OJB Edição 29 - Ano 2017

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 16/07/17

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

Ano CXVI Edição 29 Domingo, 16.07.2017 R$ 3,20

Convenção Batista Sul Maranhense a celebra 2 Assembleia Geral para eleger nova diretoria

Programação foi realizada nos dias 02, 03 e 04 de junho de 2017, na Segunda Igreja Batista em Açailândia - MA, e recebeu cerca de 400 pessoas, de diversas Igrejas da região. A CONBASMA é a mais nova Convenção Batista do Brasil e, na ocasião, elegeu a diretoria que ficará à frente do biênio 2017-2019. Página 09 Coluna Dificuldades Bíblicas

Coluna Vida em Família

Você sabe o que a Bíblia quer dizer com: “Camelo pelo fundo da agulha”?

Confira o artigo: “10 coisas que você pode fazer por sua esposa”

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Missões Nacionais

Missões Mundiais

Seminário do Sul vive novo tempo com direção do pastor Fernando Brandão

“Somos um. Somos Nazarenos”; conheça a história de irmãos da Igreja sofredora

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o jornal batista – domingo, 16/07/17

reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

“Cuide do mais importante”

Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.batistas.com A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo

A

s transformações provocadas pelo desenvolvimento tecnológico trazem consigo um preço a ser pago, que acaba por assustar-nos. Na vida denominacional não tem sido diferente, as dificuldades da caminhada do dia a dia têm levado muitos a trilharem um caminho que, com certeza, os levará a amarguras e decepções futuras. Há alguns líderes que, levados pela estonteante ação da mídia das mega Igrejas, da Teologia da Prosperidade, têm abandonado, ainda que de forma disfarçada, a denominação. Esquecem que conheceram Jesus Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas em uma Igreja Batista, que se formaram em um Seminário Batista, que foram consagrados ao Ministério Pastoral por uma Igreja Batista, que foram convidados para exercer o Ministério Pastoral em uma Igreja Batista. Por que razão, então, rejeitar, menosprezar a denominação Batista? Por que, no momento em que todo o mundo busca a unidade, promover a fragmentação? Por que, no momento em que todas as organizações no mundo inteiro se aliam para fortalecer, dedicar-se a dividir e enfraquecer? Conta-se que: “...Uma vez um jovem recebeu do rei a tarefa de levar uma mensagem e alguns diamantes a um outro rei de uma terra distante. Recebeu também o melhor cavalo do reino para levá-lo na jornada. ‘Cuida do

mais importante e cumprirás a missão!’, disse o soberano ao se despedir. Assim, o jovem preparou o seu alforje, escondeu a mensagem na bainha da calça e colocou as pedras em uma bolsa de couro amarrada a cintura, sob as vestes. Pela manhã, bem cedo, sumiu no horizonte. E não pensava sequer em falhar. Queria que todo o reino soubesse que era um nobre e valente rapaz, pronto para desposar a princesa. Aliás, esse era o seu sonho e parecia que a princesa correspondia às suas esperanças. Para cumprir rapidamente sua tarefa, por vezes deixava a estrada e pegava atalhos que sacrificavam sua montaria. Assim, exigia o máximo do animal. Quando parava em uma estalagem, deixava o cavalo ao relento, não lhe aliviava da sela e nem da carga, tampouco se preocupava em dar-lhe de beber ou providenciar alguma ração. ‘Assim, meu jovem, acabas perdendo o animal’, disse alguém. ‘Não me importo’, respondeu ele. ‘Tenho dinheiro. Se este morrer, compro outro. Nenhuma falta fará!’. Com o passar dos dias e sob tamanho esforço, o pobre animal, não suportando mais os maus-tratos, caiu morto na estrada. O jovem simplesmente o amaldiçoou e seguiu o caminho a pé. Acontece que nessa parte do país havia poucas fazendas e eram muito distantes umas das outras. Passadas algumas horas, ele se deu conta da

falta que o animal lhe fazia. Estava exausto e sedento. Já havia deixado pelo caminho toda a tralha, com exceção das pedras, pois lembrava da recomendação do rei: ‘Cuida do mais importante!’. Seu passo se tornou curto e lento. As paradas, frequentes e longas. Como sabia que poderia cair a qualquer momento e temendo ser assaltado, escondeu as pedras no salto de sua bota. Mais tarde, caiu exausto no pó da estrada, onde ficou desacordado. Para sua sorte, uma caravana de mercadores que seguia viagem para o seu reino, o encontrou e cuidou dele. Ao recobrar os sentidos, encontrou-se de volta em sua cidade. Imediatamente foi ter com o rei para contar o que havia acontecido e com a maior desfaçatez, colocou toda a culpa do insucesso nas costas do cavalo ‘fraco e doente’ que recebera. Porém, majestade, conforme me recomendaste, ‘cuida do mais importante’, aqui estão as pedras que me confiaste. Devolvo-as a ti; não perdi uma sequer. O rei as recebeu de suas mãos com tristeza e o despediu, mostrando completa frieza diante dos seus argumentos. Abatido, o jovem deixou o palácio arrasado. Em casa, ao tirar a roupa suja, encontrou na bainha da calça a mensagem do rei, que dizia: ‘Ao meu irmão, rei da terra do Norte. O jovem que te envio é candidato a casar com minha filha. Esta jornada é uma prova. Dei a ele alguns

diamantes e um bom cavalo. Recomendei que cuidasse do mais importante. Faz-me, portanto, este grande favor e verifica o estado do cavalo. Se o animal estiver forte e viçoso, saberei que o jovem aprecia a fidelidade e força de quem o auxilia na jornada. Se, porém, perder o animal e apenas guardar as pedras, não será um bom marido, nem rei, pois terá olhos apenas para o tesouro do reino e não dará importância a rainha, nem àqueles que o servem”. Quero comparar essa história com aqueles que estão na jornada da vida ministerial, preocupados com as formas exteriores, isto é, com os “mega espetáculos gospel”, com os “shows gospel”, que tudo fazem para agradar aos olhos, esquecendo a Sã Doutrina, esquecendo os Princípios da Denominação, que, ao longo de anos, pela fé, pela fidelidade a Palavra de Deus, pelo respeito, pela dignidade e honradez têm chegado aos nossos dias. Não sou pregoeiro e nem acredito na uniformidade, mas creio que a unidade foi e continuará sendo a forma que Deus usa os Batistas para exercerem o ministério que Deus nos confiou. Certamente, se não for assim, você não cumprirá a missão, já que não sabe guardar o que é mais importante. Sócrates Oliveira de Souza, pastor, diretor executivo da CBB


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Não se atemorize pelas más notícias Juvenal Netto, colaborador de OJB

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xiste um número considerável de pessoas que optaram por não mais assistirem aos telejornais pelo fato da predominância das notícias ruins ali divulgadas. A violência cresce de forma assustadora em todo o mundo. As substâncias entorpecentes escravizam e ceifam a vida de milhares

de pessoas e não escolhem classes sociais. A escassez de alimentos já é uma realidade em muitos países devido ao crescimento da população terrestre, acumulado ao desequilíbrio ambiental provocado pelo convívio irresponsável do homem com a natureza, tornando enormes áreas de terras estéreis. No Brasil, o assunto em lide no momento parece ser as crises. Não ser atingido emocio-

nalmente por este turbilhão de acontecimentos não é tão simples assim, diria que é desafiador, entretanto, se nos mantivermos firmes nas promessas do Senhor, poderemos até ser “Atribulados, porém, não angustiados; perplexos, porém, não desanimados; perseguidos, porém, jamais desamparados; abatidos, porém, nunca destruídos”, conforme a narrativa do apóstolo Paulo em II Coríntios 4.8-9.

