OJB Edição 30 - Ano 2016

Page 1

ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 24/07/16

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

Ano CXV Edição 30 Domingo, 24.07.2016 R$ 3,20


2

o jornal batista – domingo, 24/07/16

reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo

N

De volta para casa

esta edição de OJB destacamos a Campanha para levantamento de recursos em prol da restauração do “Sitio do Sossego”, espaço bem conhecido da maioria dos Batistas por ser a sede dos “Embaixadores do Rei” há mais de 60 anos. Os acampamentos realizados ali no mês de janeiro de cada ano já tornaram-se uma marca indelével. Em 2016, pela primeira vez ao longo desta história, o Acampamento Nacional de Verão dos Embaixadores do Rei (ANVER), não pôde ser realizado no Sitio do Sossego, em virtude de suas condições físicas. Há muito que o sítio precisava de uma revisão geral de suas instalações, pela atualização de toda sua

estrutura funcional, para poder continuar por mais 60 anos recebendo os meninos e rapazes de todo o Brasil, no verão de cada ano. Com certeza você, leitor, se já não esteve no Sítio, deve ser pai, mãe, tio, tia, avô ou avó de um menino que já participou de um acampamento no local ou, quem sabe, o seu pastor foi fruto de um destes acampamentos. Sim, é verdade, pois a cada ano centenas de meninos que ali participam se apresentam como vocacionados para o ministério pastoral; também ali já se viu tantos outros que decidiram ser médicos, advogados, professores, empresários, militares e outras dezenas de atividades, despertados pelas mensagens ao longo dos acampamentos.

Sem sombra de dúvidas, pode-se dizer que o “Sitio do Sossego” é testemunha de muitas vidas transformadas e despertadas para o Reino de Deus, através dos programas e testemunhos na capela, na quadra, na piscina, no refeitório ou nos alojamentos em contato com outros meninos ou com seus conselheiros. Esta Campanha tem como objetivo levar o ANVER 2017 de volta para o “Sitio do Sossego”. Um grande número de irmãos e irmãs já se comprometeram em nos ajudar através da doação de ofertas financeiras, ofertas de materiais e oferta de mão de obra. Mas, para que tudo fique pronto até janeiro de 2017, essas doações precisam chegar o mais breve possível, pois antes das chuvas de ve-

rão em dezembro, todas as obras externas terão que ser concluídas. Por isso, convidamos você a hoje mesmo entrar conosco na restauração do nosso “Sitio do Sossego”. Como não existe ex-embaixador, pois “Uma vez Embaixador, sempre Embaixador”, contamos com todos os Embaixadores do Brasil para voltar para casa ajudando neste Serviço Real. Todas as informações e prestação de contas estão publicadas no novo site - www.sempreembaixador.org.br -, onde você vai poder ajudar e saber tudo o que estamos fazendo. Sócrates Oliveira de Souza, pastor, diretor executivo da Convenção Batista Brasileira


o jornal batista – domingo, 24/07/16

reflexão

3

bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES

Escola teológica na feira

A

s feiras livres são pontos de atração e convivência em todas as cidades do Brasil; que ainda as mantém. No tempo de Seminário, ia à feira após as 11 horas, no momento da xepa. Com o barulho normal dos cariocas, ocorria as liquidações. Como seminarista, pobre e sem dinheiro, precisava aproveitar a liquidação na feira para sobreviver. Aqui, em Sorocaba, as feiras em diferentes bairros são bem frequentadas e silenciosas; não há a liquidação feita pelos cariocas. Paulista é mais comedido, não faz liquidação e não grita na feira. Com o passar do tempo você passa a conhecer todos os feirantes. A barraca do tomate, da laranja e banana. Batata, alho e cebola. Até mesmo a barraca que tem de tudo a preços módicos. Claro que não há garantia que o produto vá funcionar. Embora os pro-

dutos não sejam de primeira, tem boa freguesia. Conhece o peixeiro, a barraca do frango e os verdureiros. Dá para encontrar tudo fresquinho e sem agrotóxicos. É um momento de festa para os olhos, e também de gratidão. Há fartura para todos, mesmo que não haja dinheiro para adquirir os produtos expostos. O que mais encanta nas feiras é ouvir as conversas das pessoas. Senhoras idosas e bem-vestidas juntam-se para falar dos ex-maridos que morreram e atrapalham a passagem. O falecido não viajava, mas agora as viagens a locais turísticos após a partida do falecido são motivos de euforia. Fico com pena do defunto. Trabalhou a vida toda, teve bom salário, estava sempre ocupadíssimo com a empresa e jamais viajou em férias. Agora morto, a viúva se esbalda em cruzeiros nacionais e internacionais. “O falecido

não tinha tempo para viajar comigo. Agora estou aproveitando. O último cruzeiro na Europa foi nota dez”, diz uma senhora elegante. As festas e visitas a lugares paradisíacos foram pagos com a pensão deixada pelo marido falecido. Pobre defunto. Caso tivesse viajado mais, talvez estivesse vivo para aproveitar. Algumas reclamam dos preços e falam mal do governo. Claro que ninguém votou na Dilma, foi eleita por milagre invisível. Assim é o brasileiro. Sempre joga a culpa no outro. Há o grupo de mães que reclamam dos filhos. Especialmente das noras, ao dizer que elas não ajudam e fazem as avós de escravas. Os filhos não visitam os pais. Também há reclamações dos filhos adultos que não casaram e não querem casar. Nada de compromisso, família moderna. “Todo o trabalho so-

bra para as mães. São uns irresponsáveis”, dizem como consolo às amigas da feira. Sempre há alguém falando mal de alguém nesse ambiente. Especialmente dos familiares, das lagartixas que entraram na família e corroem a harmonia existente. O mais hilário é o grupo de idosos que discute política, futebol e religião. A surdez da velhice, mesmo usando aparelhos auditivos, não os permite falar em voz suave. Gritam para se fazerem ouvir. Parece briga, mas não é. Apenas ausência de acuidade. Os que usam aparelhos não trocam as baterias. Quando o assunto é religião ouve-se de tudo. Todos creem em Deus à sua maneira. Fabricam o seu “deus” conforme a conveniência. Na discussão religiosa tudo é válido. Criticam o sermão do padre na última missa, dizem que foi fora da realidade, que precisa

ser atualizado. Parece que há evangélicos no grupo. Há críticas aos pastores que só pedem dinheiro. Há os que creem na vida após a morte, e são contestados por aqueles que acham que tudo termina no túmulo. A discussão acalorada esquenta o ambiente e toda a feira é obrigada a ouvir as mais esquisitas definições de Deus, dos evangelhos e da vida após a morte. Você vai até o final da feira, volta, e lá estão eles com seus conceitos teológicos. Ao final, todos se entendem e partem sorridentes, convictos de que Deus é bom, se é que Ele existe. Deus vai receber a todos de braços abertos nos céus. É possível aprender na feira a como não fazer teologia. Coisas que acontecem nas Igrejas que desprezam a Bíblia e seus fundamentos doutrinários. Matrícula aberta na próxima feira, sem diploma reconhecido, é claro.

O Brasil tem jeito Wanderson Miranda de Almeida, membro da Igreja Batista Betel de Italva - RJ

V

ocê acorda, entra em um site de notícias, abre um jornal impresso ou vai assistir ao telejornal e parece que as notícias se repetem. Será que o que aconteceu ontem está acontecendo hoje de novo? Não exatamente. A questão é que todos os dias temos notícias sobre coisas lamentáveis que se repetem e, dentre elas, a corrupção, que tem assolado a nossa Nação. Sem falar dos pequenos corruptos, quero falar dos nossos governantes, aqueles que estão com o poder nas mãos e que roubam descaradamente, fazendo a maior parte da população perder a esperança, dizer que não tem mais jeito.

