ISSN 1679-0189
o jornal batista – domingo, 24/12/17
Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira
Fundado em 1901
Ano CXVI Edição 52 Domingo, 24.12.2017 R$ 3,20
Natal,
tempo de celebrar o Amor de Deus por nós!
Notícias do Brasil Batista
Notícias do Brasil Batista
Convenção Batista Carioca investe em cursos de formação de líderes de PGM
PIB do Bairro Ideal - RJ apresenta cantata de Natal “A Grande Luz”
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Notícias do Brasil Batista
Notícias do Brasil Batista
Primeira Igreja Batista em Senador Canedo - GO celebra 7o aniversário
Juventude do Leste da Bahia reúne mais de 200 pessoas em Congresso
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reflexão
EDITORIAL O JORNAL BATISTA
O verdadeiro sentido do Natal
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso. Fundado em 10.01.1901 INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189 PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB FUNDADOR W.E. Entzminger PRESIDENTE Luiz Roberto Silvado DIRETOR GERAL Sócrates Oliveira de Souza SECRETÁRIA DE REDAÇÃO Paloma Silva Furtado (Reg. Profissional - MTB 36263 - RJ) CONSELHO EDITORIAL Celso Aloisio Santos Barbosa Francisco Bonato Pereira Guilherme Gimenez Othon Avila Sandra Natividade EMAILs Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA Caixa Postal 13334 CEP 20270-972 Rio de Janeiro - RJ Tel/Fax: (21) 2157-5557 Fax: (21) 2157-5560 Site: www.batistas.com A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal. DIRETORES HISTÓRICOS W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946); Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002) INTERINOS HISTÓRICOS Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923). ARTE: Oliverartelucas IMPRESSÃO: Infoglobo
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oje é aquele dia em que todos nós estaremos em família para celebrar o Natal. Talvez, você esteja naquela agitação que é o dia 24 de dezembro: filas enormes no mercado, no hortifruti, na padaria. A cozinha lotada de utensílios e alimentos, prontos para serem preparados para a tão esperada ceia de Natal. Ou, quem sabe, ainda tenha que
! Aviso importante
arrumar a casa para receber a família que logo chegará. Talvez não percebamos, mas as festas de Natal têm se tornado cada vez mais “sem graça”. A celebração tornou-se metódica. Em alguns casos mais extremos, há pessoas que nem lembram mais ou não sabem o real significado do Natal. Lamentável! Mas para nós, cristãos, o Natal deve ser muito mais do que dar e receber presen-
tes. Deve ser mais do que uma mesa farta de comida, mais do que roupa nova. Devemos utilizar a data para lembrarmos do que Jesus fez por nós. Ele abriu mão da Sua glória, nasceu em uma família de origem humilde, para nos limpar de toda impureza e nos dar a salvação, a vida eterna. Será que existe presente melhor do que esse? Não deixe que a agenda consumista esfrie o verda-
deiro sentido do Natal na sua vida e família. Não estamos dizendo que você não deve presentear e ser presenteado, ou ter a mesa farta. Mas, tudo isso não pode tomar o primeiro lugar, que sempre será de Jesus. Ensine aos seus filhos, sobrinhos, netos, ou para aqueles que ainda não compartilham da mesma fé sobre a maior história de amor de todos os tempos. Feliz Natal de Jesus!
A partir da primeira edição de O Jornal Batista do ano de 2018, todas as Igrejas vinculadas à Convenção Batista Brasileira passarão a receber o OJB apenas em formato digital. Pedimos que a liderança das Igrejas atualizem os seus cadastros de e-mail, para evitarmos equívocos.
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bilhete de sorocaba JULIO OLIVEIRA SANCHES
É Natal
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ia de alegria espiritual, de gratidão e sincera adoração. Dia de cânticos angelicais; os anjos cantaram ao anunciar o primeiro Natal. Os pastores, ao ouvir as Boas Novas, anunciada pelo anjo, foram correndo à Belém comprovar a veracidade da mensagem angelical. Não levaram presentes a Jesus, mas ofertaram-lhe o presente que mais agrada o Salvador: voltaram da manjedoura contando a outros que Jesus havia nascido. Esta é a melhor maneira de comemorar o Natal, anunciando que Jesus é o Salvador. Algumas pessoas, ao saberem do nascimento de Jesus, compuseram lindos poemas exaltando o Salvador. Cânticos que servem
como desafio ainda hoje aos que compõem canções, musicais e poemas de Natal. Não há repetição enfadonha de estribilhos sem nexos, assim como o cântico de Zacarias, Maria, Simeão, Ana, as aleluias de Isabel e o poema entoado pelos anjos ao auditório de humildes pastores que guardavam rebanhos durante as vigílias da noite. Os magos, tempos depois do nascimento de Jesus, ofertaram-lhe ouro, incenso e mirra. Saudaram a Jesus como Rei do universo. Adoraram-No como Salvador eterno, convictos de que a mensagem transmitida pela estrela, que os guiou ao local onde estava Jesus, foi colocada no firmamento pelo Deus Pai.
Herodes tentou matá-Lo; vingou-se do ultraje sofrido sacrificando crianças em Belém. Sua espada assassina continua reluzindo hoje nas guerras promovidas por homens cruéis que não temem a Deus. A espada de Herodes tem hoje vários formatos. Podemos vê-la na corrupção que retira do pobre a possibilidade de receber pão, saúde, educação e moradia digna. Vemô-la na ausência de paz nas ruas das cidades, nos lares destruídos por drogas assassinas, nas mãos estendidas dos pedintes, que crescem a cada novo dia, nos semáforos do trânsito. É possível ver a espada de Herodes nas Igrejas, nas mãos dos salvos não comprometidos com Cristo e com a fidelidade ao Evangelho.
Acomodados, usufruem as benesses do Evangelho e da Igreja, mas sem compromisso com o viver exigido por Cristo. Cada pessoa comemora o Natal a seu modo. Mas, o verdadeiro Natal é comemorado com louvor e adoração. Louvor simples e objetivo. Coração aberto para manter colóquio com Cristo, onde o tema fundamental é gratidão. A gratidão se expressa no reconhecimento que toda a mensagem que o Natal engloba leva-nos a agradecer pela salvação. Ele nos amou primeiro; aguarda que esse amor seja reconhecido mediante vida íntegra e totalmente submissa aos seus ensinos. O Natal nos desafia a olhar o mundo com o olhar do Pai. Amou o mundo de
tal maneira que deu seu Filho para salvá-lo das garras do maligno. O louvor e a gratidão não carecem dos apetrechos do Natal moderno para celebrar a verdadeira adoração. Natal é culto simples, sem pompas. Sem gente correndo para celebrá-lo, mas na quietude e no silêncio do Pai, ao ver o Filho assumindo a forma humana para dizer as suas criaturas que Deus não desistiu do ser humano. Mesmo complicado e agressivo pelo pecado, carregando as misérias da desobediência, continuamos a ser o único objeto a ser alcançado pela mensagem do Filho Deus. O Pai nos ama. Façamos do Natal uma festa de gratidão pela grandiosidade desse amor.
