ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 25/09/16
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
Ano CXV Edição 39 Domingo, 25.09.2016 R$ 3,20
Em clima olímpico, Igreja Batista Monte Alegre em Realengo – RJ reúne mais de 100 crianças em Escola Bíblica de Férias (página 09)
Reflexão
Notícias do Brasil Batista
Leia o primeiro texto da Coluna “Contando a nossa história”
Veja como foi o I Encontro de ER e MR na Bahia
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Missões Mundiais
Notícias do Brasil Batista
Missões Mundiais leva esperança no Setembro Amarelo
Comunidade Batista Copaleme – RJ comemora conquista da nova sede
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reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.
Não vos conformeis
Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo
“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2)
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texto bíblico de autoria do apóstolo Paulo nos leva a refletir sobre nossa responsabilidade diante de tantos desafios que temos hoje. Leva-nos a pesar nossa responsabilidade como discípulos de Jesus, mas também como cidadãos responsáveis pelos valores cívicos e éticos da sociedade em que estamos inseridos
como sal e luz. A não conformação da qual o apóstolo nos fala está relacionada com a não semelhança, com a forma diferenciada de agir, a não forma de imitar, mas também a não aceitação passiva dos desmandos que os ímpios querem impor a todos. Se queremos a cada dia continuar a experimentar a perfeita vontade de Deus, se queremos estar a cada dia no centro desta vontade, é nosso dever não nos calarmos, não aceitarmos que os ímpios continuem a desafiar e a desmerecer os valores ditados por Deus. Como discípulos de Jesus, temos que resistir a carne, sentir piedade e amor pelos
que estão perdidos, mas este amor implica em denunciar os erros, não nos conformarmos com os desmandos, não aceitarmos que os governantes das nossas cidades, dos nossos estados e da Pátria entreguem as chaves de seus governos a alguém que não foi escolhido, não foi eleito para esta tarefa. Como sal e luz do mundo, precisamos dizer a estas autoridades que não os autorizamos a usar nossos recursos financeiros, arrecadados através do fisco, para financiar, premiar e fomentar a carnalidade. Recursos estes que deveriam ser usados para melhorar a qualidade de vida de todos nós, que deveriam ser usa-
dos para evitar as enchentes, para socorrer as vítimas das calamidades, tanto das secas como das enchentes. Estes recursos deveriam ser usados para suprir a fome daqueles que perecem sem pão. Precisamos cobrar daqueles que elegemos para as Câmaras Municipais, para as Assembleias Legislativas e para a Câmara Federal que produzam leis que impeçam o uso dos recursos que saem de nossos bolsos para fomentar o pecado, a maldade e a morte. Não nos conformamos e, por isso, denunciamos. Rogo-vos, pois, irmãos que não vos conformeis a isso.
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bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES
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Esperança frustrada
o dia 05 de outubro de 1988, ao promulgar a Constituição cidadã, o então deputado Ulisses Guimarães, presidente da Constituinte, pronunciou um inflamado discurso exaltando o feito. Todos os problemas que martirizavam o Brasil e o povo brasileiro seriam solucionados a partir daquela data. O nobre parlamentar não sobreviveu para ver o desfecho do dia 31 de agosto de 2016. Hoje, a constituição, emendada e remendada, clama por nova Constituinte. Os problemas continuam os mesmos com agravantes variados. Inclusive, com o aumento geométrico da corrupção.
Flagelo que deixa na miséria os menos favorecidos na camada social. Todas as vezes que um novo grupo assume o poder persiste na mentalidade popular que, a partir dessa data, tudo vai melhorar. Assim, a história segue o seu curso com esperança e desespero. Esperança em dias melhores e angústia porque nada de novo acontece debaixo do sol (Eclesiastes 1.9 e 3.15). O palco é o mesmo, com personagens diferentes. O drama apresentado já foi visto muitas vezes. Os espectadores se sucedem na plateia sem conseguir entender o que é apresentado. Mais trágico ainda, sem aprender a lição que a vida transmite a cada
dia. Na essência, o homem é o mesmo. Pode se trocar um Samuel por um Saul. Um Saul por um Davi, que pode ser substituído por um Salomão - o homem mais sábio do seu tempo. Mas ao fechar e reabrir as cortinas sempre haverá um Roboão desastrado que coloca tudo a perder. Assim funciona a humanidade. Uma nova constituição não liberta a mácula do pecado existente no caráter humano. Um novo governo não significa que milagres ocorrerão. Até mesmo salvos depositam confiança e esperança em sistemas políticos e homens sem o temor de Deus. Tais homens jamais conseguirão buscar sabedoria em Deus para suas decisões. Os resul-
tados sempre serão negativos e desastrosos. Bom é ter esperança, escreveu Jeremias, ao lamentar a derrocada do seu povo (Lamentações 3.26). Esperança que se firma em Deus e se submete ao seu querer (Lamentações 3.22-23). O Senhor sempre deseja o melhor para suas criaturas e seus filhos. Mas deixa aos homens a decisão de aceitar ou não as Suas orientações. Não podemos gerar esperança sem a convicção de que as decisões que tomamos a cada dia estão dentro vontade de Deus. Ao votar, escolher um candidato, uma agremiação política, precisamos estar convictos de que esta é a vontade de Deus para a nossa
decisão. Criticar não funciona. Tampouco remove do nosso agir a responsabilidade de decidir coerentemente. Falar mal do governo que saiu ou do que assume não resolve o problema do pecado do nosso povo. O caminho é outro. Crer no poder transformador do Evangelho e anunciá-lo como esperança que não se frustra e não gera frustração. O homem transformado por Jesus viverá o padrão oferecido por Jesus. Não permita que sua esperança lhe cause frustração. Viva o verdadeiro Evangelho de Jesus e dias melhores virão. Jamais deposite sua esperança em homens ou sistemas de governo. Todos são falhos, pois lhes falta a sabedoria que vem de Deus.
outros, mesmo que sejam pequeninos. Antes de sair por aí dando sua sentença sobre as pessoas, que tal avaliar sua própria vida? Tem um rapaz que amava me dizer o seguinte: “Você é pecador!”. Ele parou com isso porque eu sempre dizia: “Conte-me uma novidade, pois isso eu já sei!”. Também o lembrava que todos são pecadores, até ele. Além da frase, a intenção dele era me atingir por eu ser cristão. Talvez me visse como alguém que se considerava melhor por ser cristão, mas não sou mesmo. Disse a ele que é por isso que preciso de Jesus e já faz algum tempo que ele não toca mais nesse assunto. Aproveitando, quero dizer o seguinte: Sou pecador! Não vou escrever minha lista de pecados aqui, mas sei muito bem o quanto sou carente da Graça de Deus tanto quanto todos os homens, inclusive você. Ainda quero dizer que não estou arrumando desculpas para meus pecados, sei que eles existem, que não sou perfeito, mas sou um pecador
arrependido e que vivo para Cristo. Não seja hipócrita! O termo foi usado por Jesus e está no versículo 5: “Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão” (Mt 7:5). Antes de julgar os que estão à sua volta, olhar o cisco do olho deles, tire a viga do seu olho. Quando tomamos conta da vida dos outros, esquecemo-nos de tomar conta da nossa vida. Não se dirija a alguém como se fosse superior, porque você não é superior. Depois de um autoexame espiritual, de uma limpeza, de olhar para dentro de si, de um arrependimento profundo, você estará pronto para tirar o cisco de outra pessoa. Mas que isso seja feito com a intenção de ajudar. “Quando tivermos de corrigir alguém, devemos agir como um bom médico, cujo objetivo é curar o paciente, não atacá-lo como a um inimigo” (O Novo Comentário Bíblico do Novo Testamento – Editora Central Gospel). Tenho tentado fazer assim. Faça isso também. Deus nos abençoe.
