OJB Edição 47 - Ano 2016

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ISSN 1679-0189

o jornal batista – domingo, 20/11/16

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira

Fundado em 1901

Capela do Seminário do Seminário do Sul

Ano CXV Edição 47 Domingo, 20.11.2016 R$ 3,20

Capela do Seminário Equatoria l

Capela do Seminário do Norte

Quarto domingo de novembro:

Dia da Educação Teológica Coluna Arte e Cultura

Notícias do Brasil Batista

Conheça a trajetória do ator Jônatas Pereira dos Santos

Batistas baianos comemoram 134 anos de história

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Missões Mundiais

Notícias do Brasil Batista

JMM planeja e alinha ações para 2017

Saiba o passo a passo para a construção de um templo

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reflexão

EDITORIAL

Teologia do Saci-Pererê

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo

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m dos quadros mais tristes da cristandade é a sua fragmentação absurda. Há provavelmente cerca de cem mil denominações evangélicas no mundo de hoje. Na verdade, a maioria delas é exatamente igual a muitas outras em termos de doutrinas e práticas. Infelizmente, muitos grupos se separam de seus irmãos na fé por motivos pouco cristãos. Todavia, apesar de tantos desencontros semelhantes, é fato que grande parte de nossas divisões teve origem em questões teológicas e doutrinárias. É claro que teologia e doutrina são elementos fundamentais, dos quais não se pode abrir mão. Se alguém nega a divindade de Cristo, a onisciência de Deus, a salvação pela fé e a singularidade da Bíblia, tal pessoa não pode ser considerada cristã evangélica. No entanto, nossas divisões não se limitam a doutrinas fundamentais. As questões que nos distanciam dos nossos irmãos são as menores, de importância secundária, e em alguns casos são questões irrelevantes. Talvez a razão principal do nosso divisionismo exacerbado seja a “teologia do Saci-Pererê”. Como todos sabem, o Saci-Pererê é uma espécie de duende brasileiro criado pela imaginação popular. Ele seria um guardião das florestas, perneta, que assustaria todos os que perturbam o silêncio das matas. O que mais se destaca na figura do Saci é o fato de que ele tem uma perna só. Naturalmente,

a pergunta já surge na mente do amigo leitor: O que isso tem a ver com teologia? Saci e teologia juntos? O que queremos dizer com isso é que boa parte da nossa teologia é uma “teologia de uma perna só”, isto é, uma teologia restrita, que enxerga de modo limitado o quadro amplo da revelação divina. Uma das razões pelas quais criamos uma teologia limitada assim é a nossa herança racionalista. Os antigos hebreus e cristãos sabiam que a realidade era muito mais complexa do que a nossa razão. Além disso, entendiam que certas dimensões da fé, aparentemente distintas, não eram necessariamente contraditórias. O problema é que quando nossa teologia se “helenizou” exageradamente, adotamos uma lógica simplista, que nos trouxe diversos problemas. Para entender tal realidade, basta lermos a Bíblia e vermos que o texto sagrado não se incomoda em afirmar coisas que ofende o racionalismo de muitos. Por exemplo, como Deus pode ser infinito e encarnar num bebê em Belém? Como Deus pode ser um e três ao mesmo tempo? Como a Bíblia pode ser Palavra de Deus e ser escrita por homens? Como podemos ser salvos por nossa fé e ao mesmo tempo por obra exclusiva do Espírito Santo? Como entender que Deus é totalmente soberano e nós somos livres e responsáveis por nossos atos? Como decidir se é o bom senso ou sabedoria bíblica que nos norteia, ou é a direção sobrenatural do Espírito Santo?

A verdade é que o mistério e a complexidade da realidade bíblica tem sido reduzida para “facilitar” a vida dos cristãos. Uns dizem que Deus é pura razão, outros afirmam que ele é só coração e emoção. Uns insistem que Deus faz tudo, sendo plenamente soberano (até os ímpios foram predestinados ao inferno), outros afirmam que Deus não pode fazer nada sem nossa autorização (nós é que decidimos …será que Deus ainda é Senhor?). Uns preferem um Deus mais coletivo, sociológico; outros afirmam que ele é o Deus do indivíduo. Há quem veja Deus como inserido na realidade concreta do mundo; outros o colocam no “milésimo céu”, em sua espiritualidade e distância absolutas. A verdade é que toda teologia radical terá sérios problemas e graves consequências. Se entendermos que “duas paralelas só se encontram no infinito”, que toda moeda “tem duas faces” e que a realidade é mais dialética ou “poli-alética” do que admitimos, seremos muito beneficiados. Em primeiro lugar, seremos mais humildes em nossa afirmação de “conhecimento do sagrado”. Depois, aprenderemos a separar questões fundamentais de problemas secundários. Em terceiro lugar, desenvolveremos nossa tolerância e nosso senso de fraternidade e amor cristãos (esses inegociáveis, segundo Jesus). Espero que venhamos a amadurecer nesta direção, pois a teologia brasileira tem mais condições de ser me-

nos radical do que a teologia da maioria do chamado “primeiro mundo”. A importância de fugirmos da teologia do Saci-Pererê, para evitar que nossas Igrejas saiam por aí, pulando de uma perna só, tropeçando e caindo, é que em nossos dias, tal tendência está acentuada. Quando vivíamos em Boston, EUA, estávamos em contato com muitos centros teológicos de todo o mundo. Por lá há uma tendência em alguns grupos de se rejeitar a doutrina das penas eternas, pois ela seria “irreconciliável com o amor de Deus” (a ideia é que se Deus é amor, ele não pode ser justiça, nem mostrar sua ira). Recentemente, um outro debate causou discussão no meio evangélico: surgiu a teologia do “teísmo aberto”. A ideia de alguns teólogos americanos é que Deus abriu mão de sua soberania e onisciência e resolveu não saber o futuro. Em resumo, Deus “abriu mão de ser Deus”. O intuito é “livrar” Deus de ser responsabilizado do sofrimento que há no mundo. Trata-se de um ultra-arminianismo que ignora centenas de textos bíblicos. Novamente, temos uma teologia radical, polarizada, bastante ocidental, e que ignora a dialética hebraica, negando a realidade do mistério. Que Deus abençoe a Igreja brasileira a crescer no conhecimento de Deus, na tolerância fraternal e no pensamento cristão equilibrado. Luiz Alberto Sayão, pastor, reitor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil


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Teologia! E eu com isso?! Claiton André Kunz, diretor da Faculdade Batista Pioneira, vice-presidente da ABIBET

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palavra “teologia” não é encontrada na Bíblia. O termo, segundo seus aspectos etimológicos, é composto de duas palavras gregas: Theos (Deus) e logos (palavra, fala, expressão, tratado, ciência). A teologia é, portanto, uma Theo-logia, isto é, uma palavra, uma fala ou expressão sobre Deus; uma doutrina sobre Deus. É o estudo sobre a revelação de Deus, que é a expressão dos Seus pensamentos e, assim, é também o estudo sobre Sua própria Pessoa. Portanto, teologia é o estudo sobre Deus, sua obra e sua revelação. O teólogo Millard Erickson faz a seguinte definição do termo: “Teologia é aquela disciplina que se esforça para apresentar uma declaração coerente da doutrina da fé cristã, baseada, principalmente, nas Escrituras, colocada no contexto da cultura geral, expressa em idioma contemporâneo e relacionada com a maneira de viver do homem”. Alguns poderiam imaginar que a teologia é semelhante

a outras ciências como a biologia, a sociologia, a psicologia, etc. Entretanto, há uma diferença muito significativa entre estas “ciências”. Na biologia (bios = vida), por exemplo, podemos pegar o objeto de estudo, como uma planta ou um animal, levá-lo a um laboratório e dissecá-lo com um microscópio ou outros instrumentos, ou ainda sujeitá-lo a elementos químicos para ver as reações e modificações. Nos últimos anos tem-se avançado tanto nas pesquisas científicas, que é possível, inclusive, elaborar um mapeamento genético extremamente minucioso de qualquer ser vivo. Mas a pergunta intrigante é a seguinte: seria possível fazer isso com o objeto de estudo da teologia? Seria possível levar Deus a um laboratório e analisá-lo com os equipamentos mais modernos que já foram inventados pelo ser humano? Na verdade, esta pergunta não é apenas nossa ou dos estudiosos do século XXI. Já o amigo de Jó, chamado Zofar, perguntou isto há alguns milhares de anos atrás: “É possível conhecer a Deus em profundidade?” (Jó 11.7). Temos que reconhecer que há uma diferença abismal entre Deus e o ser humano, seja

