ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 29/10/17
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
Ano CXVI Edição 44 Domingo, 29.10.2017 R$ 3,20
Missões Nacionais
Notícias do Brasil Batista
Quarta edição da Conferência Nacional Multiplique surpreende participantes
Batistas da Bahia celebram 135 anos de história; veja a matéria!
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Notícias do Brasil Batista
Ponto de Vista
Templo da Igreja Memorial Batista de Brasília - DF é reinaugurado
Confira o artigo: “Ministério diaconal exige preparo e obediência”
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reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.
500 anos depois...
Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.batistas.com A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo
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m outubro deste ano, comemoramos os 500 anos da Reforma Protestante. No dia 31 de outubro de 1517, o monge alemão Martinho Lutero afixou na porta da Igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses, indo de encontro ao que a Igreja Católica pregava. Ele estava insatisfeito, percebeu que da maneira que estava não poderia ficar. Lutero propôs uma mudança radical, que mudaria a história da Igreja de Cristo em todo o mundo. A edição de OJB desta semana traz a colaboração de diversos autores sobre o tema. A Coluna Vida em
Família, por exemplo, apresenta o artigo “Lutero em família”. O pastor Oswaldo Luiz Gomes Jacob, pergunta: “Como vemos a Igreja após os 500 anos da Reforma Protestante?” Para quem gosta de música, Joaquim Júnior, de Brasília-DF, fala sobre os “Outros hinos da reforma”. Você, que admira boa poesia, também tem espaço por aqui. Escolhemos “Os quinhentos anos da Reforma Protestante” para a sua apreciação. O pastor Almir de Oliveira fala dos “500 anos de uma Reforma que marcou a história!”, e o pastor Davi Nogueira traz um panorama histórico do assunto.
Pastor Jeferson Cristianini, de Bauru-SP nos conta sobre a “Reforma Protestante e seu legado”. Já Alonso Gonçalves, dá enfoque a uma das 5 Solas, a Sola Gratia. Levir Perea Merlo fala de outra reforma, também muito importante: a reforma do coração. Além de falar da Reforma Protestante, O Jornal Batista, como é de costume, vai mostrar o que tem acontecido nas Igrejas Batistas ao redor do Brasil, como o Congresso “Turma de Minas”, realizado pela Convenção Batista Mineira, e que reuniu mais de 800 jovens e adolescentes, entre o fim de setembro e início de outubro. Na Bahia,
nossos irmãos estão em festa: o trabalho Batista no estado completou 135 anos, e no dia 14 de outubro foi realizado um Culto de Gratidão a Deus, no templo da Filadélfia - Primeira Igreja Batista de Salvador. Na capital federal, o templo da Igreja Memorial Batista de Brasília foi reinaugurado durante as comemorações do 57° aniversário da Igreja. Você vai conhecer também o trabalho da Juventude Batista e Adolescentes da Associação Centro, a JUBADAC, que, em pouco mais de um ano, já colhe os frutos do trabalho realizado. Que Deus te abençoe. Boa leitura!
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Vidas reformadas e integralmente submissas a Cristo Levir Perea Merlo, pastor, colaborador de OJB “E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” (Rm 12.2)
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mês de outubro nos lembra de reformas. Reformar é construir de novo, dar um novo sentido, começar uma nova história. Foi assim com a reforma empreendida pelo jovem Josias,
rei de Judá nos anos de 640 a 609 a. C, de acordo com II Reis 23. Foi assim com Martinho Lutero, que no dia 31 de outubro de 1517, desafiando o poderio político religioso da Igreja Romana afixou na Catedral de Witenberg, na Alemanha, suas 95 teses, que não tinha o objetivo de formar uma nova Igreja, mas o de denunciar os abusos da prática das indulgências, que consistia na compra de perdão e entrada dos fiéis no céu, cujo objetivo maior era arrecadar fundos para ajudar na construção da catedral de São Pedro, no Vaticano, em Roma.
Através dos séculos, sempre houve e sempre haverá homens e mulheres com ideais de reformas e mudanças. No século passado tivemos alguns desses visionários: Gandh, na Índia, em 1947; Martin Luther King Jr., nos EUA, na década de 60; Mikhail Gorbatchev, na Rússia, com a sua “Perestroyka”, de 1980-1991; e Nelson Mandela, na África do Sul, contra a segregação racial. No entanto, a melhor, a mais importante e a mais profunda reforma que existe é a reforma do coração, a mudança de vida, a vida de
santidade aos pés da “cruz”. É o cumprimento da profecia de Jeremias, dita no capítulo 31.33-34, para o novo Israel de Deus, a sua Igreja. O mesmo que aconteceu com os perseguidores de Jesus, como Saulo de Tarso, doravante Paulo de Tarso, tem acontecido ao longo dos séculos com homens e mulheres que andavam completamente desiludidos, nas trevas da ignorância e pecados, como nos diz a Palavra: “...Jazendo no maligno...” (I João 5.19) [grifo nosso], mas agora libertos, reformados, transformados
e feitos novas criaturas (II Co 5.17). Mas devemos lembrar que sempre existiu o perigo do comodismo, da indiferença para com as coisas do Reino de Deus e, por isso, a Palavra sempre nos exorta a vivermos em alertas! O texto de Romanos 12.2 é muito salutar para uma reflexão introspectiva. E quando reconhecemos a nossa total dependência Dele, passamos a ter uma vida verdadeiramente reformada e integralmente submissa ao Seu senhorio. Que Ele sempre nos ajude nessa caminhada. Glória somente a Ele! Amém.
500 anos de uma Reforma que marcou a história! Almir de Oliveira, pastor, colaborador de OJB
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Reforma Protestante, que completa 500 anos neste mês de Outubro, teve como seu personagem principal o monge alemão Martinho Lutero, que em um ato corajoso e histórico afixou na porta da Igreja de Wittenberg, no dia 31 de outubro de 1517, as 95 teses ou frases que formam a constituição da chamada Reforma Protestante, protestando contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo, com isso, uma reforma. O pensamento inicial de Martinho Lutero não era romper com o catolicismo, mas, sim, através da apresentação dessas 95 teses, em
tom de protesto, promover o início de uma reforma. Na verdade, não alcançou o seu objetivo inicial, mas, o resultado foi muito além do que ele próprio esperava, pois, a partir do seu ato, foi inevitável seu rompimento com a Igreja Católica, que não aceitou e nem acolheu seus argumentos e as novas interpretações bíblico-teológicas, vindo mais adiante a promover a chamada Contrarreforma, no objetivo de combater a Reforma Protestante liderada por Martinho Lutero. Assim, com a Reforma Protestante é estabelecido um “divisor de águas”, quando a Palavra de Deus, até então escondida a “sete chaves” pela Igreja Católica, começa a ter ênfase, sendo prega-
da e ensinada abertamente, apresentando a verdade que estava sepultada e relegada a um esquecimento. É bom ressaltar que Lutero não foi o único reformador. Outros reformadores, antes e depois dele, contribuíram para abrir os olhos do povo para as verdades reveladas na Palavra de Deus, as Escrituras Sagradas. Podemos afirmar que esse movimento reformista cristão tem o seu ápice no início do século XVI, culminando com o ato de Lutero ao expor, publicamente, suas 95 teses da referida Reforma. Portanto, a Reforma Protestante exalta o valor das Sagradas Escrituras, dando à Palavra de Deus a importância que foi esquecida, principalmente na chamada
“Era das Trevas”, onde imperou a idolatria, afastando ainda mais a humanidade da verdade bíblica. Destaca-se na Reforma promovida por Lutero os cinco pilares ou expressões que sintetizam o que o reformador alemão queria mostrar em seu protesto, a saber: Sola Scriptura (Somente a Escritura), Sola Fide (Somente a Fé), Solos Christus (Somente Cristo), Sola Gratia (Somente a Graça) e Soli Deo Glória (Somente a Deus Glória). Devemos expressar nossa gratidão a Deus por esse acontecimento histórico, pois, a partir da Reforma, passamos a ter com mais intensidade a divulgação, o ensino, a pregação da Palavra de Deus, começando a ser impressa e chegando as mãos
do povo, que começou a conhecer a verdade. O próprio Martinho Lutero se dedicou a traduzir a Bíblia Sagrada para a língua alemã, sendo isso também um marco para o aperfeiçoamento da gramática alemã. Sem dúvida, Lutero foi, pelas mãos de Deus, um instrumento vivo na proclamação da Verdade, sendo usado por Deus para proclamar que somente a Graça de Deus em Jesus Cristo é o caminho para a mudança de vida do homem, para que também tenha a sua história mudada, ou seja, para a sua reforma de vida espiritual. Então, como nos disse Lutero há 500 anos, digamos hoje: “Somente a Deus a Glória que lhe é devida, amém!”.
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Reforma 500 anos: Sola Gratia Alonso de S. Gonçalves pastor, colaborador de OJB
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ntes de ser também uma questão teológica, a Sola Gratia está, intrinsecamente, ligada a um contexto conturbado na Europa nos anos que antecederam a Reforma. Para Jean Delumeau, havia uma angústia coletiva para uma gente que enfrentara numerosas crises, dentre elas, a Guerra dos Cem Anos e a Peste Negra. Delumeau indica que a opção pela Reforma foi, também, uma maneira de encontrar respostas para a insegurança que assolava o velho continente.1 A Igreja de então, por sua vez, fornecia essa segurança por meio dos sacramentos. Assim, uma vez administrada pela Igreja, a graça se dava pela mediação da hierarquia e dos sacramentos. O sistema funcionava tendo a Igreja como indicadora de um caminho seguro, oferecendo um status confiante em meio a administração dos sacramentos constituídos como meios da graça. De certa forma, a Igreja detinha o controle, principalmente, quando um sacerdote administrava os sacramentos.2 É nesse contexto que Lutero surge com a Sola Gra-
tia. Lutero percebeu que o sistema não cumpria o que prometia, a segurança da salvação. É aqui que ele descobre um outro caminho quando lê as Escrituras (Romanos). Não entraremos em detalhes quanto a essa descoberta, uma vez que a vida do monge agostiniano está muito bem documentada, onde é possível perceber o quanto a culpa o consumia diante da grandeza de Deus em contraste com a sua vida, entregue a miserabilidade da existência. Daí também a sua antropologia pessimista. Quando Lutero se deparou com a graça, percebeu que: Deus nos oferece gratuitamente tudo que não somos capazes: não somos apenas perdoados, mas estamos justificados diante dEle. Estava aí o início de uma extraordinária experiência com Deus, a de que Deus, em amor e graça, liberta dos jugos que promovem a culpa e a insegurança. Agora, para Lutero e outros reformadores, Deus está presente por toda parte e, por graça, sustenta, promove, liberta e conduz. Esse é um canto de liberdade diante de um sistema que aprisionava por meio da consecução dos sacramentos. A questão central na Sola
Gratia se dá na percepção de que Deus está no centro da existência humana, ativo em toda a história, sempre tomando a iniciativa para se aproximar dos seres humanos. A descoberta de Lutero abriu uma nova janela por onde um ar fresco e aconchegante entrou: a Graça de Deus sustenta a vida, portanto, vivamos, Deus já cuidou de tudo, principalmente da eternidade! A Sola Gratia está para além da letra, ela é integradora do ser, não está atrelada a qualquer meio de aprisionamento, porque esse Deus de graça é livre e nos chama à liberdade. Por isso, podemos cantar: “Graça! Que maravilhosa graça! / É imensurável e sem fim / É maravilhosa, é tão grandiosa / é suficiente para mim”. Quando comemoramos 500 anos da Reforma Protestante, temos a oportunidade de iluminar, mais uma vez e quantas vezes for preciso, os pilares pelos quais podemos nos sustentar. A Sola Gratia é, indiscutivelmente, um desses pilares. É inconcebível posturas demarcatórias, tanto de Igrejas, como de pessoas (líderes) da Graça de Deus, ou seja, não é possível uma Igreja que ca-
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia
A Bíblia perdida no Templo “E Hilquias disse a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias deu o livro a Safã.” (II Cr 34.15)
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arte da reforma espiritual promovida pelo rei Josias foi a reconstrução do Templo. Para surpresa de todos, ao limparem alguns rolos manuscritos descobriu-se que aquele achado era o Livro da Lei, a Bíblia de então. “Hilquias disse ao secretário Safã: Encontrei o Livro da Lei no Templo do Senhor.” (II Cr 34.15) Uma das razões da de cadência religiosa do povo judeu, antes de Josias, foi exatamente a desobediência da Bíblia. Em função disso, minha a partir da tradição da Reforma determinar a ação de Deus, cerceando o seu agir, dizer quem Deus aceita e quem Ele rejeita, como se assim fosse possível dimensionar o pecado melhor do que o próprio Deus! A graça está dada como uma marca indelével da
a vida do povo adoeceu, cheia de imortalidade, desonestidades, traições, famílias destruídas e religião paganizada. Em matéria de religião, o povo estava seguindo de tudo, menos a Bíblia. Observadores do povo cristão hoje em dia descobrem muitas semelhanças entre o período anterior ao avivamento do rei Josias e o nosso tempo atual. O fato de que muitas Igrejas estão pregando todo tipo de mensagem, menos a bíblica, explica o destempero espiritual do nosso povo. É urgente descobrir a Bíblia em nossos templos, e entronizá-la no seu lugar devido. Acima de tudo, entronizar a Bíblia em nosso coração. Igreja; ela é celebrada na Reforma porque foi possível entender que Deus é Deus. 1 DELUMEAU, Jean. Nascimento e afirmação da Reforma. São Paulo: Pioneira, 1989, p. 60. 2 SHAULL, Richard. A Reforma protestante e a teologia da libertação. São Paulo: Pendão Real, 1993, p. 39-41.