No Salmo 112, o autor declara que o homem que teme a Deus e se regozija nos seus mandamentos, será muito feliz. Na sua casa haverá sempre prosperidade, não no sentido ínfimo da palavra, mas no sentido global, ele é próspero em seu ministério, na sua vida familiar, nos seus relacionamentos, no campo profissional e também na área financeira, pois o Senhor suprirá todas as suas neces-

sidades sumárias. Ele reitera ainda que para a pessoa que serve a Deus, até mesmo as circunstâncias difíceis da vida se tornarão em fonte de iluminação, consolo e força (“Ao Justo nasce luz nas trevas”). Portanto, esta pessoa jamais será abalada; o seu coração é firme, não se atemorizará com más notícias, pois acredita que o seu Deus está no controle de todas as coisas e que, no final, vai dar tudo certo!

fessores, e no coração dos professores, que não se preparam para dar aulas. Ambos possuem suas razões, mas razões não dissipam as trevas, só a a luz pode dissipá-la. Os telejornais relatam dezenas de casos de desajustes familiares que desembocam em violência, agressões, mortes e atrocidades sem fim. As famílias têm sido palco de muita destruição, de muita promiscuidade e muita violência. O Brasil das trevas precisa da luz de Jesus. Ele mesmo declarou-se como a luz do mundo e incumbiu seus dis-

cípulos (as) para serem “A luz do mundo”. A luz não escolhe não brilhar, na realidade, a razão de existência dela é brilhar. Aqueles que já se entregaram a Jesus e O receberam como Senhor devem cumprir a missão que Ele nos deu, de sermos luz em meio às trevas. A luz dissipa as trevas e nossa sociedade carece de pessoas que brilhem, não para si mesmas, mas que brilhem direcionando a Cruz do Calvário. Ame seu país e brilhe. Por amor, vamos refletir a Luz de Jesus!

Eu amo o Brasil, por isso vou brilhar! Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

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á trevas nos quatro cantos do nosso país. Há trevas na política, que é recheada de escândalos, sem fim, sobre corrupção - que é um interminável, que engole bilhões de reais e, junto com o dinheiro, suga a esperança do povo tupiniquim. A violência é aviltante e bate à nossa porta todo santo dia, seja fisicamente ou através das informações da mídia. A falta de segurança é uma das maiores

dificuldades que o nosso povo sofre. As pessoas saem de casa para trabalhar e/ou estudar sem saber se voltarão. Saem com medo de morrer por uma bala perdida, por um bêbado que não foi fiscalizado pelo bafômetro, por um acidente nesse trânsito caótico e assassino. Muitas vidas são ceifadas diariamente e isso provoca medo no povo brasileiro. As pessoas têm receio de serem assaltadas, sequestradas, violentadas e machucadas. Há trevas na instituição familiar, essa mesma que é zombada e descartada pela nossa socie-

dade, mas que, na realidade, é a base de nossa sociedade. A família sofre ataques ferozes. Há anos as famílias agonizam precisando de ajuda; vivem dias sombrios. Há trevas nas escolas, que são redutos dos traficantes que usam crianças e adolescentes para levar drogas para os alunos. As escolas sofrem a violência do Estado, que não cuida e nem investe o que precisa para sermos uma Nação com níveis satisfatórios na área educacional. Há trevas nos corações dos alunos, que agridem os pro-


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GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

O Senhor é o meu Pastor Cleverson Pereira do Valle, pastor, colaborador de OJB

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Salmo 23, no verso 1, diz: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl 23.1). O problema é que muitos interpretam errado esse versículo. Com base nesse verso da Bíblia, alguns dizem: “Tome posse da benção”, “Aceite a palavra de prosperidade na sua vida”. Só que o texto não promete prosperidade material; é um equívoco pensar assim. O Salmista expressa uma grande verdade, dizendo que o Senhor é o seu pastor. Ter Deus como pastor faz

toda a diferença. Ter Deus como o nosso pastor significa que nada irá nos faltar? A ênfase deste Salmo é nas bênçãos materiais? O que significa ter Deus como nosso pastor? O pastor apascenta as ovelhas, alimenta, protege, dá pastos verdejantes. Agora, concluir que nada irá nos faltar (bênçãos materiais), porque Deus é o nosso pastor, é desconhecer a interpretação deste Salmo. Certa vez ouvi um pregador dizendo assim: “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará, não faltará problemas, não faltará doença, não faltará dificuldades, não faltará traição,

enfim, e tantas outras coisas negativas”. Mesmo acontecendo tantas adversidades, Deus continua sendo o nosso Pastor. A nossa confiança está em nosso Deus, não nas coisas desta vida. Quando Deus é o nosso pastor não falta esperança, não falta confiança, não falta certeza de uma vida melhor, não falta justiça. Precisamos confiar inteiramente em Deus, Ele é o nosso Pastor. Em todos os momentos da vida, Ele cuida de nós! O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará. Aprenda esta grande verdade; independentemente de qualquer coisa, Ele continuará sendo o nosso Pastor.

Como viver bem nossos dias “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios” (Sl 90.12).

C

omo resposta de oração, o Senhor dotou o rei Salomão de tanta sabedoria, que sua fama permanece até os dias e hoje. Parte diminuta da sabedoria que recebeu de Deus foi registrada no livro de Provérbios e no livro Cântico dos Cânticos. Além disso, também escreveu alguns salmos, como o de número 90: “Ajuda-nos a viver cada dia como Tu queres, de modo a que acumulemos Tua sabedoria no coração” (Sl 9.12). O Deus Eterno nos criou dentro das dimensões não eternas do tempo. O contexto maior das Escrituras, todavia, nos revela que o objetivo final da criatura humana é o de ser promovida para as

dimensões da eternidade. E a mesma Escritura Santa faz questão de nos revelar o critério divino, que nos qualifica para transcender a morte, temporal, adquirindo as qualidades espirituais da vida eterna. Em poucas palavras, foi exatamente isso que ouvimos de Jesus Cristo, quando fez a Oração Sacerdotal em nosso favor: “A vida eterna é esta - que Te conheçam a Ti, como único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a Quem enviaste” (Jo 17.3). Nossos dias são breves e poucos. O único jeito de vivê-los produtivamente, em termos de transcendência espiritual, é o de submetê-los às disciplinas próprias da comunhão com Cristo, no exercício de nossa fé. A comunhão diária com o Cristo ressuscitado: eis a única postura religiosa que nos habilita a viver no “Novo céu e na nova Terra” (Ap 21.3-4).

Vendo pelos olhos da fé Celson Vargas, pastor, colaborador de OJB “...Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. Orou Eliseu e disse: peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” (II Rs 6.16-17).

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esse contexto, o profeta Eliseu estava sendo caçado pelo rei da

Síria, por ele estar orientando divinamente a Nação de Israel contra os ataques do rei Sírio, que lhe fazia guerra. Certa manhã, o ajudante de Eliseu, ao despertar, viu o poderoso exército Sírio posicionado para capturar e matar o profeta. O auxiliar do profeta, muito assustado, correu ao seu Senhor e o informou do perigo iminente que deles se aproximava. Foi quando, então, Eliseu o tranquilizou, e orou ao Senhor pedindo-Lhe que desse ao seu moço olhos capazes de ver pela fé, o que ele, Eli-

seu, já estava vendo: carros e cavalos de fogo, vindos do Senhor para salvá-los. Também nós, em nosso estado natural, somos incapacitados de ver pelos olhos da fé. Vimos sempre pelos olhos da razão, e esse tipo de visão nos leva, muitas vezes, a esbarrarmos em nossos limites ou impossíveis. Ao longo das nossas vidas deparamos com situações que, aos nossos olhos, são impossíveis de resolução. Aí, então, é que precisa entrar em cena os olhos da fé, para

podermos contemplar, que muito maior do que os gigantes que se nos ameaçam nessa vida, é o poder do nosso Deus, sempre pronto a atender nosso clamor por salvação. “Jesus, fitando neles o olhar, disse-lhes: Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível” (Mt 19.26). Vivemos, mais do que nunca, a era dos impossíveis ao homem: sistema político e econômico sob poderoso controle de homens corruptos, egoístas poderosos; ameaçados por

organizações criminosas e cruéis, mais poderosas do que nossos sistemas de segurança; o erro operando eficazmente em seu objetivo de anular e substituir o que é certo, seja nos aspectos: legal, moral, ético, familiar e espiritual. Tudo está sendo corrompido poderosamente. Nessa realidade, precisamos buscar a Deus pelos olhos da fé: “Elevo os meus olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra” (Sl 121.1-2).