Anunciando o Reino com o Poder de Deus através do Natal de Jesus Cristo Levir Perea Merlo, pastor, colaborador de OJB “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (Jo 1.1-14)
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stamos no mês em que é considerado um dos mais importantes para a comunidade cristã mundial, beirando os 2.550.714.000 seguidores, com 33,3% da população
mundial (fonte: Bíblia Missionária de Estudos - Contexto Global, p.4). É a celebração do Dia da Bíblia, fim de ano, comemoração e lembrança do nascimento virginal e sobrenatural do Senhor Jesus Cristo, através de uma jovem judia chamada Maria, noiva de um jovem chamado José. O nascimento de Jesus Cristo, por si só, foi um verdadeiro milagre. Por que Jesus nasceu? Qual o sentido do seu nascimento para a humanidade? Ele veio para nos dar a vida. O homem sem Cristo no seu coração está despro-
vido de vida, está morto e, como tal, não pode produzir esperança, não pode cultivar o verdadeiro amor, não tem condição de compartilhar das promessas de Deus. Como bem dizia o apóstolo Paulo: “Estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12). É assim que vive o ser humano sem Cristo e sem o sentido do verdadeiro Natal. Uma das grandes características daquele que compartilha do verdadeiro
Natal é vida em abundância. Jesus declarou: “Eu vim para que vocês tenham vida em abundância” (Jo 10.10b). Vida em abundância é vida de alegria e esperança, mesmo em situações adversas, assim como Ele nos ensinou: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33b). Essa vida de abundância também é caracterizada por uma vida de paz, e um dos grandes anseios da humanidade sempre foi ter essa paz. Como dizia Mahatma Gandhi, “Não há caminho para
a paz, a paz é o caminho”, e a paz só acontece quando há boa vontade entre os homens, e essa boa vontade só poderá acontecer quando o egoísmo e a maldade deixarem de ser o senhor dos corações. E isso só pode acontecer quando anunciamos o Reino através do Poder de Deus, que é as Boas Novas de Jesus Cristo nos corações. Então, não cessemos de anunciar essa palavra de poder, que transforma o mais vil coração. Tenhamos um maravilhoso Natal de Jesus Cristo e um abençoado ano de 2018.
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Natal com Jesus
GOTAS BÍBLICAS NA ATUALIDADE OLAVO FEIJÓ pastor, professor de Psicologia
Coração limpo: visão de Deus Cleverson Pereira do Valle, pastor, colaborador de OJB
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hegamos ao fim de mais um ano, e temos muitos motivos para agradecer. Essa época é propícia para pedir perdão e perdoar, é tempo de festa, tempo de comemorações. Devemos ser gratos a Deus por enviar Seu filho amado Jesus Cristo para nos salvar, aliás, foi através do envio de Jesus ao mundo que comemoramos o Natal. Natal é a comemoração do nascimento de Jesus. Embora o comércio enfatize a troca de presentes e exalte a figura do Papai Noel, nós,
cristãos, comemoramos com muita alegria o fato de Jesus Cristo ter vindo ao mundo. A Bíblia afirma que Ele veio ao mundo para buscar e salvar o que se havia perdido. Todos nós estávamos perdidos, sem direção, sem orientação. Natal não tem relação com chester, peru, panetones,champanhes, troca de presentes. Natal não é a festa do “comes e bebes”. Natal é Cristo. E só comemora o Natal quem já fez a sua decisão ao lado de Jesus, que reconheceu o seu pecado e arrependeu-se deles. Jesus nasceu, é Natal, é tempo de alegria, tempo de comemorar, não como os
“Bem-aventurados os lim- a presença de Deus na trispos de coração, porque eles teza ou na alegria. Quando pagãos comemoram, mas verão a Deus” (Mt 5.8) chegamos a esse ponto, não como um verdadeiro cristão entendemos a declaração deve comemorar. Natal é lhos que acumu- de Paulo de que “Todas as tempo de reflexão, avalialam poeira dimi- coisas Deus faz contribuir ção, de viver intensamente, nuem sua capaci- para o bem daqueles que O grato pelas bênçãos recebidade de ver com amam.” (Rm 8.28). das de Deus. A meditação bíblica e a nitidez. Ao comparar o coraVocê é feliz? Você tem ção com olhos espirituais, Je- oração são recursos que Criscomemorado o Natal? Se a sus nos ensina que é preciso to usa para limpar os olhos resposta for negativa, o que manter a nossa alma lavada do nosso coração. Devemos você está esperando? Jesus pelo colírio da comunhão usá-los todos os dias, porCristo veio a este mundo com Ele. “Bem-aventurados que a corrupção do mundo por minha e sua causa, não os limpos de coração, porque não conhece feriados. Não é vire as costas para Ele. Faça eles verão a Deus.” (Mt 5.8) nosso hábito que nos limpa o seu melhor, dê o melhor Existem muitas poeiras es- - o que nos dá limpeza de de si para Jesus Cristo. Viva pirituais: medo, tradição, coração é Cristo, com quem o dia de hoje como se Cris- preconceito, egocentrismo. cultivamos comunhão diária. to voltasse amanhã, viva Quando elas se acumulam Cristo no coração nos dá a para a Glória de Deus. E em nosso coração, perdemos limpeza necessária para “ver um feliz e abençoado Natal a nossa capacidade de ver a Deus”. com Jesus.
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Natal Manoel de Jesus The, pastor, colaborador de OJB Enquanto os sinos dobram, Os pobres, sem casa, sobram, Buscando justiça duradoura, Só encontrada naquela manjedoura. Naquela noite de gala, Anjos de novas são precursores, Entoando altos louvores, Conforme a Escritura fala. Natal de espiritualidade, Enunciada na voz dos profetas,
Veio o Menino em santidade, Lembrado nos versos dos poetas. Criança! És linda esperança! Pois serás o Salvador, Trazendo n’alma a bonança, De uma vida cheia de amor. Menino bendito! Que um dia nos nasceu, Ecoa no céu um grito; Na cruz sombria, Ele morreu.
O infante se fez homem, Mas Deus Ele se revelou, Na glória colocou Seu nome, Pois Ele sempre o amou. Que esperas tu, misero ser? Continuarás na impiedade? Por que demoras, em crer? Corra! Ou perderás a eternidade.
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Natal de Jesus ou de Papai Noel? Rogério Araújo (Rofa), escritor, jornalista, colaborador de OJB
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cada ano o Natal começa mais cedo. Mal termina o Dia das Crianças e o comércio já começa a enfeitar as lojas com ár-
vores, guirlandas, estrelas, luzes, pisca-pisca e Papai Noel. Em um episódio de “Os Simpsons ”, desenho animado muito conhecido no mundo inteiro, o menino Bart, ao ser perguntado na sala de aula sobre quem teria nascido no Natal, ele
simplesmente respondeu: “Papai Noel!”. Assim, onde se encontra o aniversariante do dia que é sempre esquecido por todos? Esse personagem de barba branca, gordinho e ar simpático foi criado para fazer parte de nosso Natal e ganhou a cor vermelha de sua roupa
por meio de uma campanha de propaganda da Coca-Cola. Dessa forma, ele traz os presentes e desce a chaminé, que é bem mais comum nos Estados Unidos e raro no Brasil. Jesus Cristo é o aniversariante do dia no Natal e precisa ser o convidado de honra
em nossa “festa”, e não ser excluído da mesa e no nosso convívio nessa época e durante o ano todo. Ele só quer nos ajudar e tem prazer em viver ao nosso lado. E você? Está lembrando de Jesus ou O substituindo por Papai Noel em seu Natal? Pense nisso!