Reforma Protestante e seu legado Jeferson Cristianini, pastor, colaborador de OJB
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peso e o legado da Reforma Protestante é que devemos crer e ensinar os cinco pilares, “as cinco solas” (cinco somente): Sola Scriptura (Somente a Bíblia e toda a Bíblia); Solus Christus (Somente Cristo); Sola Gratia (Somente a Graça); Sola Fide (Somente a Fé); Soli Deo Gloria (Somente a Deus Glória). O Povo de Deus deve crer
que esses pilares são fundamentais para a saúde da Igreja e da fé cristã. O Povo de Deus deve pregar e ensinar que a Bíblia é a Palavra de Deus, a regra de fé e prática da vida do cristão, e que todo cristão vive e segue a orientação pela meditação e leitura das Sagradas Escrituras. O Povo de Deus deve adorar somente a Jesus, o Cabeça da Igreja, o Salvador e Senhor das nossas vidas e, assim, toda honra, glória e louvor devem ser dados a Jesus, Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo. Essa adoração exclusiva a Jesus Cristo expulsa o misticismo, o sincretismo, a compra de indulgências e a idolatria. Para os reformados, só há adoração a Jesus Cristo, Senhor e Salvador de nossas almas. O Povo de Deus deve ser alimentado pela Graça de Cristo, graça que nos oferece a salvação por meio da fé, que diz que Deus fez tudo em nosso lugar, que nos ama com amor eterno, e que nós
somos chamados ao Seu Reino através dessa graça, favor imerecido. A Reforma nos trouxe esse legado: somos salvos pela graça e não por obras ou “qualidades” pessoais. A Reforma nos trouxe a certeza e segurança que somos salvos pela fé, e que vivemos pela fé, confiados na Graça de Deus e no sacrifício de Jesus, que pagou por nossos pecados, nos absolveu da condenação eterna e da ira do Senhor e nos redimiu por
completo. Por isso, o Povo de Deus vive pela fé e não pelas coisas que veem. A última Sola fala da glória somente a Deus, pois o Senhor não divide a Sua glória com ninguém. A Reforma lembrou aos cristãos que fomos criados para a Glória de Deus e que devemos viver para a glória dEle. Louvado seja Deus e que a Igreja do Senhor Jesus continue sempre em reforma para cumprir Sua missão.
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DIFICULDADES BÍBLICAS
Ebenézer Soares Ferreira
Diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói – RJ
E OUTROS ASSUNTOS
Onde estão os mortos? (Parte I)
Os justos, ao morrerem, vão logo para o céu. Há pessoas que procuram contestar o ensino claro das Escrituras sobre o estado desincorporado dos mortos. Baseiam-se elas em textos bíblicos que nada lhes oferecem para escorar sua doutrina do “sono da alma”, que é, especialmente, esposada pelos sabatistas. Em Lucas 23.43, lê-se: “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Para que sirva aos seus planos doutrinários, eles colocam dois pontos após a palavra hoje e, assim, fica o texto: “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo hoje: estarás comigo no paraíso”. Desse modo, o texto fica totalmente modificado. Segundo essa leitura, um dia o crente irá para a bem-aventurança eterna, mas não se sabe quando. Outros não usam do expediente acima citado, mas procuram afirmar que o paraíso não é o céu. Dizem os sabatistas que, ao morrer, o crente fica dormindo na sepultura. O corpo se decompõe, mas a alma fica ali. Só na volta de Cristo, ouvindo a Sua voz, ele acordará e, então, haverá a ressurreição e, em seguida, o juízo. Dizem que o texto de Lucas 23.43 não prova que Jesus foi ao céu com o ladrão arrependido, no dia em que ele morreu. Para provar isso, citam João 3.13, que diz: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem”. À primeira vista, parece realmente contradição. Mas, não o é. O leitor desavisado pode cair na armadilha dos que acatam a doutrina do “sono da alma”. O que ocorre é que a pessoa não familiarizada com as regras de hermenêutica bíblica, se deixa induzir por explicações que não são plausíveis com o teor da Bíblia, no que tange ao destino dos que partem para o além. O leitor deverá verificar que Jesus está tendo um colóquio
com Nicodemos (João 3.1-21). Esse surpreende-se, deslumbra-se com os maravilhosos ensinos que Jesus apresenta sobre o novo nascimento (João 3.7). Jesus lhe diz: “Tu és mestre em Israel, e não entendes estas coisas?” (v. 10). E Jesus ainda adiciona: “Em verdade, em verdade, te digo que nós dizemos o que sabemos e testemunhamos o que temos visto; e não aceitais o nosso testemunho!” (v. 11). Aqui é Jesus quem se admira da ignorância de um reputado mestre em Israel, que ignora as coisas mais simples sobre o Reino de Deus. Jesus, então, adiciona: “Se vos falei de coisas terrestres, e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (v. 12). The Interpreter’s Bible, comentando sobre este texto, diz: “Nosso Senhor estava francamente desapontado com Nicodemos...Se nós nos escandalizamos com os ensinos de coisas terrenas para as quais há analogias humanas e que podem ser verificadas pela experiência humana, como poderemos nos aprofundar nas coisas de Deus, para entendermos as coisas celestiais? Somente um que tenha conhecimento direto dessas coisas pode comunicá-las a nós. Somente o Filho do homem que esteve no céu e que desceu do céu é que pode fazer isso. “As coisas celestiais são aqueles mistérios que homem algum pode declarar, mas somente podem ser declarados pelo Filho do homem, que desceu do céu. Ninguém jamais subiu ao céu para trazer os segredos divinos.” Com as palavras, “Ora, ninguém subiu ao céu senão o que desceu do céu, o Filho do homem”, é como se Jesus estivesse desmentindo a tradição rabínica que dizia que Moisés tinha subido ao céu para trazer as tábuas das dez palavras. É que “Moisés, sendo mero homem, não fora capaz de subir ao céu, à esfera da realidade absoluta, para trazer a
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este mundo as fontes da vida”, como escreve J.W. Shepard, na obra The Christ of the Gospels, página 102. O ínclito teólogo W. C. Taylor, em seu comentário ao Evangelho de João (3 volumes, totalizando 1.214 páginas), comentando o texto “Deixa de me tocar, porque ainda não subi ao Pai...” (Jo 20.17), declara: “Traduzindo ‘Não subi’, os curiosos e os autores de credos e dogmas , de teorias sabatistas, de sistemas de doutrinas anti-bíblicas a respeito do estado ‘intermediário’ (entre a morte e a ressurreição), todos esses aproveitadores heterogêneos dessa tradução errada estabelecem, nas suas próprias cabeças, anarquia a respeito do testemunho da Bíblia. Investem com uma Escritura contra outra Escritura e ficam com aquela que lhes parece mais útil para seus fins”. E, mais à frente, o doutor Taylor acentua: “Menciono Atos 2.34, a fim de demonstrar que a tradução aqui discutida não deve ser igual à de Atos 2.34, mas fiel ao tempo diferente do verbo que, em João 20.17, é o perfeito. Eu não subi de modo a permanecer atualmente face a face com o Pai lá no céu. Estou aqui, mas não para ficar. É um intervalo curto entre minha visita ao céu ontem e a minha ida definitiva para o Pai, na hora da minha ascensão. Ainda não ascendi, não tive essa ascensão, de modo a ser minha subida definitiva ao céu para ocupar meu trono mediatório. Esse é o sentido do que Jesus disse a Maria Madalena. Jesus absolutamente não disse: ‘Não subi ao Pai’.” Traduzir assim é pecado contra sua linguagem. No momento de sua morte, Ele bradou em alta voz: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lucas 23.46). Ele disse ao criminoso convertido, em uma das cruzes do Calvário: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23.43). João diz que Ele “rendeu o espírito”. A quem, senão ao Pai? Para onde, senão para a casa de seu Pai, em doce antecipação
celestiais. Essa expressão “seio de Abraão” e “paraíso” são sinônimos de céu. Já o rico epulão está no Hades (inferno), de onde, ao erguer os olhos, estando em tormentos, “Viu ao longe a Abraão e Lázaro, no seu seio” (Lucas 16.23b). Doutor Ray Summers, comenta: “Os maus desincorporados estão sofrendo castigo. Foi assim o caso do rico. Ele morreu e achou-se imediatemente em estado de tormento. A intensidade de seu sofrimento se reflete na sua súplica pelo ministério confortador de Lázaro e no desejo de que seus irmãos escapassem daquele destino” (Summers, R., op. cit. p. 35). A “Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira” assim diz no item XVIII, sobre a morte: “Com a morte, está definido o destino eterno de cada homem. Pela fé nos méritos do sacrifício substitutivo de Cristo na cruz, a morte do crente deixa de ser tragédia, pois ela o transporta para um estado de completa e constante felicidade na presença de Deus. A esse estado de felicidade as Escrituras chamam ‘dormir no Senhor’ (Dn 12.2,3; Jo 5.28,29; At 24.15; I Co 15.12-24). Os incrédulos e impenitentes entram, a partir da morte, em um estado de separação definitiva de Deus (Mt 13.49,50; 25.14-46; At 10.42; I Co 4.5; I Co 5.10; II Tm 4.1; Hb Os ímpios, aos morrerem, 9.27; II Pe 2.9; 3.7; I Jo 4.17; Ap vão logo para o inferno. Isso é o que ensina a Escritura 20.11-15; 22.11,12). Sagrada. Na célebre paráboConclusão la do “Rico e Lázaro” (Lucas Pelo que expusemos, usando 16.19-31), Jesus inculca justamente esse ensino. Lázaro os textos bíblicos e de acordo está no “seio de Abraão”. Essa com os seus contextos, e mais é uma expressão metafórica da as citações de eminentes teópresença de Deus. Abraão, o logos Batistas e a “Declaração “pai da fé”, o “amigo de Deus”, Doutrinária da Convenção Baé tido, entre os judeus, como a tista Brasileira”, não fica dúvida figura máxima, porque Deus de que a resposta à pergunta lhe fez a promessa de fazer “Onde estão os mortos?” é essa dele uma grande nação (Gê- mesma: Os justos estão no céu nesis 12.1-3). Daí usarem a e os ímpios estão no inferno. Continuarei a escrever sobre expressão “Estar no seio de Abraão”, que equivalia a di- o assunto em outro número zer estar gozando das delícias deste periódico.
