OJB Edição 34 - Ano 2018

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 26/08/18

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Notícias do Brasil Batista

Ano CXVII Edição 34 Domingo, 26.08.2018 R$ 3,20

Fundado em 1901

Notícias do Brasil Batista

OPBB Carioca promove Workshop de Planejamento Estratégico

Batistas de Piauí participam da 80a Assembleia da COMNBrasil

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Notícias do Brasil Batista

Ponto de Vista

Congresso da Juventude da PIB em Lagarto SE reúne mais de 500 participantes

Confira o último texto da Série “Juventude e Sociedade”, da Juventude Batista Brasileira

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o jornal batista – domingo, 26/08/18

reflexão

EDITORIAL O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

Foto: Lucas Tavares

Embaixador do Rei Jesus até o fim

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.batistas.com A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida

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estacamos, nesta edição, os 70 anos d a Organização Embaixadores do Rei. Há mais de meio século, centenas de meninos têm sido transformados pelo poder da Palavra de Deus e a dedicação de servos e servas do Senhor que, incansavelmente, investem na evangelização e consolidação de garotos. É notório como o mundo percebeu a relevância que as nossas crianças e adolescen-

tes têm, por isso, usa de todos os atrativos para seduzi-los, a fim de corromper toda e qualquer moral e valor recebido. Ao contrário dessa triste realidade, a Organização Embaixadores do Rei chega até esta faixa etária com o objetivo de agregar não só ensinamentos bíblicos, mas saberes que conduzirão esses meninos a serem homens de caráter, ética, valor e conscientes do seu papel transformador no mundo.

São muitas as Igrejas Batistas que hoje não dão prosseguimento a este precioso trabalho, infelizmente. Mas queremos encorajar a cada uma a dar maior atenção aos meninos. Afinal, muitos assuntos precisam ser conversados entre rapazes. São nessas oportunidades que dúvidas que serão sanadas, questionamentos serão levantados, e desafios também. Além disso, é a partir desse convívio que grande parte dos missionários e pastores

Batistas são levantados. A missão do cristão em evangelizar, em ser um embaixador do nosso Rei aqui na Terra é o grande pilar da Organização ER. Invista no crescimento do seu filho, sobrinho, neto. Não deixe-os de fora do que Cristo tem feito através de homens de Deus que decidiram andar na contramão do mundo. Com carinho, Paloma Furtado, jornalista, editora de O Jornal Batista


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bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES

Eu, adolescente?

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om seria que todo ser humano seguisse a ordem de crescimento relatada por Lucas 2.52 a respeito de Jesus. Ele crescia física, intelectual, espiritual e socialmente. É a ordem normal que deveria ocorrer na experiência humana, mas não é. A semente do pecado herdada de Adão transtornou o projeto divino. Em várias etapas da vida, o pecado da revolta e da não aceitação de si mostra-se mais virulento. No momento, a não aceitação do corpo físico tem levado algumas pessoas à morte. Ao buscar a estética do corpo perfeito, que não existe, os assim transtornados põem fim à vida. É a triste realidade da sociedade de consumo que nunca se satisfaz com o que possui.

Essa distorção que gera a morte, fruto da insatisfação com o errôneo ideal do belo, é mais frequente na adolescência. Período belo da vida, mas frugal e passageiro, faz do adolescente um ser misterioso, especialmente para os pais, que não se preparam para o convívio com os filhos nesta idade, mas desafiador para aqueles que já passaram por essa fase da vida e amam as pessoas, independente da idade, desejando-lhes felicidades e alegria de viver. O adolescente expressa humor instável. A alegria de um momento, repentinamente se transforma em mau humor e rispidez; muda de tonalidade como orquestra desafinada. Os pais que não se preparam para o convívio com os filhos adolescentes sentem-se

perdidos e infelizes por não saberem como proceder. A tristeza do adolescente é produto de insegurança quanto ao futuro. Por não conseguir realizar os seus sonhos e devaneios de um mundo melhor, mais justo e menos cruel. Ele não concorda com as injustiças sociais, com a inércia dos adultos que deveriam agir e não agem. Mas, por sentir-se incapaz de atuar para a solução dos problemas prefere refugiar-se no mutismo agressivo ou nas lágrimas furtivas que surgem sem permissão. Em um outro momento, o adolescente se apresenta como senhor absoluto da situação, é o “sabe tudo” da patota, família, escola e do mundo que o cerca e o acolhe. Ele tem soluções para todos os

problemas e dilemas da vida, mas como ninguém lhe dá crédito, prefere rotular a sociedade como escória imbecil. Por “saber” mais que os pais, que julga ultrapassados, a reação é não aceitar nenhum conselho ou orientação. “Sei errar sozinho”. As experiências que a vida nos acumula no decorrer dos anos são meras balelas de alguém que deseja se impor pela autoridade e não por capacidade. Na escola, o professor não progrediu. O melhor modo de revidá-lo é não estudar a matéria, que considera desnecessária para o seu futuro promissor. Como a reprovação irrita os pais, esta verdade leva a escola a repensar seus métodos e conteúdos. Esta verdade salta aos olhos no Brasil que, até hoje, mesmo

com autoridades competentes e responsáveis pela educação, se perdem em um plano de educação jamais elaborado e jamais colocado em prática. Como não há plano, não há o que executar. Há muito que analisar sobre o adolescente e suas reações. A Igreja deve assumir sua responsabilidade, oferecendo-lhe o melhor, com fundamentos bíblicos para que seja o exemplo de Jesus, que foi adolescente e viveu a adolescência glorificando o Pai. Há muito que analisar sobre o adolescente e suas reações. A Igreja deve assumir sua responsabilidade, oferecendo-lhe o melhor, com fundamentos bíblicos para que seja o exemplo de Jesus, que foi adolescente e viveu a adolescência glorificando o Pai.

Fazer discípulos não é opcional Cleverson Pereira do Valle, pastor, colaborador de OJB

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odos nós, cristãos, conhecemos a Grande Comissão registrada em Mateus 28.18-20. A ênfase nesse texto jamais foi no ide, mas no fazer discípulos. Discípulo é aquele que aprende, que no passado sen-

tava-se aos Pés do Mestre. A Bíblia registra que Paulo foi discípulo de Gamaliel, que Jesus fez muitos discípulos; Em Lucas 10.39, por exemplo, vemos que Maria estava assentada aos Pés de Jesus para aprender com Ele. O nosso chamado primordial é fazer discípulos, não é opcional, é um imperativo. Não podemos priorizar outras coisas e

deixar o “fazer discípulos” em segundo plano. É necessário que as nossas agendas estejam focadas no RD (Relacionamento Discipulador). No livro “Relacionamento Discipulador”, de Diogo Carvalho, o autor lança uma pergunta: Quantos discípulos já fizeram em toda a sua vida ou estão fazendo agora? Se essa pergunta fosse lançada para a

membresia das nossas Igrejas, o que ouviríamos de respostas? O fato é que nos envolvemos com muitas coisas e o principal deixamos de lado. Na realidade, a Grande Comissão está muito distante do dia a dia de muitos que frequentam Igrejas. Jesus disse que nos faria pescadores de homens; nossa tarefa primordial é fazer discípu-

los. O crescimento qualitativo e quantitativo só virá quando entendermos o nosso papel no Corpo de Cristo. Repito, fazer discípulos não é opcional. Cientes disso, devemos elaborar um plano para começar a fazer discípulos no nosso dia a dia. Que Deus dê direcionamento a cada um de nós, para que façamos o que deve ser feito.


