OJB Edição 33 - Ano 2016

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 14/08/16

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

Ano CXV Edição 33 Domingo, 14.08.2016 R$ 3,20

Segundo domingo de agosto:

Dia dos Pais Reflexão

Notícias do Brasil Batista

Mês da Juventude: Conheça mais uma razão para investir nos jovens de sua Igreja

CBBA lança Planejamento Estratégico na 93a Assembleia anual

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Missões Mundiais

Notícias do Brasil Batista

Evento “Quem tem medo de ser missionário” chega ao Nordeste

“Chamados para transformar”: Batistas sergipanos realizam 66a Assembleia

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o jornal batista – domingo, 14/08/16

reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo

Dia dos Pais é todo dia

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eparamos o segundo domingo de agosto para comemorarmos o Dia dos Pais. É nesse dia que preparamos o melhor almoço, presenteamos, tiramos fotos, escrevemos aqueles textos bem legais nas redes sociais. Enfim, homenageamos. Parece que todo carinho e amor que temos pelos nossos pais é declarado nesse dia, como se essa data fosse a única em que podemos fazê-lo. Pode parecer clichê, mas

Dia dos Pais é todo dia. Não precisamos de um dia específico para demonstrar o que sentimos pelos nossos pais. Muitas vezes é assim que tratamos o nosso Pai, O nosso Deus. Somente aos domingos O adoramos. Somente aos domingos O louvamos. Agimos como cristãos apenas aos domingos. Ele quer mais de nós. Como nosso Pai, quer nos conhecer melhor, ter mais intimidade conosco e isso

vai além de um fim de semana. E não para por aí: procuramos nosso pai quando queremos algum benefício, algum presente. Com Deus, a situação não é diferente. Quando a situação aperta ou se queremos uma benção ou uma dádiva dos céus lembramos que temos um Pai e O procuramos. Nosso desafio nesse Dia dos Pais é manter um relacionamento mais próximo com os nossos pais, não apenas

hoje, mas todos os dias em que estivermos perto deles. Abrace. Beije. Ame. Não há nada melhor do que sentir-se amado. Quanto ao nosso Pai Celestial, O busquemos cada vez mais, que Ele seja o nosso melhor Amigo, o nosso Conselheiro, que Ele seja tudo em nossas vidas. Feliz Dia dos Pais Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira


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bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES

O bebê vai chegar!

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eboliço geral; todos se movimentam. Os mais afoitos querem saber: “Menino ou menina? Qual o nome?” Gênero não conta; volta-se à origem de tudo. Masculino ou feminino? Ninguém admite outra realidade. A mamãe recebe flores, parabéns, e passa a ser tratada com especial carinho por toda a família. O papai explode em alegria. Os avós renovam a esperança com a chegada do primeiro (a) neto (a) ou de mais um neto (a). É a vida em seu mistério profundo gerando mais uma vida. O ambiente é modificado para acolher o novo habitante. Azul ou rosa? Não importa, desde que venha com saúde e no tempo determinado. A expectativa da geração de um novo ser tem o poder de

mexer com toda a família. Até a ansiedade, tão prejudicial à saúde e tão comum nos dias atuais, é aceita como normal. O médico abre a agenda para mais consultas. Os exames rotineiros oferecem alento e alimentam a curiosidade dos pais. Até a vovó vai com a neta ao consultório para a primeira consulta. Os ultrassons dizem, a cada mês, que tudo está normal. Peso, tamanho, posição no útero; cada diagnóstico é recebido com um sorriso a mais. O medo da Zika é dissipado mediante acompanhamento rígido. Assim é a gestação de um novo ser, milagre que se repete todos os dias, gerando esperança de uma sociedade melhor. Enfim, chega o tão esperado grande dia. Deus coloca nos braços da mamãe e do

papai uma herança especial. Uma bênção não merecida. Agora cabe aos pais alimentá-lo, cuidar, zelar para que cresça saudável e seja fiel a Jesus Cristo, o Autor da vida. O calendário de vacinas é cumprido com fidelidade. Aos pais, Deus oferece um manual especial, que ensina como cuidar do bebê que chegou. Detalhes mínimos são explicados. Para cada etapa da vida do bebê há orientações práticas de como agir. Muitos pais, tementes a Deus, seguem as orientações divinas e são recompensados com alegria especial. “Grandemente se regozijará o pai do justo, e o que gerar um sábio se alegrará” (Pv 23.24). Esses pais aprenderam no manual oferecido por Deus, que todos trazemos o estigma

do pecado. É preciso estar atento às reações dos filhos, examinar com atenção as atitudes da criança, corrigir os desvios no tempo próprio. “Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra for pura e reta” (Pv 20.11). Pais responsáveis, comprometidos em cuidar da herança que Deus lhes confiou, sempre estão atentos a mensurar as atitudes dos filhos. Sabem que não geramos santos, ou anjos perfeitos. Eis a razão porque filhos precisam de pais responsáveis. O bebê cresce. Cada etapa do seu desenvolvimento exigirá um método diferente de orientação e educação. No início, as fraldas precisam ser removidas. Na adolescência, o diálogo e o exemplo são essenciais. Isso exige tempo,

muito tempo. A juventude requer acompanhamento à distância, mas atento aos deslizes tão comuns na mocidade e aos valores que a sociedade corrompida impõe. É o momento feliz em que saboreamos o fruto da semente plantada ao longo da caminhada com os filhos. Na maturidade, todo o resultado se funde na amizade que une pais e filhos no mesmo ideal: servir a Cristo. O bebê cresce e vai gerar outros bebês. Jamais esquecerá o que lhe foi ensinado no berço. “Eu era filho de meu pai; tenro, e único em estima diante de minha mãe. E ele ensinava-me e dizia: ‘Retenha as minhas palavras o teu coração’” (Pv 4.3-4a). Alguns continuam bebês, carentes do colo materno, o que não é recomendável.


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Papai chegou! lsrael Pinto da Silva (D’Israel ), membro da Quarta greja Batista do RJ, colaborador de OJB Papai quero Buzy, o caramelo Quero pão doce; biscoito e sonho... Aquele menino não era tristonho Era feliz porque tinha pai Quando chegava logo perguntava Se tinha trazido o que tinha pedido E o pai o pegava e o jogava no colo E lhe entregava o solicitado Nas noites tão frias ia no seu quarto E o cobria tão docemente E verificava se estava doente E o beijava calidamente Aquele menino nunca dormia Enquanto seu pai não chegava em casa Como amava aquele menino Que era franzino como seu pai Como gostava quando o colocava Nas suas costas para brincar De cavalinho, de pula-pula Quando eu os via correndo na rua Jogando bola de meia, soltando pipas Eu via no rosto daquele pai A alegria de quem estava Cheio de paz, feliz e contente Aquele pai, estremado, zeloso Nunca o deixava largado, sozinho A Bíblia em casa ele lia, explicava Na porta sentado com alegria De Jesus falava e lhe dizia

GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE

Que nossa alma não se salvaria Se não se fizesse a sua vontade

OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

E nEle não se caminharia se não acreditasse Que Ele era o Filho de Deus As vezes seu pai com ele ralhava Lhe dava palmadas, de leve, eu via

Jesus e o Deus Pai

Mas se o fazia é porque o amava E porque também lia na Biblia Sagrada Lá em provérbios, precisamente Não o impedindo de dar corretivos, moderadamente, Num filho querido que muito amasse Não tinha em casa imagens de gesso De ferro, de barro, de outras origens Porque adorava a Deus somente De forma solene como foi mandado E está registrado em Éxodo 20; 6.1-6 e Deuteronômio 5 e também no 6.1-9 Ele respeitava seu nome santo como está escrito No versículo 7 do capítulo 5 Não consultava mortos pois era profanação Obedecia ao que estava determinado em Deuteronômio 18.9-14 Ele sabia que só Jesus era o mediador Entre Deus e os homens e que fora dEle Não há salvação Aquele pai o aceitou como Senhor, salvador No Dia dos Pais foram batizados E confirmaram publicamente sua crença em Cristo!

“Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome” (Mt 6.9).

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esus escandalizou os religiosos institucionais quando revelou Deus como Pai dos seres humanos. “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o Teu nome” (Mt 6.9). A tradição judaica, no Velho Testamento, contemplava Jeová como o Criador distante, Todo-Poderoso, sempre causador de medo. A ideia de intimidade relacional pai/ filho nem sequer fazia parte do poderoso Pai/patriarca. O chefe das tribos tinha direito de vida e morte sobre todos

que pertenciam ao seu clã. Patriarcas não se preocupavam em ser amados, mas em sempre ter a última palavra, em todas as questões. Na oração dominical, não somente o Senhor foi retratado como Pai, mas como Pai carinhoso, como Abba, Paizinho. O desafio do cristão é o de se comportar como “filho adotado”, no relacionamento diário com o Pai de Jesus Cristo. João, na sua Primeira Carta, determinou a qualidade da nossa comunhão com o Pai. “Deus é amor” – portanto, quem “Não ama, não conhece a Deus” (I Jo 4.8). Vai daí, que cultivar o amor é o mesmo que alimentar a comunhão com o nosso Deus.

Dia dos Pais Ivone Boechat, colaboradora de OJB

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evolução do mundo acontece com tamanha velocidade, que os filhos devem ser preparados, mais do que nunca, para respeitar os seus pais. É muito comum ouvir um jovem dizer: “Papai não me entende”. O entendimento deve ser mútuo. Acorda-se, todo dia, com o absurdo na última moda: no dia seguinte o absurdo de ontem já foi substituído por um absurdo maior. A compreensão sempre será uma bela característica do “homem-pai”. Ela mantém o equilíbrio na balança das concessões e ajuda no discernimento do sim e do

não. A compreensão carrega nos braços as dificuldades do choque da convivência, quando os comportamentos se agridem. O exemplo do pai está cada dia mais importante. De nada vale a severidade, as regras e exigências, se o filho descobre (e sempre descobre) que o seu discurso não corresponde à prática. O pai não é um mágico que se equilibra nas aparências, é um ser autêntico que vive as próprias limitações. Todo filho gostaria de ter um pai trabalhador, honesto, dedicado à família, e jamais um irresponsável, debochado, perdido na noite das indecisões, infeliz e semeando infelicidade. O Dia dos Pais deve ser uma ótima oportunidade de

autoavaliação: “Que tipo de pai eu sou? Uso devidamente a minha autoridade? Confundo autoritarismo com disciplina? Ou tenho sido um ditador, um poderoso chefão, dentro do meu lar?”. Como é bom ter um pai! Se ele for, é claro, investido das qualidades deste homem todo especial, isto é, se estiver em condições de contribuir com uma parcela de amor, de exemplo, reconhecendo a sua impossibilidade frente a inúmeros desafios. Se o tempo dedicado aos filhos é pequeno, que o amor seja em tempo integral. Conta-se que a diretora de uma escola realizava uma reunião com a família dos alunos e aproveitou a oportunidade para ressaltar a impor-

tância do apoio que os pais devem dar aos filhos. Pediu-lhes, também, que estivessem presentes o máximo de tempo possível, junto deles. A diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo para falar com o filho, nem tempo de vê-lo durante a semana. Quando saía para trabalhar, na madrugada, o filho ainda estava dormindo; ao voltar, era muito tarde e o garoto não estava mais acordado. Disse que a ausência o deixava angustiado. Para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria e dava-lhe um beijo na testa, todas as noites. Quando o filho acordava e via o

nó, sabia que o pai estivera ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles. A diretora ficou emocionada com essa história tão singela; mais surpresa ficou, quando descobriu que o filho desse pai era um dos meninos mais dedicados e meigos alunos da escola. O método educacional adotado pelos pais na educação dos filhos deve ser fundamentado no amor. Os filhos são dádivas de Deus, eles precisam ser educados e amados. A superproteção desequilibra tanto quanto o abandono. Eles podem ser lindos, feios, ricos, pobres: o importante é a orientação e o exemplo dos seus pais. Disciplinar significa organizar a vida! (I Reis 1.6).


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Cristo fora da família Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

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ossas famílias precisam da Graça de Deus e Jesus é a expressão dessa graça. Quando desfrutamos da Graça do Senhor, nossa vida muda radicalmente; passamos a viver para a Glória de Deus e assim buscamos estar no centro de Sua vontade. Nossas famílias precisam de Jesus para que possam viver em paz. O próprio Senhor Jesus disse assim: “Eis

que estou a porta e bato” (Ap 3.20). Sempre usamos esse verso no contexto evangelístico, mas esse texto, em seu contexto, está relacionado à Igreja do Senhor. Jesus estava fora da Igreja. Que absurdo! Como pode uma Igreja deixar Jesus do lado de fora? Esse mesmo absurdo é visto com as famílias. Deus planejou, formou e constituiu a família a partir do casamento e enviou Jesus para remir nossa vida, a fim de que as famílias fossem alinhadas à vontade de Deus.

A realidade é que Jesus encontra-se do lado de fora de muitas famílias e, por isso, muitas estão em frangalhos. É triste, mas a forma como as elas administram o dinheiro e buscam o prazer que o mesmo oferece, revela que Jesus está do lado de fora da família. É triste, mas a forma como nos envolvemos e nos viciamos com os aparelhos tecnológicos em detrimento da ênfase nas relações humanas mostra que Jesus está do lado de fora de muitas famílias. É preciso ouvir Jesus, o

Bom Pastor, batendo à porta e buscando um espaço para entrar e retirar os valores do diabo e instaurar os valores e princípios do Reino de Deus. Jesus, insistentemente bate à porta da família, para poder entrar e reinar no seio familiar. Jesus deseja reinar e governar nossas famílias. Jesus bate à porta desejoso para entrar e cear com nossas famílias, ou seja, Jesus quer ter comunhão com nossas famílias. Jesus está a porta e, por vezes, esse é o local aonde

deixamos o Mestre. Muitas pessoas até ouvem as batidas, muitas famílias sentem a necessidade, muitas sabem que a presença de Jesus será o melhor remédio, mas não são capazes de abrir a porta. Quando optamos em deixar a porta da nossa família fechada para Jesus, padecemos e não gozamos da verdadeira paz e felicidade. Pare tudo, ouça as batidas na porta. Vá até ela, abra. Deixe Jesus entrar, reinar e transformar e cuidar da sua família!

nos olhos, a paixão na alma e o encanto por uma existência repleta de descobertas, como se estivéssemos andando no corredor da morte. Tarefas e compromissos envolvidos pelo amor constituem-se num banquete prazeroso e inegociável para os apaixonados pela vida, que semelhantes a Jesus Cristo têm prazer em servir sob quaisquer circunstâncias. A construção de um mundo melhor, a começar da família, depende da intensidade, profundidade, largura e altura do amor que brota da alma. Quem almeja viver de modo a fazer diferença, sendo construtor de pontes entre os corações e facilitador do entendimento da vida com seus mistérios, não pode

sentir-se obrigado a nada, pois é impossível transformar um ambiente, tornando-o encantador, se não for através do amor. Caso o amor não seja a nota determinante das ações, a música que deveria servir para encantar e inspirar se transformará em um canto de lamentos, angústia e desespero. Podemos e devemos fazer tudo de conformidade com nossas forças e de todo coração, glorificando ao Senhor, que nos ama de forma incondicional, desejando que sejamos felizes neste mundo e na eternidade. Sempre que estivermos fazendo alguma coisa, tenhamos a humildade e sabedoria de perguntar a nós mesmos: “A motivação é

o amor ou a obrigação?”. Entendamos que da sincera resposta advinda de um coração contrito e transformado pela mente divina, expressaremos a todos o nosso padrão de vida, perspectivas de futuro, credibilidade das pessoas nas nossas palavras e motivos, intensidade e durabilidade dos relacionamentos. Sejamos conscientes e cautelosos na resposta que concederemos, crendo que o Espírito Santo de Deus já tem nos inquietado há muito tempo, desejando que façamos todas as coisas pelo motivo certo, que é o amor, razão única de estarmos vivos, pois Jesus Cristo sempre foi motivado a viver e servir pelo amor.