de sua volta definitiva daí a uns quarenta dias? Mas, o tempo perfeito do verbo ascender trata de sua ascensão formal. Jesus foi ao céu quando morreu, mas subiu definitivamente para o céu e ficou, na ascensão. Nós nos unimos com Ele no céu no momento da nossa morte.” (Taylor, W.C. Evangelho de João. Rio: Casa Publicadora Batista, 1945, 1o volume, página 325-326). Meu mestre de escatologia, no Southwestern Baptist Theological Seminariy, em Fort Worth, Texas, USA, doutor Ray Summers, afirmava: “Os justos desincorporados estão com Deus. A declaração em Eclesiastes 12.7, de que o espírito volta a Deus, que o deu, acha-se repetida em passagens do Novo Testamento” (Summers, R. A Vida no Além. Rio: JUERP, 2a ed, tradução de A. Ben Oliver, 1979, pág. 31). Em meu livro, “Dificuldades Bíblicas e Outros Estudos”, volume 1, 2a edição, ao comentar sobre João 3.23 e 20.17, cito muitos teólogos que abonam a doutrina que esposamos neste artigo. Todos são unânimes em afirmar a mesma verdade aqui apresentada, de que Jesus, ao expirar na cruz, foi imediatamente ao paraíso, levando para lá como um troféu de sua obra realizada aqui na terra o ladrão que se convertera.
6 vida em família
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reflexão
Gilson e Elizabete Bifano
Lutero em família
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odos os pais desejam o melhor para seus filhos. Os pais de Martinho Lutero também desejavam uma boa carreira para ele, nascido no dia 10 de novembro de 1483, em Eisleben. Seu pai, homem simples, que trabalhava em minas, tinha grandes sonhos para ele. Em busca desses sonhos, logo que Lutero nasceu a família mudou-se para Mansfeld, com o intuito de dar uma boa formação na área do direito. Enquanto preparava-se para ser um brilhante advogado, a morte de um amigo e uma tempestade, quando um raio quase lhe tirou a vida, foram usados por Deus para dar uma guinada em sua trajetória. Preocupado com sua salvação, deixou o curso de direito e ingressou no mosteiro
dos eremitas agostinianos. A partir dali, Deus começou a falar ao seu coração sobre a justificação pela fé e a não se conformar com as orientações religiosas do seu tempo, até que rompeu com a Igreja Católica de sua época e começou a liderar um grande movimento, que mudou a história da humanidade: a Reforma Protestante. Esses fatos nos lembram que os filhos, como dizem as Escrituras, “São herança do Senhor” (Sl 127.3). Devemos, como pais, esforçar-nos para dar-lhes o melhor. Podemos ter sonhos para eles, mas, como pais cristãos, devemos sempre orar para que sejam usados por Deus e deixar que o próprio Senhor conduza suas vidas. Os pais de Martinho Lutero desejavam que seu filho fosse um bri-
lhante advogado, mas Deus tinha algo muito mais sublime para ele. Não é errado ter sonhos para os nossos filhos, contudo, o mais importante é desejar no coração que os sonhos de Deus para suas vidas sejam realmente concretizados. Nossos filhos não são nossos, são de Deus. Somos apenas mordomos e devemos nos alegrar em ver Deus realizar Sua soberana vontade na vida deles. Já adulto, Martinho Lutero casou-se com Catalina von Bora, 16 anos mais nova do que ele, e tiveram seis filhos. Uma das características da família de Lutero foi o valor que ele dava para as conversas ao redor da mesa. Diz a história, que no lar de Lutero e Catalina, as portas sempre estavam abertas para numerosos estudantes
que sentavam-se ao redor da mesa para aprender do grande teólogo. As “palestras à mesa”, como era conhecido aquele momento, serviram para fazer muitos discípulos e formar diversos líderes para o protestantismo nascente. Um belo exemplo a ser imitado. Talvez, não tenhamos estudantes de teologia em nossa casa, mas podemos aproveitar os momentos ao redor da mesa para discipular os nossos filhos. Um dos melhores lugares para falarmos de Deus com os nossos familiares e amigos que entram em nossa casa é, sem dúvida, ao redor da mesa. Naquele momento que desfrutamos do prazer do alimento, podemos falar da bondade, do amor, do perdão de Deus e do quanto Ele deseja que andemos em seus caminhos.
Antes de Lutero, Jesus já sabia do valor de uma boa conversa enquanto saboreava uma boa refeição. Um dos seus métodos favoritos de discipulado era a conversa enquanto se alimentava. Nós também podemos fazer isso. Basta desligar a televisão, o telefone convencional e o celular, e iniciarmos com nossos filhos e família boas conversas que poderão tornar nossos familiares melhores discípulos de Jesus Cristo. Quando o mundo celebra os 500 anos do Dia da Reforma Protestante, que aprendamos essas lições, da vida familiar de Lutero, para as nossas famílias nos dias de hoje.
como, pois, os fixaria numa virgem?” (Jó 31.1). Jó foi integro por toda a sua vida. Lutou para que seus olhos não o afastassem de Deus. Ao contrário de Salomão, ele chega ao fim da vida plenamente realizado, apesar de seu sofrimento intenso. Assim, ele diz: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te veem os meus olhos” (Jó 42.5). Os olhos que Jó cuidava para que não se tornassem uma janela aberta ao pecado são os mesmos que agora enxergam a Deus. A realização
experimentada por esse homem é o resultado de uma vida que lutou contra o pecado e, como consequência disso, desenvolveu um relacionamento profundo com o Senhor. Dois grandes homens da Bíblia, duas atitudes diferentes e com diferentes desfechos. O que cuidou dos olhos chega ao fim da vida realizado. O que não cuidou, conviveu com o pecado e encontrou a frustração. E você? Qual tem sido a sua atitude em relação aos seus olhos?
Pr. Gilson Bifano Diretor do Ministério OIKOS e de Livres para Amar à Maneira de Deus / Brasil.
Frustração e realização a partir dos olhos Edson Landi, pastor, colaborador de OJB
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alomão, o homem que recebeu de Deus muita sabedoria e riqueza (I Cr 1.12), também foi capaz de ter 700 esposas e 300 concubinas, que lhe perverteram o coração (I Reis 11.3). Durante uma parte de sua vida, a sua grande preocupação não era agradar a Deus e sim a si próprio: “E tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei” (Ec 2.10). Salomão tinha poder
e autoridade, era rei; possuía muitas riquezas e tinha prestígio. Sua sabedoria atraía pessoas de todas as partes (II Cr 9.1-8). Assim, o filho de Davi tinha ao seu alcance tudo o que seus olhos viam e desejavam; é aí que mora o perigo. Viu, desejou, executou. Assim viveu Salomão durante boa parte de sua vida. Lendo Eclesiastes, nos deparamos com um desabafo do autor. Vemos alguém frustrado com a vida e consigo mesmo. Um homem que olha para o seu passado
e afirma que “Tudo é vaidade” (Ec 1.2). A frustração de Salomão é o resultado dele não ter negado tudo aquilo que os seus olhos viram e desejaram. Jó era um “Homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1.1). Ao contrário de Salomão, ele compreendia que muitos dos nossos pecados nascem no olhar. Ele nos adianta aquilo que Jesus dirá muito tempo depois, que os olhos “São a candeia do corpo” (Mt 6.22). Dessa forma, ele diz: “Fiz aliança com os meus olhos;
7 Edição da Conferência Nacional Multiplique 2017 convoca líderes para a ação o jornal batista – domingo, 29/10/17
missões nacionais
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ais de mil líderes e pastores do Brasil e do mundo se reuniram entre os dias 17 e 20 de outubro, em Águas de Lindóia, no interior de São Paulo, para a realização da quarta edição da Conferência Nacional Multiplique 2017, com o tema “Siga-me: um chamado para morrer, um chamado para viver”, promovida pela Junta de Missões Nacionais da CBB. Foram dias de ampla troca de experiências e exortação. Pastores e líderes apresentaram seus trabalhos e testemunhos de como estão aplicando a visão da Igreja Multiplicadora em diferentes frentes de atuação. Para o pastor Fabrício Freitas, gerente de executivo de evangelismo da JMN, “Foi um tempo de celebração e unidade entre líderes e pastores Batistas brasileiros para unidos ganharem a Pátria para Cristo”. Os preletores oficiais do evento, os pastores David Platt, presidente da International Mission Board, Fernando Brandão, diretor executivo de Missões Nacionais, Roberto Silvado, presidente da Convenção Batista Brasileira, William Salgado, da Primeira Igreja Batista de Campo Grande - MS, Samuel Moutta, gerente-executivo de Missões da JMN e Walmir Andrade, também autor e educador cristão, conduziram as
plenárias principais que ressaltaram a importância de reforçar o tempo de oração, de estudo bíblico, de jejum e motivaram os conferencistas a serem e gerarem discípulos como seguidores de Cristo. O doutor David Platt apresentou uma série de mensagens com o tema “Igreja Radical: seguindo Jesus a qualquer custo”. Nas preleções, ele conceituou o que é “seguir a Jesus” e o que isso significa na vida de um cristão comprometido com a visão de formar líderes. Platt afirmou que “Precisamos sentir o peso da responsabilidade daquele que diz ‘Siga-me’. E que quando entendemos quem é esse que chama, entendemos que Ele é digno de que sigamos a Ele. Digno da adoração suprema. Tantas pessoas no mundo dizem que são seguidoras de Jesus, mas suas vidas são iguais às do resto do mundo”. Crianças também puderam aprender mais sobre evangelização e discipulado através do Multiplique Infantil, que aconteceu paralelamente ao encontro. Mais de 40 crianças participaram das atividades programadas. O cantor Asaph Borba, autor dos sucessos “Alto Preço” e “Jesus em Tua presença”, conduziu o momento de louvor junto com o ministério Primeira Essência, de Jundiaí - SP. Os participantes entoaram juntos
canções de adoração em todos os dias de evento. O Coro da Cristolândia São Paulo também participou da segunda noite do Multiplique 2017, cantando o hino oficial da Campanha de Missões Nacionais, “Entre o antes e o depois”. Pastor João Marcos, diretor executivo da Junta de Missões Mundiais, compartilhou sobre multiplicação de discípulos em um cenário de perseguição religiosa e hostilidade em todo mundo. Deus tem levantado pessoas destemidas em cumprir o ide e o Evangelho de Jesus. Na Conferência Nacional Multiplique 2017, a Livraria de Missões Nacionais lançou três novos títulos para o público cristão. Os livros têm o intuito de propagar ainda mais a necessidade de evangelização e discipulado em nossas Igrejas, tendo como alvo crianças ou adultos. Em “Igreja Radical: seguindo Jesus a qualquer custo”, o pastor e doutor David Platt, autor best-seller nos Estados Unidos e principal preletor da Conferência Multiplique
2017, traz uma abordagem desafiadora sobre o que significa para uma Igreja inteira negar a si mesma e assumir o Evangelho de forma radical. No “A Lista de Zequinha”, o segundo infantil que tem o personagem como protagonista, ensina as crianças como interceder pela salvação de seus amiguinhos. A autoria é da missionária e líder na área de Evangelização Discipuladora de Crianças, Jaqueline da Hora Santos. E em “Supervisão”, com a autoria de William Salgado, experiente supervisor, coordenador e pastor de rede de PGMs da Igreja Batista de Campo Grande/MS. No livro, ele ensina como implementar a supervisão em uma Igreja Multiplicadora, tendo por fundamento o relacionamento discipulador entre líderes. A última noite foi de homenagens ao pastor David Platt e aos americanos que o acompanharam na caravana dos Estados Unidos. O pastor Fernando Brandão relembrou a trajetória dos americanos em sua chegada ao Brasil para a pregação do
Evangelho e enfatizou que os Batistas brasileiros têm honrado esse pioneirismo com a propagação do Evangelho. “Diga aos americanos que a visão que eles plantaram aqui não morreu e nós vamos continuar avançando para conquistar o Brasil”, declarou o pastor. Quem não pôde comparecer acompanhou a Conferência Nacional pelas redes sociais. Mais de 7 mil pessoas assistiram a transmissão ao vivo pelo Facebook e puderam ouvir as mensagens. Em breve, os materiais estarão disponíveis. Acompanhe as novidades pelos sites igrejamultiplicadora.org.br e missoesnacionais.org.br A quinta edição da conferência já está com as inscrições abertas. Será de 23 a 26 de outubro de 2018, com o tema “Primitive-se: de volta ao princípio”, também no Hotel Majestic, em Águas de Lindóia, interior de São Paulo. Acesse www.e-inscricao.com/jmn/ multiplique2018 e garanta já a sua participação. Pastores, líderes e suas famílias se despediram da Conferência Nacional Multiplique 2017 renovados e comprometidos com um modelo de Igreja e de ministério segundo a Palavra de Deus, que busca aplicar a visão da Igreja Multiplicadora, expandindo o Reino e formando discípulos para a Glória de Deus.