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Obra surpreendente

Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB

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o capítulo nove do Evangelho de João, no verso três, Jesus dá uma resposta surpreendente aos seus discípulos:“Disse Jesus: “Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele”. Bem, na hipótese de que nada mais tivesse acontecido, o mistério levantado pela pergunta dos discípulos, ficaria até hoje sem resposta. A seguir, Jesus afirma que veio ao mundo fazer um trabalho, ou seja, cumprir a missão que o Pai lhe dera. Depois anuncia que Ele é a luz do mundo, e, em sequência, Ele inicia o milagre da cura do cego, para ilustrar que Ele é a luz em todos os sentidos. O tanque de Siloé era um

lugar destacado em virtude de uma certa fama, não esclarecida até os dias de hoje. Um anjo era enviado para mover as águas, de tempos em tempos, e quem pulasse primeiro nas águas, seria curado. Vejam que a ordem dada por Jesus demandou muita fé ao cego. Obedecida a ordem, o cego foi curado; aí começa um resultado tempestuoso. A cura do mendigo cego causa grande alvoroço. Ao aparecer sem ajuda e curado, foi demais! Até os vizinhos discutem se ele era o grande conhecido deles. Era sábado, todos estavam em casa, pois era proibido trabalhar neste dia. E a notícia chegou até a sinagoga, onde os judeus se reuniam aos sábados. Logo, os inimigos de Jesus resolveram tomar providências, para que sua fama não aumentasse.

A celeuma foi tão grande, que Jesus pronunciou, ao final do tumulto, uma das frases mais condenadoras que já pronunciou. Ele disse aos doutores da Lei: “Se vocês fossem cegos, não seriam culpados de pecado, mas agora que dizem que podem ver, a culpa de vocês permanece”. Que ensino surpreendente! Quando falamos de Cristo a uma pessoa e ela dá desculpas evasivas, em vez de crer em Cristo, ela se auto - condena. Por outro lado, temos uma surpreendente explicação sobre o sofrimento. Deus, através do sofrimento, realiza grandes obras para Sua glória. E ele mesmo dá a maior prova dessa grande verdade ao entregar seu Filho amado para morrer por nós. Ele nos concedeu vitória sobre a morte e a vida eterna, para desfrutarmos de Sua glória celestial. Isso não é surpreendente?

GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Teu Deus será o meu Deus “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rt 1.16)

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iúva e sem recursos, Noemi, voltou para Judá, acompanhada de sua nora Rute. Antes, por uma questão de honestidade, insistiu com Rute para que voltasse a viver com seus parentes e recomeçasse a vida. A bondade de Noemi, porém, era tão impactante, que Rute declarou: “Não me proíba de ir com a senhora, nem me peça para abandoná-la! Onde a senhora for, eu irei, e onde morar eu também morarei. O seu povo será o meu povo e o

seu Deus será o meu Deus!” (Rt 1.16). A vida de Noemi foi o melhor testemunho sobre o Deus de Noemi. Após ter experimentado as piores provações que poderiam acontecer com uma mulher, a moabita Rute descobriu que o segredo da força interior de sua sogra residia na sua comunhão com o Deus Jeová. Daí sua exclamação: “O seu Deus será o meu Deus”. Viver diariamente a Bíblia, com coerência e dignidade: eis a maneira mais simples e poderosa de pregar a Cristo. Explicações doutrinárias e discursos teológicos não causam tanto impacto. Saibamos ou não, nosso comportamento diário anuncia o poder e o amor de Jesus Cristo. Ao ponto de as pessoas quererem, também, experimentar o nosso Senhor.

Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida Marinaldo Lima, pastor, colaborador de OJB

A Verdade Eu trago pata ti; sigas minha revelação.

Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida Um com o Pai; só em Mim há segura guarida.

Verdade eterna é esta, pois é a Palavra de Deus. Entendas e vivas seu ensino com toda perseverança. Realmente o ladrão é o pai da mentira e traz o engano; Dou-te, porém, a certeza e a verdadeira esperança. Aquilo que ensino será a lâmpada dos teus pés, Dando à tua vida firmeza e total confiança E mesmo durante a tempestade, te darei a bonança.

Sou Deus e fora de mim outro não há. O Criador de tudo que existe e existirá. Ungido que trouxe libertação, Sou o Leão de Judá. O Meu sangue derramei na cruz para todos salvar. Caminhe comigo agora e por todos os seus dias. Atalhos existem, mas só levam à perdição. Mesmo que te ofereçam toda glória deste mundo, Ignore a todos, pois só em Mim há salvação. Não vá atrás da voz atraente do estranho; Há em suas veredas o perigo; ele é o ladrão. O Caminho seguro Sou Eu, no qual encontras perdão.

Edificarás a tua vida na Rocha, com toda segurança. Alimentarás o teu espírito com alegrai, paz e temperança. Vida eterna em mim terás; no mundo reina a morte, Infligindo sobre todos pranto, lamento e dor. Dei a vida para te livrar da horrenda e triste sorte; Agora bato em teu coração, chamando-te com amor.


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Um pai recomendado por Deus

Celson de Paula Vargas, pastor, colaborador de OJB “Se andares perante mim como andou Davi teu pai, com integridade de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o que te mandei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos, então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre” (I Rs 9.4-5).

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perpetuidade do reinado de Salomão sobre a nação de Israel estava condicionada à sua determinação de seguir o exemplo dado por seu pai Davi, no que se referia ao seu relacionamento com Deus no tempo em que por Ele foi convocado para governar o Seu povo. Ele foi íntegro e sincero de coração, na obediência aos mandamentos de Deus, e no guardar seus estatutos e juízos. Por isso, foi um pai

recomendado por Ele. Queridos pais, é comum em nós o ardente desejo de que os nossos filhos sejam bem-sucedidos em todas as áreas das suas vidas. Tenho convicção de que isso é possível, firmado nessa Palavra de Deus, que garante a eles o sucesso em todos os seus empreendimentos, mediante a proposta de seguirem os nossos mesmos comportamentos, com referência ao ordenado por Deus para nós.

Muitas vezes nos empenhamos em sermos exemplos para nossos filhos, agindo com toda lisura de vivências, o que é absolutamente correto, mas isso não será de todo suficiente, porque em tudo que fazemos por nós mesmos terá o aroma das nossas imperfeições naturais. O legado perfeito que levará os nossos filhos aos bons resultados é aquele que procede de Deus, é adotado por nós, e de nós para eles. Quando buscamos

a Deus, em primeiro lugar, todas as nossas ações como indivíduos, cidadãos e pais serão abençoadas e purificadas por Ele. Ser exemplo por nós mesmos não é igual a sê-lo através do Senhor agindo em nós. “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Vamos nos propor sermos exemplos de pais recomendados por Deus a eles.

Jesus, meu Mestre Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB

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a cultura da época de Jesus, discípulo era, na interpretação popular, aquele que “comia” a poeira da sandália do Mestre. Na região da Palestina, nas caminhadas nas ruas e estradas poeirentas os rabinos andavam cercados de discípulos. Os mestres em Israel eram aqueles que ensinavam os mais jovens a trilharem o caminho da vida e eram os professores da Lei.

O discípulo, na época de Jesus, ficava colado no mestre, ou seja, o discípulo via como o mestre lidava com as pessoas, como ele se relacionava com aqueles que estavam ao seu redor, como ele lidava com seus familiares e amigos próximos. O discípulo ainda via como o seu mestre se alimentava, qual a sua relação com os alimentos e com quem os preparou, como era sua prática devocional. Aos olhos do discípulo, o mestre é o guia, o professor, aquele que detém os conhecimentos e

os aplica com sabedoria no cotidiano. Discípulo, nas palavras de Jesus, é aquele que O segue aprendendo e sendo moldado. Discipulado é um processo dinâmico, que exige um relacionamento profundo. É uma transmissão de valores, ensinos e preceitos que forjam um caráter devocional e prático. Jesus repassa tudo o que sabe para seus discípulos, instrui-os na Lei de Deus, e ensina que devemos amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo. Jesus nos ensina como devemos nutrir

uma espiritualidade saudável e devocional, e como não podemos tomar decisões sem antes orar e colocar tudo diante de Deus. Jesus ensina como sermos cotidianamente dependentes do Pai em tudo quanto fizermos. Jesus nos ensina como enfrentar situações adversas, como lidarmos com as tentações, proferindo a Palavra de Deus, e como agir diante dos inimigos. Jesus é o Mestre que ensina as orientações do Senhor aos Seus discípulos, e o faz de forma amorosa. É um professor diferente, que não conde-

na quando erramos, mas que nos ensina a reerguermos e a nos firmarmos novamente no caminho. É um professor exigente, pois Ele é santo e nos exorta a vivermos uma vida de santidade e obediência, combatendo o egoísmo e a desobediência. É um professor que retira conceitos e “verdades” erradas, frutos da desobediência e que incute a verdade de Deus que promove santidade e libertação. É uma maravilha ser discípulo de Jesus e aprender como viver com Aquele que viveu para a Glória de Deus.