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DIFICULDADES BÍBLICAS

Ebenézer Soares Ferreira

Diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói – RJ

E OUTROS ASSUNTOS

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Camelo pelo fundo de uma agulha

s Evangelhos sinópticos narram o encontro de Cristo com um jovem rico, a quem afirmou ser “Mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”. Os textos que tratam desse episódio são os seguintes: Mateus 19.16-22; Marcos 10.17-22 e Lucas 18.18-23. Desde eras antigas, surgiram interpretações que procuravam suavizar a assertiva do Mestre. Jesus declara, peremptoriamente, “Digo-lhes a verdade: dificilmente um rico entrará no Reino dos céus. E lhes digo ainda: É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19.23-24). Três opiniões sobre o assunto:

1. “Camelo” seria a designação de uma corda O termo “camelo”, que ocorre nas traduções é uma tradução errada do grego. No original aparece kámilos, que significa “cabo ou corda”. A Revista Seleções do Reader’s Digest de maio de 1945, estampou o seguinte: “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus”. Esta afirmação espiritual tem sido

repetida milhões de vezes, mas é uma tradução errada do original grego. A ideia de um camelo atravessar uma agulha é empolgante. Por isso, o grego do Evangelho fala meramente da dificuldade de passar um cabo pelo fundo de uma agulha. O equivalente grego de cabo é kámilos, mas outra palavra grega, kámelos, significa “camelo”. Quem traduziu o Evangelho para o latim confundiu as duas palavras - e, da tradução latina, seu erro passou para todas as outras línguas do mundo. Já no ano 444, Cirilo de Alexandria, em sua Apologia, dirigida contra o Imperador Juliano, o Apóstata, procurava suavizar a ênfase dada por Cristo e explicava que se deveria entender camelo (kámelos) não no sentido de um animal, mas com o significado de corda ou cabo (kámilos). É este o seu comentário: O Senhor recorre a uma comparação, lembrando o buraco de uma agulha e um camelo: não camelo animal, como julga o ímpio Juliano...Mas um cabo grosso tal como se encontrava em toda nave. Tal é o expressionismo próprio dos peritos em navegação. É bem engenhosa a emenda que propõem; mas é inconsistente. No original, não é usado o termo kámilos, mas

kámelos. Logo, esse comen- milita também contra esta opinião. Em Mateus, encontário não merece crédito. tramos τρυπήμα ῥαφίδος; em 2. “Agulha” era o nome de Marcos, τρυμαλιᾶς ῥαφίδος; e em Lucas, τρήμα βελόνης. A uma porta em Jerusalém Certo autor franciscano expressão de Lucas é a mais clássica. O grego que Mateus observa: Jesus (...) compara o rico e Marcos usaram refere-se a que quer entrar no Reino do uma agulha que é usada com céu ao camelo que tem de linha, enquanto Lucas usa um atravessar o fundo de uma termo médico, referindo-se à agulha. A comparação era agulha que é usada em opea mais frisante e expressiva, rações cirúrgicas. mesmo no sentido literal, 3. Interpretação literal porque lembrava o que se Jesus desejava realmente via fazerem às portas de Jerusalém os camelos que che- frisar a impossibilidade de gavam de regiões distantes um rico, que confia em suas carregados de fardos e pre- riquezas, entrar no Reino de ciosidades para entrarem na Deus. Em Marcos 10.23, Jecidade: tinham que se curvar sus afirma: “Como é difícil quase até ao chão ou depor aos ricos entrar no Reino de Deus!”. Se Jesus tivesse só a carga. Esta opinião também é fa- dito isso, pobre dos ricos! Nilha, pois as maiores autori- codemos, Zaqueu e outros esdades negam que existisse tariam perdidos. No entanto, essa porta em Jerusalém. O no versículo 24 do mesmo caque eles desejam é moderar pítulo, Jesus declara: “Filhos, o exagero. Em sua declara- como é difícil [para os que ção, porém, Cristo usou uma confiam nas riquezas] entrar hipérbole para demonstrar a no Reino de Deus!”. (A21) Jesus não é contra a riqueza, impossibilidade de um rico (que naturalmente confia se esta for posta ao serviço do em sua riqueza) se salvar. próximo. O mancebo de quaNo Talmude Babilônico, os lidades maravilhosas não posjudeus têm um provérbio, suía a mais importante: o amor. que diz: “Ninguém imagina, O seu gesto, ficando triste ao nem mesmo em sonho, uma ouvir a Palavra de Jesus, traduz palmeira de ouro ou um ele- o seu acentuado egoísmo. Jesus lhe diz, então, indifante que passe pelo buraco retamente: “Se não és capaz de uma agulha”. A variedade de expressões de partilhar com os pobres os para “fundo de uma agulha” teus bens, se estás apegado

a eles, como podes querer entrar no Reino do céu, onde há um tesouro imperecível, onde a traça e a ferrugem não consomem, onde os ladrões não minam e nem roubam?”. Paulo diz: “(...) O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (I Tm 6.10). O mesmo apóstolo acentua que o dinheiro não é um mal, mas a confiança nele é que traz a perdição dos homens. Assim, ele diz: “Ordene aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que de tudo nos provê ricamente, para a nossa satisfação. Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, generosos e prontos a repartir. Dessa forma, eles acumularão um tesouro para si mesmos, um firme fundamento para a era que há de vir, e assim alcançarão a verdadeira vida” (I Tm 6.17-19). Jesus quis, pois, inculcar uma grande lição: os bens temporais são dons de Deus. Urge que o homem desfrute destes bens de acordo com a vontade de Deus, não permitindo que o dinheiro o escravize a ponto de não enxergar o próximo.


6 vida em família

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Gilson e Elizabete Bifano

10 coisas que você pode fazer por sua esposa Prepare uma surpresa Quem não gosta de surpresas? Talvez você possa, com um planejamento adequado, fazer uma viagem de lua-de-mel; mesmo que seja em uma cidade turística próxima de onde você more. Mas, dê tempo para que ela tenha condições de planejar seus dias, especialmente em relação aos filhos e cuidados da casa.

Elogie sempre Procure sempre motivos para elogiar sua esposa. Não espere que ela corte o cabelo ou compre um vestido novo. Elogie uma palavra dita aos filhos, um prato saboroso que ela preparou para a família, sua beleza, apesar dos anos já vividos; etc. Mime, mime, mime! Sempre costumo dizer que os filhos não devem ser mimamos, mas somente o cônjuge. Existem várias formas de mimar a esposa. Pode ser um colinho, uma café da manhã na cama, um presente em um salão de beleza.

Diga-lhe “eu te amo” todos os dias Mulheres gostam de ouvir sempre que são amadas. Embora você, marido, demonstre o quanto ama a sua esposa, elas precisam ouvir 365 dias por ano esta frase Abrace-a, mas mágica. Às vezes, eu esqueço sem demonstrar disso, mas, quando lembro, intenções sexuais não deixo de falar. Deve ser Sabe qual é a grande reum exercício diário. clamação das esposas? É a seguinte: “Meu marido só me

alimentação de um shopping, Quando ela chorar, uma churrascaria ou selfsimplesmente abrace-a -service. O melhor mesmo Mulheres são sensíveis. Elas é um restaurante que sirva choram com mais facilidade. refeições à la carte. Em nos- Não fique desajeitado quando sua so casamento, procuramos esposa chorar. Apenas abrace-a. sair com regularidade. É um tempo muito bom para conAjude-a nos cuidados versar e saborear uma comida Ore por você da casa e dos filhos Mas, pastor, o artigo não é diferente. Já ouviu falar na expressão o que um marido deve fazer “dupla jornada de trabalho”? pela esposa? Sim. Mas quanEntão, participe dos cuidados Dê um presente que do você ora pedindo que da casa. Lave a louça, varra a represente um pouco de Deus lhe dê sabedoria e um casa, dobre a roupa de cama, sacrifício financeiro coração amoroso para com Mulheres gostam de rece- guarde suas próprias roupas. ela, ela mesmo será abençoa- ber presentes. Talvez uma Dê banho nas crianças, se foda na convivência com você. vez por ano você pode fazer rem pequenas. Ajude-as se Sempre oro por mim mesmo, um pequeno sacrifício finan- arrumarem para irem para a para que eu seja um marido ceiro e dar-lhe um presente escola; etc. mais amoroso. de valor. Lembro-me que dei à minha esposa um anel Gilson Bifano de prata com uma pedra de Saia para jantar fora Pastor, diretor e fundador Programe saírem juntos esmeralda. Paguei em três do Ministério OIKOS. para um jantar em algum vezes no cartão, mas até hoje Conferencista e escritor na restaurante, sem a presença ela valoriza e se orgulha do área de casamento e família. dos filhos ou de outros ca- presente recebido. Contato: oikos@ sais. Mas não vale praça de ministeriooikos.org.br toca com intenções sexuais”. Abrace-a, ande de mãos dadas, beije, faça-lhe um cafuné. Para o homem abraçar a esposa sem conotação sexual deve ser algo intencional, porque o instinto...