Querido, o Brasil tem jeito! Se você é cristão, já sabe disso e também deve saber que os cristãos são essenciais para a mudança desse quadro no qual nos encontramos. Temos um compromisso enorme diante desse quadro: o compromisso da oração. Veja o que diz a Bíblia: “Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (I Tm 2.1-2). Muitas coisas que ocorrem no Brasil são fruto da nossa indiferença espiritual. A corrupção é uma delas. Quantas vezes na semana você ora para que Deus acabe com essa corrupção, para que os

culpados paguem pelos seus erros e para que pessoas de bem assumam a liderança dos governos municipal, estadual e federal? Se você não ora, você também é culpado. Você pensou que eu fosse falar que a solução seria através do voto? Errou. Primeiro, temos que obedecer a Deus e, fazendo assim (orando), as coisas acontecerão. Outro texto interessante é o seguinte: “E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz” (Jr 29.7). O povo estava em cativeiro e Deus disse para o povo orar pela cidade onde se encontrava, pois na paz da cidade, o povo estaria em paz. A oração pode transformar tudo ao redor. Onde está a nossa fé? Por que não cremos

mais no poder da oração? Por que não fazer o que Deus diz que devemos fazer? A oração do povo de Deus pode acabar com todo mal que nos cerca. Mais um texto no qual deveríamos pensar muito: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (II Cr 7.14). Este texto ainda serve para nós. Se nos humilharmos, nos submetermos ao Senhor, buscarmos Sua face, nos arrependermos de nossos pecados e orarmos, mudando nossa atitude, Deus nos ouvirá e sarará nossa terra. É uma promessa bíblica! O problema é que nosso povo não crê, fica desesperado e, por isso, sofre. Isso precisa mudar. Não dá

para continuar assim. Temos que acreditar que a oração do povo de Deus pode mudar esse quadro. Deus diz que pode. O Brasil tem jeito. A oração do povo de Deus é a solução para mudar esse quadro caótico no qual nos encontramos. Eu já estou orando por nossa Nação, mas quero convocar o povo de Deus, em todo território brasileiro, para que abrace essa causa comigo. Ore todos os dias por nosso país, peça a Deus por mudança, por justiça, peça para que os corruptos paguem por seus crimes e para que lideranças honestas sejam colocadas à frente dos governos municipal, estadual e federal. Se fizermos assim, Deus ouvirá dos céus e curará nossa “pátria amada, Brasil”. Deus nos abençoe!


4

o jornal batista – domingo, 24/07/16

reflexão

Eu Sou

GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Dando nome aos bois Evelise Cavalcanti, membro da Primeira Igreja Batista no Ingá – Niteroi - RJ “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo 8.12)

N

a cultura hebraica, não existia a possibilidade de se usar a expressão “Eu sou”, afinal, ninguém poderia ousar dizer que era

alguma coisa. Mas foi assim que Jesus se apresentou no evangelho de João. Não somente nesse episódio, mas, pelo menos, oito vezes nesse evangelho ele afirma “Eu sou” a Luz do mundo, a porta das ovelhas, a ressurreição e a vida, o pão que desce dos céus, o caminho a verdade e a vida. Eu sou!”. Parece-me que Jesus quer definitivamente demonstrar o divisor de águas que Ele traz a partir de Sua estada na terra, embora em corpo humano

tivesse a essência de Deus, ou melhor, era o próprio Deus, àquele que transcende as circunstâncias e a realidade e nos convida a viver o sobrenatural. Capaz de dar vida através da Sua própria morte, dar provisão através do Seu próprio corpo, dar segurança através do Seu poder divinal, dar direção através do Seu próprio exemplo. Jesus é vida, e vida em abundância. Desfrute desse amor, receba-O hoje como seu Salvador e Senhor.

Sublime destino Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB

V

ez por outra, tenho o privilégio de ouvir um pregador diferente. Na maioria das vezes, fico atento ao objetivo do pregador. Toda mensagem tem um alvo, que pode ser evangelístico, doutrinário, um desafio a uma consagração maior. Também pode estar relacionado a santificação, ao compromisso responsável, e tantos outros. O que chama a minha atenção é o prêmio oferecido àqueles que respondem positivamente ao apelo da mensagem. A punição pela rejeição do apelo, também são severas.

Ultimamente tenho meditado na ética envolvida nessa questão. Se motivado pelo prêmio, isso é aceitável pela ética cristã? Se motivado pelo temor das consequências, onde está o amor a Deus, imbuído na resposta? Em Apocalipse 19.8, encontrei uma motivação que me surpreendeu. Uma dúvida apenas, mas que não fere o âmago da questão. As obras dos santos justos enfeitam as vestes do noivo ou da noiva? Bem, não é tão importante saber isso, mas o que importa é saber se nossas ações hoje enfeitarão as vestes dos dois principais personagens: da Igreja, ou do noivo, o Senhor Jesus.

Essa passagem muda completamente a motivação das obras dos salvos. Elas embelezarão as roupas de Jesus, ou da noiva, e é isso que as obras dos salvos fazem hoje também. Se os outros veem Cristo em nós, ou se veem nossa Igreja como digna de admiração, a finalidade será a mesma, ou seja, a Glória de Deus, e não a nossa glória. Para mim foi uma descoberta linda e purificadora. De hoje em diante, vou canalizar minhas obras para essa finalidade, ou seja, o dia mais glorioso do Senhor Jesus, e o dia mais glorioso da Igreja. O dia em que acontecerá a celebrarão das núpcias eternas.

“E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” (Gn 2.9)

A

parentemente, no início da criação os animais não tinham, cada um, seu próprio nome. Diz Moisés: “Depois que formou da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, o Senhor Deus os trouxe ao homem para ver como este os chamaria. E o nome que o homem desse a cada ser vivo, esse seria o seu nome” (Gn 2.19). Nomes existem para identificar. Ora identificamos descrevendo o que o nomeado é, ora identificamos pelo que ele tem. Nomes devem ser bem claros e descritivos – para evitar confusões. Há nomes que elogiam e há nomes que humilham. Há pessoas cuja vida impressionou tanto que a sociedade decidiu usar seu

nome como elogio. Por outro lado, a Lei nos permite mudar de nome, quando aquilo que legalmente nos identifica é visto pela sociedade como humilhante ou pejorativo. Escrevendo à Igreja de Pérgamo, Jesus elogiou a postura corajosa dos seus membros que permaneciam fiéis aos Seu Senhor e Salvador, apesar das perseguições do Império Romano (Apocalipse 2.17). Não foi só para os cristãos de Pérgamo que um novo nome foi dado, inscrito em uma pedra branca. O novo nome que Cristo nos dá é individual, insubstituível. O nome que Cristo me dá, nesta época que estou vivendo, significa a identidade espiritual de testemunho, que só faz sentido para meus contemporâneos. A mensagem do Reino de Deus é para ser difundida pelos discípulos que receberam o poder do novo nome. Louvado seja o nome de Cristo e o Seu impacto em nossa existência de implantadores do Reino.

A Paz de Cristo Mariluce Araújo, membro da Igreja Batista da Jaqueira - PE “A Paz de Cristo”, Ele o disse um dia Não é igual à paz que o mundo dá Não é a paz que faz cessar a guerra Mas a que a guerra não deixa começar. A Paz de Cristo é a paz que vem do amor É a paz que faz sorrir o que doente Mesmo sofrendo a mais terrível dor Sua presença ao seu lado sente. A Paz de Cristo é a paz que nos invade Quando a Ele conseguimos entregar O mais pesado de todos os problemas E em nós aflora o desejo de louvar. A Paz de Cristo na fé está firmada Faz-nos saber que o amanhã é certo E ainda que se torne o nosso tudo em nada A Sua paz será oásis em nosso deserto A Paz de Cristo é a paz da eternidade Que tira os medos da morte tão cruel Ela revela Sua fidelidade E a certeza de ir morar no céu.


o jornal batista – domingo, 24/07/16

5


6

o jornal batista – domingo, 24/07/16

reflexão

Mais uma do Sol Moisés Selva Santiago, pastor da Igreja Batista Olaria, Porto Velho – RO

O

Sol tem sempre uma lição nova. Hoje, ao vê-lo surgir por entre as nuvens, percebi que ele estava decidido a seguir a trilha dele no céu, rumo ao poente. Na verdade, ele sorri ao saber desse meu ponto de vista. Sim, porque ele vê todo dia a Terra rodopiando em si mesma e ao redor dele. Em sua missão diária, o Sol não se preocupa se uma formiga se perdeu ou se uma castanheira tombou. Não se inco-

moda se o pneu de um carro estourou lá em Istambul, ou se a neve atrapalhou o trânsito em Kiev. Não está nem aí se uma baleia encalhou em Florianópolis ou se uma vaquinha morreu de sede no sertão pernambucano. Não chegam a ele as questões políticas e econômicas. E ele não é atingido pelas guerras entre as nações e entre as pessoas. No seu ponto de vista, o Sol indiferentemente brilha. Esse é o Sol. Tenho conhecido pessoas que se parecem com ele. Adotam um ponto de vista e o seguem. Não se envolvem com o que

acontece, tampouco com as consequências dos seus atos e palavras. Se alguém se perdeu, tombou, estourou, tem dificuldades, encalhou, está sob tiroteios ou mesmo “morreu de tantas mortes”, essas pessoas não se afetam. Trilham a mesma rota. Mas, há Alguém maior que o Sol. Um Ser que tem outro ponto de vista. Que sabe o caminho de cada formiga, baleia e vaquinha. Que sofre ao ver a natureza ser destruída. Que ouve a oração feita diante do veículo quebrado, no trânsito que não flui. Que escuta atentamente as preces de quem sofre. Alguém que

