ISSN 1679-0189
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
Ano CXIV Edição 47 Domingo, 22.11.2015 R$ 3,20
Dia do Ministro de Música Batista
Destaque
Notícias
“Coro na Bagagem”: Dez anos cantando a Mensagem do Amor de Deus pelo Brasil
Mulheres Batistas de São Paulo e Alagoas abraçam a Campanha Outubro Rosa
Págs. 08 e 09
Pág. 10
Coluna Observatório Batista
Confira: “Seminários, ainda são escolas de profetas?” Pág. 15
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reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA
Música na Igreja
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Vanderlei Batista Marins DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios: jornalbatista@batistas.com Colaborações: editor@batistas.com Assinaturas: assinaturaojb@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.ojornalbatista.com.br A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Jornal do Commércio
“A Palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações” (Cl 3.16).
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ara que serve a música na Igreja? Como encaixar esta música nos serviços de culto? É apenas uma performance, um enfeite ou algo para amenizar o conteúdo da mensagem, ou para diversão de quem a ouve ou executa? A música sensibiliza e atrai. Trabalha na emoção, mas música na Igreja é um meio e não um fim nela mesmo. É uma música funcional. Não é arte pela arte. É arte com uma função. É para Culto, Adoração, Glorificação e Louvor ao Deus - Pai, Deus- Filho, e Deus - Espírito Santo. É para ensino, edificação e crescimento cristão. É para con-
solo, conforto, testemunho, evangelização e proclamação da Palavra de Deus. Cumpre uma missão, que é dar vida aos textos bíblicos ou poéticos que servirão para reafirmar princípios bíblicos, doutrinas, direção na vida cristã, complemento e auxiliar na fixação do conteúdo da mensagem falada. Música na Igreja é ministério e não palco, e culto não é o momento para demonstração de performances, ou atuações, as mais variadas e em muitas ocasiões desconexas. Quando cantamos estamos orando junto, dizendo ao Senhor nossas necessidades e tribulações. Também dizemos ao Senhor o nosso amor por Ele. Porém, mas nossos cantos precisam também falar ao coração do irmão, testemunhando do poder do Seu amor. Cantos de comunhão, que falem sobre as nossas diferenças e, ao mesmo tempo, mostrem que o que nos une é mais forte
do que o que nos separa. Somos diversos, mas o Espírito Santo que nos chamou para a Salvação e para a boa obra é o mesmo. Este Espírito de Deus é que nos une em amor. E onde o Espírito de Deus habita há amor, bondade, domínio próprio, paz, paciência, alegria, fidelidade, amabilidade, segundo o que diz Gálatas 5.22-23. “Só o homem crucificado pode pregar a cruz”. Disse Tomé: ‘A menos que eu veja em suas mãos o sinal dos cravos... não crerei’ (Jo 20.25). O doutor Parker, de Londres, disse que o que Tomé falou acerca de Cristo, o mundo hoje está dizendo a respeito da Igreja. E o mundo também está dizendo a cada pregador: A menos que eu veja em tuas mãos as marcas dos cravos, não crerei”. (Stott – A Cruz de Cristo) Só o homem que morreu com Cristo pode pregar sobre esta Cruz. Precisamos ter cuidado para não esquecer o
porquê de estarmos servindo ao Senhor Deus com esta ferramenta - música. É a percepção do seu amor que nos faz olhar para a Sua Cruz, e seguir alegres com esta certeza pessoal: “Eu sei que o meu Redentor vive”. Cantemos a Redenção do homem realizada na Cruz de Cristo. Cantemos este amor que nos faz irmãos, cantemos sobre Jesus e seu maravilhoso olhar e perdão, Seus ensinamentos, Sua verdade, Sua justiça, Suas leis e Seu caminho que é o único para a salvação. Cantemos sobre a presença do Doce Espírito Santo que nos guia em toda a verdade, que nos constrange chamando cada ser humano para uma nova vida. Westh Ney Rodrigues Luz, MM, professora do Seminário do Sul (FABAT); membro da Igreja Batista Itacuruçá e regente dos Coros Cantares e Hospital Evangélico
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bilhete de sorocaba Julio Oliveira Sanches
Fontes da Salvação
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regozijo do profeta é indescritível. Tomado de emoção e gratidão pelo reino vindouro do Messias, convida o povo a regozijar-se pela grande salvação, fruto exclusivo da Graça de Javé. Em uma terra onde a água era escassa, os redimidos do Senhor são instados a “Com alegria tirar águas da fonte da salvação” (Is 12.3). Fontes onde borbulha a graça abundante da misericórdia divina. Apesar de se revelar como povo rebelde e contradizente, segundo Romanos 10.21, em sua terna misericórdia e paciência Deus não desiste do seu povo. As fontes da alegria concedidas pela salvação foram esquecidas. Israel as substituiu por cisternas rotas e contaminadas, de acor-
do com Jeremias 2.11-13. A expressão do profeta é de horror. Ações que traziam em si o horror das escolhas humanas, sem a aquiescência de Deus. Escolhas feitas sem a participação divina. Os resultados funestos são creditados a Deus como responsável pelas consequências. “Deus quis”, “Foi a vontade de Deus”, “Deus permitiu, cabe-nos aceitar”. Deus responde que nada tem a ver com as consequências de escolhas humanas. Em meio ao caos que se instala Deus convida o Seu povo a voltar às fontes das águas da vida. Abandonar as cisternas contaminadas pelo pecado e sorver a água da vida. Em resumo: sincero arrependimento e profunda comunhão com Cristo. Nada mudou, estamos em crises profundas. Os paliati-
vos humanos com suas cisternas contaminadas pelo pecado há muito deixou de oferecer solução. Nas Igrejas, os salvos se regozijam com as baladas, com horários diferenciados para atender adolescentes e jovens. O púlpito preocupado com números em detrimento da essência do Evangelho. Mensagens agradáveis aos ouvidos que há muito perderam a acuidade. Incapazes de filtrar a verdade da mentira. Importante é não confrontar e ser confrontado pela Bíblia. Jesus é colocado de lado, Suas verdades são desprezadas, não valem para os dias de hoje. Cumpre-se a profecia do apóstolo Paulo: “Chegará o tempo em que não suportarão a sã doutrina” (II Tm 4.3). Tudo isso somado leva à decadência em que vivemos.
Mesmo como salvos passamos a crer em profetas humanos. Soluções elaboradas por homens e mulheres não tementes a Deus. Votamos pelas ofertas feitas por satanás em suas baixelas de ouro, crédulos de que as mentiras são verdades a serem aceitas sem questionamentos. Trocamos a bênção por pratos de lentilhas confeitados com o aroma do mal. Iludidos pela aparência e a fome insaciável de soluções mediáticas. Esquecemo-nos de alimentar a luz que brilha nas trevas e dar sabor ao sal que impede a deterioração. Esquecemo-nos de Deus. A sociedade oferece-nos a cada dia cenas, as mais degradantes, do pecado existente no coração humano. Homens, mulheres, crianças e idosos caminhando a procura
da paz, de abrigo e sobrevivência de melhores dias. Criaturas amadas por Deus, por quem Jesus morreu, sem esperanças. Aqui em nossa Pátria a corrupção é aceita, exaltada, e sorri da justiça dos homens. Governo débil, sem força moral para tomar decisões concretas, necessárias, por estar comprometido com o mal. E os salvos felizes em seus templos a “louvar”, sem questionar o momento atual. Muitas festas, muitos congressos que se propõem ensinar e que nada ensinam. Satisfeitos com as cisternas rotas do pecado que cegam, emudecem e impedem de ouvir o clamor das almas a caminho do inferno. Precisamos voltar às fontes da salvação e transmitir a alegria que só Jesus pode oferecer.