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missões nacionais

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Seminário do Sul vive novo tempo com direção do pastor Fernando Brandão

Pastor Fernando Brandão é o novo diretor do Seminário do Sul

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Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB) vive um novo tempo. No dia 21 de junho de 2017, o pastor Fernando Brandão, diretor executivo da Junta de Missões Nacionais, assumiu voluntariamente a diretoria do Seminário, após decisão do Conselho da CBB. Mesmo com a certeza de que a diretoria da Instituição é um grande desafio, a expectativa para este novo momento é de avanço na importante tarefa de formar

líderes cristãos capacitados para o ministério. “Assumi esta missão de liderar o Seminário entendendo ser a vontade do Senhor para minha vida e família neste momento, e porque acredito na importância estratégica e na relevância desta Instituição na formação e desenvolvimento de líderes para o ministério cristão. Também creio que Deus continua tendo planos para o Seminário do Sul e quer usá-lo para formar líderes comprometidos com a Sua Palavra para essa e futuras

Comissionamento do novo diretor aconteceu durante o Culto dos 110 Anos da CBB

gerações”, declarou o pastor Fernando Brandão. O pastor lembrou também que a relação entre a Junta de Missões Nacionais e o Seminário é restrita ao diretor. A Junta de Missões Nacionais não está absorvendo o Seminário do Sul, nem assumindo as suas dívidas. Durante os primeiros dias à frente da diretoria houve reuniões com o corpo docente e discente da unidade. Para marcar este novo período, o Seminário está promovendo a Campanha “Sou Seminário do Sul”, com objetivo de

resgatar o amor e respeito pelo Seminário, com base no legado institucional e na história de líderes que passaram pela unidade e hoje tem levado o Evangelho ao Brasil. “Não tenho dúvida que orando, trabalhando e na total dependência do Poder de Deus, o Seminário do Sul superará todos os obstáculos e retomará a sua posição de influência e relevância na formação de líderes para os Batistas e demais denominações”, completou o pastor Fernando.

Ao longo dos seus 109 anos de existência, o STBSB tem formado líderes vocacionados para o ministério cristão. Cremos que ele continuará cumprindo a sua missão até a volta do Senhor Jesus! Convidamos o povo Batista brasileiro a se integrar às atividades do Seminário. Toda última sexta-feira do mês, a Capela do Seminário vai sediar uma vigília de oração a partir das 18h. As aulas do próximo semestre começarão no dia 02 de agosto de 2017, às 19h, e as matrículas já estão abertas.


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notícias do brasil batista

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notícias do brasil batista

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Convenção Batista Sul Maranhense celebra 2a Assembleia Geral para eleger nova diretoria Ben Rholdan, assessoria CONBASMA

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m clima de celebração do amor cristão entre as Igrejas Batistas no Sul do Maranhão, foi realizada nos dias 02, 03 e 04 de junho de 2017, na Segunda Igreja Batista em Açailândia, a 2ª Assembleia Geral da Convenção Batista Sul Maranhense (CONBASMA) - a mais nova Convenção Batista do Brasil. Mais de 400 Batistas compareceram naquela cidade para participar do evento que reuniu Igrejas de toda região para festejar e agradecer a Deus pelos dois primeiros anos de Convenção e também para eleger a nova diretoria para o biênio 20172019. A solenidade contou ainda com a presença do pastor Sócrates Oliveira, diretor executivo da Convenção Batista Brasileira (CBB) - que foi o orador oficial. “Essa foi uma oportunidade singular que tivemos para nos reunirmos como Batistas para falar da anunciação do Reino com o Poder de Deus neste estado

Momento de Louvor na 2a Assembleia Geral da CONBASMA

Diretoria CONBASMA para o biênio 2017-2019

Consagração dos irmãos Carlos Alberto Neco, Augusto Dias e Carlos Alberto Pontes - formados pelo CBFM - ao ministério pastoal

Assembleia extraordinária para alterações no Estatudo e Regimento Interno

tão acolhedor, que é o Maranhão”, conta. Durante o encontro também houve apreciações, eleições, aprovações de relatórios de orçamentos da CONBASMA e Organizações. Reformas do Estatuto e Regimento Interno também foram realizadas em uma assembleia extraordinária. A Assembleia Geral foi marcada pela eleição da nova diretoria da CONBAS-

O culto de encerramento contou com a participação e testemunhos dos missionários da Convenção e estudantes da Centro Batista de Formação Ministerial (CBFM) da CONBASMA e ainda a consagração dos irmãos Carlos Alberto Neco, Augusto Dias e Carlos Alberto Pontes - formados pelo CBFM - ao ministério pastoral.

MA para o biênio 20172019. O processo eleitoral reelegeu como presidente o pastor Euzimar Nunes (Igreja Batista da Mangueira). “É um privilégio continuar a servir a Convenção, na condição de presidente. Louvamos a Deus por todas as decisões que tomamos aqui e finalizamos esse trabalho dizendo agradecendo a Deus pelas conquistas alcançadas”, enfatiza.

Confira a Diretoria CONBASMA eleita para o biênio 2017-2019: Presidente: pastor Euzimar Nunes (IB Mangueira) 1º vice-presidente: pastor Whigson Cunha (PIB Imperatriz) 2ª vice-presidente: pastor Paulo Rogério Santos (IB Memorial Imperatriz) 1ª secretária: irmã Eunice Lopes (IB Mangueira) 2º secretário: irmã Odnair Leite (PIB Imperatriz)

Conjunto Novo Alvorecer, da PIB Nova Aurora RJ, celebra aniversário de 47 anos de fundação Estevão Júlio, membro da Primeira Igreja Batista em Nova Aurora - RJ

“J

ubileu de Jade - 47 anos anunciando Cristo a cada Novo Alvorecer”. Esse foi o tema da celebração do 47ª aniversário do Conjunto Novo Alvorecer, realizado no dia 25 de junho, na Primeira Igreja Batista em Nova Aurora, em Belford Roxo - RJ. O versículo escolhido como divisa está em Isaías 52.7: “Quão formosos são sobre os montes os pés do que anuncia boas novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: o teu Deus reina!”. A preletora convidada para a ocasião foi Cristina

Homenagem realizada pelos filhos dos participantes grupo

Gomes, membro da Primeira Igreja Batista em Vila Heliópolis, em Belford Roxo - RJ. Durante muitos anos, ela cedeu a casa onde mora para os ensaios da equipe, além de ser a responsável por fazer o trabalho com todas as vozes. Para o aniversário, ex-integrantes foram convidados

para participar com a formação atual. Juntos, eles entoaram novas canções e também àquelas que fazem parte da história do grupo durante todos esses anos. No decorrer do culto, a trajetória do Conjunto foi lembrada. Desde a sua fundação, em 02 de abril de 1977, através da irmã Judith

Conjunto completou Bodas de Jade

Marques (in memoriam), até as dificuldades, que fizeram com que o grupo parasse por um período de dez anos. Pessoas importantes na história do ministério também foram citadas, como o irmão Joelso Batista, que tocava violão para ajudar. A programação também contou com uma homena-

gem surpresa dos filhos de integrantes e ex-integrantes do Novo Alvorecer. A canção escolhida foi “Tudo é P a z”, d o gru p o Ka d es Singers. Representando o Conjunto, a irmã Maurinéia Marques, atual líder e participante desde a formação original, recebeu uma lembrança.


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o jornal batista – domingo, 16/07/17

notícias do brasil batista

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Convenção Batista Sul Maranhense celebra 2a Assembleia Geral para eleger nova diretoria Ben Rholdan, assessoria CONBASMA

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m clima de celebração do amor cristão entre as Igrejas Batistas no Sul do Maranhão, foi realizada nos dias 02, 03 e 04 de junho de 2017, na Segunda Igreja Batista em Açailândia, a 2ª Assembleia Geral da Convenção Batista Sul Maranhense (CONBASMA) - a mais nova Convenção Batista do Brasil. Mais de 400 Batistas compareceram naquela cidade para participar do evento que reuniu Igrejas de toda região para festejar e agradecer a Deus pelos dois primeiros anos de Convenção e também para eleger a nova diretoria para o biênio 20172019. A solenidade contou ainda com a presença do pastor Sócrates Oliveira, diretor executivo da Convenção Batista Brasileira (CBB) - que foi o orador oficial. “Essa foi uma oportunidade singular que tivemos para nos reunirmos como Batistas para falar da anunciação do Reino com o Poder de Deus neste estado

Momento de Louvor na 2a Assembleia Geral da CONBASMA

Diretoria CONBASMA para o biênio 2017-2019

Consagração dos irmãos Carlos Alberto Neco, Augusto Dias e Carlos Alberto Pontes - formados pelo CBFM - ao ministério pastoal

Assembleia extraordinária para alterações no Estatudo e Regimento Interno

tão acolhedor, que é o Maranhão”, conta. Durante o encontro também houve apreciações, eleições, aprovações de relatórios de orçamentos da CONBASMA e Organizações. Reformas do Estatuto e Regimento Interno também foram realizadas em uma assembleia extraordinária. A Assembleia Geral foi marcada pela eleição da nova diretoria da CONBAS-

O culto de encerramento contou com a participação e testemunhos dos missionários da Convenção e estudantes da Centro Batista de Formação Ministerial (CBFM) da CONBASMA e ainda a consagração dos irmãos Carlos Alberto Neco, Augusto Dias e Carlos Alberto Pontes - formados pelo CBFM - ao ministério pastoral.

