OJB Edição 34 - Ano 2016

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 21/08/16

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

Ano CXV Edição 34 Domingo, 21.08.2016 R$ 3,20

Missões Nacionais

Arte e Cultura

Confira os detalhes do Acampamento de Promotores de Missões

Conheça o trabalho de Gilmar Cerqueira

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Missões Mundiais

Notícias do Brasil Batista

Ação da JMM gera mais de 600 conversões no Equador

Convenção Batista Mineira elege nova diretoria

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reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo

“Eu tenho tanto pra dizer. Eu tenho tanto pra fazer. Que as vezes parece que o tempo É curto pra realizar. Desde quando acordo até quando vou deitar. Os meus anseios me perseguem dia a dia. A pressa é tanta pra fazer. Me ensina a depender de Ti. A minha vida eu Te dou E os meus planos eu Te entrego. Tudo o que sou vem de Ti, Senhor. És fiel para cumprir o que prometeu a mim. Os meus sonhos estão em Suas mãos”.

E

ssa música, para mim, é uma das muitas que descrevem MUITO bem a realidade da atual juventude. Há cobrança por todos os lados, principal-

De repente 30!

mente em relação ao tempo e escolhas. Parece que um dia inteiro e as 24 horas não são mais suficientes para atender a demanda que o jovem tem. São muitos questionamentos, ideias inovadoras, sonhos, planos. Às vezes, a impressão que fica é que não será possível viver tudo isso... até os 30. Trinta!!! Ficou espantado com a limitação da idade? Pois é, essa é a cobrança que a Igreja tem colocado sobre os jovens, que sentem-se pressionados, principalmente quando o tema é casamento e construção da família. É nítido no meio de parte da membresia das nossas Igrejas Batistas a falta de paciência e a pressão psicológica que são exercidas sobre a juventude, esquecendo-se que um dia todos já foram jovens cheios de medos, dúvidas, expectativas, etc. A vida não é programada por nós quando a entregamos

nas mãos do Oleiro. Dos nossos púlpitos ouvimos muito a respeito do “Tempo de Deus”, mas, na verdade, poucos têm a paciência de esperar esse tempo na vida do outro. Por exemplo, se uma moça de 30 anos é solteira, logo será tachada de “encalhada”, como se aos 30 anos já tivesse chegado ao fim da vida. É mais fácil cobrar o casamento, do que tirar cinco minutos durante o dia para orar por essa mesma moça, pedindo a Deus que a conserve com o coração guardado em Deus e que o tempo e a vontade do Pai se realizem em sua vida. Muitos em nossas Igrejas não têm respeitado a juventude, e têm exigido dela muito além do que a sociedade já exige, em todas as áreas. Acredite, é difícil cumprir a agenda que temos, e que a cada dia fica mais recheada de compromissos. Irmãos, sejam realmente irmãos dos jovens membros de

sua Igreja. Suportem-os com conselhos, oferecidos com amor; com atitudes que sirvam de exemplo; sejam refúgio nos dias de incertezas, dúvidas e medos. Sejam os sorrisos em meio as conquistas diárias, mesmo que mínimas. Ensinem que “O coração do homem faz planos, mas a resposta certa vem do Senhor” (Pv 16.1) e que “Entregar e confiar” é mais fácil de ser cantado do que vivido, mas que não é algo impossível; compartilhe suas experiências. Ligue, envie mensagem, procure os jovens de sua Igreja; expresse o quanto ele é importante e especial. Parabéns à nossa juventude Batista Brasileira, que tem feito a diferença por onde passa. Que Deus abençoe, guarde e direcione todos os passos da sua vida! Paloma Furtado, jornalista secretária de Redação de OJB


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5 Razões para investir na Juventude de sua Igreja:

3 - Ela ainda tem esperança Ilson Júnior, segundo secretário da JBB, membro da Igreja Batista do Ipiranga - SP

É

muito interessante o cenário que encontramos quando olhamos para os grandes movimentos que geraram algum tipo de mudança (não apenas em nosso país, mas também no mundo). Em cada um deles encontramos um denominador comum pode ser encontrado: a presença da juventude. Além, obviamente, da força e energia do jovem, o sentimento

que mais os leva às ruas, que os motiva a balançar uma bandeira, a abraçar uma causa não é outro, senão a esperança, e esta é a marca da nossa geração, uma esperança viva que gera algo muito maior do que mera indgnação, esperança que gera movimento. A geração anterior à nossa, por vezes, não tem mais esperança; estão “conformados” com o status de onde chegaram ou como se encontram, e já não querem mais brigar por mudanças ou dias melhores. Nós somos a grande mola propulsora

de todas as transformações que estão acontecendo e que ainda esperamos que aconteçam. Quero lembrar rapidamente da história de um jovem que também teve muita esperança e que, ao transformar sua esperança em ações, modificou toda uma história: Neemias. Neemias é um dos grandes personagens da história de Israel registrados na Bíblia Sagrada e que definitivamente, mudaram todo o curso da história deste povo através de suas atitudes. Quando, ainda em cativeiro, Neemias

tem notícias de Jerusalém e de seu atual cenário, um grande sentimento de tristeza invade seu coração. Além da indignação e choro, o coração de Neemias se enche de esperança e ele decide transformá-la em ações praticas. Após conversar com o rei, Neemias (que na ocasião deveria ter cerca de 35 anos de idade) empreende uma das obras mais importantes da engenharia registradas nas escrituras: a reconstrução dos muros de Jerusalém. Uma pequena atitude, fruto de um lampejo de esperança, foi fundamental para

toda a reestruturação de um país. Talvez, nunca na história de nosso país foi tão necessário um processo de reestruturação e, consequentemente, nunca foi esperado que tantos Neemias se levantassem para intervir nas situações e trazer esperança para a nação. Eu e você somos esses Neemias, pessoas jovens, com vigor e energia, que são capazes de transformar suas esperanças em ações e serão catalisadores das grandes e muitas mudanças que ainda serão vistas em nossa sociedade.

Jovens transformados pelo poder do Reino de Deus Levir Perea Melo, pastor, colaborador de OJB “A Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum, graça, misericórdia, e paz da parte de Deus, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador” (Tt 1.4)

O

mês de agosto é dedicado a nossa juventude e também celebramos o Dia dos pais. Assim como as mães, lutadoras, aguerridas, o verdadeiro pai tem um sentimento profundo de amor pe-

los filhos, demonstrado, muitas vezes, de forma aparentemente fria; mas, lá no fundo, há um amor verdadeiro. No entanto, queremos dedicar esse artigo aos jovens, que estão na flor da idade, no vigor físico que a natureza de Deus lhe proporciona. A vida jovem possui muitas características e mencionaremos apenas alguns aspectos: Alguns são tímidos, introvertidos; outros são afoitos, extrovertidos. Alguns são extremamente frios, pensadores e calculistas; outros são pragmáticos, práticos e

idealizadores. Mas todos têm um ideal: querem realizar ou fazer parte de algum projeto que lhes dê prazer ou realização. Quando um jovem deixa abater-se pelas circunstancias da vida, ele desiste de sonhar, é sintomático; ele perdeu ou está perdendo a razão de viver, e talvez esteja entrando naquele “buraco negro” chamado depressão, doença terrível que assola boa parte da humanidade. Vivendo em mundo cada vez mais estagnado, no qual o mercado de trabalho não consegue absorver a mão de

obra, é normal que muitos fiquem aflitos. Mas falemos dessa situação a partir da nossa fé em Jesus Cristo. O texto acima menciona um jovem não judeu chamado Tito, que tornou-se cristão e foi um dos companheiros de trabalho e auxiliares de Paulo na sua atividade missionária. Jovem que, certamente, também enfrentava dilemas e dificuldades naquele primeiro século; no entanto, uma pequena palavra fazia a diferença naquela vida e faz também em nós hoje – a fé.

O contexto nos revela a fé no Senhor Jesus Cristo, nossa esperança, mesmo em momentos de lutas e provações. Quando a convicção de que somos e fomos transformados pelo poder do Reino de Deus é verdadeira, estaremos sempre prontos para enfrentar e vencer todos os obstáculos que a vida nos prega. Então, podemos terminar esse artigo com a belíssima e confessional saudação paulina: “que a graça, a misericórdia e a paz de Deus, o Pai e de Jesus cristo, o nosso Salvador esteja com você!”