em posição (Deus é criador e nós somos criaturas), seja em poder (Ele é onipotente e nós somos totalmente dependentes), seja em conhecimento (Deus é onisciente e nós não conhecemos nem sequer a nós mesmos), seja em caráter (Deus é totalmente santo e nós somos pecadores). É esta diferença que torna impossível ao ser humano conhecer totalmente a Deus. Por isso, a única chance ao ser humano foi o fato de Deus ter se revelado a nós. E ainda bem que Ele o fez! O nosso problema não é nem o caso de conhecê-lo em “profundidade”. Temos dificuldade até mesmo de darmos uma definição de Deus. Do ponto de vista bíblico, geralmente se concorda que é impossível dar uma definição rigorosa da ideia de Deus. Definir, que significa limitar (dar os limites), envolve a inclusão do objeto dentro de uma certa classe ou proposição universal conhecida e a indicação dos seus aspectos distintivos comparados com outros objetos daquela mesma classe. Visto que Deus é único e incomparável, não há nenhuma categoria universal a que possa ser comparado ou classificado. O próprio Deus

nos desafia a isso: “A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? - diz o Santo” (Is 40.25). É fácil definirmos uma mesa, por exemplo. Ela tem pernas e uma plataforma fixa sobre as mesmas. É como aquela sobre a qual está o meu computador enquanto escrevo este texto. Qualquer outra mesa pode ser comparada a ela, mesmo que seja de material diferente, de outra cor, um pouco mais alta ou mais baixa, mas sempre saberei o que é uma mesa. Mas quando penso em Deus, a que posso compará-lo? Aí começamos a entender o quanto somos limitados. Talvez, a conclusão lógica seria então que é impossível fazer “teologia”, já que nem sequer podemos dar uma definição completa e satisfatória do próprio objeto de estudo da teologia. Mas, e se entendêssemos teologia não como uma tentativa de definir Deus (já que nunca conseguiremos fazê-lo plenamente), mas sim como uma compreensão do relacionamento que este Deus quer ter com o ser humano? Talvez, justamente, aí resida o centro da nossa questão: nós jamais poderíamos alcançar a Deus; por isso,

Deus nos alcançou através da Sua “revelação”. E isso eu posso compreender, isso eu posso estudar e, muita mais, isso eu posso viver. Na verdade, quando uma pessoa pergunta sobre a sua origem ou sobre o seu destino, está fazendo teologia. Quando uma criança pergunta onde foi o seu avô que acabou de morrer, está fazendo teologia. Quando um recém-convertido exulta dentro de si, na tentativa de compreender exatamente o que aconteceu, está fazendo teologia. Até quando um ateu tenta provar que Deus não existe, está fazendo teologia. É claro que existe o aspecto formal da teologia. Existem aqueles que se dedicam anos e anos ou até a vida inteira no estudo específico desta área do conhecimento. Mas teólogos, no seu sentido mais amplo, daqueles que refletem sobre Deus e sobre o maravilhoso plano que Ele tem para os seres humanos, sim, teólogos somos todos nós. Tenho eu algo a ver com isso? Claro que sim! Deus dotou você de sabedoria e inteligência; por isso, coloque-as a serviço da reflexão sobre o que o Senhor do Universo quer da sua vida.


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Desafios dos jovens na pós-modernidade Elias Gomes de Oliveira, pastor da Primeira Igreja Batista Missionária em Parque das Missões - Duque de Caxias – RJ “Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade; assentar-se solitário, e ficar em silêncio, porquanto Deus o pôs sobre ele.” (Lm 3.27-28)

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ivemos um período crítico da história. O mundo pós-moderno possui várias características que o distinguem de forma severa dos tempos passados. Penso que assim como os israelitas no deserto, é sempre preciso que algo novo aconteça para que a Igreja desperte e avance para aquilo que Deus lhe deu como meta. Dentre muitos desafios que a Igreja precisa enfrentar, talvez a classe que necessita de um maior envolvimento no Reino de Deus são os jovens. Por exemplo: um adolescente ou jovem cristão pode passar horas e mais horas na frente de um computador navegando na internet e em redes sociais, mas não consegue ler uma hora de Bíblia. Alguns conseguem ficar acordado em uma festa a noite inteira, mas não conseguem ficar na vigília bus-

cando a Deus. Outros andam de tênis de marca e roupas da moda, mas são incapazes de serem dizimistas ou ofertantes na Casa de Deus. Pergunto-me o que está acontecendo com esta geração? Será que os desafios que enfrentam são causados por causa da distorção de seus valores cristãos? Ou resultam de não perceberem os sussurros, os sinais de Deus para eles? Existem muitos mitos entre os cristãos. Por exemplo, há quem creia que viver pela fé e no espírito é não ter esforço, não ter compromisso, não ter a responsabilidade humana de santificar-se, por acreditar que a fé nos imuniza cotidiana e automaticamente contra o pecado. Precisamos perceber o caminho de Deus, indicado no texto de Paulo aos Colossenses 1.9-12 e em Filipenses 2.12. Reconheço que tratar deste assunto requer temor e responsabilidade. Desejamos despertar a geração jovem para perceber a seriedade dos desafios que enfrentam, e como se devem preparar para isso. Sabemos que o momento é crucial e importante. Essa geração de jovens que Deus quer usar já foi escolhida por Ele. Nota-se que ainda não estão equipados e desenvolvi-

dos para enfrentar os desafios e as dificuldades inerentes à caminhada cristã. Por isso, quero dar minha contribuição: espero que, pela direção de Deus, possamos ressaltar, no meio da juventude, a urgência da santidade e do quebrantamento (Salmo 51.17) como condições para haver transformação. Segundo Ricardo Gondin, Deus não trata os pecadores com dureza e inclemência, mas pede que as pessoas sejam honestas quando erram. Pelas características do jovem, ele tende a criar um mundo seu, onde possa viver e se expressar. E este é um dos desafios: os jovens precisam sair de si mesmos, de seu pequeno mundo, para alcançar as pessoas ao redor, os carentes da salvação em Cristo. Acredito que Deus, em nossos dias, deseja um mover assim, não apenas para os jovens, mas para todos nós. Se os jovens virem outros cristãos a fazer isso, tal lhes servirá de incentivo, e o resultado será aperfeiçoamento dos santos. Deus ama Seu povo e quer vê-lo transformado. Oremos, Igreja, para que possamos ter uma juventude ativa nesta geração de pecadores. Uma geração que faz a diferença, que é um instrumento transformador do

GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia

Comprar um campo? erusalém estava oprimida e humilhada. No meio de toda a desesperança, o Senhor manda Jeremias comprar um campo naquele lugar sem futuro. Apesar de tudo, o profeta resolveu levar a sério a ordem divina. “Comprei, pois, de Hananel, filho do meu tio, o campo que está em Anatote e lhe pesei o dinheiro: dezessete siclos de prata” (Jr 32.9). Comprar um terreno simboliza alguma crença no futuro. Seja para cultivo da terra, seja para a construção de alguma

casa. Mas, por que comprar um terreno, quando tudo em volta é decadência e o futuro parece pior ainda? Duas hipóteses: ou perdemos o juízo ou decidimos ter fé. Pelo jeito, a opção de Jeremias foi a fé. O mundo que nos cerca não podia ser mais decadente. Por que o Senhor nos manda viver nele? Pior ainda: por que nosso Cristo nos manda investir nossa vida no Seu processo de estabelecer Seu Reino? Paulo chama nosso testemunho neste mundo como “a loucura da pregação”. O mesmo Deus que vocacionou Jeremias é Aquele que nos convoca para investir Seu amor neste mundo poluído. É loucura, mas é, principalmente, uma decisão de fé.

seu meio e, principalmente, de vidas para Cristo. “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos

quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento (…) antes que (…) o pó volte e à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” (Ec 12.1,6,7).

“Comprei, pois, a herdade de Hanameel, filho de meu tio, a qual está em Anatote; e pesei-lhe o dinheiro, dezessete siclos de prata.” (Jr 32.9)

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Engano e mal x alegria e paz Carlos Alberto Martins Manvailer, membro da Igreja Batista Nova Jerusalém - Porto Velho – Rondônia “O engano está no coração dos que maquinam o mal, mas a alegria está entre os que promovem a paz.” (Pv 19.21)

