamado da Igreja, missão de cada um”, com divisa em I Crônicas 16.23 “Cantai ao Senhor todas as terras; proclamai a salvação, dia após dia”. O preletor foi o pastor Alexandre Gusmão, pastor da Igreja Batista Monte Sinai, em Boa Vista-RR. A programação teve momentos de louvor e um período de oração pelos missionários da CBRR e promotores de Missões Estaduais. “Deus seja louvado pelas vidas dos nossos missionários e promotores de Missões Estaduais. Que sejamos Incansáveis nessa obra que é do nosso Senhor Jesus Cristo”, escreveu a Convenção em suas redes sociais. n

Igreja Batista da Liberdade, em Boa Vista-RR, recebeu a abertura da campanha deste ano

Programação teve momentos de louvor e oração pelos missionários

CB das Igrejas Batistas Unidas do Ceará realiza ciclo de palestras sobre vocação Programação orientou Igrejas e vocacionados sobre o tema. Estevão Júlio

jornalista no Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira (com informações das redes sociais da Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará)

Nos dias 25 e 26 de junho, a Convenção das Igrejas Batistas Unidas do Ceará (CIBUC) promoveu o ciclo de palestras “Qual a sua vocação? O despertar de uma Igreja missionária”. A programação, com acesso pelo Zoom e transmitida no canal da Convenção no Youtube, tinha o objetivo de orientar as Igrejas no cuidado com o vocacionado e esclarecer, tanto ao vocacionado como a Igreja, o caminho que pode ser percorrido no atendimento ao chamado. Ao todo, foram quatro palestras, que falaram sobre definição de chamado, oportunidades de serviço no Ceará e no mundo e qual os passos devem ser tomados no cumprimento da missão.

Marli González, da UFMBB, e João Boechat, do Seminário do Sul, foram palestrantes do evento O evento teve como palestrantes Marli González, diretora executiva da União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB), com o tema “O vocacionado e o preparo” (abertura do evento); Vânia Ribas, professora no projeto Radical Cristolândia e líder de jovens na Primeira Igreja Batista em Madureira, falando so-

bre o tema “Todos somos vocacionados, temos um propósito”; Luiz Carlos (Luca), missionário na Argentina, que abordou a temática “Cuidando do vocacionado”; João Boechat, professor e coordenador do EAD no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), falando sobre “Vocação e a transformação religiosa no

Brasil”; e Rubens Coutinho, há 44 anos como pastor e missionário em diversos estados, abordando um tema mais específico para a realidade local: “Desafios e oportunidades no Sertão cearense”. Todas as palestras podem ser assistidas em youtube.com/cibucbatistasunidos n


NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

13

OBITUÁRIO

Noélio Nascimento Duarte, o pastor do abraço (...) Eu acho que sei a identidade de quem inventou de verdade O abraço que nos acolhe e seduz... A identidade desse idealizador, Inteligente, amigo e protetor, Tem a semelhança da clara luz, Quando abriu seus braços ternamente numa cruz se doando plenamente. Amigos, o inventor do abraço foi Jesus! (Trecho do poema Quem inventou o abraço? - Noélio Duarte - 2016) Em 16 de abril de 2021, às 6 horas e 30 minutos, Noélio Nascimento Duarte, aos 68 anos, foi se encontrar com seu Senhor, após 18 dias de internação para tratamento da COVID-19. Noélio nasceu em Divisópolis, Minas Gerais, filho de missionários da Junta de Missões Nacionais (JMN), pastor Belmiro Duarte e Silva e Fidelcina Nascimento Duarte. Em sua infância acompanhava o pai nos trabalhos missionários, na garupa do cavalo. Casou-se com Josélia Duarte, e tiveram duas filhas, Juliana e Ana Carolina. Nesse tempo era membro da Igreja Batista do Meier-RJ, onde foi consagrado ao diaconato em 1997. Foi fisioterapeuta, fonoaudiólogo, professor, escritor, poeta e cronista, escreveu vários artigos e livros, dentre esses, “Você pode falar melhor”, “O incrível poder da Motivação” e “O Poder do Abraço”. Era membro titular da Academia Evangélica de Letras do Brasil