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GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Os primeiros escolhidos Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB

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ão sempre os jovens. No livro de Daniel, o rei Nabucodonozor, da Babilônia, invadiu o Reino de Judá e começou a colheita. Em primeiro lugar, ele levou o rei Joaquim. Começou quebrando a moral e o orgulho dos judeus. Depois levou os utensílios do templo. Seria por causa do valor das peças? Não totalmente. Havia uma certa mensagem nessa atitude, era uma afronta ao Deus dos judeus. Era como se Nabucodonozor dissesse aos seus soldados e oficiais: “Viram como nosso deus é superior ao deles?” Nabucodonozor, o rei babilônico, não sabia que sua façanha não vinha das suas forças: O texto diz: “O Senhor entregou nas suas mãos...” e descreve tudo o que Deus fez através de Nabucodonozor. Depois de escolher objetos para levar, ele escolheu gente, da melhor estirpe, para levar para a Babilônia. Ao longo da história da humanidade, isso sempre acontece. É o melhor da juventude que

está sendo queimado nos caldeirões ferventes, espalhados pelo mundo. Nas profecias anteriores, Deus afirmara: “Vossos filhos e vossas filhas serão levados”. O que Deus fala, ele cumpre. Deus estabeleceu que, se não houvesse arrependimento das maldades praticadas pelo povo judeu, eles veriam isso se cumprir. E viram. Cuidado! Muito cuidado se você é um jovem que está segue e anda na cartilha da galera. Os efeitos do desprazer e desapontamento de Deus pelo comportamento do ser humano são terríveis. Podemos ver isso nos quatro cantos da terra. Quão cativo está o mundo de nossos dias, em termos de fome, violência, divisionismo, enfermidades e ameaças. Os noticiários só divulgam tragédias. A realidade do governo de Deus no mundo é admirável. Os episódios que se seguem no reino babilônico revelam a soberania de Deus no mundo. Rei comendo capim com os animais do campo, mão invisível escrevendo no teto, intrigas contra o povo escolhido, virando fumaça e leões famintos não devoran-

do o jovem escolhido pelo rei terreno para morrer. O livro de Daniel é um livro que relata a Soberania de Deus e Seu poder governando o mundo. Essa é uma realidade que os homens jamais percebem, por que ela é invisível. O episódio termina ao mostrar que profanar coisas divinas atrai duros castigos divinos. O homem é a imagem de Deus. O que o homem faz com essa imagem, degradando-a, é uma terrível ofensa ao Criador da imagem. Quem diria que Nabucodonozor, o poderoso rei babilônico, reconheceria que tudo que conquistara veio como dádiva de Deus? Aqueles jovens eram os primeiros escolhidos por Deus, e, ao mesmo tempo, há milhares de jovens, entregando-se ao mundo que os escolhe, para a desonra e a desgraça. Penosos são os dias de hoje para o nosso planeta, pelo fato de os jovens aceitarem fazer a escolha errada. Deus escolhe e o mundo também escolhe, mas a decisão é de cada jovem. Deus tem compromisso com aqueles que aceitam a escolha divina.

Quando lembrarse de Deus

uando é o melhor tempo para nos lembrarmos da vida? A resposta certa é: sempre! Este exemplo de questionamento retórico também foi usado por Salomão: “Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e se aproximem os anos em que você dirá – ‘Não tenho mais satisfação neles’” (Ec 12:1). Do ponto de vista quantitativo, começar cedo uma vida positiva e saudável significa ser beneficiado funcionalmente por uma quantidade maior de anos. Esta é uma verdade óbvia. Ela sugere, todavia, um questionamento não tão óbvio: ‘se é que hábitos cons-

trutivos são tão bons, por quais razões o cultivar uma boa conduta não é um fenômeno encontradiço entre as pessoas?’. Salomão, ao recomendar a vida de comunhão com o Criador, desde os dias da nossa mocidade, certamente não estava chovendo no molhado. Observar o jovem nos ensina a evitar uma das posturas mais enganosas da existência: “em time que está ganhando não se mexe.” Quando vivemos na abundância, raramente temos preocupações sérias com a pobreza. Talvez, então, não seja um desrespeito fazer um refraseado da lição salomônica: “não espere a chegada do cansaço, dos desapontamentos e das limitações que a idade idosa pode trazer”. Quanto mais jovens começamos nossa dependência do amor divino, mais nos permitimos ser moldados pelo Espírito de Cristo. E mais contribuímos para o Reino de Deus na Terra.

está ouvindo a Sua voz. Há um remanescente que não se rende as tentações e as propostas sedutoras da sociedade secular, pelo contrário, voltam-se para Deus. Há uma juventude que busca refúgio no Senhor para vencer os dilemas dessa idade, que ora muito, que ama ler as Escrituras. Há uma juventude fiel que reúne-se aos sábados para adorar a Deus, que se une em pequenos grupos para alimentar o coração de fé, que busca construir relacionamentos saudáveis e duradouros. Há

uma galera jovem emergindo no seio da Igreja e que deseja ser relevante para sua geração. Uma geração que deseja deixar um legado de fé e espiritualidade, uma geração que almeja ser conhecida por amar a Deus e ao próximo. Uma parte dessa juventude está aqui. Louvado seja Deus por nossos jovens e adolescentes, que tem priorizado o reino de Deus e Sua justiça, certo de que o Senhor está cuidando de suas vidas. Continuem firmes e abundantes no Senhor.

“Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;” Ec 12:1

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Juventude Fiel Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

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ossos jovens e adolescentes estão inseridos em uma sociedade em trevas. A juventude de nosso país vive na escuridão. São adolescentes e jovens que vivem por viver, sem rumo e sem saber onde querem chegar. Sobrevivem e desperdiçam o dom mais precioso que é a vida. Vivem futilmente, envolvem-se com o prazer momentâneo e se esquecem de pensar

no futuro, e, acima de tudo, na eternidade. Vivem como se fossem imortais, como se a morte nunca os alcançassem e, por vezes, ela é surpreendente. A juventude do nosso país é uma das que mais consomem bebidas alcoólicas do mundo, que se entrega aos prazeres sexuais cada vez mais cedo, que gosta de curtir a vida nas baladas noturnas. A juventude de nosso país está se afundando nas drogas e os estragos são dolorosos para todos. A juventude do nosso país se envereda por cami-

nhos de promiscuidade e vaidade. Alguns se entregam aos prazeres da luxúria, da ostentação e da ganância e deixam passar uma das fases mais lindas da vida, que é a juventude, diante dos seus olhos. A juventude é um tempo especial que determina o rumo de nossa vida. É lindo ver, saber e constatar que há uma parte da juventude de nosso país que tem se dedicado as coisas de Deus, e ao projeto de propagação do Evangelho. Deus está agindo no mundo e uma juventude


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DIFICULDADES BÍBLICAS

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Ebenézer Soares Ferreira

Diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói – RJ

E OUTROS ASSUNTOS

Onde seria o paraíso adâmico? - I

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texto descreve o paraíso adâmico. O relato do hagiógrafo tem dado motivo a muitas interpretações. No desejo de oferecer a localização topográfica, eruditos têm recorrido a muitas hipóteses. Alguém já disse que ascende a 80 o número delas. Que o problema é antigo, já sabemos. Agostinho, a Águia de Hipona, já o reconhecia e assim se expressava: “Sei que se tem falado muito acerca do paraíso. Existem sobre esse tema três opiniões principais, das quais uma entende o relato no sentido estritamente literal, outra, em sentido exclusivamente espiritual, e a terceira em ambos os sentidos, isto é, em parte segundo a letra e em parte em sentido espiritual” (De Genesi ad litter, VIII 1 PL, 34, 371). Crença na existência real do paraíso Os que aceitam o paraíso como uma realidade têm procurado situá-lo em várias partes do globo. Ildefonse de Vuipens (Le Paradise Terrestre ou Troisiéme Ciel, 1921,