MA para o biênio 20172019. O processo eleitoral reelegeu como presidente o pastor Euzimar Nunes (Igreja Batista da Mangueira). “É um privilégio continuar a servir a Convenção, na condição de presidente. Louvamos a Deus por todas as decisões que tomamos aqui e finalizamos esse trabalho dizendo agradecendo a Deus pelas conquistas alcançadas”, enfatiza.

Confira a Diretoria CONBASMA eleita para o biênio 2017-2019: Presidente: pastor Euzimar Nunes (IB Mangueira) 1º vice-presidente: pastor Whigson Cunha (PIB Imperatriz) 2ª vice-presidente: pastor Paulo Rogério Santos (IB Memorial Imperatriz) 1ª secretária: irmã Eunice Lopes (IB Mangueira) 2º secretário: irmã Odnair Leite (PIB Imperatriz)

Conjunto Novo Alvorecer, da PIB Nova Aurora RJ, celebra aniversário de 47 anos de fundação Estevão Júlio, membro da Primeira Igreja Batista em Nova Aurora - RJ

“J

ubileu de Jade - 47 anos anunciando Cristo a cada Novo Alvorecer”. Esse foi o tema da celebração do 47ª aniversário do Conjunto Novo Alvorecer, realizado no dia 25 de junho, na Primeira Igreja Batista em Nova Aurora, em Belford Roxo - RJ. O versículo escolhido como divisa está em Isaías 52.7: “Quão formosos são sobre os montes os pés do que anuncia boas novas, que proclama a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: o teu Deus reina!”. A preletora convidada para a ocasião foi Cristina

Homenagem realizada pelos filhos dos participantes grupo

Gomes, membro da Primeira Igreja Batista em Vila Heliópolis, em Belford Roxo - RJ. Durante muitos anos, ela cedeu a casa onde mora para os ensaios da equipe, além de ser a responsável por fazer o trabalho com todas as vozes. Para o aniversário, ex-integrantes foram convidados

para participar com a formação atual. Juntos, eles entoaram novas canções e também àquelas que fazem parte da história do grupo durante todos esses anos. No decorrer do culto, a trajetória do Conjunto foi lembrada. Desde a sua fundação, em 02 de abril de 1977, através da irmã Judith

Conjunto completou Bodas de Jade

Marques (in memoriam), até as dificuldades, que fizeram com que o grupo parasse por um período de dez anos. Pessoas importantes na história do ministério também foram citadas, como o irmão Joelso Batista, que tocava violão para ajudar. A programação também contou com uma homena-

gem surpresa dos filhos de integrantes e ex-integrantes do Novo Alvorecer. A canção escolhida foi “Tudo é P a z”, d o gru p o Ka d es Singers. Representando o Conjunto, a irmã Maurinéia Marques, atual líder e participante desde a formação original, recebeu uma lembrança.


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Centenário do Seminário de Educação Cristã Marinaldo Lima, pastor, colaborador de OJB (Adaptação e ampliação do meu poema “Casa Formosa”, escrito em 1982). Abre as portas mais uma vez o SEC, a Casa Formosa. Recomeça seu ministério de tantas vidas transformar, Inspirando, ensinando, burilando a quem Deus chama Para o Seu trabalho, onde e quando Ele designar. Seu passado glorioso é de lutas e vitórias, Despertando vocações para o serviço do Senhor. Por aqui já passaram servas e servos de Jesus Que receberam o chamado e aceitaram com fervor. Novamente acolhe entre os seus belos jardins Mais uma turma que chega em busca de formação: Alunas e alunos enviados por suas Igrejas Desejam se preparar em total consagração. Mesmo vindo dos mais diferentes recônditos, Trazendo costumes e sotaques tão diferentes Alegram-se e unem-se em fraternidade cristã Criando laços de amizades sinceros e permanentes.

A Casa Formosa recebe a todos com o carinho Dos funcionários, professores, professoras. Todos da equipe trabalham com eficiência Sob a orientação da competente diretora. Os alunos antigos unem-se aos colegas que chegam E iniciam as atividades, difíceis, mas deleitosas E esta Casa, formando servas e servos do Senhor, É muito abençoada e cada dia mais formosa. E neste ano abençoado de dois mil e dezessete A Casa Formosa chega ao primeiro centenário E merece as homenagens dos Batistas brasileiros Por manter vivo o santo e divino ideário. Desde Josefa Silva, a aluna pioneira Até às turmas atuais, o importante é a vocação. E o SEC prepara os seus alunos e alunas A servirem a Deus com fiel dedicação. A Convenção Batista Brasileira confiou A administração do SEC à União Feminina Missionária Batista do Brasil e acertou; Foi decisão tomada sob direção divina. Cem anos de educação para o Reino de Deus Preparando gerações para a seara do Senhor:

Educação religiosa, serviço social cristão, Em missões e música, para o perfeito louvor. Agradeçamos a Deus pelas milhares de vidas Que já trabalharam, ensinaram ou estudaram No glorioso Seminário de Educação Cristã; E nos campos do Senhor obedientes labutaram. Servindo em missões, educação cristã e música Em Igrejas locais ou pelas Juntas Missionárias. Marcaram a História da Igreja do Senhor Com demonstrações de fé extraordinárias. O SEC tem uma grande obra de ação social Notavelmente através da Casa da Amizade. E também com o Lar Batista Elizabeth Mein, Outra grande obra respeitada na cidade. O Centro de Estudos Transculturais e Missões Já inspirou, preparou e treinou várias gerações De missionários desejosos de ampliar as tendas, Cumprindo a ordem de Deus, abraçando missões. Ao longo de sua história o SEC já capacitou Líderes incontáveis para a nossa Convenção E Anunciando o Reino Com o Poder de Cristo, Comemora o centenário com eterna gratidão.


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missões mundiais

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Somos um. Somos Nazarenos Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

H

á quase 5 mil anos, Deus marcou as casas dos hebreus com sangue para protegê-los contra a praga que fez cair sobre o Egito. Hoje, o grupo terrorista denominado Estado Islâmico tem marcado as casas de cristãos do norte do Iraque com a letra árabe NUN (que corresponde a nossa letra N), a primeira da palavra “nazareno”, como aviso de que eles devem escolher entre a conversão forçada ao islamismo, a fuga para outro país ou a morte. Moradores de casas marcadas com o NUN estão sujeitos à violência sexual, discriminação, roubos e ou-

tros tipos de abusos. Uma atitude semelhante à da Alemanha nazista, que marcava as casas dos judeus com a estrela de Davi. Comovidas com esta situação, pessoas de todo o mundo têm assumido o compromisso de orar por aqueles que sofrem na própria carne o preço de ser um cristão. Elas decidiram assumir publicamente que também são NUN. São nazarenos, assim como seus irmãos da Igreja sofredora. Apesar de toda esta mobilização, a imprensa mundial mostra que o número de cristãos no Iraque caiu de cerca de um milhão para quase zero. A maioria teria fugido para países vizinhos, mas alguns milhares já teriam

sido massacrados em suas próprias cidades, tanto no Iraque quanto na Síria. No entanto, a Igreja sofredora de outras partes da Ásia tem dado sinais satisfatórios de crescimento, sendo fortalecida por trabalhos de distribuição de Bíblias, formação de líderes cristãos, entre outros. Missões Mundiais atua para levar às Igrejas brasileiras o entendimento de que nós somos livres para clamar pela Igreja sofredora. Para mostrar ao mundo que “Somos Um. Somos Nazarenos”. Mas por que “Igreja sofredora” e não “Igreja perseguida”? Para o pastor João Marcos Barreto Soares, diretor executivo de Missões Mundiais, a explicação é clara e cita alguns

exemplos: “A Igreja iraniana, na cidade de Londres, não é perseguida, mas sofre. A Igreja dos palestinos na Europa não é perseguida, mas sofre. E se somos um corpo, como a Bíblia nos ensina (não apenas a Igreja local, mas como um todo), e se uma parte do corpo sofre e não sentimos dor, é porque o corpo está doente e logo será acometido de algo mais grave. Talvez a morte chegue porque seus sensores foram desligados”, declara o pastor João Marcos. “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.13). Missões Mundiais leva às