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Minas Gerais recebe o maior congresso fechado de adolescentes do Brasil
Fotos: Brenda Campos, João Lucas e Laryssa Azeredo
Matheus Teles Santos e Ilimani Rodrigues
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os dias 30/09 e 01/10, 800 jovens Batistas, dos quatro cantos do estado de Minas Gerais, estiveram presentes na 29ª edição do Turma de Minas (TM), um congresso para adolescentes e jovens organizado pela Juventude Batista Mineira (JUBAM). Este ano, além de preletores que trataram de temas específicos da realidade desta turma, quatro bandas levaram os presentes a uma comunhão maior com o Senhor, por meio dos cânticos e louvores. Em sua 29ª Edição, o TM já é um evento que faz parte do calendário de todo jovem e adolescente Batista. Este ano, o Congresso teve como tema o enigmático nome “Neverland”. A escolha foi proposital, pois o objetivo era despertar nos participantes a curiosidade sobre o tema. “Neverland”’ é uma terra de ilusão, que não deixa a gente amadurecer. E a proposta neste ano era de que a juventude saísse dessa terra, porque ser discípulo de Cristo é buscar a maturidade do Evangelho, maturidade na vida cristã”, explicou o diretor Executivo da JUBAM, pastor Daniel Soares. Os três preletores que ficaram com a responsabilidade de falar sobre “Neverland”,
Jovens de todo o estado participaram do Congresso
foram o missionário César Queiros e também os pastores Rodrigo Quintã e Israel Perdonsin. Todos eles contaram um pouco sobre o tema, falaram dos bons e dos maus momentos que já enfrentaram em suas vidas, e fizeram um paralelo com a Bíblia. A intenção de todos eles foi provocar os participantes a abandonarem as fantasias e as ilusões da “Terra do Nunca”, para viverem a realidade, por mais complexa e difícil que ela seja. A parte musical do evento contou com a participação especial de Matheus Simões e Banda, que abriu o Congresso animando os jovens, através do louvor e da adoração. Outro convidado foi Samuel Mizrahy, que já é conhecido da galera mineira, e este ano trouxe canções populares, e também músicas do novo álbum, batizado com o nome
de “Novamente”. Também tiveram participação especial as bandas “Celebre ao Rei”, com louvores autorais e congregacionais, e também a “Banda JUBAM”, que se reuniu após longa data sem tocarem juntos, aceitando o desafio de prepararem um som especial para os jovens nesta edição. Além dos momentos de culto, o TM contou com a presença do “Igual Mais Diferente”, equipe que ficou responsável pela recreação nos momentos de lazer do evento, promovendo brincadeiras animadas para os participantes após as celebrações, e também na tarde de domingo. “Significou muito para nós estarmos aqui, pois sentimos a presença de Deus até mesmo nos momentos de brincadeiras e diversões. E não poderia ser diferente, pois sabemos aproveitar e nos divertirmos com um diferencial,
Programação proporcionou momentos de louvor e adoração
que é Jesus em nossa vida”, refletiu Ana Flávia, integrante da equipe. Já a equipe “Bugados”, ficou responsável pela parte do entretenimento. Os vídeos bem descontraídos dos dois dias já estão disponíveis em nossas redes sociais (pesquise por Juventude Batista Mineira). É o segundo ano que o grupo fica responsável pela cobertura do evento e, mais uma vez, fizeram um ótimo trabalho, não perdendo nenhum detalhe. Novamente, o Congresso realizou a disputa de caravanas, uma competição saudável que estimula as Juventudes de Minas Gerais a interagirem umas com as outras e, consequentemente, com o Congresso. A JUBA (Juventude Batista) que levou o troféu desta vez foi a Juventude Batista do Vale do Aço (JUBAVAÇO). Este ano também foi premiada a Igreja que mobilizou e levou mais
pessoas para o Congresso, e a vencedora foi a Primeira Igreja Batista de Sete Lagoas - MG. O Turma de Minas é um dos maiores congressos fechados de adolescentes. Ele já acontece há 29 anos, visando a interação da juventude em Minas Gerais, chegando a ter em suas edições mais de 1.100 congressistas. Muitos mudaram de vida através da programação, alguns até entenderam seu chamado ministerial no evento. Para ano que vem, a JUBAM está preparando uma edição bem diferente em comemoração aos 30 anos de existência do evento. Além do Turma de Minas, a JUBAM tem os projetos missionários que acontecem no mês de janeiro, o Congresso para Juventude Batista Mineira (CONJUBAM), que são realizados de dois em dois anos e a Escola de Líderes.
Igreja Batista em Guaranhuns - ES comemora mais um ano de existência
Regilene de Oliveira, auxiliar administrativo na Igreja Batista em Guaranhuns - Vila Velha - ES
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o dia 04 de setembro, a Igreja Batista em Guaranhuns, localizada à Rua Cornélio Caldas de Carvalho, 934, Vila Velha - Es, completou 24 anos e recebeu um público de mais de 500 pessoas, inclusive, muitas crianças, o que surpreendeu as expectativas, além de ter realizado batismo de 11 no-
vos membros. A comemoração também ocorreu nos dias 02 e 03 de setembro e contou com a participação de uma orquestra, irmãos de outras localidades, bem como os diversos ministérios da Igreja. O pastor presidente, Mãnu Mezabarba Alves, de apenas 35 anos, tem demostrado que quando Deus está na direção, não importa a idade, Ele usa quem quer e faz o Lhe apraz; este, por sua vez, foi ovelha do pastor Nilson Dimarzio, que por muitos anos escreveu neste Jornal. Igreja compareceu em grande número para comemorar 24 anos de organização
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Batistas da Bahia celebram 135 anos de história
Lidiane Ferreira, gerência de Comunicação e Marketing de Convenção Batista Baiana
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noite de 14 de outubro de 2017 foi marcante para a Bahia Batista. Na data, foi realizado um Culto de Gratidão a Deus pelos 135 anos dos Batistas na Bahia e na evangelização dos brasileiros. A programação, organizada pela Convenção Batista Baiana, reuniu diversos pastores, líderes, representantes de Igrejas de Salvador e também do interior, além de autoridades civis, no templo da Igreja Batista Filadélfia em Salvador, que, neste ano, completou 115 anos de organização. Aliás, a partir do mês de outubro, a Igreja passou a se chamar Filadélfia - Primeira Igreja Batista de Salvador, conforme decisão formalizada pela Igreja em assembleia. O evento contou com momentos de celebração, louvor e adoração a Deus através de músicas cantadas pelos presentes com o ministério de
Templo da Filadélfia - Primeira Igreja Batista de Salvador durante o culto
adoração da anfitriã. Outro ponto de grande inspiração foi durante a apresentação do coral da referida Igreja. A leitura da Palavra também teve um espaço amplo na programação, a partir de textos, como: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus.” (Ef 2.8 - NVI). Durante o culto, pastor Erivaldo Barros, secretário Geral da CBBA e dirigente da programação, narrou marcos da história da denominação Batista na Bahia, na Europa, nos Estados Unidos e no Bra-
sil, culminando com o dia 15 de outubro de 1882 - data da fundação da Primeira Igreja Batista voltada para evangelização dos brasileiros na cidade Salvador - BA. Pastor Erivaldo ainda destacou o registro histórico para os 500 anos da Reforma Protestante, que ocorrerá no próximo dia 31 de outubro. Houve participação de autoridades eclesiásticas como o pastor Matheus Guerra, 1º vice-presidente da CBBA e pastor da Igreja Batista da Pituba em Salvador; professora Antonia Ferreira, ex-
Participação do coro da Filadélfia - Primeira Igreja Batista de Salvador durante o culto
-presidente da CBBA; pastor Daniel Costa, presidente da Associação Batista do Salvador, além das autoridades governamentais. “Deus é extraordinário e faz coisas extraordinárias através de pessoas comuns” foi o tema da mensagem pregada pelo orador da noite, pastor Samuel Moutta, gerente-executivo de Missões da Junta de Missões Nacionais. Pastor Samuel destacou a coragem dos pioneiros que, mesmo em meio a tantas dificuldades, “Envolveram-se com o que Deus estava fazendo. Eles se
deixaram usar, eles quiseram ser parte, eles se doaram em um ato de renúncia, de paixão, de comprometimento”. O orador conclamou os presentes a se deixarem ser usados poderosamente por Deus para fazer grandes coisas, para a glória Dele”. Os Batistas da Bahia olham para trás com gratidão e para frente com esperança de ver o estado rendido aos pés de Jesus Cristo, multiplicando discípulos. Louvado seja o Senhor pela obra missionária Batista na Bahia, no Brasil e no mundo.