Gênesis 2.8-17 p. 11) acentua que, durante muitos séculos, quem negasse a realidade do paraíso era acoimado de herege. Opiniões sobre a localização do paraíso onde foram colocados Adão e Eva: 1. Perto do Golfo Pérsico – é a opinião esposada por Wright. 2. Na Armênia – advogam este ponto de vista Calmet, Keil e outros. 3. Na Babilônia – é a sugestão de Delitzsch, Sayce e outros. 4. Na Caldéia – é a opinião de Calvino e outros. 5. Nas vizinhanças de Damasco – é o pensamento de Le Clerc. 6. Próximo às fontes do Jordão – é a ideia de Heidegger. 7. No Polo Norte – é a sugestão de William F. Warren. 8. Ao sul da Arábia – é o ponto de vista de Hardowin. 9. No centro da Terra – é o pensamento dos mestres da Sinagoga ou dos exegetas judaicos. 10. Nas montanhas Altai, na Mongólia – é o ponto de vista de Josefo e do livro de Enoc. Em suas pesquisas, muitos arqueólogos têm sugerido

a China, o Egito e a Mesopotâmia como o berço da civilização. Glair, no entanto, declara: “A evidência da Ciência (Arqueologia, Antropologia, Filosofia, Geografia e Geologia, Botânica e Zoologia, se o espaço permitisse maior discussão) bem como a História, mostra claramente que a hipótese Asiática não é sem considerável fundamento. Contudo, parece certo que o peso total da pesquisa desapaixonada deve ser posta em favor da origem iraniana da civilização, e para as raças e povos que habitam hoje a Europa” (The Cradle of Mankind VI, 100, apud Ramm, Bernard. The Christian View of Science an Scripture, p. 232, 233). O paraíso tornou-se inacessível – Walfrido Strabão, no século IX, escreveu: “[...] Sabemos que é um lugar na terra, separado de nós por mares e montanhas, e em um lugar tão elevado que não puderam chegar às águas do dilúvio” (Gloss Lib-Genes, 2, 8 M. L. 113, 86, C.). Segundo Lactâncio, a inacessibilidade é em virtude de estar rodeado de fogo.

“Deus, diz ele, expulsou o homem do paraíso e circundou este de fogo, para que o homem não tenha acesso nele” (Divin. Inst. II, 12). Tomás de Aquino (Sum. II p. 164) diz que ele está inacessível por causa do calor que o separa de nós. A interpretação alegórica Os expoentes desta interpretação são Filo e Orígenes, com as obras Homiliae ad Genesim, Contra Celsum e De Daradizo ad Sabinum. Filo interpretava: “O paraíso significava a virtude. Sua colocação na banda do Oriente significava a sua direção para a luz, e a divisão de um rio em quatro partes simbolizava o quádruplo aspecto de virtudes como: inteligência, atenção, coragem, petição, consideração” (apud. The New Shaff-Herzog Encyclopedia, in loco). O problema dos quatro rios Reza o texto bíblico: “No Éden nascia um rio que irrigava o jardim e depois se dividia em quatro” (Gn 2.10). Dois dos rios mencionados eram o Tigre e o Eufrates. Pison e Gion, entretanto,

têm sido identificados com muitos rios. O Pison é identificado com o Ganges por Agostinho, Jerônimo e outros. Cosmos Indicopeutes o identifica com o Nilo e outros, ainda, o identificam com o Indo. O Gion é identificado por Martin com o Wadz-er-Roma, na Arábia, embora Josefo o identifique com o Nilo. Os que esposam a hipótese de ser a Armênia o local onde existiu o jardim do Éden identificam Arx com Gion e Choruk com Pison, e afirmam que é a mais provável hipótese em vista de o Eufrates e o Tigre nascerem ali. A terra de Havilah é identificada com Colchi, conhecidíssima por seus anéis de ouro. Estaria o paraíso fora da Terra? O Apocalipse siríaco de Baruc informa que ele está no céu, junto de Deus. Gunkel é do mesmo parecer. Ambrósio, na obra De Paradise, afirma que Paulo viu o paraíso ainda existente no arrebatamento que teve. Epifânio (Ancoratus, 5455 p. 113) e Crisóstomo rebatiam àqueles que procuravam colocar o paraíso fora deste mundo.


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A Igreja e os seus tabus Tales Viana, formado em Teologia pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro (Seminário do Sul), membro da Igreja de Rinópolis - SP

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uitas são as dificuldades que a Igreja sofre, pois tudo parece ir contra; temos uma sociedade repleta de ceticismo, de pluralidade, de relativização da verdade e etc. Somente com esses fatos a Igreja já tem muito com o que preocupar-se

e tentar dialogar. Entretanto temos a impressão que só há um distanciamento entre Igreja e a sociedade; com isso podemos cair no famoso versículo de 1 João 5:19, “que o mundo jaz no maligno”. Com algumas afirmações como essa, somos levados à acomodação, pois sempre temos um álibi; neste caso, o mundo. Esquecemos que uma grande parcela de culpa é da própria Igreja, que cada vez mais foi se afastando das “coisas do mundo”; com isso alguns tabus foram po-

tencializados e outros foram criados. O fundamentalismo foi crescendo e esquecemos de tratar assuntos cruciais dentro das nossas comunidades, assuntos que são base de uma sociedade saudável. Não discutimos política, cultura, religião e um assunto que é mais do que um tabu, o sexo. Pensamos que se conversarmos sobre o assunto na Igreja tudo acabará em perversão, entretanto, sem a orientação necessária, todo o rebanho fica sem instru-

ção, e isso é extremamente nocivo. A Igreja precisa quebrar alguns tabus como esse. Não é simplesmente o assunto sexo em si, mas é preciso falar sobre sexualidade, conversar sobre o homossexualismo, orientação sexual, relacionamento e tudo que envolva esses assuntos direta e indiretamente. É necessário abrir as portas para conversas sobre movimentos políticos e suas motivações, conhecer um pouco sobre esse assunto que é tão latente em

todo o mundo. Devemos conhecer mais sobre a nossa cultura, sobre o respeito das religiões. Enfim, há muitas questões que devem ser colocadas em pauta. Portanto, a Igreja precisa amadurecer dentro da sociedade, pois só assim fará a diferença; até lá, não podemos nos fecharmos e vivermos dentro dos nossos templos sem abrir as portas para nada. Não devemos somente pregar em fazer a diferença sem, pelo menos, tentar dialogar com os diferentes.

Sexo e drogas: é preciso falar aos jovens! Bruno Cidadão, membro da Primeira Igreja Batista em Unaí-MG

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ovens de todas as idades estão engendrados nos vícios e em relacionamentos promíscuos, totalmente fora da vontade de Deus, embora aprovados pelos “padrões” da sociedade. E os jovens cristãos, sejam eles de famílias cristãs ou não, estão inseridos nesse mesmo mundo. Vivem, ouvem, veem e até provam das mesmas experiências. A diferença é que os nossos jovens ainda não foram preparados por aquela que deveria prepará-los: a família da fé. No lugar de shows com artistas gospel de ego elevado, deveríamos levar psicólogos, sexólogos, especialistas em drogas e vícios para nossas Igrejas. O enfrentamento do mundo por nossos jovens depende de preparação. E quando o assunto é sexo e drogas, há um vazio. Muitos

nunca provaram do sexo e segundo o mundo não têm “propriedade para falar sobre isso”, outros são caçoados pelo posicionamento que assumem em relação às drogas, visto que “todo mundo usa, todo mundo gosta” e nunca há nada de mais nisto. Perdido, o jovem começa a se perguntar o porquê de não transar fora do casamento e de não usar drogas. E simplesmente ouve um “porque o sexo foi feito para o casamento” ou “porque sim” ou “porque está na Bíblia”. Acontece que a internet, os livros, os romances eróticos, a televisão e o próprio cotidiano na escola, faculdade e trabalho estão repletos de ideologias completamente fora do contexto bíblico, entretanto, são muito convincentes. Por exemplo, a jovem que lê um romance erótico encontrará ali uma linguagem que mexerá com seus sentidos e despertará, de imediato, a vontade de

provar do sexo. Ou na festa de fim de ano da empresa, o colega mais próximo enche um copo de cerveja e o oferece ao jovem quase que o obrigando a tomar, com a desculpa do “não faz mal, é só um”. Mas não para por aí. Há especialistas na TV, há livros e mais livros, há trabalhos científicos que comprovam: não faz mal, desde que não haja excesso. E aí, neste momento, onde fica a Igreja, onde fica a decisão firme de fazer ou não isso ou aquilo? Não se trata de uma guerra de ideologia, mas de um preparo do jovem para o enfrentamento destas questões por sua própria ótica. Não se trata, portanto, de uma tentativa de manter o jovem junto à Igreja ou afastá-lo das influências mundanas, mas dar a ele as informações necessárias para que ele decida por si só o que é melhor para ele. É preciso que os jovens saibam os riscos das drogas, o prejuízo para a saúde, os

incidentes criminais nos locais de venda e concentração de usuários de drogas. É preciso que alguém conte para eles que o sexo com uma única pessoa por toda a vida elimina os critérios de comparação que, muitas vezes, estragam casamentos de pessoas não virgens, que o risco de doenças é praticamente nulo, que o prazer para ambos será satisfatório, que o casamento é uma bênção, mas que o sexo não é tudo dentro dele. É preciso que alguém os explique que a pornografia, a masturbação e os envolvimentos afetivos sem compromisso coisificam as pessoas e os transformam em usuários de pessoas, é preciso que eles se coloquem no lugar do ser “usado” para entenderem o dano psicológico que isso causa. Se a Igreja fizer isso hoje, não perderá seus jovens no futuro e nem terá que abrir mais e mais leitos de internação para dependentes químicos.