Igrejas a chance de fazer algo por estes irmãos que sofrem. Estamos disponibilizando em nossos canais de comunicação conteúdos sobre a Igreja sofredora como vídeos, artigos, imagens. O NUN também poderá estar em sua Igreja. Agende com o nosso setor de Promoção (promocao@jmm.org.br) um congresso NUN - Somos um. Somos Nazarenos. Nele, além de mais informações que conectarão você à Igreja sofredora, será possível conhecer histórias de quem realmente tem experiências reais de perseguição religiosa. São relatos de sofrimentos, mas principalmente de grandes conquistas para o Reino de Deus. Parte delas estão no site www.nun.org.br.

Missões Mundiais levará Igreja sofredora ao Despertar 2017 Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

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partir desta quarta-feira, dia 19, até sábado, 22 de julho, jovens Batistas de todo o Brasil se reúnem no Rio Grande do Norte para a Conferência Despertar, evento organizado a cada dois anos pela Juventude Batista Brasileira (JBB). Esta edição acontecerá na Igreja Batista Vida Nova, em Parnamirim-RN, e ainda é possível participar mediante inscrição em www.conferenciadespertar. com.br. Missões Mundiais mostrará de perto aos participantes a realidade vivida por nossos irmãos da Igreja sofredora. Com o tema, “Justiça, Paz e Alegria”, a JBB coloca a juventude em direção aos propósitos de Deus. “Esse encontro tem sido sempre para influenciar uma geração a viver a sua vo-

Em 2015, Despertar aconteceu em Campo Grande - MS

Missões Mundiais levará aos participantes do Despertar 2017 a realidade da Igreja sofredora

cação no Reino de Deus. O mundo contemporâneo precisa urgentemente de homens e mulheres íntegros, parecidos com Jesus, que estão dispostos a viver sua missão. Queremos ver uma galera com convicção de seu papel e de suas prioridades na vida. Nesse ajuntamento, incentivamos os jovens a tomarem novas atitudes, pois acreditamos em uma causa:

Missões Mundiais terá participações especiais ao longo do Despertar 2017. É a continuação de uma parceria de vários anos e consolidada este ano durante o congresso da JBB na Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), em Belém-PA. “O Despertar que a gente está construindo vai fazer a gente sorrir, vai dar aperto no coração com as histórias

no Evangelho de Jesus Cristo, que é puro e simples”, diz a chamada no site da Conferência Despertar. A IB Vida Nova fica localizada na Av. Piloto Pereira Tim, BR-101, nº 1.095, próximo ao Parque de Exposições. O templo é grande, acomoda cerca de mil pessoas e recebeu este ano a Assembleia da Convenção Batista Norte Rio-Grandense.

e projetos que vamos conhecer, vai inquietar o sono e pode mudar os nossos sonhos para sempre. Vem fazer parte deste movimento”, diz a convocação na página do Despertar. Caso você tenha qualquer dúvida a respeito do Despertar, acesse www.conferenciadespertar.com.br e/ ou escreva para contato@ juventudebatista.com.br.


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o jornal batista – domingo, 16/07/17


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notícias do brasil batista

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OBITUÁRIO

Raquel González Cid 21/05/1936 - 21/01/2016 Francisco Cid, pastor “Deus limpará de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, porque as primeiras coisas já passaram” (Ap 21.4).

R

aquel nasceu na cidade de Posadas, na Argentina; era a filha mais velha de uma família de sete irmãos. Aos quatro anos, a família mudou-se para Avellaneda, cidade satélite de Buenos Aires, a uns três quarteirões de uma Igreja Batista. Sua mãe já era crente e levava seus filhos à Escola Dominical. Aos 18 anos Raquel foi batizada. A jovem cursou enfermagem e estudou no Seminário Batista de Buenos Aires; foi professora na EBD e na Associação Cristã

de Jovens de Sarandi, distrito de Avellaneda. Foi ativa em sua Igreja e, com o seu lindo soprano, cantou no Grande Coral de Buenos Aires. Por ocasião do Congresso da Aliança Batista Mundial, em 1960, realizado no Rio de Janeiro, fez parte da delegação argentina. No último dia do Congresso, em frente ao templo da Primeira Igreja do Rio, ela e o então professor Cid se conheceram e ali iniciou-se uma troca de correspondência, que meses depois tomou-se em namoro. Em junho do ano seguinte, Raquel foi a São Paulo convidada para o casamento de uma das irmãs de Cid; naqueles dias o pastor Erodice de Queiroz celebrou o noivado de ambos. Em janeiro de 1962, o pastor da Raquel, pastor Angel Chialva, da Pri-

meira Igreja Batista de Avellaneda - Bs. As. - Ar., celebrou o primeiro culto nupcial de Raquel e Francisco; uma semana depois foi realizado o segundo culto nupcial sob a direção do pastor Erodice de Queiroz, no templo da Primeira Igreja de São Paulo. Raquel deixou sua Pátria, Igreja, pais, irmãos, amigas, para unir-se ao homem que Deus havia separado para ser

o companheiro de sua vida. Desse casamento nasceram três filhos: Francisco Cid Júnior, Ricardo Cid e Hélen González Cid Bember, que lhes deram oito netos. Raquel foi sempre uma mulher mansa, fazendo jus ao nome; carinhosa, cuidadora da casa, do marido e dos filhos. Possuía uma bela voz e fazia solos na Igreja. No dia 29 de janeiro, ela e o pastor Cid completariam 54 anos de casados. Nas Bodas de Prata na Primeira de São Paulo, os pastores Waldemiro Tymchak e Irland de Azevedo foram os oficiantes do culto. Nas Bodas de Ouro na Fazenda Velha - Nova Odessa, oficiaram os pastores Irland P. de Azevedo e Wemer G. Mussienek. Como esposa de pastor e missionária, Raquel sempre foi dedicada, muito querida

nas Igrejas, trabalhadora e sempre linda. Quando estávamos no campo missionário, ela sempre dizia que queria findar os seus dias em Nova Odessa -SP e assim Deus atendeu o querer de sua serva. Raquel foi acometida por pneumonia. Já debilitada pelo Alzheimer, ela não suportou a infecção pulmonar. Sofreu muito nas últimas semanas e veio a falecer na noite de 21 de janeiro do ano de 2016. Agradecemos a Deus pela benção da vida da Raquel, à JMM pela atenção, enviando o pastor Galvão, nosso companheiro de batalhas no campo missionário; a CBESP, que enviou como seu representante o pastor Manoel Pedro da Silva; ao pastor Eli Bento Correa e Cristina, que estiveram ao nosso lado como sempre, e demais pastores.

Eber Mancen Guedes Celso Aloisio Santos Barbosa, membro do Conselho Editorial de OJB

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into que morro um pouco sempre que Deus leva um amigo meu, muito mais um irmão em Cristo. Passo a viver sem parte da minha vida - um tipo de morte pois entendo a vida como a própria realidade de sorrir e chorar, de ver, ouvir e sentir, de receber e dar, na interação que alcança os que amamos e os que nos amam. E isso aconteceu quando passei a saber do passamento do meu particular amigo e irmão na fé, professor Eber Mancen

Guedes, que deixou este mundo. No dia 28 de maio de 2016 recebemos - eu e minha esposa Marli - o professor Éber Mancen e sua esposa para um almoço especial, junto ao grande número de irmãos em Cristo e amigos, na comemoração dos meus 80 anos de idade, em grande churrascaria aqui no Rio de Janeiro. Para minha pessoa, em particular, foram horas alegres que se tornaram eternas. As horas vividas por mim e minha família com Eber e esposa, há um ano, me permanecem bem fortes e alegres. E agora intensamente saudosas.

