ANO CXX EDIÇÃO 38 DOMINGO, 19.09.2021
R$ 3.20 ISSN 1679-0189 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA
FUNDADO EM 1901
O propósito está firme! Embaixadores do Rei comemoram 73 anos da organização no Brasil Culto de celebração aconteceu no dia 25 de agosto, na Primeira Igreja Batista em Alcântara, em São Gonçalo-RJ. Promovido pelo Departamento Nacional de Embaixadores do Rei (DENAER), o culto foi realizado de maneira presencial, com público limitado e seguindo rigidamente os protocolos de segurança. Solenidade também foi transmitida na página do DENAER no Facebook.
Coluna Dicas da Igreja Legal
Coluna Vida em Família
Notícias do Brasil Batista
Missões Mundiais
Pensando no futuro
Paternidade
Novo espaço
Ação pela vida
Coluna fala dos cuidados com a aposentadoria pastoral
Coluna fala do papel da Igreja nesta área
CBESP inaugura nova área em sua sede convencional
JMM convoca Batistas brasileiros para ajudar países mais fechados do mundo
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REFLEXÃO
O JORNAL BATISTA Domingo, 19/09/21
EDITORIAL
O propósito está firme No dia 25 de agosto, a organização Embaixadores do Rei completou 73 anos de organização no Brasil. Sem dúvidas, um trabalho fundamental nas Igrejas Batistas ao redor do Brasil. Nela foram formados bons cidadãos, pastores, missionários, servos que amam ao Senhor e a Sua Palavra. Daqui a algumas páginas, especificamente a de número 12, você vai saber como foi a comemoração desta data especial para a organização e para os Batistas brasileiros. Aqui no Editorial vamos dedicar espaço para, resumidamente, contar a história dos Embaixadores do Rei. A organização teve início no Brasil em 1948, graças ao pioneirismo do in-
cansável missionário americano, pastor William Alvin Hatton. No início, ele contou com o apoio da União Feminina Missionária Batista do Brasil. A primeira embaixada organizada por Alvin Hatton foi a “William Buck Bagby”, fundada na Igreja Batista da Tijuca, que hoje é a Primeira Igreja Batista do Andaraí-RJ. Em sua biografia “Pioneering with Royal Ambassadors in Brazil”, pastor Alvin relata a história de um rapaz de 15 anos, de nome Paulo Spurgeon de Paula. Ele era estudante no Colégio Batista da Guanabara (hoje conhecido como Colégio Batista Shepard) e gostava muito da organização ER. Bilíngue, ele ajudou o pastor Alvin a superar as dificuldades de comunicação nas primeiras reuniões.
A participação do pastor David Gomes na implementação do trabalho ER no Brasil foi importante. Ele pastoreava a Igreja Batista da Tijuca e deu todo o apoio ao trabalho ER. A primeira reunião na Igreja aconteceu no dia 07 de agosto de 1948, e pastor Alvin Hatton tinha apenas alguns manuais mimeografados, que foram distribuídos aos presentes. Não se sabe o motivo de o dia 25 de agosto de 1948 ter sido escolhido como marco oficial da organização. Desde sua chegada ao Brasil, até a primeira reunião para tratar da organização em solo brasileiro, Alvin Hatton utilizou apenas 11 dias. No início de 1950, um acordo entre a UFMBB e a JUERP foi redigido (na
época Junta de Escolas Dominicais e Mocidade), sendo então criado o Departamento de Embaixadores do Rei, no dia 25 de fevereiro de 1950, sem dúvidas um marco importante para a organização. Que os Embaixadores do Rei continuem fazendo a diferença em nossas Igrejas, denominação e sociedade. Pedimos ao Senhor que o propósito desta organização seja mantido e o nome do Senhor seja exaltado. n Estevão Júlio
jornalista no Departamento de Comunicação da Convenção Batista Brasileira (com informações do site memoria.embaixadoresdorei.org).
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Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Folha Dirigida
REFLEXÃO
O JORNAL BATISTA Domingo, 19/09/21 DICAS DA IGREJA LEGAL
Pastor, não despreze a sua aposentadoria
Jonatas Nascimento Conforme entendimento pacificado, o conceito de ministro religioso é “Aquele que consagra sua vida a serviço de Deus e do próximo, com ou sem ordenação, dedicando-se ao anúncio de suas respectivas doutrinas e crenças, à celebração dos cultos próprios, à organização das comunidades e à promoção de observância das normas estabelecidas, desde que devidamente aprovados para o exercício de suas funções pela autoridade religiosa competente”. Ressalte-se que tal conceito não se restringe à figura do pastor em si, mas também de outros ministros que atuem em ambiente religioso, tais como missionários, evangelistas, educadores cristãos, ministros de adoração etc. De modo geral, não são regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e, portanto, não são empregados da Igreja local. Não se enquadram no artigo 3º desse diploma legal, que assim diz: “Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”. Diz a lei que são contribuintes obrigatórios da Previdência Social quando
estiverem exercendo a sua atividade, equiparados a autônomos. A sua contribuição mensal será o valor por ele declarado, independentemente do valor por ele recebido a título de prebenda. Não é obrigação da Igreja efetuar tais recolhimentos, mas tal obrigação é única e exclusiva do pastor ou demais ministros religiosos. Acontece que, demasiadamente ocupado e preocupado em cumprir a sua missão precípua, muitas vezes o pastor acaba se esquecendo de si mesmo e de sua família. Quem nunca ouviu uma história triste de um obreiro que, após encerrar a sua longa carreira ministerial, passa a enfrentar dificuldades financeiras? Como dito acima, embora não seja obrigada a assumir as contribuições do pastor, seria de bom alvitre que as Igrejas pudessem reverter este quadro e escrever uma história favorável e abençoadora. Para saber mais, visite o canal “Cartilha da Igreja Legal” no Youtube. n Empresário contábil, diácono Batista e autor da obra “Cartilha da Igreja Legal” E-mail: jonatasnascimento@hotmail.com WhatsApp: (21) 99247-1227
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REFLEXÃO
O JORNAL BATISTA Domingo, 19/09/21
Nossa unidade no combate ao pecado na Igreja Celson Vargas
pastor, colaborador de OJB
“assim como também eu procuro em tudo ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos” (I Co 10.33). Diante de uma infinidade de problemas de ordem moral, ética, doutrinária e espiritual, na Igreja de Corinto, o apóstolo Paulo se disponibiliza pessoalmente como exemplo aos demais membros, a agirem com sabedoria e entrega para combaterem o pecado que estava matando espiritualmente àquela Igreja. Será que nossas Igrejas também precisam dessa unidade no combate ao pecado? Como podemos contribuir para isso? Ranços da velha criatura que existia naquela Igreja, e que também sempre existirá em nossas, precisam ser combatidos com paciência, amor e sabedoria, e, nunca com atos críticos e até dicotômicos. “Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos, e não agradar a nós mesmos” (Rm 15.1). Não significa acomodação com o pecado, mas, combatê-lo com paciência e amor pela Palavra.