Líderes, ouçam seus jovens. Jovens, encontrem na Igreja de vocês a fonte segura de informação sobre essas questões tão íntimas e ao mesmo tempo tão expostas. Pastores, entendam que os jovens estão cansados de saber que está na Bíblia isso e aquilo, eles querem um abraço, um colo, alguém que ouça suas incompreensões, problemas e conflitos. No fundo, no fundo, eles sabem no quê e em Quem podem confiar, só não se sentem acolhidos em casa nem na Igreja, e infelizmente, o mundo faz muito bem isso, do seu jeito, com suas moedas de troca. Que possamos, movidos pelo Espírito Santo, fazer valer o que escreveu Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra”. 2ª Tm 3. 16-17


É tempo de Avançar... Multiplicando o amor de Deus! Missões Nacionais reúne Promotores de Missões no Rio de Janeiro

Foto oficial do Acampamento Promotores de Missões do Rio de Janeiro

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os dias 5 a 7 de agosto, em Rio Bonito, aconteceu o Acampamento de Promotores de Missões destinado aos promotores do Rio de Janeiro. Abrindo a temporada de encontros do ano, o acampamento reuniu 630 inscritos e apresentou tema, divisa, hino e todo material da Campanha Nacional de Mobilização 2016. A programação foi marcada pela apresentação da Companhia de Teatro Mc.16, de Macaé - RJ, a ministração do grupo de louvor da PIB do Paraíso, de São Gonçalo - RJ, o grupo vocal Canções e os testemunhos missionários do pastor Raphael Scotelaro, falando do chamado e experiência como Radical Cristolândia e Mônica Peixoto, que atua na Capelania Prisional no estado de Minas Gerais, desenvolvendo projetos como Casa Alma Livre e

7 Jesus Transforma o jornal batista – domingo, 21/08/16

missões nacionais

Agente Amigo. Ao longo da programação, projetos como Novo Sorriso da Amazônia e o Movimento Viver foram apresentados aos promotores. Palestras e oficinas ministradas por líderes de Missões Nacionais deram aos promotores preparo e ferramentas para desenvolverem a campanha. “Quando você começar esta campanha, você pode enxergar uma crise, mas pela fé veja um país transformado pelo poder de Deus”, pastor Jeremias Nunes, gerente executivo de Comunicação e Mobilização da JMN, ministrando a oficina “Sou promotor, e agora?”. Líderes de Missões Nacionais ministraram oficinas sobre Criatividade, Mobilização com crianças, Vocação e De pastor para pastor. “Estou saindo daqui motivada e inspirada pelo Espírito Santo a avançar multiplicando o amor de Cristo em nosso Brasil!”, garantiu a nossa querida promotora Cláudia Cris-

tina da Primeira Igreja Batista de Itaipuaçu. Para o nosso irmão Fernando de Almeida, promotor da PIB da Praia do Açu e que participa pela primeira vez desse encontro, foi um momento de muito aprendizado. “Foi muito edificante! Nós temos que avançar para resgatar almas que estão perdidas. Volto para a minha igreja animado e pronto para a batalha!” Foram dias de entrega, motivação e desafio para que os promotores estejam aptos a realizarem uma grande mobilização missionária. “Missões é a execução da obra que o Espírito Santo quer realizar através da sua vida. É dizer: Eis-me aqui!”, desafiou o pastor Fernando Brandão, diretor executivo da JMN. Louvamos a Deus pela vida de cada promotor; contamos com todos nesta reconstrução! Que o Dono da obra use cada vida para que o Evangelho chegue em cada canto do nosso Brasil!

Confira mais fotos do Acampamento dos promotores do Rio de Janeiro na página oficial de Missões Nacionais no Facebook. www.facebook. com/missoesnacionais

Ex-moradora de Rua, voluntária da Cristolândia Salvador, recebe diploma de Licenciatura em História pela UFBA

Mona Lisa sendo entrevistada pela TV Record

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expressão Jesus Transforma não é apenas uma frase de efeito para as pessoas que passam pela Cristolândia. Seja como aluno, voluntário ou missionário, Deus faz maravilhas na vida de quem atua no projeto. É o caso da voluntária, Mona Lisa Nunes de Souza, 28 anos. Lisa morou nas ruas de Salvador - BA, durante muitos anos e viveu as mazelas que permeiam as ruas das grandes cidades. O pastor Décio Pimentel, coordenador da Cristolândia na capital baiana, ajudou a menina a escapar da sina cruel de uma criança de rua e a levou para ajudá-lo no projeto. Lisa foi abandonada pela mãe quando nasceu. Criada pela avó, que a maltratava, aos nove anos reencontrou a mãe e duas irmãs que eram viciadas em crack e foi morar na rua com elas. Conseguiu se manter longe das drogas. Com

a ajuda do pastor, superou obstáculos para alcançar um objetivo maior. No dia 08 de agosto, Lisa se formou em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). A menina que um dia foi moradora de rua, pode realizar o sonho de ter um diploma superior. Contrariando todos os prognósticos, Mona Lisa vestiu a beca e entrou no salão nobre da Reitoria da UFBA, para receber o diploma de Licenciatura em História. Na noite de gala de sua vida, mais de 20 ex-moradores de rua do projeto Cristolândia estavam lá prestigiando Mona Lisa que é um exemplo de superação e fé, puderam ver que é possível mudar de vida de forma digna. Hoje, Mona Lisa é historiadora, casada e mãe de um lindo menino de três anos. É tempo de Avançar... Multiplicando o Amor de Deus!


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Juventude Batista Meritiense realiza Encontro de pastores e líderes de jovens

Tema do evento foi “Liderar é mobilizar pessoas”

Jorge Vinicius Vargas Machado, pastor de Jovens e Adolescentes da Igreja Batista Fonte Carioca e vicepresidente da Juventude Batista Meritiense

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elo sexto ano seguido, durante os dias 23 e 24 de julho, a Juventude Batista Meritiense - JUBAME realizou um encontro para pastores e líderes de jovens. Em 2016, a novidade foi que o encontro, que sempre é um acampamento, foi feito em formato de conferência. Em vez de viajarmos, fomos muito bem recepcionados pela Primeira Igreja Batista em Vilar dos Teles, que cedeu toda a estrutura necessária para as palestras, atividades dinâmicas e também providenciou as refeições.