(AELB), mas a sua principal vocação desde que fora consagrado, em 2008, era o de ser pastor. Noélio e Josélia formavam um casal dinâmico, sempre juntos. Ela, médica, como pianista e educadora, também sempre cheia de sonhos, apoiava em tudo as ideias e propostas do nosso querido pastor na condução da Igreja. Pastor e Igreja Batista em Caramujo, sempre buscando a vontade de Deus em oração. Quis o soberano Senhor levar o pastor Noélio, no nosso entender humano, antes do tempo, precocemente, no auge

de seu ministério frutífero e abençoado. E nesse tempo, submissos à vontade e ciência do nosso Senhor, nos quedamos humildemente aceitando a Sua vontade que é boa, perfeita e agradável, mesmo quando não entendemos isso. No dia 17 foi realizado através da internet, pelas Igreja Batista Itacuruçá-RJ, liderada pelo pastor Israel Belo de Azevedo, e Primeira Igreja Igreja Batista em Caramujo, em Niterói-RJ, através do pastor Jailton Barreto Rangel, o culto de despedida deste grande servo de Deus. Um culto cheio de intensas emoções, porém inspirador e que nos

trouxe conforto ao coração. O Culto está gravado no canal da da IB Itacuruçá no Youtube. Prestando muita atenção às palavras que se falavam sobre o pastor Noélio, ouvi, por exemplo, do seu bom humor, sua alegria contagiante, sua generosidade, seu otimismo mesmo em meio às adversidades, seu modo de ser motivador, incentivador, que levava as suas ovelhas e amigos ao despertar para estudar mais, para escrever, para crescer. Um seminarista da PIBAC, dissera: “ele me tirou de uma depressão e me deu alento e otimismo para viver e estudar e sempre que falava comigo, colocava a mão no meu ombro, Oh! Como isso me fazia bem”, visivelmente emocionado dizia o jovem. Sim, o pastor Noélio será sempre o pastor do abraço, não só por seus conhecimentos científicos a respeito disto, mas porque ele mesmo foi um distribuidor de abraços e nos lembrou da importância desse gesto tão simples e tão poderoso. Se hoje, por causa da pandemia, não o podemos fazer fisicamente, façamos com palavras, com gestos, com os olhos, com o perdão e com a oração. Nós somos os braços de Jesus para abraçar o próximo. Noélio ajudou-nos a lembrar disso. Niterói, abril de 2021. Texto escrito a várias mãos como Homenagem da Diretoria da PIBAC e de todos os seus membros. n

Primeira Igreja Batista de Itabuna-BA celebra Dia do Pastor Embaixadores do Rei realizam homenagem no segundo domingo de junho. Jesimiel Palmeira

diácono da Primeira Igreja Batista em Itabuna - BA

No dia 13 de junho de 2021, a Embaixada CER Wilton Lucas realizou uma homenagem ao seu pastor, João Luiz Lucas Vieira, no culto da Primeira Igreja Batista de Itabuna-BA no domingo pela manhã. A Igreja comemora o Centenário dos Batistas de Itabuna neste ano. Parabéns aos pastores e, em especial, ao nosso pastor João Luiz, que vem sempre estimulando e apoiando as or- Embaixada CER Wilton Lucas homenageou o Pr. João Luiz, Entrega da Bíblia de Estudos dos Embaixadores do Rei da PIB de Itabuna-BA ganizações missionárias. A Primeira Igreja Batista de Itabuna-BA Deus e ensina aos seus membros e con- sua Embaixada, que vem trabalhando em há encontros virtuais nas quintas-feiras, e é uma Igreja que preza pela Palavra de gregados, o que não seria diferente com todo o tempo. Mesmo com a pandemia, alguns encontros presenciais. n