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GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE
Para que vos torneis irrepreensíveis Celson de Paula Vargas, colaborador de OJB “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15).
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er irrepreensível é não ser motivo de qualquer repreensão ou censura por parte da opinião pública. Isso é a condição estabelecida por Jesus para todos que aceitarem Seu chamado para, primeiro, serem justificados de seus pecados mediante a fé em sua morte sacrificial. Segundo, se tornarem Seus discípulos, Seus seguidores, Sua Igreja. Para isso, a Igreja precisa se destacar em meio a sociedade pervertida e corrupta na qual ela está inserida para ser instrumento de Deus para salvação:
1) Estar sob o senhorio de Jesus, ou seja, ser absolutamente obediente às suas determinações para a nova forma de vida dada aos que nEle estão. Falar espiritual, em meio a um alarido carnal; comportamento ou postura espiritual, em meio a um mar de ofertas corrompidas e pecaminosas; reagir benignamente, diante de ataques malignos; perseverar nos valores divinos para a família, para a sociedade, para a Igreja em todos os tempos e contextos. 2) Instituir uma liderança humana totalmente comprometida com o Evangelho e em plena realidade de fé em Deus e em Jesus. Que pregue o verdadeiro Evangelho que confronta o homem com seus pecados e o esclarece quanto à necessidade de se entregar a Jesus para ser salvo da geração pervertida que ele constitui. Nunca pregando outro Evangelho, pelo qual apresenta
OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia
promessas que satisfaçam unicamente as necessidades carnais do homem, como se sua vida fosse somente para esse mundo, sem lhe dizer que um dia, infalivelmente, estará diante do tribunal de Cristo. Nunca criando uma Igreja ou Congregação meramente social, onde as pessoas vão para se divertirem e não para oferecerem um culto a Deus. Onde cantam o que gostam, dançam, se sensualizam, se divertem, comem e bebem sem nenhuma reverência diante de Deus, onde o púlpito ou tribuna de proclamação da Palavra é encostada a um canto, para dar lugar a um palco de espetáculos irreverentes. Isso é uma grande tentação para o líder, pois, por ser o que o povo gosta e quer, promove um enchimento da Congregação. “Por isso, como é o povo, assim é o sacerdote; e castigá-lo-ei pelo seu procedimento; e lhe darei pago das suas obras” (Os 4.9).
Varas limpas “Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” (Jo 15.2).
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comparação de Jesus é simples e direta. Varas da videira existem para dar fruto. O peso de não dar fruto obriga o lavrador a cortar as varas infrutíferas. E ele “Limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” (Jo 15.2). Convivemos com uma religião de consumo: Muitos crentes frequentam suas Igrejas para receber algo, para frequentar um bom ambiente, para ouvir músicas bonitas, para diminuir um pouco seu senso de culpa.
A mensagem trazida por Jesus não é para estimular consumo. Pelo contrário, é para criar em nós um espírito de frutificação e de doação. Nossa vida de comunhão com o Senhor deve produzir frutos, dando testemunho de Cristo para abençoar os outros. Não importa quantos talentos o Senhor nos deu. Nossa responsabilidade é aplicá-los e desenvolvê-los, para a Glória do Senhor e para o benefício dos outros. É por isso que o Senhor limpa suas varas: Não somente porque dão frutos, mas porque devem dar mais frutos. O Senhor é um Deus de alta qualidade e de vida abundante. Se quisermos continuar a ser varas do Seu tronco, o jeito é dar fruto. E permitir que Ele nos limpe.
Integridade Cleverson Pereira do Valle, colaborador de OJB
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que é integridade? O dicionário define como inteiro, inteireza. Ao ler o livro de Daniel na Bíblia percebemos um homem diferente. Daniel foi um homem íntegro. Ele e seus companheiros foram levados para o cativeiro babilônico, lá seus nomes foram trocados, passaram a
conviver com uma cultura diferente, língua diferente e conviver com a saudade da sua Pátria. No reinado de Dario foi assinado um decreto que batia de frente com as convicções de Daniel. Qual foi a atitude dele diante do decreto do rei? Ele continuou firme nas suas convicções. Daniel orava três vezes por dia, mantinha intimidade com Deus, ele era íntegro na sua vida espiritual. Precisamos manter uma vida devocional com Deus, falar
com Ele através da oração sempre. Nada pode abalar o nosso relacionamento com Deus. Mesmo que a sociedade faça pressão, não podemos abrir mão da vida com o Senhor. Daniel era íntegro na sua intimidade com Deus e também era íntegro na sua vida profissional. No capítulo 6 de Daniel diz que ele tinha “espírito excelente”. Tudo que Daniel fazia era com excelência, ele não era um profissional meia boca, ele
não fazia as coisas de qualquer jeito. A mediocridade é inimiga da integridade. Quando somos relaxados, quando damos o nosso pior na área profissional, não somos íntegros. A integridade de Daniel foi percebida por todos à sua volta, tanto é que incomodou os seus “amigos”. Daniel foi lançado na cova dos leões, correu o risco de morrer. Deus fechou a boca dos leões e livrou Daniel.
Muitas vezes corremos risco de morte por manter a nossa integridade, mas é assim que Deus deseja ver os seus filhos, firmes na causa que abraçaram. Que sejamos como Daniel, que os nossos familiares, amigos possam ver em nós uma vida de intimidade com Deus, fidelidade na área profissional e que através das nossas atitudes muitos reconheçam que servimos ao Deus vivo e verdadeiro.
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Cristão 1.8 Jeferson Cristianini, colaborador de OJB
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as duas últimas décadas as montadoras de automóveis em nosso país foram gradativamente diminuindo a potência dos motores dos carros. Na década de 90 era comum carros com motores 1.6 e 1.8, mas a busca por economia de combustível por conta do alto preço fez com que as montadoras produzissem carros com motores 1.0, mas que fossem fortes. O carro 1.0 é uma das marcas dos modelos populares em nosso país. Os modelos 1.0 são econômicos e podem ser alimentados com álcool (metanol) ou gasolina, são planejados para serem Flex. Nosso país é pioneiro na produção de modelos Total Flex. Assim devem ser os cristãos 1.8. Não devem imitar o mundo e nem se moldar
aos padrões do mundo, mas devem entender o contexto onde estão inseridos, fazendo com que toda cultura seja reconciliada pelo Evangelho. O cristão 1.8 nada tem a ver com um novo modelo de carro, mas é uma alusão ao texto bíblico registrado no livro de Atos: “(…) Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Esse verso é recitado por muitos cristãos, mas pouco praticado cotidianamente. O cristão 1.8 é aquele que vive a missão de ser cristão, aquele que entende que ser cristão não é receber uma nomenclatura cristã e sim uma missão de seguir os passos do Mestre e Salvador Jesus Cristo. O cristão 1.8 é aquele que não escolhe o seu campo de atuação, mas que
busca ser sal e luz no contexto aonde Deus o plantou. É aquele que busca ser relevante para as pessoas de sua rede de relacionamentos e busca construir pontes para a evangelização e discipulado. O cristão 1.8 é aquele que se dispõe a ser uma benção nas mãos de Deus para alcançar almas perdidas; é aquele que prioriza o Reino de Deus e Sua justiça, sabendo que todas as suas necessidades serão supridas por Deus. O cristão 1.8 tem e nutre uma espiritualidade bíblica que se afasta da hipocrisia farisaica ensinada pela religiosidade e se aproxima da espiritualidade do quarto aonde Deus, o Pai, vê tudo em secreto. O cristão 1.8 é aquele que internaliza a missão de proclamação do Evangelho a começar do seu contexto, da sua cidade, do seu bairro, do seu estado, do seu país, até ganhar o mundo, até chegar
aos confins da terra. O cristão 1.8 é aquele que olha para o mundo com compaixão e graça e deseja ver pessoas salvas e remidas pela graça salvadora de Deus. O cristão 1.8 se engaja na missão de Deus em buscar e salvar o pecador perdido; é aquele que ora e clama pelas almas perdidas, é aquele se compadece das mazelas humanas ao seu redor. O cristão 1.8 não escolhe o campo aonde vai atuar como missionário, mas é aquele que se dispõe a serviço do Reino de Deus e se alegra em anunciar a soberania do Rei Jesus. O cristão 1.8 se dispõe a servir ao Senhor e a Sua seara, e clama por mais ceifeiros e por semeadores. O cristão 1.8 é aquele que serve ao Senhor com alegria e com desprendimento de recursos e de tempo. O cristão 1.8 é aquele que estuda as Escrituras e aprende com o Mestre Jesus a olhar
para as pessoas perdidas com compaixão e graça. É aquele que ama as Escrituras Sagradas, pois elas dão testemunho de Jesus e apontam para a salvação eterna. O cristão 1.8 é aquele que representa o reinado de Deus aqui na terra; é aquele que recebeu a missão de ser sal e luz do mundo. O cristão 1.8 foca em ser uma testemunha viva do Evangelho de Jesus e da transformação que o Evangelho opera na vida do pecador. O cristão 1.8 vive para a Glória de Deus. Seja você também um cristão em missão no mundo que reflete os valores do reinado eterno de Jesus Cristo, o filho de Deus. A sociedade precisa de pessoas com o perfil do cristão 1.8. O mundo te espera e Deus quer se alegrar com sua atuação. Seja você um cristão 1.8 que arranca aplausos e que promova festa no céu por pecadores arrependidos.