Hipocrisia espiritual era algo comum naquela Igreja. Líderes que pregavam os rigores da lei, e não os cumpriam, numa clara demonstração de agirem em interesses próprios, o que a levava a essas mesmas práticas e consequentemente, pecados. A única forma de combater é uma unidade das lideranças em recompor esses princípios em si. Havia ainda, muitas questões de imoralidades dentro da própria Igreja: divórcios, adultérios, chegando até mesmo ao incesto. A Palavra é o único tratamento eficaz para isto, pois ela aponta soluções para salvação e não para condenação, à semelhança da lei. Paulo fez isso com rigor, mas em amor. O mau testemunho era outra fonte de pecados naquela Igreja, como é hoje. Não se pratica o mesmo semblante, a mesma contrição, o mesmo louvor, o mesmo temor, a mesma disposição em receber a Palavra, de quando estamos congregados em nossas Igrejas, quando estamos fora, em nosso dia a dia. Nesse, muitas vezes cedemos novamente nossos membros para a prática das injustiças. Filmes e programas obscenos nas televisões, músicas abomináveis a Deus, linguagem profana etc. Palavra e orações por esses fracos, deve ser nosso papel incansável, somente o Senhor
Olavo Feijó
pastor & professor de Psicologia
Nós, os “Bíblias” “E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos (At 11.26). O historiador Lucas nos informa: “Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os seguidores de Jesus foram chamados de cristãos” (At 11.26). Até então, eles eram conhecidos como seguidores do “caminho” (Atos 24.22). Entretanto, com o desenvolvimento da comunidade seguidora de Cristo e por causa do impacto causado pela conduta espiritual dos membros das primeiras Igrejas, os seguidores de Jesus passaram a ser conhecidos como “cristãos”, isto é, gente parecida com Cristo! Até há pouco tempo, no Brasil, os cristãos evangélicos eram conhecidos pode converter o crente de seus maus caminhos. “nem ofereçais cada um de vós os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas
como “Bíblias”. Principalmente aos domingos, quando se dirigiam aos templos, os “crentes” sempre levavam consigo um exemplar das Escrituras. Na vida diária, quando conversavam assuntos de importância, o habitual era citar textos bíblicos, como base dos argumentos. A prática do estudo bíblico deve ser continuada, entre nós. Não apenas como evidência das citações que fazemos, mas como o alicerce espiritual do tipo de vida que vivemos. Os textos que escolhemos para viver devem estar de acordo com o contexto geral das Escrituras. A marca típica do cristão deve ser seu amor e seu respeito à Bíblia. Afinal de contas, a Bíblia é a palavra de Deus para nós. Como dizem os teólogos, a Bíblia deve ser nossa “regra de fé e prática”. oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça” (Rm 6.13). Sejamos nisto unidos. n
O espinho na carne Davi Nogueira
pastor, colaborador de OJB
Todos temos espinhos. São coisas, situações que nos incomodam. Problemas interiores que temos dificuldade para vencermos. Podem ser problemas emocionais, enfermidades, comorbidades etc. Paulo teve um espinho em sua carne. Algo que trazia pesar a sua vida como um todo. Mas o espinho não foi capaz de paralisá-lo. Apesar do sofrimento causado, ele fazia o que tinha que ser feito por ele. Interessante que a Deus pediu três vezes que removesse a dificuldade do seu viver e o Senhor lhe disse que sua graça era o bastante. Ou seja, o problema não foi removido da sua vida, mas não faltaria a ajuda do Senhor
para lidar com aquela situação. Eu lhe pergunto: “Qual é o seu espinho?”. Eu tenho os meus fatores limitantes e certamente você também os tem. Na vida de todos existem dissabores. Coisas que incomodam, causam sofrimento físico, emocional, material etc. Quem dera se a vida fossem apenas flores. Quem dera se tivéssemos apenas alegrias, júbilos, satisfações etc. Quem dera se não sofrêssemos. Um dia isso ocorrerá quando estivermos na eternidade. Lá, não haverá mais dor, problemas, pelejas etc. Teremos uma vida perfeita. Deus tem preparado lugar para com ele habitarmos eternamente. Jesus é o caminho que nos conduz a esse destino. Um dia todo sofrimento passará e será apenas regozijo, satisfação, gozo, plenitude etc.
Como viver com os espinhos na carne? Você vai precisar de Deus, de ajuda, talvez um suporte médico, psicológico. Você vai precisar do amor da sua família. Você vai precisar da ajuda dos amigos, dos irmãos em Cristo. Eu tenho um conhecido cujo o espinho na carne é o alcoolismo. Ele ingere em altas dosagens vodka, whisky. Eu tenho orado por ele e conversado para que ele consiga abandonar o vício. O excesso de bebida em sua vida se deve ao vazio existencial que sente. Em sua vida existem lacunas, carências. Espero muito, com a bênção de Deus, que ele consiga reverter esse quadro. Eu não sei qual é o seu espinho na carne, mas eu oro e torço por você. Desejo que consiga vencer os seus problemas. Se, porventura, for alguma en-
fermidade que você alcance a cura. Que a sua bênção possa chegar em breve! A graça de Deus é contigo, assim como foi na vida do apóstolo Paulo. Apesar de sofrer, Paulo combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé. Que você também consiga viver apesar de sofrer. Deus te ama e te consolará, te confortará. O Espírito Santo age em nossas vidas e no momento da nossa fraqueza somos aperfeiçoados. Espero que Deus abençoe todas as áreas da sua vida, principalmente aquelas aonde você tem mais sentido dor, aquelas aonde você tem sofrido mais. Que o seu sofrimento seja atenuado, que ele possa passar e você confie em Cristo, pois o Senhor nunca nos deixou e jamais nos abandonará. n
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O JORNAL BATISTA Domingo, 19/09/21
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Paz, é possível? Rubin Slobodticov
pastor, colaborador de OJB
O Dia Internacional da Paz é celebrado anualmente a 21 de setembro, por iniciativa das Nações Unidas, desde 1981, e comemorado apenas no ano seguinte. Mas, em 21 de setembro de 2002, por deliberação da Assembleia Geral das Nações Unidas, é que se oficializou a data. E, seu grande objetivo é promover atos que objetivem pôr fim a conflitos entre os povos. Reconhece-se que paz carrega o conceito de “estado ideal de felicidade e liberdade”, e no caso, entre todas as pessoas de todas as nações do mundo. Para a não-violência deve haver motivação e cooperação voluntária por parte dos governantes, com esse objetivo, haja vista que as diferentes culturas e organizações mundiais possuem conceitos variados sobre o tema. Então, é pertinente o esforço global para se vivenciar paz internacionalmente. E, melhor: que cada pessoa faça algo de concreto para a promoção da paz, porque muitos países se envolvem nela. A globalização, as multiculturas e diversidades políticas, sociais e econômicas podem dificultar o avanço cooperativo, a solidariedade e vigilância na promoção da paz em razão das evidentes divergências. No Brasil, a utilização de armas intensifica as diferenças e promove a instabilidade da paz o que dificulta a promoção da justiça, da liberdade e da própria paz. Outra sorte não têm os países do Oriente Médio, em face de inseguranças política e religiosa em franca ameaça à segurança nacional. O quadro descreve que povos aceitam e outros não, a intervenção pacífica de auxílio que promova a paz. Para muitos povos, o sonho repousa no caos. A influência da pandemia causa prejuízos incalculáveis pela falta de pacificação das populações. É observar a falta de segurança no gesto simples de crianças irem à escola, de brincar com amigos e familiares e os conflitos gerados pela insegurança do próprio sistema de saúde. Paz é possível com liberdade. Entretanto, até esta se limita com a capacidade de recepção e exercício de direitos porque uma vida de paz é possível quando as pessoas se auto reconhecem independente de escolhas individuais em relação à crença e orientações as mais diversas. A proposta divina, na pessoa de Jesus, era proporcionar vida abundante para que cressem nele. Entretanto, seria necessário empenho por parte de seus seguidores. O plano piloto consistia em