Amor ou obrigação? Doronézio Pedro de Andrade, pastor da Primeira Igreja Batista em Guarapari

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vida é um constante turbilhão de coisas a fazer, envolvendo todo o nosso ser em uma roda viva de atitudes, decisões e escolhas, sem que sejamos, na maior parte do tempo, consultados quanto à capacidade, recursos, experiência e conhecimento. A partir do relacionamento com o nosso mundo interior, estendendo-se para Deus e o outro, tudo o que fazemos implica em darmos respostas aos estímulos e expectativas. Nem sempre temos a noção exata da razão que nos motiva, visto que a linha divisória

entre o amor e a obrigação é tênue, quase imperceptível, fruto, muitas vezes, da ausência de transparência, pelo receio de nos expôr, bem como pela falta de lucidez, na capacidade de vivermos a essência da vida e a excelência nos relacionamentos. A assertiva das Sagradas Escrituras é de que o amor edifica e a ciência mata. Muitos perderam a espontaneidade ao fazer as coisas, sentindo um enorme peso, vivendo presos a conceitos inadequados de perguntas e respostas prontas, como se a vida fosse uma ciência exata, bloqueando a criatividade, deixando de caminhar mais além. Agindo pela obrigação, passamos a viver angustiados, sem o brilho


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reflexão

5 Razões para investir na Juventude de sua Igreja:

2 - Ela está na fase de decidir sobre vocação Raniere Carvalho, 1º secretário da JBB, membro da Primeira Igreja Batista do Guará - DF

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a juventude, as coisas acontecem de forma muito rápida e intensa, são várias decisões que são tomadas nesta fase da vida. Ainda ecoa na mente a pergunta: “O que eu vou ser quando crescer?”. A pergunta que na infãncia era feita somente pelos mais velhos, agora também é feita pelo próprio jovem (leia-se também adolescente). Chega a hora dos testes vocacionais,

das descobertas de aptidões, das revelações de habilidades e a sensação do propósito da vida. Neste caminho, muitas dúvidas e dilemas surgem, e várias vezes nos deparamos com uma galera que ainda não sabe qual rumo tomar na vida. As perguntas são muitas e, na maioria das vezes, não sabemos para quem perguntar, ou para quem tem as respostas certas para as minhas perguntas ou, ainda, será que estamos fazendo as perguntas certas? Então, vem a necessidade de investir na vida dos jovens, de ensinar, de cuidar,

de mentorear, de pastorear. Na segunda carta, Paulo escreve para Timóteo: “As palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam capazes de ensinar a outros” (II Tm 2.2). Devemos ajudar essa galera a encontrar um sentido na vida que aponte para Jesus. Não podemos economizar tempo na formação dos jovens; quando um (a) jovem pedir para você um tempo para conversar, priorize isso, quem sabe essa conversa poderá produzir marcas eternas na vida dessa pessoa. Pau-

lo escreve isso na segunda carta aos coríntios: “Vocês mesmos são a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos. Vocês demonstram que são uma carta de Cristo, resultado do nosso ministério, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de corações humanos” (II Co 3.2-3) Deixar marcas importantes e que glorifiquem a Deus na vida dos jovens torna-se um legado eterno. Ter uma juventude imbuída no propósito de anunciar o Reino de Deus usando todas

as suas habilidades, talentos, dons e vocação é um privilégio, mas também demanda um investimento que não podemos nos abster. As decisões da vida serão tomadas mais facilmente quando respaldadas por pessoas que investem na vida de outras pessoas, ajudando-as a um dia a caminhar com as próprias pernas glorificando a Deus. Por falar em investir, incentive o seu líder de juventude a participar da nossa conferência para pastores e líderes de juventude. Mais informações www.paixaopelajuventude.com

Unidade na Diversidade Genilson Vaz, pastor da Primeira Igreja Batista em Ribeirão Preto - SP

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o iniciar qualquer diálogo, Sócrates dizia: “Se queres conversar comigo, define tuas palavras”. Então, para início de reflexão, definamos as palavras. Unidade: “Caráter do que é um, único, daquilo que forma um todo”; “Grandeza tomada como termo de comparação com grandezas da mesma espécie” ou “Acordo, harmonia entre pessoas”. Diversidade: “Variedade, pluralidade, diferença”; “É um substantivo feminino que caracteriza tudo que é diverso, que tem multiplicidade”; “Reunião de

tudo aquilo que apresenta múltiplos aspectos e que se diferenciam entre si”. Uma das mais belas e ricas experiências de ser Batista é exatamente nossa diversidade, que abre o caminho para nossa unidade. Havia um tempo entre nós, Batistas, e já vai longe, em que todas as Igrejas locais tinham um certo “comportamento padrão”: Escola Bíblica Dominical e culto da manhã, culto da noite às 20h, cultos de oração toda quarta-feira; órgão e piano, Cantor Cristão, uniões de treinamento. Isso revela que havia “unidade de comportamento eclesiástico”. No entanto, necessariamente isso não seria afirmar que entre nós havia unidade de pensamento e teologia. A

unidade ultrapassa os limites do “comportamento do grupo”. A diversidade nos ajuda a pensar, fazer e atuar em diversas frentes, quer na vida missionária da Igreja, quer na sua atuação em favor do próximo, e assim por diante. Uma figura que talvez defina bem nossa unidade e diversidade é a orquestra; que é, ao mesmo tempo, diversa e una. São variados os seus instrumentos, que nos revelam diversidade, mas na leitura da partitura, liderada pelo maestro, executa com brilho e harmonia a música, demonstrando unidade. Como anda hoje nossa unidade neste ambiente de diversidade? Não somos mais aquele povo que cele-

bra do mesmo jeito, na mesma hora, com os mesmos instrumentos. Mas somos os mesmos que adotam as Escrituras como única regra de fé e conduta, que crê no sacerdócio de todo salvo, que aceita o sacrifício de Jesus Cristo como completo para nossa salvação, e outras coisas mais. E são estes postulados que nos dão unidade, mesmo sem fazer as mesmas coisas do mesmo jeito. O ilustre, único e legítimo apóstolo do Novo Testamento, Paulo, nos convoca a uma vida de unidade, segundo ele, “De maneira digna da nossa vocação” e, ao mesmo tempo, nos conclama a andarmos juntos, até porque a vida cristã não pode ser uma caminhada solitária, na

experiência de um eremita. Em Efésios 4.1-3, Paulo nos chama a uma vida de relacionamento em unidade, o que requer de cada crente a presença do fruto do Espírito em sua vida. Usando a analogia do corpo humano, Paulo novamente nos ensina que formamos um só corpo (I Coríntios 12.12-31), temos um só Espírito que habita em nós e leva-nos à consciência e compreensão de pertencermos ao Senhor. Com certeza, se celebramos nossa unidade dentro dos padrões aprendidos na Palavra de Deus, poderemos proclamar nossa fé, nossa prática e nossa conduta, apesar de não fazermos as coisas da mesma maneira.