é acima de querelas humanas que machucam corações e provocam guerras. Alguém que criou e mantém o Universo com o amor – a única essência verdadeira. São poucas as pessoas que decidem viver simplesmente como imagem e semelhança desse Alguém tão amoroso que fez até o Sol. Elas sentem o calor benéfico e vital do astro-rei todos os dias, mas escolhem a frieza na relação com o outro. Olham para o intenso brilho solar, mas obscurecem qualquer possibilidade de solidariedade justamente no momento em que o outro precisa. Pessoas

que seguem o Sol, em vez de seguirem o Criador do Sol. Ah, o Sol sempre volta na mudança do calendário. Mas o ponto de vista correto é dizer que ele sempre existe: basta que a Terra rodopie para ele. O mesmo posso dizer desse Alguém a quem chamamos Deus: Ele sempre é! Basta que decidamos optar apreciá-lO e receber dEle lições de verdadeiro amor. É preciso decidirmos assim pelo respeito à vida, às flores e crianças. Ao futuro dos nossos filhos e netos. Coisa de essência, de outro ponto de vista, rumo ao nascente de um dia melhor.

Obedecer a voz de Deus Cleverson Pereira do Valle, pastor, colaborador de OJB

É

muito difícil viver quando agimos por nossa própria conta e nos rebelamos contra Deus. Temos um clássico exemplo do primeiro casal que vivia no Éden; a desobediência a uma ordem clara de Deus custou caro para os dois.

Sempre que obedecemos vivemos tranquilos, sem a consciência pesada. Pelo contrário, quando obedecemos ficamos contentes pela aprovação de Deus. Abraão é conhecido como o Pai da Fé, ele recebe uma ordem curiosa, chamo assim porque não é comum ouvir uma ordem como essa. Qual foi a ordem? “Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai da tua

terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção!” (Gn 12.1-2). Sair sem destino não é comum, o normal é sair com o trajeto traçado. Hoje temos acesso aos meios modernos de ajuda (GPS, Waze) que facilitam o acesso ao nosso destino.

Lembro quando eu tinha que usar o mapa, procurar o nome da rua, bairro, era muito complicado. Agora, imagina o que Abrão ouviu: Sair da sua terra, sair de perto dos pais, sair sem saber para onde iria. Era uma terra que Deus mostraria. O que fez de Abraão um homem diferente? Por que ele ficou conhecido como o Pai da Fé? Simplesmente porque ele não questionou

o chamado, ele obedeceu. Como filhos de Deus não podemos fazer o que nós queremos, devemos ser submissos a Ele e ouvir a sua voz. Obedecer é o caminho para o sucesso, não podemos ser rebeldes, não podemos virar as costas para Deus. Minha oração e meu desejo é que você obedeça a voz de Deus sempre; até a sua volta, não deixe de obedecê-lO!


o jornal batista – domingo, 24/07/16

missões nacionais

7

Aceito o Chamado!

Culto de comissionamento de 38 novos missionários de Missões Nacionais que disseram sim a Jesus

O

domingo, dia 03/07, foi marcado pelo comissionamento dos novos missionários da Junta de Missões Nacionais. Um grupo de 38 missionários foi convocado para levar a Palavra de Deus nas cinco regiões do Brasil. Durante 14 dias, eles participaram de um intenso treinamento, o Programa Missionário Fundamental (PMF), promovido pela Universidade de Missões. O culto foi realizado na Igreja Batista Itacuruçá, no Rio de Janeiro, e teve o pastor Samuel Moutta, gerente-executivo de Missões, como preletor. Na pregação, o pastor Samuel Ressaltou que Jesus é o maior missionário, já que veio a este mundo com a missão de salvar os que tinham se perdido. “Quando Jesus veio ao mundo, ele renunciou a muitas coisas. Não há missão sem renúncia. Jesus abriu mão de Sua glória para cumprir o Seu chamado. Ele não tinha nem onde reclinar a cabeça”, relata o pastor que usou o capítulo nove e 14 de Lucas como base para sua palavra. “Se eu não estou pronto para renunciar a tudo, não posso ser discípulo de

Grupo de missionários na Igreja Batista Itacuruçá, no Rio de Janeiro

Jesus”, ressaltou. Os dentistas André da Silva Matheus e Germana Alexandrino Matheus, que foram como voluntários em sete viagens ao barco O Missionário para dar atendimento odontológico às crianças ribeirinhas da Amazônia, não resistiram ao chamado. Na última viagem que fizeram com a Caravana dos Pastores do Rio de Janeiro, o casal tomou a decisão de servir a Deus com seus talentos de forma integral. “Sempre é uma experiência nova que passamos e é tão bom e tão maravilhoso que resolvemos deixar tudo o que temos em São Paulo para nos dedicarmos em tempo integral aos povos ribeirinhos”, revela o casal que, em breve, irá em definitivo para a Amazônia. “A história de dois meninos de treze anos marcaram esta última viagem. Os meninos achavam que teriam que

Dentista Germana Matheus com o menino com os dentes restaurados

Dentista André Matheus com uma de suas pequenas pacientes do projeto Novo Sorriso da Amazônia

extrair os quatro dentes da frente, mas quando viram o resultado final com a restauração ficaram muito felizes”, relata. O missionário Celso de Souza Alves, de Salvador, também foi comissionado. Desde a adolescência, quando se converteu, o seu coração já batia forte por missões. “No início, eu me envolvi com os trabalhos missionários da Igreja, no evangelismo, visitação, viagem missionária, discipulado e estudos bíblicos. Todo esse

envolvimento fez brotar um desejo ardente de ser missionário”, conta Celso, que, em 2015, recebeu o convite para ingressar na Junta de Missões Nacionais, onde teve a oportunidade de conhecer alguns campos missionários na Bahia. “Essas visitas foram marcantes para confirmar o meu chamado”, afirma Celso, que atua com sua esposa, a missionária, Rejane Ribeiro Alves, na cidade de Paulo Afonso - BA, com o propósito de liderar um movimento intencional de plantação de

Igrejas no local. Missões Nacionais está grata ao Senhor por estas vidas que se colocam à disposição da obra missionária no Brasil. Interceda por elas, para que continuem sendo fortalecidas por Deus para o cumprimento do chamado. Contamos com suas orações e contribuições no sustento desse projeto. Convidamos você a se tornar um parceiro desses novos missionários. É tempo de avançar, multiplicando o Amor de Deus!


8

o jornal batista – domingo, 24/07/16

notícias do brasil batista

O que é a Campanha “S

Acampamento Batista Sítio do Sossego, si no interior do estado do Rio de Janeiro, é o “Qua Comissão de Administração e Gestão do Sítio do Sossego

Q

ue Embaixador do Rei nunca sonhou em ir ao Sítio do Sossego? Que Embaixador do Rei nunca ficou com o coração acelerado quando o mês de janeiro se aproxima? Esse sentimento invade diversos corações desde 1951 e não pode parar! Por dificuldades administrativas e de gestão, o Sítio do Sossego foi interditado pela Convenção Batista Brasileira (CBB) e pelo poder público da cidade onde está situado. O mesmo só poderá ser reaberto após a realização de diversas obras de reformas e manutenção. Estima-se que tais projetos sejam orçados em cerca de R$ 500 mil reais. Não podemos deixar que um local, que há 66 anos tem sido um grande celeiro formador de pastores, missionários e líderes para o Reino de Deus, fique submetido a essas condições. Por esse motivo, apresentamos a você a Campanha “Sempre Embaixador”. Trata-se de um projeto de revitalização do Sítio do Sossego. A Campanha será gerida e administrada pela CBB, na pessoa do pastor Sócrates Oliveira (diretor executivo da CBB e Gestor da UMHBB), e pelas Comissões de Administração do Sítio do Sossego e de Gestão da UMHBB, composta pelos irmãos: pastor Felipe Oliveira, irmão Raphael Sobrinho, irmão Igor Andrade e irmão Fabiano Lessa. Todas as informações serão postadas no site www.sempreembaixador.com.br, funcionando como um “portal da transparência”, onde será prestado relatório financeiro mensalmente. Todas as pessoas que participarem, seja com dinheiro, material ou mão de obra, serão lembradas em um memorial que lançaremos no Sítio do Sossego. Por mais esse motivo, não deixe de fora a sua Embaixada, a sua Igreja, a sua Associação ou a sua Convenção. Diariamente, serão postadas as novidades na página do Fa-