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Paixão pelas almas José Manuel Monteiro Jr., colaborador de OJB

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mensagem de salvação precisa ser proclamada em todo mundo a toda criatura. Este é um assunto de magna importância. O Instituto Moody afirma que apenas 5% dos crentes já tiveram o prazer de levar alguém a Cristo. Talvez isso ocorra porque os líderes espirituais não evangelizam. Criamos a cultura de que só ovelha gera ovelha, e não o pastor. É tarefa do pastor também ser um evangelista (II Timóteo 4.5). Por que a evangelização é importante? Ela promove o crescimento da Igreja. Ao olharmos para a Igreja Primitiva, verificamos

que seu crescimento se deu por causa da evangelização fervorosa. Os crentes, cheios do Espírito Santo, anunciavam com poder o Evangelho de Jesus. Também destacamos que a evangelização rompe com o preconceito. Há pessoas que jamais assistiriam nossas reuniões no templo, devido ao preconceito e imposição religiosa. Existem pessoas que não se sentem bem em nosso meio por causa dos olhares de reprovação. Mas, se os perdidos têm dificuldade de ir as nossas reuniões, nós vamos até eles. O próprio Jesus foi à casa de alguém que não era bem-visto (Zaqueu), e ali levou a mensagem de salvação. Acredito que precisamos resgatar a paixão pelas almas.

O homem sem Cristo está perdido e carece de um salvador. Quero aqui elencar alguns pontos para a nossa reflexão. Primeiro: homem nenhum pode salvar a si mesmo. O homem está morto em seus delitos e pecados, e por si mesmo não consegue operar a sua salvação. Por isso devemos anunciar a mensagem de salvação aos perdidos. Em segundo lugar: precisamos fazer o nome do Senhor conhecido. Em um mundo global, onde a tecnologia avança rapidamente, ainda existem pessoas que não ouviram falar do nome de Jesus. O líder de Missões Batista David Platt, diz: “Dois bilhões de pessoas ainda não ouviram falar do nome de Jesus, e outras 70 mil

pessoas morrem diariamente sem qualquer contato com o Evangelho”. Em terceiro lugar: somos convocados por Deus a compartilhar o Evangelho. Somos instrumentos de Deus para anunciar as Boas Novas de salvação; é nossa obrigação fazê-la conhecida aos outros. Proclamar este Evangelho em todo o mundo e a toda criatura não é questão de sentimento ou preferência; é uma obrigação moral, um dever sagrado. Hernandes Dias Lopes, afirma: “Sonegar o Evangelho é como um crime de apropriação indébita. O Evangelho não é para ser retido, mas para ser proclamado”. Em último lugar: investimento em Missões. Na Sua

bondade e misericórdia, Deus enviou os Seus mensageiros. O maior de todos foi Jesus. Nós, como Igreja, seguimos o exemplo de nosso Pai celestial. Para enviar mensageiros (missionários), precisamos investir em Missões. Hernandes Dias Lopes, diz: “Investir na obra missionária é fazer um investimento para a eternidade; é fazer um investimento de consequências eternas. Fazemos missões com as mãos dos que contribuem, com os joelhos dos que oram e com os pés dos que saem para levar as Boas Novas de salvação”. Que o nosso coração se inflame - para que anunciemos a plenos pulmões que só Jesus salva!

É hora de agir! Wanderson Miranda de Almeida, colaborador de OJB

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ocê já ficou paralisado diante de alguma coisa? Quem sabe diante de uma prova que você não sabia nada, ao ver a pessoa amada, ao fazer algo errado e, de repente, perceber que sua mãe estava chegando (risos), ao ver seu time perdendo a taça no último minuto da partida... provavelmente, sim.

Bem, talvez, nessas situações você não pudesse fazer nada, poderia ficar paralisado. Quando esse tipo de coisa ocorrer, lembre-se que, um dia, os apóstolos de Jesus também ficaram assim: “E eles ficaram com os olhos fixos no céu enquanto Ele subia. De repente surgiram diante deles dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: ‘Galileus, por que vocês estão olhando para o céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao céu, voltará da

mesma forma como o viram subir’” (At 1.10-11). Viu? Os apóstolos ficaram olhando Jesus subir e esqueceram de tudo, de todos, precisaram de uma “palavrinha” dos anjos: “Por que vocês estão olhando para o céu?”. A mensagem dos anjos era esta: “Não fiquem parados! É hora de agir!”. Essa mensagem serve para mim e para você também. Muitas vezes, ficamos contemplando “sei lá o quê” e paramos. Imagine como temos coisas

a fazer: pessoas estão precisando de nós - de várias maneiras - e Deus nos deu uma missão, certo? Não dá para ficarmos parados. Não podemos ficar com os olhos “voltados para o céu”. Depois de receberem a “palavrinha” dos anjos, os apóstolos acordaram: “Então, eles voltaram para Jerusalém, vindo do monte chamado das Oliveiras, que fica perto da cidade, cerca de um quilômetro. Quando chegaram, subiram ao aposento

onde estavam hospedados. Achavam-se presentes Pedro, João, Tiago e André; Filipe, Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, Simão, o zelote, e Judas, filho de Tiago. Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive, Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus” (At 1.12-14). Não sei se algum anjo vai falar com você, mas tenho certeza que a hora de voltar para Jerusalém chegou. É tempo de agir!


missões nacionais

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Diversos representantes se reúnem em primeiro Encontro da Rede de Ação eDesenvolvimento Social da CBB

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urante três dias, 13, 14 e 15 de agosto, representantes de Organizações e Igrejas de dez estados do Brasil participaram do primeiro Encontro da Rede de Ação e Desenvolvimento Social da Convenção Batista Brasileira. Ao todo, mais de 60 pessoas estiveram no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro, neste momento que foi um marco para a denominação. A programação reuniu autoridades do governo, como Herbert Borges Paes de Barros, que é secretário nacional de Cidadania, e Niusarete Lima, assessora especial do Ministério do Desenvolvimento Social e coordenadora do Subcomitê da Presidência da República para a Interiorização dos Imigrantes venezuelanos, que compartilharam experiências de suas áreas a fim de capacitar os representantes para os próximos passos da rede. E, além disso, também foi explanado aos presentes algumas das áreas onde os Batistas brasileiros já atuam nestes âmbitos. Como o caso do papel da União Feminina Missionária Batista Brasileira, que foi explicado por sua diretora executiva, Marli Pereira Gonzalez, além dos diversos projetos sociais de Missões Nacionais,

Pastor Raone Barcellos apresenta o Projeto Viver

Foram três de planejamento e orientação para avançar no trabalho

como a Cristolândia, Viver e, mais recentemente, a Missão Brasil Venezuela, em Roraima. Em uma de suas falas durante a programação, pastor Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais e também membro do Conselho Nacional de Assistência Social, compartilhou um pouco do que vem a ser a rede. Visando a transformação social do Brasil, é um conjunto de iniciativas, projetos e pro-

gramas de assistência e desenvolvimento social realizado pelas Igrejas, Associações, Convenções e demais Instituições vinculadas à Convenção Batista Brasileira. “Quando as pessoas pensam em ação social muitas vezes pensam em dar a sobra. Mas não foi isso que o Senhor Jesus ensinou. Ele ensinou a dar o melhor”, afirmou ele. E, baseado nisso, a razão de existir da rede está fundamentada: na

São mais de 60 homens e mulheres que representam suas organizações de todo o Brasil na rede

Representantes e autoridades ouvem uma das histórias de transformação da Cristolândia

mobilização dos Batistas para a justiça social; na articulação de Igrejas e Organizações da denominação para ampliar a cooperação e os resultados de transformação social em nosso país; na consolidação e divulgação de dados e informações do trabalho e impacto social Batista. Este que foi o primeiro encontro, marcou apenas um passo do que ainda está por vir. A Rede de Ação e De-

senvolvimento Social da CBB pretende avançar e conta com todas as Igrejas e Organizações Batistas que estejam atuando efetivamente na proteção social, vigilância socioassistencial e defesa dos direitos de indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco social. Acesse o site https://www. rads.org.br/ e cadastre agora mesmo sua organização. Participe desta rede!