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ser humano faz uso de seus talentos e capacidade intelectual, via de regra, se considera capaz e pleno em suas realizações. Essa tem sido a tônica do homem natural, isto é, aquele que não conhece a Palavra do Senhor e nem o Senhor da Palavra. Vive segundo o seu próprio entendimento, planeja e executa o que melhor

lhe convém. É certo que o mundo tem se desenvolvido. Nunca o homem experimentou tanto progresso e tanta capacidade técnica em todas as áreas do conhecimento. Isso é fato. Entretanto, ao lado dessa gama de avanço tecnológico que, em tese, deveria trazer melhores dias a todos, indistintamente, temos testemunhado o aumento gigantesco da insensatez e a perda dos valores essenciais e valiosos que deveriam ser nutridos e preservados por toda a humanidade. Na mesma proporção da rápida e fantástica desenvoltura na área do domínio tecnológico, constatamos, de igual forma, como a vida tem sido banalizada. Aquilo que, há poucas décadas atrás era

premissa essencial na vida comunitária, assim como a amizade, o respeito, a consideração e tantos outros valores elementares, simplesmente desaparecem aos poucos. O ser humano evoluído tem se tornando insensível e embrutecido. A ganância, sem dúvida, é a mãe de todos os males. Pois, para conquistar poder e patrimônio o homem passa por cima de tudo e de todos, especialmente, em um mundo capitalista e globalizado como é o nosso contexto. E a verdade exposta na parte “a” do versículo acima, nunca foi tão real e verdadeira. O mal que habita no coração humano sem Deus é a ferramenta e o instrumento para praticar o engano e o engodo. Todas as mais recentes descobertas e

invenções, em particular, na área da informação, deveriam ser utilizadas tão somente para o bem e a felicidade do homem. Porém, devido ao engano e a maldade inerente ao ser humano, tais ferramentas são utilizadas por muitos para a destruição de valores e princípios que sempre nortearam o bem-estar das pessoas. No entanto, a parte “b” do versículo acima, mostra o outro lado. Mesmo ao viver em um mundo onde o engano e o mal imperam, nós temos Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador, e por isso mesmo somos felizes, e muito mais do que isso, somos os promovedores da paz. Privilégio e responsabilidade ao mesmo tempo. Em razão disso, a expectativa do nosso Senhor é

que possamos exercer, neste tempo, a nossa influência como promovedores da paz, transformando, assim, a triste e caótica realidade vivenciada. O nosso Deus conta comigo e com você, amado irmão. Individualmente, não temos condições de mudar o mundo, mas devemos fazer a nossa parte. Afinal, somos testemunhas do Senhor, somos sal e luz. E devemos exercer o nosso papel nessa sociedade corrompida pelo engano e maldade. Que Deus tenha misericórdia das vidas que tem sido objeto do engano e da maldade, e que o Evangelho, poder de Deus, seja anunciado e testemunhado por nós, transformando-os, tudo para honra e glória do Senhor. Amém!


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DIFICULDADES BÍBLICAS

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Ebenézer Soares Ferreira

Diretor-geral do Seminário Teológico Batista de Niterói – RJ

E OUTROS ASSUNTOS

Estudo sobre a genealogia de Jesus preparada por Mateus “De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até o exílio na Babilônia, catorze; e desde o exílio na Babilônia até Cristo, catorze.” (Mt 1.17).

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a genealogia de Jesus, preparada por Mateus, verifica-se que ele tem em vista apresentar três aspectos da mesma: Aspecto legal - Jesus é da estirpe de Abraão e Davi (Gênesis 12.3; II Samuel 7.16). José é esposo legítimo e pai legal

de Jesus. Deste modo, podia transmitir a Jesus os direitos messiânicos. Aspecto simbólico - Mateus dá à genealogia de Jesus o nome David. Em hebraico, as palavras eram escritas sem as vogais: D.V.D. Usavam como número as letras do alfabeto. As letras do nome David equivaliam ao número 14. Assim é que 4 + 6 + 4 = 14. Mateus ressaltou a messianidade davídica de Jesus. Assim como 14 é a soma do nome de David, em Jesus se realizam todos os direitos, as virtudes,

a glória e as promessas de David. O Messias é herdeiro, não só no sentido físico, mas também no sentido moral. Aspecto espiritual - A citação dos nomes de quatro mulheres na genealogia, o que não está muito de acordo com o padrão judeu, demonstra que Mateus queria inculcar a ideia de que Cristo veio salvar a todos; judeus e gentios, “santos” e pecadores. Que o direito à salvação messiânica não existia apenas para os que pertenciam à descendência de Abraão.

Ora, como se verifica, Mateus dividiu a genealogia de Jesus em três partes, tendo cada uma 14 nomes. O evangelista teve em mira mostrar que Jesus rompeu quatro barreiras: social, moral, racial e religiosa. O total de anos na genealogia apresentada por Mateus deve chegar a mais de 2 mil anos. Mateus faz a demolição da barreira racial, com a citação de quatro mulheres estrangeiras: Tamar era cananeia (Gn 3.8) - Praticava o onanismo com o marido, e adulterou com seu sogro;

Rute - Era moabita e idólatra - Entregou-se, uma noite a Boaz, antes das legítimas núpcias; Bate-Seba era hitita (II Sm 11.3) - Mulher de Urias, mas pecou com Davi; Raabe - Hospedeira e prostituta em Jericó; A barreira social foi rompida com a inserção de três mulheres que não eram israelitas. A barreira moral foi demolida com a inclusão do nome de Raabe, que era prostituta. A barreira religiosa foi rompida com a inserção de Tamar, Rute e Bate-Seba.

História dos fiéis Genivaldo Antonio da Silva, pastor da Primeira Igreja Batista em Avaré - SP

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irmã Abelina era uma mulher muito simples, andava meio encurvada, tinha uma voz presente e gostava muito de declamar poesias. Ela sempre trazia algo para agradar o pastor Isaías. Lembro-me de que recebi o convite de um irmão para visitá-la no hospital, pois ela estava muito doente. Ali, na cama, ela pediu que o irmão abrisse a gaveta e retirasse um envelope: era o seu dízimo. Naquele dia eu fiquei sem palavras. Hoje, após 17 anos, algo parecido acontece, quando eu e alguns diáconos vamos à casa de uma irmã já de bastante idade e com a saúde bem debilitada. Ali, cantamos,

refletimos sobre a Palavra e servimos a Ceia; ao sairmos, ela sempre entrega o seu dízimo em minhas mãos para que seja entregue na Casa do Senhor. Fico sem palavras. John Huyler (1808-1870) fundou a sua primeira fábrica de doces cristalizados em uma área metropolitana, na cidade de Nova York. Conta-se que no princípio de sua jornada de negócios, quando ainda era um microempresário sem nenhuma expressão, em um momento de leitura da Bíblia, ele achou no livro de Gênesis: “Então Jacó fez um voto, dizendo: ‘Se Deus estiver comigo, cuidar de mim nesta viagem que estou fazendo, prover-me de comida e roupa, e levar-me de volta em segurança à casa de meu pai, então o Senhor será o meu Deus. E esta pedra que hoje

coloquei como coluna servirá de santuário de Deus; e de tudo o que me deres certamente te darei o dízimo’”(Gn 28.20-22). Tocado pelo que leu, foi à Igreja e ajoelhando-se, orou repetindo as palavras de Jacó. A partir daquele momento, de todo o lucro, ele separava o dízimo e entregava na Casa do Senhor. Muitas Igrejas, em todos os lugares, foram abertas e sustentadas através desse homem. Ele sempre dizia: “Afinal de contas, o dinheiro não é meu, é do Senhor”. São histórias de homens e mulheres fiéis a Deus. E foram além: eles entenderam que o Senhor tinha propósitos especiais ao conceder-lhes riquezas. O tesouro de Davi foi benção na construção do templo. Então o rei Davi disse a toda a Assembleia: “Forneci

grande quantidade de recursos para o trabalho do templo do meu Deus: ouro, prata, bronze, ferro e madeira, bem como ônix para os engastes, e ainda turquesas, pedras de várias cores e todo tipo de pedras preciosas, e mármore. Além disso, pelo meu amor ao templo do meu Deus, agora entrego das minhas próprias riquezas, ouro e prata para o templo do meu Deus, além de tudo o que já tenho dado para este santo templo” (I Cr 29.13). Davi em nenhum momento foi soberbo, mas humilde, ao reconhecer que tudo vinha de Deus. “Ó Senhor, nosso Deus, toda essa riqueza que ofertamos para construir um templo em honra do teu santo nome vem das tuas mãos, e toda ela pertence a Ti”( I Cr 29.16). Não podemos dar o que não nos pertence, então, o

que nos resta? Devolver! Sim, como uma expressão de gratidão por sermos escolhidos para administrar os recursos que Ele coloca em nossas mãos. O dízimo é uma das experiências de fé mais extraordinárias que encontramos na Bíblia e faz parte da doutrina da Igreja. Todo novo convertido aprende algumas lições importantes antes de se batizar. Ele aprende sobre o tipo de compromisso que terá com Cristo, que Deus é provedor, e que devemos confiar inteiramente na Sua Palavra e nas Suas promessas de que nada faltará para aqueles que confiam nEle. “Ponham-me à prova” (Ml 3.10). Se tudo pertence a Ele, porque reter? Por que não viver uma experiência de fé com Deus? Sua história pode mudar; confie no Senhor, e o mais Ele fará.