14

PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21 FÉ PARA HOJE

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob “Irmãos, não reduzamos a obra de Missões Mundiais a um dia do calendário anual, a levantamento de oferta nos meses de março e abril, mas reflitamos profundamente de acordo, pois somos cooperadores de Deus. Faça de sua igreja um instrumento missionário de Deus para a redenção do mundo” (Waldemiro Tymchak, Revista OCEOM, Março de 1988). Estas palavras do precioso pastor Waldemiro Tymchak, de saudosíssima memória, nos fazem refletir sobre a nossa caminhada na estrada missionária. Fazemos, muitas vezes, um reducionismo da obra de missões valorizando calendário, campanhas sazonais, em detrimento de um estilo de vida. A obra transcultural faz parte do DNA da Igreja de Jesus Cristo. Recebemos a missão de anunciar aos povos a maravilhosa graça de Deus em Cristo pelo poder do Espírito Santo (Atos 1.8). Missões é a obra da disseminação do Evangelho de Cristo que “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Isto é precioso demais. Missões deve ser plantada no coração da criança

ao ancião. Podemos dizer que missões é a vida da Igreja. Deve estar no coração dos crentes. Concordo com o pastor Tymchak quando ele faz uma análise muito pertinente acerca do barateamento da teologia bíblica da missão. Não é calendário, mas estilo de vida, pois a vida de Cristo em nós nos leva a amar e valorizar a obra transcultural. A Igreja do primeiro século possuía o múnus missionário. Detinha em seus arraiais o amor pela proclamação do evangelho de Cristo dentro e fora das suas fronteiras. O coração estava fervilhando de compromisso com a mensagem da cruz (I Coríntios 1.18). Jesus era o centro da vida e da obra da Igreja. O próprio apóstolo Paulo testemunhou aos irmãos em Corinto: “Nada me propus a saber entre vós senão a Jesus Cristo e este crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (I Coríntios 1.22,23). É impressionante o amor que eles nutriam por Cristo Jesus e a Sua obra redentora. Para eles, a obra missionária era sublime. A Grande Comissão não era teoria, analogia, mas literal, que os impulsionava de forma abrangente. Alguém já disse: “Não transformemos a Grande Comissão na

Missões: um estilo de vida da Igreja

Grande Omissão” (Mateus 28.18-20). Os nossos joelhos (oração), os nossos pés (ação evangelística) e as nossas mãos (sustento financeiro) devem estar a serviço da obra missionária 24 horas por dia. Nestes dias chamados de pós-modernos somos convocados pelo Senhor para uma visão mais ampla, atitudes e ações cheias de amor a partir de uma obediência incondicional a Cristo. Deus requer de nós entrega sem reservas. Exige de nós compromisso inadiável e inalienável a partir da nossa comunhão profunda com o Senhor Jesus Cristo. Ele tinha uma missão: “Buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10). A missão dele é a nossa missão. A Sua obediência ao Pai é a nossa obediência. Como precisamos voltar os nossos olhos para os evangelhos e vislumbrarmos o Cristo que deu a Sua por nós. Que andou por toda a parte fazendo o bem (Atos 10.38). Ele deve ser sempre a nossa mensagem. O nosso modelo. O estilo de vida seja do cristão (individual), seja da Igreja (coletivo) deve ser sempre o de Cristo Jesus. Ele requer que sejamos Seus amigos para fazermos o que Ele manda (João 15.13,14). A Igreja que tem consciência de que

missões é um estilo de vida está intrinsecamente ligada a Pessoa de Cristo. Para ela, o viver deve ser sempre Cristo (Filipenses 1.21). O seu fazer deve ser o de Cristo. Ela deve se conformar com a Pessoa de Cristo na Sua morte e na Sua ressurreição. Missões como estilo de vida vem com o compromisso com Cristo. Somos Seus embaixadores (II Coríntios 5.17-21). A Igreja é constituída de cooperadores. Ela trata dos negócios de Cristo com amor e zelo, consciência de missão e responsabilidade diária. O seu olhar está em Cristo. O seu viver depende de Cristo. Sabe que deve anunciar o evangelho de Cristo a todo o mundo tendo a consciência do preço altíssimo a pagar. A obra de missões é sublime, encantadora, renovadora e inspiradora. Esta obra revela a supremacia de Cristo. Um empreendimento que visa anunciar às nações a Grandeza, a Sublimidade, a Majestade de Deus Pai. Os povos devem se alegrar pela proclamação do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). Na linguagem do pastor Waldemiro, façamos de nossas Igrejas instrumentos missionários de Deus para a redenção do mundo. E, acima de tudo, o façamos para a Sua glória! n