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missões nacionais

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Projeto Sertão

Projeto Amazônia

Alcance Surdos

Primeira turma de Radical Sertanejo começa o treinamento

Batismos marcam domingo dos Radicais

Operação Jesus Transforma em Petrópolis, região serrana do RJ, leva salvação aos surdos do município

Alunos da primeira turma do projeto

No dia 23 de julho, um culto abençoado marcou o início do curso preparatório da primeira turma de Radical Sertanejo, na Igreja Batista Plenitude, em Exu -PE. O grupo, com 10 jovens, começou, já na segunda-feira (25), a acompanhar aulas que vão qualificá-los para o trabalho de plantação de Igrejas nesta região do país e a evangelização dos sertanejos. O curso tem duração de três meses. Há milhares de Comunidades Sertanejas no Nordeste do Brasil. São vidas preciosas que ficam distantes dos centros urbanos e passam diversas dificuldades. Você pode dar suporte a esse Projeto. Seja um parceiro da obra missionária através do PAM Brasil. Entre em nosso site e veja como participar da grande obra que o Senhor está fazendo no sertão brasileiro: www. missoesnacionais.com.br. É Tempo de Avançar, Multiplicando o Amor de Deus!

A equipe do Projeto Amazônia teve muito o que celebrar no domingo, dia 17 de julho. Este dia ficará marcado para sempre na vida de dois Radicais, Rhuan e Jerson, que levaram ao batismo 16 pessoas da comunidade ribeirinha do Livramento, em Manaus -AM. Com os pastores Donaldo e Alexandre, esses jovens puderam conduzir seus RDs até as águas do batismo e compartilhar com eles esse momento singular na vida de um discípulo. Eles nunca mais serão os mesmos após essa rica experiência em sua formação. É Tempo de Avançar, Multiplicando o Amor de Deus!

Evento gerou bons resultados

Manhã de alegria na comunidade Ribeirinha

A Operação Jesus Transforma Alcance Surdos em Petrópolis – RJ terminou com um saldo positivo. De 10 a 17 de julho, 20 voluntários capacitados para evangelização de surdos estiveram nas ruas da cidade da região serrana do Rio de Janeiro, para alcançar essa parcela da população para Cristo. Os números são animadores: 108 surdos foram evangelizados nas ações realizadas; 58 assistiram ao filme “Jesus”; 25 concluíram o estudo bíblico e se converteram a Cristo. É Tempo de Avançar, Multiplicando o Amor de Deus!


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notĂ­cias do brasil batista


notícias do brasil batista

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PROGRAMAÇÃO ORADORA OFICIAL: Profa. Peggy Smith Fonseca, RJ PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: Ksenija Magda – Presidente do Departamento Feminino da Aliança Batista Mundial CONFIRA ALGUNS DE NOSSOS TEMAS: Capacitação para Jovens Cristãs, Jovens Senhoras e Mensageiras do Rei com as Coordenadoras Nacionais VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER – Profa. Janaina Eler de Carvalho Souza – RJ COMO LIDAR COM A QUESTÃO HOMOSSEXUALIDADE – Profa. Lucia Cerqueira Coelho De Souza, RJ TRANSFORME SEUS TALENTOS EM UM NEGÓCIO COM PROPÓSITO – Profa Adriana Silva Valente – SP QUANDO A EMOÇÃO VIRA LESÃO – Dr. Jorge Miranda – ES A VERDADEIRA ADORAÇÃO E FLASH MOB – (Oficinas para MR) MM Jilza Feitosa De Araújo, RJ EU NASCI EM UMA FAMÍLIA DISFUNCIONAL – Profa Janaina Eler de Carvalho Souza – RJ FINANÇAS NA VIDA DA MULHER CRISTÃ – Pr. Valmir Vieira COORDENAÇÃO MUSICAL: Jilza Feitosa de Araújo e a equipe de músicos da PIB de Moça Bonita, RJ INSCRIÇÕES – Direto através do site ou pelo telefone (21) 3031-4756 ou 2570-2848

PROMOÇÃO ESPECIAL Parcelamento em até 10 vezes sem juros no cartão de crédito


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notícias do brasil batista

CB Baiana realiza 93a Assembleia, elege nova diretoria e lança Planejamento Estratégico Lidiane Ferreira, jornalista da CBBA

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m sua 93ª edição, a Assembleia Anual da Convenção Batista Baiana foi um grande momento de adoração e louvor a Deus e também de comunhão, capacitação e tomada de decisões importantes que deverão nortear as ações nos próximos anos. A Primeira Igreja Batista de Valença-BA está comemorando 125 anos. Para tanto, foi realizada uma verdadeira Semana Batista, de 27 de junho a 02 de julho. Foram 595 mensageiros inscritos, representando 257 Igrejas. Nos cultos à noite, o número de presentes chegou a duas mil pessoas. No dia 27, foi realizado um grande Culto em Ação de Graças pelo aniversário da Igreja. Ex-pastores foram homenageados, além do atual pastor, Abimael Ribeiro. O coral da Igreja e a mensagem do orador, pastor Pedro Chagas, impactaram os presentes. Cultos inspirativos A programação das manhãs contou com mensagens do pastor Carlos Queiroz (Fortaleza-CE), que inspiraram os presentes. As participações musicais marcaram a Assembleia pela alta qualidade estética e por envolver os convencionais em um só coral de adoração ao Senhor. As noites foram especiais: Abertura (28/06) – com mensagem do pastor Ivan Luna (Igreja Batista Central de Paripe – Salvador-BA); Juventude (29/06) – pastor Anderson Lima (Segunda Igreja Batista de Porto Seguro-BA); Responsabilidade Social (30/06) – pastor Carlos Queiroz; e

Mesa da Noite de Abertura com participação do pastor Sócrates de Oliveira

Diretoria da CBBA eleita para o biênio 2016-2018

Convencionais e visitantes durante um dos cultos noturnos da 93ª Assembleia

Pastor Erivaldo Barros é Secretário Geral da CBBA

Missões (01/07) –missionários da CBBA, gerente de Expansão Missionária, pastor Riedson Filho e secretário Geral, pastor Erivaldo Barros. Na abertura, que contou com a presença do diretor Executivo da Convenção Batista Brasileira, pastor Sócrates Oliveira, foram recebidas em clima festivo 16 novas Igrejas ao rol cooperativo da CBBA. A Juventude Batista Baiana apresentou seus projetos e eventos. A Associação das Esposas de Pastores Batistas do Estado da Bahia celebrou 50 anos de história na Noite da Responsabilidade Social. Na Noite de Missões, os missionários fizeram uma apoteose sobre o tema da Campanha, “Bahia para Cristo: por amor eu anuncio” e a divisa João 3.16. Foram apresentados, também, os novos

missionários. E as crianças do Congresso Infantil fizeram uma apresentação durante o culto. Capacitação e decisões Na 93ª Assembleia, foram realizados seminários através de parceria com o Envisionar/ SEPAL: Visão de futuro e planos para uma Igreja simples, transformadora e multiplicadora (pastor Josué Campanhã); Líderes que frutificam (Sara Macedo), A formação de um discípulo (Juan Nieto) e Revolucione o ministério com crianças (Raquel Campanhã e Polliana Ramos). Houve também o 4º Congresso de Educadores, cuja oradora foi a professora Sonilda Sampaio e o XXI Encontro dos Músicos, cujo orador foi o cantor Will Lopes. Duas pautas importantes