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Juventude Conecta Uni, da PIB em Blumenau - SC, promove Retiro de jovens Tema da edição 2018 do evento foi “Pac Man 2 #vocêéoquevocêcome”. Thalyta Duczak Alves, supervisora do Conecta Uni Blumenau

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o final de semana dos dias 22 a 24 de junho, mais de 100 jovens do Conecta Uni (jovens entre 18 e 24 anos da Primeira Igreja Batista em Blumenau - SC) estiveram no Recanto Shalom para buscar mais de Deus e viver momentos de comunhão no retiro “Pac Man 2 #vocêéoquevocêcome”. Alguns jovens das bases de Gaspar e Indaial, cidades vizinhas, também participaram. Esta foi a segunda edição do Retiro, que tem como principal tema o resgate pela dedicação às Escrituras. O tema foi criado pela equipe de criatividade da Igreja a partir da ideia inicial da liderança do Conecta Uni. No jogo eletrônico, Pac Man precisa se alimentar o máximo possível para superar seus inimigos e tornar-se capaz de combatê-los e todo cristão deve se alimentar da Palavra para poder vencer o mal e fazer a diferença através do conhecimento de Deus. A programação iniciou-se na sexta à noite, com um momento de comunhão e muito louvor e adoração sob o comando da banda do Conecta Blumenau. No sábado pela manhã (e tam-

Jovens tiveram a oportunidade de buscar mais de Deus e viver momentos de comunhão

bém no domingo), o dia iniciou com um tempo de devocional em grupos, nos quais todos participaram através de pequenos grupos . Logo após, aconteceu a primeira ministração com Thiago Alves, supervisor que faz parte da equipe de liderança do Conecta Blumenau e líder do Conecta Uni. Os jovens foram levados a refletir sobre como tem construído sua vida até aqui, o empenho necessário para se firmar uma construção na rocha e foram incentivados a buscarem mais solidez na sua vida com Deus através da Palavra. A tarde, aconteceram quatro workshops de temas variados, possibilitando a cada um participar de dois. Os temas foram escolhidos de acordo com a necessidade percebida pelos líderes entre os jovens. O workshop “Ciência x Fé”, minis-

trado por Walter Adriano, pastor do Conecta Blumenau, ofereceu instrumentos de pesquisa para que os jovens saibam defender sua fé diante de tantas teorias contrárias ao cristianismo. “Vou casar, casei! E Agora?” ministrado por Francieli Almeida, supervisora da liderança do Conecta Blumenau e líder do Conecta Uni, abriu espaço para jovens casais (e solteiros também!) ouvirem sobre a importância da preparação para o casamento e do comportamento cristão dentro de um relacionamento, valorizando e respeitando o papel do homem e da mulher. Daniel Trainoti, líder de célula do Conecta Blumenau, falou sobre um tema comum a todos mas nem sempre enfatizado. “Existo, logo sofro: onde está Deus quando tudo dá errado?” falou sobre sofrimento, o desafio e a importância de perma-

necer em Deus não importando a situação. Um workshop voltado especialmente para meninas “#lookdodia: vestida para inspirar”, ministrado por Bárbara Alfonso, líder de célula do Conecta Blumenau, trouxe a percepção de que as roupas carregam uma mensagem e é preciso estar atenta à isso para glorificarmos a Deus através da nossa aparência. Na noite de sábado, a ministração da palavra ficou por conta de Diego Almeida, supervisor que faz parte da equipe de liderança do Conecta Blumenau e líder do Conecta Uni. Foi feita uma comparação entre aqueles que têm prazer na lei do Senhor e os que não tem, e todos foram levados a refletir sobre sua saúde espiritual, sua “boa forma”, de acordo com aquilo que se alimenta. Os jovens foram desafiados a adotar a leitura da Palavra como um hábito e a se achegarem a pessoas que são exemplo para se tornarem eles mesmos inspirações para essa geração! A especial Noite do Fondue começou logo após a ministração. Foi um momento onde os jovens foram presenteados com fondue de chocolate com frutas e um ambiente especialmente preparado para eles! O objetivo foi promover mais integração

entre todos, proporcionando um momento para que cada um compartilhasse o que estava aprendendo de Deus com pessoas com as quais normalmente não conversa. O clima era de comunhão e muita alegria. Quem estava com bastante energia ainda desfrutou de uma sessão cinema com pipoca, assistindo ao filme “Em Defesa de Cristo”. Na manhã seguinte, ainda sobrou fôlego para mais um momento de louvor e adoração, no qual Deus selou cada um com Sua presença. A palavra foi ministrada por Thalyta Alves, supervisora integrante da liderança do Conecta Blumenau e líder do Conecta Uni. Os jovens foram encorajados a escolherem o bom alimento, como o profeta Daniel escolheu, e a não se contaminarem com as iguarias oferecidas por esse mundo, para poderem cumprir o chamado que Deus lhes deu de forma excelente. Em cada um desses momentos, todos tiveram a oportunidade de refletir no tema #Vocêéoquevocêcome. Um alimento sólido foi oferecido, fazendo os jovens pensarem sobre o que estão ingerindo e também fazendo-os se alimentar e ter mais paixão pelo melhor alimento de todos: a Bíblia!

Pastores Batistas Cariocas promovem Workshop “Planejamento Estratégico em Organizações Eclesiásticas e de Terceiro Setor” Além do tema central, tópicos como Liderança, Gestão, Governança Corporativa, Compliance e Transparência foram abordados. Rômulo Borges, pastor, executivo da OPBB - Carioca, membro da Igreja Batista Itacuruçá - RJ

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os dias 30 de julho e 06 de agosto, pastores e líderes participaram do Workshop “Planejamento Estratégico em Organizações Eclesiásticas e de Terceiro Setor”, promovido pelos Pastores Batistas Cariocas. O treinamento, de dois dias, foi ministrado pelo pastor e mestre Davidson Freitas, da

Workshop faz parte do Projeto Pastores 2025, da OPBB Carioca

Primeira Igreja Batista em Heliópolis - RJ, e foi sediado pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. Os presentes entraram em contato com o

tema Planejamento Estratégico, com a experiência eclesiástica e corporativa do ministrante. Além do tema central, tópicos como Liderança, Ges-

tão, Governança Corporativa, Compliance e Transparência foram abordados. “Tudo isso faz parte do novo tempo que os Pastores Batistas Cariocas estão vivendo, com o Projeto Pastores 2025. Quando chegamos à frente da organização, não havia nada que norteasse o futuro, que promovesse paixão. Agora, estamos trabalhando com determinação na implementação de uma nova cultural, de acordo com a nossa Visão e Missão. Um futuro melhor nos espera.” diz Rômulo Borges, coordenador executivo.