O preço do Natal Carlos Henrique Falcão, pastor, colaborador de OJB
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ão lembro exatamente o dia, mas era final de novembro. Eu estava novamente na fila do supermercado, aguardando a minha vez e observando tudo em volta. Ao lado parou um casal com um carrinho lotado de tudo de bom para o Natal. Na outra fila, estava uma conhecida do casal que logo exclamou: “Aí comadre, tá podendo, hein?!”. Também ouvi a explicação: “É o Natal das crianças. Pela alegria deles, tenho que pagar o preço”. Fiquei imaginando a cena. Uma mesa grande, com toda a família ao redor, crianças
e adolescentes fazendo barulho, e ninguém, ninguém mesmo, com vontade de comer mais nada. Mas também fiquei pensando no preço desse Natal. Onde uma família, de aparência simples, conseguiu dinheiro para encher o carrinho e ainda impressionar a amiga? Não importa! O certo é que pela “felicidade”, o casal está disposto a pagar o preço que acha justo pelo Natal. Aliás, qual é o preço do Natal? Para José, custou crer no que o anjo lhe disse sobre uma situação muito estranha que estava acontecendo. Sua noiva estava grávida e o anjo lhe disse que era obra do Espírito Santo no cumprimento das profecias para o nascimento do Messias, o
Emanoel de Deus (Mateus 1.18-24). Para Maria, custou-lhe toda a fidelidade a Deus, a ponto de ser escolhida por ser uma pessoa que já era cheia da Graça de Deus (Lucas 1.30). Estava pronta para pagar o preço, crendo no impossível divino e sabedora que estava sendo escolhida para fazer parte da história escrita por Deus (Lucas 1.46-55). Para os pastores, perto de Belém, custou largar os rebanhos no campo e correrem até Belém para confirmarem o que os anjos estavam dizendo sobre um menino que foi posto em uma manjedoura (Lucas 2.15,16). Para os magos, custou muitos anos de estudo até descobrirem que uma estrela espe-
cial anunciaria o nascimento de um menino que seria o “Rei dos Judeus”. Devem ter pago um preço alto nos presentes reais que ofertaram ao menino. Ainda viajaram do oriente até Jerusalém com o risco de perderam a vida por causa do ciúme de Herodes (Mateus 2.1-12). Para José e Maria, custou uma viagem cansativa com Maria perto de dar à luz ao seu filho. No dia da purificação, custou o preço de duas rolinhas e dois pombinhos, como estava escrito na lei de Moisés (Lucas 2.1-6; 22-24). E para nós, hoje, qual é o preço do Natal? Ele é celebrado com a Graça de Deus que é derramada em nossos corações por Jesus. Não nos custa nada porque Jesus já o
pagou o preço derramando o seu precioso sangue na cruz. Não usou nem a prata, nem o ouro que perece, mas foi com sua própria vida incorruptível (I Pedro 1.17-19; 22-23). Junto com o Natal realizamos uma festa de confraternização que muitos confundem com a celebração do nascimento de Jesus. Alguns preferem pagar alto pelo preço da festa. Outros se entristecem por não terem condições de pagar o preço da festa, sem saber que o Natal já foi pago por Jesus. O que é mais importante na sua vida, a festa ou o Natal? Que o Natal de Jesus esteja em primeiro lugar na sua vida, não importando o tamanho da sua festa.
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Nasceu o Redentor Edson Landi, pastor, colaborador de OJB “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.” (Mt 2.11)
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evangelista Mateus é o único a narrar a visita que os magos (sábios) fizeram ao menino Jesus. E Mateus registra três tipos de ofertas: ouro, incen-
so e mirra. Cada um desses presentes ensina-nos uma grande mensagem que deve ser considerada neste Natal. O ouro era dado aos reis. No Antigo testamento, principalmente nos livros de Reis e Crônicas, vemos que quando alguém desejava agradar ao rei, enviava-lhe uma oferta em ouro. Davi e Salomão receberam muitas ofertas desse tipo. Ao presentearem o menino Jesus com ouro, esses homens estão reconhecendo que Ele é Rei (Mateus 2.2), e que Ele é o Rei dos reis (Apocalipse 19.16).
O incenso está ligado ao culto. No Antigo Testamento, o sacerdote colocava o incenso em um vaso chamado turíbulo, que, ao ser sacudido, a fumaça sobe, simbolizando as orações. Ao colocarem o incenso diante do menino Jesus, os sábios estão dizendo que Ele é o sacerdote. Isso fica claro na carta aos Hebreus: Jesus é aquele que nos reconcilia com Deus. Somente Ele tem o poder de perdoar os nossos pecados (Mateus 1.21). E a mirra? A mirra era usada para embalsamar cadáveres.
No final do Evangelho de João vemos que Nicodemos usa mirra para preparar o corpo de Jesus para o sepultamento (João 19.39). O nosso Jesus, ainda menino, recebe um presente relacionado à sua morte. Por quê? Porque Ele é o grande morto de toda a Bíblia e de toda a história da humanidade. Porque a morte de Jesus é a única que pode reconciliar-nos com nosso criador. Ele é o nosso substituto. Sou pai, sei que o nascimento de uma criança é sempre algo romântico. O
nascimento de uma criança aponta-nos para a vida. No entanto, o Natal fica incompleto se não considerarmos que, para o Deus menino, depois da manjedoura haverá uma cruz. A genuína mensagem do cristianismo é: o menino Jesus nasceu para morrer em nosso lugar. Ele merece o ouro, pois é rei. Ele merece o incenso, pois é sacerdote. Ele, por amor a nós, aceitou receber a mirra, pois é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Nasceu o Redentor! Glórias a Deus!
O amor nasceu Celson Paula Vargas, pastor, soas. Isso, às vezes observado pelo adiamento, por colaborador de OJB parte delas, de certas atitu“Mas Deus prova o seu des ou decisões já tomadas, próprio amor para conosco, para serem efetivadas após pelo fato de ter Cristo morri- o Natal, como: “Vou dedo por nós, sendo nós ainda mitir”; “Vou me separar”; “Vou romper com ‘fulapecadores.” (Rm 5.8). no’”; “Vou sair de casa”; uando se anun- “Vou trocar de Igreja”; etc. cia o tempo do Isso é o reflexo da superfiNatal, acentua- cialidade do amor humano, - s e a s e x p r e s - que não passa de um mero sões das palavras “amor e sentimento vulnerável e paz”, e podemos até obser- interesseiro. Assim é celevar uma diminuta sombra brado o Natal da maioria desses sentimentos nas pes- da humanidade.
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Levando o Natal para o verdadeiro cristianismo, ou seja, Cristo Jesus como fundamento principal, temos a expressão do amor na sua verdadeira dimensão, um ato de misericórdia e compaixão, praticado por graça ou favor, por outrem, sem qualquer tipo de restrição ou merecimento dessa pessoa. Esse ato marca o nascimento do amor, não sentimento, mas atitude, ocorrido quando Deus se fez homem na Pessoa de Jesus, gerado e nascido por
um ventre humano, com a missão de se oferecer como sacrifício santo e suficiente para pagar a dívida contraída pelo homem para com Deus, quando, conscientemente, decidiu desobedecer ao seu Criador, cometendo o pecado que o condenaria a uma eternidade sem Deus e de sofrimentos. Nossa dívida foi paga pelo Filho de Deus, morto em uma cruel cruz. Isso é o verdadeiro Natal, a celebração do natalício de Jesus, a prova do Amor de Deus para conosco, pelo fato
de ter dado Seu filho Jesus para morrer por todos nós, pecadores, portanto, não merecedores do Seu amor. O Natal deveria marcar para nós o nascimento do amor, porque, nesse tempo, Deus se fez homem, vimos Sua glória em Seu Filho, portanto, vimos o amor, porque a Bíblia diz que Deus é amor: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” (1 Jo 4.8). Celebrando o Natal nesse amor, certamente seremos bem-aventurados.