das reuniões deliberativas foram aprovadas pelos mensageiros. O novo Regimento Interno agora está adequado ao Estatuto da CBBA reformado em 2014. Outro passo importante foi a aprovação do Planejamento Estratégico da Convenção Batista Baiana para os próximos dez anos. Foi eleita a nova diretoria da CBBA para o biênio 2016/2018 - Presidente: pastor Adelson Augusto Brandão Santa Cruz; 1º vice-presidente: pastor Matheus Guimarães Guerra Gama; 2º vice-presidente: pastor José Roberto Amorim Lima; 3º vice-presidente: pastor Odirlei Lima Carneiro; 1º secretário: pastor Arnaldo Ferreira dos Santos; 2º secretário: pastor Abimael Putumunjum e 3ª secretária: Sueli de Alcantara Mota Sena. Órgãos auxiliares

também elegeram suas novas diretorias. Homenagens Neste ano, a homenagem póstuma foi feita ao ministro de música e médico doutor Agenor Miranda Neto (in memoriam), representado por um de seus filhos, nora e netos. Já o pastor Valdemir Luiz dos Santos, que marcou a região de Juazeiro-BA através da evangelização e plantação de Igrejas, foi o homenageado em vida, sendo representado por sua filha e genro. Também foi homenageado o casal de missionários pastor Manoel e Elzeni Carneiro, por conta da plantação de Igrejas em Chorrochó-BA. Em 2017, a PIB em Itamaraju receberá os Batistas baianos na 94ª Assembleia Anual da CBBA, de 27 de junho a 01 de julho.

CONVITE DO CONCÍLIO AO MINISTÉRIO DA MÚSICA DE ROSANA CANUTO GOMES A Igreja Batista Betel em Pavuna - RJ, convida aos senhores para o Concílio da irmã Rosana Canuto Gomes que dar-se-á no dia 27 de agosto de 2016 às 10h, no templo desta Igreja, à Rua Av. Sargento de Milícias, 580, Pavuna-RJ. A consagração será no dia 03 de setembro de 2016 às 19h, estando à mesma sujeita à recomendação do Concílio. Atenciosamente, Luciano Braga Franco Pastor Presidente


o jornal batista – domingo, 14/08/16

missões mundiais

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O perdão no relacionamento pais e filhos José Calixto Patricio, pastor – Missões Mundiais

H

á pouco tempo, falava com um amigo por telefone. Ele queixava-se de que o seu filho, de 18 anos, tinha se transformado em uma tremenda dor de cabeça para ele e para a sua esposa. O rapaz não queria estudar, não queria trabalhar, estava envolvido com drogas, amizades duvidosas, e já não mostrava respeito algum pela autoridade dos pais. O que dizer em uma situação dessas? Bom, depois de ouvi-lo, decidi dizer-lhe para convidar o seu filho para ir a um parque e, em um momento de comunhão, ler esta passagem do Pentateuco: “Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz do seu pai e à voz da sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, então, seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade e à porta do seu lugar, e dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é um comilão e beberrão. Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão com pedras, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, para que todo o Israel o ouça e tema.” (Dt 21.18-21). Ainda não tive a oportunidade de saber como foi o encontro entre pai e filho. Você já imaginou o que aconteceria nos nossos dias com milhares de filhos, se

este conselho de Moisés ao povo de Israel no deserto, fosse colocado em prática hoje? Estou seguro de que a morte por apedrejamento se converteria na primeira causa de morte entre os jovens. De 1977 a 1994, a minha esposa e eu servimos como missionários na Venezuela. Lembro-me que um dia, um jovem com os seus 30 anos, veio ao meu gabinete para pedir aconselhamento. Ele compartilhou que já tinha se divorciado duas vezes e que a sua atual companheira já ameaçava deixá-lo também. Ele contou que tudo na sua vida dava errado. Era como se uma maldição o acompanhasse por onde quer que ele fosse. Quando lhe perguntei como era o seu relacionamento com os seus pais, ele começou a chorar e desabafou: “Pastor, eu tenho uma raiz de amargura muito profunda no meu coração contra o meu pai. Quando eu era um miúdo de 7 anos, corri para o meu pai e dei-lhe um beijo e um abraço. Então o meu pai deu-me uma bofetada e disse-me que beijinho era coisa de maricas”. Abri a minha Bíblia e li para ele as palavras do apóstolo Paulo: “Filhos, obedeçam a vossos pais no Senhor, pois isso é justo. Honra a teu pai e a tua mãe – este é o primeiro mandamento com promessa – para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6.1-3). Eu o encorajei a encher o seu coração de perdão para o seu pai, a fim de que pu-

desse experimentar a bênção e a paz de Deus na sua vida. Poucos dias depois aquele jovem veio participar no culto da nossa Igreja, e disse-me: “Pastor, conversei com o meu pai. Eu pedi-lhe perdão e ele pediu-me perdão. Agora o meu coração está em paz com Deus!”. No Antigo Testamento, alguns filhos foram mortos por Deus como consequência de sua desobediência e porque não souberam honrar os seus pais. Eles são: Nadabe e Abiú, filhos do sacerdote Arão e Hofne e Fineias, filhos do sacerdote Eli (Levítico 10.1 e 2 e I Samuel 2.22-25). Paulo apresenta três razões porque os filhos devem obedecer e honrar a seus pais: - “Porque isto é justo” (Ef 6.1); “Porque isto é agradável ao Senhor” (Cl 3.20); “Para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6.3). Agora uma palavra para os filhos casados. Enquanto você é solteiro e depende dos seus pais, você lhes deve “obediência e honra”. Mas depois de casar e quando já formou a sua própria família, você deve aos seus pais somente uma coisa: “Honra”. Quando eu estudava no Seminário no Rio de Janeiro no ano de 1971, participei numa conferência chamada “Conflitos da Vida”, com um pregador norte-americano chamado Larry Coy. Em uma das mensagens, Deus falou tremendamente ao meu coração porque eu tinha sido um

filho muito desobediente e rebelde, especialmente com a minha mãe, entre os meus 17 e 18 anos. Preparando-me para o ministério, e na época já com 20 anos, decidi fazer uma viagem de 17 horas de carro desde o Rio de Janeiro até a minha pequena cidade de Itajaí, em Santa Catarina, para pedir perdão a minha mãe. Como aquela experiência abençoou o meu próprio coração e o coração da minha mãe. Como a experiência do perdão é abençoadora no relacionamento pais e filhos, e talvez a única cura para tanto desentendimento e frustração. Durante os anos em que fui missionário na Venezuela, era um obreiro muito ocupado. Por assumir mais compromissos do que deveria, era comum estar estressado, e houve um período da minha vida em que me tornei bastante agressivo. A minha esposa e os meus filhos eram os que mais sofriam com as consequências do meu estresse. Muitos anos se passaram e eu e minha esposa, a missionária Suely, já estávamos na Costa Rica quando a nossa filha, Danielle, com 19 anos, se despedia de casa para ir estudar na Ouachita Baptist University, em Oklahoma, nos Estados Unidos. Há algumas horas de levá-la ao Aeroporto Internacional em San José, eu convidei-a para ir até ao nosso quarto. Minha filha assentou-se na nossa cama naquela posição de índio. Então eu disse-lhe: Filha, o papai quer pedir para você não levar uma