A visão e a missão dos Pastores Batistas Cariocas foi aprovada em assembleia histórica, de maneira unânime, e tem sido o referencial dos trabalhos. A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil -Seção Carioca tem buscado uma nova metodologia de trabalho, com o enforque na capacitação e cuidado, e isso tem trazido um novo ajuntamento, despertando interesses dos pastores, suas famílias e lideranças; resultando em crescimento em filiações, adimplência e a busca para filiação.


missões mundiais

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Só há um Deus Marcia Pinheiro - Redação de Missões Mundiais

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Ásia é o maior continente do planeta e abriga mais de 4,463 bilhões de pessoas. É lá que se concentra a maioria dos povos não alcançados. São considerados não alcançados os povos que não têm quase nenhum (menos de 2%) cristão para falar de Jesus para eles. Também não têm Bíblias em seu próprio idioma, nem Igrejas por perto. Ou seja, eles não têm acesso ao Evangelho de Cristo. No Sul da Ásia é comum as pessoas acreditarem em vários deuses, ao contrário de nós cristãos. Por lá, até os animais são considerados sagrados, e quem fala de Jesus é visto como inimigo. Mas temos bons motivos para nos alegrarmos; Missões Mundiais tem enviado missionários para lá. Os asiáticos que passam a acreditar no Evangelho falam para outras pessoas, que falam para outras e mais outras. Assim, a mensagem da salvação em Jesus vai se espalhando. Um dos grandes desafios destas pessoas é o hinduísmo, uma religião seguida por

agosto e setembro. Existem muitas versões de sua história, mas uma das mais populares é que, quando ele era menino, a mãe de Ganesh pediu para que ele guardasse a porta de sua casa enquanto ela tomava banho. Enquanto isso, o pai de Ganesh, o “deus” Shiva, voltou para casa após um longo tempo fora. Não reconhecendo seu filho depois de tanto tempo, Shiva exigiu que o deixasse entrar para poder ver sua esposa. Ganesh recusou por obediência a sua mãe, então Shiva cortou sua cabeça. Quando Shiva percebeu que Quem foi Ganesh? Segundo a mitologia hindu, ele havia matado o próprio o “deus” Ganesh nasceu entre filho, ele encontrou o animal muitos e que ignora completamente o único e verdadeiro Deus, ensinando às pessoas a dobrarem seus joelhos diante de falsos deuses. Todos os anos, durante o final de agosto e início de setembro, dependendo dos ciclos lunares do calendário hindu, um bilhão de hindus em vários países, não só na Ásia, celebram um de seus maiores festivais: o Ganesh Chaturthi, uma celebração que comemora a chegada do seu senhor, Ganesh, à Terra.

mais próximo, um elefante, e deu a cabeça do animal ao filho. Portanto, Ganesh é representado como o deus com cabeça de elefante e o corpo de um homem. Ele é conhecido como o “deus” do sucesso, da sabedoria e da prosperidade e que protege as pessoas e remove os obstáculos da sua vida. Mas nós, cristãos, sabemos que esta é uma mentira que tem enganado milhões de pessoas. Elas precisam conhecer a Bíblia, que é a verdadeira Palavra de Deus, na qual Ele diz: “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que Tu não me conheças; para que

se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45.5-6). Para que a Ásia se alegre e diga: o Senhor Reina, missionários da JMM realizam atividades em vários lugares estratégicos durante o Ganesh Chaturthi. Eles precisam das nossas orações. Organize encontros de oração em sua Igreja, compartilhe com outros irmãos para levantarem um clamor pela libertação espiritual desse povo tão sofrido. Ore! Os missionários do Sul da Ásia dizem: Muito_ obrigado! ( - dhanyava d).

Novas turmas do programa Radical estão em treinamento

Colaboração: Ana Jhuly Stellet - Redação de Missões Mundiais

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o início de agosto chegaram à sede de Missões Mundiais duas novas turmas de vocacionados para um treinamento de preparação ao campo. Eles fazem parte dos projetos Radical África e Radical Haiti e estão com grandes expectativas para impactar as comunidades onde atuarão. Jovens de diversas regiões do Brasil foram chamados por Deus para servir como esperança em outros países. O Projeto Radical África prepara os vocacionados para atingir etnias não alcançadas no Noroeste da África pelo período de 24 meses, incluindo o treinamento. A expetativa deles de fazer a diferença le-

vando amor e cuidado aos não alcançados é grande. “Eu espero coisas novas no Senhor, muito aprendizado e sobre tudo ser como Jesus. A gente vê que a África é um lugar carente de amor. Eu quero ir para lá ser família. E que a gente possa ter o caráter de Jesus em tudo que fizer.” “Que vidas possam ser alcançadas pra Cristo e que haja uma transformação não só de vida em conhecer Jesus, mas também social. Que eles possam aprender alguma coisa com a gente e a gente possa aprender com eles também.” Declaram dois integrantes da turma do Radical África. Não citamos os nomes por questão de segurança, já que eles ficarão em área de risco à pregação do Evangelho. Para o Projeto Radical Haiti, os voluntários são preparados

é o seu plano na minha vida. O Senhor sabe quem eu sou. Se mesmo assim Ele quiser me usar, a decisão é Dele. E hoje eu estou aqui para honra e glória Dele”, disse Lucas Valença, também do Radical Haiti. Ore por esses jovens que decidiram viver essa experiência de muito aprendizado no campo missionário. Peça para que o Senhor cuide da família de cada um e que sejam usados para levar a verdadeira esperança por onde passarem.

para desenvolver projetos sociais, humanitários e educacionais pelo período de 18 meses, incluindo o treinamento. “Eu fui em janeiro em uma viagem voluntária e saí de lá com muita vontade de voltar. Eu espero que a gente possa

influenciar com as nossas atitudes, amando, servindo, pois esse é o maior testemunho que temos”, diz Ávila Alves, do Projeto Radical Haiti. “Falei para o Senhor: eu amo pessoas, amo conhecer lugares. Mas eu não sei qual

Fique atento ao término dos prazos de inscrições para as próximas turmas: Radical Latino - Americano até 01/10/2018 Radical África e Radical Ásia - até 19/11/2018 Radical Luso-Africano e Radical Haiti - Aguarde! Inscrições: crh@jmm.org.br


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notícias do brasil batista

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COMNBrasil promove 80a Assembleia e reúne mensageiros das Igrejas das regiões associacionais Orador oficial foi o pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da Convenção Batista Brasileira (CBB). Redação OJB

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urante os dias 26 a 29 de julho, na cidade de Picos, no Piauí, foi realizada a 80ª Assembleia da Convenção Batista Meio Norte do Brasil, sob o tema “Vivendo o Reino de Deus”. O orador oficial foi o pastor Sócrates Oliveira de Souza, diretor executivo da Convenção Batista Brasileira (CBB). Na ocasião, tiveram mensageiros das Igrejas de todas as regiões associacionais. Ao longo dos dias, os convencionais se reuniram no Centro Educacional Petrônio Portela, onde também se concentraram as hospedagens e alimentação de todos os participantes. A Assembleia foi recepcionada pelos irmãos da Primeira Igreja Batista de Picos, pelo pastor Mario Magalhães Cardoso, pela Associação de Igre-

Diversas Organizações tiveram seus relatórios aprovados durante a Assembleia e também participaram das atividades durante toda a programação

jas Batistas da região Centro-sul do Piauí e pelo pastor Neyron Marcolino de Oliveira. A diretoria que conduziu a Assembleia foi composta pelo pastor Robson Kennedy Campelo Pita (secretário-executivo); pastor Marcilio Pereira de Barros (presidente); pastor Erasmo Melo Ferreira (1º vice-presidente); pastor Francisco das Chagas Silva (2º

vice-presidente); professora Marta Alves Batista Mendes (1ª secretária) e professora Rosilene Portela Oliveira e Silva (2ª secretária) Foi empolgante contemplar o trabalho da União Feminina, liderada pela irmã Dalvani Vilarins Bezerra, que contou com a presença da diretora executiva nacional, Marly Velasques. A Ordem dos pas-

tores também esteve reunida sob a liderança do pastor Jose Jair Mendes. E a União Missionaria de Homens também esteve representada e participou das atividades convencionais representada pelo presidente Roberto Carlos Holanda da Silva. Os relatórios das diversas Organizações e Associações foram aprovados com louvor.

Um dos destaques foi a apreciação do programa de Missões Estaduais, que conseguiu além da plantação de diversos novos campos, também a construção de seis novos templos em localidades que já têm uma Igreja atuante e obreiro, trabalho este que vem sendo conduzido diretamente pelo secretário-executivo, pastor Robson Kennedy.