cebook “Sempre Embaixador”. Então, curta a página e fique por dentro das obras no Sítio do Sossego e não deixe de participar desse momento tão importante para a nossa Organização e para o nosso QG (Quartel General). Histórico do Sítio do Sossego “Um dia, no ano de 1950, eu estava na sala do doutor. T. B. Stover, diretor da Casa Publicadora (JUERP), na Praça da Bandeira-RJ. Pastor David Gomes também estava lá e falou de um sítio no estado do Rio de Janeiro onde ele passara férias. Ele falou com doutor Stover e creio que doutor Edgar Hallock estava presente também. ‘Doutor Stover, vá lá comigo visitar esse sítio. É um lugar ótimo para acampamentos, é do professor Moyses Silveira e ele quer vender’. Chegamos ao Sítio do Sossego (Pastor David Gomes e pastor Alvin), encontramos o professor Moyses, andamos bastante no Sítio e conversamos. Professor Moyses estava pedindo Cr$ 80.000,00 pelo Sítio do Sossego (6 alqueires, hoje aumentado para 29 alqueires), ou Cr$ 70.000,00 à vista. Em dólares isso representava um pouco mais de US$ 2.000.00 (dois mil dólares). Então pensei comigo mesmo: ‘Este preço está barato, esse sítio vale mais do que um carro, um carro que acaba tão depressa, e o sítio fica. Antes de despedir-me do professor Moyses, falei: ‘Professor, quero comprar o sítio. Sei que não adianta pedir da Missão, nem da Junta (JUERP), mas pretendo lutar para arranjar o dinheiro. Se for a vontade de Deus vamos conseguir”. Escrevi logo algumas cartas aos Estados Unidos. Escrevi ao doutor Gill, da Junta de Richmond, explicando o negócio e pedindo dinheiro adiantado do nosso salário. Mas também escrevi para vários parentes e amigos. Qual foi a minha surpresa, aproximadamente três semanas depois, quando fui ao correio em Sumaré e, no mesmo dia recebi duas cartas: uma da minha irmã Ruby Collins com um cheque de US$ 1.000.00 (um mil dólares) e uma outra, de um amigo Woodrow Griffith,


o jornal batista – domingo, 24/07/16

notícias do brasil batista

9

Sempre Embaixador”?

ituado no município de Casimiro de Abreu, artel General dos Embaixadores do Rei no Brasil” Acervo Memória ER

Fotos: Lucas Tavares

de Abilene, com um cheque de US$ 350.00 (trezentos e cinquenta dólares). Eu estava com tanta alegria e tanta certeza de que Deus havia respondido as minhas orações. Viajei logo ao Rio de Janeiro e fechei o negócio com o professor Moyses, pois o que eu tinha em nossa poupança dava para completar os Cr$ 70.000,00. Algum tempo depois recebi uma carta do doutor Everett Gill explicando que Richmond não pagava salário adiantado. Bem, só podia escrever a ele explicando que a compra já estava feita e, na minha opinião, com a orientação de Deus, mas tinha certeza que não ia criar problemas para a Missão ou qualquer Junta ou agência da Convenção Batista Brasileira. Eu estava pronto para passar a escritura em nome da entidade certa na hora certa”. (HATTON, W; ALVIN, “Para Sempre Embaixador”: Rio de Janeiro: JUERP, 1982, Pág. 48-50). A quem se destina? Essa Campanha é para você, Embaixador do Rei pastor, empresário, motorista, advogado, contador, professor, ou qualquer outro profissional que tenha o fator sanguíneo ER nas veias e reconhece a importância desta Organização na sua formação como cristão e ser humano, e tem um coração cheio de saudade e uma mente cheia de boas memórias do seu tempo. Essa Campanha é para você, Embaixador do Rei e conselheiro de ER, que tem vivido a alegria e emoção de participar de uma Organização viva, vibrante, que prega o Evangelho de Jesus, vivendo o dia a dia de sua embaixada, nos congressos, encontros e acampamentos. Essa Campanha é para você, meu querido irmão, irmã e amigo, que ama o trabalho com Embaixadores do Rei e se preocupa com a formação e o desenvolvimento físico, moral e espiritual de nossas crianças, adolescentes e jovens. Como colaborar? Você pode colaborar com a Campanha de quatro formas:

Você fará um depósito ou transferência bancária para a seguinte conta: Banco Bradesco Ag: 1125-8 CC: 510000-3 Favorecido: Convenção Batista Brasileira CNPJ: 39.056.627/0001-08 Solicitamos que, para controle de dados, seja enviado o comprovante por e-mail para contato@sempreembaixador. com.br, com seu nome, Igreja e estado. b) - Segunda - boleto ou cartão de crédito: Você entrará no site da Campanha, www.sempreembaixador.com.br, preencherá os seus dados, escolherá a forma de colaboração, o valor da contribuição e número de parcelas. c) - Terceira - doação de ítem: Você entrará no site da Campanha, www.sempreembaixador.com.br, preencherá os seus dados, escolherá quais e quantos itens o irmão quiser doar, de uma lista pré determinada. Teremos itens de lâmpadas à caixas d’água de 20 mil litros.

d) - Quarta - mão de obra específica: Nesse caso, se você é profissional em alguma área que precisaremos na reforma do Sítio, poderá se colocar à disposição, utilizando a sua profissão em um determinado período específico escolhido pelo irmão. Basta acessar o site da Campanha, www.sempreembaixador. com.br, preencher com os seus dados, baixar o termo de voluntariado e enviar para contato@ sempreembaixador.com.br. O site será o nosso portal de transparência, aonde será prestado o relatório financeiro mensal. Quem fizer alguma oferta financeira e quiser que conste seu nome, caso tenha feito por depósito, deverá enviar o comprovante. Todas as pessoas que ofertarem, seja com dinheiro, material ou mão de obra, serão lembrados em um memorial que lançaremos no Sítio. Por isso, não a) - Primeira - depósito ou deixe de fora a sua Embaixada, Igreja, Associação ou DCER. transferência bancária:


10

o jornal batista – domingo, 24/07/16

notícias do brasil batista

Embaixada Mineira organiza Igreja e fortalece a Organização ER

Participação no Acampamento dos Embaixadores do Rei

Edemilson Benedito de Oliveira, pastor, coordenador Estadual dos Embaixadores do Rei, missionário da Convenção Batista Mineira

C

hegamos no campo em 28 de outubro de 2008, ficamos três anos sem resultados permanentes e sem batismos. A partir do início do trabalho com os Embaixadores do Rei, tivemos resultados perduráveis, culminando em três embaixadores batizados no primeiro grupo de batismo. No segundo grupo batizamos mais embaixadores, alcançando também alguns dos seus familiares, ou seja, a entrada da maioria dos membros e agregados da nossa Igreja deu-se através do trabalho com os Embaixadores do Rei. Atualmente, contamos com a ajuda de alguns embaixadores como conselheiros e que, além de nos ajudar na Organização dos Embaixadores do Rei, nos auxiliam no ministério local. Esses contribuíram para a Organização de nossa Igreja, que conta com 50 pessoas frequentes nos cultos. Iniciamos uma nova Congregação através do trabalho com Embaixada, em um bairro mais distante do Centro, Vila Vinícius. Tudo começou em 2010, quando criamos uma escolinha de futebol em um bairro carente da cidade. Observamos muitos meninos pobres pelas ruas e com poucas oportunidades de um futuro melhor. Durante este ano, conseguimos agrupar na escolinha cerca de 80 desses meninos. No time conseguimos desenvolver uma boa amizade, o que ajudou a que-