6 vida em família

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Gilson e Elizabete Bifano

Igreja e ministério com famílias

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ois colegas pastores, em um espaço curto de tempo, ligaram para mim a fim de compartilhar casos de casais crentes que estavam se separando. “Mas eles são atuantes na Igreja”, disse-me um dos colegas pastores. Sempre quando ouço esses compartilhamentos procuro ajudar o colega e, no final, digo que a situação vai piorar ainda mais. Mais casais vão se separar, mais jovens se envolverão com drogas, mais problemas atingirão as famílias. Mais casos de homossexualidade aparecerão entre os membros. Stephen Covey, em seu Livro “Os 7 hábitos das famílias altamente eficazes”,

afirma que até a década de 60 vivíamos em uma sociedade pró-família. O contexto social, político, urbanístico, trabalhista e econômico era favorável à família. As escolas ajudavam as famílias na educação das crianças, as leis trabalhistas cooperavam para a estabilidade da família. A pressão econômica não existia. O movimento feminista dava os primeiros passos. A televisão não era uma realidade. Não havia os apelos comerciais que levam as pessoas ao consumismo. Os parentes moravam próximos uns aos outros e ajudavam na criação dos pequeninos. E hoje? Hoje é o oposto! As leis são contrárias à família. A escola não se preocupa mais em ajudar na

formação do aluno, mas apenas em mostrar os índices de aprovação nos vestibulares. As drogas estão por todos os lugares. Os parentes não moram próximos uns dos outros. O divórcio tornou-se banal. A figura de autoridade não existe mais. Antigamente, os professores eram respeitados. Hoje não. O sexo antes do casamento, por exemplo, também é tão comum que até mesmo entre muitos jovens crentes tornou-se normal. Howard Hendricks, concordando com Stephen Covey, em seu Livro “Transforme sua família”, afirma: “Estamos cercados de influências desconhecidas, hostis e destruidoras do lar. Perdemos a proteção e a sustentação an-

tes providas pela sociedade”. Até a década de 60, as Igrejas não precisam dar muita atenção às famílias. A sociedade, de um modo geral, fazia este papel, isto é, de proteger e fortalecer a família. Hoje, a situação mudou radicalmente. A Igreja precisa voltar seus olhos para o ministério com famílias. A Igreja e a família são duas instituições criadas por Deus. As duas devem andar de mãos dadas. A Igreja, ao investir recursos financeiros, pessoais e físicos para o fortalecimento das famílias, coopera para seu crescimento saudável. Realizar um ministério sério, bíblico é muito mais do que simplesmente realizar um encontro com casais ou uma programação especial

no Dia das Mães. Trabalhar com famílias precisa ser uma prioridade da Igreja e deve ser realizado de maneira contínua e de forma metodológica, científica e bíblica. É bom saber que muitas Igrejas já estão neste caminho, mas muitas outras ainda não se despertaram para esta necessidade. Ainda não se deram conta que realizar um ministério sério com famílias é urgente e se trata de uma questão bíblica. Gilson Bifano Escritor, palestrante e Coach na área de família, criação de filhos e vida conjugal. gilsonbifano@ ministeriooikos.org.br www.ministeriooikos.org.br


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missões nacionais

Construindo Sonhos: evento beneficente é realizado para ampliação do Projeto Novos Sonhos

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oite linda de Celebração a Deus no evento beneficente em prol das novas instalações do Projeto Cristolândia Novos Sonhos, que aconteceu em São Paulo. Além da participação de cantores da música gospel, a programação foi abrilhantada pelo Coro da Cristolândia São Paulo e do Ballet Novos Sonhos, formado por crianças e adolescentes assistidas pela iniciativa. A Junta de Missões Nacionais tem enfatizado a importância da evangelização discipuladora com essas crianças que vivem em vulnerabilidade social. Acesse http:// migre.me/vq9YD e seja um dos nossos parceiros. Contamos com você e com a sua Igreja para fazerem parte da construção de Novos Sonhos!

Meninas do balé Novos Sonhos se apresentam em noite dedicada ao Projeto

Notas de Falecimentos

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É tempo de avançar: Comunidade Batista Esperança realiza campanha missionária

missionária aposentada Maria dos Anjos da Silva foi ao encontro do Senhor na manhã do dia 30 de outubro, em Salvador - BA. A missionária nasceu em São Felipe - BA, após uma infância bastante difícil, teve o seu enconMissionária tro com Cristo na adolescência. Batizou-se aos aposentada 14 anos. Fez sua pública dedicação de vida ao Maria dos trabalho missionário, em 1962, em um culto no Anjos da acampamento de Jaguaquara. Após muitas lutas Silva foi ao e dificuldades, Maria dos Anjos chegou ao SEC, encontro do Senhor onde, em 1975, concluiu os cursos pedagógicos de Assistência Social e de Educação Religiosa. Depois de estagiar na Casa da Amizade de Ibotirama, Maria foi mais uma filha da boa terra baiana que foi nomeada missionária dos Batistas brasileiros, atuando no sertão do estado da Bahia de 1976 a 2005. Entre outros campos, atuou no Lar Batista David Gomes, em Barreiras; e nas cidades de Carinhanha, Pedro canário, Santa Maria da Vitória, Jacaraci, Pindaí e Licínio de Almeida. Jovens da Comunidade Batista Esperança cantam o hino oficial da Era incansável na pregação do Evangelho, no discipulado, na Campanha 2016 evangelização de crianças e na área de educação cristã. ouvamos a Deus pelo mudança espiritual que o Mais uma perda compromisso dos Ba- Brasil necessita. A CampaA missionária Anna Teixeira Carvalho, apotistas brasileiros na nha “É tempo de avançar... sentada, também foi ao encontro do Senhor Campanha Nacional Multiplicando ao amor de no dia 31 de outubro, em Assis - SP. de Mobilização 2016 da Deus” tem levado as Igrejas Anna Teixeira de Carvalho nasceu no dia 09 JMN. Igrejas como a Comu- Batistas a disseminarem o de março de 1925. Formada em enfermagem, nidade Batista Esperança, em Evangelho em todo país. apresentou-se, em 1951, à Junta de Missões Anna Teixeira Rio das Ostras - RJ, que du- Certos de que, por meio Nacionais para servir a Deus na cidade de Carvalho, rante os meses de setembro e dessa mobilização, muitas Porto Nacional, no então estado de Goiás, vida dedicada outubro deu ênfase na Cam- vidas serão salvas, a nossa a servir ao hoje Tocatins. Anna foi responsável por mais próximo panha “É tempo de avançar... equipe está de prontidão de mil partos enquanto enfermeira. Em 1957, Multiplicando o Amor de para juntos fazermos a mea irmã Anna foi transferida para Natividade - TO. Em 1963 foi Deus”. “Gostaria de testemu- lhor campanha de todos os transferida para Cristalandia - TO, onde deu início a um novo nhar o quão gratos estamos tempos. Para isso, queremos ambulatório. Sua saída de Natividade causou impacto. Toda por ver o envolvimento de saber como está a Campanha a cidade sentiu e reagiu, e enviou um longo abaixo-assinado toda a nossa comunidade. em sua Igreja. Caso precise para o então diretor executivo de Missões Nacionais, pastor Não foi apenas o ministério de algum apoio referente David Gomes, pedindo o retorno de Anna para Natividade. de Missões que realizou a ao material, basta entrar em Em abril de 1964, a Junta autorizou seu retorno para a cidade, Campanha, foi a Igreja”, re- contato conosco. o que foi motivo de júbilo para o povo. A missionária perma- lata Ana Caroline, que com o Acesse http://www.missoneceu ali até 1980, atendendo ao povo como enfermeira e esposo, coordena o trabalho esnacionais.com.br/campacom a mensagem do Evangelho de Cristo. Nesta caminhada, de Missões na Comunidade nha-2016 e conheça todo foram aproximadamente 29 anos de serviço nos campos mis- Batista. material da Campanha “É sionários. Ela faleceu aos 91 anos de idade, em Assis - SP), sua Você e a sua Igreja tam- tempo de avançar... Multicidade natal. Oremos pelos familiares enlutados. bém podem fazer parte da plicando ao amor de Deus!”.