concederá em meu nome” (Jo 16.23). Com esses versos e tantos outros, temos uma boa base para ensinarmos que devemos orar ao Pai em nome de Jesus. Oramos ao Pai e nos aproximamos do Senhor pelos méritos de Jesus. John Piper afirma assim: “Encerrar a oração com a frase “Em nome de Jesus, amém” não é mera tradição, é uma declaração de fé em Jesus como a única esperança de acesso a Deus”. Como afirma John Piper não é apenas tradição, mas consciência doutrinária do que Jesus fez por nós. Jesus é o nosso redentor, é Aquele que nos reconciliou com Deus (II Coríntios 5.1821). É o nosso Advogado, nosso Sumo Sacerdote e nosso Mediador (I João 2.1/Hebreus 7.26 -28/ Hebreus 9.1112/ I Timóteo 2.5-6). Paulo, o apóstolo, afirma que por Jesus “temos acesso ao Pai em um Espírito” (Efésios 2.18), e a expressão grega é “prosagoge”, que

nos leva ao entendimento de mediador e o único que tem acesso exclusivo ao Pai. Com essas verdades e tantas outras, oramos ao Pai em nome de Jesus, sabendo que Ele tem acesso ao Pai. Sabendo e crendo que Jesus é o nosso Mediador e nEle temos esperança. Concordo com o Pipper quando diz que orar em nome de Jesus é uma declaração de fé, e assim seguimos orando, confiando na bondade do Pai e na mediação de Jesus. Vale lembrar que Jesus orou por nós (cf. João 17). Sabemos que o nome de Jesus é poderoso. Nome que nos dá salvação (cf. Atos 4.12). É o nome acima de todo nome (cf. Filipenses 2.9-11). Nome do Filho de Deus, que cumpriu a lei, foi obediente até a morte. Nome que agrada ao Pai, e por isso oramos em nome de Jesus. Oramos ao Pai em nome de Jesus, pois cremos que Ele é a nossa esperança de termos acesso ao Pai. Oremos! n

Em meu nome Jeferson Cristianini

pastor, colaborador de OJB

Desde sempre oramos em casa com nosso filho, e uma das primeiras expressões dele quando começou a falar foi “amém”. Foi emocionante ouvir pela primeira vez um “amém” com aquela sonoridade de bebê com menos de um ano. Ali, naquele dia, tivemos a real responsabilidade de não ensinar sobre oração, mas ter uma vida real de oração. Desde então, nosso filho ora antes das refeições e por motivos que nos deixa emocionados. Numa ocasião estávamos com ele num cartório e uma pessoa que estava no local tivera amputada uma perna, brincou com ele e quando fomos orar em casa, ele pediu que o papai do céu desse uma perna para aquele homem. Entendemos, então, que precisávamos ensinar os conceitos de oração, mas respeitando cada fase.

Agora, com quatro anos, ele consegue compreender mais alguns conceitos e as lições seguem. Dia desses ele orou e não falou “em nome de Jesus”, o que me levou a ensinar o conceito doutrinário a ele para sua compreensão da identidade e do ministério de Jesus. Na realidade, há muitos cristãos que oram ao Espírito Santo ou oram ao Deus Pai e não finalizam a oração com a expressão “em nome de Jesus”. Aprendemos desde cedo, desde o novo nascimento, o conceito doutrinário de que Jesus é o nosso mediador entre nós e o Pai, e assim aprendemos a orar ao Pai e nome de Jesus. O próprio Senhor Jesus nos ensinou assim: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João 14.13-14). “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pai, ele vo-la