ER na frente do templo a caminho da olimpíada

brar algumas barreiras na comunicação com os rapazes. Mas ainda não estávamos satisfeitos, pois queríamos oferecer mais do que apenas uma boa amizade, queríamos oferecer o melhor amigo, Jesus Cristo, o Rei e Salvador. Depois de muita oração, veio a resposta: tivemos uma série de oficinas denominada “transformação”, na Associação Batista do Sul de Minas, oferecida pela Convenção Batista Mineira (CBM), que trouxe o pastor Edemilson, coordenador do Departamento Convencional de Embaixadores do Rei Mineiro (DCER), para dar uma palestra de orientação sobre a Organização Embaixadores do Rei, então percebemos tratar-se da estratégia que precisávamos e, por isso, mantivemos contato com o pastor Edemilson. Estudamos o máximo possível a Organização Embaixadores do Rei, começamos a orar e passamos a convidar os meninos do time para se prepararem para alguns eventos que teríamos no ano de 2011. Nossa participação começou em uma Miniolimpíada de Embaixadores do Rei, em Varginha, com 40 meninos. Depois realizamos algumas reuniões com uma frequência reduzida, mas continuamos o trabalho com a escolinha de futebol, tendo um bom número de participantes. Na sequência, levamos 25 meninos para o Acampamento Regional de Embaixadores do Rei do Sul de Minas, em Varginha, onde pensamos até em desistir, pois os meninos aprontaram tanto que brincavam de pique no telhado do CAIC, local do evento; não dormiam, mas bagunçavam a noite toda. No final do

Embaixadores do Rei premiados após competição

acampamento vimos uma luz no fim do túnel, pois alguns daqueles meninos, que aprontaram muito, no momento de decisão se renderam a Cristo como o seu Salvador, Senhor e Rei. Em seguida, Bruno dos Santos e eu fizemos o Curso Intensivo para Conselheiro de Embaixadores do Rei (CICER) e nos empenhamos para obter melhor preparo. No início, nos reuníamos com três meninos que queriam algo mais para as reuniões de oração, estudo bíblico e informando o que era uma Embaixada. Já em 2012, organizamos de fato a nossa Embaixada com reuniões, treinamento e eleição de nossa diretoria, buscando alcançar nossos alvos como Embaixadores do Rei: representar o nosso

Batismo realizado em 2014

Rei Jesus aqui na terra. Desde então, com muita oração, amor e dedicação temos nos esforçado para crescermos cada vez mais na nossa missão. Nossos meninos têm estudado, treinado para participar dos eventos dos Embaixadores no Sul de Minas e do estado de Minas Gerais, além de participarem de todas as atividades da Igreja e nas atividades propostas na cidade, como trabalhos evangelísticos, sociais e culturais. E isso tem alegrado o nosso coração sobremaneira em ver o fruto do trabalho duro do passado. Nestes quatro anos de Embaixada batizamos dez meninos, e temos uma média de 20 deles por reunião, que tem crescido cada vez mais.

Eles mesmos trazem os seus familiares e visitantes (assim muitos conhecem o Senhor Jesus o Único e Suficiente Salvador). Temos três que se tornarão conselheiros neste ano, cerca de cinco vocacionados sendo treinados para um futuro ministério pastoral ou missionário, além de muitos outros que tem se decidido e estão sendo preparados para o Batismo e no decorrer do tempo serão também treinados e preparados para representar o nosso Rei Jesus onde Ele desejar. Nosso desafio continua: “Construir meninos para não remendar homens”. Contamos com suas orações e parceria. Testemunho do pastor George Adrinano

Igreja Batista Berseba - MG realiza batismos de sete novos membros Anelcina Maria Nunes Cristina, primeira secretária da Igreja Batista Berseba, em Lajinha do Mutum - MG

É

com muito alegria que a Igreja Batista Berseba, em Lajinha do Mutum, município localizado na Zona Rural de Minas Gerais, recebe os sete novos membros que passaram pelas águas em agosto de 2015. Os batismos foram realizados pelo pastor da Igreja, José Vieira Sobrinho, que com muita gratidão a Deus, com toda membresia, dá às boas vindas aos novos membros: Renan Ruela de Paula, Char-

Batismos realizados em agosto de 2015 na piscina do senhor Gilberto Coelho de Souza

les de Oliveira, Maica Rodri- e o pequeno Lucas Cordeiro. gues, Zilândia Lima, Estéfany A Deus seja dada toda honra de Jesus, Maira Linia da Silva e toda glória!


o jornal batista – domingo, 24/07/16

missões mundiais

11

Ásia: foco missionário em povos não alcançados Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

S

ervindo em um dos países mais fechados ao Evangelho na Ásia, nossos missionários Ael e Bel Oliveira têm centrado seus esforços em comunidades distantes, ainda não alcançadas. Apenas na região onde vivem, existem, pelo menos, 17 desses grupos. “Parece algo surreal ouvir que, em meio a tantos meios de comunicação e fácil acesso para grande parte das pessoas, ainda haja tantos que nunca ouviram do Filho, mas essa é a realidade. Diante de tal realidade não cabe imparcialidade, precisamos agir, priorizar”, conta Ael. “E o nosso desafio não é interceder para plantarmos 2 mil Igrejas em um ano, o que seria maravilhoso, mas sim interceder para que, nos próximos anos, vejamos uma Igreja nascer entre, pelo menos, um desses povos”, destaca.

O missionário ressalta que colocar o foco em um ou alguns poucos povos não é pensar pequeno, mas sim “Colocar o máximo de amor, dedicação, intercessão e recursos em um só lugar e ter a fé do grão de mostarda”. Um grupo étnico do país asiático onde atuam Ael e Bel está no foco de atuação de nossos missionários, porém, esse é um povo que também está presente em algumas nações vizinhas, mas que está interligado de alguma forma pela origem, cultura e religião. “Aqui em nossa região, esse povo tem suas vilas encravadas nas montanhas, geralmente em áreas de acesso remoto. Muitos jovens e adultos abandonam as vilas e vão para as cidades em busca de emprego, enquanto os mais velhos ficam para cuidar das crianças”, conta Bel. Nossos missionários dizem que para orar de maneira mais específica por esse

povo, basta pedir ao Senhor “Para que, quando os jovens e adultos forem para as cidades, eles tenham ‘encontros de fé’”. “Há várias Igrejas nas cidades, a maioria delas se reunindo em casas. Deus tem abençoado as cidades com o crescimento extraordinário nas áreas urbanas, e várias pessoas que vêm das vilas conhecem ao Senhor por meio das amizades que fazem com crentes nas cidades. Então, quando voltam para suas vilas, podem testemunhar para os seus”, explica Bel. Segundo o casal missionário, outra forma de interceder por esse povo é pedir ao Pai por “encontros de apoio”. “Chamamos de ‘encontro de apoio’ a oportunidade de servir crentes desse grupo étnico. O Pai segue trabalhando e tem salvado pessoas desse povo”, destaca Ael. “Quando alguns deles conhecem a Cristo, chegam com

Comunidades não alcançadas e em lugares remotos estão no foco de atuação de nossos missionários na Ásia

muitas dúvidas e precisam ter sua fé fortalecida. Portanto, um de nossos focos aqui é apoiar esses irmãos em sua fé ou mesmo apoiá-los no dia a dia”, acrescenta. Finalmente, você também pode orar por “encontros de surpresa”, pedindo ao Pai que surpreenda esse povo asiático com a graça divina e o Espírito Santo.

“Ore para que Deus surpreenda esse povo com sonhos e visões com Jesus Cristo, o que já tem acontecido, e que o Pai nos surpreenda com notícias que nem mesmo imaginamos poder ser possíveis. Ore para que não nos limitemos a nossas estratégias e estejamos atentos ao sopro do Espírito entre os povos”, conclui Ael.

Eles creem em 36 milhões de deuses Fábio Costa, coordenador da JMM no Sul da Ásia

O

Sul da Ásia é hoje uma região com muitos desafios. Aqui temos a maior concentração de povos não alcançados e não contatados de todo o mundo. Sempre fico chocado quando tenho contato com essas pessoas. Elas não têm acesso à televisão, tampouco internet. Nenhuma fonte de informação chega até elas. Por conta da perseguição religiosa, até mesmo o simples ato de entrar em uma vila se torna arriscado. Mas graças a Deus e a todos que participam da obra missionária, eu, minha esposa e nosso filho temos entrado nas regiões mais fechadas. Sofremos opressão psicológica, física e emocional. O inimigo tenta nos atacar de todos os lados. Mas estamos aqui, no Sul da Ásia, em obediência ao ide de Jesus até que Ele venha. Você sabe quando Ele virá? Sabe quanto tempo de vida

O Sul da Ásia é considerado o pior lugar para uma criança viver

ainda tem aqui na Terra? Então, envolva-se hoje com Missões Mundiais. Precisamos levantar no Brasil um movimento de Igrejas comprometidas, que entendam a visão do avanço da obra missionária. O desafio é grande; há muita perseguição religiosa. Mas, para a Glória de Deus, conseguimos entrar em dois países aqui no Sul da Ásia e três no Sudeste Asiático. Isso só foi possível porque a Igreja brasileira enviou missionários para cá.