minimizar as diferenças sociais ao suprir as necessidades básicas, voluntariamente, porque paz não se obriga, se vive e ensina. Um texto extraordinário é o que relata esse plano e toda a sua filosofia cristã. Observe-se: “Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos; Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel; E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos, Nem alforges para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcas, nem bordões; porque digno é o operário do seu alimento. E, em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela seja digno, e hospedai-vos aí, até que vos retireis. E, quando entrardes nalguma casa, saudai-a; E, se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz. E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que, no dia do juízo, haverá menos rigor para o país de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos;
portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas; E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do Meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem. Não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais do que o seu senhor. Basta ao discípulo ser como seu mestre, e ao servo como seu senhor. Se chamaram Belzebu ao pai de família, quanto mais aos seus domésticos? Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. O que vos digo em trevas
dizei-o em luz; e o que escutais ao ouvido pregai-o sobre os telhados. E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mt 10. 5-28). Paz é possível. Jesus é insuperável como seu administrador mor. Ele prefere ter pessoas chaves na promoção da paz; Ele dá o destino da Sua implantação, isto é, existem lugares mais carentes da paz que outros; Ele habilita seus emissários ensinando-os a saber o que devem dizer e fazer; Ele os previne que nem todos se amoldarão aos ideais de uma vida de paz e, então, devem se manter firmes na missão em estabelecer a paz onde as pessoas a desejam certos do juízo divino sobre os relutantes. E Jesus os adverte para o pior, ao dizer que eles próprios serão passíveis de intrigas e injustiças as mais variadas, engendradas pelos próprios órgãos governamentais, para por derradeiro, pedir que não temam a própria morte porque a dignidade de uma alma serve pelo cumprimento de seus deveres que tem recompensa, se não aqui, terá na graça da eternidade por ter cumprido o dever de promover a obra do mentor e executor da paz, Jesus. Sim, paz é possível: vale começar a implantá-la com os próprios domésticos. Então, é bom ser seu instrumento e aguardar o resultado. n
Orarás a Ele e Ele te ouvirá
Marinaldo Lima
pastor, colaborador de OJB
Orarás a Ele e Ele te ouvirá, Responderá com amor e te ajudará; A Sua destra sempre te sustentará. Realmente é fiel; jamais te deixará. Ágape é o Seu amor, com o qual te cobrirá; Salvação Ele dá e ao céu te levará. As Suas misericórdias sobre ti renovará. Ele é o Único Deus, o bendito Criador, Leão de Judá, é o Senhor e Salvador; Espírito Santo, o grande Consolador.
Eterno e soberano, digno de todo louvor. Exige, porém, toda a sinceridade. Levanta o fiel, que vive em santidade E abate o rebelde, que anda na maldade. Tenhas, portanto, uma vida de obediência E sejas um exemplo na fé e na prudência. Ouve os louvores e atenta na pregação. Usa a tua Bíblia e estuda tua lição; Vai à EBD com interesse e empolgação. Instrui-te com livros de doutrina e devoção, Realizes boas obras e promovas a comunhão. Árdua é a batalha, mas vencerás com oração. n
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O JORNAL BATISTA Domingo, 19/09/21 VIDA EM FAMÍLIA
O papel da Igreja no fortalecimento da paternidade
No mês de agosto foi celebrado o Dia dos Pais. Eu fico, de fato, assustado, como a Igreja ainda não percebeu o quanto tem sido influenciada pela sociedade moderna no que toca à desvalorização da paternidade. Basta prestar a atenção como o Dia das Mães é celebrado nas Igrejas e como o Dia dos Pais também é. Pode não ser na sua, mas na maioria das Igrejas a discrepância é gritante. Creio, firmemente, que uma das grandes tarefas das Igrejas evangélicas nos dias de hoje é se conscientizar de que têm uma missão muito importante nessa questão da paternidade. O primeiro passo está justamente nesse ponto, o da conscientização. A sociedade dos dias de hoje claramente não tem interesse em valorizar a figura do pai, do valor da paternidade. Existem muitas forças que trabalham nesse sentido. Uma delas é a
própria força do movimento feminista. A Igreja precisa aceitar que isso é real, que não se trata de uma teoria da conspiração. Um outro caminho é trabalhar com os próprios homens para que os mesmos entendam que, enquanto pais, eles têm uma importância tremenda na vida dos seus filhos, da família e da própria sociedade. Pesquisas mostram que a presença de uma figura paterna saudável na vida de uma criança tem impactos positivos para o resto da vida. Ao passo que a ausência do pai, ou da presença de um pai abusivo pode causar sérios danos na formação da personalidade de uma criança. Uma tarefa séria da Igreja é começar a pensar num discipulado bíblico, consistente e contínuo junto aos homens para que eles percebam sua importância para os filhos, para a família e para a
própria sociedade. Estudos mostram que muitos dos que estão encarcerados no sistema prisional não tiveram, em suas vidas, a presença dos pais na forma saudável e positiva. Por outro lado, um trabalho com as mulheres e mães se faz necessário. Ao tempo que se trabalha com os homens na conscientização da figura paterna, as Igrejas devem trabalhar com as mulheres/mães para que deixem seus maridos serem pais. Muitos homens não exercem, na plenitude, o papel do pai porque suas esposas, sem perceberem, se tornam empecilhos dificultando assim o exercício desse papel. Acho interessante na história bíblica que Deus fez com que Jesus, Seu Filho, fosse criado num lar onde a presença da maternidade era forte, mas não menos do que o da paternidade.
Homens precisam inserir suas vidas na vida dos filhos para serem pais e as mulheres/mães precisam deixar que isso aconteça no dia a dia da vida familiar. Seja deixando os pais trocarem as fraldas, dando banho, penteando o cabelo, levando os filhos ao médico, participando das reuniões de pais e mestres na escola. São ideias, reflexões sobre alguns passos para que os pais sejam celebrados, valorizados e amados pelos filhos e famílias. n Por: Gilson Bifano Preletor, escritor na área de família e casamento. Siga-me no Instagram e no Twitter: @gilsonbifano. Facebook: facebook/gilsonbifano E-mail: oikos@ministeriooikos.org.br
Jesus Cristo é a única esperança (Atos 4.1-13) José Manuel Monteiro Jr. pastor, colaborador de OJB
Dá-se início mais uma campanha de Missões Nacionais - cujo tema é muito sugestivo, interessante e impactante. Interessante porque o objeto da reflexão é o próprio Cristo - e Impactante porque retrata Cristo como a única esperança para o homem, para Igreja e para a humanidade. O médico e pastor doutor Martyn Lloyd-Jones com propriedade afirmou: “Todo e qualquer movimento ou ensino que não faça do Senhor Jesus Cristo e Sua morte na cruz, e Sua gloriosa ressurreição, uma necessidade absoluta e absolutamente central, não é cristão, e sim, uma manifestação das ‘astutas ciladas do diabo”. No capítulo III do livro de Atos temos registrado a curo do coxo na porta formosa. A multidão, ao ver aquele homem curado, se aglomera em torno de Pedro e João. Por pregarem e ensinarem ao povo as coisas concernentes a Jesus, as autoridades religiosas usam de força e truculência e prendem Pedro e João (Atos 4.3).