O serviço da diaconia José Octávio dos Santos, diácono da Primeira Igreja Batista de Niterói – RJ, expresidente da ADBB
É
comum, em nossas Igrejas Batistas, a celebração do Dia do Diácono no segundo domingo do mês de novembro. Infelizmente, por motivos diversos, algumas Igrejas não observam a importância desta organização na vida da Igreja local, talvez por não entenderem a conotação da palavra diaconia, que é um serviço muito pessoal, intimamente relacionado com o serviço a Deus e à Igreja. O diaconato é, pois, um ministério cristão que foi originado de um fato social: Surgiu da necessidade da Igreja Primitiva prestar socorro às viúvas, segundo a narrativa de Atos 6.1-7. Assim, os diáconos foram chamados para assistir aos apóstolos e pastores na solução das dificuldades oriundas do crescimento
vertiginoso do número de fiéis e suas implicações. O ofício básico do diácono é o serviço e servir bem. Se ele não se presta a este mister, não pode ser considerado diácono. É tudo, menos diácono. Para tal, é necessário que seja um bom servo e que tenha um grau mínimo de habilidade e estatura espiritual. A diaconia é um serviço incondicional e amoroso a Deus e à Igreja. Infelizmente, em muitas Igrejas, os diáconos estão desviados da função para que foram instituídos e, assim, deixam de cooperar para o funcionamento ministerial da Igreja. A essência de um diácono está relacionada com o servir a Deus e à Igreja, exercendo este serviço com excelência, zelo, responsabilidade e compromisso com a Obra de Deus, sempre em harmonia ao pastor da Igreja. Diáconos devem ser homens e mulheres especialmente qualificados, segundo consta na carta de I Timóteo
3.8-13, e escolhidos para servir sob a orientação dos pastores ou líderes locais. O verdadeiro diácono reconhece a verdadeira dimensão do seu cargo e a exata razão da sua chamada. Ele cumpre com alegria todas as suas atribuições, firmado em profundo embasamento espiritual, sempre em atitude de serviço, certo de que “Os que desempenham bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé que há em Jesus Cristo” (I Tm 3.13). As qualificações diaconais contidas na Bíblia são requisitos imprescindíveis e tornam o obreiro mais apto a exercer o ministério de socorro aos necessitados e o serviço aos santos. É preciso que cada diácono esteja aprimorando essas qualificações, sempre focado no exemplo máximo de serviço, simplicidade e dedicação deixados pelo Senhor Jesus Cristo, o diácono por excelência. Além disso, necessitamos,
como diáconos e diaconisas do Senhor, desenvolver uma convivência amável, saudável e respeitosa com os nossos pastores, aos quais servimos também através da sua mesa. O diácono constitui-se o auxiliar mais direto do pastor ou, pelo menos, deveria sê-lo. Aliás, os diáconos foram constituídos, na Igreja Primitiva, justamente para que os apóstolos se mantivessem afeitos aos ofícios de seu ministério: A oração e a palavra. Também o diácono deve ser cuidadoso com o seu pastor, propiciando-lhe as condições necessárias a fim de que ele possa dedicar-se às suas lides. Cultive com o seu pastor aquele companheirismo tão próprio dos cristãos primitivos, sempre atento às suas orientações e necessidades. Agindo assim, o ministério da Igreja terá êxito e procederemos em conformidade com a Palavra de Deus.Para se exercer um diaconato irrepreensível, é mister agir de acordo
com a Bíblia, buscando viver um estilo de vida centralizado em Jesus Cristo, jamais em si mesmo. A grandeza do diácono é determinada pelo serviço. Os líderes que são servos apreciam o valor dos outros e percebem que não são superiores a ninguém e que o seu trabalho não é superior a nenhum outro trabalho. Um verdadeiro diácono tem o coração de servo, tendo Jesus como exemplo e padrão de vida. Que este tempo de celebração pelo Dia do Diácono Batista seja uma oportunidade para refletirmos sobre a nossa missão e, ao final, percebermos se estamos dentro das exigências contidas na passagem de I Timóteo: “Os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância... Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (I Tm 3.8-13).
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missões nacionais
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Missionária participa de clínica de capacitação para o ministério com surdos Redação de Missões Nacionais
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missionária Marília Moraes, gestora do Ministério com Surdos de Missões Nacionais, esteve na Igreja Batista no Jardim Novo Horizonte, em Piabetá - RJ, onde teve a oportunidade de ministrar durante uma Clínica de Capacitação para o Ministério com Surdos. O objetivo da reunião foi o preparo de alguns membros para a plantação de uma Igreja em LIBRAS. Entendendo as necessidades sociais dos surdos como povo não alcançado no Brasil, Missões Nacionais realiza ações estratégicas para atender a esta demanda com objetivo de preparar discípulos multiplicadores. Há mais de 9,7 milhões de surdos brasileiros que não
Marília ministrando na IB no Jardim Novo - RJ
têm a oportunidade de ouvir a mensagem de salvação. Eles não podem compreender esta mensagem se não for pregada em sua língua, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). “É necessário capacitar liderança formadora de discípulos, conforme a ordem deixada por Jesus em Mateus 28.19-20, e levar o povo de Deus ao conhecimento dos surdos, de sua língua e cul-
Participantes da clínica de capacitação
tura”, declara Marília. O Ministério com Surdos de Missões Nacionais visa capacitar Igrejas para transmitir o amor de Deus aos surdos e despertar vocacionados surdos e ouvintes para esta grande obra missionária, através das clínicas de capacitação e mobilização para este ministério, Curso de Formação de líderes para Trabalho com Surdos, e Curso Bíblico para Surdos.