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Dramatizando a Igreja Perseguida

ue alegria é, mais uma vez, poder compartilhar de um testemunho que envolve os nossos artistas cristãos, povo que não têm se amedrontado em fazer a diferença e levar a mensagem do Amor e da Graça de Deus aos povos através da arte. Curta mais uma entrevista. Quem é Jônatas? Jônatas Alberto Pereira dos Santos, nascido em 30/11/1983, filho mais novo (dentre os 11 filhos) de Cícero Vitorino (in memoriam) e Adonília Pereira. Casado com Leidiane Pereira e pai de Esther Hadassa e (brevemente mais um integrante chegará na família, Nicolas Davi ou Laura Cecília). Escritor, romancista, poeta, colunista, professor cênico, produtor, diretor, ator. Estudou Artes Cênicas no Rio de Janeiro no Cursos de Teatro Zaira apresentações artísticas pela Zambelli e Cursos e Oficinas região. Ficamos um períoCênicas Geandro Pascarelli. do inativo, e com esta nova formação com o nome de Como nasceu seu amor DiscipuLuz em 2012. Após pela arte? a meu retorno do Rio de JaMinha primeira experiência neiro, senti o desejo de recocênica aconteceu em 25 de meçar o grupo de arte, fazer dezembro de 1983. Com e promover atividades artísapenas 25 dias de nascido, ticas e espetáculos que não precisavam de uma criança deixavam nada a desejar nas para representar Jesus Cristo. apresentações de peças das Não tive algo marcante que que participei ou prestigiei no tenha incentivado a fazer Rio de Janeiro, com criações, arte, mas o incentivo pela adaptações e direções de esarte veio através do meu ir- petáculos levados por regiões mão e pastor Edson Alberto, baianas, além de trabalhos que, na década de 90, dirigia seculares com minha compae escrevia peças para a Pri- nhia, levando a arte infantil, meira Igreja Batista de Ubatã musical, comédia, drama, – BA, onde sempre partici- teatro de rua, hospitais, etc. pava de suas peças, jograis e coreografias. Quais outros espetáculos já apresentaram? Como nasceu a ideia e for“A Grande Tribulação”; mação do grupo de teatro? “Marcas de Cristo”; “Mais O grupo de Arte da Igreja Uma Chance”; “Uma Histósempre existiu desde as dé- ria De Fé”; Pantomimas; “Jarcadas de 70, 80 e 90, mas dim do Inimigo”; “O Natá De ganhou força em finais de 90 Zé e Maria”; “Uma Prova De com a criação de alguns gru- Amor”; “O Mendigo Profeta”; pos de arte, até para motivar “Discipulado Caipira”; “O os adolescentes, que, com o Amor Nasceu”; “Tortura – A grupo participava de várias Igreja Perseguida”.

dade daquele irmão. E aquela imagem me fez refletir em minha vida e o que eu estou fazendo se sou cristão.

Quais os planos para o futuro do Ministério Artístico? O grupo convocou a juventude evangélica da cidade de Ubatã para fazer impactos evangelísticos com missões urbanas e rurais através da arte, cumprindo o Ide de Cristo e fazendo missões, teatro de rua. É possível ser artista profissional e ser cristão? Com certeza. O que importa é o testemunho que damos. Temos uma vida secular, afazeres como cidadão, por que não ter como artista também? Trabalho como professor cênico em uma escola, e tenho trabalhado a arte com estes alunos através da dança, da cultura. Isso é a raiz do nosso Brasil. Somos um país de arte e cultura. Certo é que temos que ter cuidado para certos trabalhos, pois a Bíblia nos alerta: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas nos convém”, mas temos que está envolvidos como cristãos nas mais distintas áreas da sociedade, quando o intuito é fazer a diferença.

Qual a importância de um Ministério artístico para uma Igreja local? Os tempos mudaram. Muitas Igrejas são joviais, e o mundo secular apresenta leques de oportunidades. Lamentavelmente, maioria que leva à perdição. Meu saudoso pastor Almir Ferreira sempre dizia: “Temos que fazer uma arapuca santa”. Pessoas são levadas a Cristo por meio da música, de uma peça ou poesia. Podemos usar nossa comunicação criativa como parte da liturgia do culto. Podemos evangelizar através da arte. Uma coreografia, uma peça de teatro, etc. Nós como Igreja temos um dever de fazer algo para ouvirem a Palavra. Não que essas pessoas serão salvas pela arte, pois E o profeta diz: “Quando quem salva é Cristo, e a arte não há sábia direção o povo é apenas um meio e o artista cai”. Se houvesse no mundo é o instrumento. mais cristãos envolvidos diDeixe uma mensagem aos retamente, a nossa sociedade estaria melhor, mas deixamos nossos irmãos artistas O rei Davi foi um artista, tudo nas mãos de pessoas sem compromisso com a éti- e de talento! Excelente múca, com a moral, sem temor sico, ótimos salmos. E um a Deus, que sentimos os re- destes salmos define a arte cristã (Salmo 150). O que sultados desta colheita. traz maldição é tudo que não é usado por Deus ou não é Como conheceu Jesus? Nasci em um lar cristão, fui para a glória de Deus. Não batizado em 23 de agosto de esconda seu talento e nem 1998. Mas meu dia de impac- seus dons. Deus te deu uma to, que me fez tomar decisões habilidade, use tudo, porque até na vida artística, quando dEle, por Ele e para Ele são decidi me aprofundar e me todas as coisas. Esteja com preparar, aconteceu em 22 vida no Altar, vida de orade agosto de 2008 quando, ção, de serviço e Deus vai em um culto de Ceia, o corpo te usar na Igreja, nos cultos de servidores estava na frente ao ar livre, em missões, na cantando junto com a Igreja sua vida secular, como vaso, a música “A história de Cris- instrumento, para o Reino. to”, e a forma como um dos Não fique de fora! Busque a irmãos cantava me chamou a atenção. Sentia o agir de multiplicação dos seus dons Deus na vida dele, e entendi e talentos para a glória de “Que Deus procura verda- Deus. Escreva para Roberto deiros adoradores e tais que Maranhão - Arte e Culturaassim O adorem em espírito CBB: marapuppet@hotmail. e verdade”. Conseguia ver a com / WhatsApp 11 949imagem de Cristo na simplici- 807808.


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Restaurando a alegria de receber Jessé Carvalho, coordenador JMM no Oriente Médio e Norte da África

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ma das histórias sobre missionários que sempre me identifiquei é aquela de um casal de missionários que retornava para casa em um navio depois de muitos anos de serviço no campo. Estavam com uma grande expectativa de como seriam recebidos. Quando o navio atracou no porto, eles perceberam que havia uma banda e tapetes vermelhos, flores e várias pessoas aguardando no cais. Eles ainda estavam no navio quando ouviram a banda começar a tocar e barulho de muitas pessoas. Quando eles finalmente chegaram à rampa de descida do navio, já não havia mais ninguém no porto, ninguém para recebê-los. O missionário, muito triste, olhou para a esposa e disse: “É isso que Deus nos reserva na volta para casa depois de tantos anos servindo a Ele no campo?”. A esposa, com muita calma e carinho, lhe respondeu: “Quem foi que disse que essa é a nossa casa? Nós ainda

não chegamos em casa”. Quando eu ainda pastoreava no Brasil, nós sempre recebíamos missionários na Igreja com muita alegria e procurávamos deixá-los bem à vontade. Para nós era um privilégio receber aqueles que eram os nossos enviados. Nós cuidávamos e recebíamos bem, não porque os achávamos pessoas especiais ou um tipo de crente de maior categoria. Fazíamos isso porque entendíamos exatamente o contrário. Eram pessoas iguaizinhas a nós, que sentem saudades da família, do país de origem, da comida brasileira. Por isso, procurávamos nos colocar no lugar deles, agindo com todo esse cuidado. Na prática, agíamos conforme Jesus nos ensinou em Lucas 6.31, “E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também”. Depois de oito anos no campo missionário, percebo o quão importante era a atitude de minha Igreja para com os missionários que nos visitavam. Ao longo desse tempo no campo, tenho sentido na própria pele aquilo que imaginava que eles sentiam. Como é difícil você

passar três, quatro anos longe e como é bom ser bem recebido quando retornamos a nossa Pátria e a nossas Igrejas. A cada período de três a quatro anos no campo, os missionários da JMM têm a oportunidade de vir ao Brasil. Temos três meses, dois para visitarmos as Igrejas, e um para férias e revermos a família. Ainda me lembro da primeira vez que retornamos depois de três anos no Oriente Médio. Estávamos tão entusiasmados para irmos às Igrejas, queríamos compartilhar o quanto Deus tinha feito em nós e através de nós. Nosso coração se regozijava ao vermos a alegria dos irmãos ao nos receber, mas ficávamos tristes quando não víamos esta vibração na Igreja que visitávamos. Desculpe dizer, mas percebíamos claramente quando a Igreja estava preparada para nos receber e quando não estavam. Quando mencionei que me identifico muito com a ilustração contada no início, é porque eu hoje entendo o sentimento do missionário da história. Não queremos ser recebidos com banda, com flores e nem sermos tratados

como super-heróis. Queremos ser recebidos como parte do corpo, a parte que foi enviada onde o resto do corpo não pode ir. Queremos sentir que é precioso para a Igreja o tempo que temos com eles para passarmos as informações que trazemos. É difícil chegar a uma Igreja que não se preparou para receber o missionário, e que parece que a nossa presença ali parece um peso. Eu me identifico com o missionário da história, e acredito que ele sabia que ainda não tinha chegado a sua terra de descanso e voltado ao seu destino final. Acredito também que ele só queria ser recebido com o carinho que geralmente as Igrejas têm para com os missionários. Hoje eu entendo a história desse missionário com muito mais propriedade, e já pude sentir um pouco do que ele sentiu, e sei que, em alguns casos, esse carinho e cuidado tem se esfriado em muitas Igrejas. Voltar ao nosso país, estar com a nossa gente, o nosso povo, que é a família de Deus, não é estar em nosso destino final, onde receberemos a verdadeira recepção de bem-