Voluntários em ação fazem a diferença no RJ Tiago Monteiro, Comunicação e Marketing da Convenção Batista Carioca
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ação de voluntários tem sido um dos destaques da Capelania Hospitalar de Missões Rio. Com os missionários na coordenação das ações é possível alcançar um grande número de pessoas que precisam de aconselhamento e conforto emocional e espiritual enquanto passam por momentos difíceis de recuperação da saúde. O coordenador da Capelania Hospitalar, pastor Miguel Kopanishyn, explica que as equipes, formadas de membros das Igrejas evangélicas, são devidamente treinadas para esta tarefa. “Cada unidade hospitalar tem seu sistema de visitação. Em especial, no Hospital Norte D’Or, as visitas dos voluntários evangélicos se
dão semanalmente na terça-feira e aos domingos, das 14h às 16h. A equipe já foi capacitada e é acompanhada por mim. Através de uma escala mensal, os participantes têm a oportunidade de atuar nos diversos andares, visitando os pacientes, ouvindo-os e compartilhando textos consoladores da Palavra de Deus.” A forma como a capelania hospitalar tem atuado dá ao paciente a oportunidade de ouvir o Evangelho a partir de muitas perspectivas. Um senhor, que já se encontra no terceiro mês de internação por conta de um câncer, já recebeu diversas visitas que, segundo pastor Miguel, estão fazendo toda a diferença. “Com essa maneira diferenciada de compartilhamento do Amor de Deus, cada semana um voluntário diferente tem se apresentado a ele. O que este paciente tem observado é que timbres de voz, personalidades, formas de
Equipe de voluntários da Capelania Hospitalar de Missões Rio
agir e falar de cada visitador é diferente. Mas tem algo em comum: todos são representantes de Deus e a sua Palavra está sendo apresentada de forma viva e consoladora.” Este paciente, em especial, tem demonstrado desejo de ouvir mais sobre o Evangelho. Quando não está na com-
panhia de um visitador, ele ouve áudios da Bíblia em seu celular. “A transformação em sua vida já é perceptível. Seu semblante está mais sereno, a angústia da doença que lhe corrói tem sido substituída pela paz que só Jesus Cristo dá”, comenta o coordenador da Capelania Hospitalar.
“Em testemunho do impacto que a Palavra lhe causa, ele testemunhou: Cada vez que ouço a Palavra de Deus, fico arrepiado, me emociono e sinto a presença de Deus”, completou o pastor. Vamos continuar levando o direito à esperança a todos os cariocas. Pedimos que você não desanime e que continue servindo a Deus com seus recursos e dons. Ajude-nos em oração: • Por mais voluntários para os hospitais do Rio; • Pelos decididos que entregaram-se a Jesus, para que o Espírito Santo continue falando aos seus corações; • Pelos funcionários enfermos que pediram oração; • Pela saúde dos voluntários. Alguns passam por enfermidade, no momento; • Pelos projetos de capacitação para novos voluntários.
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Templo da Igreja Memorial Batista de Brasília - DF é reinaugurado
Fotos: Edsom da Silva Leite
Roberto Torres Hollanda, diácono da Igreja Batista Memorial de Brasília - DF, colunista de OJB
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a manhã de domingo, dia 23 de julho de 2017, foi reinaugurado o Templo Memorial, como parte das comemorações do 57º aniversário de organização da Igreja Memorial. Estiveram presentes apenas cinco membros fundadores: os irmãos João Walfredo Thomé e Antovaldo França Cardoso e as Irmãs Rute Figueira de Almeida, Lígia de Almeida Santos (em 1960 com o nome de Lígia Figueira de Almeida) e Lídice Botelho Vianna. O culto foi dirigido pelo pastor Francisco Carlos Soares de Menezes, ministro de integração e comunhão, atual coordenador da equipe ministerial. As orações de consagração e de despedida foram proferidas pelo pastor emérito; pastor Norton Riker Lages pastoreou a Memorial entre os anos de 1993 e 1998; a oração de gratidão, pelo pastor Ivanildo Ferreira Chagas Filho, ministro da juventude; a de dedicação de dízimos e ofertas, pelo diácono Waldyr Mendonça. A leitura bíblica alternada dos versículos 1- 4 do Salmo 84 foi conduzida pelo pastor Jair Sousa Pereira, ministro de missões. A congregação cantou os hinos “Dia festivo” (411 CC) “Temos por lutas passado” (502 HCC), “Como agradecer a Jesus?” (422 HCC) e “O estandarte desta igreja” (456 CC). O Coro executou obras de Camille Saint-Saens, Franz Josef Haydn e Georg-Friedrich Haendel, sob a regência do ministro de música Antônio Henrique Lino Melo e Silva. O sermão oficial, intitulado “A Igreja de Jesus” e com base no Evangelho de Mateus (capítulo 16, versos 13-19), foi proferido pelo pastor Norton; cremos poder resumi-lo nos seguintes itens: 1) - Jesus prepara-se para a Cruz; 2) Em breve, Jesus edificará a Igreja; 3) - A Igreja facilita a
Destamento da fita simbólica da reinauguração - diácono José Júlio, pastor Francisco Carlos, doutor João Walfredo Thomé, Rute Almeida e Antovaldo Cardoso
Um templo moderno intimidade com Jesus; 4) - A O templo, na concepção Igreja enfrenta os Estados totalitários e as ideias ateístas; de Walfredo, teria estilo mo5) - A Igreja de Jesus reinará derno, de linhas sóbrias, em harmonia com o panorama para sempre. arquitetônico da cidade e “Dentro do critério de simUm templo em uma plicidade e nobreza”, decidade e para uma Igreja fendido e exigido por Oscar que não existiam Em 1958, o empresário e Niemeyer. Walfredo incorporou em diácono Batista norte-americano Walton Maxey Jarman seu projeto sete elementos (1904-1980), ao saber da novos: 1) - uma fachada enconstrução da nova capital vidraçada; 2) - uma rampa brasileira, doou 300 mil dóla- para acesso ao vestíbulo; 3) res (o equivalente na época a - uma marquise protegendo 5 milhões e 400 mil cruzeiros a rampa; 4) - um santuário antigos) para a edificação de (salão de cultos) sem janelas; 5) - iluminação natural do um templo Batista. O propósito era inusitado: santuário por meio de tijolos construir, em uma cidade de vidro branco transparente; que ainda não existia, um 6) - uma torre de mármore, templo, para uma Igreja que tendo uma cruz dentro dela; ainda não tinha sido fundada 7) - a bancada do coro colocada atrás do púlpito. e organizada. Passados 56 anos, constato Foi realizado um concurso entre arquitetos e engenhei- que o Templo Memorial era ros evangélicos brasileiros um edifício de arquitetura para a escolha de um projeto avançada; com as melhorias arquitetônico. Venceu o dou- introduzidas no padrão de tor João Walfredo Thomé, de qualidade dos materiais de São Paulo - SP. Hoje, em suas construção, nos sistemas de reminiscências, julga-se des- ventilação, sonorização, ilupreparado (na época, recém- minação, transporte de pes-formado) para tão grande soas, mobilidade de veículos, empreendimento profissio- sinalização e segurança, agonal. Seu prêmio foi distribu- ra é o mais moderno edifício ído entre várias instituições Batista no Brasil. evangélicas. Ressalta, entreTransformações do tanto, que tomou a decisão Templo Memorial de construir sobre o púlpito Alguns membros mais anum alto e espaçoso pórtico, de maneira que o pregador tigos da Igreja começaram seria visto pela congregação a olhar para fora do templo, como um homem minúscu- preocupados com as pessoas, lo; mas, providenciando os que vinham e precisavam melhores meios acústicos, entrar e sair em segurança. Em abril de 2002, a irmã daria à voz do pregador uma Elza Maria Jorge Fernandes enorme ressonância.
Vista da galeria sobre a nave do Templo
Pastor Norton falando à congregação, com cerca de mil pessoas presentes
Rosa apontou alguns problemas: 1) - o escoamento desordenado do público; 2) - a insegurança de pessoas deficientes no meio das aglomerações; 3) - a visibilidade do templo prejudicada pela localização inadequada do acesso; 4) - o conflito entre pessoas e veículos no acesso ao templo; 5) - a insuficiência de vagas para veículos. As sugestões foram aceitas pela Igreja. Muitos membros da Memorial começaram a olhar, novamente, para dentro do templo, que, depois de 50 anos de uso, deu sinais de que estava precisando ser recuperado. Em 09 de junho de 2013 foi mudado o local de cultos e reuniões para o Auditório “Éber Vasconcelos”. Inesperados problemas administrativos interromperam a execução da revitalização; as obras foram intermitentemente paralisadas durante os anos de 2014 e 2015. Em 07 de agosto de 2016, a congregação encaminhou-se para o templo (vazio) a fim
de verificar o estado desolador em que se encontrava o edifício. Há mais de três anos, os “memorianos” não podiam cultuar a Deus no vetusto templo. Começou, então, uma das páginas mais bonitas da história da Igreja Memorial: a liderança e a membresia tomaram o propósito de, dentro de apenas 11 meses, recuperar totalmente o Templo original, o que significou para alguns contribuir sacrificialmente, em um tempo de aperturas financeiras. O templo original, doado por Mr. Jarman, seria recuperado pelo esforço da Família Memorial. Ao projeto foram acrescentados itens para maior beleza e funcionalidade do templo. E, então, no dia 23 de julho de 2017, foi reinaugurado o Templo Memorial, em meio a celebração dos 57 anos de existência da Igreja Memorial. Nossa esperança é que o Espírito de Deus encha essa renovada Casa de Oração, dedicada à Glória de Jesus Cristo!
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missões mundiais
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Missão Batista fazendo discípulos de Cristo em Moçambique
Willy Rangel - Redação de Missões Mundiais
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oçambique foi o primeiro campo aberto por Missões Mundiais na África há quase meio século, e a colheita tem sido abundante, para a Glória de Deus. Na província do Dondo, a Missão Batista de Centro Emissor está com uma nova turma de preparação para o batismo. Com o aumento de decisões por Cristo, já são 30 os candidatos a cumprir o mandamento de Jesus e passar a integrar aquela comunidade de fé. Além disso, a Missão de Centro Emissor, onde nossa missionária Ana Cristina Santos tem apoiado e atuado desde junho, tem se engajado em oração e ação para que o Evangelho ganhe mais espaço na nação moçambicana. “Em nosso encontro de jejum e oração, oramos pela paz em nosso país, por salvação, libertação e cura do nosso povo”, conta Ana Cristina,
Com o projeto Pão Nosso queremos ajudar a combater a desnutrição no mundo
que antes de Moçambique serviu por quase três anos em Gâmbia, um pequeno país na África Ocidental. “Éramos um grupo de 22 mulheres, todas com o mesmo propósito. Durante cada período de oração, louvamos e oramos por cada necessidade e pelos desafios a serem alcançados em nossa comu-
Ana Cristina está em Mocambique
nidade e em toda a província. Glorificamos a Deus e nos alegramos pelo mover do doce Espírito Santo em nosso meio”, destaca. Entre outras atividades realizadas no núcleo da missão, Ana Cristina tem buscado conhecer mais aquela comunidade, e busca visitar alguns lares. Foi o que aconteceu na
casa do irmão Andrade, que junto a família, recebeu a missionária na casa dele. “Eles mesmos expressaram a alegria de conhecer mais sobre Jesus. E satisfazendo o desejo do nosso irmão, iniciamos em setembro o curso de preparação para o batismo e discipulado cristão em seu lar, ocasião em que juntos ado-
ramos e louvamos a Deus e aprendemos mais da Palavra e sobre Cristo Jesus”, relata Ana Cristina. “Que você e sua Igreja redobrem as intercessões por esta e outras famílias que tanto necessitam de libertação e salvação”, completa. Um congresso também reuniu mulheres de várias aldeias e missões no fim de setembro, quando a missionária ministrou a oficina “Aprendendo a memorizar versículos bíblicos”. “O foco da Missão Batista de Centro Emissor permanece prosseguir com a justiça do Reino de Deus e a mensagem da salvação nesta comunidade, onde há vários grupos étnicos ainda sem acesso ao Evangelho. Por favor, continue intercedendo pelos dez irmãos em Jesus que estão desde setembro recebendo formação bíblica, para que o Espírito Santo capacite a equipe missionária e nós ganhemos a cada dia mais conhecimento da Palavra e a comunidade para Jesus”, conclui a missionária.