Um dos maiores desafios no Sul da Ásia são as crianças. Corta o coração só de ver a forma como são tratadas, ou melhor, maltratadas. Elas sofrem de tudo. São abandonadas, abusadas, jogadas fora pela própria família como lixo. Aqui os animais têm mais valor do que uma criança. Eles são adoradores de animais; acreditam que são deuses. Por aqui, a questão do tráfico humano é uma dura realidade. Famílias vendem seus filhos ainda bebês. Recente-

Animais são considerados deuses no Sul da Ásia

mente, um jovem, de 28 anos, abusou de um bebê de apenas 28 dias. A questão sexual aqui no Sul da Ásia não é questão humana de pecado, ela é demoníaca, terrível. Está ligada a toda esta atmosfera de religiosidade, de politeísmo. Só em uma região deste, que é o segundo país mais populoso do mundo, há mais de 36 milhões de deuses. Diante de tamanha necessidade foi que Missões Mundiais começou a abrir casas para acolher estas crianças.

Não são orfanatos, mas casas de acolhimento, tanto para meninos quanto para meninas. Nelas, tentamos criar um ambiente familiar, de carinho e amor. Nossas crianças recebem alimentação e ensino escolar, tudo dentro daquilo que a Bíblia nos orienta. Louvamos a Deus pela vida daqueles que têm investido nos projetos Meninas da Índia e Lar da Paz, que contribuem para o crescimento de crianças que sonham com um futuro melhor até que Ele venha.


12

o jornal batista – domingo, 24/07/16

notícias do brasil batista

COBAPA realiza formatura e visita Congregação em Marajó - PA Wagner Souza, missionário da COBAPA

F

esta em Breves. Na noite do dia 25 de junho, a Convenção Batista do Pará (COBAPA) realizou a solenidade de formatura da primeira turma do IBC (Centro de formação e capacitação pastoral e missionária) do Marajó. Os formandos são de Breves, Portel, Bagre e Curralinho. A Solenidade foi dirigida pelo coordenador do IBC no Pará, pastor José Leonel e é fruto do trabalho árduo do casal pastor Lennon e professora Célia Borges. “Sem dúvidas, nunca houve algo assim na história da Convenção Pa-

raense”, afirma pastor Ruy Gonçalves. No dia 26 de junho, o pastor Ruy Gonçalves, diretor Executivo da COBAPA, junto ao pastor Lennon, pastor Leonel e demais lideranças locais visitaram a Congregação Batista na cidade de Bagre. Congregação antiga, sofrida, que precisa, urgentemente de apoio das Igrejas mais fortes, pois essa Congregação luta para construir seu novo templo. No mesmo dia, a equipe de pastores retornou a cidade de Breves. O pastor Rui Gonçalves pregou à noite na Primeira Igreja Batista de Breves, que é pastoreada pelo pastor Lennon, que também é coordenador regional da COBAPA no Marajó.

Pastor Darlindo recebeu seu diploma das mãos do nosso secretário-executivo, pastor Ruy Gonçalves

Da direita para a esquerda: Rizomar; Pastor Ruy Gonçalves; Pastor Raimundo Dias; Pastor Leonel Silva e Pr. Lennon Borges

Diretoria Executiva da COBAPA

Formandos do IBC Marajó 2016 – Portel, Breves, Bagre e Curralinho

Congregação Batista Shekinah - PA celebra aniversário de quatro anos Anderson Resende Barbosa, membro da Primeira Igreja Batista de Brasil Novo - PA

Q

uarenta anos depois de um grande avanço missionário na Transamazônica que, na época, foi denominada Transtotal, o povo Batista continua crescendo na região e plantando Igrejas. Cremos que nesta década teremos um grande avanço, visto que a denominação tem sido despertada para um grande avivamento espiritual, motivação essa pela grande mobilização nacional sobre a Igreja Multiplicadora e a retomada dos princípios bíblicos para o crescimento da Igreja e o aperfeiçoamento da vida cristã. Motivados e constrangidos pelo Espírito Santo, a Igreja Batista em Brasil Novo-PA entendeu a necessidade de despertar para a oração, evangelização discipuladora, plantação de Igrejas, formação de lideres, compaixão e graça. O resultado da aceitação da Igreja para trabalhar nesse sentido já tem mostrado reflexo do que teremos pela frente nos próximos

Sábado à noite fora do templo

Culto domingo à noite fora do templo

Culto domingo à noite dentro do templo

Dia de distribuição de bíblia e impacto evangelistico

anos. Mobilizados e movidos em um só espírito de oração, comemoramos o quarto aniversário da Congregação Batista Shekinah, que, em breve, os irmãos saberão por esse mesmo canal de informação sobre a Organização dessa congregação em Igreja. Tivemos conosco nesse aniversario o pastor Valcir Gomes, servo de Deus muito querido na localidade,

pelo trabalho que realizou na região na década de 80. Atualmente, pastoreia a Igreja Batista Esperança, em Rondon do Pará. Esteve conosco também na festa, a cantora Késia e seu esposo José Carlos e a filhinha deles, Vitória. A Congregação Batista Shekinah fica no trecho Altamira – Brasil Novo, Km 30, Zona Rural. Depois de um ano de um trabalho mis-

sionário mais proativo e intencional na região, tendo como campo de atuação duas vicinais com centenas de moradores, vemos os resultados da evangelização. Pessoas que antes dificilmente recebiam uma visita religiosa, agora são visitadas e acompanhadas. Em todas as casas visitadas, as famílias receberam uma Bíblia Sagrada. O que se percebe na região

onde estamos trabalhando é que a Igreja tem impactado a população. Pedimos os Batistas brasileiros que participem conosco nessa obra em oração. Orem por esse trabalho, estamos em constante clamor para que Deus transforme e resgate muitas vidas do pecado e faça deles nossos irmãos em Cristo. A Deus toda honra e toda glória.


o jornal batista – domingo, 24/07/16

notícias do brasil batista

JUMAP: uma juventude que tem sido relevante no Sul do Brasil

13

Alex Assis, pastor, diretor executivo da JUMAP

“Jovens eu lhes escrevi porque vocês são fortes, a Palavra de Deus permanece em vós e vocês venceram o maligno.” (I Jo 2.14b)

H

á mais de 90 anos, em terras sulistas, iniciou-se um trabalho de impacto com jovens e adolescentes naquela região. Na Linha 28, no interior do estado do Rio Grande do Sul, um grupo de jovens representado por cinco Igrejas se reuniram para dar início a Jugendvereinigung der Deutschen Baptistengemeinden Brasiliens (Convenção da Mocidade das Igrejas Batistas Alemãs do Brasil). Fortalecer o trabalho da Igreja local através de cursos bíblicos foi a primeira ação desenvolvida por aquele grupo, legado este que, até hoje, continua a ser difundido por meio da Junta de Mocidade e Adolescentes da Pioneira (JUMAP) às mais de cem Igrejas da Convenção Batista Pioneira presentes em cinco estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná,

Liderança da JUMAP - comemoração dos 90 anos

São Paulo e Espírito Santo. Sob o tema “Anos Incríveis”, o nonagésimo aniversário da Junta foi comemorado em grande estilo em 2015. Contando com a presença de cinco ex-presidentes e mais de 1400 jovens, divididos em duas programações, a JUMAP pôde continuar realizando sua missão: levar à juventude o Amor de Cristo. Neste ano, um número expressivo de aproximadamente quatro mil jovens puderam ser impactados através do variado trabalho desenvolvido pela Junta, por meio de: treinamento de líderes, conferências missionárias e teológicas, acampamentos, campanhas de conscientização, projetos e programas de capacitação e desenvolvimento no relacionamento com Deus. A convocação à juventude em 2016 foi para arregaça-

Culto na Praça

rem as mangas e fazerem parte da solução dos problemas do mundo, servindo a Deus na expansão do Seu Reino de amor. O mundo precisa da atuação maciça da Igreja sarando suas feridas. Somos agentes enviados por Deus para amar essa geração. Tudo o que fazemos é para a Glória dEle. Ser diferente e viver para Cristo não é sinônimo de infelicidade ou caretice. Ser alegre é direcionar a nossa energia, tempo, capacidade e intelecto aÀquele que é digno de todo o louvor e adoração. Sob essa perspectiva é que o nosso ano foi iniciado. No acampamento dos adolescentes, que chamamos carinhosamente de “Zequinhas”, em uma mobilização marcante, a galera saiu do acampamento com o desafio de mostrar o Amor de Jesus às pessoas da