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missões nacionais
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Silvia Regina: o milagre de Natal
ilvia Regina Ferreira é meu nome. Fugi de casa aos 09 anos. Treinada para o crime pelo próprio pai, vivi no mundo do roubo até ser presa, deixando minha filha com menos de um ano de vida aos cuidados da minha mãe. Passei 25 anos em presídios. Quando finalmente a liberdade veio, fui aprisionada pelas drogas. Um abismo chama outro abismo, como dizem as Escrituras de Deus. Com quase 60 anos de vida, contabilizo 40 Natais não comemorados, longe da família. Como isso tudo aconteceu? Ah, faz tanto tempo... As marcas das histórias estão no meu corpo, espírito e alma. Elas doeram tanto, mas Jesus as sarou, e as cicatrizes servem como prova da história que trilhei. (...) Nas ruas e cadeia, pensei na Adriana. Como estaria a minha filha? Será que se alimentou? Ganhou presente? Alguém está cuidando dela? Já sofri muito com esses pensamentos. Graças a Deus, essas fases horríveis passaram; minha filha tornou-se uma adulta, esposa e mãe. Adriana demorou a aceitar-me de volta. Sinto-me muito feliz porque ela conseguiu enxergar realmente o que Deus fez e está fazendo em mim. Ele restaurou a
Foto: Agência StilloBrasil/FotoCriativa
minha condição de ser humano e me mostrou como deveria viver. Vejo que ela também está vendo e sentindo isso. O convite que recebi dela para participar deste Natal em família foi surpreendente. Os meus dois irmãos estarão lá (Davi e Ruy, que mantive distância até agora). Tenho lugar na família, da qual, hoje, sou a mãe mais velha.
O que ela deseja é o que nós queremos: ter a família unida e reunida. Contudo, desejo preencher o coração da minha filha com amor. Estarei presente, de corpo e alma. Acredito que vamos nos reconstruir direitinho como sonhamos; vai ser um lindo Natal. Perdi todos os outros, mas isso agora é passado. Em 2017 finalmente terei meu
grande, verdadeiro e primeiro Natal em família”. Texto de Andressa Brito de Andrade, inspirado na história de Silvia Regina Ferreira. Amor gera bênçãos: compreensão, perdão, carinho. Silvia tem vivenciado esses milagres porque sua vida foi transformada por Jesus. O milagre do Natal, do nascimento do Salvador, mudou o seu coração. E mudou sua
família também. Leia a história completa de Silvia na revista “A Pátria para Cristo: Especial de Natal”, disponível no site de Missões Nacionais: www. missoesnacionais.org.br. Junte-se a nós para que mais pessoas vivam o milagre de Natal. Acesse o site https://www.atos6.com/missoesnacionais/projetos/cristolandia.
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PIB do Bairro Ideal - RJ apresenta cantata de Natal “A Grande Luz”
Coros da Igreja uniram-se em prol da cantata de Natal
Ater Mattos, professor, músico, membro da Primeira Igreja Batista do Bairro Ideal, em Realengo - RJ
O
título da cantata tornou-se muito sugestivo para a época. O nascimento do Filho de Deus tem o poder de causar reflexões e transformações, fazendo-nos pensar e olhar para dentro de nós mesmos. Assim, muitas Igrejas aproveitam a oportunidade de pregar Jesus e Sua palavra através de cantatas e
musicais ricos, vivos e verdadeiros. Com a Primeira Igreja Batista do Bairro Ideal, “A Igreja da família”, não foi diferente. Tendo à frente o nosso pastor Luís Nunes, no dia 10 de dezembro fora realizado em nosso templo um culto musical em forma de cantata, intitulado: “A Grande Luz”. Vale ressaltar o esforço e regência do nosso ministro de Música Israel de Oliveira Nunes, que dentro de uma maturidade artística cristã compreendeu a necessidade de preservar a essência do canto coral.
Musical contou com 39 participantes no coro
Para tal, promove intercâmbios com outras Igrejas e corais, principalmente no mês da música. Paralelo a isso, apoiado pela Igreja, fomenta uma escola de música, com a finalidade de lapidar e aprimorar dons e talentos em prol da obra. Por questões técnicas para este ano (somente) a referida cantata fora apresentada pelo “Coro Integração”, com a participação de 39 componentes. Na prática, trata-se da junção do coral feminino “Filhas do Rei” e do Coral “Madrigal”, ambos fundados,
respectivamente, nos dias 28 de agosto e 10 de setembro de 2014. Desde então, “Servi ao senhor com alegria e apresentai-vos a Ele (sempre) com um cântico (novo)” (Sl 105.2) é seu lema e divisa. Com isso, alegra e abrilhanta o coração da Igreja e do nosso Senhor Jesus Cristo. Crescido e acrescido em força e graça para que continuemos a cumprir o “Ide” de Jesus, levando a palavra musicada de amor e salvação de forma incondicional a inúmeras pessoas perdidas e sem esperança e que sofrem, ainda
mais no Natal. “Até aqui nos ajudou o Senhor”. Neste mais um ano de alegrias, tristezas e realizações, o mais importante é refletir sobre os acontecimentos finais, principalmente, em relação ao nascimento e volta de Jesus Cristo, explorando o crescimento e aprendizado da Palavra. Agradeço a Deus pelo compartilhar do que nos fez neste glorioso dia de domingo. Vamos guardar para sempre em nossos corações tudo que nos elevou aos céus, tudo que aprendemos e cantamos.
Convenção Batista Carioca investe em cursos de formação de líderes de PGM Tiago Monteiro, Comunicação e Marketing da Convenção Batista Carioca
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nvestindo na capacitação de Igrejas, a Convenção Batista Carioca (CBC) concluiu, no dia 07 de dezembro, mais um curso de formação de líderes de Pequenos Grupos Multiplicadores (PGM’s). A cerimônia aconteceu na Primeira Igreja Batista de Parada de Lucas - RJ e contou com a participação especial de um ex-aluno, o pastor João Tito B. de Oliveira, da Primeira Igreja Batista de Olaria.
Pequenos Grupos Multiplicadores têm ajudado a formar novos líderes
Durante a conclusão do curso de PGM, pastor Tito testemunhou sobre o momento precioso que sua Igreja tem vivido com a implantação dos PGM’s. Ele afirmou que um dos membros de sua
Igreja tornou-se um grande líder a partir do pequeno grupo, desenvolvendo o pastoreio de sua equipe. “Houve o caso de uma irmã que precisou ser hospitalizada e ele deu total apoio, resolvendo
questões importantes para a situação”. Os cursos de PGM’s são ministrados pelo diretor-geral da CBC, pastor Nilton Antonio de Souza. A cada semestre, de duas a quatro novas
turmas são formadas, dando a pastores e membros de Igrejas ferramentas ministeriais específicas para o crescimento e discipulado de vidas através de relacionamentos. Os Pequenos Grupos Multiplicadores reforçam a visão dos Batistas para o crescimento do Evangelho no Brasil. A estratégia tem sido incentivada pela liderança da denominação, que vê nos PG’s uma grande oportunidade para o fortalecimento da fé. Fique atento a novas informações sobre os próximos cursos de PGM’s; em breve divulgaremos a abertura de novas turmas.