O Ministério com Surdos de Missões Nacionais também promove o Congresso EVANGESURDOS, e o Projeto evangelístico Alcance Surdos, que apoia as Igrejas na Plantação de Igrejas em Libras Multiplicadora, além de produzir e disponibilizar materiais estratégicos para a evangelização dos surdos no Brasil. O curso de Formação de Líderes para o Ministério com
Surdos e o curso bíblico para surdos, oferecidos anualmente no Rio de Janeiro, visam preparar vocacionados surdos e ouvintes desejosos de servir a Deus no ministério junto aos surdos. Para saber mais e participar do Curso de Formação de Líderes para o Ministério com Surdos ou do Curso Bíblico para Surdos, que acontecerão em janeiro de 2016, visite o site www. missoesnacionais.com.br
12a turma do Projeto Radical Cristolândia se forma no Rio de Janeiro Redação de Missões Nacionais
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oi realizado na Primeira Igreja Batista de Madureira - RJ o culto de celebração que marcou a formatura da 12ª turma de Radicais Cristolândia. Esta foi a segunda turma formada no ano de 2015. Os alunos tiveram 72 dias de treinamento e, após formados, foram distribuídos para atuar nas Cristolândias de diversos estados brasileiros, onde estarão durante 1 ano. Durante o período de preparo, os alunos tiveram aulas
teóricas sobre temas como Relisiência, O Mundo das Drogas, Relacionamento Interpessoal, Batalha Espiritual, Seitas e Heresias, Sexualidade, entre outras. As aulas foram ministradas por pastores e missionários focados neste ministério, além de voluntários de diversas Igrejas. A base do treinamento foi a PIB de Madureira, do pastor Marcos Corrêa, que tem apoiado, de forma significativa, o Projeto Radical Cristolândia. Aulas práticas também fizeram parte do treinamento. Nas ruas, os alunos puderam aprender sobre abordagem e acolhimento de usuários de drogas.
“Agradeço pela prontidão e liberalidade de todos os professores e missionárias que atenderam ao convite de ministrarem aulas muito proveitosas e edificantes para esta turma de radicais, que está agora povoando as Cristolândias. Deus abençoe e frutifique sempre suas vidas e ministérios”, declara o pastor Fernando Arêde, coordenador nacional do Projeto Radical Cristolândia. Para informações sobre o Projeto Radical Cristolândia, e inscrições para a próxima turma de 2016, visite o site Alunos serão enviados para atuar em diversos estados brasileiros www.radicalbrasil.org
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Dez anos cantando a Mensage
Projeto musical “Coro na Bagagem” do Seminário do
Westh Ney Rodrigues Luz, MM, professora do Seminário do Sul (FABAT), lecionando Culto Cristão, História da Música e Gestão da música na Igreja; membro da Igreja Batista Itacuruçá e regente dos Coros Cantares e Hospital Evangélico “Foi uma experiência fantástica a minha quarta viagem com o Coro. Voltei com a alma renovada, com a cabeça aberta e a visão ampliada. (...) Em todas as viagens que participei sempre fui tocado quanto a confirmação do que Deus me chamou para fazer na Obra que é dEle” Eduardo Gomes, MM.
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“Coro na Bagagem” é uma atividade que envolve alunos e ex-alunos do Curso de Licenciatura em Música da Faculdade Batista do Rio de Janeiro (Seminário do Sul). Este curso possui dois focos especiais: Gestão da Música Eclesiástica e Projetos Sociais. O Coro é o núcleo central deste Projeto, e partindo desta forma musical, temos palestras sobre Música na Igreja, Culto/Adoração/Louvor, Recitais/Concerto didático, Cultos cantados /Sermão Segmentado e Oficinas diversas com instrumentos e voz. Cantam em Igrejas, teatros, escolas, casas de cultura, praças, asilos e outros espaços, proporcionando por onde passam, desde
2005, música de qualidade, devoção, alegria e esperança com arte. Já estivemos em Contagem, Belo Horizonte, Ipatinga, Ipanema e Timóteo (MG); Vassouras, Resende, Itaperuna e Volta Redonda (RJ); Cuiabá (MT); Porto Velho (RO); Goiânia (GO); Ribeirão Preto, Sorocaba, Franca e Ourinhos (SP); Foz do Iguaçu, Paranaguá, Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS); Sobradinho, Taguatinga e Brazlândia, (DF). Também cantamos e realizamos atividades musicais nas Igrejas no Rio, Baixada e Niterói. Acompanha o Coro, os professores: Westh Ney Rodrigues luz (mensagens), Rivelino de Aquino (regente) e Theógenes Eugênio Figueiredo (idealizador do Projeto). Nesses dez anos percebemos nos alunos o ideal missionário, a consciência de missão, e a capacidade de investirem na sua própria formação. Custeiam suas despesas com o transporte e hospedagem em hotel. Nos primeiros cinco dias são hospedados nas casas dos irmãos da Igreja, onde um dos nossos objetivos é o de aprender a realidade de cada localidade, conhecendo pessoas e crescendo no exercício relacional. Alguns recebem ajuda das suas Igrejas, amigos, seus pais; outros se preparam todo o ano, vendendo algo para investir na sua formação. As Igrejas que nos recebem contribuem com a alimentação. Este é um trabalho de amor de to-
dos que acreditam e atuam no Projeto. Neste ano realizamos as seguintes oficinas e/ou eventos musicais: Técnica vocal; violino; violão, bateria, flauta doce, guitarra; Musicalização infantil; Bandas; Regência; Culto cristão/Liturgia; Cultos cantados; Recitais/ Concerto Didático. “Perceber a realidade do campo e colaborar me ensinou a compartilhar, a amar, a servir, a estar pronta para todas essas realidades e acolher nossos amigos de ministério, para que, apoiando uns aos outros, o Reino de Deus cresça e vidas sejam edificadas, salvas e consoladas em Cristo Jesus!”, afirma Marcia Cunha, aluna do 1º ano, que agradece a Deus a oportunidade de viver esses momentos. Com o coração dolorido e triste pela partida para o Lar celestial do aluno e colega Diogo da Silva Gomes, ocorrido em 13/09/15, saímos para o cumprimento da nossa missão no dia 08/10/15. Em Ipanema - MG, o Coro apresentou um recital na praça da cidade: Solo (Martha Sciêncio), dueto instrumental com teclado e violino (Jefferson Lessa e Jessica Maiumi); banda (sax: Alex Sandro, baixo: Rivelino de Aquino, violão: Diogo Silva e bateria: Adriano Carvalho) e Coro. O Recital terminou com uma queima de fogos. Foi fantástico! O Concerto Didático na Escola Municipal Maria Siqueira foi empolgante. As
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em do Amor de Deus pelo Brasil
o Sul / FABAT viaja por Ipanema - MG e Brasília - DF
crianças estavam atentas vibrando com a apresentação dos instrumentos com a Boneca Duda (personagem de Luisa Fátima Araújo) e mais duas jovens (Martha Sciêncio e Lívia Quintanilha) que animaram a tarde das crianças, vestidas de palhaças. O “Coro na Bagagem” cantou na Igreja Presbiteriana Nova Cidade e na Primeira Igreja Batista de Minas Gerais (PIB de Ipanema). Pela manhã o culto foi sobre “Adorar com entendimento”, quando falei sobre as três visões: Visão da Glória de Deus, visão de nós mesmos e a visão do outro, contrapondo com Isaías 6. No culto da noite o enfoque foi sobre as nossas crenças, nossa Declaração de Fé. Pastor Fernando Freitas, da Igreja Batista de Ipanema, declarou que “(...) Nossa Igreja foi muito abençoada pelo trabalho desenvolvido. Quero destacar que cada membro da equipe com sua dedicação e zelo pela obra nos fez olhar para o que seja convicção de chamado e dedicação ao ministério com outros olhos. Posso afirmar que minha Igreja após a presença dos irmãos não será mais a mesma. O nosso muito obrigado ao Seminário, aos professores e aos alunos por tudo que deixaram entre nós. (...) Nossas portas estão abertas para que no próximo ano vocês estejam conosco novamente”. Em Brasília – DF, o Coro cantou em quatro Igrejas Batistas: Taguatinga, Sobra-