-vindo, mas estar aqui, ainda é o lugar onde podemos ser o que somos, missionários (falo isso em nome de todos os que trabalham em campos fechados), e quem somos, membros do Corpo de Cristo, onde podemos ter a liberdade de falar e compartilhar abertamente sobre a Palavra de Deus e contar tudo o que temos visto o Senhor fazer. Vamos resgatar a alegria de receber bem o missionário, que sempre foi característica marcante das nossas Igrejas Batistas. Assim faremos com que a alegria de regressar ao lar temporário também esteja no coração deles, até quando chegar o dia que, enfim, serão recebidos com a mais profunda alegria e festa no seu lar definitivo. Durante nossa campanha missionária, sempre no primeiro semestre de cada ano, é maior o número de Igrejas interessadas em receber a visita de um missionário. Por isso, as Igrejas já podem ligar para o nosso setor de promoção e agendar a participação de um de nossos missionários na sua programação. O telefone para contato é o: (21) 2111-1904

Mobilização missionária em planejamento para 2017 Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais

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equipe de Promoção e Mobilização Missionária se reuniu durante uma semana na sede de Missões Mundiais, no Rio de Janeiro, para um encontro de planejamento e alinhamento de ações para o próximo ano. De 07 a 11 de novembro, os mobilizadores participaram de uma série de atividades de imersão institucional e trocas de experiências em relação à promoção missionária nas Igrejas. A abertura aconteceu na noite do primeiro dia, com uma palavra sobre saúde emocional, e a interação com os colaboradores da sede aconteceu no dia seguinte, durante o culto semanal na manhã da terça-feira, 08 de novembro. Nessa ocasião, foram relembradas Campanhas da JMM de anos anteriores como um aquecimento para o que será realizado em 2017. O mensageiro do culto foi

o diretor executivo da JMM, pastor João Marcos Barreto Soares, que pregou baseado na passagem bíblica da Grande Comissão. O culto também contou com a participação dos diretores gerais da Convenção Batista Brasileira, pastor Sócrates Oliveira de Souza, e Fluminense, pastor Nilton Antonio de Souza. Durante o encontro, o gerente de Missões, pastor Alexandre Peixoto, falou sobre a estrutura missionária da JMM, explicou aspectos relacionados à coordenação no campo e citou projetos que têm permitido avançar com a mensagem da esperança em Cristo no mundo, sobretudo entre povos não alcançados. Também houve palavras de coordenações como a de Tecnologia da Informação e dos programas Voluntários Sem Fronteiras e Radical. Momentos de pastoreio e apresentações sobre o dia a dia na mobilização também fizeram parte da semana de alinhamento na sede da JMM.

Mobilizadores participaram de semana de alinhamento de ações da JMM para 2017

Pastores Alexandre Peixoto, João Marcos e Alípio Coutinho durante semana de mobilização JMM

Os mobilizadores foram apresentados ao mundo de comunicação institucional de Missões Mundiais. A gerente interina de Comunicação e Marketing, Marcia Pinheiro, falou sobre a importância do relacionamento com o público depois do advento das mídias sociais, apresentou materiais produzidos pela equipe da JMM e que estão disponíveis ao acesso de qualquer pessoa pela internet. Ela mostrou a presença de Missões Mundiais nas redes sociais e como esse tipo de comunicação tem alcançado um público cada vez maior. Também foram

apresentadas melhorias que tem sido estudadas com outros setores para aprimorar o Canal de Relacionamento do adotante. Outro assunto abordado pelos mobilizadores foi a preparação de eventos como os encontros e acampamentos de promotores de missões, cujas inscrições já se encontram abertas em www. missoesmundiais.com.br/relacionamento. A equipe está se organizando para melhor receber os promotores e lhes apresentar um conteúdo relevante que possa auxiliar a promoção da Campanha 2017 nas Igrejas Batistas de todo

o Brasil. Eles já tiveram uma prévia do material produzido pela equipe de Comunicação e Marketing que seguirá para as Igrejas da CBB. Para o coordenador de Mobilização da JMM, pastor Alípio Coutinho, um evento como esse contém uma importância para os mobilizadores conhecerem os conceitos da Campanha do ano seguinte, os grandes desafios institucionais e missionários, e avaliação do tempo trabalhado. “É importante também para a equipe entender os desafios de oração, de vocacionados e financeiros da instituição”, diz o pastor Alípio. “É importante também para eles receberem treinamento para melhor falar nas Igrejas, desafiar as pessoas e se portar na sua mobilização missionária, além de receber o planejamento para o próximo ano”, acrescenta. Para entrar em contato com o missionário mobilizador da sua região, escreva para promocao@jmm.org.br.


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Congregação de Cotia, filha da Igreja Batista Alemã de São Paulo, inaugura ginásio multiuso

Conselheiros e ex diretores

Apresetação das mulheres que participam do Núcleo

Apresentação

Apresentação do jardim temático

Roland Körber, membro da Igreja Batista Alemã de São Paulo - SP

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o dia 18 de setembro deste ano, a Igreja Batista Alemã de São Paulo (IBASP) cancelou quase todas as suas atividades. Restou apenas o culto matutino, que teve baixa frequência, e os que assistiram ao culto abandonaram o local com pressa logo em seguida. O que houve? Aconteceu que aquele foi o grande domingo da Congregação de Cotia, que funciona junto ao Lar Criança Feliz, pertencente à Junta de Serviço Social da Convenção Batista Pioneira. Foi inaugurado o novo ginásio multiuso construído no local - ou melhor, em frente ao local, do outro lado da rua. Assim, muitos membros da IBASP foram cedo para a localidade a fim de ajudar nos preparativos, o que esvaziou

o culto. Logo em seguida, todos foram liberados para ir a Cotia participar do evento. Explica-se a pressa: o caminho é longo e ao meio-dia havia um almoço esperando por nós. A partir das 15h transcorreu então a festividade da inauguração. Até agora, a Congregação de Cotia funcionava dentro das dependências do Lar Criança Feliz, o que não era conveniente, até porque poderia criar atritos legais. Além disso, a ênfase cada vez maior nas atividades do Núcleo Social, mais do que no Lar, fazia sentir a falta de um bom espaço coberto para atividades coletivas, esportivas e artísticas. Decidiu-se então aproveitar um terreno disponível do outro lado da rua para construir o ginásio que foi agora inaugurado. É um espaço muito amplo, com cobertura sustentada por estrutura metálica, comportando mais que uma quadra de esportes, um grande palco

e arquibancada, além de um salão no piso inferior, que será utilizado pela Congregação. A construção durou aproximadamente dois anos e foi financiada, em parte, pela própria Congregação, pela IBASP, por EBM-MASA e por ofertas pessoais de vários irmãos. O programa festivo iniciou-se com cântico do Hino Nacional e hasteamento de bandeiras, acompanhado pela Banda Militar da Guarda Civil Municipal de Cotia, que também inaugurou o palco ao abrir o programa com alguns números musicais. Ainda na área externa, foi descerrada uma placa comemorativa com os dados importantes do projeto. Após uma oração dedicatória, todos entraram no recinto coberto para apreciar uma sequência de saudações, homenagens a colaboradores que se destacaram em particular, cânticos, relatos e apresentações artísticas

das crianças atendidas pelo Lar e o Núcleo Social. Algo especial que aconteceu e muito nos alegrou foi o fato de podermos receber neste evento também a liderança da Convenção Pioneira (membros do Conselho de Planejamento e Coordenação e da Junta de Serviço Social). Ao mesmo tempo celebraram-se os 25 anos de existência do Lar Criança Feliz, cabendo neste contexto uma menção honrosa especial aos incentivadores iniciais deste ministério, todos já falecidos, a saber: o pastor Robert Schmidt, que deu grande sustento local à obra em seu início mais difícil, o irmão Rheinhold Plec, que se empenhou em particular na administração das obras das atuais instalações do Lar, e o pastor Horst Borkowsky, que, por meio de MASA, na Alemanha, proporcionou os recursos que permitiram dar início a esse ministério. Atualmente, a direção do tra-

balho está nas mãos do casal pastor Manfredo e Edith Landenberger, ela como diretora do Lar e do Núcleo Social; ele como pastor da Congregação e capelão do Lar e do Núcleo. Muitos outros participaram ao longo dos anos do desenvolvimento deste ministério. A citação de todos os nomes caberia bem em um relato histórico maior e detalhado do ministério em Cotia. Hoje, a Congregação que funciona no local inicia também uma nova fase, na qual busca criar identidade local sob o nome de Igreja Batista Ágape, ao dar assim o primeiro passo para sua emancipação em um momento oportuno. A inauguração do Ginásio em Cotia foi um evento marcante na história tanto da Junta de Serviço Social da Pioneira (Tabea), como da IBASP e da futura Igreja Batista Ágape, motivo de muita alegria e gratidão ao nosso Deus.