“Não julgueis!” Wanderson Miranda de Almeida, membro da Igreja Batista Betel de Italva – RJ “Não julgueis, para que não sejais julgados.” (Mt 7.1)
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á uma grande confusão sobre julgar ou não julgar. Algumas pessoas pegam o primeiro versículo de Mateus 7 e sempre dizem, quando falamos alguma coisa: “Pare de me julgar!” ou “Julgar é pecado!”. Na verdade, elas não devem conhecer Mateus 7.6: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem”, pois se conhecessem, não falariam tal besteira. Esse texto demonstra que, às vezes, precisamos julgar. Será que o chefe não pode criticar um funcionário que está agindo mal no trabalho? Isso é julgar. Será que não posso chegar perto de uma pessoa que está vivendo no erro e falar com ela que isso pode
trazer consequências ruins para sua vida? Isso também é julgar, e claro que não é disso que Jesus está falando. Ao ler esse texto, precisamos entender que Jesus está dizendo que “O cristão não deve ter um espírito acusador, que o leva a julgar e a condenar as pessoas” (O Novo Comentário Bíblico do Novo Testamento – Editora Central Gospel). Aliás, é bom lembrar que o acusador é o diabo e cristãos verdadeiros não querem se parecer com ele, certo? Espero que tenha concordado, mas é triste ver como as pessoas julgam e condenam as outras com a maior tranquilidade. As “pessoas metralhadoras”, julgam, atiram para todos os lados, e com isso condenam e destroem vidas com suas palavras equivocadas de julgamento. Uma coisa é certa: os seres humanos erram muito ao julgar. Sim, como erramos. Olhamos para uma pessoa e dizemos: “Como ela é metida!”. Como podemos saber disso antes de conviver com essa pessoa? Deus nos deu
esse poder? Se você tem, eu não tenho, sinto muito. Olhamos para a roupa de alguém e logo pensamos que sabemos se ela é rica ou não. Quanta falta de maturidade! Há pobres que se vestem com roupas caras e há ricos que se vestem com roupas baratas, você sabia? Olhamos para alguém sério e pensamos: “Essa pessoa é confiável, íntegra, madura”. Muitas vezes isso é apenas um disfarce, uma “máscara” para esconder uma vida de podridão, enquanto o risonho e brincalhão não é bem-visto por muitos, mas, muitas vezes, é o exemplo que deveria ser seguido. Guarde isso: não dá para julgar a quem não se conhece. Que tal olhar para você antes de julgar ao outro? “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?” (Mt 7.3). Os que gostam de julgar, normalmente não atentam para os próprios erros, que podem ser enormes, mas veem, de longe, o erro dos
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Até que ponto a culpa não é nossa? Genevaldo Bertune, pastor da Igreja Batista da Família em Higienópolis - SP “Dentro da cidade foi derramado o sangue dos justos, por causa do pecado dos seus profetas e das maldades dos seus sacerdotes.” (Lm 4.13 - KJA)
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lguns versículos da Palavra de Deus são um convite a uma grande e profunda reflexão, especialmente em um mês como setembro – Mês da Pátria -; pois, da maneira como se apresentam, e no contexto em que estão inseridos, não podem ser ignorados. Este é um deles! Jeremias chora e lamenta por toda tragédia que se abateu sobre Jerusalém e Judá. A cidade foi invadida, seus muros destruídos, seus palácios incendiados, o Templo do Senhor saqueado, e o povo levado cativo para a Babilônia. Na visão do profeta, a culpa era dos sacerdotes e dos profetas do Senhor que não cumpriram fielmente seus ministérios para com o povo.
Se lermos o livro do profeta, encontraremos o confronto contínuo do verdadeiro profeta de Deus contra os falsos profetas, homens que estavam se opondo contra a verdadeira mensagem que Deus enviou ao povo, substituindo-a por mensagens de conforto e consolo, do tipo: “Não haverá invasão!”; “Temos o Templo por segurança!”; “Deus não nos abandonará!”; “Esta terra foi dada aos nossos pais por herança!”; esquecendo as inúmeras advertências do Senhor de que todas estas bênçãos estavam atreladas à fidelidade do povo à aliança. Lideranças sacerdotais que abdicaram de suas funções de verdadeiros intercessores juntos a Deus pelo povo, ministrando-lhes a verdadeira Palavra do Senhor. Encontraremos até aqueles que já haviam passado para o lado do inimigo. Amados, neste momento tão delicado da vida da nossa Nação, será que não nos cabe fazer a mesma reflexão: Até que ponto o Brasil não está como está porque nós, povo de Deus, não cumprimos o nosso chamado
como em II Crônicas 7.14: “E se esse meu povo, que se chama pelo meu Nome, se humilhar, orar e buscar a minha face, e se afastar dos seus maus caminhos, do céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e seus erros e curarei a sua terra” (KJA); e Ezequiel 22.30: “Busquei entre eles um ser humano que ajudasse a erguer uma muralha em torno da cidade, alguém que cooperasse comigo para evitar que o muro todo ruísse, que se prontificasse a ficar na brecha, diante de mim em favor desta terra, para que Eu não viesse a destruí-la; contudo, não encontrei uma só pessoa!” (KJA). Essa intervenção divina, a partir da participação fiel dos servos do Senhor, já acontecera inúmeras vezes na história do povo de Deus. Uma das mais lindas e notáveis foi durante o reinado de Ezequias que, também, após um período de caos, resolve buscar ao Senhor, e assim Deus respondeu: “O rei Ezequias e todo o povo regozijavam-se com o que Deus havia feito por toda a nação, e tudo em tão pouco tempo” (II Cr 29.36 - KJA).
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia
Eu conheço as suas obras “Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.” (Ap 2.2)
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Senhor Jesus tem uma mensagem bem definida para os Seus discípulos: “Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança” (Ap 2.12). Foram sete as cartas que Jesus escreveu às Igrejas da província da Ásia, durante a sangrenta perseguição do imperador Domiciano. O conteúdo de todas as cartas é o de apoio, elogio e absoluta confiança. Os cristãos, no final do Primeiro Século, pagavam um alto preço, por causa de sua fidelidade a Jesus Cristo. As palavras do Cristo ressuscitado revelam aos discípulos que as promessas
divinas têm mais poder do que as injustiças humanas. Os discípulos de Jesus nunca se curvariam diante do senhorio político dos imperadores. Só Jesus Cristo é o Senhor, não importando o preço exigido por esta convicção e este comportamento. Ser cristão sempre será uma batalha de identidade e de testemunho. Ser cristão sempre será a corajosa confirmação da realidade do poder divino, em meio às seculares manifestações da iniquidade. Em meio ao ódio e à crueldade da corrupção humana, Cristo nos fortalece com Suas promessas e Sua presença. Ao ouvir o tema repetido do “Eu conheço as suas obras”, nossa batalha diuturna. Pela implantação da justiça do Reino de Deus deve, sempre e sempre, ser redobrada. Ser cristão é não entregar os pontos. Aquele que conhece nossas obras já venceu o mundo!
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A grande complexidade de ter que decidir Juvenal Mariano de Oliveira Netto, membro da Primeira Igreja Batista em São Pedro da Aldeia - RJ
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grande imperador francês Napoleão Bonaparte disse a célebre frase sobre o grande dilema de ter que tomar decisões: “Nada é mais difícil e, portanto, tão precioso, do que ser capaz de decidir”. Por mais que nos esquivemos, existem inúmeras ocasiões em que somos obrigados a decidir sobre algo e, até mesmo, quando optamos por não fazê-lo, isso também não deixa de ser uma decisão. Seria uma utopia acreditar que
sempre acertaremos nas resoluções a serem tomadas. O grande problema não é errar, mas errar naquelas situações cruciais para o nosso êxito e felicidade, tais como: Com quem casar? Que profissão seguir? Em que Igreja congregar? Onde morar? Em que ou quem acreditar? E muitas outras que influenciam maciçamente sobre o nosso futuro. Quem ainda não passou por tal experiência? Aquele frio na barriga; medo de errar e sofrer as consequências. Às vezes adiamos, tentamos empurrar com a barriga, mas, não tem jeito, chega o momento em que somos colocados contra a parede e pre-
cisamos decidir. Uma pessoa cristã procura compreender qual a vontade de Deus para a sua vida, pois acredita que Ele sabe o que é melhor para aqueles que o amam e que a sua visão é infinitamente maior. Quem na hora decisiva e depois de muito suplicar a Deus por uma direção não indagou: “Por que é tão difícil compreender e entender a Sua vontade, Deus?”; “Por que o Senhor não me dá um aviso, não fala comigo através de sonhos, não manda um anjo vir a mim como fez algumas vezes no passado?”. A resposta para tudo isso não é tão simples; pode ser que Deus não haja assim
conosco pelo fato de saber que há a possibilidade de lhe desobedecermos, mesmo diante dos sinais mais contundentes. Tente imaginar como alguém se atreveria a se aproximar dEle novamente após lhe ter desobedecido? O relacionamento entre criatura e Criador estaria seriamente comprometido para sempre. Bom, se não consigo compreender nitidamente o direcionar do Senhor para a minha vida, então, o que fazer? Quais critérios devo adotar? Quais parâmetros empregarei para seguir na direção certa? O livro de Provérbios traz uma afirmativa do grande sábio chamado Salomão, que
pode indicar o que devemos fazer nestas horas: “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão bem-sucedidos” (Pv 16.3); (Salmos 37.5). Consequentemente, Deus não vai mandar um anjo descer do céu a todo o momento para lhe informar qual a direção a ser seguida. O que você deve fazer é se submeter totalmente a Ele, entregar o leme do seu barco. Se assim o fizer, Ele se encarregará de conduzi-lo; Isso não significa que este seja o caminho mais fácil, entretanto, sem a menor sombra de dúvidas, será o melhor e lhe conduzirá sempre em triunfo.
No Cristianismo, o apóstolo Paulo é um exemplo de homem que nunca fugiu da luta, nunca perdeu a esperança, mesmo em meio a perigos extremos de perder tudo o que tinha conquistado. Aos Coríntios, ele escreve: “Antes como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita, à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia, ou por boa fama, como enganadores e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo e eis que vivemos; como castigados e não mortos; como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo
e possuindo tudo” (II Co 6. 4-10). A luta do apóstolo Paulo não tinha data para terminar. É ele quem diz para que a Igreja que está em Roma não se conforme com o mundo (Romanos 12.2). Não podemos desistir, não podemos nos conformar e achar que é assim mesmo. As pessoas que não querem mais lutar, normalmente se rendem ao conformismo, já não têm mais força, e dizem: “É assim mesmo”. Não conseguem mais ver ao seu lado pessoas que também estão lutando e que acreditam que as coisas podem mudar, são pessoas assim que não desistem nunca, que apoiam os que acreditam, os que se entregam por uma causa justa e que vão até o fim, pois, para elas, não importa o preço que pagarão. Sabem que lutar é a única coisa que precisa ser feita, pois não há outro jeito, é assim mesmo. Lute para que haja mais segurança, saúde, habitação; lute, e não desista até que o último homem ouça que Jesus é a salvação, e é assim mesmo.