Louvor durante o Acamzeca

cidade. Visitaram hospitais e escolas, auxiliaram o município orientando lares contra a epidemia da dengue, apresentaram um flash mob na rua, evangelizaram nos faróis. Enfim, simplesmente amaram as pessoas. Em um final de tarde histórico, foram reunidas cerca de mil pessoas na Praça da República, em um grande culto de adoração a Jesus Cristo. O mesmo movimento aconteceu com os jovens. No domingo, em meio ao carnaval, a juventude saiu do Acampamento Batista Pioneiro (ABP) rumo ao encontro de pessoas que careciam e carecem do Amor de Cristo. Em uma ação desafiadora, mais de cem lares na cidade de Bozano foram visitados, sendo presenteados com um exemplar da Bíblia Sagrada. Em Ijuí, durante um culto em plena praça, em um gesto simbólico, os

jovens abraçaram a cidade em oração, pedindo para que Jesus seja o Senhor daquele lugar. Nesse dia, para a glória e honra do Senhor Jesus Cristo, houve relatos de conversão, internação de dependentes químicos e restauração de casamento. Até aqui nos ajudou o Senhor! Somos imensamente gratos a todos que têm cooperado com a missão jovem no Brasil. Àqueles que têm desprovido de tempo e recursos para que o Reino de Deus se expanda e alcance os corações mais distantes. São pessoas e Igrejas que entenderam a visão de Deus para o nosso tempo e para a nossa geração e que, de alguma forma, estão comprometidas com a obra realizada através da JUMAP e de tantas JUBAS espalhadas por esse lindo país. O nosso muito obrigado!

Voluntários americanos participam de ação social na cidade de Bandeirantes - MS

Fotos: Marceli Fioravante

Voluntários de Campo Grande que ajudaram na construção e programação

Anderson Solano, Comunicação CBSM

E

m mais um ano de construções pelo estado, o casal pastor Walter e Carol Ponder está com mais uma equipe de voluntários americanos na cidade de Bandeirantes desde o dia 11 de junho. O local onde a capela está sendo construída é muito carente e

Americanos e brasileiros pregam o Evangelho através de música, teatro e atividades manuais

necessita de um trabalho que seja acompanhado de perto pelos Batistas, para apoio espiritual e social, trabalho este que é feito pela Primeira Igreja Batista em Bandeirantes - MS, dirigida pelo pastor Humberto Afonso da Silva. Para tornar a missão conhecida no bairro, o pastor Walter Ponder convidou a Igreja Batista Itamaracá, de Campo Grande, para ajudar na construção

Enquanto as crianças se divertiam, as mães foram para outro local para receber roupas e calçados

e na realização de atividades para a comunidade, e em especial para as crianças em uma escola próxima ao local onde o templo está sendo construído. A equipe da Igreja, com cerca de 50 pessoas lideradas pelo pastor Cláudio Renato de Andrade - pastor presidente da Igreja -, fez um trabalho intenso durante todo o dia. O Ministério de Homens - Os Valentes - ficou na obra e os

Após uma semana de trabalho, a equipe do pastor Walter Ponder concluíu a construção de mais uma capelas no MS

demais fizeram evangelismo durante toda a manhã. À tarde, todos deslocaram-se para a escola onde cerca de 250 pessoas (mais da metade eram crianças e adolescentes) estiveram presentes. As atividades foram direcionadas ao público em geral, com apresentação de teatro, música e brincadeiras para as crianças. No mesmo espaço também foram distribuídas roupas e

calçados, provenientes de campanhas de arrecadação promovidas pela Igreja há algumas semanas. Após o encerramento foram distribuídos lanches, doces e doações da Igreja Batista Itamaracá - MS para todos os presentes. Oramos para que o Senhor abençoe a liderança da missão e que Ele possa dar as estratégias certas para alcançar os corações das famílias daquela região.


14

o jornal batista – domingo, 24/07/16

ponto de vista

Série: O caráter do cristão – As bem-aventuranças (VII) “Bem-aventurados os pacifi- bo, que são irreconciliáveis, cadores, pois serão chama- violentos, belicosos, promodos filhos de Deus.” (Mt 5.9) tores de confusão e discórdia. Os pacificadores promovem s pacificadores a paz de/sob/em e por Cristo. são filhos de um Os que promovem a paz são Deus de paz (I filhos do Deus que nos reTessalonicenses conciliou consigo mesmo em 5.23). Eles são discípulos de Cristo (II Coríntios 5.18-20). Jesus, que nos deixou a paz Há uma segurança na paz que (João 14.27). Os pacificado- vem do alto. A paz que entra res são os que estão com- no coração pelo novo nasciprometidos com a ordem, mento é a paz da regeneraa segurança, a felicidade, a ção. Não falamos de uma paz isenção de ódios e estragos que é ausência de guerra, mas de guerra; eles têm um estado de uma paz em meio à guerra, tranquilo de alma, possuem a paz que invade a alma do a certeza da sua salvação em crente, daquele que nasceu Cristo, vivendo contentes do alto (Colossenses 3.1-4). neste mundo, nas circuns- O cristão, por natureza, é um tancias mais difíceis. A Paz pacificador, um facilitador de Cristo deve ser sempre o dos relacionamentos saudáárbitro dos nossos corações, veis que edificam o Corpo de resultando na unidade da Sua Cristo. Os discípulos de Jesus Igreja. (Colossenses 3.15). Os devem ser pacificadores no pacificadores vivem no des- lar, na Igreja e na sociedade. canso do Pai e sob a direção São formosos os pés dos que do Espírito Santo. São filhos anunciam as Boas Novas, do Deus reconciliador na dos que anunciam a paz (Isacontramão dos filhos do dia- ías 52.7). Paulo ensina que

O

devemos calçar os pés com o Evangelho da paz (Efésios 6.15). Os que têm a natureza de Cristo promovem a paz. Eles O seguem e O servem com profundo amor. Estão comprometidos com o Mestre às raias da morte. Os limpos de coração são verdadeiramente pacificadores (Mateus 5.8). O escritor aos hebreus diz: “Procurai viver em paz com todos e em santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). Mas, há pessoas dentro das Igrejas que são promotoras de dissensão, desarmonia, confusão e brigas. Não há entendimento do que significa ser cristão genuíno, lavado pelo Sangue de Jesus. A natureza de Adão é de confusão, disputas e divisão. Como diz John Stott, “O diabo é que é agitador; Deus ama a reconciliação e, através dos Seus filhos, tal como fez antes, através do Seu Filho

Unigênito, está inclinado a fazer a paz”. Assim como Deus tomou a iniciativa de se reconciliar conosco por meio de Cristo, devemos ser proativos em reatar com antigos e recentes desafetos. Foi o que Paulo ensinou aos irmãos em Roma: “Se for possível, no que depender de vós, vivei em paz com todos os homens” (Rm 12.18). A Paz de Cristo deve sempre nortear os nossos relacionamentos dentro e fora da Igreja. O Senhor não se agrada quando vivemos em guerra uns com os outros. O prazer do Pai é ver Seus filhos vivendo em harmonia, sintonia, celebrando a Sua majestade, Seu poder, Sua sabedoria e Sua soberania. Vivamos em paz. Não permitamos que o diabo, inimigo das nossas almas, plante a semente da discórdia e desunião em nossas comunidades eclesiásticas. Que nós o resistamos vivendo a Paz de

Deus, que ultrapassa todo o entendimento; que essa paz guarde o nosso coração e o nosso pensamento em Cristo Jesus, nosso Senhor (Filipenses 4.7). Fomos chamados para viver a Paz de Cristo, onde quer que andemos. Portanto, não nos cansemos de promover a Paz de Cristo Jesus. O mesmo Senhor faz uma promessa muito segura: são felicíssimos, mais que felizes, os pacificadores. A Paz de Cristo me leva a não olhar as circunstâncias, mas o Seu amor. Os pacificadores não vivem por vista, mas por fé. Jesus orou para que fôssemos um à semelhança da unidade dEle com o Pai (João 17.2024). A nossa unidade em Cristo é fruto da Sua paz e do Seu amor em nós. Como Seus discípulos, nós nos amamos e temos paz uns com os outros. Deus é glorificado quando os Seus filhos vivem em paz dentro e fora do Corpo de Cristo.