9 PIB de Senador Canedo - GO organiza culto em comemoração do 7o aniversário da Igreja o jornal batista – domingo, 24/12/17
notícias do brasil batista
Templo da PIB em Senador Canedo - GO foi construído com poucos recursos
Benedito Corrêa, pastor “Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso, estamos alegres” (Salmos 126.3)
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Primeira Igreja Batista de Senador Canedo - GO comemorou o 7º aniversário nos dias 25 e 26 de novembro de 2017, às 19h. Os pregadores foram o pastor Sebastião Júnior,
da Igreja Batista da Graça, de Trindade, e o advogado Walter Silva, presidente da Convenção Batista Goiana (CBG). Sebastião Júnior trabalhou as Cinco Solas da Reforma Protestante, “Caminhos dos quais a Igreja de Jesus Cristo não pode deixar de trilhar”, disse. Já Walter Silva levou uma mensagem sobre a restauração de valores espirituais na vida cristã, e mostrou que a nossa men-
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Preletores falaram Igreja e valores espirituais na vida cristã
te pode ser vista como o telhado estragado de uma casa, que precisa trocar algumas telhas para evitar que o gotejamento de falsas doutrinas comprometam a vida cristã harmoniosa com Deus. Pastor Timóteo Figueiró e sua esposa Roseli de Freitas - que assinaram o convite ao público - explicaram que a satisfação de receber as famílias para aqueles dias de culto foi muito grande,
pois teve a confirmação da presença do Senhor Jesus Cristo em tudo o que foi pregado e realizado para receber os muitos convidados que compareceram. “O Senhor, Dono da obra, o qual é digno de toda honra e de toda a glória, pelos séculos dos séculos, nossos agradecimentos”, profetizou em oração, o pastor da Igreja, Timóteo Figueiró. Vamos proclamar na oportunidade que “Grandes
CONVITE
Nota aos membros
RECADASTRAMENTO
A Igreja Batista Nova América - RJ decidiu em Assembleia Ordinária, em 15 de outubro de 2017, deliberar sobre o processo de RECADASTRAMENTO do seu Rol de Membros, que iniciou-se na data desta Assembleia. Nesta fase do processo, solicitamos aos irmãos, membros da Igreja Batista Nova América, que ainda não se recadastraram, que COMPAREÇAM a Igreja até o dia 15 de março de 2018, às quarta-feira de 19:30h às 20:30h, e aos domingos de 09h às 11:30h ou 18h às 20:30h, quando se dará o encerramento deste processo. O RECADASTRAMENTO É PRESENCIAL E OBRIGATÓRIO para todos os membros que quiserem se manter ativos no Rol. Os membros que não se recadastrarem até a data acima referida serão considerados AUSENTES (INATIVOS) e como tal serão desligados automaticamente do Rol de Membros. Presidente: Alexandre Lorio Igreja Batista Nova América Estrada Adhemar Bebiano, 1640. Del Castilho, Rio de Janeiro - RJ / CEP: 21061 750 Tel. (21) 2583 0270.
coisas fez o Senhor por nós, por isso, estamos alegres” (Sl 126.3). “Há sete anos”, conta o pastor Timóteo, “Um dos nossos maiores desafios, com parcos recursos, foi construir o templo da Igreja. O lote nos fora doado pela Igreja Batista do Setor Coimbra, de Goiânia; mas a confirmação dessa doação dependia da construção do templo, e isso foi realizado, graças a Deus!”, conclui.
A IGREJA BATISTA EM VILA IPIRANGA, situada à Rua Francisco Borges, 316 - Fonseca - Niterói - RJ, através do seu pastor presidente, vem com muita alegria CONVIDAR, pastores e Igrejas, para a formação do concilio de LEONARDO SODRÉ DUQUE, bacharelado em Teologia com ênfase em Ministério Pastoral pelo Seminário Teológico Batista de Niterói, que se dará no dia 27 de janeiro de 2018, às 15 horas, em nosso templo, e caso seja aprovado a ordenação ao Ministério Pastoral, no mesmo local e dia, às 19 horas, em um culto solene, uma vez consagrado, o candidato deverá ser efetivado como pastor auxiliar e líder da juventude.
Jaime Franklin do Nascimento Pastor presidente
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notícias do brasil batista
Igreja Batista Betel em Guariba - SP promove ações de compaixão e graça
Equipe de Guariba e Sumaré - SP
Oswaldo Chiquitelli, pastor da Igreja Batista Betel em Guariba - SP
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aseado em um dos princípios da Igreja Multiplicadora, a Igreja Batista Betel em Guariba - SP realizou o
Diversos serviços foram oferecidos para a população
dia de compaixão e graça, que aconteceu dia 30 de setembro, através da 2ª edição do Projeto Igreja Sobre Rodas. A atividade contou com mais de 100 voluntários, dentre eles, os irmãos da Igreja Batista da Conquista de Sumaré – SP.
De forma gratuita, foram oferecidos diversos atendimentos à população guaribense, como: corte de cabelo, testes de diabetes, massagem, limpeza de pele, manicure, maquiagem, medição de pressão arterial, palestras em diversas áreas, teatro, atividades
para crianças, distribuição de folhetos pelos bairros e muita pipoca e algodão doce. “Agradecemos a Deus por cada irmão envolvido e pela oportunidade de poder servir a comunidade onde estamos inseridos com gestos simples de amor. Todas as ações fo-
ram centralizadas na sede da Igreja e o evento contou com presença de diversos moradores de bairros próximos a Igreja, bem como de autoridades municipais” concluiu Oswaldo Chiquitelli, pastor da Igreja Batista Betel em Guariba - SP.
Congresso da Juventude Batista Leste da Bahia reúne mais de 200 pessoas
“Eu sou luz?” foi o tema do Congresso deste ano Jubal voltou com força após tempo de inatividade
Alfrenito Bispo, presidente da Associação Batista do Leste da Bahia
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os dias 01, 02 e 03 de dezembro, na cidade de Esplanada - BA, aconteceu o Congresso da Juventude Batista Leste (Conjubal 2017), que reuniu mais de 200 jovens e teve como tema “Eu sou luz?”. O evento contou com a participação do ministério Semeartcia,
que muito abençoou o evento. Foram oferecidas oficinas de dança, música, teatro e libras, além de cultos de adoração ao Senhor, mesa redonda e social. Todos os anos, a Juventude Batista Leste (Jubal) lança um desafio social no Conjubal. Para 2017, o desafio foi arrecadar rações de gatos e cachorros para doar para a fundação Anjos de Quatro Patas, que cuida de animais abandonados e vive de con-
tribuições. Muitas rações foram arrecadadas, mostrando o compromisso social da nossa juventude. O Congresso enriqueceu a vida de todos que ali estiveram. Após anos desativada, a Jubal foi reativada há três anos e já tem visto o mover de Deus de forma linda e abençoadora na região. “O Conjubal 2017 é o começo de um novo tempo que se inaugura na Juventude Leste”, afirma diretoria da Jubal. Congresso enriqueceu a vida dos participantes
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missões mundiais
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Compartilhamento de DNA missionário com Batistas da Venezuela Willy Rangel - Redação de Missões Mundiais
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entro das ações de compartilhamento do nosso DNA missionário com a Convenção Nacional Batista da Venezuela (CNBV), que em 2016 enviou representantes à sede de Missões Mundiais, uma nova fase de aprofundamento desse relacionamento começou em setembro deste ano, com o envio de uma representante que ficará um total de seis meses no Rio de Janeiro para futuramente apoiar a formação de uma agência missionária dos Batistas venezuelanos. Segundo o coordenador de Missões Mundiais para as Américas, pastor Ruy Oliveira Jr., a vinda da venezuelana Adriana Rodriguez representa a terceira fase do convênio entre Missões Mundiais e a CNBV, o que permitirá colaborar significativamente com o desenvolvimento dos processos de uma agência missionária transcultural venezuelana.