O amigo Eber Mancen foi meu companheiro próximo quando eu vivi o mandato como membro da Junta de Educação da Convenção Batista Carioca e ele era

diretor do Colégio Batista Shepard, no Rio de Janeiro. Ali gastávamos nosso tempo e energia juntos, na Obra de Deus. Eber estava sempre sorrindo, mas não deixava a oportunidade passar, ao me cumprimentar, para o abraço diário, bem Batista! Em sua carreira profissional, Eber Mancen também foi professor do estado do Rio de Janeiro, lecionando Geografia e atuou em outros órgãos de ensino deste estado. Eu não sabia do passamento dele e fui surpreendido pela notícia a mim chegada por nosso amigo comum, pastor Ilson Marinho, da Igreja Batista em Cachambi - RJ, através de telefonema. Eber

Macen faleceu no dia 18 de abril de 2017. Há poucos meses, eu e Eber Macen estivemos juntos no púlpito da Igreja Batista de Água Santa - RJ. Fui até aquela Igreja a convite do pastor local - José Carlos Torres - também arrolado entre os meus companheiros nas lides Batistas cariocas. Eber Mancen dirigiu os trabalhos, sempre muito alegre, em dois cultos noturnos, e eu tive o privilégio de entregar as mensagens. Esses acontecimentos deram-se em pequeno espaço de tempo. Meu amigo professor Eber Mancen Guedes agora me espera no céu, para me dar outro abraço Batista.


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ponto de vista

Música Batista para Igrejas Batistas - (Parte I) Joaquim Júnior, membro da Igreja Memorial Batista de Brasília

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odemos considerar como “Música Batista” aquela presente nos hinários oficiais Batistas, quais sejam o Cantor Cristão e o Hinário para o Culto Cristão, no Brasil, e a que esteja de acordo com o que cremos, conforme a Declaração Doutrinária, os Princípios Batistas e outros documentos oficiais. É preocupante o que se vê atualmente no meio Batista quanto aos princípios de culto e adoração. Facilmente observamos que há muita “Música não Batista” nas Igrejas Batistas. Temo que as nossas Igrejas estejam abandonando as doutrinas Batistas e estejam adotando valores pentecostais e neopentecostais. A identidade Batista, que poderíamos descrever como o conjunto de características definidas

pelas nossas doutrinas, tem se dissipado ao longo do tempo. É urgente, portanto, a valorização da “Música Batista” e, para isso, sugerimos o resgate da Hinódia Batista, da Música Coral e dos Valores Batistas de Culto. 1. Resgate da Hinódia Batista Infelizmente, muitas Igrejas deixaram de cantar os hinos dos nossos hinários ou cantam poucos hinos, apenas para cumprir um ritual histórico. É necessário que se resgate a compreensão de que os dois hinários devem ser o foco do canto congregacional das Igrejas Batistas; não para o cumprimento obrigatório de um costume tradicional, mas porque eles revelam a nossa história, o que cremos, quem somos e como somos. “Nosso cântico reflete quem somos e onde estamos na peregrinação cristã. Um hinário é uma coletânea de cânticos que, além de refletir

quem somos, indica o estágio em que nos encontramos nessa trajetória cristã. Além disso, prevê quem seremos e medirá, no percurso, nossa estatura espiritual.” Joan Sutton Ao abandonarem os nossos hinários, as Igrejas Batistas têm ficado reféns dos cânticos que carregam doutrinas e valores estranhos à nossa denominação, como: Teologia da Prosperidade, emocionalismo, entretenimento gospel, repetitividade infinda, romantismo, falta de diversidade de temas, dentre outros. Observa-se que até as reuniões e Assembleias da Convenção e dos Órgãos denominacionais já não priorizam nossos hinos e, por vezes, os períodos de louvor são dignos da mais liberal Igreja Neopentecostal. Precisamos valorizar o nosso Cantor Cristão, que completou 125 anos de publicação; e o HCC, 25 anos. Ressalto, entretanto, que não

acredito nos movimentos de transformação de hinos, com alteração de forma, ritmo e até sentido. Certa vez ouvi o hino “Rude Cruz” ser cantado em ritmo de samba e não é difícil imaginar que a contrição deu lugar à diversão. Transformar hinos em canções é desqualificar as características formais, estruturais, estéticas, atemporais e doutrinárias dos hinos. Recomendo a leitura dos artigos “O jovem e o hinário”, do pastor Renato Brito, e “A Força da Ignorância (Ou: Socorro, Não Aguento Mais Cantar Corinhos!)”, do pastor Isaltino G. Coelho Filho, disponíveis em www. hinologia.org, e algumas possibilidades para a valorização da hinódia: • Distribuição de hinários, pois muitas Igrejas já não dispõem de exemplares; • Divulgação (impressa e online) de materiais sobre a hinódia em geral (história dos hinários, dos

hinos e dos compositores, artigos de valorização da hinódia, slides e arquivos com letras e informações dos hinos e etc); • Promoção de treinamento e cursos de reciclagem para regentes e pianistas; • Promoção de encontros (seminários, palestras e outros eventos) para a disseminação da hinódia; • Organização de apresentações corais (por ex: encontro de Coros e formação de coros das Convenções Estaduais) que resgatem as harmonias dos hinos e apresentem os belos arranjos já compostos sobre eles; • Incentivo para que professores de EBD e pastores aproveitem as temáticas e a história dos hinos. “O resgate da música tradicional nas Igrejas passa pelo pastor que a lidera.” Wanderley Rocha. Nos próximos artigos, trataremos da Música Coral e dos Valores Batistas de Culto.

atuação nos moldes da Palavra de Deus, com amor e dedicação, de modo a proporcionar à membresia o alimento espiritual, através das pregações e estudos bíblicos, aconselhamento, etc., de modo a promover a edificação espiritual dos crentes e a salvação dos visitantes que ainda não entregaram suas vidas a Cristo; uma liderança baseada no amor, no respeito, desde as crianças, adolescentes, até jovens, adultos e idosos, promovendo, na Igreja, um ambiente de paz, harmonia e união entre todos, de tal sorte que os líderes: pastores, diáconos, professores da EBD e membros da diretoria, enfim, todos os líderes tornem-se, conforme preceito bíblico, “O exemplo dos fiéis, na palavra, no trato. no amor, no espírito, na fé e

na pureza” (I Tm 4.12). Os remidos esperam pela volta do Senhor, pelo dia “faustoso” em que Ele virá, sentado em um trono branco, não mais para salvar, a exemplo do que ocorreu na primeira vinda, mas para o julgamento geral e final da humanidade. Sim, àquele glorioso dia é esperado pelos verdadeiros servos que assim exclamam “Maranata”, ora, vem, Senhor Jesus! (I Coríntios 16.22 c). Mas, os que assim aguardam o regresso do Rei dos reis e Senhor dos senhores, devem estar espiritualmente preparados, mediante vidas santificadas e consagradas, no cumprimento da sagrada missão de sal da terra e luz do mundo. E que, para tanto, o Espírito Santo nos ilumine e abençoe.

Sala de espera Nilson Dimarzio, pastor, colaborador de OJB

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interessante observar como as pessoas se comportam em uma sala de espera, a começar pela chegada. Alguns, mais educados, cumprimentam os que ali se encontram, ainda que seja por um simples meneio de cabeça, enquanto outros, não estão “nem aí” para os que ali já se encontravam. Durante o tempo ali passado, que, não raro, se prolonga demasiadamente, os mais comunicativos logo puxam conversa com quem estiver mais próximo, falando sobre o tempo (frio ou calor), sobre política, futebol ou outro assunto qualquer. Trata-se de um crente com espírito evangelístico, trata-

rá possivelmente do magno problema da existência, qual seja a relação com Deus e a necessidade da aceitação do Evangelho - Poder de Deus para salvação de todo o que crê (Romanos 1.16), o que pode ser sintetizado em poucas palavras. Na verdade, o mundo é uma grande sala de espera. Todos esperamos por algo ou por alguém. A população espera pelos políticos, por planejamento, projetos e leis que tornem a vida do povo menos sofrida; que os direitos fundamentais do ser humano sejam respeitados; que os governantes pensem mais em servir do que serem servidos ou de enriquecerem à custa do erário, exercendo uma administração que deixa a desejar. O estudante espera que o esforço despen-

dido durante os longos anos de estudo seja coroado de êxito ao receber o cobiçado diploma. Os filhos esperam que os pais lhes dediquem atenção, carinho, afeto e não apenas boa roupa, alimentos e viagens. Os pais, por seu turno, esperam que os filhos saibam honrar pai e mãe, conforme o mandamento bíblico (Êxodo 20.12) e lhes sejam gratos por todo o esforço que fazem ou fizeram, visando ao seu crescimento: físico, intelectual, social e espiritual. Os casais também esperam. Os cônjuges esperam, um do outro, que as promessas feitas no altar sejam cumpridas no dia a dia, para que o casamento não se torne rotineiro e enfadonho. A Igreja também espera, por parte da liderança: uma