O objetivo do encontro, além do treinamento, é a interação entre os líderes de juventude nas Igrejas locais da cidade. Nos momentos de interação, temos sempre trocas de experiências e planejamentos de atividades em conjunto. Saber o que outros líderes estão fazendo ajuda a orientar o trabalho, uma vez que todos atuam na mesma região e tem quase sempre a mesma realidade socioeconômica. Na edição 2016 do encontro, o tema foi ‘Liderar é mobilizar pessoas’ e nosso texto de referência foi a chamada de Pedro e André em Mateus 4:19. A ideia era que pudéssemos aprender e debater sobre como conseguir que os jovens e adolescentes da Igreja local se envolvam em atividades que atinjam objeti-

Participantes tiveram acesso a diversas formas de liderança

vos de crescimento espiritual, que promovam adoração e evangelismo, e que sejam relevantes para a Igreja e para a comunidade ao redor. Tivemos três preletores, o primeiro foi o Pastor João Melo, da PIB em Vila da Penha; ele lembrou que o maior mobilizador de todos foi Jesus. O Mestre fez aproximadamente 500 discípulos em 3 anos. Lembrou as marcas que caracterizam a geração que lideramos e pontuou a diferença entre Equipe e Grupo de Trabalho. Ensinou como a gente pode ser um líder TOP, que confia, organiza e persiste; e encerrou sua fala com o exemplo de Davi, quando entendemos que liderar é um privilégio dado por Deus a nós. Na sequência, falou o Pastor Jean Carlo, pastor de jo-

vens da Primeira Igreja Batista do Grajaú, que trouxe uma palavra baseada em três perguntas: 1) Para que um líder quer mobilizar pessoas? E mostrou que as pessoas só vão onde encontram motivo; 2) Como utilizar o que a gente faz para a vida? Porque de nada adianta uma vida cristã desconectada do mundo; e 3) qual nosso método de trabalho? Afinal não é fácil avaliar onde as coisas estão fora de ordem quando não existe um padrão. E compartilhou o que baseia sua atuação de liderança. O Pastor de jovens da PIB do Parque União, Thiago Santos falou sobre Mateus 4.18-22 em uma palavra de encorajamento que trouxe a memória de que se nosso projeto de vida é de Deus ele

Objetivo do encontro foi a interação entre os líderes

não pode dar errado. E usou a estratégia de Jesus em Seu ministério que por fim virou ordem a ser executada: promover o Discipulado, porque assim se mobilizam pessoas para que sejam aquilo que Deus quer que elas sejam. Com diferentes ênfases e formatos, o grupo de participantes do encontro foi ministrado de maneira teórica e prática sobre mobilizar pessoas para o projeto de Jesus e entender que não lideramos jovens para nós mesmos, mas para a causa do Reino. Ano que vem tem mais!


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JBB promove “Despertar 2017” no Nordeste

Dia D - Bahia

Dia D - Alagoas

Denise Barros Pereira Coordenadora do Nordeste

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o dia 16 de Julho, o Nordeste esteve reunido para o Lançamento Oficial do Despertar 2017 – o Dia D. O Nordeste está em festa, pois o Despertar 2017 não é apenas mais um Despertar, não é apenas o Despertar de Natal, mas sim, o Despertar do Nordeste. Em cada estado nordestino, a Juventude Batista esteve reunida celebrando, de forma simultânea, o nome de Deus cujo reino é sinônimo de Justiça, Paz e Alegria. De acordo com Gilmarcos Nunes – presidente da Juventude Batista Cearense (JUBACE) – “[...] O lançamento do Despertar no Ceará foi muito especial. Promovido pela Juventude Batista Unida do Ceará (JUBUC), na PrimeiraI greja Batista de Fortaleza, reuniu jovens de várias partes da cidade, além de jovens da Juventude Batista Cearense (JUBACE). “O que é o Reino de Deus?” foi o tema abordado pelo missionário transcultural Diogo Militão, que atua junto à cristãos perseguidos. Louvores e testemunhos também marcaram a noite de celebração. Saímos do evento com anseio pelos dias da conferência Despertar, que, com certeza, marcará um novo tempo na juventude da nossa nação”!

Dia D - Rio Grande do Norte

Dia D - Pernambuco

“Gratidão é uma sensação tão agradável”,diz Franciele Dario, de Alagoas. “E é o que nós que fazemos a Juventude Batista Alagoana – JUBAL temos a falar; agradecer a Deus por um evento tão maravilhoso, onde pudemos, em primeiro lugar, sentir a presença do Pai, entregar o nosso melhor a Ele, sermos abençoados pela Sua graça e aprimorar os laços de amizades com nossos jovens. O lançamento do Despertar 2017 aqui em Maceió (AL) – na PIB do Fei-

tosa – nos deu muito entusiasmo e expectativas, tivemos a participação de muitas Igrejas do nosso estado; A programação foi liderada por diversos jovens com momentos de comunhão e oração. Foi tudo muito especial diante deste Jesus lindo! Esperamos com bastante alegria viver muitas experiências e aprender sobre o reino em 2017”! “No dia 16 de julho saímos de nossa cidade (Amaraji-PE) e percorreremos 90 km até a cidade de Recife-PE para

Dia D - Maranhão

o lançamento do Despertar, com o desejo de buscar mais a Deus. Decidi abrir meu coração por completo e esquecer os problemas que vinham ocorrendo diariamente e deixar que Deus trabalhasse e falasse fortemente ao meu coração. Deus ainda é o mesmo e não mudou, o que realmente mudou foi a minha vida, pois, ali Deus falou tremendamente aos corações, do começo ao fim do evento, nas ações, com Palavra. Hoje vejo se cumprir aquilo que venho pedindo a Deus todos os dias, que Ele cresça e eu diminua. O culto de lançamento do Despertar foi mais um despertamento em minha vida. Só tenho a agradecer a Deus por ter me proporcionado momentos especiais a cada dia que se passa, que o Senhor seja com todos que fazem a JUBAPE. Que a cada dia venha derramar bênçãos sobre a vida de todos. Comece a contagem

regressiva, que venha o Despertar 2017 em Natal, novo tempo de Deus, nova vida, nova história” relata Wanderson Cleyton, de Pernambuco. “Lançar o Despertar 2017 como uma das capitais do Nordeste foi uma experiência incrível e enriquecedora. Tivemos a presença de várias juventudes reunidas com um só propósito. Foi uma noite de boas lembranças de congressos passados e expectativa para um novo encontro da Juventude Brasileira. A nossa oração, como Juventude Batista do Maranhão, é que todos os jovens Batistas Brasileiros estejam reunidos não para entreter-se, mas para buscar a presença Daquele que é Senhor das nossas vidas e o motivo do nosso louvor. Que Deus nos dê a força que precisamos para chegar até lá. Que venha o Despertar 2017”. Simone Paiva, JUBAMA.


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Gilmar Cerqueira, O multiplicador de talentos

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ompartilhar é preciso! De uma forma ou de outra, sempre estamos influenciando alguém em algum lugar. Nosso Mestre Jesus falou que os seus discípulos fariam coisas maiores do que Ele (João 4.12). Na minha carreira artística como bonequeiro, fui influenciado pelos Muppets e Vila Sésamo, da TV Cultura. A pergunta é: o que faremos e como faremos para multiplicar o primeiro talento entregue a nós da parte de Deus? É com alegria que quero vos apresentar mais um grande artista Cristão da nossa denominação que foi sábio em não enterrar seus talentos. 1) RM – Gilmar Cerqueira, me fale um pouco sobre você e sua família. GC – Eu sou o quarto filho de uma família de seis. São três homens e três mulheres e eu sou o caçula dos homens. Nasci na cidade de Registro, interior de São Paulo. Quando eu tinha 12 anos de idade, meu pai faleceu e minha mãe, uma pessoa muito simples, sem estudo, resolveu mudar-se para São Paulo - SP, e lá moramos durante 4 meses na casa de uma tia, irmã do meu pai, até minha mãe conseguir alugar uma casa pra gente. Minha mãe trabalhou como auxiliar de faxineira em hospitais para nos dar o sustento, e aos 13 anos eu já comecei a trabalhar juntamente com meus irmãos mais velhos, para ajudarmos nas despesas de casa. Glória a Deus! Em São Paulo - SP, estudei, e aos 16 anos fui morar sozinho. Sou casado há 18 anos com Cristiane dos S. Lopes Souza que também atua como atriz e cantora. Sou graduado em Marketing e Propaganda, com Especialização em Gestão de Produção para Rádio e TV.