“Adriana está tendo a oportunidade de aprender com os especialistas em cada processo, e o feedback sobre seu desempenho é positivo”, destaca o pastor Ruy. Para Adriana, é uma grande oportunidade estar em Missões Mundiais para aprender com a experiência de cada área nos bastidores da agência missionária transcultural dos Batistas brasileiros. “São poucas pessoas que estão trabalhando muito, e é ótimo compartilhar com eles, tanto em nível pessoal quanto profissional. Você vê o amor que eles têm por Cristo”, diz Adriana. “Esse é o nosso desejo, que na Venezuela também tenhamos uma equipe assim, trabalhando em conjunto, que se sinta como uma família”, completa. Segundo a enviada da CNBV, os principais objetivos da futura agência são montar uma estrutura para atuação de colaboradores que apoiarão os missionários e investir no cuidado integral dos missionários. E Adriana destaca que, mesmo com
Adriana Rodriguez passou pela Gerência de Comunicação e Marketing em novembro de 2017
a Venezuela passando por uma forte crise econômica e política, a agência missionária transcultural da CNBV é o desejo que reflete o amor dos crentes venezuelanos por missões. Adriana já passou pela coordenação de Recursos Humanos e mais recentemente pela Gerência de Comunicação e Marketing. A analista de RH de Missões Mundiais Fernanda Rocha espera ter contribuído com a seleção de novos missionários venezuelanos que seguirão para outros países. “Transferimos nossa experiência, apresentamos os
processos e a maneira como Deus tem nos direcionado na seleção de brasileiros para os campos de Missões Mundiais”, diz Fernanda. “Ao apresentarmos os trabalhos que o RH desenvolve, Adriana interagiu e fez várias perguntas que nos fizeram refletir sobre a realização das nossas atividades e como elas têm impactado Missões Mundiais e os campos missionários onde atuamos”, destaca a analista de RH. Para a gerente de Comunicação e Marketing, Danielle Lira, é uma honra ter recebido Adriana, “Uma jovem inteligente, com coração mis-
sionário, que veio sozinha para aprender o que nós fazemos, como fazemos e por que fazemos”. “Ela também trouxe conhecimento da sua realidade e de outros idiomas, com um novo olhar de quem não está sempre no nosso meio. Acho que esse intercâmbio deveria acontecer mais vezes, não só para receber, mas também enviar pessoas para trocar informações e experiências”, declara a gerente de Comunicação e Marketing. Essa ação piloto com a CNBV está envolvendo diretamente os colaboradores da sede, a quem o pastor Ruy externa seus agradecimentos. “Adriana tem expressado seu sentimento de se sentir acolhida e, principalmente, de avaliar as dificuldades realizadas até aqui como produtivas e relevantes para as ações posteriores na Venezuela”, relata o pastor Ruy, segundo quem a avaliação até aqui tem se mostrado positiva, na direção de alcançar os objetivos propostos para compartilhamento do DNA missionário.
Ações para a eternidade Marcia Pinheiro - Redação de Missões Mundiais
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hegamos à época do ano mais esperada no mundo ocidental. Nós, brasileiros, compartilharemos com nossas famílias e Igrejas momentos de confraternização, renovação e alegria da noite de Natal e a chegada de um novo ano. Mas longe de suas casas estão nossos 1.800 irmãos nos campos missionários, esperando pela oportunidade de apresentar aos povos não alcançados o verdadeiro sentido do Natal: Jesus. Missões Mundiais é grata a Deus pela vida de cada um deles que escolheu deixar seus familiares e o conforto de suas casas para viver em outra cultura, muitos arriscando a própria vida em países com perseguição religiosa. Tudo isso por amor àqueles
que ainda não conhecem o Grande Eu Sou. Apesar da crise econômica pela qual ainda passa o país, nosso diretor executivo, pastor João Marcos Barreto Soares, decidiu manter o abono de Natal enviado anualmente para todos os nossos missionários. Ele convida a todos os Batistas brasileiros a participarem desta oportunidade de abençoar nossos
missionários que, mesmo à distância, podem contar com a família de Missões Mundiais. Família essa de muitos membros, que oram, ofertam, mobilizam e seguem aos campos missionários. Foi esta família, da qual você também é integrante, que em 2017 alcançou resultados significativos: • Estamos presentes em 77 países nos cinco continentes.
• 1.800 missionários cumprem o chamado de apresentar o Grande Eu Sou às Nações. • 26% da nossa força missionária estão em áreas de perseguição religiosa. • Plantamos 119 novas Igrejas entre os anos de 2016 e 2017. • Também entre 2016 e 2017, realizamos mais de 4 mil batismos. • Em 10 anos do projeto Bíblias para os Povos, distribuímos 720 mil exemplares da Palavra de Deus. • Temos mais de 600 unidades do PEPE (programa socioeducativo) em 29 países, que atendem cerca de 1.600 crianças. • Marcamos presença em 11 países através do programa Radical. • Mais de 30 mil pessoas foram atendidas pelo programa de nutrição Pão Nosso somente no primeiro trimestre de 2017.
• Em 2017, intensificamos nossas ações para mobilizar o Brasil em favor da Igreja sofredora, lançando a campanha permanente NUN - Somos um. Somos Nazarenos. Estes resultados representam mais do que números. Eles refletem vidas que foram alcançadas pelo Grande Eu Sou e hoje seguem anunciando o Amor de Cristo pelo mundo. Assim como você, hoje elas também são esperança às nações. Entre em contato com a nossa Central de Atendimento e diga que deseja ofertar para o Abono de Natal: 21221901 (cidades com DDD 21) ou 0800 709 1900 (demais localidades), nos dias úteis, das 08h às 19h (horário de Brasília). Também estamos no WhatsApp (98216-7960 e 98055-1818, ambos com DDD 21) e no e-mail centraldeatendimento@jmm.org.br.
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o jornal batista – domingo, 24/12/17
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É Natal! Nasceu o Filho de Deus, nosso Redentor, o melhor presente de Natal!
D´Israel (Israel Pinto da Silva), colaborador de OJB Os pastores do campo com o seu rebanho Ali descansavam tranquilamente Quando, de repente, desceu do céu um anjo Que disse: “Nasceu o Filho de Deus, o Cristo Também de José e da virgem Maria Está em Belém, numa estrebaria, numa manjedoura Lá na Judéia, envolto em panos “Glória a Deus nas alturas e paz na terra Aos homens de boa vontade!