dinho, Brazlândia e Parque Mignone II (Luziânia), onde realizamos oficinas e apresentamos no recital – Interlúdio, em Sobradinho - uma obra sacra contemporânea de Stuart Scott, inédita no Brasil. MM Renan Hart, ministro da Igreja Batista em Sobradinho agradeceu dizendo: “...Não tenho palavras para agradecer! Tenho certeza que a Igreja foi abençoada. (...) Foi renovador, inspirador. Agradeço a Deus por ter tido essa oportunidade”. Realizamos em Parque Mignone II (Luziânia) o Concerto didático, palestra sobre Música e compromisso e oficinas de música. Leiam o depoimento da MM Andréa Gama, esposa do pastor da Igreja: “Para a minha Igreja (...) foi a primeira vez que ouviram um coro de tão alto nível. Perguntei a uma criança de 7 anos o que ela tinha gostado mais e ela me respondeu: “Do coro, em primeiro lugar”. (...) Um jovem me disse: “Foi a melhor experiência de louvor que tive em toda a minha vida”. Com certeza posso afirmar que Deus usou o grupo para provocar iniciativas de mudanças em minha Igreja. No domingo muitos me perguntaram quando teríamos outro encontro daqueles. Pude observar no grupo qualidades que não são comuns hoje em dia: A simplicidade e a unidade. (…) A presença do Coro aqui em minha Igreja me deu força para
continuar, para perseverar naquilo para o qual Deus me chamou”. Nossa gratidão aos ministros de música - Anderson Costa, Renan Hart, Andréa Gama, Josimar Alves Barbosa, Anderson Mota; aos pastores: Roberto Santos; Rogério Gama, Fernando Freitas, Washington Luiz da Silva e Heber Aleixo, e ao designer Marcelo Leiroz Pinto. Com estes depoimentos encerro, pois resumem o que realmente sentimos e ensinamos aos nossos alunos e ex-alunos: “(…) Todos os momentos foram importantíssimos para minha vida, para meu ministério, para convivência mútua e entender que é possível fazer um trabalho que agrade o coração de Deus sem exagero, nem falha, mas com ordem e planejamento” - Keli Teixeira, aluna do 1º ano. Assim expressou-se Christian Diogo Silva, formando de 2015: “(…) Estive refletindo sobre as motivações que tenho para querer, ano após ano, participar do Coro na Bagagem. (...) Em primeiro lugar, porque acredito no canto coral como minha genuína forma de expressão musical. (...) Em segundo, porque acredito na instituição Seminário do Sul. (...) Em terceiro lugar, porque acredito na vocação, e quero que tantos outros possam experimentar o que vivenciamos”. Ao Senhor seja a glória e a honra!
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notícias do brasil batista
Igreja Batista em Braz Cubas - SP reúne 200 mulheres em Culto Rosa Fotos: Cris Batista e pastor Carlos Zuzarte
Valdete agradecendo a preletora Ana Claúdia
Vivian abordando ‘Saúde da Mulher’
Stella louvando ao Senhor
Ministério de Música Áudio Kids
Bruna Santos, jornalista Pastor Carlos orando pela vida de Ana Cláudia antes da mensagem
Culto Rosa contou com um fusca personalizado
P
ara alertar, incentivar e encorajar mulheres sobre os riscos do câncer de mama, a Igreja Batista em Braz Cubas - SP, por meio do grupo “Mulheres Segundo o Coração de Deus”, realizou a 3ª edição do Culto Rosa, que este ano teve como tema central “Há um lugar de intimidade”. A programação liderada por Valdete Ramos Vidal e Yara Braga e coordenada pelo pastor do colegiado, Carlos Zuzarte, aconteceu no último dia 24 de outubro e reuniu cerca de 200 mulheres de todas
Irmãs auxiliando no preparo dos alimentos
as idades e denominações. Para explorar o tema, a programação contou com a irmã Ana Cláudia Köhler, da Igreja Batista Ebenézer, em São Paulo, que em sua ministração afirmou ser possível desenvolver uma intimidade com Deus. “Intimidade é algo profundo, é quando você conhece os sentimentos do outro, entende os olhares e cria um relacionamento profundo. Quando temos intimidade com Deus, até o “não” dEle traz paz”, explicou. De acordo com ela, é muito importante criar um elo de intimidade com o Senhor e qualquer pessoa está apto
para desenvolver. “Por mais que seu dia seja corrido, você pode ter um momento de intimidade com Deus. A Bíblia diz que Daniel era muito atarefado e, mesmo assim, ele organizou a rotina dele para ter um momento a sós com Deus. Quem tem intimidade com o Senhor coloca-O em seu dia a dia”, destacou. A estudante de medicina Vivian Suzuki foi convidada para abordar e esclarecer o tema para as mulheres presentes. Segundo ela, o câncer de mama mata cerca de 500 mil pessoas por ano e, segundo as estatísticas, a doença está
atrás do câncer de pele, que lidera a lista. “É importante lembrar que homens também podem ter esse tipo de doença. O número é bem menor, se comparado às mulheres, mas pode acontecer”, explica. De acordo com Vivian, todas as mulheres devem realizar o autoexame, e é indicado fazer assim que a menstruação acaba, na hora do banho, apalpando desde as axilas e descendo para os seios. “Para obter um diagnóstico completo é preciso fazer um exame de mamografia. O agendamento é para mulheres com mais de 40 anos. Já para as que possuem casos na família, a partir dos 35 anos”, informa. Além disso, o Culto Rosa contou com participações especiais, como: Canções apresentadas pelas irmãs Claudia Ramos Vidal e Stella Regina Souza, ministério de Música Áudio Kids, e coreografia. Além do coral formado por mulheres que participam dos estudos ministrados às sextas-feiras pelo grupo Mulheres Segundo o Coração de Deus. “Agradecemos a Deus pela oportunidade de realizar mais uma edição do Culto Rosa. Damos Graças a Ele por Sua infinita bondade e misericórdia que nos sustenta dia após dia. Todo louvor e honra ao nome do Senhor Jesus Cristo”, finaliza Valdete.
Mulheres cristãs da PIB no Tabuleiro, em Maceió – AL, abraçam Campanha Outubro Rosa
Joseane Santos Oliveira
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organização feminina Mulheres Cristãs em Ação (MCA) da Primeira Igreja Batista no Tabuleiro, em Maceió – AL, terminou o mês de outubro com a Semana da MCA em foco, enfatizando a campanha de prevenção e combate ao câncer, intitulada Outubro Rosa. O evento pro-
moveu uma série de ações dirigidas pelas mulheres para o fortalecimento da espiritualidade. No encerramento da Semana, a membresia da Igreja se vestiu de rosa em sinal de apoio à causa feminina. Várias atividades foram desenvolvidas, como estudos bíblicos, cultos de oração e visitas nos lares. Na quinta feira, dia 22/10, as mulheres
fizeram uma visita ao Lar Bom Samaritano, que acolhe os idosos que não vivem com seus familiares. Elas foram levar um pouco de carinho e atenção, além de ministrar a Palavra de Deus e ofertar doações de material de higiene pessoal. De acordo com o pastor Anderson Nunes, este trabalho desenvolvido pelas irmãs é de grande importância para o crescimento do Reino de Deus.