Chama atenção o fato de que, mesmo presos - a atenção não está neles (apóstolos) - mas para o nome do Senhor Jesus. Eles foram presos por ensinarem a respeito desse nome e proclamar a ressurreição. A morte não pode detê-lo - porque ao terceiro dia Ele ressuscitou. É neste contexto de perseguição e dura prova que vemos os apóstolos encarnando o fato de que Jesus Cristo é a única esperança. Tendo como pano de fundo o texto de Atos 4.1-13 - gostaria de elencar alguns pontos para a nossa reflexão. Em primeiro lugar, Jesus Cristo é a única esperança para o crescimento da Igreja (Atos 4.4). As ações do inimigo e do inferno não podem impedir o crescimento de uma Igreja Cristocêntrica. Nada pode deter uma Igreja que está cheia do Espírito Santo de Deus e que proclama com ousadia e intrepidez o nome que está acima de todo o nome - o nome de Jesus. Em segundo lugar, Jesus Cristo é a única esperança do impossível se tornar possível (Atos 4.10). Pedro, cheio
do Espírito Santo, diz as autoridades religiosas e ao povo que o coxo foi curado em nome do Senhor Jesus. O impossível para o coxo se tornou possível, por causa do nome de Jesus. Jesus é Deus e Ele tem todo poder. Nós, de confissão de fé tradicional, em nossa vivência espiritual temos muita dificuldade de submeter a razão, por completo, ao poder de Jesus. A razão não anula a fé, como também a fé não anula a razão. O saudoso pastor e escritor Isaltino Gomes Filho diz: “Muitos de nós, crentes, igrejas e instituições temos perdido a capacidade de crer no poder transformador de Jesus, em Sua infinita capacidade de mudar situações. Trocamos a fé por análises sóbrias, bem fundamentadas e racionais. Assim transformamos o Evangelho em algo sem poder, sem atrativo, apenas informações sobre Deus”. Em terceiro lugar, Jesus Cristo é a única esperança de um relacionamento significativo (Atos 4.13). É interessante observar que o sinédrio reconhece que Pedro e João desfrutavam de um relacionamento significativo com Jesus, e
por isso falavam dele com desassombro. Quem mantém relacionamento com Jesus tem intrepidez e autoridade. O teólogo John Piper faz a seguinte observação: “Torne sua vida uma constante comunhão com Deus. O aroma de Deus não permanece por muito tempo em uma pessoa que não busca a sua presença a todo tempo”. Em último lugar, Jesus Cristo é a única esperança de vida eterna (Atos 4.12). Em seu discurso diante do sinédrio, Pedro diz que Jesus, o que foi rejeitado pelos Judeus como salvador, é justamente o único que tem em si poder para salvar e conceder vida eterna aqueles que creem em Seu nome. A Sua morte e ressurreição, Sua exaltação e autoridade fazem Dele o único Salvador, já que nenhum outro possui tais qualificações e atributos. Warren Wiersbie diz: “Jesus Cristo é o Médico dos médicos, o único que pode curar o grande mal da humanidade, a doença chamada pecado”. Entregue sua vida a Cristo - pois, Ele é a única esperança de vida eterna. n
MISSÕES NACIONAIS
O JORNAL BATISTA Domingo, 19/09/21
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Obra missionária avança no Rio Grande do Sul
IB no Jardim Eldorado A Região Sul apresenta diversos desafios para a plantação de novas Igrejas, mas, pela graça de Deus, o trabalho continua avançando no local. Missionários têm trabalhado com fé e coragem, investindo em vidas que ainda necessitam conhecer a verdade que transforma e dá esperança. No mês de agosto, uma nova Igreja foi organizada no Rio Grande do Sul. Filha da Primeira Igreja Batista de Caxias do Sul, a Igreja Batista no Jardim Eldorado, já tem levado a Palavra de Deus para muitas famílias que
vivem em Caxias do Sul. Por meio do trabalho dos missionários pastor Alcides e Roberta da Silva, e de muitos outros irmãos e irmãs, essa Igreja foi plantada e o Evangelho segue sendo vivido e compartilhado na região. “Poder ver mais uma Igreja sendo organizada enche meu coração de alegria. Vejo que vale a pena continuar semeando a Palavra de Deus em solo gaúcho e seguir proclamando que Jesus Cristo é a única esperança”, compartilha o pastor Walter Azevedo, coordenador da Plantação de Igrejas
Pr. Sérgio no Sul do Brasil. Na capital Porto Alegre, o missionário Sérgio Murilo foi ordenado pastor e assumiu a Igreja que ele mesmo plantou, a partir do zero. Filha da Igreja Batista Central em Porto Alegre, a Primeira Igreja Batista em Arroio dos Ratos agora é oficialmente pastoreada pelo pastor Sérgio, que é um grande exemplo de confiança no Senhor e perseverança no campo missionário. “Foi uma linda festa. Todos ali presentes, membros da Igreja mãe e da PIB em Arroio dos Ratos, além de to-
dos os pastores, estavam todos muito felizes, pois o missionário Murilo, com sua família, tem desenvolvido um trabalho relevante na cidade de Arroio dos Ratos”, comenta o pastor Walter Azevedo, ressaltando sua gratidão a Deus por ver a perseverança do missionário, que já está há mais de 12 anos no campo. Vale a pena investir na obra missionária. As lutas são grandes, mas as vitórias, pela graça de Deus, são ainda maiores! Deus seja louvado! n
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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
O JORNAL BATISTA Domingo, 19/09/21
Juventude da PIB em Serrolândia - BA promove Mês da Juventude solidário Conheça as ações realizadas durante o mês de agosto. Juventude Vivendo para Cristo
da Primeira Igreja Batista em Serrolândia - BA
No dia 28 de agosto, um sábado, os jovens da Primeira Igreja Batista de Serrolândia-BA realizaram um culto de ação de graças, por todas ações realizadas no mês de agosto, marcado como o Mês da Juventude entre os Batistas brasileiros. Durante o mês, a Juventude Vivendo para Cristo promoveu um mês Solidário. Deixamos a noite de algumas pessoas mais saborosa com a distribuição de aproximadamente 200 marmitas de sopa às pessoas carentes da cidade; mutirão de doação de sangue, na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (Hemoba), em Jacobi-
isso, em tempos conturbados, onde a verdade das Escrituras é relativizada, há uma necessidade urgente do conhecimento da verdade, para não cairmos nos extremos de uma graça barata, em que não se exige evidência de transformação ou da religiosidade, onde o que vale são os ritos e padrões não bíblicos impostos por um sistema que não tem relação com o Evangelho de Jesus. “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela Juventude Vivendo para Cristo, da Primeira Igreja Batista em Serrolândia - BA renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agrana-BA, com a participação de 20 jovens, uma Igreja que ama para além das qua- dável, e perfeita vontade de Deus” (Rm além de doações de roupas. Os jovens tro paredes e demostra o seu amor em 12.2). Siga a Juventude Vivendo para Cristo e adolescentes das congregações liga- atitudes tão sublimes! das a PIB de Serrolândia-BA também Este mês de agosto foi a prova de no Instagram: @jvcpib n marcaram presença. Acreditamos em que com Ele podemos muito coisa. Por
PIB de Urubici - SC completa 87 anos em espírito de gratidão ao Senhor Igreja foi construída por imigrantes da Letônia. Primeira Igreja Batista em Urubici - SC A Primeira Igreja Batista de Urubici, município da Serra Catarinense, completou 87 anos no último dia 25 de agosto e a comemoração durou vários dias. O aniversário da Igreja é uma das datas mais importantes para os membros do pequeno templo construído em 1934 pelos letos Batistas que imigraram para o Sul do Brasil no final do século XIX e início do século XX. Este ano, o pastor Sérgio Aparecido da Silva, à frente da congregação pela segunda vez desde 2016, convidou o pastor Rafael Pereira, da Igreja Nova Cidade, em Florianópolis-SC para falar sobre o versículo que escolheu para guiar as atividades do ano. Em Êxodo 33.14, Deus promete a Moisés acompanhá-lo em sua missão: “Respondeu o Senhor: “Eu mesmo o acompanharei, e lhe darei descanso”. A celebração incluiu diversos cultos abertos à participação da população de Urubici, apresentações, coquetel com bolo de aniversário e uma confraternização mais íntima para os membros. O templo foi carinhosamente decorado para receber os convidados. A prefeita de Urubici, Mariza Costa,
verdadeiros do Pai, para que possam descansar nEle”.