Tenda de Brincar: esperança a crianças refugiadas Marcia Pinheiro - Redação de Missões Mundiais
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missão de resgatar a infância de crianças refugiadas, a chamada “geração perdida” segundo a Organização das Nações Unidas, tem sido um dos principais focos de Missões Mundiais nos últimos tempos. Trabalhamos para ajudar a resgatar a infância de meninos e meninas que já nasceram na guerra e carregam no coração e na mente a dor de grandes perdas irreparáveis. Para isso, desde o ano passado desenvolvemos o Projeto Tenda de Brincar, idealizado para atuar diretamente na identificação e tratamento dos traumas destas crianças. Inicialmente plantado em campos de refugiados no Oriente Médio, o Tenda de brincar tem ajudado os pequeninos a escreverem uma nova história.
Na Tenda de Brincar, crianças têm acesso a brinquedos Destacamos a abertura de uma Tenda de Brincar e atividades próprias para sua idade e cultura em um país atingido por guerra
Neste semestre, o coordenador de Missões Mundiais na região atualmente atendida pelo Projeto, pastor Jessé Carvalho, destaca a abertura do Tenda de Brincar em um país duramente atingido por guerras e cuja população
cristã é cada vez menor. Não citamos o nome do país para não pôr em risco o desenvolvimento de nossas ações de esperança por lá. Só nesta unidade, mais de 150 crianças estão sendo beneficiadas pelo Tenda de Brincar.
“Estamos apenas na fase inicial e sabemos que podemos expandir para outras localidades e alcançarmos ainda mais crianças”, comenta Jessé. O Tenda de Brincar foi desenvolvido por nossa Ge-
rência de Missões para que cada unidade receba, diariamente, cerca de 25 crianças, de 04 a 06 anos de idade, divididas em dois turnos. É a partir desta faixa etária que, segundo a Associação Pró-Evangelização das Crianças, 85% dos meninos e meninas se convertem ao Evangelho de Cristo. No Tenda de Brincar, elas têm acesso a brinquedos e atividades recreativas desenvolvidas por missionários-educadores devidamente capacitados ao convívio com pessoas marcadas por profundas feridas psicológicas e espirituais. Hoje, em todo o mundo há mais de 65 milhões de pessoas refugiadas. Destas, mais da metade são crianças. Elas precisam de esperança, de pessoas que se disponham a orar e contribuir para que vivam cada fase da vida de forma plena.
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notícias do brasil batista
Juventude Batista de Cuiabá - MT colhe frutos e celebra conquistas após um ano de organização Lucas Kainã Barreto Macedo, vice-presidente da JUBADAC
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omos a Juventude Batista Brasileira, somos a Juventude Batista Centro América (MT), somos a JUBADAC - Juventude Batista e Adolescentes da Associação Centro (Cuiabá e região da baixada cuiabana), somos todos integrantes do corpo vivo de Cristo. Em agosto de 2016, cinco jovens encontraram-se pela primeira vez. Era dia de assembleia da Associação Centro realizada, naquele ano, na Primeira Igreja Batista de Várzea Grande e, sem pretensão alguma, aqueles cinco jovens, Marya Karollyne, Lucas Kainã, Jourdayne Ávila, Álvaro Veleda e Tamirys Lescano assumiram a diretoria da JUBADAC, nas funções de presidente, vice-presidente, 1ª secretária, 2º secretário e tesoureira, respectivamente. Nosso primeiro desafio era conhecer “quem” e “o que” era a JUBADAC. Procuramos, então, os antigos diretores da JUBADAC e aprendemos muito sobre a história e sobre o sucesso dos retiros das déca-
EJUBA na Igreja Batista do Planalto
das de 80, 90 e início dos anos 2000, contadas pelo irmão Cuca. Em seguida, procuramos apoio de alguns pastores para serem nossos conselheiros e fomos abençoados, nos primeiros meses, com os conselhos do pastor Terezo e com os ensinos sobre Visão, Missão e Objetivo com o pastor Rafael Soares Teles. Já tínhamos, então, uma base de quem éramos, quem estávamos representando e o que já fora realizado e faltava-nos saber o que fazer diante de tamanha responsabilidade. Diante disso começaram a surgir questionamentos em relação a calendário, eventos, programas, retiros e etc. Nossa primeira decisão foi realizar o Encontro da Juventude Batista da Associação Centro. Organi-
zamos, então, o 1º EJUBA (Encontro da Juventude Batista), divulgamos para os líderes e pastores que conhecíamos e os convidamos para levarem seus jovens e, caso tivessem algum ministério para apresentar, poderiam fazê-lo. Criamos uma página da JUBADAC na rede social Facebook, disparamos imagens do EJUBA através do WhatsApp para todos nossos contatos e, no dia 10 de setembro de 2016, na Igreja Batista Boas Novas (IBBN), região centro de Cuiabá, mais de 300 jovens estiveram presentes na celebração. Em outubro, realizamos o último encontro de 2016 e já estávamos planejando 2017. O planejamento para o ano seguinte nos ajudou a focar em nossos objetivos. Assim, ficou
acertado que, em 2017, seria organizado o EJUBA apenas nos meses que tivessem o 5º sábado, pois teríamos mais tempo investido na organização e divulgação, bem como poderíamos estar mais próximos às Igrejas locais servindo de apoio, pois entendíamos que essa, também, era nossa função: sermos ferramentas de apoio às Igrejas da nossa Associação no que diz respeito aos jovens. O primeiro, o segundo e o terceiro EJUBA de 2017 aconteceram nos meses de janeiro, abril e julho, respectivamente, nas regiões oeste de Cuiabá, na 3ª Igreja Batista, e na cidade de Várzea Grande, na PIB Cristo Rei e na região norte de Cuiabá, na Igreja Batista da Vitória. Cada vez mais o nosso alvo estava sendo alcançado, pois mais Igrejas foram envolvidas, bem como as Igrejas de outras regiões estavam se mobilizando para estarem presentes. Isso gerava em nós sentimentos de alegria e satisfação. Hoje, depois de um ano de JUBADAC, o encontro dos jovens foi na mesma Igreja que tomamos posse (PIB de
Várzea Grande). A mensagem foi ministrada pelo pastor Samuel Lopes, diretor executivo da Convenção Batista Centro América e ouvida por, aproximadamente, 200 jovens. O sentimento experimentado foi algo inexplicável, pois vimos que Deus estava conosco e muito feliz com o nosso trabalho, haja vista que em nossos encontros existiam conversões, reconciliações e muita comunhão. Estamos planejando o ano de 2018, sonhando com os futuros líderes da JUBADAC. Para isso, aproveitaremos os contatos que tivemos com alguns jovens durante os encontros e que demonstraram ter o mesmo sentimento que o nosso - de serem usados por Deus - os convidaremos para se tornarem apoio da JUBADAC, com intuito de que a próxima diretoria esteja engajada no desenvolvimento do trabalho. Assim, diante de Deus e dos homens, a JUBADAC tem o prazer de dizer: somos a Juventude Batista Brasileira em Cuiabá - MT, proclamando o Reino de Deus até que Ele venha.
PIB Bauru - SP vive missões e celebra resultados com alegria; confira! Jeferson Cristianini, pastor da Primeira Igreja Batista de Bauru - SP
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o dia 03/09, a Primeira Igreja de Bauru - SP realizou a abertura da Campanha de Missões Nacionais. A Igreja foi preparada para elaborar a programação e toda membresia participou. O líder de Missões, irmão Adão, iniciou o culto com o lançamento de desafios de oração e engajamento à Igreja, e também informou as áreas de atuação da Campanha. A equipe de músicos da Igreja tocou o hino oficial da Campanha, que logo ficou gravado nos lábios dos irmãos, que entoaram duas vezes a canção. Alguns músicos, o casal de missionários presente e o líder de missões estavam com
Igreja abraçou a Campanha de Missões Nacionais
a camiseta da Campanha, e a Igreja providenciou um banner com o tema. Houve a participação das crianças, através do ministério infantil; elas estavam vestidas de verde e amarelo, com bandeiras da nossa Nação. Foi comovente vê-las participando! O casal de missionários Silvana e Misael Martines, coordenadores de alianças estratégicas do estado de São Paulo, foram os preletores da
noite. O casal agradeceu o empenho da PIB nas campanhas e no auxílio à Cristolândia, e assim falou para a Igreja sobre os projetos e desafios de Missões Nacionais. O casal impactou a Igreja com vários testemunhos sobre o sertão brasileiro e encerrou a mensagem com uma proposta de desafio pessoal para as ofertas da Campanha. Após a mensagem, houve uma linda celebração da Ceia do Senhor,
com foco na missão da Igreja, “Até que Ele Venha”. No dia 07 de setembro, o ministério de Esportes da Igreja realizou um Torneio Evangelístico de Futebol, que reuniu mais de 400 pessoas. No domingo seguinte, a Igreja promoveu um culto cívico, em referência ao dia 07 de setembro, que contou com vários militares e autoridades da cidade, quando clamamos pela nossa Nação. No dia dos idosos, 01/10, pela manhã, a PIB Bauru recebeu a presença do missionário e dentista André, que atua no Barco Missionário na Amazônia, e à noite houve uma programação especial, estimulando os idosos a darem frutos na obra missionária. No Dia das Crianças, pela manhã, a Igreja promoveu um culto para os pequenos, com a presença de
missionários da APEC. A PIB segue firme na proposta de levar Jesus, que é transformação e Vida, a localidade bauruense e região. A Igreja continua contribuindo com o Lar Batista de Inúbia, apoio a seminaristas, com o projeto de plantação de Igreja em Cabrália Paulista, a 40 Km de Bauru, contribuindo com a unidade da Cristolândia Casa Rosa de Indaiatuba e com a Unidade masculina de Piratininga - SP, enviando oferta para a JMN. Dessa forma, a PIB está colhendo resultados desse investimento missionário, que é uma linda turma para o batismo. A PIB vive missões e celebra os frutos com alegria. A PIB quer avançar na obra missionária e quer mais e mais pessoas rendendo-se a Jesus, que promove transformação e vida.