mala para a universidade. Ela franziu as sobrancelhas e perguntou-me: “Que mala é essa papai?”. Eu lhe respondi: “A mala da amargura e do ressentimento contra o papai”. E continuei: “Filha, você pode perdoar o papai por todos os gritos e por tudo o que o papai tenha falado com você que magoou o seu coração?”. Minha filha pôs-se de pé na cama e, chorando, saltou para os meus braços e disse-me: “Sim, papai. Eu te perdoo”. No relacionamento entre cônjuges, pais e filhos, a humildade para pedir perdão é uma atitude incomparável para produzir saúde e reconciliação na família. Quantos filhos sonham com o dia em que o seu pai, ou a sua mãe, reconhecendo que cometeram erros em seus relacionamentos, possam com humildade pedir perdão? Mas também posso pensar nos filhos que precisam pedir perdão aos seus pais, como aquele jovem engenheiro venezuelano que, depois de 25 anos, procurou o seu pai para lhe pedir perdão. O apóstolo Paulo exorta os crentes do seu tempo com estas palavras: “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também” (Cl 3.13). Que excelente exortação para todos nós nos tempos modernos. E tanta tristeza, separação e amargura que poderiam ser evitadas.

“Quem tem medo de ser missionário” pela primeira vez no Nordeste Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

O

evento que tem ampliando a visão de vocacionados sobre a missão chegou ao Nordeste. Neste sábado, 13 de agosto, foi a vez de João Pessoa - PB receber o “Quem tem medo de ser missionário?”. O local escolhido foi a Igreja Evangélica Batista de João Pessoa. A missionária Analzira Nasci-

mento esteve por lá com sua equipe das 15h às 21h. Vocacionados de outros estados nordestinos também compareceram e, ao final do evento, a maioria disse ter alcançado o propósito maior que é entender que cada um de nós fazemos parte da missão de Deus no mundo. “Todos temos uma vocação e devemos fazer tudo para a glória de Deus. Esperamos que os jovens tenham realmente tirado suas dúvidas

Analzira Nascimento orienta jovens na descoberta da vocação

sobre missão e vocação”, diz Analzira. Este foi o último “Quem tem medo de ser missionário?” do ano. Somos gratos ao pastor Tomaz Munguba,

titular da Igreja, e ao pastor Josué Peixoto, líder de Missões, por receberem Missões Mundiais. Nos seis eventos já realizados, o principal questionamento do público foi: “Eu sou vocacionado?”. Analzira relata que há muitos que se sentem culpados por não se acharem vocacionados para ser um missionário. Querem saber qual é a sua vocação e o sentido de suas vidas. Durante o “Quem tem

medo de ser missionário?”. A equipe de Missões Mundiais apresenta ao público os caminhos a percorrer e critérios para ser um missionário da JMM. Também fala sobre os desafios do mundo, mostrando como a JMM está respondendo a eles e o que tem feito nos campos missionários. A Igreja que deseja abrir suas portas ao evento, deve escrever para: com.vocacao@jmm.org.br


12 Primeira Igreja Batista do Bairro Ideal - RJ realiza o 3o Congresso da União de Homens o jornal batista – domingo, 14/08/16

notícias do brasil batista

Atter Matos, membro da Primeira Igreja Batista do Bairro Ideal - RJ

O

3º Congresso da U.M.B. da Primeira Igreja Batista do Bairro Ideal-RJ foi uma bênção; superou todas as expectativas. Corais, conjuntos, organizações, visitantes agnósticos e interdenominacionais nos prestigiaram e participaram deste nosso encontro, que aconteceu nos dias 02 e 03 de junho deste ano. Tivemos como divisa: “Todas vossas obras sejam feitas e amor” (I Co 16.14). Nestes dois dias de festa presenciamos e participamos de banquetes espirituais em forma de culto: eclético, diferenciado e animado, onde a tônica se materializou pela oração - que pode em muito em seus

Homens são reconhecidos pelo amor ao Evangelho

efeitos -, tendo como cenário nosso templo maior. Chegamos a esta temática porque aqui, em nossa Igreja, os homens são de fé, fortes em coragem e trabalham com o verdadeiro amor ao Evangelho de Cristo. Sendo firmes, constantes e amorosos na administração dos nossos respectivos lares, bem como contra as tentações e ventos de doutrinas que nos

cercam, na certeza de que sem o Amor de Deus, de nada serviríamos. Toda segunda-feira, às 20h30 - dia da nossa reunião -, crescemos em uma escola de pregadores e cantores regados a testemunhos vivos. Também, por aqui, jovens recém-casados não se intimidam ou se acanham em nossas reuniões, porque são sempre bem acolhidos. Rati-

ficando que: genro, sogros, filhos, amigos e irmãos nos torna uma grande família. Algo cultivado e cativado desde nossos Embaixadores do Rei que, por vezes, são convidados a assistirem nossas reuniões. Em uma destas noites, nosso pastor, em suas palavras iniciais, fora muito feliz quando comparou os departamentos da nossa Igreja com membros de um corpo. Nossas irmãs da M.C.A. compostas por esposa, filhas e noras -, ficaram como o lado direito deste corpo. E, nós, da U.M.B. ficamos como o seu lado esquerdo, por apoiarmos os projetos de cestas básicas, e quentinhas que ajudam a moradores de rua e comunidades carentes. Nos tornando assim, reflexo do bom momento vivido na Casa do Senhor.

De volta ao nosso Congresso, tivemos um culto abençoado e abençoador com justas e respectivas homenagens a fundadores e pessoas importantes para fundação, manutenção e continuação deste trabalho. Os pregadores escolhidos e inspirados por Deus falaram ao mais profundo dos nossos corações sobre coragem, fé e amor, somado a louvores que contaram parte da nossa história. Em especial, nosso conjunto: “Som maior”; dando-nos Deus a oportunidade de lhe prestarmos um culto diferenciado. Algo que tocou no coração do Todo Poderoso e fez a diferença em nossa vizinhança, amigos e membresia. E, que doravante, venham tantos outros desafios. Porque com Cristo, de certo e por certo, somos muito mais que vencedores!

Batistas Sergipanos realizam 66a Assembleia Anual com o tema ‘Chamados para transformar’ Udicleine Ramos, coordenadora de Comunicação da Convenção Batista Sergipana

O

s Batistas sergipanos viveram dias abençoados no período de 15 a 17 de julho, quando aconteceu a 66ª Assembleia Anual da Convenção Batista Sergipana, na Catedral Batista na cidade de Lagarto – SE. Com o tema ‘Chamados para transformar’, o encontro reuniu membros e congregados de Igrejas Batistas de todos os cantos do estado, durante três dias, unidos no propósito de discutir projetos, apreciar relatórios, mas, acima de tudo, buscar a presença de Deus e desfrutar de momentos preciosos de comunhão. “A partir de uma transformação pessoal, somos agentes transformadores”, declarou o orador do evento, pastor Antônio Sérgio, que veio de Vitória da Conquista – BA, especialmente para a ocasião. Além do pastor, outros convidados especiais participaram da

Coro da Cristolândia Sergipe

programação da Assembleia. Alunos do curso de música do Seminário Teológico Batista Sergipano louvaram ao Senhor com cânticos de adoração. Na semana Batista tivemos o culto “dia D”, realizado pela Juventude Batista Sergipana, com a presença do pastor Marcelo Ximenes, da Igreja Batista da Jaqueira, em Recife - PE. A celebração dos 70 anos da União Feminina no estado contou com a participação da coreografia das crianças da Igreja Batista em Lagarto. Também foi realizada a Assembleia da OPBB-SE, que teve como oradores os pastores; Boanerges Filho (Recife-PE) e Nilton Melo (Aracaju-SE). A Noite Missionária, realizada no dia 16, foi abrilhan-