É assim mesmo Genivaldo A. da Silva, pastor da Primeira Igreja Batista em Avaré-SP “Mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” (I Co 6.12b)
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assim mesmo! Fui surpreendido ao ouvir essa frase do secretário de Segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Há dias que o secretário tem dado declarações sobre a situação da segurança pública do Rio. A coisa não está nada boa. Segundo declarações, ele diz que não confia nos velhos delegados para ocupar as delegacias que serão implantadas nas comunidades, e além do que, não existem recursos concretos para viabilizar qualquer projeto. Em entrevista à “Rádio Globo”, ao ser questionado, o secretário confessou que pensa em largar o cargo. O nível de estresse e cansaço é percebido em sua voz e, talvez por isso, sem disfarçar, sem mais força para lutar, ele se rende e diz “É assim mesmo”.
Quando alguém se conforma com o estado de miserabilidade daquilo que está à sua volta, ele está desistindo, está perdendo a força, já não quer mais estar na frente da luta, torna-se passivo, já não briga mais, se rende; não cria mais, copia; não acredita mais, se conforma. Essa pessoa vê suas esperanças escorrendo pelos seus dedos, e já não consegue mais ver um futuro diferente daquele que ela mesmo idealizou. O que seria do nosso mundo se os homens que acreditaram que um dia as coisas poderiam ser diferentes, dissessem: “É assim mesmo”. Os negros ainda seriam escravos porque é assim mesmo; ainda haveria escolas para negros e outras para brancos nos EUA, porque as coisas são assim mesmo; estaríamos sob o governo da Coroa Portuguesa, porque as coisas são assim mesmo; as mulheres estariam em suas casas cozinhando, lavando e apanhando – em muitos casos – e não teríamos nenhuma política de proteção para
elas, se pensássemos que as coisas são assim mesmo. Desistir não é a solução, ou não cantaremos mais o hino que retrata nossa luta: “Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil”. Os grilhões que nos aprisionavam forjaram homens livres e corajosos, que não temem a própria morte. O relato acima, referente ao tema em epígrafe, fez eu refletir sobre a fragilidade humana. Não somos tão fortes assim; lá no fundo existe um ser que é frágil, alguém que também tem medo. Chega uma hora que essa pessoa não encontra mais força nela mesma; não consegue força nas pessoas que estão ao seu redor. Ela precisa de algo que vá além e que a alimente, que a reabasteça de energia e força para continuar com seus propósitos, seus ideais. E o nome disso é fé. O homem precisa acreditar em algo que seja mais forte do que ele mesmo para poder continuar. Precisa entender o propósito de tudo, para então dizer que vale a pena.
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Contando a Nossa História Pr. Francisco Bonato Pereira, historiador, da Comissão de Historia da CBPE e do IAHGP - Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano
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s Batistas, como grupo cristão identificado, surgem na Inglaterra no início do Século XVII (1609), onde se expandem. Pouco mais de 20 anos depois emigram para a Nova Inglaterra e fundam as primeiras Igrejas (1638) em Rhode Island e se expandirão por todo território das Treze Colônias, que mais tarde se tornará os Estados Unidos da América. No Século XIX organizam uma entidade missionária (1814) que enviará missionários a muitos países, inclusive ao Brasil. Os Batistas do Brasil comemoraram no dia 10 de setembro, o 145º aniversário de organização da Primeira Igreja Batista em solo brasileiro, ocorrida a 10 de setembro de 1871. Os Batistas do Brasil, reunidos na 89ª Assembleia da Convenção Batista Brasileira (CBB), na cidade de Brasília - DF, em 20 de janeiro de 2009, reconheceram a organização da Igreja Batista de Santa Barbara - SP, em 10 de
setembro de 1871, como marco inicial do trabalho Batista no Brasil. Esse marco inicial gerou a segunda agência de proclamação do Evangelho: a Igreja Batista da Estação, a 2 de novembro de 1879. A CBB, na mesma Assembleia, reconheceu a importância da Primeira Igreja Batista da Bahia, organizada a 15 de outubro de 1882, com cinco membros, com cartas de transferência da Igreja Batista de Santa Bárbara (4) e da Igreja Batista Estação, reconhecendo que a inserção do trabalho Batista no Brasil ocorreu pelas vias de imigração (1871) e de missão (1882). A Igreja Batista Santa Bárbara foi organizada por imigrantes, membros de Igrejas norte-americanas, que pediram suas cartas de transferência com essa finalidade, para atender à necessidade de se congregarem como Corpo de Cristo. Estes Batistas emigraram, visando reconstruir suas vidas, fugindo dos efeitos da derrota na Guerra de Secessão (1861-1865), quando os Estados Confederados (su-
Santa Bárbara - SP: marco inicial do Cristianismo Batista no Brasil
Capela Memorial de Santa Bárbara
listas) foram vencidos pelas tropas da União (nortistas). A Igreja Batista Santa Barbara era formada por famílias de fazendeiros americanos e se reuniam em um templo - Memorial Chapel, onde também se reuniam, em horários distintos, Congregações Metodista e Presbiteriana, com os respectivos pastores. A Igreja, em janeiro de 1873, possuía 23 membros, um pastor Batista e dois pregadores. A segunda Igreja Batista na região foi fundada na Estação, recebendo a Igreja o nome de Station Baptist Church (Igreja
Missões, tarefa da Igreja! Aurecino Coelho da Silva, pastor vicepresidente da Igreja Batista do Jardim Carioca – Realengo - RJ Na verdade todo ideal de missões É alcançar incrédulos corações Deus promete à humanidade futura Uma salvação eterna e segura Deus em Jesus, ordenou a pregação Em Jerusalém como em toda a região Partiu do Pai essa linda ideia. Para mostrar em Sião e em toda Judeia.,
Missões deve existir aqui, lá e acolá. Deste do Rio indo até ao Amapá. Tanto locai, nacional como estrangeira Deve atingir à humanidade inteira Missões nasceu no coração de Deus No afã de resgatar os filhos Seus. Se você e eu já fomos alcançados. Devemos falar aos desesperançados.. Missões é tarefa de todos, sem exceção Deus quer que todos alcancem a salvação Trata-se duma grande e brava peleja. Mas é o sacrossanto papel da Igreja.
Batista da Estação). A IB de Santa Bárbara foi uma ativa agência do Reino de Deus, participando da organização da Convenção Batista de São Paulo (1904) e se reunindo regularmente até 1910, quando encerrou suas atividades, em face da imigração dos membros para outras localidades e pelo retorno de alguns à Pátria (OLIVEIRA, Betty Antunes de. “CENTELHA EM RESTOLHO SECO: Uma Contribuição para a História dos Primórdios do Trabalho Batista no Brasil”. Edição da Autora. Rio de Janeiro. 1985, 470 p). A relevância da organização da IB de Santa Bárbara para a história da origem do trabalho Batista no Brasil, decorre do fato dela haver saído o clamor aos Batistas americanos, durante 20 anos, pelo envio de missionários para evangelizar o Brasil, e de ali haver sido batizado o primeiro Batista brasileiro, consagrando o primeiro pastor, Antonio Teixeira de Albuquerque. O primeiro missionário nomeado pela Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos foi Elias Hotton Quilin, pastor da IB de Santa Bárbara.
A IB de Santa Barbara acolheu os primeiros missionários, Anna Luther e William Buck Bagby (1881) e Catarina e Zacarias Clay Taylor (1882), hospedando-os e apoiando-os, enquanto aprendiam a língua nacional com o pastor Antonio Teixeira de Albuquerque e aclimatavam no país. Os missionários, orientados pelo Espírito Santo, resolveram iniciar a evangelização do Brasil, voltando os olhos para a Cidade de Salvador (Bahia), para onde foram acompanhados do pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, e organizaram, a 15 de outubro de 1882, a primeira Igreja Batista da Bahia. E, da Bahia, saíram os que foram proclamar as Boas Novas do Evangelho na cidade do Rio de Janeiro, onde foi organizada a PIB do Rio de Janeiro (1884), na cidade de Maceió AL, onde foi organizada a PIB Maceió (1885) e na cidade do Recife - PE, onde foi organizada a PIB Recife (1886). A IB Santa Bárbara (marco inicial) gerou a PIB Bahia (marco secundário), a qual gerou as cerca de 7.000 Igrejas de Cristo, chamadas Batista, espalhadas pelo Brasil. Na próxima coluna - Contando a Nossa História -, abordaremos o desenvolvimento do trabalho Batista no Brasil, falando da PIB Bahia (1882), da PIB Rio de Janeiro (1884), da PIB Maceió (1885) e, na subsequente, falaremos da organização da PIB Recife (1886) e do trabalho de evangelização no Estado de Pernambuco. Ao Senhor toda honra e glória e louvor sejam dados hoje e para sempre. Amém.
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missões nacionais
Junta de Richmond
No dia 11 de setembro, os missionários da Junta de Richmond se encontraram na Primeira Igreja Batista de Arlington, Texas, nos EUA, para recordar o período em que dedicaram suas vidas ao serviço na obra missionária no Brasil. Um total de 104 pessoas, entre missionários e familiares, participaram do evento. “Sempre é uma ocasião de muita alegria e gratidão a Deus e ao povo brasileiro pelo privilégio que tivemos de investir as nossas vidas no Brasil. Levantamos uma oferta e, assim que possível, encaminharemos para as duas Juntas Missionárias brasileiras”, conta Margaret Johnson, que foi missionário no Rio de Janeiro.