Gilmar em uma de suas apresentações

Atuo como Ator-Bonequeiro e Radialista, há mais de 24 anos. 2) RM – Como nasceu seu amor pela arte? GC – Acredito que sempre fui “arteiro”(risos). Agora, falando sério; eu sempre fui aquela criança que fazia todo mundo rir, sempre fui espontâneo e quando meus colegas de escola recusavam-se a participar das peças de teatro, eu sempre era o primeiro a levantar a mão para compor o elenco. Essa paixão só foi aumentando com o passar dos anos. E não me recordo muito bem a data, mas, acredito que deve ter sido em meados de 1992, quando participei de um Congresso Jovem da Igreja Batista na Cidade de Ribeirão Preto, a convite de um amigo e quando lá cheguei fiquei encantado com o que vi. Todas as palestras foram apresentadas por um boneco e o manipulador tornava o boneco mais real que a minha própria existência, tamanha era a destreza e habilidade do artista, aquilo me deixou impressionado, então, naquele momento eu só confirmei que era isso que eu desejava fazer, ser ator-bonequeiro. No último dia de Congresso, o palestrante

oportunidades para melhorar como artista. E por fim, não menos importante, seja dependente de Deus, entregue a Ele a sua vontade de crescer profissionalmente. Hoje, sabemos que existem muitos artistas que estão na TV e que também são cristãos, mas, quando você escolher fazer a sua arte para Cristo que seja uma escolha diante de muitas outras oportunidades. Só não temos mais bons profissionais envolvidos em Ministérios porque, infelizmente, ainGilmar e a esposa Cristiane Souza da não há uma conscientização e apoio por parte de nossas Igrejas, e o artista ofereceu uma oficina de ma- salvação. O que mais marca cristão escolhe desenvolver nipulação e eu não pensei é a reverência, o silencio de- sua arte onde também haja o duas vezes, fiz minha inscri- las na hora em que estamos reconhecimento financeiro, ção e aprendi aquilo que de- em ação. Glória a Deus. é claro. pois fui estudando mais para obter melhor resultado e até 5) RM - Como você vê o 6) Deixe uma mensagem hoje continuo a estudar essa envolvimento de artistas aos nossos artistas cristãos e arte. O nome do palestrante no ministério de uma Igreja como lhe contratar e meu primeiro professor que local? GC – A minha mensagem me motivou a ir para essa arte GC – Vejo com bons olhos, aos artistas cristãos é: faça de é Roberto Maranhão, que porém, há uma certa preocu- sua arte uma ferramenta de atualmente é pastor Roberto pação. Preciso me preparar salvação, mesmo que você Maranhão, meu grande in- sempre, aperfeiçoar minhas esteja atuando em uma novetécnicas, estudar a arte, atu- la, filme, Igreja, teatro, rádio, centivador. ar como profissional, fazer Tv, internet, ou, andando 3) RM - Como você promo- tão bem ou melhor que os pela rua, tão somente andanartistas seculares fazem. Não do.Já dizia Paulo: “ Somos ve a arte no seu dia a dia? GC – Bem, eu a promovo posso ser apenas o artista da feitos espetáculo ao mundo através do nosso site, www. Igreja e na Igreja, preciso ser e aos Anjos e aos homens.” teatrogilecris.com e todas um profissional de verdade, I Cor. 4:9. as ferramentas tecnológicas que a minha arte e compePara conhecer um pouquique existem. Hoje, a internet tência possam ser usadas em nho mais sobre a gente e levartem sido um grande canal de qualquer lugar, seja no rádio, -nos em seus eventos, é só acesbênçãos para aqueles que a Tv, internet, teatro, enfim, sar: www.teatrogilecris.com desejam usar para o Reino do que eu seja tão respeitado e nosso Deus. reconhecido como um verFico feliz por muitos que já dadeiro artista profissional. acompanham a nossa coluna. 4) RM - Compartilhe um Isso é importante, porque Queremos contar com a sua momento marcante na sua Deus não merece menos do ajuda, seja um promotor da vida, ocorrido durante uma que isso. Corremos o risco de nossa página e nos ajude de suas programações. achar que para a Igreja pode- na busca de artistas batistas GC – Graças a Deus, em mos fazer de qualquer jeito, que fazem diferença na sua todas as nossas apresentações que não precisa de excelên- comunidade e que glorificam Deus nos presenteia com cia, que não faz mal se der ao Senhor com a sua Arte. o sorriso e alegria de cada errado. Sou totalmente contra criança. Sem demagogia, este tipo de pensamento, ele Escreva para do fundo do meu coração, não reflete sua seriedade Roberto Maranhão não existe momento mais na arte e muito menos no Arte e Cultura- CBB marcante do que ver crianças ministério, portanto, é premarapuppet@hotmail.com ouvindo atentas a Palavra de ciso sim, aproveitar todas as WhatsApp: 11 9 4980 7808


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missões mundiais

Mais de 600 conversões em ação da JMM no Equador

Números finais

Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais

• P e s s o a s a b o r d a d a s : 3.341 • Atendimentos na área de saúde: 1.990 • Atendimentos na área infantil: 827 • Atendimento em capelania e cuidado da mulher: 450 • Evangelismo Pessoal: 74 • Pessoas Evangelizadas 2.550 • Conversões a Cristo: 630

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oluntários de várias partes do Brasil estiveram no Equador entre os dias 22 de julho e 4 de agosto. Eles apoiaram nossa obra missionária por lá, principalmente em ações junto a famílias atingidas pelo terremoto que assolou o país no dia 16 de abril e ainda foram portadores das ofertas dos batistas brasileiros ao projeto Ajude Agora – Equador. Segundo Josi Lima, uma de nossas missionárias no país, estes foram dias abençoados e intensos durante os quais os voluntários desenvolveram ações nas áreas de saúde, odontologia, psicologia, recreação e, principalmente, evangelismo. “Os tremores que eram seguidos e fortes, neste período foram imperceptíveis. Deus cuidou de tudo e nos abençoou em tudo com a vinda destes irmãos em Cristo de várias partes do Brasil”, disse a missionária. Os voluntários eram da caravana Tour of Hope, coordenada pelo pastor Marcos Grava, e que também tinha como missão levar ofertas arrecadadas através do projeto Ajude Agora – Equador. O valor serviu para comprar principalmente alimentos para os que ainda sofrem com as consequências do terremoto. Missionárias e voluntárias acordavam todos os dias às 6h para levar esperança às vitimas da tragédia. “Nossa rotina era acordar cedo, tomar café e em seguida sair com toda a equipe e todo o material de trabalho, nos dividindo pelos lugares a serem atendidos. Chegávamos em casa por volta das 20h um pouco esgotados fisicamente, mas felizes por ter cumprido a missão”, alegra-se Josi. Cuidado especial As crianças receberam um atendimento todo especial, sendo alcançadas pela criatividade de nossos voluntários. Eles usaram recursos com as cores do plano de salvação, fantoches, “livro sem pala-

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Gratidão Os números surpreenderam até mesmo quem já está habituado com ações diretas no campo, como a missionária Josi. Ela disse que não esperava que em tão pouco tempo, diante de tantos desafios pós-terremoto e grandes necessidades, os voluntários fossem alcançar resultados tão expressivos. Segundo ela, neste período, a equipe conquistou metas que, sozinhas, elas não alcançariam sequer em um ano de trabalho. “Estou sem palavras para agradecer a tantas bênçãos que estes voluntários trouxeram ao povo equatoriano. Sou grata a Deus também por cada irmão em Cristo que esteve com a gente nestes dias, bem como a todos que ofertaram e oraram para que isso acontecesse. Todos os voluntários foram incansáveis, sem jamais reclamar. Pelo contrário, estavam sempre com um sorriso contagiante”, agradece Josi.

O país foi atingido por um forte terremoto em abril

A programação contou com momentos recreativos

Muitas famílias sofrem com os efeitos do terremoto

vras” e até “missionecas”, bonecas vestidas com as cores do plano de salvação. “Foi lindo ver a felicidade das crianças. Será uma mensagem que ficará em seus corações para sempre. Oramos para que essa semente cresça e produza frutos para a eternidade”, comenta.

Os voluntários estiveram em 11 lugares, dentre eles quatro albergues da Organização das Nações Unidas (ONU), três alojamentos, três pontos de pregações e a obra em Montecristi e São Vicente, onde Josi e nossa outra missionária no país, Marta do Carmo, estiveram por quase

três anos. Em um dos albergues, a equipe trabalhou durante o dia e realizou cultos à noite, alcançando pessoas para Cristo. Apesar dos riscos de contaminação por bactérias, nossos voluntários nada sofreram, sendo guardados por Deus e sustentados em oração, em todo o tempo.