A programação reuniu batistas de todo o estado de Sergipe

tada com a participação do coral da equipe que trabalha no projeto embrionário Cristolândia Sergipe, formado por voluntários e ex-moradores de rua, evangelizados no trabalho missionário e coordenado pelo pastor Daniel Paz. Fomos impactados também com o testemunho de Rufina Rodrigues, mãe de uma criança que estuda em uma unidade do PEPE onde, através da vida dessa criança, sua família conheceu Jesus e encontrou sentido para o seu viver. Por fim, a inspiração musical de um grupo formado especialmente para louvar ao Senhor, com o hino oficial da Campanha de Missões Estaduais 2016 “Chamados para transformar”, canção em

Palavra do novo Coordenador de Missões, Marcos Azevedo

ritmo nordestino e escrita tou o novo coordenador de pelo irmão David Queiroz. Evangelismo e Missões, pastor Marcos Azevedo, casado com Sergipe conta com um Alessandra Azevedo e pai de novo coordenador de Raquel e Emanuel. A família Evangelismo e Missões teve participação efetiva na A obra missionária em Ser- Bahia, onde trabalhou com gipe tem crescido significa- plantação de Igrejas na cidade tivamente nos últimos anos, de Barra da Estiva e foram mise para avaliar o avanço do sionários de alianças estratégitrabalho e desafiar os Batistas cas. Em Pernambuco, o pastor sergipanos a persistirem na atuou como coordenador de missão que lhes foi confiada, Missões no estado, represeno diretor executivo da Conven- tante de missões Nacionais ção Batista Sergipana (CBS), em todo Nordeste e também pastor Marivaldo Queiroz, foi coordenador de Missões no apresentou aos convencionais estado do Piauí. Para saber mais sobre nosalguns projetos a fim de que o estado avance ainda mais. Na sos projetos e campanhas, ocasião, o diretor executivo acesse: www.batistasdeseragradeceu ao pastor Flávio gipe.com.br Amorim pelo trabalho desenwww.facebook.com/batisvolvido no campo e apresen- tasdesergipe


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o jornal batista – domingo, 14/08/16

ponto de vista

Deixaremos saudades? “Depois Josafá descansou com seus pais, e foi sepultado com eles na cidade de Davi. E seu filho Jeorão reinou em seu lugar. Ele tinha trinta e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém. Morreu sem deixar saudades; e o sepultaram na cidade de Davi, mas não nos sepulcros dos reis” (II Cr 21.1-20).

A

história desse rei é muito triste. Tão triste que não deixou saudades, não deixou marcas positivas e abençoadoras. Desviou-se dos caminhos de Deus, levando o povo para a prostituição espiritual, além de ter matado seus irmãos à espada. Morreu com 40 anos e nem foi sepultado no sepulcro dos reis. À luz desta história triste, reflitamos acerca de nossa relevância neste mundo. Que tipo de influência temos exercido em nossos contextos? Será que ao morrermos as pes-

soas sentirão a nossa falta, sentirão saudades de nós? Somos pessoas necessárias neste mundo? Estas são perguntas muito pertinentes, considerando que vivemos num mundo narcisista, egoísta, hedonista e consumista. Na verdade, temos vivido em função de nós mesmos, dos nossos cargos e de nossos familiares. A vida cristã se resume aos domingos e não temos prazer no testemunho do Evangelho de Cristo durante a semana. Não apresentamos o Evangelho por palavras e ações, como nos ensinou o Senhor Jesus. Vivemos uma vida religiosa sem paixão, sem brilho e sem relevância. Deixaremos saudades? Deixaremos porque servimos às pessoas, nos preocupávamos com elas, fazíamos o bem por toda a parte, agíamos com liberalidade, solidariedade e generosidade? Que tipo de influência exercemos na sociedade? Não é verdade que deixamos de aproveitar muitas

oportunidades para abençoarmos pessoas com nossa profissão, servindo-as em nome de Cristo Jesus? Ao olharem para nós, as pessoas veem um belíssimo testemunho do Evangelho da graça? Veem em nós pessoas amorosas que perdoam os que ofendem? Poucos são os que têm prazer em ajudar, dar uma palavra de encorajamento, conversar, aconselhar, motivar, orientar, confrontar e servir em nome do Senhor. Se morrêssemos hoje, faríamos falta para as pessoas fora do nosso ambiente familiar? Somos realmente necessários na sociedade? Que tipo de impacto temos gerado em nosso contexto? Negativo ou positivo? O rei Jeorão não é o nosso modelo de líder, de pessoa comprometida com Javé. O Senhor o enfermou e ele morreu. Não deixou saudades porque não foi obediente ao Senhor. Viveu uma vida de egoísmo e irresponsabilidade. Uma vida execrável.

Ele entristeceu profundamente o coração do Senhor. Há muitas pessoas como o rei Jeorão. São desobedientes, implacáveis em seus atos danosos, insensíveis, carnais e interesseiras, mesmo como membros de Igreja. Pessoas que vivem para si mesmas não deixam saudades. Pessoas que buscam status, pódio, eminência, confetes, reconhecimento, fama não agradam a Deus e estão fadadas ao fracasso e ao ostracismo. Não deixar saudades é não deixar marcas que valem a pena. Não gerar saudades é fruto de uma vida focada nas coisas desta terra e não nas coisas de cima (Colossenses 3.1-2). É viver centrado em si mesmo. Pessoas que prejudicam o próximo não deixam saudades. Os que falam mal da vida alheia igualmente não são saudosas, não deixam lembranças abençoadoras. Sabemos que tudo o que o homem semear isto também ceifará (Gálatas 6.7). A vida é plantar e colher. Ouvir e praticar. Aprender e fazer.

Quanto mais solidários, menos solitários. Quanto mais generosos, mais aumenta a nossa sementeira. Se nós desejamos agradar a Deus, certamente deixaremos saudades. O que o Pai requer de nós é que cumpramos a missão ordenada por Seu Filho Jesus (Mateus 28.18-20). Para impactar o ambiente em que vivemos, precisamos ter a fé de Abraão, a persistência de Jacó, a mansidão de Moisés, a coragem de Davi, a fidelidade e intrepidez de Elias, a humildade de Jeremias, a sensibilidade de Isaías, o espírito evangelístico de Paulo, a santidade de Estêvão, a alegria de Silas, a intrepidez de Apolo, a precisão em relação às Escrituras de Áquila e Priscila, o amor de João, a generosidade de Barnabé, a integridade de João Batista e a diaconia amorosa de Jesus, que deu a Sua vida por nós na cruz, ressuscitando ao terceiro dia. Deixemos nas pessoas as marcas do Senhor Jesus para a Glória de Deus Pai.

nas ovelhas independência do pastor da terra. Prefere desenvolver nelas a dependência do Pastor Celestial. Quanto mais a ovelha ver em Cristo o seu pastor, menos dependente ela será do pastor da terra. Esse pastor terreno é um verdadeiro pastor. Quanto mais ele leva suas ovelhas a terem Cristo como seu Pastor, menos precisarão do pastor terreno. Elas cuidarão de si

mesmas, e, ainda, das outras ovelhas também. O mais importante é que, quanto mais ele torna as suas ovelhas, em ovelhas de Cristo, mais ovelhas elas reproduzirão. É aí que ele demonstra ser um bom pastor. E, para finalizar, que tipo de pastor Jesus, o Bom Pastor, prefere? Sem dúvida, o pastor sem ovelhas, pois já as levou a serem ovelhas de Cristo. Quem se habilita?