Caravana missionária leva compaixão e graça ao povo nordestino Mais de 40 voluntários participaram da viagem missionária para o Rio Grande do Norte. Edna Paz, missionária mobilizadora da Junta de Missões Nacionais

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viagem aconteceu nos dias 19 a 29 de julho e foi coordenada pelo pastor Enoque Paz e missionária Edna Paz, missionários mobilizadores da Junta de Missões Nacionais. Mais de 46 voluntários de várias cidades de São Paulo fizeram parte da caravana para Assú e Paraú, ambas no Rio Grande do Norte. A equipe pôde, durante esses dias, levar além do Evangelho, compaixão e graça através do discipulado, atendimento médico e doação de cestas básicas. Com o apoio de várias Igrejas Batistas do estado de São Paulo, 155 famílias foram atendidas. Na oportunidade, alguns voluntários chegaram até o lixão de Assú, um lugar triste e de muita miséria, e onde inúmeras famílias recolhem restos de ali-

Moradores de Assú e Paraú - RN receberam os cuidados de 46 missionários vindos de São Paulo

mentos; um momento de muita comoção entre os voluntários. Ali, muitas famílias foram contempladas com a cesta básica, alimento, quem sabe para uma semana ou um pouco mais e, principalmente, pela Palavra de Deus que sacia a fome. Na cidade de Paraú, o cenário não foi diferente. Pobreza e miséria espiritual assolam esse povo tão querido. Entre outros problemas, encontramos ali um número alarmante de depressão entre as mulheres. Na tentativa de amenizar o sofrimento delas,

realizamos tardes só para elas, através do “Encontro do fuxico”. Aulas de artesanato foram ministradas pela voluntária Selma, que doou de seu tempo e habilidade para abençoar vidas por meio do projeto. Foram cinco dias e, no final de cada dia, a Palavra de Deus era ministrada aos seus corações pela missionária Edna. O resultado foi abençoador! A autoestima daquelas mulheres foi elevada a partir da reflexão do Salmo 139, com o tema: “Eu não sou a Mulher Maravilha, mas Deus

me fez maravilhosa”. Essa frase passou a ser a senha de entrada para o dia seguinte. No último dia, fizemos um desfile com a bolsa feita de fuxico, produto final proposto para as aulas de artesanato. As crianças também foram alcançadas através de EBF e Kids Games. Muitos brinquedos foram doados, entre eles, a Missioneca, uma boneca de pano para as meninas e a pulseira para os meninos, ambas com as cores do Plano de Salvação. No final da viagem, realiza-

mos o Culto da Vitória, com muitos testemunhos sobre o agir de Deus ao longo dos dias. O retorno para as nossas casas foi com a sensação de dever cumprido e com o coração cheio de gratidão pelo cuidado de Deus, pela recepção e cuidado dos missionários responsáveis pela missão ali nas cidades de Assú e Paraú, entre eles, o pastor Manoel Moreira, pastor Pedro e missionários em formação: Charles, Patrícia, Valdir, Mércia, Ariel e Tess. A Deus toda honra e glória!


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Jovens da PIB em Lagarto - SE reúnem mais de 500 participantes em Congresso Encontro acontece anualmente e, em 2018, abordou o tema “Somos um em Cristo”.

Créditos das fotos: Jr. Ferreira Fotógrafo

Fabiano Santos, membro da Primeira Igreja Batista em Lagarto - SE

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s dias 27, 28 e 29 de julho foram marcantes para a juventude da Primeira Igreja Batista em Lagarto - SE. Sob o tema “Somos um em Cristo”, baseado em João 10.30, o Congresso anual de Jovens da PIB em Lagarto - SE contou com a participação de mais de 500 jovens de todas as denominações do estado de Sergipe. Os preletores deste ano foram a pastora Fernanda Madaloni e o pastor Valdo, do Ministério Avivah. “Neste Congresso pude viver o Amor de Deus para comigo de forma bem intensa. Estou vivendo a graça de sentir o chamado de Deus na minha vida e, assim como Jesus, quero fazer as mesmas obras que ele fez”, disse Fabiano Jesus dos Santos. Foram três dias onde os jovens se reuniram e participaram de uma programação que contou com vários momentos de oração, louvor, teatro, coreografias e a ministração da

Programação teve momento de louvor, oração, teatro e ministração da Palavra

Pastora Fernanda Madaloni e pastor Vado (Centro) junto ao pastor Bruno Barbato (à direita) e Ivone Barbato (à esquerda)

Palavra, dentre tantos outros momentos em que puderam se divertir, sem deixar de ser jovens e transparecer a alegria que trazem em serem servos do Deus Altíssimo. “Acredito que o 12º Congresso foi um divisor de águas, não

só pra mim. Nos unimos, somamos para multiplicar o Amor de Deus e entendermos que nEle, Cristo, todos devemos ser um, como está escrito em Efésios 4.4-6, afirma Bernardo Barbato. Para o pastor Bruno Barbato, vice-presidente da Igreja, a rea-

Juventude da Primeira Igreja Batista em Lagarto - SE

lização do Congresso é como retomar um novo ciclo a cada ano, com novos desafios e oportunidades. “O melhor Congresso é sempre aquele que acabou de acontecer, pois é o que está mais fresco na memória de todos.

Contudo, não há como negar a história que vem sendo escrita todos esses anos e, principalmente, as expectativas que são geradas em torno desta data já praticamente consagrada em nosso calendário”, comenta o pastor Bruno Barbato.

Primeira Igreja Batista em Itarantim - BA desenvolve compaixão e discipulado através do futebol Foco do Projeto é promover consciência cidadã e fazer com que alunos compreendam a vontade de Deus.

Projeto Golaço atende meninos de 08 a 14 anos e utiliza o esporte como ferramenta evangelística

Weslei Pinha, pastor

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o objetivo de multiplicar discípulos e impedir o avanço da degradação social, a Primeira Igreja Batista em Itarantim - BA desenvolve o Projeto Golaço há cerca de

um ano. Trata-se de uma escolinha de futebol que atende cerca de 70 crianças e adolescentes entre 08 e 14 anos de idade. Além de oferecer orientações técnicas e táticas do futebol nos treinos que acontecem todas as quintas e sábados, o Projeto busca

promover maior consciência cidadã, bem como compreensão da vontade de Deus para a vida de cada aluno. “Vemos no Projeto Golaço a expressão da compaixão de Deus através da Igreja para com essas crianças carentes de ocupação sadia, disciplina

e amor. Além disso, entendemos que o esporte é um extraordinário instrumento na formação de caráter e transformação social”, afirma o pastor Weslei Pinha, coordenador do Projeto. A iniciativa, que se mantém através do investimento

social da Igreja bem como dos voluntários que servem através dos seus dons e talentos, pretende lançar em 2019 o “Gol na Escola”, que visa o acompanhamento escolar e familiar de crianças e adolescentes integradas ao Projeto.


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ponto de vista

Discípulo radical “E, chamando a si a multidão com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.” (Mc 8.34).