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Como vemos a Igreja após os 500 anos da Reforma Protestante? Oswaldo Luiz Gomes Jacob, Igrejas chamadas neopentecostais. Na vida ministerial, colunista de OJB “Muitos dizem que, se sua ntes de responder- Igreja estiver crescendo em mos essa pergunta, número de conversões, de precisamos definir membros e de contribuições o que seja a Igreja financeiras, seu ministério concebida e instituída pelo é eficiente. Essa visão de Senhor Jesus. Sabemos que ministério está em ascensão os autores do Novo Testa- porque o individualismo exmento, quanto a origem e pressivo da cultura moderna missão da Igreja, eram con- tem corroído profundamente vergentes. A Igreja é o Corpo a lealdade às instituições e às Vivo de Cristo (I Coríntios comunidades”. 1 A Igreja está se diluindo, 12.12-27), ela é a coluna e firmeza da verdade (I Ti- está perdendo a sua relevânmóteo 3.15). A Assembleia cia no testemunho genuinados santos e a família de mente cristão. Há uma busca Deus (Efésios 2.19-20). Ela desenfreada por experiências é a geração eleita, o sacer- sensoriais. A Igreja está perdócio real, a nação santa e dendo a sua identidade ou povo de propriedade exclu- o seu DNA. Essa gente está siva de Deus (I Pedro 29.10). mais preocupada em edificar Atualmente, poucas são as Igrejas grandes do que granIgrejas que estão alinhadas des Igrejas. As Escrituras têm com a Igreja concebida e sido relegadas a irrelevância. instituída pelo Senhor Jesus. A sua interpretação tem sido Poucas são as Igrejas que viciada, errônea e compropostulam as cinco Solas: Sola metida com os interesses Scriptura, Solus Christus, dos líderes alinhados com Sola Gratia, Sola Fide e Soli o “materialismo evangéliDeo Gloria. Na verdade, a co”, vivendo um “hedonismo centralidade da Igreja, o seu eclesiástico”. Não podemos fundamento e a razão da sua deixar de notar a atração pelo missão é o Senhor Jesus Cris- poder. Os princípios da Reforma, to, o Autor e o Consumador de nossa fé (Hebreus 12.1-2). tais como: As Escrituras, CrisA Igreja do Novo Testamento to, Graça, fé e a Glória de está fundamentada em Cristo Deus foram esquecidos ou Jesus (Mateus 16.16-18). Ela superados pelos princípios não se mistura com o Estado. do movimento gospel, por O princípio é: a não secu- uma teologia marcadamente larização da Igreja e a não voltada para o prazer pelo prazer. Paulo nos ensina que clericalização do Estado. Podemos notar alguns de- os judeus buscavam sinais sajustes da Igreja após os (viviam pelas emoções); os 500 anos da Reforma. Temos gregos buscavam sabedoa teologia da prosperidade; ria (viviam pela razão), mas o pragmatismo religioso; a ele buscava a Cristo e este busca intensa por emoções; crucificado, escândalo para a intensa busca por milagres; os judeus e loucura para os a centralidade do homem; gregos, ou seja, vivia pela fé cânticos antropocêntricos; (I Coríntios 1.23-25). Para o uma teologia larga e rasa; apóstolo, o viver era Cristo uma dicotomia entre o espi- (Filipenses 1.21). Aos irmãos ritual e o ético. Temos pre- da Igreja em Colossos, ele senciado verdadeiros ab- declara: “Cristo em vós, a surdos como o surgimento esperança da glória’. dos apostolados, dos líderes 1 KELLER, Tim. A Igreja Centrada. egocêntricos e megaloma- São Paulo: Edições Vida Nova, níacos, especialmente nas 2014, p.15.
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Dou graças a Deus pelos movimentos de ortodoxia e ortopraxia. Pelo movimento cristão da Reforma. Por homens e mulheres comprometidos com o Evangelho aplicado às necessidades espirituais, éticas, emocionais e físicas do homem. O compromisso inadiável e inalienável com o Evangelho integral. Uma Igreja comprometida com a Grande Comissão deixada pelo Senhor Jesus (Mateus 28.18-20). Há um fosso entre os protestantes antes, durante e depois de Lutero e os chamados evangélicos hoje, sem referenciais éticos. Quando uma doutrina é fraca, inconsistente, a ética segue o mesmo princípio. Uma doutrina frouxa produz uma ética relativa, descolada dos padrões das Escrituras. Temos hoje Igrejas liberais sem referenciais éticos e Igrejas com costumes rígidos, mas sem padrão escriturístico; sem firmeza doutrinária. Também, temos Igrejas voltadas para os números. Muitas vezes, usando meios ilícitos para agregarem membros às suas comunidades. Elas têm uma compreensão errada do ministério do Espírito Santo. Pessoas são alçadas à liderança quando falam “línguas estranhas”, “verberam profecias e outras manifestações ‘espirituais’”. Precisamos resgatar os princípios do Novo Testamento. Também, fazer sempre uma conexão entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. As nossas atitudes e os nossos atos devem ser pautados nas Escrituras. Vivermos pela fé na Palavra de Deus. Andarmos em santidade de vida. Que sejamos sempre corretos em nossos relacionamentos, em nossas transações comerciais. Sejamos de uma só palavra e comprometidos com a Missão de Deus em Cristo Jesus, no poder do Espírito Santo.
Francis Schaeffer, citado por Charles Swindoll, diz: “Eis o grande desastre evangélico: a negligência dos cristãos em defender a verdade como verdade. Há apenas uma palavra para isso: aco-
modação - a Igreja evangélica acomodou-se ao espírito mundano desta época”. 2 2 SWINDOLL, Charles. A Igreja Desviada – Um chamado urgente para uma nova reforma. São Paulo: Ed. Mundo Cristão,2012, p. 9.
Os quinhentos anos da Reforma Protestante Marinaldo Lima, pastor, colaborador de OJB Os quinhentos anos da Reforma Protestante; Séculos da verdadeira fé, bíblica, altissonante. Quinhentos anos já se passaram desde que Martinho Lutero Um monge agostiniano contestou a tradição medieval. Indulgências, relíquias, autoflagelação e rezas; Nada disso livra o ser humano do castigo infernal. Homem de grande inteligência, professor de Teologia, Enfrentou o papado e o seu poder inquisitorial. Nenhum obstáculo levou Lutero ao desânimo. Teve inimigos poderosos, mas venceu a todo o mal. Ostenta na História o título de grande Reformador; Seus feitos merecem hoje uma homenagem especial. A Bíblia foi para ele a única revelação; Nenhum valor deu aos vários ritos da tradição. Orou e seguiu firme quando recebeu a missão, Sabendo que só por graça e fé é que se tem a salvação. De Wittenberg, as noventa e cinco teses ganharam dimensão Anunciando a verdade bíblica com toda a sua exatidão. Realizou Lutero uma Reforma necessária no seu tempo, Ensinando os princípios bíblicos que estavam esquecidos. Fez da Bíblia um livro acessível para todo o povo; Orientou que fizessem dela sempre o livro mais lido. Reafirmou que o nosso Senhor Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens, pecadores e perdidos; As dores da cruz Ele sofreu, com o Seu amor desmedido. Prontamente, o Movimento expandiu-se pela Europa. Reformadores surgiram com fé e determinação, Orando, jejuando, pregando a Bíblia Sagrada, Tirando vidas deste mundo, livrando da escuridão; Entre eles, Zwínglio, Melâncton, Calvino e Knox. Sacrifícios enfrentaram, mas cumpriram a missão. Testemunhada, a fé evangélica espalhou-se rapidamente. A Inglaterra recebeu a mensagem e lá um grupo cristão Na fé e na prática da Palavra constituiu-se Igreja Batista Trazendo de volta a doutrina do batismo por imersão E só após o ser humano passar por genuína conversão.
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Outros hinos da Reforma Joaquim Júnior, membro da Igreja Memorial Batista de Brasília-DF
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Reforma Protestante trouxe grandes contribuições para a música sacra. Uma das figuras centrais da Reforma, Martinho Lutero, escreveu: “Excetuando a teologia, nenhuma arte poderia ser colocada no mesmo nível com a música”. Rolando de Nassau registra que “Lutero foi o grande incentivador do canto congregacional”1. John Julian ainda chama Lutero de “Primeiro hinista evangélico”. E, naturalmente, quando pensamos em hino da Reforma, nos lembramos de “Castelo Forte é nosso Deus” (323 CC e 406 HCC), baseado no Salmo 46 e chamado de “Marselhesa da Reforma Protestante” por Heinrich Heine. Bach utilizou essa melodia em algumas de suas obras, como na Cantata homônima BWV 80; Mendelssohn, no último movimento da sua 5ª Sinfonia; Giacomo Meyerbeer, na ópera “Os Hu-
“A Deus, supremo Benguenotes”; Richard Strauss, na ópera “Friedenstag”; den- feitor” / “A Deus, o Pai e Benfeitor” (8 CC e 238 HCC) tre outros. é uma doxologia com a famoOutras melodias da época sa melodia Old Hundredth Os hinários Batistas regis- (1551), de Louis Bourgeois. tram, pelo menos, mais duas Doxologia é uma fórmula de outras melodias da época da expressão de louvor, muiReforma, mas vinculadas à to comum tanto no Antigo linha calvinista. João Calvi- quanto no Novo Testamento. no também acreditava que Neste hino, Thomas Ken exaltoda a congregação deveria ta toda a Trindade. Mas deseparticipar do louvor a Deus jamos destacar o compositor, no culto, mas ele focava no Bourgeois, discípulo e Kantor canto dos salmos e era mais de João Calvino (Ministro de rígido quanto à música no Música da época, dirigente culto: “Devemos tomar todo do canto congregacional e o cuidado para não fazer da regente coral). Participou da música um elemento de en- preparação e de posteriores tretenimento; ao contrário, edições do Saltério de Gea música é para adoração nebra, contribuindo com do Criador e a edificação inúmeras melodias originais. da Igreja”. João W. Faustini Edith Mulholland destaca destaca que, para Calvino, o que “Suas melodias, com o foco do canto congregacional uso frequente do padrão de é Deus, e não o homem: “O quatro notas em linha desprimeiro objetivo maior do cendente implicam em uma canto congregacional não é saída dos modos eclesiásticos a expressão da resposta de para as escalas maiores e alguém à fé, e nem o com- menores, mudança radical partilhar dos sentimentos de e duradoura para a salmódia alguém, mas sim louvar a e, em consequência, para a Deus pela sua misericórdia hinódia”2. e graça”1. Outro hino com música de
Louis Bourgeois é “O Meu Clamor, ó Deus, Atende” (387 HCC), cuja letra é uma paráfrase do Salmo 5. Sua relevância histórica é enorme, pois foi cantado no primeiro culto evangélico em solo brasileiro, em 1557, realizado pelo pastor Pierre Richier (que deu o nome à melodia: Richier), outros pastores e membros da Igreja Reformada em Genebra, enviados por João Calvino e outros líderes. Após duras perseguições do catolicismo, muitos huguenotes e calvinistas foram presos e martirizados. E. Mulholland sugere o canto deste salmo nas celebrações anuais do aniversário da data em que suas palavras foram cantadas pela primeira vez em nosso país, 10 de março3. As 5 Solas Diversos outros hinos se vinculam à Reforma ao expressar as verdades dos 5 Solas, frases latinas que definem os princípios fundamentais em contraposição aos ensinamentos da Igreja Católica. Destacamos alguns:
• Sola fide (Somente a fé): “Firmeza” / “A minha fé e o meu amor” (366 CC e 348 HCC), “Meu coração descansa em Deus” (336 HCC); • Sola scriptura (Somente a Escritura): “A Lei do Senhor” / “É divina, sábia e pura” (138 CC e 214 HCC), Livro santo (215 HCC); • Solus Christus (Somente Cristo): “Só por Jesus” (192 CC), “Salvador Bendito” (368 CC e 340 HCC), “Glória ao Redentor” (188 HCC), “Cristo é meu Senhor” (203 HCC); • Sola gratia (Somente a graça): “Maravilhosa graça” (193 HCC), “Graça de Deus, infinito amor” (291 HCC), “Preciosa a graça de Jesus” (314 HCC); • Soli Deo gloria (Glória somente a Deus): “A Deus demos glória” (15 CC e 228 HCC), “Saudai o nome de Jesus” (60 CC e 56 e 59 HCC), “Tu és digno” (43 HCC), “Como agradecer a Jesus?” (422 HCC). 1
www.hinologia.org HCC - Notas históricas
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A História nos ensinando a Reforma Protestante Davi Nogueira, pastor, colaborador de OJB
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m 2017, celebramos 500 anos da “Reforma Protestante”. No século XVI, Martinho Lutero promulgou o movimento que desencadeou com a Reforma. Lutero identificou 95 pontos da “Sagrada Escritura” que a Igreja Romana descumpria ou os fazia diferente. De forma conciliadora, tentou resolver este conflito. Foi até o Papa, mas as suas alegações foram inclassificáveis. Naquela época, apenas o sacerdote podia ler a Bíblia, que estava disponível somente nos idiomas originais: Hebraico (Antigo
Testamento) e Grego (Novo Testamento). Lutero, então, auxilia no processo de tradução da Bíblia para o alemão e prende na porta da Igreja de Wittenberg aquilo que ficou conhecido como as “95 teses”, pontos bíblicos que questionavam a doutrina da Igreja de Roma. Sendo que os pontos sacrais eram: “Venda de indulgências” e a “Infalibilidade papal”. O povo, ao ler a Bíblia e descobrir as informações contidas nela e a práxis diferente da Igreja, decidiu apoiar as ideias de Lutero. Assim, deflagrou-se a “Reforma Protestante”. Como medida de contenção da “Reforma Protestante” houve a “Contra-Reforma”.