Através dessa organização, que existe em todas as Igrejas Batistas brasileiras, as mulheres auxiliam ao ministério pastoral no acolhimento das pessoas menos favorecidas. “O nosso objetivo com essa semana é valorizar o trabalho das mulheres e apoiá-las nos trabalhos de ação social”, disse. No sábado, dia 24/10, foi realizado um culto festivo em comemoração pelos 15
anos de existência do grupo de oração formado por mulheres. Elas se reúnem todas as terças-feiras, às 15 horas. O encerramento da semana da MCA em Foco aconteceu no domingo, no culto das 18 horas. Na ocasião, quem pregou foi a irmã Sônia Maia. Durante o culto foi exibido um vídeo com testemunhos de mulheres cristãs que venceram a luta contra a doença.
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missões mundiais
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Evangelho chega a refugiados na Sérvia Marcia Pinheiro – Redação de Missões Mundiais
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issões Mundiais volta sua atenção aos refugiados de países em conflitos. Eles buscam esperança nas mais variadas regiões do planeta, principalmente na Europa. Na fronteira entre a Sérvia e a Croácia, por exemplo, chegam ônibus a cada 10 minutos com refugiados vindos do Afeganistão, Irã, Iraque, entre outros países. Quem nos conta é o nosso missionário Henrique Davanso, que periodicamente deixa seu campo na Albânia para ajudar estas pessoas. “Recentemente, passei um período na fronteira da Sérvia com a Croácia trabalhando com os refugiados. Foram cerca de 5 a 6 mil pessoas atendidas por dia. A cada 10 ou 15 minutos chegavam novos ônibus de pessoas vindas principalmente do Oriente Médio”, conta o missionário. Davanso tem compartilhado o Evangelho com estes refugiados, falando-lhes da verdadeira esperança, Jesus. Eles se alegram com a mensagem recebida e se mostram muito agradecidos. “Tive a oportunidade de compartilhar o Evangelho com um grupo de afegãos. Foi abençoador demais. Passei um bom tempo falando com eles. Também aproveitei para ler trechos da Bíblia na língua deles. À noite, quando estávamos na última fronteira, eles chegaram e me abraçaram. Um deles, dizendo
‘muito obrigado’, chorou e agradeceu pelo Evangelho. Deus está vivo, mais vivo do que imaginamos”, alegra-se. Ele pede orações para que Deus renove suas forças, afinal, o trabalho é árduo. O missionário chega a passar noites em claro, e o frio é intenso. Porém, o que mais o preocupa é saber que os livros do Evangelho na língua local acabaram; a procura foi maior que o esperado. Davanso crê que Deus tem um propósito em todo este processo de refugiados no mundo. Além de suas orações, você também pode participar deste e de outras ações de Missões Mundiais por meio de suas ofertas. Cadastre-se em www. missoesmundiais.com.br/ relacionamento, clique em “Doações Online” e siga o passo a passo para caminhar com a JMM neste grande empenho em levar o Evangelho a todos os povos. Tecnologia a favor de missões Na Albânia, a família missionária dos Batistas brasileiros comemora a chegada de mais uma nova ferramenta de apoio à obra de evangelização. São rádios comunicadores movidos à bateria solar e com o áudio do Novo Testamento na língua local. Segundo o missionário Henrique Davanso, os aparelhos serão distribuídos às pessoas da localidade de Shengin às quais ele e a missionária Henriqueta Davanso oferecem discipulado. “Nós usamos estes aparelhos como ferramenta para com-
Missionário Henrique Davanso distrubui rádios comunicadores com o Novo Testamento Aparelhos são movidos a energia solar e beneficiarão principalmente pessoas que não sabem ler
plementar o discipulado com as pessoas que não sabem ler. Tem sido uma oportunidade ímpar para o nosso trabalho, já que há pessoas que estão ouvindo o Evangelho pela primeira vez e despertando para a vida espiritual verdadeira em Trabalho com refugiados na fronteira da Sérvia com a Croácia tem apoio da JMM Cristo Jesus”, diz Davanso. Ele se diz muito grato a Deus por cada um desses rádios e os considera como presentes do Senhor para eles, missionários, e para cada pessoa que o recebe. “Precisamos de suas orações pela nossa segurança e também pelo nosso sustento, que tem sido afetado pela desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar. Se for possível, entre em contato com a JMM e nos adote em oração e sustento ministerial. A quem já caminha conosco, agradeço a confiança e Refugiados recebem esperança apoio”, conclui.
Igreja em Roma tem primeiros batismos depois de uma década Willy Rangel – Redação de Missões Mundiais
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Igreja Batista Montesacro, em Roma, vive um momento muito especial, pois os primeiros batismos foram realizados depois de quase dez anos. Nossos missionários Fábio e Nathália Pisa, há menos de um ano na capital do país europeu, estão muito alegres com essa bênção. “O Senhor nos deu o privilégio de batizar nossos primeiros frutos à frente da igreja de Montesacro”, afirma o pastor Fábio Pisa, que destaca que os batismos, realizados em outubro, acontecem justamente no início do ministério de nossos missionários na capital italiana e
representam uma injeção de ânimo dos irmãos romanos. Os batizandos se chamam Mario e Benedetta. “Eles foram batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, diz o pastor Fábio Pisa. “Foi uma grande festa em nossa Igreja, que há quase uma década não realizava batismos”, destaca. Para o missionário, “É muito lindo ver uma Igreja que estava fechando as portas crer que é possível continuar”. A Igreja em Roma continua seu processo de revitalização com nossos missionários, seguindo a orientação de Deus para essa tarefa. E isso já pode ser verificado com as histórias de duas pessoas que estão Pastor Fábio Pisa realiza frequentando os cultos: A jor- primeiros batismos de Igreja em nalista Alessandra e o médico Roma após quase 10 anos
Domenico são alvo de oração dos nossos missionários para que se interessem cada vez mais pelo Evangelho. Eles também têm sido discipulados pelo pastor Fábio. “O Senhor nos tem dado excelentes oportunidades para compartilharmos a Sua Palavra e concedido a graça de colhermos os frutos”, conclui. Pastor Fábio está na Itália desde 2002 Um dos mais antigos missionários da Junta de Missões Mundiais em atividade na Itália, o pastor Fábio Pisa, formou-se em Teologia em 2001 e foi consagrado ao ministério da Palavra no mesmo ano. Por ser de família italiana, desde o início do se-
minário começou a orar pela Itália e antes mesmo de se formar conheceu esse campo missionário como voluntário de Missões Mundiais. Depois de quatro vezes no campo, veio o convite da Igreja Evangélica Batista de Mântova, na Itália, para assumir sua liderança. A Segunda Igreja Batista de Barra do Piraí- RJ, sua Igreja no Brasil, o apoiou e enviou junto à Missões Mundiais para a Europa, aonde chegou em agosto de 2002. O pastor Fábio é casado com Nathália Pisa, com quem tem uma filha, Maria Sophia. A família seguiu este ano para Roma, a fim de assumir o ministério na Igreja Batista Montesacro, onde um abençoado ministério tem sido desenvolvido.
