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Caderno Eleições 2022 – Páginas 10 e
Entrevista / Paula Belmonte
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Por que a senhora optou por concorrer à Câmara Legislativa?
– Eu não queria disputar um novo mandato de deputada federal. Queria buscar algo novo, fazer coisas diferentes. Foi isto o que me motivou a entrar na política. Não sou política profissional e não quero me perpetuar no mesmo cargo. Na Câmara dos Deputados, fiz um mandato muito próximo da população. Mas minha atenção ficava dividida com os temas e pautas nacionais. Na Câmara Legislativa, poderei me dedicar cem por cento aos problemas do DF.
A senhora chegou a ser cogitada para disputar o GDF. O que a fez
mudar de ideia? – Montamos uma frente partidária competitiva, em que eu e o senador Reguffe seríamos candidatos majoritários. Mas faltou grandeza e desprendimento nesse processo a algumas pessoas, como o senador Izalci, que agiu pensando apenas nos interesses dele. De maneira truculenta e ilegal, fui impedida de disputar um cargo majoritário. Infelizmente prevaleceu a velha política. Mas vamos fazer um belo trabalho na Câmara Legislativa. mesmas (a defesa das crianças e o combate à corrupção), mas com um olhar especial para o DF. Articulei a aprovação do projeto de lei que prorroga a licença maternidade para mães de bebês prematuros. Criei a Comissão Externa de Políticas para a Primeira Infância e o Orçamento da Primeira Infância. Destinei recursos para a saúde e educação de crianças e jovens. Na Câmara Legislativa vou criar uma comissão para a primeira infância. Vamos instituir o Biênio da Primeira Infância no DF e muitas outras políticas para cuidar das nossas crianças, especialmente a construção de creches.
E o combate à corrupção, como
será? – Serei uma deputada distrital implacável na fiscalização dos recursos públicos. De perto se enxerga melhor. O DF tem recursos. O que falta é competência e honestidade. Ganhei projeção nacional ao liderar a CPI do BNDES e desmontar um esquema bilionário de corrupção. Na Câmara Legislativa, vou propor a instalação da CPI do BRB. Há muitos contratos e convênios que precisam ser esclarecidos. O BRB tem que ser, de fato, um instrumento de apoio ao setor produtivo para a geração de emprego para a nossa população.
E a caixa-preta do transporte
público? – As empresas de ônibus receberam quase R$ 1 bilhão do GDF
no ano passado. E neste ano mais um repasse de R$ 500 milhões. Mesmo com todos esses recursos, a passagem é cara, há poucas linhas e horários e os ônibus estão sempre lotados e em péssimo estado de conservação. É muito dinheiro para pouco retorno para os usuários. Há algo errado nessa história e nós vamos descobrir.
Qual o principal problema do
DF hoje? – São muitos. Mas podemos resumir na péssima qualidade dos serviços prestados à população, como no CRAS. É um absurdo famílias carentes precisarem dormir na porta desses centros para conseguir apenas uma senha que não garante atendimento nem benefícios. A população sofre nas filas dos hospitais. Falta pessoal, equipamentos produtos de limpeza e remédios. Será que é só incompetência? É preciso investigar. A falta de recursos não pode ser utilizada como desculpa.
Outro problema que aflige os brasilienses é o desemprego. Como um deputado distrital pode atuar para mudar essa realida-
de? – Na Câmara Legislativa, eu me comprometo a apresentar propostas para diminuir a burocracia e reduzir impostos, principalmente para os pequenos empresários e para quem vai abrir um novo negócio. O caminho para obter uma renda hoje passa pelo empreendedorismo. E aí volto à questão do BRB, que precisa ser realmente um banco de fomento, com mais linhas de crédito especiais para a população de baixa renda que queira abrir seu negócio.