Faça parte Você também pode levar esperança ao Equador. Dê sua oferta para que possamos prosseguir com o atendimento a estas pessoas que tanto sofreram com o terremoto. Participe do projeto Ajude Agora – Equador. Entre em contato com a nossa Central de Atendimento: 21221901 (de cidades com DDD 21) 0800 709 1900 (demais localidades) e também por WhatsApp: (21) 98368-9999. Se preferir, envie e-mail para: centraldeatendimento@jmm. org.br ou faça sua oferta online no site www.missoesmundiais. com.br/relacionamento.


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Assembleia da CBM elege nova diretoria para o biênio 2016-18

Ilimani Rodrigues, Coordenador de Comunicação da Convenção Batista Mineira

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os dias 27 a 31 de julho, a denominação Batista no Estado de Minas Gerais reuniu-se para a Assembleia deliberativa da Convenção Batista Mineira, que acontece a cada 2 anos. Este ano a reunião aconteceu na cidade de Uberlândia, no triângulo mineiro, e contou com quase 500 inscritos e a participação de mais de 1.000 pessoas. Diferente dos últimos anos, quando as reuniões aconteciam em alguma Igreja da cidade escolhida, este ano, em parceria com o Convention Bureau, uma entidade sem fins lucrativos que tem por finalidade fomentar o turismo em Uberlândia, a CBM conseguiu, de forma totalmente gratuita, o Centro de Convenções da Cidade, um dos melhores do estado. Para o pastor Marcio Santos, diretor executivo da CBM, “este local foi um presente de Deus para os Batistas Mineiros. Além da estrutura de primeiro mundo, conseguimos, através de várias parcerias,

Nova diretoria da Convenção Baitsta Mineira para o biênio 2016-18

oferecer aos participantes várias possibilidades de alimentação e hospedagem”, comemorou. As reuniões começaram na quarta-feira dia 27, com a participação de aproximadamente 700 jovens no culto da Juventude Batista Mineira (JUBAM), que teve como convidados especiais Alexandre Magnani e Samuel Mizrahy na parte do louvor e adoração, e palavra do pastor Ruan Noce, da Igreja Batista Água Viva, na cidade de Vinhedo-SP. Nas noites de quinta, sexta e sábado os presentes puderam se deliciar com as belas canções do Cantor João Alexandre, que, inspirado, levou todos a sentirem a presença do Pai durante os cultos. “Quero agradecer aos irmãos que estiveram presentes, me apoiando e me dando palavras de incen-

tivo”, comentou João. A noite de sexta-feira foi marcada por um momento muito especial para mais de 70 pastores. Eles fazem parte do grupo que recebeu, de forma totalmente gratuita, a oportunidade de convalidar os créditos adquiridos em cursos livres, formando-se bacharéis em Teologia. Isso só foi possível graças aos esforços conjuntos da Convenção Batista Mineira, a Faculdade Batista de Minas Gerais e a Ordem dos Pastores Batistas do Estado, que somaram forças para criar turmas especiais para atender a liderança batista no estado. A programação da noite de sábado ficou por conta do pastor Vanoir Torres, coordenador de Missões da CBM. Além da presença do coral, o momento foi marcado pelo batismo de 26 irmãos da Cris-

Mais de 1000 pessoas reunidas na Assembleia da Convenção Batista Mineira

tolândia. Também esteve presente na noite missionária o pastor Thomas Akins, que foi um dos pioneiros em missões no estado de Minas e que hoje coordena um programa mundial de evangelismo pioneiro ao redor do mundo. Para o pastor Vanoir Torres, “a participação de mais de 1.000 pessoas no culto de missões mostrou o quanto a denominação está comprometida com a tarefa de levar o amor de Cristo por todos os quatro cantos da terra”, comentou. No domingo pela manhã, os presentes inscritos tiveram a oportunidade de participar da eleição da nova diretoria da Convenção para o biênio 2016-2018, e eleger quem representará a denominação nos próximos dois anos. A reeleição do pastor Ramon Marcio como presidente de-

monstrou a confiança que os batistas mineiros tem depositado nele. “Estou certo que nos próximos dois anos como presidente da Convenção iremos avançar muito na conquista do nosso estado para Jesus. Estamos desenvolvendo projetos para permitir capacitação de qualidade para nossa liderança e membros, estamos criando projetos para crianças, adolescentes e jovens, o que antes era um ponto fraco da nossa denominação no estado, estamos empenhados em abrir novos campos missionários em cidades que não tem nenhum trabalho e também queremos investir pesado na ação social, apoiando e dando suporte a projetos como a Casa Alma Livre, que hoje oferece suporte a pessoas em vulnerabilidade social e que precisam de ajuda”, analisou.

Lar Batista F.F. Soren em Tocantins é contemplado com projeto cultural Participantes fotografaram comunidade onde vivem

Projeto uniu crianças do Lar Batista com as crianças da comunidade

Mara Nascimento, jornalista dos adolescentes através da fotografia. da Convenção Batista do O Projeto teve 34 adolesTocantins centes, parte da instituição e a primeira quin- outra parte da comunidade zena do mês de próxima ao Lar Batista.Foram julho, aconteceu desenvolvidas oficinas de inno abrigo Lar Ba- tegração, história e a prática tista F. F. Soren em Tocantins da arte, história da fotografia , as oficinas do Projeto Cul- e o uso das máquinas fotográtural Olhar da Comunidade, ficas, aplicando as técnicas e que estimulou a expressão desenvolvendo o olhar dos

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adolescentes para os detalhes existentes na comunidade. O tema trabalhado pelo projeto foi a valorização da comunidade rural e do homem no campo e o jovem no campo. “O projeto foi transformador e a prática com as câmeras abriram os olhos dos nossos adolescentes para perceberem o lugar onde eles moram”, informa Judite Rocha.

As melhores fotos irão para uma exposição

As saídas fotográficas proporcionaram uma integração entre as crianças do Lar Batista com as crianças da comunidade, as quais percorreram por entre as redondezas do abrigo observando o potencial existente nos quintais e também nas hortas, que é a realidade da agricultura na comunidade. Os produtos do projeto

estarão em uma exposição das fotografias, que será realizado de 01 a 16 de outubro na galeria de artes do Espaço Cultural de Palmas, coordenado pela curadora do projeto. Haverá também o lançamento de um catálogo impresso com as fotografias selecionadas com mais três instituições que participaram do projeto no país.


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ponto de vista

Departamento de Ação Social da CBB

A Missão da Igreja de como O vemos. Em outras Sérgio Dusilek, pastor da Igreja Batista Marapendi - RJ palavras, a visão da missão da Igreja passará necessaria“Moisés disse ainda: Rogo-te mente pelo funil de nossa que me mostres a tua glória. percepção, resultando uma Respondeu-lhe o Senhor: Eu postura mais abrangente ou farei passar toda a minha até, restringente. Contudo, bondade diante de ti, e te cabe aqui a indagação: nós proclamarei o meu nome podemos ou mesmo deveIavé; (...) E quando a minha mos restringir a missão da glória passar, eu te porei Igreja? A resposta parece ser clanuma fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, ra: na tese, não; na prática, até que eu haja passado. De- sim, lembrando que toda pois, quando eu tirar a mão, restrição é uma maneira de me verás pelas costas; porém não acabar ou mal acabar a minha face não se verá.”(Êx a obra de Deus. As lacunas que existem no cumprimen33,18,19a, 22-23). to da missão da Igreja, via ossivelmente você de regra são fruto de nossa esteja se perguntan- limitada percepção de quem do agora qual seria Deus é e de quão grande, a relação da passa- diversificada é a missão da gem acima com a missão da Igreja. Até mesmo a indisIgreja. Eu também estaria me posição e falta de envolviperguntando a mesma coisa, mento de muitos com a obra caso estivesse na sua posi- provém de uma percepção, ção. E meu objetivo é que até por sinal limitada e, em o final desse pequeno texto muitos casos, instrumentasobre este abrangente tema, lizadora do divino. São os você consiga compreender o nossos enquadramentos, que entendo sobre a missão nossas tentativas de “fotografar”, de ter uma forma de da Igreja. Sem esquecer que o texto Deus. Ocorre que desde o acima figura a sombra que é início da Palavra, temos um a Lei (Hebreus 10.1) e prefi- Deus não adepto à “selfie”, gura a promessa da vinda e um Deus que não se deixa visualização da face de Deus formatar, seja no aspecto em Jesus (João 14.7-11), fato “fugidio” da narrativa moé que muito do que fazemos saica, seja na abrangência em nome de Deus e para Ele incontida da vida, obra e advém de nossa percepção, ensinos de Jesus de Nazaré,