Escolha dos cânticos foi guiada pelo Espírito Santo
Pr. Sérgio Silva (D) foi o preletor durante os três dias de culto
e seu marido, Pedro Bastos, participa- questão de manter vivos os hinos do ram do segundo dia de celebração do Cantor Cristão. 87 anos da Igreja, na noite de sábado. Com o retorno gradual da vida à normalidade, o pastor Sérgio agora quer Discípulos que fazem discípulos retomar os trabalhos de discipulado e de A Igreja acaba de retomar a Escola pequenos grupos, que acredita tragam Bíblica Dominical. Sérgio Silva enfatiza mais resultados sólidos e duradouros. a importância do estudo da Palavra. Ele Sobre o versículo que escolheu para gosta de priorizar, também, os Pequenos guiar as atividades, sermões, temas de Grupos, que se reúnem semanalmente, debate etc, do ano que está começando, e o Discipulado, que é um trabalho bem ele explicou: mais pessoal e que garante o acompa“Escolhi Êxodo 33.14 porque quero nhamento do recém-convertido pelo dis- que as pessoas busquem mais a precipulador. Da música, cuida sua esposa sença de Deus; que procurem ter um Lúcia, que estudou Música Sacra e faz relacionamento e um conhecimento
A Igreja que nasceu dos sonhos A PIB de Urubici foi construída por imigrantes da Letônia quando aqui chegaram e fixaram residência, esperançosos de uma vida melhor do que a que levavam como mais um dos territórios anexados pelo Império Russo. E encontraram. Não apenas isso, mas acharam um local cujo clima muito se assemelhava ao da Letônia, ou ao menos era o que mais lembrava as paisagens e o frio intenso daquela região. Urubici consegue, até hoje, manter-se uma cidade pequena, de população majoritariamente rural ou que tira seu sustento da produção local. As paisagens naturais são belíssimas e ainda são vistas por toda a parte. Uma verdadeira obra-prima do Criador. Para os Batistas que aqui chegaram, era o local em que podiam adorar a Deus com liberdade, sem terem de se submeter às religiões impostas pelos governantes. Por mais um ano de vida, a Primeira Igreja de Urubici agradece ao Senhor Jesus! E que muitos aniversários venham ainda. n
JBB
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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
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Eruditos Batistas se encontram pela 16a vez em mesa redonda internacional
Participantes se reúnem anualmente para culto, comunhão e apresentação de trabalhos acadêmicos. Ivan Dias da Silva
pastor, diretor do Seminário Teológico Batista Sul Fluminense
De 09 a 11 de agosto aconteceu o 16º encontro da Baptist Scholars International Roundtable (BSIR), a Mesa Redonda Internacional de Eruditos Batistas, que se reúne anualmente para culto, comunhão e apresentação de trabalhos acadêmicos na Christ Church College, Universidade de Oxford (Inglaterra). Devido à pandemia de COVID-19, a roda de conversa, originalmente agendada para 2020, foi adiada para o ano em curso, e realizada de forma virtual. O evento esteve subordinado ao tema “Os Batistas e o Reino de Deus: Lentes Interpretativas” e contou com a participação de Karen E. Smith (Cardiff
University, País de Gales) como oradora especial convidada, e teve como Scholars selecionados no campo internacional para apresentarem pesquisas nesta edição: Peter Beck (Charleston Southern University, EUA); Seidel Boanerges (Spurgeon’s College, Inglaterra); Ivan Dias da Silva (Seminário Teológico Batista Sul Fluminense, Brasil); Myra Houser (Ouachita Baptist University, EUA); Aidan Luke (Morling College, Austrália) e Michael Whiting (Dallas Baptist University, EUA). A BSIR, liderada pelos codiretores Laine Scales (Baylor University), João Chaves (Princeton Theological Seminary) e um grupo de outros Fellows, voltará a se reunir em 2022, na Inglaterra, e desta vez presencialmente, tendo por tema “Os Batistas e a Educação Superior”. n
Participantes da Mesa Redonda Internacional de Eruditos Batistas
CB do Estado de São Paulo inaugura espaço e escritório estadual da JMN Pavimento foi reformado para atender povo Batista.