Pastor sem ovelhas mos em sermos reconheciManoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB dos pelas ovelhas. Isso nos traz sensação de segurança. astor sem ovelhas? Que elas vejam e reconheEntão é um pastor çam nossas qualidades. Essa idoso, jubilado, di- expectativa nos traz um ríamos, aposentado? peso tão grande, que afeta Não, trata-se de um pastor a nós e a nossos familiares. Os membros das Igrejas em atividade. Explico. O verdadeiro pastor, vê gostam de mencionar os em sua tarefa uma difícil defeitos do pastor perto de missão. É uma luta interna. seus familiares. Qual a solução? Ela tem Ela parte do fundo do coração. Nós, pastores, sonha- um preço a pagar. Começa

P

na primeira bem-aventurança, e continua na segunda. Humildade e mansidão. Não devemos esperar nada esperar dos humanos, mas, sim, de Deus, e entregar todos os nossos direitos nas mãos dEle. O pastor sem ovelhas não as considera suas ovelhas. Tornar nossas ovelhas mais ovelhas de Cristo do que de nós vai contra o nosso ego. O bom pastor desenvolve


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ponto de vista

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OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA

Estudos sobre a Igreja (10) A Igreja como comunidade adoradora (parte 2)

A

resposta de Jesus desloca o tema da adoração, campo da formalidade, dos rituais, da intermediação “clerical” dos sacerdotes e, mais ainda, da validação de um lugar especial, para o estado e condição interior da pessoa, do adorador - adorar em espírito e em verdade. O templo, como lugar da habitação do Sagrado e lugar para a validação do culto, já não tem mais sentido. Jesus diz que “Vem a hora e já chegou”, isto é, a partir de agora, Deus considera que a validação da adoração ocorre quando o adorador tira as máscaras e adora a Deus sinceramente - em espírito e em verdade – seja, então, onde ele estiver e não necessariamente em um local determinado para isso. O templo agora, isto é, a habitação do Sagrado, é a pessoa, o templo do Espírito (I Coríntios 6.19), pois Deus não habita mais em templos feitos por mãos humanas (Atos 17.24). Isso tudo é resultado do amadurecimento que Deus estava levando o ser humano na compreensão da verdade divina. Ao unir estes ensinos ao que já dissemos sobre Romanos 12.1, temos a indicação de que a adoração tem como ponto de partida a entrega incondicional de nossos corpos em sacrifício vivo. Este é o culto racional, isto é, culto escolhido, consciente. Em outras palavras, o culto está

ligado com nossa disposição de renúncia do direito que julgamos ter em nossa vida, não é meramente um ritual, penitência ou sacramento (meio de graça). Contudo, mais ainda, o culto também está ligado ao estado de piedade que, para Deus, é recepcionada pelo contentamento, pelo senso de alegria e realização (I Timóteo 6.6). Isso indica um ato voluntário, não meramente um ato compulsivo e obrigatório, pois ninguém faria algo com contentamento sendo compungido ou obrigado a fazer. A partir destes ensinos bíblicos e, por hora, deixando de trazer a história do culto cristão com o objetivo de evitar que “contamine” os ensinos puros e simples das Escrituras, podemos levantar algumas indagações sobre a realidade da Igreja, hoje, como comunidade adoradora. 1) - Culto é igual a serviço? Em inglês, as Igrejas norte-americanas, por exemplo, designam o culto como “service”, palavra que, em português, literalmente, pode ser traduzida como “serviço”. Há literatura sobre culto e sobre a doutrina da Igreja (Eclesiologia) que procura mostrar que o culto deve ser isso mesmo, um serviço e isso tem transformado o domingo – dia de celebração e descanso – em dia do cansaço – é o dia de servir ao Senhor. Então, além de se manter o

templo como o local legítimo e único da habitação de Deus (ainda chamado como no Salmo 27.4 de “Casa de Deus”), é possível ver que o domingo é sacralizado como o dia em que nosso trabalho a Deus é validado, reduzindo-se o viver cristão de sete dias em um só. Esse assunto do pragmatismo, que tem reduzido o Cristianismo em atividade, programa, estrutura e eventos já discutimos, mas vale a pena aqui relembrar. As palavras gregas para culto no Novo Testamento não dão esta ideia de serviço, mas de adoração, de reverência, de reconhecimento da soberania divina (Proskyneo: cachorro que lambe a mão do dono - de kyo: cão – isto é, reconhecimento de que o “dono é dono”; Latreia: adoração; Leitoygja: liturgia, culto em si). Temos, assim, a introdução da palavra inglesa “service” como uma influência desviante do conceito original do culto. 2) Qual é a parte mais importante do culto? Em geral a resposta é “A pregação da Palavra”. Mas a parte mais importante do culto não é o próprio culto, a adoração e o louvor? Aqui surge outra questão consequente: Deus aceitaria nosso culto, adoração e louvor se estamos em pecado? O profeta Isaías (59.2) nos ensina que não; é necessário, então, a confissão de nossos pecados (I João 1.9). Quantos cultos de

hoje tem algum momento ou oportunidade para a confissão pessoal de pecados diante de Deus? Mais ainda, para que haja contrição do coração para o arrependimento é necessário que haja a admoestação, que vem pela pregação da Palavra. O culto, então, deve ter a palavra “profética” de admoestação para “ferir” nosso coração e abri-lo diante de Deus, para que reconheçamos nossos pecados e para que possamos confessá-los. Assim estaremos preparados para o culto, a adoração e o louvor. Infelizmente, os historiadores, baseados nos estudos primitivos das reuniões das sinagogas, onde a Palavra era ensinada, acabaram por introduzir mais uma “contaminação” na Teologia Bíblica da Adoração, ao transferir para o culto o ensino da Palavra, não que isso possa ser totalmente incorreto, mas que o foco da pregação no culto é muito mais a admoestação do que propriamente o ensino. Aqui você poderia perguntar: Então, se para adorar, cultuar e louvar, é necessária a confissão dos nossos pecados, ter a vida limpa e para que isso possa acontecer, a pregação da Palavra deveria, então, vir no começo do culto? Se levarmos a sério a compreensão bíblica exposta até aqui, a resposta seria afirmativa e, mais ainda, a pregação da Palavra não seria a parte

mais importante do culto, mas o culto em si, a adoração, o louvor seriam a parte mais importante. Vejam que aprofundamento e mudança radical em relação ao que temos praticado. Talvez, a concepção clerical e sacerdotal atribuída ao pregador, ao pastor, etc., tenha a sua parcela de contribuição para esse “desvio” da Teologia Bíblica da Adoração. Mas, se considerarmos que cada crente tem acesso direto a Deus e que o culto não é um sacramento necessitando de alguém “especial”, com poderes e atribuições “especiais”, mas fruto de um coração íntegro (verdadeiros adoradores que adorem a Deus em espírito em verdade – João 4), poderemos entender facilmente a realidade destes fatos bíblicos. A Igreja é uma comunidade adoradora em que cada crente, a partir de sua dedicação pessoal, incondicional e diária (Romanos 12.1), desenvolve cultos expressivos como resultado de vidas limpas, consagradas, que reconhecem a soberania, o cuidado de Deus e a salvação de Deus. É uma comunidade viva, que influencia o ambiente em que vive, em que cada crente, seu participante, convive, trabalha, estuda, passeia, etc. Já é hora de revisarmos nossa compreensão e prática da Teologia Bíblica da Adoração em busca de uma real comunidade adoradora.



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