Saudação natalina aos diáconos Batistas Djalma Alves Cabral Filho, pastor, conselheiro da Associação dos Diáconos Batistas do Brasil (ADBB), presidente da Igreja Batista Redenção, em Manaus - AM
A
saudação no período de Natal para os diáconos sai em silêncio dos corações das Igrejas Batistas do Brasil para aquecer com ternura os corações daqueles que labutam como “servos” no Reino de Deus. Esse reconhecimento aos diáconos acontece porque esses oficiais das Igrejas exercem a importante liderança servidora pela capacidade de persuadir, de procurar, sempre, convencer e nunca coagir ou constranger ninguém, baseando-se esse ministério pela capacidade de influenciar pessoas a agir por meio da persuasão. Constata-se que as maiores Igrejas Batistas brasileiras e que já têm muitos anos de funcionamento, normalmente, possuem corpos ou
conselhos de diáconos que são atuantes e abençoadores. Nessa centenária história, os diáconos auxiliaram para que suas Igrejas locais vencessem os diversos períodos de controversas doutrinárias e de crises. A passagem bíblica que melhor faz menção sobre as qualificações para os diáconos é ITimóteo 3.8-13. Nesse texto, por exemplo, são encontradas qualidades como: ser honesto; não falar mal do próximo; ficar longe do vício da bebida alcoólica; não ser cobiçoso; guardar a fé; ser provado para servir; ser irrepreensível; entre outras. Já em Atos 6.1-6, a Bíblia ensina que sete homens foram escolhidos para lidar com assuntos referentes às necessidades físicas e logísticas da Igreja. Relembrando os ensinos do pastor Augustus Strong, antigo professor de Teologia Bíblica em Nova Iorque, no final do século XIX e começo do século XX, no seu li-
II Então, os pastores saíram correndo Foram depressa no mesmo dia Sem mais demorarem, para conhecerem O Salvador - do mundo: o Filho de Deus O Santo Cordeiro De Deus; o imaculado Que tiraria o pecado da terra; do homem Que é pecador! Que nos leva ao trono de Deus
vro de Teologia Sistemática (Hagnos, 2003, p. 679-680), tem-se que o diácono é o auxiliar do pastor e da Igreja, tanto nas coisas espirituais como nas temporais: em primeiro lugar, aliviando o pastor das tarefas externas, informando-o das condições e necessidades da Igreja e formando um laço de união entre o pastor e o rebanho; em segundo lugar, auxiliando a Igreja, socorrendo o pobre e o enfermo e ministrando de modo informal as necessidades espirituais e realizando alguns deveres em conexão com o serviço do santuário. A Declaração Doutrinária da CBB (Título VIII - Igreja) afirma que “Há nas Igrejas, segundo as escrituras, duas espécies de oficiais: pastores e diáconos”. Portanto, no Natal, relembram-se os desafios atuais para os diáconos que buscam despertar vocações e educar uma nova geração para o exercício do ministério diaconal. Feliz Natal para os Diáconos do Brasil!
III E lá estava o Menino envolto em panos Lugar humilde e quem diria Que um grande Rei viria nascer Naquele lugar? José e Maria contaram pra eles O acontecido e que um anjo Falara com eles e ela teria um filho Que se chamaria: Jesus, o Cristo Com toda certeza ali também estavam Aqueles três reis magos que seguiam Aquela estrela que os conduzia A Belém da Judeia para adorar - o Rei dos reis Para quem levaria aqueles presentes Ouro, incenso e mirra A quem louvaria e o honraria com humildade! IV Nasceu Jesus - o Emanuel: O Deus Conosco O Filho de Deus. Nasceu Jesus, o intermediador entre Deus E os homens... O Redentor; o Bom Pastor O Caminho; a Verdade e a Vida O grande Messias O Mensageiro da paz! Sim, nasceu Jesus nosso refúgio e fortaleza Aquele que nos dá a certeza da salvação Da alma do pecador arrependido por ter pecado V Chegou o Natal; a hora é esta A hora da festa; comemorações De adorar o Menino Jesus De se dar presentes, abraços, brinquedos De se dizer: realmente chegou O Salvador - do mundo!
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Olhar fixamente para Jesus!
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olhar para o Autor e Consumador da nossa fé (Hebreus 12.2). Para Aquele que esmagou a cabeça da serpente (Gênesis 3.15). Para o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (João 1.14). Para o Pão da vida (João 6.35). Para Aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6). É olhar para Aquele que tem o poder sobre todas as coisas - visíveis e invisíveis (Mateus 28.18). É olhar para Aquele que é a ressurreição e a vida (João 11.25). Para o Pastor que dá a Sua vida
pelas ovelhas (João 10.11). Para a Videira verdadeira em quem estamos ligados (João 15.1). Para Aquele que, sem Ele, nada podemos fazer (João 15.2). Olhar para Jesus! Essa é uma atitude de fé e de compromisso às raias da morte. É estar disposto a se inclinar perante Ele e confessar as culpas, maldades, mazelas e taras. Reconhecer nossas limitações. É aceitar o Seu convite: “Venham a mim todos vocês os que estão cansados e oprimidos e eu os aliviarei” (Mateus 11.28).
Ele nos chama a aprender dEle, que é manso e humilde de coração (Mateus 11.29). É viver a Sua vida neste mundo (Filipenses 1.21). É servir como Ele nos serviu, com a Sua própria vida, nos substituindo na cruz. Olhar para Jesus! Essa é uma atitude de confiança em Sua suficiência. É descansar no Seu amor e na Sua graça. Essa nos basta, porque o Seu poder se aperfeiçoa em nossa fraqueza (II Coríntios 12.9-10). É receber, pela fé, a Sua sabedoria para viver cada dia. Apren-
der com Ele a lidar com as pessoas. Olhar fixamente para Jesus! Que benção, que gozo e que paz! Olhar para Aquele que a Si mesmo se deu por nós na cruz, o justo pelos injustos, para nos conduzir ao Pai (I Pedro 3.18). Aquele que nos deu a vida eterna (João 10.28). Aquele que revelou em Si mesmo todo o amor do Pai (Romanos 8.38-39). Em quem estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e da ciência (Colossenses 2.3). Sim, olhar para Jesus e ver todas as coisas na perspectiva
dEle. Andar como Ele andou (I João 2.6). Amar como Ele amou. Servir como Ele serviu. Abençoar em Seu nome. Pensar com a Sua mente (I Coríntios 2.16). Sentir com o Seu coração. Devemos ser Seus imitadores. Ter compaixão das pessoas. Deixar para Ele todo o julgamento. Olhar para Jesus é viver uma vida de identificação com Ele na Sua morte e ressurreição (II Coríntios 4.9,10; Gálatas 2.20). Olhar fixamente para Jesus é estar absolutamente seguro e nada temer. (João 10.28)
Enquanto houver Natal José Manoel Monteiro Jr., pastor, colaborador de OJB
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ara muitos, o Natal é uma festa pagã. Existem crentes que estão demonizando o Natal, por serem contra dos adereços que são colocados para celebrar a data. Infelizmente, esse pensamento tira o brilho acerca do verdadeiro sentido do Natal. O Verbo eterno se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade. O que comemoramos é o nascimento de Jesus. O evangelista Lucas traz
uma particularidade muito interessante no tocante ao nascimento de Jesus: “E ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (2.7). A história não mudou, assim como no passado não houve lugar para Jesus e ele nasceu na estrebaria entre os animais, hoje, inúmeras pessoas fecham o coração para a realidade de Cristo. Gostaria de tecer algumas considerações acerca do Natal, tendo como base o texto
de Isaías 9.1-2. Em primeiro lugar, enquanto houver Natal, profundas mudanças podem ocorrer. “Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade”. Aleluia! Há aqui uma linda promessa messiânica, de que a terra aflita não ficaria na obscuridade. O Jesus que celebramos no Natal tem o poder de tirar a nossa aflição e mudar o quadro de nossa vida, família, do nosso casamento e também da nossa Igreja. Em segundo lugar, enquanto houver Natal, uma grande
oportunidade se abrirá para você. “O povo que andava em trevas viu grande luz” (Is 9.2a). A grande oportunidade para você é as Boas Novas do Evangelho. Somente Jesus tem o poder de nos libertar das trevas decorrentes de nosso pecado. Deus, neste Natal, também lhe dá a oportunidade de romper com o ciclo do ódio na família através do perdão. Não faça do seu Natal o Natal do ódio e do ressentimento, e sim o Natal do perdão e da reconciliação. Em último lugar, enquanto houver Natal, a morte
não tem a última palavra “E aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Is 9.2b). Só Jesus pode romper os tentáculos de morte que nos aprisionam. Ele mesmo disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra, viverá”. Aqueles que têm a Cristo sabem que a morte não tem e nunca terá a palavra final. A morte foi vencida por Cristo, e podemos celebrar o Natal da vida e não o Natal de morte. Um feliz Natal!