Chico Júnior
Fotos: Chico Júnior (CBESP)
jornalista da Convenção Batista do Estado de São Paulo
A Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP) inaugurou o Espaço CBESP. A área fica no primeiro pavimento da sede convencional, localizada em Perdizes, na capital paulista. O local, que passou por reformas e adaptações abriga salas de organizações da estrutura convencional. O novo espaço conta ainda com o escritório de representação no estado paulista da Junta de Missões Nacionais (JMN). OPBB-SP, UFMBESP, UMMBESP, ODBESP e JUBESP também receberam as chaves dos espaços reformados Para a abertura, foi realizado um culto de gratidão no dia 29 de junho, o qual contou com a presença do presidente da CBESP, pastor Genilson Vaz, e de toda sua Diretoria. Também marcaram participação lideranças das organizações Batistas no estado e líderes institucionais. A preleção na cerimônia foi do pastor Fernando Brandão, diretor executivo da JMN. Entre as manifestações acerca da inauguração, a maioria dos líderes expressou palavras de gratidão enfatizando a alegria
Pastor Fernando Brandão (JMN) foi orador da solenidade e a fidelidade de Igrejas e lideranças na manutenção e na promoção do cooperativismo denominacional - elemento essencial para o avanço do Evangelho e para desenhar estratégias com essa finalidade, como se dá com esse novo espaço. A celebração teve a participação musical dos músicos Batistas (AMBESP). Presidente da instituição, Tânia Kammer dirigiu aos presentes uma palavra em nome do presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB), pastor Fausto Vasconcelos. Tânia integra a Diretoria da CBB. O diretor-geral do Colégio Batista Brasileiro e da Rede Batista de Educação CBESP e o coordenador acadêmico da Faculdade Teológica Batista de São Paulo estiveram no evento ao lado dos
Culto contou com a presença da liderança convencional e teve entrega das chaves e oração de intercessão
presidentes dos pastores, das mulheres, dos homens, dos jovens e dos diáconos e diaconisas. Na ocasião foram empossados dois novos conselheiros jurídicos. A nova área tem salas reformadas, adaptadas e individualizadas para a atuação da Juventude Batista do Estado de São Paulo (JUBESP), da Ordem dos Diáconos e Diaconisas Batistas do Estado de São Paulo (ODBESP), da União Masculina Missionária do Estado de São Paulo (UMMBESP), da União Feminina Missionária Batista do Estado de São Paulo (UFMBESP) e da seção São Paulo da Ordem de Pastores Batistas do Estado de São Paulo (OPBB-SP). O local também abriga um pequeno auditório, o qual recebeu a solenidade. n
Líderes convencionais desfazem laço na inauguração do espaço
MISSÕES MUNDIAIS
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Ação pela Vida Missões Mundiais tem caminhado lado a lado com outras importantes organizações num grandioso trabalho para prover alimentos a cerca de 2 mil crianças de 30 escolas de um dos países mais fechados do mundo, localizado na Ásia. Convidamos você, amigo e amiga de missões, para “mergulhar de cabeça” na campanha “Ação pela Vida”.Queremos ser agentes de transformação na vida de meninos e meninas que merecem um futuro de grandes realizações. Este país, o qual não citamos o nome por questões de segurança, tinha antes da pandemia de COVID-19, uma previsão de 40% de insegurança alimentar em sua população; hoje este índice saltou para 60%, segundo números da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Com o amor pelo Senhor de Missões, estendemos as mãos para atender àqueles que confiam em nossa capacidade e potencial missionário. Entre na “Ação pela Vida” com suas orações. Também é possível participar com suas ofertas através do PIX saude@doeagora.com Ao longo da campanha, divulgare-
mos outras formas para você fazer parte deste grande movimento em favor das crianças que contam com pessoas
de coração generoso. Fique atento (a) às redes sociais de Missões Mundiais e aproveite todas as oportunidades de
manifestar o amor de Deus com tudo de melhor que Deus tem levado até você. n
Cura, libertação e vidas transformadas Adriana Justino
missionária na Guiné-Bissau
“Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas?” (Lc 16.11). Este é um dos versículos que um grupo de líderes, aqui na Guiné-Bissau, estuda no curso de finanças Crown, ligado à “Universidade da Família” (UDF). O curso tem o propósito de ensinar às pessoas os princípios financeiros de Deus, a fim de que conheçam a Cristo mais intimamente e sejam livres para servi-Lo. O objetivo é desafiar cada participante a ser um mordomo fiel de tudo que Deus colocou em suas mãos, lembrando que a maneira como lidamos com o dinheiro impacta diretamente na comunhão com Deus. Estamos na 15ª turma e Deus está transformando a vida de muitos participantes ao mudar a mentalidade para aprender como administrar seus recursos à luz da Bíblia. Pela graça de Deus consegui atender uma aldeia da região Norte do país, onde predomina a feitiçaria e outros enganos do inimigo, que mantém muitas vidas escravizadas na mentira e consequentemente vítimas de doenças e do analfa-
betismo. Compartilhei o Evangelho, dei uma palestra educativa sobre prevenção às doenças e depois fiz atendimento individual. Foi muito gratificante ver pessoas recebendo alívios aos sintomas da malária, parasitas, diarreia e muitos casos de micose na pele, comuns durante a época de chuvas.
Atendi uma criança que me chamou muito atenção. Há oito dias passou por um ato de feitiçaria por meio de seus familiares e estava muito doente, com um abscesso infeccionado feito naquele ato. Fiz o procedimento de curativo e mediquei a criança. Voltei daquela região à noite e orando por essa criança
e os demais que ouviram a Palavra, para que dê frutos para glória de Deus! Obrigada por me apoiar em oração e com suas ofertas! Que Deus te abençoe para que você e sua família cresçam na graça e no conhecimento de Cristo Jesus e continuem vivendo o poder de transformar. n
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NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
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O propósito está firme! Embaixadores do Rei celebram 73 anos da organização no Brasil Fotos: Lucas Tavares / DAERG
Lucas Mourão Tavares
redator da revista O Embaixador
No último dia 25 de agosto, na Primeira Igreja Batista de Alcântara, em São Gonçalo-RJ, aconteceu o culto de gratidão a Deus pelos 73 anos dos Embaixadores do Rei no Brasil. Promovido pelo Departamento Nacional de Embaixadores do Rei (DENAER), o culto foi realizado de maneira presencial, com público limitado e seguindo rigidamente os protocolos de segurança biológicas estabelecidos pelas autoridades sanitárias. Apesar da restrição, houve transmissão no Facebook do DENAER. O culto marcou o lançamento do novo Manual do Embaixador Escudeiro, dando a largada para o novo sistema de postos da organização Embaixadores do Rei. Além disso, foi lançada também a camisa oficial do Departamento Nacional dos ER, bem como a parceria com o Departamento Convencional Carioca, de uma coleção de moedas comemorativas pelo centenário do pioneiro William Alvin Hatton e dos núcleos do Sítio do Sossego, por conta da marca de 70 anos de acampamentos de Embaixadores do Rei no famoso acampamento Batista, alcançada em 2021. O secretário nacional dos Homens Batistas, Jairo Peixoto, conduziu a soleni-
Culto de gratidão teve momentos de louvor e adoração Senhor
Fabiano Lessa, coordenador nacional de ER
Moeda comemorativa dos Embaixadores do Rei
Por conta da pandemia, número de participantes presenciais foi reduzido
Celebração teve solenidade de compromissos e bandeiras, bem como a condução dos hinos respectivos
dade de compromissos e bandeiras, bem como a condução dos hinos respectivos e deu uma palavra de incentivo a todos os Embaixadores do Rei e Homens Batistas. O coordenador nacional dos Embaixadores do Rei, seminarista Fabiano Lessa, foi o pregador da noite. O pastor Vanderlei Batista Marins, vice-presidente da Convenção Batista Brasileira (CBB) e pastor da PIB de Alcântara, também se fez presente e em nome da Convenção Batista Brasileira saudou todos os Embaixadores do Rei pelo momento histórico. No final do evento, o coordenador nacional, irmão Fabiano Lessa, fez menção a presença das representações presentes e entregou a primeira moeda da coleção ao coordenador de Embaixadores do Rei da Convenção Batista Carioca (CBC), Raphael Sobrinho, ao coordenador de ER da Convenção Batista Fluminense (CBF), André Machado, ao redator da Revista O Embaixador, Lucas Mourão, e ao missionário mobilizador na região do leste fluminense, pastor Felipe Silva Oliveira. Louvamos a Deus pela vida da organização Embaixadores do Rei, que se mantém relevante na denominação Batista, produzindo frutos para honra e glória do nosso Senhor Jesus Cristo, construindo meninos para não remendar homens. n
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PONTO DE VISTA
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Burnout: o esgotamento na vida do líder - parte 1 Setembro amarelo: cuidando das emoções para não adoecer
Fabiano Gomes do Espírito Santo
pastor da Base de Comunhão da Primeira Igreja Batista em Brasilândia, em São Gonçalo-RJ; formado em Teologia pelo STBN-Unicesumar; especializado em Clínica Psicológica na Depressão (IBAC), Suicidologia (UERJ-UFSC), Doenças Neurológicas (UFOP); técnico em Capelania e em Psicanálise Clínica (cursando- FGAIO).