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Senhor Jesus nos chama para sermos Seus discípulos radicais, ou seja, comprometidos com a Sua vida. Ele nos chama para negarmos a nós mesmos em função Dele. Não é mais a nossa vida, mas a vida Dele em nós (Colossenses 3.4). Ser discípulo radical é viver debaixo da autoridade do Mestre; fazer o que Ele mandou (Marcos 16.15), andar como Ele andou, fazendo o bem, libertando as pessoas do poder satânico, de uma vida infeliz (I João 2.6; Atos 10.38). O discípulo radical tem a sua vida marcada pelo amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta; o amor que jamais acaba (I Coríntios 13.4-8). Ser discípulo de Jesus significa aprender Dele, que é manso e humilde de coração

(Mateus 11.29). Nele encontramos o descanso para as nossas almas, pois o Seu cuidado é zeloso e a Sua companhia constante e leal (Mateus 28.20). O discípulo radical está comprometido com a pregação do Evangelho que enseja mudanças profundas na vida do que crê. Aquele que está em Cristo tem a sua cosmovisão mudada radicalmente; ele é retirado da escravidão do egoísmo e introduzido na liberdade do altruísmo. Deixa de pensar somente em si para pensar nos outros, deixa de olhar para baixo e olha para o alto. Abandona os deuses deste mundo para adorar a Deus no Espírito e em verdade (João 4.24). Ele agora tem paixão pelas pessoas perdidas. Deixa de ser solitário para ser solidário. Ele está livre com a liberdade de Cristo para viver debaixo da vontade do Pai (Gálatas 5.1). O discípulo radical vive a vida cristã comprometida com o bem-estar do próximo. Agora, é sal da terra e luz do mundo. Deve exercer a sua influência poderosa (Mateus

5.13-16). O seu prazer é o prazer do Pai. A sua alegria não depende das circunstancias, mas do Senhor. A sua visão agora é na perspectiva de Cristo e não de si mesmo. A sua sensibilidade é aguçada. Ele é o filho que retorna à casa paterna para celebrar com o Pai a vida nova que recebeu. A sua satisfação está em Deus Pai. O seu prazer é a Lei do Senhor e nela medita dia e noite (Salmos 1.3). A Escrituras são o seu manual de vida. O discípulo radical está na contramão do mundo e seu sistema. Ele nada contra a maré. O seu compromisso é com o Senhor Jesus e a Sua obra. Ele ama o seu Senhor de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e com todas as suas forças; e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22.34-40). Ele busca o Reino de Deus em primeiro lugar, sabendo que as demais coisas serão acrescentadas (Mateus 6.25-34). O seu coração descansa na fidelidade de Deus. A Paz de Cristo é o árbitro

em seu coração (Colossenses 3.15). A gratidão torna-se a música da sua alma. Agora ele canta o cântico novo - o cântico do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). O discípulo radical cresce na graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo (II Pedro 3.18). Ele tem compromisso com a salvação dos povos, sensibiliza-se com as pessoas sofridas. Ele vive e prega a justiça do Reino de Deus. O seu coração é misericordioso como o coração do samaritano. A sua liberalidade é motivada pelo Amor de Deus em Cristo Jesus. Ele olha com muita atenção para os homens e as mulheres de Deus que fizeram toda a diferença na História e aprende muito com eles (Hebreus 11). O discípulo radical ama a Igreja local, orar e labutar para o seu crescimento equilibrado. O discípulo radical está fortemente comprometido com os valores do Reino de Deus, tem o compromisso de ensiná-los às pessoas. Ele está disposto a morrer de coerên-

cia a viver no erro. Ele é um defensor da fé cristã genuína. Ele ora, trabalha e espera no Senhor que tudo pode. Ele tem nojo do pecado, mas ama o pecador, e persegue uma vida santa. Quer ser santo como o Senhor é Santo (Levítico 11.44; 19.2; I Pedro 1.16.17). Ele ora e trabalha para que a Igreja seja santa aguardando o noivo. O discípulo radical aguarda pacientemente a volta de Cristo, o seu Mestre. Aliás, ele ama essa volta (II Timóteo 4.6-8). Ele vive na expectativa do “Maranata, Senhor Jesus!”. Possui uma esperança concretizada pela ressurreição e ascensão de Cristo Jesus. O seu coração é cheio de esperança pelo retorno do Salvador. Ele está preparado para essa volta, mas planeja e trabalha enquanto o Senhor não vem. Ele deseja receber de Cristo a palavra: “Servo bom e fiel, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25. 21-23). Seja sempre o Senhor engrandecido na vida do seu discípulo radical.

Série JBB : Reino e a cidade

Vivendo a justiça do Reino em um mundo injusto Vinicius Vargas, pastor, coordenadoria de Liderança e Capacitação

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que é o Reino? Se não sabemos, como seremos participantes dele? Jesus nos ensinou, no Pai Nosso, a orar pedindo que venha o Reino. É preciso saber o que é o Reino de Deus. É preciso saber que o Reino de Deus não começa apenas quando formos para a eternidade. Lá o reino será completo, mas, antes disso, podemos vivê-lo aqui. A presença de Cristo no mundo era a antecipação do Reino. E nós, como Corpo de

Cristo, somos a presença do Reino, representantes dele. Nas palavras de Paulo aos coríntios: “Embaixadores de Cristo”. Precisam os conhecer o que é o Reino. Paulo nos ajuda quando diz em Romanos 14.17: “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz, e alegria no Espírito Santo”. Não vivemos em um mundo justo, de paz e alegria perene. O mundo em que vivemos não parece o Reino. Para viver a justiça do Reino em um mundo injusto é preciso conhecer a realidade do Reino e do mundo.

A Bíblia diz em I Coríntios 4.20 que “O Reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder”. Ou seja, o Reino de Deus é ação. Mas que tipo de ação? Jesus quando encontrava com os doentes, os curava; quando achava um endemoniado, os libertava; quando encontrava os famintos, dava-os de comer, isso tudo junto com as palavras de vida eterna. O Rei dos reis apresentava o reino. Um reino de ação, justiça, paz e alegria. Como fazer com que o Reino de Deus esteja próximo de nós? Podemos nós fazer do nosso mundo, um lugar mais parecido com o Reino?

Entendo que para viver a justiça do Reino em um mundo injusto é preciso fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. Jesus viveu em um mundo injusto. O mundo em que nós vivemos é injusto também. E a gente tem que aprender a reagir a injustiça do mundo, promovendo a justiça do Reino. E uma maneira incrível foi o que fez o jovem Martin Luther King Junior. Ele viveu a justiça do Reino em um mundo injusto, resistindo pacificamente. Seu protesto contra a discriminação nos transportes públicos de Montgomery causou um grande impacto, que mudou as leis da cidade e as leis Jim

Crow, que discriminavam pessoas em todo o país. A situação de discriminação e exclusão social não era uma exclusividade dos Estados Unidos do tempo de Martin Luther King Jr. Vemos situação parecida pelas ruas das cidades do Brasil. Podemos fazer a nossa parte para melhorar o nosso entorno. Talvez, não possamos mudar tudo, mas o que conseguirmos já vai fazer das nossas cidades, um lugar um pouco mais parecido com o Reino. Porque viver a justiça do Reino em um mundo injusto é fazer o Reino de Deus acontecer. Que Deus nos abençoe!


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ponto de vista

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OBSERVATÓRIO BATISTA Abortamento - ponto de partida para a discussão LOURENÇO STELIO REGA professor de Ética e Bioética

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ste tema já foi objeto de tratamento nesta Coluna por meio de oito artigos publicados entre maio a setembro de 2015, quando descrevemos, de forma resumida, diversos aspectos, além de discutir os seis argumentos filoabortistas, isto é, argumentos favoráveis ao abortamento. Os interessados poderão solicitar-nos cópia por e-mail (rega@batistas.org), inclusive. Vamos nos dedicar neste artigo a apenas alguns aspectos. Esclarecendo que utilizamos o termo “abortamento” a partir do léxico médico, pois “aborto” é o concepto rejeitado. No campo da Bioética, muitas vezes, levamos em conta um marco delimitador próprio da natureza de um tema que trataremos. Assim, quando discutimos eutanásia, temos que discutir, antes de tudo, o quando se dá a morte da pessoa. O mesmo quando temos que tratar sobre o transplante de órgãos vitais, em que o doador não é uma pessoa viva. No caso do abortamento temos que caminhar para outro extremo e discutir quando se dá o início da vida como linha demarcatória para indicar se é possível, e se for, quando poderia ser interrompido o processo gestacional sem destruir uma vida. Neste sentido, no campo da Teologia e Filosofia, temos três possibilidades principais: • Pré-existencialilsmo: entende que quando surgiu o mundo, todas as almas já foram criadas; • Criacionismo (nada a ver com a teoria do Evolucionismo): entende que, ao nascer, a pessoa recebe a alma; e, • Traducianismo: entende que a vida se inicia com a concepção. Existem abordagens em outras áreas, mas o espaço não nos permite discorrer neste momento. Vamos nos dedicar agora a ouvir o campo da Medicina e focalizar em algumas informações importantes da embriologia e genética. Neste caso temos o que é conhecido como “teoria concepcionista”, que demonstra que desde a concepção o embrião já é vida. De certo modo, essa abordagem se cruza com o Traducianismo acima indicado. Temos que identificar a diferença entre a fecundação e a concepção. Aquela representa o momento em que o espermato-