Dia de diversão
Os meninos que fazem aulas de futebol no Projeto Novos Sonhos tiveram um dia inesquecível. Eles passaram o sábado, 10 de setembro,
em um sítio, em São Roque - SP e se divertiram muito. Ao todo, 31 meninos estiveram no passeio. Todos sentiram a presença de Deus naquele lugar, por meio da programação e de tudo que foi realizado com muito amor. Os irmãos voluntários da Primeira Igreja Batista de Curitiba - PR, que visitavam o projeto, nos apoiaram com suporte dentro e fora da quadra. Vamos avançar com o Projeto Novos Sonhos multiplicando o amor de Deus entre as crianças. Cuidar das crianças em situação de vulnerabilidade social é um compromisso de Missões Nacionais. Desenvolvemos vários projetos para atender, evangelizar e discipular esta geração. Por isso, as crianças fazem parte de uma das ênfases da Campanha 2016. Assista ao vídeo sobre esta temática em nosso canal no Youtube: www.youtube.com/missoesnacionais
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na Igreja Batista da Vitória no Riacho Fundo I, preparando os convidados para a caminhada em direção às novas instalações do projeto. O pastor Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais, esteve no evento falando sobre os desafios missionários no Brasil. Conheça mais sobre a ênfase Drogas: O Desafio da Reinserção na Sociedade (Cristolândia). Assista ao vídeo sobre esta temática em nosso canal no Youtube: www.youtube.com/missoesnacionais
Dia de festa
Reinauguração das novas instalações da Casa Rosa
Mulheres livres das drogas e reinseridas na sociedade são o nosso objetivo e, no dia 10 de setembro, a inauguração das novas instalações da Cristolândia Casa Rosa, do Distrito Federal encheram nosso coração de alegria e fé. Logo de manhã, houve um culto em ação de graças
O Dia de Missões Nacionais foi comemorado na sede da JMN no dia 14 de setembro, em um culto especial em ação de Graças ao Senhor pelo trabalho realizado no Brasil por meio de nossos missionários. A cantora Martha Keila, autora do hino oficial da Campanha de Mobilização 2016, ministrou o louvor durante a celebração. Os missionários Ana Maciel, que atua na cidade de Mauriti, interior do Ceará, e Geiveson Gomes, que trabalha em Exu, em Pernambuco, falaram sobre os desafios no campo e sobre o projeto Sertão do qual fazem parte. O Sertão do Brasil é uma das ênfases da campanha deste ano. Conheça mais sobre o trabalho dos Batistas brasileiros nesta região do país. Acesse ao nosso site: www.missoesnacionais.org.br
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o jornal batista – domingo, 25/09/16
o jornal batista – domingo, 25/09/16
notícias do brasil batista
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Congregação Batista Betel - GO completa 24 anos de lutas e vitórias
Marcos José Rodrigues, seminarista da Primeira Igreja Batista em São Miguel do Araguaia - GO
“Grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres.” (Sl 126.3)
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ela graça e misericórdia de Deus, no dia 10 de setembro foi comemorado mais um ano de existência da Congregação Batista Betel no bairro Vívian Parque, em Anápolis - GO. Há 24 anos, no dia 08 de setembro de 1992, era aberta mais uma casa de oração em Anápolis, organizada pela Primeira Igreja Batista em Anápolis - GO (PIBA). No dia do lançamento da Pedra Fundamental, estavam presentes vários irmãos, que, ainda hoje, permanecem entre nós: pastor Geraldo Ventura da Silva, José Joaquim de Santana, Maria Marques Viana (Missionária Marquita – Aposentada JMN), Enesi Martins Medeiros, Moacyr Lopes da Silva, dentre outros. São 24 anos de lutas e vitórias! Hoje, a Congregação, na liderança do Evangelista José Joaquim de Santana, segue em passos firmes rumo à sua organização como Igreja. A cada ano, o número de membros
Início da construção da congregação Batista Betel no Vívian Parque, ano de 1992
Irmãos fazem oração de gratidão a Deus com a Missionária Maria Marques
Pastor Geraldo Ventura, pastor Élio Morais e o seminarista Marcos Rodrigues da direita para esquerda
Irmãos da congregação e visitantes louvando a Deus no culto de gratidão.
cresce, uma firme liderança se desponta e traz grandes expectativas para o avanço da obra do Senhor no local. O culto de louvor e gratidão a Deus pela celebração do seu 24º aniversário contou com a presença de cerca de 120 pessoas de várias Igrejas que se fizeram representar através de caravanas e do envio de irmãos ao templo da referida Congregação, onde ocorreu a festividade. O seminarista Marcos Rodrigues dirigiu o culto e contou com a participação musical da cantora Suéllen Guimarães dos Santos, e o preletor, na ocasião, foi Élio
Igreja que está pensando no céu e não na terra foi a humildade; a segunda atitude que marca uma Igreja que está pensando no céu é não cobiçar coisas grandiosas demais; e por último, descansar no Senhor. O pastor encerrou a reflexão bíblica citando o texto de Mateus 6.33: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. E cantou o corinho: (...) Se o teu coração parar de bater agora, Se você for embora pra
Carlos de Assis Morais, pastor da Primeira Igreja Batista em Anápolis - GO. Todos os presentes foram ricamente edificados pelo ambiente espiritual reinante no culto de gratidão a Deus. A mensagem bíblica trazida pelo pastor Élio Morais foi baseada no texto do Salmo 131, que falou poderosamente aos corações de todos os ouvintes sob o tema: “Uma Igreja que está pensando no céu”, escolhido pelo pregador, que expôs três atitudes que identificam os crentes que pensam no céu. A primeira atitude apresentada para falar sobre uma
onde você vai? Você sabe, então me conta. Céu ou inferno, podes crer Há dois caminhos pra você. Hoje Cristo te estende a mão Pra te dar a salvação E tirar da tua cabeça essa dúvida cruel Ah que bom! Glória a Deus, que nos salvou para Si e nos elegeu para fazermos parte de Sua obra divina. Que o Senhor continue abençoando o seu povo e que venha o Seu Reino e seja feita a Sua vontade na terra. Amém!
Igreja Batista Monte Alegre em Realengo – RJ realiza EBF com tema olímpico Dilma Suely Nascimento Barbosa, Educadora da Igreja Batista Monte Alegre
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esde 2009 realizamos a Escola Bíblica de Férias (EBF) em nossa Igreja; cada uma com sua característica anual. Neste ano de 2016, quando o Brasil recebeu a Olimpíada e Paralimpíada, planejamos nossa EBF com o tema “Medalhistas de Jesus”, e divisa em Filipenses 3.14. Realizamos a EBF nos dias 05, 06 e 07 de agosto, quando recebemos cerca de 139 crianças ao longo dos três
Classe Caminhando com Jesus - 4 a 6 anos
dias. Dessas, 51 fizeram sua decisão por Cristo. Nossa EBF, no estilo olímpico, teve o sua mascote representado pelo Leãozinho Jubinha, nome sugerido e escolhido pelas crianças no
Classe Correndo com Jesus - 10 a 12 anos
primeiro dia da EBF. Explicamos o motivo do nosso mascote ser um leãozinho, conforme Gênesis 49.8 e Apocalipse 5.5b, e também falamos sobre o leão mencionado na Bíblia mais de
Classe Saltando com Jesus - 7 a 9 anos
130 vezes e sobre o que o leão simboliza e etc. O lema da nossa EBF foi: “Amor - Alegria - Amizade”. Todas as crianças receberam medalhas de “ouro”, e também todos os que trabalha-
ram na realização da EBF. Agradecemos a Deus que nos abençoou em tudo e a todos que colaboraram, tanto da nossa Igreja, como de outras Igrejas e amigos. A Deus toda honra, glória e louvor!
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o jornal batista – domingo, 25/09/16
notícias do brasil batista
Associação Grapiunense promove o I Encontro de ER e MR
Meg Matos, gerente de Educação Cristã da Convenção Batista Baiana
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União Masculina de Homens da Associação Grapiunense e a União Feminina Missionária Batista Grapiunense realizaram o I Encontro Grapiunense de Embaixadores e Mensageiras do Rei (EGEM), no período de 05 a 06 de agosto de 2016, nas dependências da Igreja Batista Memorial em Ilhéus – BA. O Encontro foi surpreendente; 20 Igrejas se fizeram representadas, com o total de 352 participantes, entre 148 Embaixadores, 143 Mensageiras do Rei e 61 líderes, entre Conselheiros de ER e Orientadoras de MR, além de uma equipe de apoio de 17 pessoas.