PONTO DE VISTA

O JORNAL BATISTA Domingo, 11/07/21

15

OBSERVATÓRIO BATISTA

Vivendo na “espiritosfera” Lourenço Stelio Rega Ouvi esta palavra a primeira vez de um aluno. É um termo novo para se referir pejorativamente ao mundo espiritual. Indica também a centralização da vida nas coisas espirituais, deixando de lado a realidade do cotidiano e outros aspectos da vida. O sociólogo Max Weber mencionou que no mundo da religião há diversos atores e, entre eles, os que operacionalizam a religião ou os “profissionais do sagrado”. Há o mago que age autônomo e é carismático no sentido de chamar pessoas a segui-lo; o sacerdote, que procura manter o funcionamento da religião e defende as suas instituições e crenças básicas; e, o profeta que, em geral, reage contra o que é instituído e, por isso, entra em confronto especialmente com o sacerdote. Weber fala ainda de dois tipos de profetismo: o ascético, que conduz as pessoas, ainda vivendo no mundo, a adotarem um distanciamento do modo mundano de se viver; e o místico, que prefere a atitude contemplativa do religioso a ponto de procurar se distanciar do mundo e pouco se importar com as questões éticas da vida. São dois ex-

tremos. E preocupa o fato de que tem havido crescimento acentuado no tipo de profetismo místico no meio dos crentes. Parece que as pessoas estão mais preocupadas em “malhar a alma”, num adoracionismo desenfreado, sem se preocupar com seu papel no mundo dos vivos. Isso não é adoração, mas adoracionismo, uma recente “síndrome” em que o crente se entrega de corpo e alma a uma espécie de transe espiritual, em um ambiente de entretenimento e catarse. Acredita-se que a adoração, nesse sentido, seja produtora de milagres, sobretudo, materiais. Se no passado o salvacionismo era o eixo central não só da doutrina, mas da pregação, da liturgia e das práticas eclesiásticas, hoje o adoracionismo, fruto de instintos humanos, levará a Igreja a uma vida anestesiada e descompromissada com o cotidiano. É como tentar viver no monte da transfiguração, contemplando as maravilhas de Deus, sem se dar conta de que lá embaixo há toda sorte de dramas e dilemas humanos. Acontece que viver na espiritosfera tem elevados riscos. E o maior é a desconexão da realidade. E o adoracionismo não leva o crente a ter

uma vida significativa e influente neste mundo caótico. Outro detalhe importante é o elevado volume de canções que frutificam na vivência eclesiástica, algumas até carecem de sólida base bíblica e teológica; outras, fruto de cultura religiosa. Mas há boas canções. Um dilema é que o tempo de validade das canções hoje é reduzido e nem dá tempo para que sejam internalizadas em nosso coração e alma. Partindo do pressuposto de que a aspecto lúdico associado aos ritmos musicais levam a mensagem das canções a mobilizar nosso interior e quanto mais conseguimos internalizá-las com todo esse volume de conteúdo (lúdico ritmo - mensagem) nos leva a momentos íntimos de adoração, de posicionamento a situações de vida. Mas nem dá tempo para isso, pois uma nova canção dá lugar à outra e mais outra, então, poder-se-ia pensar que estaríamos vivendo um regime descartável de louvor e adoração? Algo para pensar. Mas também o que pode nos levar à preocupação é a transformação da adoração, do louvor, em entretenimento, em que alguns modelos de cultos estão mais próximos de um “show gospel”

com elevada performance, luzes performáticas, fumaça e outros apetrechos. Com certeza elevada performance é necessária, mas … Além disso, temos de moderar entre o ritmo clássico ou lírico e o contemporâneo. Sobre isso observo certa e boa ginástica de ministros de louvor buscando atender tanto um estilo quanto outro. Está errado então adorar? Evangelizar? De modo algum. A adoração é o fim para o qual fomos criados e a salvação se refere a um importante passo para nos conduzir de volta a Deus. Os extremos é que são prejudiciais. O culto público deve ser resultado de nossa vida particular de comunhão com Deus (Romanos 12.1) e não um mero meio de extravasar nossos instintos. O equilíbrio é o caminho. A espiritosfera vai mais além do campo da liturgia alcançando a interpretação prática da vida em que, por exemplo, agimos como agimos, tomamos decisões sem os devidos cuidados e, depois, ficamos com o “pires na mão” pedindo que nosso Deus dê um jeito na situação. Mas isso é assunto para outro artigo. Contatos: rega@batistas.org n



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.