zoide penetra o óvulo, enquanto que a concepção representa o momento em que se inicia a segmentação celular, algumas horas depois da fecundação, dando origem, portanto, a uma nova célula, de modo que nisso ocorre o surgimento do código genético identificador da pessoa em formação e que determina o caráter identitário que permanecerá até a morte da pessoa. Neste caso, a identidade é singular e única. Temos aqui não a soma do genoma do pai e o da mãe, mas uma outra identidade própria que se inicia. Nesta abordagem, portanto, temos o início da vida. Esse argumento indica que o que está se desenvolvendo na gravidez não é uma extensão celular do corpo da gestante, mas um “ser-outro” dela diferente. Também não é um aglomerado celular sem qualquer senso de identificação. Em um documento de cerca de 30 páginas que encaminhei à Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, faço explanação mais ampla desta abordagem, inclusive, discutindo questões sobre a chamada “linha primitiva” e o conceito de pré-embrião. Creio que no futuro publicaremos este material. Por outro lado, temos a defensa do abortamento, que, de modo geral, se aporta em argumentos circulando entre os direitos humanos, especificamente aplicados ao direito que a mulher tem do seu corpo e a querer ou não manter uma gravidez em curso. Neste caminho também são utilizados argumentos protetivos à mulher, especialmente àquelas em situação de vulnerabilidade, inclusive, adolescentes. Outro argumento trata o tema como situação de saúde pública considerando óbitos de mulheres que passaram por abortamento sem condições mínimas de atendimento médico. Mas é curioso que se utiliza também do argumento da interdição masculina em tratar do tema, pois seria assunto próprio da mulher. Em resumo, a mulher teria, neste argumento, valor ético e essencial maior que o embrião ou feto e, neste caso, temos vertentes que desconsideram ser ele genética e biologicamente diferente da gestante, sendo uma extensão dela. A vontade da mulher e/ou sua condição em ausência protetiva lhe daria direito ao abortamento até 12 semanas.

É curioso notar que o argumento que coloca a mulher e o seu direito ao próprio corpo e à sua própria vontade em manter ou não a gravidez não leva em conta e nem se ocupa em descaracterizar fatos científicos no campo genético e da embriogênese fetal que aponta para um novo ser que tem seu marco inicial na formação de sua identidade na concepção. E, neste sentido, em uma linguagem mais precisa podemos afirmar que no momento da concepção, os dois gametas dos genitores formam uma nova entidade biológica, o embrião, que carrega em um novo projeto-programa individualizado (Sgreccia) uma nova vida individual, diferente não apenas da mãe, mas também do pai. Isso nos conduz ao próximo passo, em que é possível considerar que o desenvolvimento do feto independe da gestante, além dos nutrientes que ela lhe fornece, portanto, é um “ser-outro” diferente dela própria, de modo que não deve ser objeto de descarte como se fosse um aglomerado celular disforme, como se faz com qualquer outra composição celular própria da pessoa, tal como uma cutícula ou outro tecido que pode ser aparado. A vontade da gestante ou de quem quer que seja não pode desconsiderar que um “ser-outro” tem a sua própria identificação genética que permanecerá até o termo da vida e isso indica que, mesmo sendo ainda disforme, é um ser humano em formação. Fora isso, é preciso considerar que, desde o primeiro momento, em que temos a segmentação celular temos aí a presença de células vivas, não meramente células inertes. Por isso que devemos considerar o estatuto do embrião não apenas de natureza biocelular, mas também de forma holística ao levarmos em conta a sua natureza identitária desde os primeiros momentos do seu surgimento. Portanto, o embrião é ser humano; é pessoa e tem personalidade. Em geral, as discussões sobre o tema ficam em um âmbito binário - pró ou contra - mas precisamos ir mais adiante e considerarmos uma terceira via. Com isso, desejamos ir mais além do que indicar que desde a concepção temos vida, assim, a partir deste momento (também

chamado de cariogamia), temos que resguardar o “Estatuto e proteção da identidade da pessoa” que possuirá peso elevadamente superior à qualquer outra linha demarcatória que se queira estabelecer para defender a interrupção da gravidez ou o abortamento. E ainda que se queira considerar que o embrião não seja “pessoa humana” em sentido pleno, não é ainda o bebê recém-nascido e mesmo a criança antes do uso da razão de modo a se constituir plenamente um sujeito ético com adequado aparelho volitivo para poder tomar decisões - a isso chamamos de estágio pré-ético. Em resumo, os direitos não se adquirem pelo fato de nascer, mas enquanto ser humano. Mais, ainda, nesta terceira via, temos que considerar, de fato, a situação da mulher quanto ao seu estado de gravidez, mas aqui não será possível se valer do abortamento como recurso de controle da natalidade - o abortamento contraceptivo ou “útero social” -, pois sustentar esta defesa - a da gravidez indesejada - seria suprimir um ser vivo em desenvolvimento. O que precisamos aqui é abrigar a sexualidade responsável seja pelo homem, seja pela mulher. Não é possível validar esse argumento da gravidez indesejada ou qualquer outro nesta mesma linha de defesa, pois estaríamos tratando do efeito ou resultado, sem considerar o que o causou - a sexualidade sem compromisso. Ainda mais que o embrião não pediu para ser gerado e nem sequer poderá opinar sobre o seu próprio descarte. Aliás, quem defende o abortamento é porque teve a chance de viver, de não ter sido um aborto - isto é, um concepto rejeitado. Afinal, quem luta pelo abortamento hoje teve o direito de nascer ontem, que também hoje quer tirar daquele que está ainda em início de sua história de vida. O que temos aqui é a necessidade do tratamento das causas e não dos efeitos disso tudo, portanto, a necessidade de serem criadas, implementadas e mantidas políticas públicas e educacionais para o desenvolvimento da sexualidade responsável. Mais do que isso, políticas públicas para o suporte protetivo da mulher em suas mais variadas

condições de risco e vulnerabilidade, até mesmo as que estão em idades menores. E mais, políticas públicas que venham trazer melhores condições de vida seja no âmbito econômico, empregabilidade, educação, condições sociais, etc., a todos. E isso incluímos nesta terceira via. Vivemos em uma era de inclusão, portanto, o tema não pode deixar de incluir a todos os envolvidos - mulher, homem, famílias e, por que não, o embrião? Como é esta história de defender os direitos humanos e não defender humanos com direitos, mesmo em uma fase inicial de vida? Que direitos humanos são esses? O conceito de “direitos humanos” precisa ser aprofundado e ampliado de forma holística a ponto de ser inclusivo e não exclusivo de qualquer pessoa que seja, inclusive, da mulher. E, mais ainda, por que o homem, como ser masculino, não pode participar dessa discussão, se em seu bojo lhe é lançada a acusação, nem sempre justificada, de ser ele o irresponsável único? E se este assunto deve interessar a todos por que não desenvolvemos políticas educacionais inclusivas de modo a trazer a todos - também ao homem - educação sexual respeitosa, inclusive, com o fornecimento de educação e recursos contraceptivos? Em outra ocasião, poderemos tratar de um dos principais fundamentos dos argumentos pró-aborto, que é a tese de que o conhecimento e a verdade são socialmente construídos. Assim, em sentido mais denso, o exercício da cidadania necessita ser provido não apenas de condições dignas de vida de quem já está escrevendo sua história, mas também do ser desde o marco histórico da gênese ou início de sua identificação singular que prosseguirá em todo percurso de sua vida, dando-lhe também a possibilidade de escrever sua própria história. É este o caminho de proteção a todos de forma integral a terceira vida. Para finalizar, lembramos a palavra da doutora Lenise Aparecida Martins Garcia, do departamento de Biologia Celular da UnB: “Só existe a 12ª semana porque existe o 1º dia, assim como o mês que também não começa a partir do dia 12º dia”.



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