Encontro reuniu mais de 350 participantes
A abordagem inspirativa foi “Adolescentes transformados pelo poder do Reino de Deus”, e teve como oradores o pastor Abraão Barbosa e Magnoneide Matos da Silva – Meg, gerente de Educação Crista da CBBA e coordenadora Estadual de MR da Bahia. O trabalho teve como fruto 23 decisões ao lado de
Jesus, de meninos e meninas, entre 08 a 17 anos. Isso sinaliza a importância de investirmos cada vez mais nessas vidas preciosas. O mundo se apresenta cada vez mais atrativo, com ofertas especiais para essa geração Z. Geração que facilmente acessa a muitas informações por meio da Internet, pois já
nasceu na era da tecnologia, está acostumada à complexidade e agilidade desse mundo virtual, por esse motivo seu senso crítico é aguçado. São imediatistas e mudam rapidamente de opinião, por ter acesso a um grande volume de dados que se tornam obsoletos em pouco tempo. Precisamos ter estratégias adequadas para alcançá-los e ajudá-los a permanecer trilhando nos caminhos do Senhor. A programação se estendeu a outras áreas da vida dos pré adolescentes e adolescentes; foi realizada gincana bíblica, incluindo conhecimentos gerais da Bíblia; curiosidades bíblicas; esgrima bíblico; montagem bíblica e versículos memorizados com as respectivas referências. Fo-
ram desafiados a apresentar uma mensagem evangélica, através de um representante de cada grupo. Além disso, vivenciaram momentos competitivos na área esportiva. Quero parabenizar a todos os líderes envolvidos da UMHAG, UFMBG, equipe de apoio e da diretoria da Associação, que se fez representada através do secretário Executivo, pastor Madson Almeida Ataíde. Que o foco nessa faixa etária possa se tornar prioridade em nossas Igrejas, permitindo que outras vidas sejam alcançadas pela divulgação da mensagem de salvação e esses Embaixadores e Mensageiras do Rei continuem firmes nessa caminhada cristã. A Deus toda honra e toda glória!
ER transformados para transformar; conheça as ações da Organização em MG Edemilson B. de Oliveira, coordenador Estadual dos ER / Marta P. B. de Oliveira, missionários dos ER da CBM “Dar tudo o que puder para o sustento de Missões, e, pelo meu trabalho: Ajudar a estabelecer o Reino de Deus na terra.” (Parágrafos 5 e 6 do Compro- Foto oficial acampamento regional em Timoteo - Vale do Aço - MG misso da Organização ER) tão desafiadora vida, pois irá perimentando e realizando ara transformar, o Em- na contramão da sociedade, a boa, perfeita e daí, a então baixador do Rei preci- que não mede esforços para agradável vontade de Deus. sa estar comprometido desvirtuar o propósito para o Cumprindo o Ide (Mateus com o propósito de qual Deus os criou. 28.19 e 20), anunciando a estabelecer na terra o Reino de Os ER seguem sua cami- salvação, discipulando”. Quer Deus, revestindo-se do poder nhada “Esforçando-se para orando, contribuindo, comde Deus, para que, com auto- ter uma vida digna de um partilhando e indo. O Serviço ridade, possa anunciar as Boas Embaixador do Rei; guardan- Real e a Pregação do EvangeNovas do Evangelho transfor- do os lábios da mentira; da lho são dois dos desafios desmador, ao começar em sua impureza e de tomar o nome sa meninada que não dorme casa, até os confins do mundo. de Deus em vão; conservando em serviço e já faz diferença Não se trata de apregoar o corpo limpo e pronto para em sua geração. somente com palavras e ou o serviço; estudando a vida Para que isso seja possível, o distribuição de literatura pro- de grandes Embaixadores do DCER Mineiro tem desenvolvipagadora do Evangelho, trata- Rei na Palavra de Deus e nos do ações efetivas ao realizar o -se de andar e viver com Je- livros missionários; dando Curso Intensivo para Conselheisus, praticando seus ensinos. tudo o que puder para o sus- ros de Embaixadores do Rei (CITrata-se de decidir diariamente tento de Missões e, pelo seu CER) para membros de Igrejas escolher o caminho que quase trabalho: ajudar a estabelecer Batistas da CBM, maiores de 18 nunca é o mais curto ou o mais o Reino de Deus na terra”. anos, com chamado ministerial fácil, mas o caminho certo “Não se conformando a este para trabalhar com meninos da para suas decisões em todos mundo, mas sendo transfor- faixa etária de 09 a 17 anos; os âmbitos de sua jovem e mados e transformando, ex- acampamentos, congressos e
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Foto oficial Acampamento regional em Montes Claros - MG
encontros. Já na área esportiva, temos as miniolimpíadas. Essas ações objetivam proporcionar desenvolvimento integral aos ER, ajudando na formação do caráter, no desenvolvimento físico, social, moral e especialmente espiritual. A Organização dispõe de um currículo didático composto de 07 manuais devidamente preparados por profissionais cristãos comprometidos com o Reino de Deus e, por isso, a ER tem formado homens de bem que têm feito diferença em vários segmentos da sociedade. A Organização Embaixadores do Rei adquiriu, ao longo do tempo, através de uma trajetória bem direcionada, experiência, desenvolvendo suas atividades com segurança e efetividade, atendendo as
diversas necessidades desta faixa etária, porque o júnior e o adolescente têm necessidade de fazer parte efetiva de um grupo com a mesma faixa etária para socialização, troca de experiência e participação mútua. Porque esses juniores e adolescentes foram “Transformados para transformar pelo poder que vem de Deus Transformados para frutificar Boa Nova que agrada a Deus”. (Trecho do hino oficial da campanha de missões estaduais de 2016 da CBM). Para que possamos prosseguir transformando, necessitamos do apoio do caro leitor, orando, contribuindo, compartilhando, indo, pois “Não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.20).
o jornal batista – domingo, 25/09/16
missões mundiais
Batismos na Colômbia Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais
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á quase três anos na Colômbia, o casal William e Carla Freitas demonstra sua alegria cada vez que novos batismos acontecem na Igreja Batista de Castilla, na cidade de Medellín. No último mês, três pessoas desceram às águas em cumprimento ao mandamento de Jesus. “Os três irmãos em Cristo batizados são exemplos do que Deus pode fazer na vida de alguém. E para nós é uma vitória cada vida que diz publicamente que segue a Cristo”, destaca o pastor William. Um dos batizados é o jovem Duvan Suarez, 21 anos. Ele frequenta a Igreja em Medellín desde a infância, porém, nunca tinha se comprometido verdadeiramente com Deus. Este ano, tomou a decisão de se batizar e seguir a Cristo. “Porém havia um problema: ele tinha vício em drogas”, conta William. “Entendemos que ele não teria que abandonar primeiro as drogas para se comprometer com
William Freitas, à direita, com jovens batizados na Colômbia
Jovem colombiano Duvan teve a vida restaurada pelo poder do Espírito Santo
Deus depois, mas sim que, enquanto ele se aproximasse de Deus, o próprio Espírito Santo faria a obra”, lembra o missionário. Assim, Duvan começou a ser aconselhado e discipulado a tal ponto de o jovem se sentir tão bem acolhido em seu problema que passou a conhecer Deus com mais afinco, abandonando de vez o vício. “No dia do batismo, a família dele, que não é crente e nunca tinha ido à Igreja, se emocionou com o que aconteceu ali”, diz William. Outra jovem batizada foi
de duas amigas, uma delas membro da Igreja. “Lina aceitou a Jesus e nos declarou sua vontade de ser batizada. E, recentemente, a outra jovem que sempre a acompanha nos cultos também nos procurou para dizer que sentia em seu coração o desejo de seguir a Cristo”, ressalta o missionário. Da Colômbia, campo sul-americano onde há muitos desafios, o casal William e Carla Freitas finaliza pedindo oração pelo ministério, pela Igreja em Medellín e também por seu processo de sucessão pastoral.
Andrea Butirica, 30 anos. Ela chegou à Igreja em Medellín através do Colégio Batista. Mercedes, professora do filho de Andrea, a evangelizou e ganhou para Cristo. “Ela passou a frequentar nossa Igreja e não perdia nenhuma programação, sempre dizendo que tudo o que a Igreja realizava fazia bem para ela, até que tomou a decisão de se batizar. Hoje é membro de nossa Congregação”, relata William. A mais jovem batizada é Lina Marcela, 19 anos. Ela vai à Igreja desde o ano passado e sempre está acompanhada
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“Muito obrigado por você não se esquecer de que o mundo precisa de Cristo e por continuar investindo seus recursos e orações na obra missionária”, conclui. Deseja saber mais sobre o ministério deste casal ou sobre outros campos de Missões Mundiais? Acesse www.missoesmundiais. com.br/relacionamento, escolha a opção “Canal de Relacionamento”, em seguida selecione “Cartas Missionárias”. Depois, é só clicar na inicial do seu missionário, selecionar o nome dele e escolher o mês referente à carta que deseja ler, copiar e/ou compartilhar. Em breve, cada adotante de Missões Mundiais também receberá a carta missionária diretamente no e-mail informado no momento de seu cadastro. Por isso é importante que mantenha seu cadastro atualizado. Ligue para nossa Central de Atendimento: 2122-1901/27306800 (cidades com DDD 21) e 0800-709-1900 (demais localidades) ou escreva para centraldeatendimento@jmm.org.br.