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cujo símbolo maior é o sepulcro vazio. Até mesmo a revelação especial que recebemos, e que fazemos bem valorizar (falo da Bíblia), não consegue enquadrar todo o conteúdo revelado, uma vez que a própria Revelação é maior que o registro (uma das razões pelas quais a Palavra se renova diante de nós com tanto vigor e novidade). Se é verdade então que nossa percepção, e portanto teologia, podem representar uma tentativa de enquadramento do divino, devemos sempre lembrar também que Deus permanece muito além dessa “foto teológica”. Nosso enquadramento sempre mostrará, se tivermos sucesso como Moisés, um “Deus de costas”. Justamente por isso prefiro adotar (e sugerir) a compreensão de Deus como Espírito (João 4), uma vez que ela aponta para imprevisibilidade de Deus, não aqui em termos de caráter divino, mas em termos de ação e de agenda para Sua Igreja. Uma ação que é feita sob o espírito de serviço (diaconountes), na extensão de alguém que cumpre/administra com excelência aquilo que lhe foi passado (oikonomoi), debaixo da legítima unção divina (karisma), e com escopo

abrangente, multiforme (poikíles) da Graça (karitos) de Deus (I Pedro 4.10). Interessante como Deus usou o pescador Pedro para juntar numa mesma formulação tantas palavras que nos são comuns no serviço do Rei. Penso que a Graça não tem um formato, porque ela é a expressão de Deus. Penso que essa Graça multiforme revela a grandeza de um Deus que se preocupa com a individualidade, a ponto de autenticar cada experiência de conversão como única. Penso que a multiforme Graça de Deus reflete Seu Reino, de cujas marcas destaco a impossibilidade de enquadramento. Isso porque o Reino é como o Rei: informável. Penso também que a multiforme Graça de Deus aponta para as mais variadas capacitações e formas de exercer a vontade de Deus e cumprir a missão da Igreja nesse mundo. Não há uma única maneira de servir a Deus no mundo; há várias e em todas elas sinalizamos o amor e a Presença do Rei. Quais as implicações dessa compreensão? Inúmeras, complexas e revisionistas, em termos de nossa agenda como Igreja. Mas também são desafiadoras, apaixonantes, abrangentes e produtoras de experiências com Deus.

Isso porque a missão da Igreja é feita pela Graça e sua agenda é dada pelas necessidades do mundo. Não cabe a Igreja enlatar a Graça divina, transmitindo-a somente de um modo para uma mesma necessidade. A Graça não se traduz somente em folhetos evangelísticos, mas numa diaconia, num serviço ao mundo, seja na promoção da justiça, seja nas ações emergenciais, seja no acolhimento de refugiados, exercendo o dom da hospitalidade tão bem assinalado por Pedro (I Pedro 4), entre tantas outras. Cabe a ela ler a realidade, acolher os desafios e necessidades que estão à sua volta e manifestar, por se deixar usar, a multiforme Graça de Deus. Cabe a ela agir como o samaritano (Lucas10): manifestar graça diante de uma necessidade. Perceba que para Jesus, a agenda fora dada pelo mundo (suas necessidades); mas a capacitação é dada por Deus (Graça, seja na forma de karitos ou de karisma). Se você achou essa missão muito vasta e grande é porque compreendeu bem o texto e por isso lhe parabenizo. E ressalto também que uma missão abrangente tem o tamanho do Reino e a “cara” do Rei, sendo este o compromisso social da Igreja.


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ponto de vista

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Esta será a melhor Olimpíada de todos os tempos Juvenal Mariano de Oliveira Netto, membro da Primeira Igreja Batista em São Pedro da Aldeia - RJ

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m meio à uma grave crise política e econômica que assola o país, o Rio de Janeiro recebe a 31ª edição dos Jogos Olímpicos. Alguns dizem que os jogos servem para trazer paz e harmonia entre as civilizações. Será mesmo que eles têm alcançado este objetivo? Alguém poderia comprovar isto estatisticamente? Pelo jeito, o que conseguem é apenas uma trégua, enfatizada por um espaço montado especi-

ficamente para relembrar a todos deste pacto. A maior expectativa, sem a menor sombra de dúvidas é a conquista por medalhas e poder ocupar o primeiro lugar no ranking. É para isto que atletas e governos, de mãos dadas, empenham-se tanto durante quatro longos anos. Até aqui foi comentado acerca das olimpíadas criadas pelos gregos, mas a ideia é fazer um paralelo com outra olimpíada. Serão fornecidos elementos que possam sustentar a tese de que, esta sim é a melhor de todas. Vamos denominá-la de “A Olimpíada dos Jogos Eternos”.

Nesta olimpíada, todos nós somos atletas e os jogos têm inicio quando nascemos, pois milhares de espermatozóides começam a competir para fecundar um único óvulo e dar início a vida. Esta competição só termina quando partimos deste mundo. Serão citados, a seguir, alguns fundamentos que a tornam disparadamente a melhor. Nela, não há um único vencedor, dependendo das escolhas dos atletas, uma multidão pode sair vitoriosa. (Ap. 19.1; Mt. 20.28; At 4.12; Rm. 10.9). Nela, a paz a ser alcançada não é algo temporá-

rio ou ilusório, muito pelo contrário, os vencedores gozarão de paz abundante ainda durante a competição, independente de circunstâncias, e ao término dela, indubitavelmente, usufruirão de uma paz eternal. (Is 9.6; Jo 14. 27). A recompensa que os vencedores recebem não é uma simples medalha ou qualquer quantia em espécie. Eles recebem um novo corpo, imune a doenças, indestrutível. Adquirirem uma passagem para adentrar a nova Jerusalém, uma cidade preparada por Deus desde a fundação do mun-

do, onde não haverá pranto, dor e nem morte. Todos os vencedores viverão eternamente em um lugar de gozo e glória na presença do Altíssimo. (Tg. 1.12; I Co 9.23-27; 15.51-57; Ap. 2.7,11,17; 3.5,12,21; 7.17; 19.1; 21.4-6; 22.14 ). Por tudo isto é que afirmo, categoricamente, que esta olimpíada será a melhor de todos os tempos e o desejo de Deus é que você, que está terminando de ler este texto, venha fazer parte desta equipe de pessoas “mais que vencedoras” por intermédio de Cristo Jesus. (Rm. 8.37; I Tm. 2.4-5).

A graça de Deus tem um preço! Genevaldo Bertune, pastor da Igreja Batista da Família em Higienópolis - SP

A

o ler Jeremias 30 fiquei impressionado com a mensagem que Deus mandou seu profeta entregar ao povo. Ao mesmo tempo que ele reitera seu amor, graça e misericórdia incondicionais para com Israel e Judá, afirmando que os trará de volta à terra de seus antepassados, e que eles a possuirão; que ele mesmo lutará contra as nações que os

escravizaram; ele não deixa de afirmar que, no entanto, o povo será duramente disciplinado, na medida dos seus pecados. Ele diz que o povo pecou tanto, que não há mais volta em seu propósito de corrigi-lo. Amados, este mesmo princípio podemos ver no Novo Testamento, após a expressão máxima desse amor através da morte de Cristo, na cruz, por nós. Algumas recomendações são bastante claras e deviam ser levadas em conta nestes tempos de uma graça tão barata. Vejam:

“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que já dormem. Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo” (1 Co 11.28-32).

“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”; “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” (1 Co 6.19-20; 1 Co 3.16-17).

Ainda que neste último texto (1 Co 3.16-17), pelo contexto, Paulo referia-se à Igreja, como corpo de Cristo - igreja local -; e que, portanto, se alguém a destruir com divisões, partidarismos, contendas e dissensões, Deus o destruirá. No entanto, a mensagem permanece: a Graça de Deus tem um preço! Este preço é a disciplina, a correção que ele impõe àqueles que estão ligados a ele pela sua eterna aliança, quando insistem no erro, no pecado.



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