“Livra-me, ó Deus, pois as águas entraram até à minha alma. Atolei-me em profundo lamaçal, onde se não pode estar em pé; entrei na profundeza as águas, onde a corrente me leva. Estou cansado de clamar; a minha garganta se secou; os meus olhos desfalecem esperando o meu Deus” (Sl 69.1-3). “E não vos canseis de fazer o bem” (Gl 6.9). Um tempo atrás, ao conversar com um determinado líder, ele em um momento disse: “Eu não aguento mais. Eles não veem que eu sou humano”.
A Síndrome de Burnout é causada por um acúmulo de desgastes no cuidado com pessoas, é uma “queima da vitalidade”, onde o tanque fica vazio. O auto do livro “Andando com o tanque vazio” disse: “Esquecemos que somos humanos e que um único equívoco no cuidado com nossa saúde mental pode abortar a visão e o que Deus tem para a nossa vida no futuro”. Wayne Cordeiro, depois de anos trabalhando sem parar, em seu livro disse: “minha busca pela excelência foi o que me fez seguir em frente. Eu não era compulsivo; simplesmente tinha um profundo desejo de fazer o melhor. Andei com o pé fundo no acelerador… Num minuto eu corria pela calçada, e no momento seguinte, estava sentado no meio-fio, soluçando incontrolavelmente. Não fazia ideia do que estava acontecendo comigo”. Um dos grandes desafios ministeriais é entender que o título “líder”, “seminarista” ou “pastor” não pode me impedir de ter uma vida com um ser humano
comum. Se referindo a questão do esgotamento, o pastor Neil Barreto fala algo interessante: “[...] porque colocaram um título na frente do seu nome e você imaginou que esse nome seria vacina contra humanidade”. Na conferência de pastores de 2018, na Oitava Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte-MG, pastor Neil Barreto disse: “Dor e pecado não são necessariamente fruto um do outro. A religião desumaniza o sujeito, você não tem direito de viver a sua crise em paz, você se sente culpado por estar em crise. Dói mais do que a crise propriamente dita”. O líder, o pastor, o seminarista, também sofrem; ouvi uma frase e nunca mais esqueci que fala sobre a humanidade do líder: “se cortar sai sangue e não óleo ungido”. O pastor não é um supercrente, todo ministro é um ser humano. Que eu não seja guiado pelas expectativas dos outros e suas exigências, mas de consciência tranquila diante de Deus e de mim mesmo, priorizando o que me chamou para fazer. O ser chama-
do “líder” ou “pastor” pode gerar em nós uma barreira, que pelo medo de se abrir mantemos uma imagem de “imunidade para o erro” e até de reconhecer erros diante das pessoas e ter a humildade de pedir perdão. Sabemos que temos falhas, fraquezas, mas o problema é que temos dificuldade em admitir e fazer algo em prol de mudar isso. O pastor também tem alma! “O ministério é uma atividade que desgasta o cérebro, força o coração e drena a vida de um homem se ele o realizar como deve” - Charles H. Spurgeon. Uma frase de Zack, do seu livro “O pastor imperfeito”, diz: “Assim como João Batista, eu preciso relembrar a mim mesmo e as pessoas que me cercam todos os dias que: eu não sou o Cristo”. Caro “líder, seminarista ou pastor”, você tem falado a verdade consigo mesmo a respeito das suas emoções? Você já procurou um amigo para conversar? Faça isso. Até o nosso próximo encontro. n
Encontros notáveis - série XIV Juvenal Netto
colaborador de OJB
O ano de 2020 ficará marcado na história pelo surgimento de uma pandemia que abalou as estruturas de todos os habitantes deste planeta. O que parecia exclusividade das cenas de filmes de terror, se tornou realidade diante da perplexidade, medo e incertezas, vividos pelas grandes massas. Quanta gente não foi atingida ao ponto de entrar em desespero! Nessas horas, a tendência natural do ser humano é buscar socorro em algum lugar ou pessoa, mas, nem sempre ele conseguirá uma resposta profícua, como foi o caso de um homem que estava com o seu filho muito doente (Marcos 9.14-29). Marcos descreve o dilema vivido por um pai cujo filho, único, era constantemente assolado por um espírito maligno o qual o lançava no chão, fazendo-o
espumar e ranger os dentes. De acordo com o relato do próprio pai, ele chegava a se lançar no fogo e na água, ou seja, sua vida era colocada em risco usualmente. Um problema crônico que trazia dor e sofrimento tanto para o garoto, como também para toda a família, ao vê-lo daquela forma. Acredita-se que pela frequência desses ataques e pelo tempo convivendo com esses inconvenientes, pois a origem se deu ainda na sua infância, os seus pais já deviam ter batido em muitas portas à procura de ajuda. Dessa vez esse homem resolveu procurar os discípulos de Jesus na esperança de que pudessem curá-lo, afinal de contas, a fama de milagres operados pelo seu Mestre se propagavam por toda aquela região. O resultado foi decepcionante, tendo em vista que apesar de todo o aprendizado e a experiência adquirida não foi suficiente para expulsarem o espírito que oprimia mais uma vez o me-
nino. Jesus chega no local e se depara com um tremendo alvoroço causado, principalmente, pelo fracasso dos Seus discípulos em meio a questionamentos por parte dos escribas. O pai do menino se aproxima de Jesus e conta de forma detalhada o que se passava com o seu filho e como tentara mais uma vez libertá-lo, procurando os discípulos. Ele foi muito franco ao dizer que depois de inúmeras tentativas fracassadas, sua fé havia se esvaído e chega a usar um termo que incomodou sobremaneira o Mestre: “—… se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos (Mc 9.22b).” Jesus lhes disse: “Se podes! Tudo é possível ao que crê (Mc 9.23).” Repreendeu aquele espírito surdo-mudo e libertou o menino para sempre. Muitas pessoas fracassam quando buscam a solução para o seu transtorno na pessoa errada. Outros até sabem onde buscar, mas, se sentem indignas
e optam por um possível intermediário, utilizando um atalho assim como fez aquele pai. Deus abomina o pecado, não obstante, o Seu amor pelo pecador é incondicional e Ele estará sempre com os seus ouvidos atentos ao seu clamor (Isaías 1.18, 59.1). Na carta aos Hebreus, o autor afirma que todo aquele que se aproxima do Senhor deve crer que Ele existe e não apenas isso, mas, que se torna premiador daqueles que o buscam (Hebreus 11.6). A outra lição que aprendemos com esse encontro é que devemos ser sempre sinceros. Ele confessou Sua incredulidade. É como se quisesse dizer para Jesus que se dependesse do tamanho de sua fé, exclusivamente, retornaria para casa com o seu filho enfermo e apela para a sua misericórdia. Ele conseguiu tocar o coração do Mestre e foi vitorioso! Quem sabe não experimentemos também um milagre como esse? n