A Igreja de Roma tomou medidas para impedir o avanço do protestantismo. A criação de novas ordens religiosas e o investimento na educação, através da “Companhia de Jesus”, uma ordem que formou sacerdotes jesuítas muito experientes no trato da “Sagrada Escritura”. Por ocasião da descoberta e colonização do Brasil, foi a ordem jesuíta que iniciou o trabalho de educação no país. Não podemos deixar de reconhecer esse valor. Os jesuítas ensinaram os nativos brasileiros a lerem, escreverem e compreenderem os ensinamentos bíblicos. O primeiro movimento cristão em solo brasileiro foi feito pelos jesuítas.
Mas a “Contra-Reforma” não conseguiu impedir o avanço do protestantismo. Mais e mais pessoas aderiram o movimento na Europa, e a filosofia foi sendo disseminada em todo o mundo e hoje temos inúmeras Igrejas evangélicas. A Igreja Batista é fruto do movimento da reforma, bem como a Luterana, Anglicana, Congregacional e Presbiteriana. Muitos anos depois, surgiu o “Pentecostalismo Clássico”. E mais recente, o “Neopentecostalismo”. Estima-se que só na cidade do Rio de Janeiro existam 4.500 denominações evangélicas diferentes. E no mundo todo, 33 mil denominações evangélicas.
E ainda existe, nestes últimos dias, o movimento dos “Desigrejados”. Insatisfeitos com a Igreja evangélica, que se reúnem para prestarem culto. No que tange a Igreja de Cristo, nosso maior desafio enquanto cristãos é manter a unidade. Divisões não representam o ideal da vida em comunidade. Precisamos nos unir em razão, emoção e espiritualidade; um grande desafio! Mas esse é o melhor caminho para os cristãos seguirem. “Liderança é assumir responsabilidades enquanto outros inventam justificativas”.
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Ministério diaconal exige preparo e obediência Jonatas de Souza Nascimento, diácono da Primeira Igreja Batista em Centenário - Duque de Caxias - RJ, vice-presidente da Associação dos Diáconos Batistas do Estado do Rio de Janeiro (Adiberj) - Seção Duquecaxiense. “Devem também, antes de tudo, passar por experiência; depois, se não houver nada que os desabonem, que exerçam o diaconato.” (I Tm 3.10)
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mbora a contragosto, passei a ser visto como uma espécie de “examinador oficial” de candidatos ao diaconato em concílios realizados em minha região, o que ora me motiva a trazer à memória da comunidade diaconal Batista alguns pressupostos que julgo importantes acerca desse fascinante ministério. É praxe e também orientação da denominação Batista obedecer a algumas etapas no processo de eleição e consagração de diáconos, sendo certo que esse ministério tem sustentação bíblica em Atos 6.1-3 e I Timóteo 3.8-13. Tudo começa com a necessidade de a Igreja instituir ou mesmo renovar o seu quadro de diáconos. Aprendemos que há, pelo menos, quatro formas de indicação de novos candidatos, a saber: a) - indicação feita pelos diáconos mais antigos; b) indicação feita pelo pastor; c) - indicação feita pela própria Igreja; e d) - autoindicação. Dentre os “Documentos Batistas” editados pela Convenção Batista Brasileira, temos um manual específico denominado “Exame e Consagração Diaconal”, que apresenta o passo a passo para as Igrejas filiadas promoverem as suas consagrações diaconais, onde temos o cronograma do processo de seleção, a convocação do concílio, o convite aos diáconos, a constituição da diretoria do concílio, a ata do concílio examinatório, além da sugestão de temas que
devem ser abordados pela banca examinadora. Particularmente, defendo uma sabatina mais branda para candidatos ao diaconato em comparação com aquela praticada em concílio examinatório de candidatos ao ministério pastoral, pois enquanto este é responsável pelo ministério da palavra propriamente dita, aqueles se dedicarão, se aprovados forem, a um ministério de serviço que, de acordo com o documento acima mencionado, requer conhecimentos comuns a ambas as áreas, conforme transcrevo a seguir, seguido de comentários meus: I - Experiência de conversão; Meu comentário: A Bíblia fala que o inexperiente (neófito) não deve ser conduzido ao ministério diaconal. Em minha modesta opinião, três anos de conversão seria o tempo mínimo de vida cristã para alguém ingressar no ministério diaconal. II - Teologia propriamente dita: Escrituras Sagradas, Deus Pai, Filho e Espírito Santo, o homem, o pecado, salvação, eleição, Reino de Deus, Igreja, o Dia do Senhor, Ministério da Palavra, Ministério do Serviço, liberdade religiosa, morte, justos e ímpios; Meu comentário: Dentre outros temas, aqui são abordados assuntos relacionados a doutrinas bíblicas, tais como Bibliologia (Estudo da Bíblia), Angelologia (Estudo dos Anjos), Cristologia (Estudo de Cristo), Teologia– sistemática, dogmática ou contemporânea (Estudo de Deus), Soteriologia (Estudo ou doutrina da Salvação), Hamartiologia (Estudo ou doutrina do Pecado), Eclesiologia (Estudo da Igreja), Escatologia (Estudo ou doutrina das últimas coisas), Pneumatologia (Estudo ou doutrina do Espírito Santo) e Antropologia (Estudo do Homem). III - Relacionamento Pessoal: Amor ao próximo e ética;
que promove o concílio, normalmente na presença dos membros, parentes e amigos, além da representação denominacional, esse percentual sugerido encerra a ideia de legitimidade do processo, porquanto é ali o I V - T e o l o g i a p r á t i c a : ambiente próprio para que Batismo, Ceia do Senhor, cada candidato demonstre o Mordomia, Evangelização seu preparo. e Missões, Educação Cristã, No ato do concílio, o pasOrdem Social e família; Meu comentário: Importan- tor presidente da Igreja deve te que o candidato seja firme instalar uma assembleia, denas doutrinas defendidas legando-se poderes a diácopelos Batistas, a ponto de se nos e pastores eventualmente posicionar sobre os temas presentes; em seguida, eleger acima, especialmente nos uma diretoria, que deverá ser quesitos batismo e ceia, bem composta por: a) Presidente (Via de regra, como possuir como marca o ser pregoeiro e fiel defensor elege-se o próprio pastor tidas atividades, filosofias e tular da Igreja promotora da ideologias defendidas e pra- cerimônia), b) Examinador e ticadas pelos Batistas. c) Secretário. Uma vez aprovados, eleV - Declaração Doutrinária da Convenção Batista gem-se também: a) Mensageiro ocasional Brasileira, Pacto das Igrejas b) Responsável pela entrega Batistas, Princípios Batistas, estrutura e funcionamento da da Bíblia ao novel diácono; e c) Responsável pela oração Convenção Batista Brasileira de consagração. e história dos Batistas. Meu comentário: Só aqui Sendo redundante de protemos material de estudo suficiente para uma graduação pósito, apesar do peso do superior no campo acadêmi- conhecimento do candidato, co, razão pela qual o candi- que deve ser demonstrado dato não deve ingressar no no cotidiano da Igreja local e, ministério diaconal sem esses especialmente, no dia do concílio, o diácono que cumprir conhecimentos. com lealdade o seu ministério A Convenção Batista Brasi- de serviço à luz da Bíblia, leira recomenda que o Exame tudo fazendo para dignificar de concílio deve ter parecer o papel do diácono que ele abraçou e com oração e impofavorável, desde que: I - Conste na ata do Con- sição de mãos foi consagrado. cílio de Exame o registro da Diácono que serve é aquele presença de, pelo menos, que não está preso às três mesas (do Senhor, do pastor sete diáconos Batistas; e Meu comentário: Ainda e dos necessitados). Diácono que se trate de um ministé- que serve não é aquele que rio local, toda Igreja filiada somente distribui a Ceia do à Convenção Batista Bra- Senhor. Não é aquele que sileira deve observar esta faz plantão sob o signo da recomendação em nome da obrigação. Não é o que faz publicidade e também da visitas para cumprir protocolo ou para receber elogios em transparência no processo. público na primeira oportuII - Haja aprovação de, pelo nidade. Não é aquele que se menos, 80% (oitenta por cen- porta como “fiscal” da Igreja to) dos diáconos presentes ao e que se julga melhor do que os outros, até porque, de fato, Concílio de Exame. Meu comentário: Embora não o são. Se me fosse dado o priviconstrangedor, já que a cerimônia é realizada na Igreja légio de sugerir perguntas e/ Meu comentário: Penso que o diácono, enquanto promotor da paz em ambiente eclesiástico, precisa ter elevado grau de amor ao próximo, além da necessidade de ser ético em todo tempo.
ou informações que não poderiam deixar de ser feitas a qualquer candidato, por ocasião do concílio, estas seriam as minhas, além de muitas outras que oportunizam ao candidato demonstrar os seus conhecimentos adquiridos ao longo da sua vida cristã e, especificamente, no período probatório: 1. Experiência de conversão ao Evangelho de Jesus Cristo; 2. Convicção do chamado para o ministério do serviço, com pleno entendimento do trinômio contido em Atos 6.3: “Boa reputação”, “Cheio do Espírito Santo” e de “Sabedoria”; 3. Entendimento sobre os atributos e as atribuições do diácono no cotidiano; 4. Fidelidade às doutrinas defendidas pelos Batistas e demonstração de conhecimentos de algumas delas, exemplificativamente, bem como conhecimento razoável sobre a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das Igrejas Batistas filiadas à Convenção Batista Brasileira; 5. Relacionamento com o pastor e demais diáconos, com os membros da Igreja, com a comunidade local, com a família, bem como o seu posicionamento em relação a questões controversas, tais como: a) - homossexualidade; b) - aborto; c) - pena de morte; d) - eutanásia; e) - porte de arma, e f) - relação Estado x Igreja (ou, simplesmente, política x Igreja); e 6. Acima de tudo, em qualquer concílio é preciso saber se o candidato é, de fato, um servo obediente a Deus e fiel a Jesus Cristo, que é a razão da nossa motivação para o serviço. Para finalizar, esclareço que iniciei este artigo dizendo que tenho atuado a contragosto como examinador porque quase sempre o examinador é visto como “bicho papão”, e eu luto para desmistificar isso antes que o ministério diaconal seja visto como desnecessário.