Esperança contra o suicídio Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais
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á três anos, o mês de setembro ganhou tons de amarelo para marcar a Campanha Internacional de Combate ao Suicídio e Valorização da Vida. O movimento “Setembro Amarelo” acontece no mundo todo. Missões Mundiais trabalha na frente de prevenção a este mal em todos os seus cerca de 90 campos, pois acreditamos que levando o Evangelho de Cristo, levamos vida, e vida em abundância. No entanto, é no Uruguai que esta missão de atenção àqueles que tentam tirar a própria vida é mais específica. O assunto é uma questão dolorosa para o país de apenas 3,3 milhões de habitantes que geralmente figura no topo dos índices de desenvolvimento humano da América Latina. Mas além de ser uma Nação
Clélia Kerne Duarte concentra seu ministério em levar esperança àqueles que pensam em cometer suicídio
próspera, o Uruguai também figura na lista dos países com o maior número de pessoas que não creem em Deus. A questão do suicídio ganhou força depois que o governo uruguaio divulgou dados que mostram que o país tem uma taxa de 16,6 suicídios por 100 mil habi-
tantes. Por lá, nossos missionários Daniel e Clélia Duarte procuram levar esperança principalmente nestes dias em que faz muito frio, e as pessoas costumam ficar mais depressivas. “Os dias de inverno costumam alterar o comportamento das pessoas, e aqui
no Uruguai não é diferente. Infelizmente, nessa época do ano, aumenta o número de pessoas em estado depressivo, provocando o suicídio. Temos tido oportunidades de levar a esperança de Jesus através do projeto de prevenção ao suicídio”, conta o pastor Daniel Duarte. A missionária Clélia presta atendimento por telefone na linha chamada “Último Recurso”, uma espécie de “socorro” a quem pensa em cometer suicídio. Ela teve a oportunidade de realizar palestras sobre prevenção ao suicídio em três eventos no país: na cerimônia de encerramento do Curso de Capelania do Hospital Evangélico; no curso de aconselhamento da Rádio Trans Mundial e na Comunidade Bíblica Universitária. “Em todos esses encontros, vimos a surpresa dos irmãos frente ao número elevadíssimo de suicídios e a falta de conhecimento e preparo para
evitar tantas mortes. Eles ficaram surpresos ao saber que, segundo os estudos sobre o tema, os que pensam em se matar não querem morrer, mas apenas deixar de viver como vivem. Eles necessitam de esperança e sabemos que em Cristo temos esperança de vida”, comenta Clélia. Ela cita uma palavra de Jesus descrita no versículo João 10.10: “Eu vim para que tenham vida, e vida em abundância”. Esse é o desafio que ela tem deixado nesses encontros. Ore e contribua para que Deus continue usando nossos missionários para levar esperança a tantos necessitados. Quando você ora, oferta, visita um campo missionário como voluntário e mobiliza outras pessoas a fazer parte desta missão, você também é um missionário, portador da Palavra de Deus ao mundo. Acesse www.missoesmundiais.com.br/relacionamento e faça parte.
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o jornal batista – domingo, 25/09/16
notícias do brasil batista
Igreja Copaleme - RJ está em nova casa Macéias Nunes, pastor, colaborador de OJB
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Comunidade Batista Copaleme – RJ é uma das Igrejas do campo carioca que enfrentam o desafio de viver e pregar a legítima fé bíblica na Zona Sul do Rio. Sendo certo que em todo e qualquer lugar a Igreja tem a responsabilidade de dar ao mundo a razão da esperança cristã - o que sempre implica em combates de natureza variada -, na referida área, ela se reveste de características específicas. Uma delas é o que se pode chamar de nomadismo estratégico, através do qual a aquisição de terrenos ou imóveis cede a prioridade à ocupação de espaços que favoreçam a presença embrionária da Igreja e o início de seu trabalho como luz do mundo e sal da terra. Muitas denominações agem dessa forma na Zona Sul. A
Nova dependência da Comunidade Batista Copaleme
Programação também foi realizada na parte externa do templo
Comunidade Copaleme, ainda com o nome de Missão Batista em Copacabana, ocupou inicialmente a residência (Rua Barata Ribeiro, junto ao metrô da Arcoverde) do pastor Remy Damasceno e sua esposa Silvéria, casal que tomou a iniciativa da plantação da Igreja, com o apoio institucional da Igreja Batista do Leme. Na sequência, mudou-se para loja alugada na Avenida Prado Júnior, 150, no coração da área boêmia de Copacabana. Após a saída do pastor Remy, que assumiu o ministério da Igreja
em imóvel também alugado e reformado pela Igreja. Em 27 de agosto deste ano, foi realizado o culto de inauguração do novo templo, com a presença de 87 participantes, pregando, na oportunidade, o pastor Pedrão, titular da CBRio, sob o tema “A Igreja com que sonhamos”, com base em Atos 2.42-47. Apresentou-se a Orquestra Som + Eu, ligado ao trabalho social realizado no Morro da Providência pelo casal Val Martins e Moana. Várias Igrejas Batistas e ou-
Batista Central de Niterói, a Missão decidiu organizar-se em Igreja, o que foi efetivado em 27/09/2014, sob a chancela da Comunidade Batista do Rio (CBRio) e apoio da Convenção Batista Carioca. Sob a liderança dos pastores Pedro Litwinckzuk e Jandira Cortes, a agora designada Comunidade Batista Copaleme precisava de um espaço físico maior, conquistado através da mudança para a Rua Carvalho de Mendonça, 12 C, próximo aos dois endereços anteriores,
tras denominações se fizeram representar, em um ambiente de grande alegria e ânimo renovado. Daqui para a frente, o trabalho com crianças e adolescentes poderá ser ampliado, assim como a consolidação dos demais ministérios da Igreja, que desde o seu primeiro passo tem sido abençoada com expressivas vitórias em sua peregrinação pela terra que mana leite e mel, na qual o Senhor vem transformando o duro deserto espiritual que é a Zona Sul da Cidade Maravilhosa.
Pastor Valtair Miranda: 20 anos de ministério pastoral Rogério Araújo (Rofa), escritor, jornalista, diácono e secretário da Igreja Batista Neves - São Gonçalo - RJ
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Bíblia fala em Efésios 4.11: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”. Nascido na cidade de Mantena, em Minas Gerais, o pastor Valtair Afonso Miranda, hoje aos 44 anos, passou pelo Concílio com 16 pastores presentes, sendo aprovado e realizado o Culto de Consagração no dia 17 de agosto de 1996, na Igreja Batista do Bom Retiro, na cidade de Ipatinga - MG, sob a presidência do pastor Juracy Carlos Bahia, sendo consagrado ao ministério da Palavra. Logo assumiu o ministério da Congregação que seis meses depois se tornou a Igreja Batista Bela Vista, “Igreja-filha” da Igreja Batista do Bom Retiro. Deus o abençoou com muitos dons, além do ministério
pastoral: do magistério, sendo quase duas décadas professor do Seminário do Sul; da literatura, escrevendo 12 livros - boa parte sobre Apocalipse - e em destaque para o “O caminho do Cordeiro”, pela Editora Paulus; foi redator da revista Atitude, da Convenção Batista Brasileira; acadêmico, sendo bacharel e mestre em teologia pelo STBSB, mestre e doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista do Estado de São Paulo, graduado em História pela Universo e doutorando em História pela UFRJ; e, ainda, debatedor e conferencista, tendo difundido a Palavra de Deus em diversas partes do Brasil e pela rádio. Praticamente todo o período de 20 anos de ministério pastoral, que ora completa, o pastor Valtair Miranda tem um “contato ministerial” com a IB Neves, em São Gonçalo, RJ. Ainda seminarista, chegou à IB Neves em 1995, auxiliando o ministério a convite do pastor Silvino Netto, pastor auxiliar no exercício
Oração pela família feita pelo pastor Clademir Faria
do ministério, para colaborar com a Igreja que passava por um processo de sucessão pastoral, tendo em vista a debilitada saúde do então pastor Alberto Araújo. No ano seguinte, em 1996, quando o pastor Luiz Roberto dos Santos assumiu o ministério de Neves, o pastor Valtair retornou para Minas Gerais. Dois anos depois, em 1998, o pastor Valtair aceitou o convite do pastor Luiz para ser pastor auxiliar de seu ministério em Neves e aqui permaneceu como membro desde então. E também o convite do STBSB para fazer parte de seu corpo docente. E já faz mais de 18 anos dessa história. Em 2007, com a saída do ministério do pastor Luiz, o
pastor Valtair foi escolhido para ser “pastor de cultos”, ministrando mensagens nesse período, enquanto a Comissão de Sucessão Pastoral conduzia o processo que resultou, após uma eleição histórica, em sua própria escolha para o ministério pastoral. No dia 25 de outubro de 2008 tomou posse, com a presença de oito pastores, sendo o pastor Neemias Lima, da Igreja do Braga, em Cabo Frio, o pregador da noite, e a oração de posse do pastor Silvino Netto, pastor que o convidou pela primeira vez a colaborar com a Igreja, ainda seminarista. Assim, está prestes a comemorar oito anos de ministério titular na IB Neves, como
observado, com extrema ligação da IB Neves e o pastor Valtair e sua esposa Elizete, desde a época em que veio do Seminário do Sul, até os dias de hoje, tendo a Igreja também acompanhado o nascimento de seus filhos Rafael e Caroline. Agradecemos ao Senhor por essa data tão especial, no Culto de Gratidão realizado no dia 07 de agosto, com participação do Coro Interação, sob a regência do seminarista de Música do STBSB, Gabriel Santoro, e com mensagem inspirativa do pastor Clademir Faria, da Primeira Igreja Batista do Paraíso, em São Gonçalo, com oração de consagração no final pelo pastor Valtair e sua família e com delicioso bolo oferecido pela Igreja, no salão de festas. Gratos estamos ao nosso Deus, que o escolheu como diz Jeremias 3.15: “E vos darei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com ciência e com inteligência”. Deus abençoe seu “Jubileu de Porcelana”: 20 anos de ministério!