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ponto de vista

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Lição de soberania Manoel de Jesus The, pastor, colaborador

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or alguns instantes fiquei perplexo. Um bando de malucos sai matando inocentes a torto e a direito. Os chamados cristãos são suas vítimas preferidas. Raptam, sequestram, vendem como escravos e escravas, sentem-se poderosos. Divulgam que estão defendendo o nome do seu deus. Mas que deus fraquinho, não é mesmo? Ele precisa ter sua honra defendida dessa forma? O noticiário divulgou que 21 cristãos foram mortos por serem cristãos. Fiquei

pensando: “Quando será que Deus manifestará sua justiça?”. Dois dias depois, concidadãos dos assassinos subiram em seus aviões militares, e fizeram um estrago nos assassinos. Logo pensei: “Que Deus soberano, é o Deus verdadeiro!”. Da mesma etnia que os assassinos, ele os transforma em seus servos para fazerem justiça aos oprimidos. Lembrei-me do Salmo 103.6. “O Senhor faz justiça e defende a causa dos oprimidos”. Vez por outra ouço que um cristão resolveu dar o troco ou resolveu defender a causa de um irmão, que foi ofendido ou prejudicado por

outro cristão. Temos sempre preferências contraditórias. Gostamos de ser vítimas e, ao mesmo tempo, gostamos de alimentar a fama de defensores da causa dos oprimidos. Será que se, em oração, entregarmos a causa para Deus, Ele não atuaria melhor? A Soberania de Deus é uma afirmação que surge em toda a Bíblia. Tudo quanto fizermos, ou é feito tendo em vista fazermos para Deus, ou é completamente anulado. Ou é registrado como feito para Deus, para Sua Glória, dedicado a Ele, ou nem é registrado. Alguém pode perguntar: e o amor ao próximo, e o bem que fizermos

ao próximo? Bem, a Bíblia é clara: se fizemos ao próximo, fizemos a Deus, logo, não devemos registrar esse feito, enquanto estivermos neste mundo. É difícil entregarmos a Deus a nossa honra, fama, glória, reconhecimento. Enquanto não entregarmos tudo que é terreno ao Senhor, jamais será registrado como eterno, celestial, espiritual. A glória do pó volta ao pó. Essa verdade sempre incomoda o nosso orgulho, o nosso eu. A Soberania do Senhor é tão prática e eloquente, que Sua grandeza está expressa nas beatitudes de Mateus 5. Humildade, arrependimento, nossos direitos entregues ao

Senhor, conduta divina, coração misericordioso como o coração do Pai, pureza de coração, semeador da paz, perseverança no sofrimento e injustiças por causa do Seu nome. Ao nos ajustarmos a essas condições, começaremos a ver os resultados, e a brisa celestial começa a soprar sobre nossas comunidades cristãs, e mesma exclamação que os seguidores de Cristo ouviram, ouviremos também: “Vejam como se amam!”. Então, com certeza, a Soberania do Senhor continuará a manifestar-se. Dos nossos lábios sairá o mesmo clamor: “Maranata! Ora, vem Senhor Jesus!”

Curvando-se perante a vontade soberana do Senhor Genevaldo Bertune, pastor, membro da Igreja Batista Boas Novas - Jundiaí - SP “Assim, como não nos foi possível demovê-lo, aquiescemos e exclamamos: ‘Faça-se, pois, a vontade do Senhor!’” (At 21.14).

U

m pequenino versículo, mas impactante. Paulo, “Compelido pelo Espírito Santo” (At 20.22), estava seguindo para Jerusalém; e, segundo ele mesmo, “ Desconhecendo o que ali lhe sucederia; a não ser o que o próprio Espírito Santo lhe revelava: prisões e sofrimentos” (At 20.22-23). É nesse contexto que vários irmãos, inclusive um profeta do Senhor, pelo grande amor que nutriam pelo apóstolo, tentavam demovê-lo deste projeto a todo custo, inclusive, com muitas lágrimas; e, assim, depois de muitas tentativas sem nenhum sucesso, temos esta narrativa contundente de todos curvando-se perante a vontade soberana do Senhor.

Não é fácil fazer a vontade de Deus, curvar-se a ela quando nos é contrária; quando nos trará sofrimentos; e, especialmente, quando estes sofrimentos podem ser evitados, simplesmente com nossa mudança de atitude. Mas não é isso que o apóstolo faz, bem como aqueles irmãos. Todos aceitam-na resignadamente, como fizera nosso Senhor Jesus Cristo. É somente no centro da vontade de Deus que se opera aqueles livramentos que só Ele pode fazer; aqueles milagres que somente Ele pode realizar; mas, acima de tudo, aquela progressão e expansão do Seu reino, que somente nossa obediência e submissão incondicionais proporcionam. Observem: Somente com sua prisão em Jerusalém e seus sofrimentos consequentes, a profecia de Cristo a Paulo, de que ele testemunharia perante muitos reis, aconteceu. Ele pregou primeiramente a Félix, depois a Festo, em seguida ao rei Agripa e sua esposa Berenice. Tudo isso sem contar seu tes-

temunho às autoridades menores e intermediárias - mas não menos importantes para a consolidação e expansão do cristianismo no Império Romano -, como ao comandante Lísias; ao centurião Júlio, do Regimento Imperial, que conduziu Paulo até Roma; a Públio, o principal da ilha de Malta; bem como a tantos outros, com certeza. Resumindo, ainda que com lágrimas, a vontade do Senhor é boa, agradável e perfeita. Observem: O resultado final será Paulo em Roma, entre os irmãos queridos daquela Igreja, que ele queria tanto conhecer para dar e receber, edificar e ser edificado: “Deus, a quem sirvo de todo o coração, pregando o Evangelho de Seu Filho, é minha testemunha de como sempre me recordo de vós em minhas orações; e rogo que agora pela vontade de Deus, seja-me aberto o caminho para que, enfim, eu vos possa visitar. Pois grande é o desejo do meu coração em ver-vos, para compartilhar convosco algum dom espiritual, a fim de

que sejais fortalecidos, quero dizer, para que eu e vós sejamos mutuamente encorajados pela fé. E não desejo, irmãos, que desconheçais que, por muitas vezes, planejei visitar-vos, contudo, tenho sido impedido até esse momento. Meu objetivo é colher algum fruto espiritual entre vós, assim como tenho alcançado entre os gentios” (Rm 1.9-13); “Depois disso, partimos para Roma. Os irmãos daquela região haviam recebido notícias de que estávamos para chegar e vieram até a praça de Ápio e às Três Vendas para nos encontrar. Assim que os viu, Paulo deu graças a Deus e sentiu no seu interior grande encorajamento. Quando chegamos a Roma, Paulo recebeu permissão para morar por conta própria, porém, sob a vigilância e guarda de um soldado” (At 28.14c, 15-16); Paulo queria muito pregar aos gentios e a todos os povos na capital do Império Romano, inclusive, ao Imperador - o que somente assim conseguiu: “Eu sou devedor, tanto a gregos quanto a bár-

baros, tanto a sábios como a ignorantes. De modo que, em tudo o que depender de mim, estou preparado para anunciar o Evangelho também a vós que estais em Roma” (Rm 1.14-15); “Desejo, portanto, irmãos, que saibais que tudo o que me aconteceu tem, ao contrário, servido para o progresso do Evangelho, de tal maneira a ficar evidente para toda a guarda do palácio e para todos os demais que é por causa de Cristo que estou na prisão. E os irmãos, em sua maioria, motivados no Senhor por minhas algemas, ousam pregar com mais coragem e determinação a Palavra de Deus” (Fp 1.12-14). Foi doloroso para aqueles presbíteros e irmãos de Éfeso e demais cidades por onde Paulo passava se despedindo e dizendo que “Não veriam mais seu rosto”. No entanto, foi glorioso para Paulo, para todos os que ouviram seu testemunho até chegar em Roma, e para o reino, que Paulo e todos eles tenham curvado-se perante a vontade soberana do Senhor Jesus.



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