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notícias do brasil batista
PIB em Itambacuri – MG realiza evento social e evangelístico com a presença da Missão Batista Cristolândia
Carlos Henrique Andrade Mazzini, pastor da Primeira Igreja Batista ItambacuriMG
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os dias 07 e 08 de novembro a Primeira Igreja Batista em Itambacuri - MG deu o pontapé inicial na Campanha de Missões Nacionais “Eu amo o Brasil e quero ser benção para minha Nação!”. Tivemos dentro das programações pensadas com muito
carinho pela promotora de Missões da PIBI, Karlanny Mazzini, e apoiada em massa pelos irmãos da mesma, uma cantina missionária na praça central da cidade. Com a presença da Cristolândia BH aconteceu o 1º Adora Itambacuri, onde tivemos um significativo público e retorno para atingirmos o alvo da nossa Campanha. As programações continuaram no domingo onde os irmãos e irmãs, respectivamente, da unidade de BH e
GV, coordenados pelo pastor Otílio, apresentaram nos cultos muito louvor, alegria, adoração e impactantes testemunhos. Na tarde ensolarada e muito quente de domingo, a Igreja em peso, apoiada pelos homens da Cristolândia, esteve mobilizada em cumprir o tema da Campanha e ser benção para a cidade de Itambacuri, que vive a pior crise hídrica de toda sua história. O povo Batista, mobilizado pela Campanha
de doações de água mineral para a cidade tem enviado as contribuições que são, na sua totalidade, revertidas em aquisição de galões de água mineral para abençoar a população que vive a falta dela. Subimos morros, vilas e becos onde o caminhão-pipa não tem acesso e abençoamos mais de 100 famílias em um total de mais de 2 mil litros de água mineral. As doações têm chegado de toda a parte do Brasil via conta da
Igreja. Caso você também deseje contribuir entre em contato com a Igreja através do telefone (33) - 35111934. Agradecemos desde já o empenho dos Batistas mineiros, bem como os demais do nosso país pela grande mobilização e oração em prol da cidade. Ainda contamos com seu apoio para matarmos a sede de milhares de crianças, idosos, enfermos, enfim, a sede de quem tem sede! Que Deus continue a nos abençoar.
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OBITUÁRIO
Diogo da Silva Gomes (28/02/1988 - 13/09/2015) Westh Ney Rodrigues Luz, MM, professora do Seminário do Sul (FABAT); membro da Igreja Batista Itacuruçá e regente dos Coros Cantares e Hospital Evangélico
“O
caminho dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando, brilhando, brilhando até ser dia perfeito!”. Está em Provérbios 4.18 a frase que me consola. Quando cheguei à Igreja para o culto fúnebre, no dia 13/09/2015, seu pastor Jonatas Furtado veio ao meu encontro e em um afetuoso abraço disse: “Westh Ney, perdemos o nosso menino!”. Muito difícil a separação de um jovem com tantas qualidades, realizações no presente e
com muita promessa para o futuro. Nosso ‘Diogão’ está no céu, onde canta com sua voz linda e enfeita a eternidade com seu largo sorriso. Enquanto isso, nós, seus professores e colegas, familiares e amigos seguiremos a vida com as suas melhores lembranças. Diogo da Silva Gomes nasceu 28/02/1988 em São Gonçalo - RJ. Filho de Cláudia da Silva Gomes e pastor Edneser L. Gomes (falecido), converteu-se aos cinco anos de idade, sendo batizado aos nove. Seu avô materno Raulino Miguel da Silva é pastor e líder na Convenção Fluminense, pastoreando a Igreja Batista em Lagoinha. Sua avó materna Catarina Odete da Silva e seu avô paterno Antônio Lourenço Gomes já estão com o Senhor. Sua avó paterna Judith
Mendes Gomes é membro da Igreja Batista Central de Nova Iguaçu – RJ, onde sua família coopera há muitos anos. Tocava muitos instrumentos, tendo como incentivador o MM Anderson Costa, que é mais que um amigo da fa-
mília. Ele, o MM e o pastor Jonatas toda quarta-feira se reuniam para um momento de suporte e amizade antes das aulas no Seminário do Sul. Ali, Diogo, muito humilde, ouvia conselhos do seu pastor. Servia como seminarista na Igreja Batista de Jardim Colégio, que tem como pastor Alfredo Iglesias Pereira. Foi ali que seu coração parou enquanto ensaiava um coro de juventude na Igreja onde desenvolvia um lindo trabalho musical. Aos 27 anos era de cheio de alegria e compaixão, de risada forte, um aluno curioso, disciplinado e estudioso, um jovem amoroso que gostava de cooperar sempre. Um baterista sensível, que tocava piano com uma suavidade apesar de ser alto, forte e gostar de Bach. “Sempre com sorriso e dis-
posição de ajudar sempre nos recebia com brilho nos olhos e se estivéssemos mal, ele nos consolava. Era um amigo, um irmão, um companheiro de jornada, além de excelente músico e arranjador. Sempre falava dos sonhos para a Igreja e coro que estava trabalhando. Sem dúvida o melhor de todos nós”, disse assim o seu amigo e colega de turma, Diego Pombo. Que o Senhor, nosso amado Pai, enxugue as lágrimas da querida mãe Claudia Gomes, do seu irmão Thiago, e sua querida namorada Alessandra Teixeira. Só o Senhor pode fazer isto.“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21. 3-4).
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ponto de vista
Poucos são comprometidos
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sta é a dura realidade. São poucos os que têm compromisso e responsabilidade com as coisas de Deus. Muitos gostam do Senhor, mas poucos O amam. Esta falta de amor leva irremediavelmente à falta de compromisso no Reino de Deus, no contexto da Igreja de Jesus. Muitos membros de Igreja não levam a sério os cultos, os pequenos grupos, as visitas a hospitais, ao lar de idosos e passam a semana inteira sem dar um testemunho de Cristo Jesus. Não contam a sua história, talvez pelo fato de não a terem. São poucos os que oram, meditam nas Escrituras e testemunham exuberantemente do Evangelho de Jesus Cristo. Na verdade, há os que se envergonham do Evangelho. Estes estão na contramão do apóstolo Paulo, conforme diz Romanos 1.16. São poucos os que investem em vidas. Diante de apelos sérios, éticos, não respondem como Cristo responderia. Poucos são os comprometidos com os que sofrem com os pobres, os desamparados, os usuários de drogas, as prostitutas, os homossexuais, os mendigos, andarilhos, os enfermos e os desesperados. Vivemos em um tempo em que se gasta mais tempo com celulares e outros aparelhos eletrônicos do que com pessoas que têm necessidade de falar, de abrir o coração. Muitos de nós agimos com egoísmo. Somos centralizados em nós mesmos. Colocamos nossas famílias em uma redoma, em uma proteção doentia. Há muita gente preconceituosa, inclusive uma parcela da liderança. Temos
medo de relacionamentos. Somos acomodados e fóbicos no meio da comunidade. Tem muita gente que diz “Senhor, Senhor”, mas que não faz a vontade dEle (Mt 7.21-23). No céu teremos muitas surpresas, pois veremos lá pessoas que nunca acharíamos que lá estivessem. Elas fizeram a vontade de Deus em Cristo Jesus. Na verdade, o céu é lugar de pessoas que foram alcançadas pela Graça de Deus, nasceram de novo e serviram ao próximo com o amor de Cristo Jesus. O céu é o lugar de pessoas que amaram a Cristo mais do que as suas próprias vidas. Que não mediram esforços para cumprirem a missão ordenada pelo Senhor Jesus, de acordo com Mateus 28.18-20; Marcos 16.15 e João 13.12-16. Poucos são os que amam a Igreja pela qual Jesus derramou o Seu precioso sangue. Esses não são assíduos e pontuais nos encontros do Corpo de Cristo. Um bom número não veste a camisa do Reino de Deus. Um número pequeno contribui biblicamente, de coração, com dízimos e ofertas. Passamos a semana sem nos importarmos uns com os outros. Não sentimos falta dos irmãos que estão ausentes. Não visitamos os irmãos enfermos. Afinal de contas, não temos tempo. Sabemos que tempo não se tem, mas se administra. Precisamos libertar o tempo da ociosidade e do ativismo (dois extremos) porquanto os dias são maus (Ef 5.16). Temos pouco compromisso porque a nossa visão de Deus é tacanha, apequenada e míope. Vivemos sob nossas motivações meramente
passionais, centradas em nós mesmos. A nossa motivação não tem sido o Senhor. O dinheiro chega em casa e nós arrumamos desculpas para passearmos. Muitas vezes faltamos os compromissos que assumimos em determinados setores da Igreja. Não nos arrependemos e continuamos a viver a nossa vida. Temos perdido a sensibilidade espiritual. Tornamo-nos broncos na compreensão dos propósitos de Deus. O Senhor não nos encontra nas madrugadas orando, intercedendo pelas
pessoas não crentes, pelos missionários, pelo avanço do Evangelho e pela paz no mundo. Davi é um exemplo para nós quando disse ao Senhor: “Ó Senhor, de manhã ouves a minha voz; de manhã te apresento minha oração e fico aguardando” (Sl 5.3). Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos faça comprometidos com Ele e com a Sua obra no mundo. Sejamos ousados em nosso testemunho. Aproveitemos cada oportunidade para servir a Cristo servindo às pesso-
as. Que não nos cansemos de fazer o bem à semelhança do Mestre (At 10.38). Que haja sempre em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus, como diz Filipenses 2.5-8. “Que o nosso coração seja quebrantado pelas coisas que quebrantam o coração de Deus” (Bob Pierce). Que Jesus seja sempre o centro da nossa vida e das nossas decisões. Estejamos sempre entusiasmados com a Obra de Deus. Que O agrademos sempre. Que a Sua glória seja o nosso alvo macro.