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Lidiane Ferreira, gerente de Comunicação e Marketing da Convenção Batista Baiana

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ma noite de gratidão a Deus, comunhão e de muita história dos Batistas, além dos hinos de louvor e adoração. Essa frase expressa um pouco do que foi o culto festivo pelos 134 anos dos Batistas na Bahia. Representantes de várias Igrejas da capital e do interior participaram da solenidade, que aconteceu no templo da Igreja Batista Dois de Julho, em Salvador, no emblemático 15 de outubro, mesmo dia em que foi fundada a Primeira Igreja Batista no Brasil, voltada para o evangelismo dos habitantes do país. A evangelização dos brasileiros por meio dos Batistas surgiu na Bahia e a Convenção Batista Baiana faz parte disso. Criada em 1909 como União das Igrejas Batistas da Bahia e reorganizada em 1923 com seu atual nome, a CBBA promoveu a programação que resgata o passado, comemora as conquistas até o presente e olha para o futuro.

Batistas baianos celebram 134 anos de história

Pastor Matheus Guerra e pastor Erivaldo Barros

Coro da Cristolândia

O secretário Geral da CBBA, pastor Erivaldo Barros, foi o dirigente do culto. Pernambucano de nascimento, mas baiano de coração, ele contou um pouco da história, e relembrou o início do trabalho Batista no Brasil em língua inglesa, na cidade de Santa Bárbara do Oeste (1871) e em Americana (1879); falou ainda sobre os pioneiros William e Anne Bagby, Zacharias e Kate Taylor, missionários americanos auxiliados pelo ex-padre brasileiro Antônio Teixeira de Albuquerque, e que organizaram a PIB do Brasil. Quem também contou a história dos Batistas foi o pastor Matheus Guerra, 1º vice-presidente da CBBA e pastor da Igreja Batista da Pituba, em Salvador; ele foi o orador da noite. Ele ressaltou

o fato de que a Convenção Batista Brasileira, a Junta de Missões Nacionais e a Junta de Missões Estrangeiras (hoje Mundiais) nasceram em terras baianas no ano de 1907. Destacou ainda a cooperação, unidade e comunhão entre os Batistas. Falou sobre a marca dos Batistas na área de educação, vide o Colégio Batista Taylor-Egídio, localizado em Jaguaquara-BA. O mais antigo colégio da denominação Batista no país completou 118 anos em outubro. Por fim, pontuou a importância de usarmos “O nosso discurso e muito mais a nossa prática para que muitas vidas sejam alcançadas para Cristo Jesus”. Numerosas vidas foram alcançadas por meio da evangelização realizada pelos Batistas. Dentre essas, a de Adriana

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Coros cantando Aleluia de Handel

Oliveira, que contou seu testemunho. Adriana foi voluntária da Cristolândia Bahia, que teve uma participação muito especial na noite festiva. Liderados pelo missionário Raphael Scotelaro, o grupo formado por rapazes formou um coro, cantando canções de exaltação ao Senhor e que demonstram a transformação em suas vidas, longe das drogas e perto de Jesus. O projeto completou três anos no estado no mês de outubro. Muita música durante a celebração dos Batistas baianos. A programação do culto contou com a participação dos corais da Igreja Batista Sião em Salvador (Coro El Shaday) e da Igreja Batista Metropolitana em Salvador (Coro Ágape). Os coros uniram-se para entoar o hino “Aleluia” de Handel. Os

presentes também cantaram o Hino “Avante Cristãos Baianos” e cantaram também com o ministério de louvor da Igreja Batista Dois de Julho, além de ouvirem a participação solo da cantora Lizandra Gonçalves, da Igreja Batista Sião. Pela data, os Batistas baianos receberam muitas manifestações de congratulação, como a do diretor Executivo da Convenção Batista Brasileira, pastor Sócrates de Oliveira, e do diretor Executivo da Junta de Missões Nacionais, pastor Fernando Brandão, ambos baianos, dentre outras autoridades civis e religiosas. Em 2017, os Batistas baianos estão convidados para o 135º aniversário do trabalho Batista, previsto para o dia 14 de outubro, no templo da Igreja Batista Filadélfia em Salvador.

Ao vitorioso pastor Billy Graham: 98 Anos de glórias Maria de Oliveira Nery, colaboradora de OJB “Bem-Aventurado os que trilham com integridade o seu caminho e os que andam na lei do Senhor.” (Sl 119.01)

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o homem que tem Deus no seu coração: Aqui está o meu servo a quem sustenho, o meu eleito em quem se compraz a minha alma: Porei o meu Espírito sobre ele e justiça produzira entre as nações.” (Is 42.1). A Deus toda honra e toda glória ao ilustre pastor Billy Graham pelo seu aniversário, ao completar 98 anos de glórias, já a caminho do seu centenário. Esta é a mensagem do pastor Billy Graham a todos os povos e nações: “Em Deus

está a minha Salvação, a minha Glória, a Rocha da minha fortaleza, o meu refúgio está em Deus. Confiai nEle, Ó povos, em todo o tempo, e derramai sobre Ele o vosso coração porque Deus está presente abençoando todos, de geração em geração” (Sl 62.08). Os EUA, especialmente a denominação Batista e a família do pastor Billy Graham, agradece a Deus pelos seus 98 anos de vida dedicados ao Senhor, a Jesus Cristo e a Igreja com muitas festividades e alegrias . William Franklin Billy Graham Jr. nasceu nos EUA, na Carolina do Norte, em 07 de novembro de 1918. É conhecido como pastor Billy Graham e considerado um grande pregador do Evangelho Batista Norte-Americano, e que ficou famoso pelas

suas cruzadas Evangelísticas mundiais, ao levar os ensinamentos da Palavra de Deus aos povos e nações dos cinco continentes, deixando em cada país suas mensagens positivas de que Deus é poder, e Jesus Cristo é a única esperança para se encontrar o caminho da Salvação e Paz com Deus. Apesar da idade avançada e saúde debilitada, o que dificulta as viagens, ele tem o privilégio que Deus lhe deu de, através de seus livros, transmitir suas mensagens, seus testemunhos,

ensinamentos bíblicos e sua comunhão com Deus. Pastor Billy Graham foi consagrado a pastor Batista Americano ainda jovem, e casou-se com a senhora Rute Bell Graham, com quem manteve matrimônio por 64 anos. E desta união tão feliz nasceram seus filhos Franklin, Ned, Gigi, Anne, Ruth, e depois vieram os netos e bisnetos. Seus filhos participam do seu ministério pastoral e, para sua alegria, eles conservam este ministério tão glorioso, como evangelizadores nos EUA e em vários países. Billy Graham hoje vive do carinho que recebe dos seus filhos e muitos irmãos em Cristo que lhe visitam. Vive também de saudades de sua querida esposa Ruth, que faleceu em 2007. E assim ele se expressa sobre sua querida esposa

Ruth: “Uma melhor admirável, virtuosa, uma mulher de oração e muito consagrada a Deus. Era linda, elegante, bondosa, e me amou de verdade, fez-me um homem feliz, e me deu 5 filhos que eu amo. Eu me considero um homem realizado como pastor, esposo, pai e avô, e amo a minha Pátria USA. Agradeço a Deus tudo que sou e consegui realizar como um servo de Deus”. Ao ilustre pastor Billy Graham e sua família, o abraço de feliz aniversário de 98 anos, dos seus admiradores irmãos em Cristo Batistas brasileiros. Que Deus te abençoe e te guarde e te dê muitos anos de vida para nossa alegria. “Louvarei ao Senhor durante a minha vida, e cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver.” (Sl 146.2).


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ponto de vista

Departamento de Ação Social da CBB

Unidade frente às divergências ideológicas Artigo extraído da Aliança Evangélica (http://www.aliancaevangelica.org.br/index. php/recursos/noticias/216-unidade-frente-as-divergencias-ideologicas) “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.
Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar.” (II Cr 7.14-15) 
 ão faz muito tempo desde que tivemos relativa concordância na

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sociedade brasileira. Em junho de 2013, a Nação foi às ruas e foi protagonista da maior manifestação popular já registrada no país, desde as campanhas para as Diretas Já. Ainda que não houvesse uma pauta única, houve algum consenso em relação a um ponto, qual seja, a generalizada ausência de ética na política brasileira, produto de uma sociedade onde a corrupção, muitas vezes chamada de ‘jeitinho’, predomina. De lá para cá, o que se observou foi um aprofundamento da crise política, uma vez que esses ‘atores’, com exceções, buscaram, de toda forma, a sua sobrevivência institucional, mostrando

pouca ou nenhuma intenção de elaborar um ‘mea culpa’ que pudesse, quem sabe, dar sequência a um esforço comum, no sentido de viabilizar uma profunda Reforma Política no Brasil. As diferenças ideológicas criaram um ambiente de profundo mal-estar, especialmente entre aqueles que optaram pelo caminho da violência, que gera um estado de polarizações que, ao que parece, vai durar por muito tempo. Hoje, a justiça segue revelando os maus feitos desses criminosos de colarinho e teme-se que, uma vez homologadas as delações dos executivos da Odebrecht, não permaneça pedra sobre pedra.