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notícias do brasil batista
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OBITUÁRIO
Dilce: uma vida preciosa Dora Lina Almenara Cardoso, filha
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m 18 de janeiro de 1933, no distrito de São João do Paraíso, Cambuci - RJ, chegou ao lar de Rozalina Almenara Coelho e Rozendo Almenara Moreno, uma graciosa menina que recebeu o nome de Dilce. De família católica tradicional, tendo inclusive uma tia freira e um tio padre, todos batizados na Igreja Católica. Sua mãe aos 28 anos ficou viúva, na época, com os filhos pequeninos - quatro meninas e um menino -, mudou-se para Valão do Cedro, localidade pertencente ao segundo distrito de Itaperuna – RJ, onde recebeu todo o apoio dos irmãos da Igreja Batista do Valão do Cedro, pastoreada pelo amado e saudoso pastor Benedito Araújo. Dona Rozalina converteu-se ao Senhor Jesus e, desde então, orientou os filhos nos caminhos do Senhor, a quem muito honrou durante toda a sua vida.
Dilce, em 11 de dezembro de 1944, com 11 anos de idade, foi batizada pelo pastor Benedito Araújo, e daí começou a envolver-se nas mais diversas atividades da Igreja. Trazia dentro de si um grande ardor missionário, chorava ao contar histórias missionárias e seu desejo de ter estudado para tal. Declamadora que foi no seu tempo de juventude, sempre gostava de falar para os filhos a poesia do saudoso Mario Barreto França “Na tábua de Craonópolis”, a história de Noêmia e Zacarias Campelo evangelizando no meio dos povos indígenas. Aos 18 anos casou-se com Elizeu Velasco Cardoso, com cerimônia realizada pelo pastor Nilo Cerqueira Bastos. Desse casamento vieram 9 filhos, 19 netos, 5 bisnetos, 5 noras e 3 genros. No ano de 1963 mudou-se para Itaperuna, e de 01/10/63 à 08/09/2015 foi membro da Primeira Igreja Batista de Itaperuna, Igreja que muito amou, e na qual criou, educou e casou seus filhos.
Foi também por cinco anos (1985/2000) membro da Igreja Batista da Esplanada, em Governador Valadares - MG, onde com grande alegria viu seu esposo converter-se, batizar e dedicar sua vida a Jesus Cristo. Aprendeu a dirigir aos 60 anos e levava as irmãzinhas da MCA para visitas as enfermas e aniversariantes do mês. Em sua residência havia um culto mensal e no final sempre servia um gostoso lanche por ela preparado.
Foi ativa na denominação por mais de 70 anos, secretária da Igreja Batista do Valão do Cedro, professora da Escola Bíblica Dominical na PIBI, exerceu cargos na União Feminina local e regional; e, com zelo, participava das atividades de Ação Social e Evangelismo nas Igrejas onde congregou. Participou de várias Convenções do estado do Rio de Janeiro, Convenção Batista Brasileira e congressos da 3ª Idade: em Águas de Lindóia, Calda Novas e Bento Gonçalves. Mulher de poucas palavras, mas hospitaleira e acolhedora. Em sua casa recebia jovens em intercâmbios, seminaristas, líderes e pastores com amabilidade, discrição e muito carinho. Foi abençoada e abençoadora, firme nas promessas de Jesus. Leitora assídua de O Jornal Batista, recebia-o toda semana e compartilhava com os filhos e netos os artigos e histórias interessantes. Leu a Bíblia toda por de mais de dez vezes; como era bom vê-la sempre lendo livros inspi-
radores, sendo que o último ficará para sempre em nossas memórias - “Uma vida sem limites” - de Nick Viyicic. Dizimista fiel, amava missões em todos os sentidos: contribuindo para vários projetos e confeccionando vestidos e camisas infantis que encaminhava a diversas instituições assistenciais do meio evangélico e quaisquer outras que soubesse da necessidade. Em 08 de setembro de 2015, às 09h20, aprouve ao Senhor Deus levar sua serva para seus braços. Deixou uma lacuna, um legado, um vazio no coração da família sanguínea, espiritual e amigos, mas a memória de uma líder nata, capaz, inesquecível, sonhadora é inspiração para todos nós que ficamos saudosos. “O Senhor no-la deu, o Senhor no-la tomou, louvado seja o nome do Senhor.” (Jó 1.21). Ela dizia sempre: “Sabedoria é uma virtude que somente o Senhor dá graciosamente, nem toda pessoa inteligente é sábia”.
A felicidade de termos o Senhor como o nosso pastor Miriam Figueira Herdy, filha te a minha alma refrigerada me conduzindo em Justiça, primogênita ainda que eu andasse por endo a mamãe já vales sombrios da vida (até desfalecida, com esse da morte), Tu sempre os olhos fechados, estivestes comigo, não tendo com todos nós ali necessidade de temer mal presentes, eu pensei que ela algum pois via sempre a Tua poderia recitar o Salmo 23, vara e o Teu cajado em minha defesa. assim: Mesa preparada para mim “Senhor, que fostes o meu pastor em todos os dias da na presença até de possíveis minha vida e nada me dei- inimigos, Tu preparaste, tenxaste faltar; que me guiou do ungido sempre a minha sempre em pastos fartos e cabeça com o Teu óleo e mansas e tranquilas águas constante cálice transbordanesteve comigo até hoje. Que te. Por isso, tenho a certeza pelo Teu amor sempre fizes- que a Tua bondade e mise-
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ricórdia me seguiram todos os meus dias de vida. Agora tenho certeza que habitarei na Tua casa eternamente. Amém!”. Foi assim que vi pela última vez aqui na terra, o rosto da minha querida mãe, que tudo fez por mim. Criou-me, educou-me, aconselhou-me e sempre buscou ao Senhor por mim. Amou-me. Louvado seja o Senhor! E foi assim também que vi meu pai pela última vez, e acredito que foi assim que todos os presentes ao culto de despedida o viram.
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Diferença entre a política e politicagem
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falta de compreensão dessa diferença é que tem definido a postura da maioria do povo brasileiro, uma postura confusa e de escolhas equivocadas e maléficas no contexto político brasileiro. Os eleitores tendenciosos e os candidatos interesseiros que são eleitos é que formam a politicagem que presenciamos nesta crise pela qual passa o Brasil. Examinaremos a grande diferença entre a política e a politicagem. A palavra política vem da língua grega e significa “O governo da cidade”. Ela tem a ver com “Boas maneiras, urbanidade, cavalheirismo, polidez, gentileza, civilidade, benevolência, humildade, acolhimento...”.1 É o compromisso com a governabilidade e com a gestão eficiente, eficaz, apaixonada e zelosa da cidade. O político autêntico, por vocação e não por vacação, é uma pessoa comprometida com a excelência em governar uma cidade ou legislar com justiça. O político é alguém que está engajado na construção de um projeto de Estado e não simplesmente de um movimento de governo que visa perpetuar-se no poder pelo poder. Ele está interessado no bem da Nação, bem como contribuir de
forma decisiva para o fortalecimento das instituições do Estado brasileiro. O político é um servo do povo e para o povo. O seu poder emana do povo para servir o povo com equidade, compromisso, amor, empatia, simpatia, respeito e competência. Ele não tem interesses próprios, mas trabalha fielmente para os interesses dos seus eleitores sempre obedecendo a Constituição. Tudo que é possível fazer para facilitar a vida dos cidadãos é do âmbito do político vocacionado para o cargo eletivo ou indicado para um cargo público com base na meritocracia. O político não procura cargos, mas cargas. É uma pessoa comprometida com o trabalho de melhorar a qualidade de vida da população. Ele busca se aprofundar em sua função delegada pelo voto. O político vocacionado é uma pessoa estudiosa, aplicada, disciplinada e determinada nas suas atribuições definidas em lei. Ele veste a camisa do serviço abnegado para beneficiar o cidadão que paga os impostos. O homem público é trabalhador e responsável. Tem consciência da envergadura da missão que recebeu dos eleitores. A palavra politicagem é uma deformação da política 1 AZEVEDO, Francisco Ferreira e quer dizer: “Corporatidos Santos. Dicionário Analógico vismo, espírito de classe, da Língua Portuguesa. Rio de Ja- fisiologismo, rabo preso; filosofia sectária, mercantil; neiro: Lexicon, 2010, p. 200.
mercantilismo, partidarismo, comprometimento, unilateralidade, política de campanário, politiquice, venalidade, chicana, nepotismo, favoritismo, parcialidade, suspeição, sutileza, astúcia, artimanha, desvario, extravagância, desatino, facciosismo, má fé, fanatismo, corrupção, suborno e tráfico de influência”.2 Esses significados traduzem muito bem a maioria que está na gestão pública ou em cargos eletivos. Poderia se dizer o contrário, mas não seria real ou verdadeiro. A politicagem anda solta como um vírus em todo o corpo do Estado brasileiro. As instituições estão cheias de gente politiqueira. Essa gente está preocupada em levar os cargos na maciota. O politiqueiro, o que pratica a politicagem, está interessado em favorecer a si, sua família e seus apadrinhados. Ele não está preocupado com a meritocracia, mas com os seus interesses meramente pessoais. Quando se fala em político, a lembrança é de egoísmo, egolatria, incompetência, maldade, fisiologismo e alto interesse em benefício próprio. Geralmente o politiqueiro é reacionário. Ele não tem princípios, mas principado. Não tem personalidade, pois o partido é que manda. O politiqueiro não tem coerência. É triste sustentar politiqueiro. Ele custa muito caro 2 Ibidem, p. 431.