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150 anos de Igreja Batista no Brasil: influência além da fé Foto: Felipe Attilio (Wikipedia)
Jénerson Alves
jornalista e professor na Igreja Batista Emanuel em Caruaru - PE
O ano 2021 marca o sesquicentenário da Igreja Batista no Brasil. Em 10 de setembro de 1871 foi fundada a Igreja Batista de Santa Bárbara d’Oeste, em São Paulo, a primeira da denominação em solo brasileiro. Coordenada pelo pastor Richard Ratcliff, a membresia eclesiástica era formada por colonos norte-americanos sulistas, derrotados na Guerra de Secessão, e a liturgia ocorria em inglês. Assim, a primeira via de inserção Batista no Brasil se deu através da imigração; o movimento missionário da denominação religiosa só chegou ao país em 1882. Ao longo desses 150 anos, a denominação se espalhou pelo Brasil, trazendo impactos para toda a sociedade. De acordo com informações da Convenção Batista Brasileira (CBB), órgão máximo da denominação no país, há 9070 Igrejas, 4667 Congregações e 1.800.626 de fiéis. Cada Igreja local é autônoma, cooperando voluntariamente entre si. No entanto, princípios e cosmovisões Batistas estão ‘impregnados’ em várias dimensões sociais da atualidade. A separação entre Igreja e Estado; a educação e a liberdade de consciência são alguns dos princípios considerados como inalienáveis pela doutrina Batista. Tanto os colonos norte-americanos quanto os missionários trouxeram em seu ‘DNA’ a cosmovisão Batista de separação entre Igreja e Estado. Esse é um posicionamento das raízes do movimen-
Capela em Santa Bárbara d’Oeste-SP to, datado no século XVII e advindo dos puritanos e separatistas ingleses. Naquela época, o grupo sofreu perseguição por defender ideais como esse, e teve de refugiar-se em países como a Holanda e nas colônias norte-americanas. Todavia, observando a expansão dos Batistas no Brasil, é evidente o zelo do grupo com relação à educação de qualidade, tanto secular quanto teológica. Para os Batistas, fé e razão aliam-se no conhecimento verdadeiro. Colégios e seminários foram abertos, com o intuito de equilibrar o crescimento numérico e a solidez intelectual. Na educação religiosa, podemos citar o Seminário Teológico
Batista do Norte do Brasil, organizado em Recife-PE por Salomão Ginsburg, em 1902, e o Seminário Teológico Batista do Sul, fundado em 1908, no Rio de Janeiro. Na educação secular, entre outros, destacam-se o Colégio Taylor-Egídio, fundado em 1898 na Bahia, e o Colégio Americano Batista do Recife, em funcionamento desde 1906. Outro princípio caro aos Batistas e infundido no conjunto social é a liberdade de consciência. O documento ‘Princípios Batistas’, da CBB, afirma: “Os batistas consideram como inalienável a liberdade de consciência, a plena liberdade de religião de todas as pessoas. O ho-
mem é livre para aceitar ou rejeitar a religião; escolher ou mudar sua crença; propagar e ensinar a verdade como a entenda, sempre respeitando direitos e convicções alheios; cultuar a Deus tanto a sós quanto publicamente; convidar outras pessoas a participarem nos cultos e outras atividades de sua religião; possuir propriedade e quaisquer outros bens necessários à propagação de sua fé. Tal liberdade não é privilégio para ser concedido, rejeitado ou meramente tolerado – nem pelo Estado, nem por qualquer outro grupo religioso – é um direito outorgado por Deus”. Essa ótica, inclusive, permeia a compreensão do batismo voluntário, tópico explícito no nome do grupo religioso. Ademais, a denominação está presente na sociedade através de trabalhos como a Operação Jesus Transforma, realizando impactos sociais em regiões carentes; construindo e mantendo asilos e orfanatos; e desenvolvendo projetos como a Cristolândia, que ajuda na recuperação de dependentes de crack, com presença nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Paraná, Distrito Federal e Goiás. Neste ano, através da Junta de Missões Nacionais, a Igreja Batista está lançando a campanha ‘Jesus Cristo é a única esperança’, como uma resposta cristã ao atual momento de incerteza e medo. Em meio a tantas vozes opostas e dissonantes, desejamos que a mensagem Batista sinalize para a Fonte Eterna de Amor apaziguadora das inquietações da alma humana. n
150 anos dos Batistas no Brasil Cleverson Pereira do Valle pastor, colaborador de OJB
Dia 10 de Setembro de 1871 teve início o trabalho Batista no Brasil em Santa Bárbara d’Oeste, no estado de São Paulo. Naquele pequeno começo estavam duas famílias americanas, os Bagbys e os Taylors. Posteriormente chegou para juntar-se ao grupo o ex padre Antônio Teixeira de Albuquerque. Deste início pequeno, hoje os Batistas brasileiros, membros da Convenção Batista Brasileira são mais de 10.000 Igrejas e Congregações
e mais de um milhão de membros. Temos duas Juntas Missionárias, uma que envia missionários para todo o Brasil e outra que envia missionários para várias nações, são elas: Junta de Missões Nacionais (JMN) e Junta de Missões Mundiais (JMM). Os Batistas têm evangelizado e discipulado pessoas nestes 150 anos, mostrando o amor de Cristo de forma prática. Os Batistas são organizados da seguinte forma: temos Associações regionais, Convenções estaduais e Convenção Batista Brasileira.
Dois Batistas brasileiros já chegaram a presidir a Aliança Batista Mundial, são eles: João Filson Soren e Nilson do Amaral Fanini. Um pastor Batista brasileiro fundou a União Batista Latino Americana (UBLA), trata-se do pastor João Falcão Sobrinho. Nestes 150 anos, os Batistas cresceram muito. Produziram Bíblias em português através da Imprensa Bíblica Brasileira, teve um parque gráfico, a Junta de Educação Religiosa e Publicações, (JUERP) responsável por todo material da Escola Bíblica e Educação Cristã, hoje é a Convicção Editora.
Temos três Seminários Teológicos: Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro; Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, em Pernambuco; e Seminário Teológico Batista Equatorial, no Pará, todos ligados à Convenção Batista Brasileira. E muitos outros ligados às Convenções Estaduais e Associações. Através da Junta de Missões Nacionais hoje temos a Rede 3.16, uma rádio que transmite a palavra de Deus 24 horas por dia. Louvamos a Deus pelos Batistas brasileiros. n