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ponto de vista
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observatório batista LOURENÇO STELIO REGA
Seminários, ainda são escolas de profetas?
A
expressão “escola de profetas” aplicada por muito tempo aos seminários e faculdades teológicas pode ter vindo do Antigo Testamento. Por exemplo, havia estudantes em Ramá, Gibeá, Gilgal e Jericó, conforme registros no 2º livro dos Reis, como se fosse uma escola que tinha como objetivo a transmissão dos valores divinos entregues à Israel por meio de sua palavra. O profeta por natureza é alguém colocado diante do povo de Deus para admoestar quanto à Sua verdade, mostrar os caminhos maus em que o povo de Deus estava e indicar os caminhos retos. O profeta, assim, estava sempre ligado à realidade, ao chão da vivência do povo. Ele também tinha como papel indicar as consequências que seriam fruto da vida e decisões que os governantes e o povo tomavam, portanto, também estavam preocupados com o futuro. Revisitando a história da educação teológica Batista no Brasil tem sido possível deduzir que a expressão “escola de profetas” ao longo foi se transformando em muitas escolas no sentido de objetivar a formação de pregadores para o púlpito, de administradores da Igreja. Uma educação formadora de obreiros, de fazedores da obra, que
consigam manter o povo em movimento e transformar o final de semana em grande momento de agitação. Na década de 70 me lembro da grande tensão criada contra os seminários que deviam formar pastores e não teólogos, situação que surgiu, em menos intensidade, nos primeiros anos da virada deste século, como se fosse possível formar médicos sem ensinar Medicina. Assim, diversos seminários acabaram sendo reprodutores do status quo denominacional (isto é, do que existe e de como funcionam e devem funcionar as Igrejas historicamente construídas). No passado já escrevi nesta Coluna sobre as causas destes equívocos. Penso que historicamente nossos precursores nos deixaram, entre outras, duas matrizes formadoras de nosso imaginário eclesiástico e de vida cristã. Em primeiro lugar, vem o equívoco da interpretação do imperativo da Grande Comissão (Mt 28.19-20), que ficou, por muito tempo, ligado ao IDE e, se a pessoa não pudesse ir ao campo missionário, então deveria pagar a conta com a oferta missionária. A missão da Igreja e a mensagem central das Escrituras passaram a ser a salvação do mundo perdido. Na verdade, no texto original, o imperativo está em
fazer discípulos, isto é, fazer pessoas cópias da nossa vida, do nosso caráter, do nosso modo de ser que deverá retratar a vida de Jesus (I Co 11.1). Certamente, a mensagem central da Bíblia é levar às pessoas a terem uma vida restaurada (pela salvação é claro) e reposicionada desde antes da queda, recuperando seu status inicial de criatura de Deus. Isto significa que a pessoa que se converte há de assumir um papel de sal e luz projetando vida transformada e transformadora no seu entorno e ambiente de vivência. Então, é muito mais do que esperar o paraíso no futuro, e enquanto isso, procurar viver sua vida eclesiástica dominicalmente. É ser influente em tempo integral no mundo em que vive. A comunhão dominical deverá ser uma celebração do que vivemos durante a semana (Rm 12.1), em vez de agitação e ocupacionismo. De descanso, o domingo tem se tornado dia de cansaço. Outra matriz que recebemos de nossos precursores foi a cultura pragmática própria da sua cultura de origem. Ser cristão e trabalhar e não apenas esperar a volta de Jesus. O culto na pátria de origem de nossos precursores se chama de “service”, que pode ser traduzido por “serviço”, mas as palavras gregas para culto,
em dicionários sérios indicam estado de adoração (temos proskyneo: veneração, latreia: adoração, e leitoygja: liturgia, culto em si), nenhuma delas indicando trabalho ou serviço. Assim, a impressão que temos é que fomos, ao longo do tempo, transformando Cristianismo em eventos, programas e atividades, valorizando o fazer e o agir. Muitos seminários, para atender essa demanda, esse ideário, acabam investindo maior parte de sua matriz curricular na prática ministerial formando obreiros, em detrimento a outras áreas da formação mais completa do aluno, tais como, do saber/ refletir, do sentir, do conviver, do ser. Preferencialmente precisamos formar líderes e não apenas obreiros. Líderes que venham preparar a Igreja a enfrentar a agressiva ideologia deste mundo individualista, sem Deus e sem compaixão. Líderes de visão, que conheçam as entrelinhas da cultura deste mundo e dos cenários em formação. Veja que quando um aluno está iniciando seu curso teológico atuará efetivamente no ministério como elevada responsabilidade, depois de cerca de 08 a 10 anos e encontrará um mundo totalmente diferente pela frente, com juniores, adolescentes,
jovens e casais com perfil e demanda de vida para as quais poderá não ter sido adequadamente preparado nos bancos do seminário. Não podemos pensar apenas na missão salvadora e missionária da Igreja como nossa única missão. A Igreja tem perdido a sua missão profética diante deste mundo corrompido. Temos, em geral, nos calado, deixando de cumprir o papel de sal e luz. Não podemos ficar apenas em manifestos escritos, necessitamos capacitar crentes a serem modelos de vida a influenciarem seu ambiente a serem profetas denunciadores do mal e da corrupção, da desonestidade, que não sejam meros consumidores da realidade, mas seus construtores. Os seminários serão, de fato, escolas de profetas quando considerarem estes desafios, tornando cada estudante em um líder e não apenas obreiro. Sempre me pergunto se estamos formando uma geração de futuros pastores para o passado ou se conseguimos mapear as tendências que se formam e preparam líderes que conduzam as Igrejas em segurança neste cenário cada vez mais moralmente caótico do mundo e dando respostas bíblicas contextualizadas às demandas destas novas gerações.