Mais do que nunca, precisamos orar pela unidade nacional. Não serão os políticos corruptos que, nesse momento, aglutinarão capital de legitimidade para unir a Nação no sagrado interesse do bem comum. É preciso muita sobriedade e comprometimento cidadão com o futuro do nosso país. Por isso, conclamamos a Igreja brasileira a unir as mãos e dobrar os joelhos diante dAquele que conduz a história e, na Sua soberania, haverá de conduzir a nossa Pátria a um porto seguro. Em nossas orações, apresentemo-nos diante de D eus c om o pa r te do problema. Confessemos os

nossos próprios pecados, uma vez que esse estado de coisas não seria possível não fosse a conivência velada e silenciosa de toda a sociedade que, agora, vê desmoronar esse castelo de cartas que ela mesmo, na ação ou na omissão, ajudou a construir. Em nossas orações, clamemos por justiça e paz. Não a justiça que destrua as pessoas, mas que as transforme, no melhor espírito evangélico, em agentes do bem comum. Não a paz que seja fruto de uma ordem aparente, mas Shalom, a paz que se expresse em saúde, harmonia e prosperidade para todos.
Oremos assim, por nós mesmos. Oremos pelo Brasil!


o jornal batista – domingo, 20/11/16

ponto de vista

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Construindo um templo - III Dependendo do tipo do Amurabe Farel Bernardes de solo e do tipo de construção, Andrade, arquiteto o calculista optará por estacas eguimos em uma sé- ou sapatas para apoiar todo o rie de textos sobre a peso da construção no solo. construção de temInstalações Elétricas plos. Já vimos que os Esse projeto visa identifiprojetos auxiliares são muito importantes para a execução car a carga geral de energia da obra e, também, para ela- necessária para o prédio. Vai boração do orçamento, isto definir toda a iluminação dos é, para conhecer o custo da ambientes, a posição e alimenobra. Além disso, quero de- tação das tomadas, a carga dos talhar um pouco mais o que equipamentos, por exemplo, esperar de cada um desses de ar-condicionado, elevador, enfim, tudo que consuma projetos. energia na edificação, definindo assim a carga elétrica ideal Cálculo estrutural Normalmente elaborado a ser contratada com a concespor um engenheiro calcu- sionária de energia. Muitos não sabem, mas se lista, que vai estudar de que forma será distribuído o peso esse dimensionamento não da construção projetada para for feito de forma correta, em o terreno. Então, às paredes respeito as normas técnicas, a do projeto de arquitetura conta mensal pode ser muito serão acrescentados pilares superior à necessária, ou e vigas de forma a distribuir por sobrecarga de fios mal dimensionados ou por cono peso da construção.

S

tratar carga muito superior à necessária. Contrate um bom engenheiro eletricista. Deve ser considerada a possibilidade de investimento em geração de energia eólica ou fotovoltaica ainda nessa fase de projeto. O investimento em geração de energia ainda é elevado em nosso país, no entanto, já existem soluções no mercado que apontam retorno do investimento entre 04 e 08 anos, dependendo da instalação. Instalações hidráulicas e de esgoto Além do dimensionamento de tubos e caixas, esse projeto deve respeitar as normas técnicas que definem as necessidades mínimas de reserva de água e de fluxo de esgoto, relacionadas ao número de pessoas que ocupam a edificação. Além disso, é fundamental considerar o reaproveitamen-

to de água das chuvas como fase de desenvolvimento medida de economia e de dos projetos auxiliares. Essa responsabilidade ecológica. providência pode evitar gastos com revestimentos de Projeto acústico e paredes, painéis acústicos e de sonorização substituição de revestimenExiste ainda pouca atenção tos de forro por não ter sido dedicada a essa área. Quan- analisada a reverberação do do se fala em sonorização de ambiente. Existem ainda outros proIgrejas, as pessoas pensam logo em caixas acústicas, jetos auxiliares, como o de amplificadores e microfones contenção e combate a inespeciais. Muito antes disso cêndio, que é, inclusive, é fundamental um bom pro- exigência para obtenção da jeto acústico. Dependendo licença de obras. O objetivo deste texto foi da escolha dos materiais de revestimento dos ambientes ressaltar a importância e a podemos ter índices de re- abrangência dos projetos verberação de som que ne- auxiliares. É o somatório dos nhum equipamento vai con- trabalhos desses profissionais seguir corrigir. As pessoas que vai garantir uma execupassam a aumentar o volume ção de obra mais programada do som para compensar e a e organizada. reunião fica insuportável. Dúvidas? Algum tema que É muito importante pro- você gostaria que fosse aborcurar um profissional es- dado aqui? Faça contato copecializado em acústica migo através do e-mail: amupreferencialmente ainda na rabe.andrade@gmail.com

A vontade do homem Eduardo Romero, membro da Igreja Batista em Campina da Lagoa - PR

C

onsidera-se o presente texto como uma resposta a seguinte ideia: o homem é inteiramente livre para conduzir sua vida em direção a Cristo, ou não, se assim o desejar. Porém, ao longo deste texto apresentarei algumas passagens bíblicas que contrariam essa ideia humanista. E em especial a passagem do Evangelho de João, capítulo 8, verso 36. A Bíblia nos mostra, desde o início, a criatura humana agindo de acordo com sua vontade, como dar nomes aos animais (Gênesis 2.1920) e o ato de desobedecer a Deus (Gênesis 3), como também em todo o restante das Escrituras. Assim não trago a ideia de que o homem é um ser sem vontade, o problema é – a sua vontade é amparada em quem? Segundo as Escrituras a vontade do homem não é

arbitrariamente livre, como alguns pregam, mas é inclinada para o mal (Êxodo 32.22, Oséias 11.7 e Efésios 2.2-3). Isso se deve ao fato de que por meio da desobediência a ordem de Deus o pecado entrou no mundo, e ao entrar, perverteu toda a criação, incluindo o homem em todos seus aspectos, inclusive separando-o de Deus. A esses que estão separados de Deus, assim estão por sua própria vontade, pois sua vontade é contrária a vontade de Deus, como escreveu o profeta Oséias. “O meu povo é inclinado a desviar-se de mim” (Oséias 11.7). Como escreveu Paulo, todos somos, por natureza, filhos da ira, filhos da desobediência, inimigos de Deus, não há no homem natural qualquer volição em direção a Deus. (Romanos 3.10-18, 5.9-10). Considerando serem verdadeiras as afirmações registradas na Bíblia, compreende-se que o homem não tem em

si capacidade de responder positivamente ao chamado de Deus. Mesmo com sua capacidade intelectual plenamente favorável ao raciocínio o que o impede é a sua própria vontade. (João 5.40) Com essa verdade presente em toda a Escritura, torna-se também notável no texto do Evangelho de João, capítulo 8, o qual narra o dialogo de Jesus com alguns judeus que aparentemente creram nEle (v.31). Jesus trata com esses homens a realidade da escravidão ao pecado, e consequentemente a escravidão de suas vontades também ao pecado. “E conhecereis a verdade (a saber, Jesus Cristo), e a verdade (Jesus Cristo) vos libertará” (v.32). E também no v.36: “Se, pois, o Filho (Jesus Cristo) vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Jesus falava a homens que aparentemente creram nEle, pois depois de ouvirem tais palavras eles revelaram seus intentos: “...Procurais matar-me, porque a minha palavra

não está em vós” (v.37). E no verso 43 novamente é revelada a questão da imperfeita, contrária, depravada e “incapaz” vontade do homem: “...É porque sois incapazes de ouvir a minha Palavra.” E aos mesmos homens, que aparentemente creram (v.31), Jesus referiu as seguintes palavras (v. 44): “Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos...” Veja que a vontade deles estava inclinada a satisfazer o desejo de seu pai, ou seja, o diabo. A vontade deles era essa. É por isso, pelo fato de a vontade do homem ser tão contrária a Deus, que Jesus diz: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer...” (João 6.44). E isso é de fato verdadeiro, pois quando Jesus se refere àqueles que foram feitos filhos de Deus, assim o foram pela vontade de Deus, e não do homem. Isso está muito nítido em João 1.12-13, como segue abaixo: “Mas, a todos quanto o

receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de deus.” Portanto, aqueles que creem em Cristo, por sua própria vontade, assim o fazem por que a vontade de Deus agiu de forma soberana sobre esses, regenerando a sua vontade, fazendo-os nascer de novo! “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim” (Jo 6.37). Por que é tão certo que todo que é dado ao Filho pelo Pai de fato virá? Porque Deus trabalha de modo que a vontade desses é fazer a vontade de Deus, e assim creem. “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de credes nEle...” (Fp 1.29). Portanto, o que nos cabe agora, é louvar a Deus, e sermos gratos por nos regenerar a vontade e ter-nos levado ao seu encontro.



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