aos cidadãos, que pagam pesados impostos. Partidos e politiqueiros são ineficientes, perdulários, irresponsáveis com o dinheiro público. Ganham muito para nada fazerem. São como camarões, que vivem nas costas do Brasil. É muito triste e pesado lidar com politiqueiro. Ele sé aparece de quatro em quatro anos. Muitos políticos se elegem pela compra de votos. No exercício dos cargos, geralmente não há prestação de contas. Os que praticam a politicagem gostam de visitar os pastores e as Igrejas; fazem média. Parecem amigos, mas não são. Os politiqueiros utilizam todos os meios para impressionarem os incautos. Poucos brasileiros são massa crítica. Infelizmente, a maioria não sabe votar, não sabe exercer a cidadania responsável. Os politiqueiros se elegem por causa dos cidadãos irresponsáveis e imaturos, que não pensam e que não têm discernimento. No ambiente da politicagem muitos se candidatam para elegerem os mais conhecidos e, assim, conseguirem uma boquinha com os que foram eleitos. É a politicagem do apadrinhamento da troca. Uma das cenas mais dantescas é o programa eleitoral nos meios de comunicação de massa. É sofrível ver. Na verdade, causa asco, nojo. Podemos perceber claramente que
na politicagem a pessoa se candidata a um emprego e não a uma vocação, a uma missão ou a um compromisso inadiável e inalienável com o povo. Os salários e os benefícios são atraentes. Na politicagem, se possível, emprega-se todos os familiares e agregados. Nesse tempo tão tumultuado, quando passamos por uma crise profunda, precisamos dizer não, definitivamente não, à politicagem. Precisamos de políticos de caráter. É necessário dizer sim à política séria, comprometida com a verdade, com a integridade, com a governabilidade e com o bem-estar do povo. A política está a serviço da justiça social, distribuição de renda, saúde de qualidade, segurança eficaz e eficiente, educação de excelência e uma consciência profunda de igualdade e fraternidade. O Brasil não avançará enquanto houver politicagem, isto é, nepotismo, corrupção e os outros desmandos. Precisamos eliminar no voto os maus políticos, os que praticam a politicagem. Os partidos são cabides de emprego e não formadores de cidadania e desenvolvimento sustentável. Que Deus nos livre dos politiqueiros e nos dê políticos que amem o Brasil, mas, acima de tudo, amem a Deus, nosso Criador e Redentor, Senhor da História.
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OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA
Estudos sobre a Igreja (12) A Igreja como comunidade missionária
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té o momento vimos diversas facetas da Igreja como comunidade focalizando o desenvolvimento, o amadurecimento, a qualidade e saúde de vida dos seus membros. Uma Igreja saudável tem vida para mostrar ao mundo, pois cada membro tem encontrado sua razão em viver, razão coligada à sua harmonia e comunhão com (1) Deus, pelo desenvolvimento relacional profundo com Ele por meio de vida piedosa e ligada aos valores e ensinos de Sua palavra, que provocaram renovação de sua mente; (2) Consigo mesmo, tendo autoimagem equilibrada (Amando-se a si mesmo de forma sadia, sem sentimento de superioridade ou inferioridade) com objetivos claros na vida; (3) Com o seu próximo, tendo aprendido a desenvolver relacionamentos edificantes e sadios; e (4) Com a natureza criada desenvolvendo cuidado e atenção, não apenas ambiental, mas tratando a natureza com dignidade. Tenho demonstrado que foi para isso que Deus nos criou e que na Teologia clássica chamamos de “Viver para a Glória de Deus”. Como já expliquei em artigos anteriores, estas conclusões deduzi do estudo dos dois grandes mandamentos que Jesus mencionou em Marcos 12.28ss, que nos mostram três níveis de relacionamentos e, por dedução, o nível do nosso relacionamento com a natureza criada. Itens que foram
objeto de ruptura quando da queda de Adão (Gênesis 3) e, que com a salvação (recuperação), somos reconduzidos para o plano original de Deus com a criação do mundo, antes deste estado de rebeldia e ruptura como próprio Deus. Já discutimos que a Grande Comissão (Mateus 28.19-20) não está focalizada no verbo ir (que não está no imperativo), mas no imperativo de fazer discípulos, desenvolver vidas transformadas a partir de nossa transformação. É fazer o que Paulo nos ensinou em I Coríntios 11.1: “Sejam meus imitadores como eu sou de Cristo”. Nós já estamos indo ao vivermos nossa vida cotidiana e nesse percurso o imperativo é fazer discípulos, seguidores de Cristo, como nós assim também devemos segui-lO. Discipular, muito mais do que dar estudos doutrinários (envolve também isso), ter momentos de comunhão e compartilhamento (também envolve isso), é transferir o que somos para a outra pessoa, é como que uma transfusão de vidas, conforme já explicamos em artigo anterior. Assim, a Igreja será comunidade missionária ao promover o desafio de estimular o discipulado que também envolve evangelizar, isto é, levar pessoas a se arrependerem de sua condição de rebeldia contra Deus, contra seu plano criativo, de seu estado intrínseco de natureza pecaminosa e decaída, aceitando a morte redentora de Jesus e sua ressurreição – dois fatos monumentais e recupe-
radores da história. Esse evangelizar não é apenas a obra realizada no âmbito pessoal, mas também além-fronteiras da própria comunidade local, alcançando outras localidades e até os confins do mundo (Atos 1.8). Para isso, temos diversas alternativas no Novo Testamento: • Cada crente como testemunha viva do Evangelho (Atos 1.8): não podemos deixar de falar daquilo que temos visto e ouvido (I João 1.3); “Eu era cego e agora vejo” (Jo 9.25) – indicando cada crente demonstrando vida exemplar e tendo razão em viver de modo a transmitir o agradável perfume atrativo do viver em comunhão com Deus (Atos 4.20), pois somos luz para este mundo (Filipenses 2.15; Mateus 5) que aguarda a manifestação (atuação positiva, moralmente saudável e atrativa) dos filhos de Deus (Romanos 8.19). Tudo isso independentemente do dom de serviço que a pessoa venha a ter; • Pessoas com o dom de evangelizar (Efésios 4.12) que são apaixonadas em levar alguém a Cristo onde estiverem. O grande foco delas é ver pessoas se rendendo aos pés do Mestre e entregando a Ele suas vidas. Em geral, pensamos nos evangelistas como pessoas que agem mais localmente, mas poderá ser diferente, pois Deus é quem comanda Seu Reino; • Pessoas com o dom do apostolado (Efésios 4.12
– que hoje chamamos de missionário – do latim “missio”, que é sinônimo da palavra grega “apóstolos”). No Novo Testamento são pessoas que Deus dota com a capacidade e atributos necessários para que possam se envolver na divulgação do Evangelho e “implantação” de Igrejas em diversos locais. Hoje, em geral, dividimos o trabalho desta natureza em missões locais, estaduais, nacionais e mundiais. São pessoas apaixonadas e se moverem constantemente nesse empreendimento. A atuação nossa como testemunhas de Cristo é algo natural, que envolve nosso investimento pessoal, mas a obra evangelizante, seja feita por evangelistas, seja por missionários, necessita de suporte maior, daí termos o saudável hábito de desenvolver a obra cooperativa envolvendo diversas comunidades ou Igrejas no levantamento de recursos materiais e financeiros, mas também, levantando diversos profissionais em áreas de atendimento social, da área de saúde em geral, etc., que, neste caso, atuarão também como diáconos (dom do serviço). No livro de Atos (17.6), o alcance do Evangelho e a mudança que provocava na vida dos alcançados era tal que sua influência provocava reações por onde passavam. O mundo precisa ser alcançado pelo Evangelho, pela recuperação de vida, para que cada pessoa alcançada possa ter razão em
viver e ser nova criatura (II Coríntios 5.17) sendo levada a reconstruir a sua vida a partir do propósito divino com a criação, conforme já explicamos no início deste artigo. Infelizmente, por muito tempo, isso foi confundido pela equivocada interpretação da Grande Comissão, como o ir, de modo que se alguma pessoa não pudesse ir, então deveria pagar a conta dando oferta missionária e, assim, nem precisava se preocupar em ser testemunha do Evangelho, pois já sentia que tinha feito a sua parte. Temos diante de nós hoje um desafio muito maior com o sustento da obra de evangelização e missionária, pois, mesmo atuando como testemunhas do Evangelho por meio de nossa vida transformada, temos que considerar o investimento na sua divulgação por todo mundo, de modo que, unindo recursos, possamos ampliar cada vez mais o acesso à conquista de razão e sentido de vida pelas pessoas que estão vivendo uma falsa liberdade, de modo a criar comunidades comunidades e Igrejas por toda parte. A sua Igreja será uma comunidade missionária se puder enviar missionários, desenvolver obra evangelizante, mas muito mais, se desenvolver também a captação de recursos para atender ao trabalho missionário em suas diversas modalidades (estadual, nacional e mundial). Que tal priorizar esses desafios no planejamento financeiro da sua Igreja?