Amigo brigadeiro ou amigo parafuso? Rogério Araújo (Rofa), escritor, jornalista, diácono da Igreja Batista Neves - São Gonçalo – RJ, colaborador de OJB

A

vida sempre nos reserva grandes surpresas. E uma das maiores que pode ser tanto as melhores quanto as piores do mundo são os amigos. Dia 20 de julho foi o Dia da Amizade e, por isso, po-

demos aproveitar essa data para refletir sobre quem são e quantos amigos temos nesta vida. Considerar a muitos que passam pela nossa existência como “amigos” não é a solução mais adequada. Podem ser colegas mais chegados, mas não amigos de verdade. Podemos nos dar bem com alguém sem que essa pessoa compartilhe diretamente da nossa vida.

Existem diversos tipos de amigos no mundo, mas podemos resumir em dois, que podem englobar, de forma geral, os demais: • “ A m i g o b r i g a d e i r o ” é aquele que está presente em todas as festas e se alegra junto com você. É uma pessoa que traz imensa alegria, mas que, talvez, esteja presente com você nos momentos de alegria e ausente nos mais difíceis.

• “Amigo parafuso” é aquele que pode até não estar em todas as ocasiões, como nas festas e momentos de alegria, mas não falta na hora do aperto, nas dificuldades da vida e marca presença quando você mais precisa. Um amigo bem chegado como um irmão. Então, ao analisar os dois tipos, vamos pensar que um ou outro é o melhor, dependendo da ocasião? Não!

Porque o amigo de verdade e o mais importante é aquele que sempre está ao seu lado, seja nos momentos alegres e, principalmente, nos tristes. Como disse Francis Bacon: “A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas”. Assim, bom seria que tivéssemos um “amigo parafuso brigadeiro” que nos momentos de aperto ou de festa está com você. É um amigo presente e verdadeiro!


o jornal batista – domingo, 24/07/16

ponto de vista

15

OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA

Estudos sobre a Igreja (9) - A Igreja como comunidade adoradora (Parte I)

P

artindo da razão primeira, pela qual Deus nos criou e criou o Universo, já discutida em estudos anteriores quando mencionamos que foi para a Sua glória (Isaías 43.7, etc.), quando procuramos explicar em uma compreensão prática, deduzida a partir dos dois grandes mandamentos em que encontramos três níveis de relacionamentos e, incluindo, a existência da própria natureza criada, seria a mobilização da nossa vida pelo amor e harmonia com Deus, comigo mesmo (autoimagem equilibrada), com o próximo e com a natureza criada. Isso nos leva à razão original da nossa vida, que foi rompida com a rebeldia da queda, mas restaurada com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, que ser torna o meio pelo qual Deus nos recoloca de volta ao estado original da criação. Então, a salvação não tem apenas o foco escatológico na esperança da volta de Cristo no futuro, mas também um foco retrospectivo que nos leva de volta à criação, para, a partir daí, reconstruirmos nossa história, nossos valores, nossos alvos e ideais de vida, situação essa expressa em todo Novo Testamento, que chamamos de conversão ou, em uma linguagem mais recente, “transformação de vida” (Lucas 9.23; Romanos 12.1ss; Gálatas 2.20, etc.), que também é expressa por metáforas ilustrativas e enriquecedoras como sal da terra e luz do mundo (Mateus 5.13ss), sempre indicando

uma nova e influente vida. A salvação é um meio e não um fim, pois o fim é cumprirmos a razão para a qual fomos criados e isso nos leva à palavra “adoração”, que envolve o reconhecimento de Deus como nosso Criador, Redentor, Mantenedor, aquele que nos ama, apesar da rebeldia que vivemos no evento da história chamado de “queda no Éden” e que enviou seu Filho para nos recuperar de volta. Então, a Igreja é uma comunidade adoradora porque sua principal missão é esta: levar cada pessoa que se rendeu aos pés do Mestre a viver para a razão pela qual foi criada: para ser adoradora, amando e tendo harmonia com Deus, consigo mesma, com o próximo e com a natureza criada. Neste ponto, o texto de Romanos 12.1 é significativo, pois nos desafia a entregar nossos corpos em “sacrifício vivente” – sacrifício = morte; vivente = que continua a viver – isto é, como não mais existentes para a realidade irreal que estamos vivendo a partir da lógica e racionalidade da época em que vivemos (elementos da cultura e ideologia de vida que não estão sincronizados com os valores e ideais bíblicos), mas para uma “realidade real” e concreta de vida compatível com a razão da nossa criação. No futuro conversaremos sobre o porquê do uso da palavra “corpo” aqui. Uma ilustração (sabemos que extraída do mundo secular) pode nos ajudar a compreender esse fato. No filme “Matrix I” o hacker Anderson tem como opção

tomar a pílula azul e continuar vivendo a realidade irreal da Matrix ou tomar a pílula vermelha e viver a realidade real da vida. Ao negarmos a liberdade irreal que vivemos, temos acesso à realidade real para qual fomos criados. Voltando a Romanos, ao entregar nossos corpos como sacrifício vivente (tradução ao pé da letra do original grego), Paulo mostra que este ato é o nosso culto (no grego, latreian) racional agradável e aceitável a Deus. Isto é, um culto que é escolhido pela possibilidade de decisão, de opção (no grego, logiken, em geral traduzido por “racional”), que é fruto dessa entrega que deve ser diária, diante de cada escolha e decisão que temos que tomar na vida. Vejam que aqui temos o culto que vem do interior, sem qualquer ritual, sem qualquer demonstração pública. Então, a adoração, antes de ser um ato público, é um ato pessoal, individual, preparativo para a adoração coletiva quando, como comunidade, como Igreja, estamos reunidos adorando a Deus em um culto. Será que por causa de nem sempre enfatizarmos esse ponto de partida da adoração no indivíduo, no seu cotidiano, em sua vida particular é que muitos cultos acabam se tornando em entretenimento, em muito movimento, mas pouca ou rara celebração? Como compreender a Igreja então como comunidade adoradora? Temos de partir do indivíduo adorador, segundo este texto de Romanos.

Mas, em geral, estudos buscam compreender culto e adoração a partir de levantamentos do culto no Antigo Testamento, depois na linha da história, com a destruição do Templo em Jerusalém, consideram o modus operandi das sinagogas, e mais, estudam como o conceito de culto e adoração foi sendo desenvolvido na história do Cristianismo e, assim, buscam desenvolver uma Teologia da Adoração, do Culto e também da Liturgia Cristã que nem sempre é compatível com a Teologia Bíblica da Adoração. Toda essa trajetória é importante, mas se iniciarmos nossa compreensão a partir do texto bíblico, como há pouco fizemos, poderemos aprofundar o tema e chegar a conclusões mais claras do que seja culto, adoração e a Igreja como comunidade adoradora. É necessário esclarecer que estamos considerando aqui o conceito teológico da “Revelação progressiva” que indica que Deus vai se revelando ao seu povo dentro da sua (isto é, do povo) possibilidade de compreensão e isso vai sendo registrado nas Escrituras. Assim, no começo, o culto, a adoração a Deus era ligada profundamente a um local onde Deus “habitaria”. Deus ordena ao seu povo a buscar um “local” para ali pôr o seu nome e sua habitação (Êxodo 15.17; Deuteronômio 12.5,6,11,13,14,21,23; 16.7,16, etc.). O culto e os sacrifícios, tanto hebreu, como o israelita e o judeu ocorriam em um lugar específico - um lugar sagrado - primeiro no tabernáculo,

depois no Templo em Jerusalém. Então, primeiro no tabernáculo por causa da condição nômade do povo hebreu, depois de estabelecido o povo na terra escolhida o templo passa a ser o local fixo da habitação de Yave - a “casa de Deus” (Eclesiastes 5.1; Juízes 18.31, Salmos 27.4). Quando surge o povo samaritano, o Monte Gerizim é estabelecido para eles como o local sagrado de culto, onde Deus habitaria. O culto vai se institucionalizando a ponto de se formalizar e se tornar mecânico, rotineiro, sem o real sentido e se distanciando de sua razão de ser a ponto de se tornar abominável ao próprio Deus (Isaías 1.10-20; 29.13). Quando entramos no Novo Testamento, temos ainda nos Evangelhos, a essa concepção de local, que vai ser alterada, dentro da ideia de “Revelação progressiva”, por Jesus no diálogo que manteve com a mulher samaritana em João 4.19ss. A indagação dela para Jesus foi saber qual era o local correto da adoração, lá em Samaria, no Monte Gerizim ou no templo em Jerusalém. Jesus desconsidera a questão focalizada no local e afirma “Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai... Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.