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OBSERVATÓRIO BATISTA LOURENÇO STELIO REGA No momento faz pesquisas no campo da Neuroética
Neurociência e ética
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sta é a segunda parte de artigos relacionando a Neurociência no campo da religiosidade. Lembrando que a Neurociência é uma área ainda nova e, portanto, em fase dinâmica de descobertas com alguns conceitos ainda em desenvolvimento, de modo que estes artigos estão em forma de ensaio para que possamos estimular outros profissionais de áreas relacionadas a pesquisar mais este fio de relacionamento no campo da Teologia, da Ética e da Religião. Neste sentido, recebi duas importantes colaborações após a publicação do primeiro artigo. A primeira foi da psicóloga Lúcia Cerqueira, indicando um excelente livro “Switch On Your Brain”, da neurocientista doutora Caroline Leaf. Recebi também importante contribuição do psicólogo Paulo Albuquerque, apresentando outra alternativa à abordagem da concepção do “Cérebro Trino”, de McLean, que foi desenvolvida na década de 1970, que utilizei no artigo anterior, uma vez que tenta unificar a Neurociência, a Psicologia e a concepção do desenvolvimento humano, e tem sido ainda largamente empregada no campo da Neuroeducação, bem como Neuromarketing e ainda presente em discussões no campo da Neurociência em geral e por ter um aspecto mais didático. A estes dois psicólogos, minha gratidão. Hoje vamos nos ocupar com uma ligação muito importante entre a Neurociência e o campo da Ética, fazendo, depois, conexões com os fatos bíblicos. Vamos considerar algumas desco-
bertas realizadas em laboratório, apresentadas por meio de duas fontes científicas reconhecidas mediante a utilização de equipamentos de neuroimagens. Vamos mencionar descobertas descritas no livro “The Honest Truth About Dishonesty: How We Lie to Everyone - Especially Ourselves”, publicado em português, sob o título “A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade”, escrito por Dan Ariely e transformado no documentário científico com o título “(Dis)honesty: the truth about lies” (“(Des) hosnetidade: a verdade sobre mentiras”). Dan Ariely é professor de Psicologia e Economia Comportamental, americano de origem israelense. Este material foi resultado de pesquisas que Ariely realizou com sua equipe no Institute for Advanced Study. O grupo concluiu que há uma resposta muito forte nas regiões cerebrais onde se processam as emoções, especialmente envolvendo a ínsula, que faz parte da estrutura cerebral participando do sistema límbico, e a amígdala (não confundir com as amigdalas que estão na região da garganta), pequena estrutura do sistema nervoso em forma de amêndoa, presente em cada um dos dois hemisférios cerebrais. A pesquisa descobriu que quando a pessoa atua de forma desonesta há uma resposta desses dois componentes cerebrais podendo provocar certo desconforto para a pessoa. Foi constatado que depois de uma certa quantidade de vezes, estes componentes cerebrais já não reagem da mesma forma de modo a não causar o desconforto.
A equipe de pesquisadores conclui que essa diminuição de resposta do cérebro é como se houvesse uma adaptação a ponto de não mais incomodar a pessoa, como ocorre quando aos poucos vamos aumentando o volume de uma música e nosso ouvido/cérebro vai se acostumando. O mesmo se dá com a honestidade, dizem os pesquisadores, à medida que a pessoa repete a mentira, essas partes do cérebro não vão mais reagindo e a prática desonesta e acaba tornando-se algo normal. Descobriram também que isso independe do tipo ou origem da pessoa, alcançando todo ser humano. Pesquisa semelhante foi realizada na University College London, no Reino Unido, dando origem a um importante artigo científico “The brain adapts to dishonesty” (“O cérebro se adapta à desonestidade), publicado na revista “Nature Neuroscience”, escrito por Neil Garrett, Stephanie C. Lazzaro, Dan Ariely e Tali Sharot, neste caso focalizando mais a amígdala. Neste ensaio, podemos fazer algumas inferências ao relacionar estas descobertas com fatos relatados na Bíblia, tais como: Em Romanos 2.15, temos o ensino de que temos “A norma da lei gravada” em nosso coração (hoje representaria o cérebro). As reações destas duas partes do cérebro podem estar funcionando como que um gatilho que Deus colocou em nosso órgão de comando para indicar quando algo está sendo feito distante do que a Bíblia chama de “justiça” (no
grego “retidão”), que seria representada pelos valores éticos bíblicos. Temos aqui o que geralmente chamamos de consciência, que, aliás, também é mencionada por Paulo neste mesmo texto, ensinando que “Testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se”. “Sequestrando” um termo de Carl Gustav Jung, teríamos aqui como que uma estrutura “arquetípica” que Deus implantou em nossa natureza para nos indicar o caminho da retidão. O que podemos deduzir também é que essa lei gravada em nosso cérebro não é apenas em termos verbais e lineares, mas também em estrutura neuronais e reativas em termos bioquímicos e bioelétricos, aprofundando ainda mais nossa compreensão sobre a majestosa arte de Deus na criação do ser humano; Mas também o próprio apóstolo Paulo fala em consciência fraca (I Coríntios 8.12) e cauterizada (I Timóteo 4.2), coincidindo com as descobertas da redução da reação destas partes do cérebro com a repetição de atos ilícitos. Daqui podemos deduzir que quando ele fala em boa/limpa consciência (I Timóteo 1.5 e 19; II Timóteo 1.3) ou consciência limpa (I Timóteo 3.9), está falando de alguém que atua de forma a seguir os ideais da justiça/ retidão ética, de modo que podemos ir mais a fundo na concepção hamartiológica (parte da Teologia que estuda a doutrina do pecado), dando indicativas de que essa limpeza de consciência não afeta apenas a nossa
constituição espiritual, mas segue integrada às próprias emoções, reações mentais e físicas. Vejam que profundidade da criação divina. Em Tito 1.15, temos ainda mais o aprofundamento de tudo isso quando Paulo nos ensina que “Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas”. Mais ainda, desde que as pesquisas indicaram que essas reações são aplicáveis a todo ser humano, podemos aqui aprender sobre a degradação geral da raça humana. No campo da Ética Cristã temos incluído nos estudos das decisões que o ser humano é otologicamente pecaminoso, isto é, portador de natureza ou impulsividade que se distancia da ordem natural das coisas criadas conforme o plano original do Criador. Sobre isso veja Gênesis 3 e Romanos 7. E o que dizer do texto de Jeremias 17.9: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”. Por isso, é que Paulo nos ensina a necessidade da renovação da mente (Romanos 12.2), como recurso para a inserção de princípios éticos bíblicos de modo a promover ação preventiva, mas também de conteúdo ético referencial para nossas decisões. Não posso deixar de mencionar, é claro, que estas conclusões são provisórias para a sua reflexão e partes deste ensaio relacionam descobertas atuais com fatos já existentes na Bíblia sobre a vida e natureza humana.