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Paciente apodrece vivo no HBDF

FOTOS: ANTÔNIO SABINO FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Ao todo, são ofertadas 480 vagas aos interessados. Curso totalizará 80 horas-aula

Inscrições abertas para oficinas gratuitas de audiovisual

Pessoas amontoadas dentro e fora dos corredores que levam aos consultórios do Hospital de Base do Distrito Federal esperam desalentadas a vez de serem atendidas

Ibaneis: da extinção à ampliação

A mudança de modelo de gestão do HBDF teve início no governo passado, inspirada nos moldes da Rede Sarah, considerada referência nacional em traumatologia. O hospital continua sendo mantido pelo governo, mas com regime autônomo para realizar compras, fechar contratos e contratar servidores sem as burocracias vigentes no serviço público.

Durante a campanha, Ibaneis Rocha fez críticas ao Instituto Hospital de Base (IHB) criado por Rodrigo Rollemberg (PSB). “Eu pretendo fazer isso. Não consigo entender ainda o que é o IHB. Parece uma maneira de tirar a transparência do sistema”, disse Ibaneis em entrevista ao CB.Poder, como candidato, em 20 de agosto de 2018, prometendo extinguir o IHB.

Mas, ao assumir a cadeira do antecessor, a quem derrotou em segundo turno, mudou de ideia e o nome do instituto, que passou a se chamar Iges-DF. Além disso, ampliou o modelo na rede pública, alcançando o Hospital de Santa Maria e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Ninguém responde

O Brasília Capital tentou reiteradas vezes obter uma resposta para o problema de Raimundo Gusmão. Mandamos mensagens via WhatsApp e por e-mail. Mas, até a publicação desta matéria, não obtivemos resposta. E Raimundo segue padecendo (e apodrecendo) num leito do HBDF.

Estão abertas as inscrições para as oficinas de capacitação em audiovisual do projeto “On-line + Cursos”. A qualificação é gratuita e destinada a jovens e adultos de 15 a 60 anos. As aulas começam dia 7 de fevereiro e serão pela internet. Inscrições pelo site onlinemaiscursos.com.br.

Ao se inscrever, o interessado será automaticamente direcionado a um grupo de Whatsapp, por meio do qual receberá as instruções para acessar as videoaulas. Serão disponibilizadas 60 vagas semanais, totalizando 480 participantes. Cada oficina terá carga horária de 10 horas, no período da tarde, das 14h30 às 16h30. O curso totalizará 80 horas. O certificado será conferido aos alunos que não possuírem faltas.

Uma parceria do Instituto Cultural Meninos de Ceilândia e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, o projeto tem como objetivo cooperar para o desenvolvimento do mercado audiovisual e abrir portas para novos profissionais, como explica a produtora executiva do projeto, Mônica Alves.

“Nossa proposta é fazer com que as pessoas despertem para um novo mercado, se reinventem e aprendam uma nova profissão. Muitas pessoas têm talentos desconhecidos que só são descobertas quando começam as oficinas”, explicou. Para participar, a única exigência é que o aluno possua um dispositivo conectado à internet.

Confira a programação completa:

7 a 11/2 – Produção para cinema e audiovisual 14 a 18/2 – Fundamentos e Prática do Roteiro 21 a 25/2 – Teoria e Prática da Fotografia 28/2 a 4/3 – Sonoplastia 7/3 a 11/3 – Operação de Câmeras 14/3 a 18/3 – Montagem e Edição 21/3 a 25/3 – Tópicos em Lìbras: Surdez e Inclusão – Módulo 1 28/3 a 1º/4 – Tópicos em Lìbras: Surdez e Inclusão – Módulo 2

Inscrições gratuitas:

onlinemaiscursos.com.br

VIASatélites

Por Gabriel Pontes

CONCURSO – A Secretaria de Economia autorizou a realização de concurso público da Polícia Militar para contratação de 2,1 mil soldados. A medida foi publicada no Diário Oficial de quinta-feira (3). A previsão é que os aprovados ingressem na PMDF a partir de setembro de 2023.

{ DISTRITO FEDERAL

JOEL RODRIGUES/AGÊNCIA BRASÍLIA

Abram as janelas para o fumacê

Doze regiões do DF estão recebendo a visita do fumacê da Defesa Civil. O objetivo é conter o mosquito Aedes aegypt e, consequentemente, o avanço da dengue. A orientação da Vigilância Ambiental é que, quando o fumacê passar pelas ruas, abrir as janelas e, se possível, as portas das residências. “Se a pessoa fecha as entradas, não conseguimos eliminar o mosquito dentro do imóvel”, explica o militar Reginaldo Braga. O fumacê não é prejudicial a seres humanos e funciona como um inseticida convencional. Segundo a Secretaria de Saúde, foram notificados 800 casos prováveis de dengue na primeira quinzena de janeiro.

{ CHAPADA DOS VEADEIROS

Descontos em hospedagens, restaurantes e cachoeiras

Até o dia 14 de fevereiro, acontece a primeira edição do Chapada Week. O evento oferece descontos em várias atividades turísticas da região. Serão 14 dias da promoção em 16 opções de hospedagens, 15 restaurantes, dez cachoeiras, duas lojas, além de guias turísticos, atividades de aventura e atrativos. Os descontos nos passeios, por exemplo, vão de 15% na diária até 20% para roteiros que durarem quatro dias ou mais.

DIVULGAÇÃO

Confira a programação completa no bsbcapital.com.br: QR CODE

{ SUDOESTE DER implanta desvio na Epig

Os motoristas que passam pela Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) estão transitando por um pequeno desvio na altura da intersecção com os acessos ao Parque da Cidade e ao Sudoeste. A intervenção é necessária para a construção do viaduto no local. O desvio de cerca de 200 metros de cada lado da via manterá o número de faixas existentes atualmente e contará com sinalização vertical e horizontal para facilitar a adaptação dos condutores. A obra se está em estágio inicial, com 12% dos serviços concluídos. Destaque para a drenagem, cuja execução atingiu a cifra dos 90%. O investimento previsto é de R$ 27 milhões.

{ TAGUATINGA

Prédio que desabou é demolido

A Defesa Civil não autorizou os moradores a buscarem seus pertences no prédio que desabou em Taguatinga Sul, no início de janeiro. Segundo o responsável pela construção, os prejudicados estão sendo ressarcidos. Com isso, a demolição do edifício foi iniciada na quinta-feira (3). Uma empresa foi contratada pelo proprietário do imóvel para fazer o trabalho, sob a coordenação da Defesa Civil. Por segurança, a QSE Área Especial 20 foi interditada.

{ LAGO SUL

Detran abre posto de atendimento no Aeroporto

O Detran terá um posto de atendimento no Aeroporto JK. Na quarta-feira (2), o órgão e a Inframerica assinaram um convênio para viabilizar a implantação da unidade. O novo posto oferecerá serviços de protocolo, cadastro biométrico, atendimento ao público nas áreas de habilitação e veículos e sala de provas. Nelas serão aplicados exames para obtenção da CNH. O diretor da autarquia, Zélio Maia, disse que faz parte do projeto de modernizar e humanizar o atendimento à população.

INFORME

Planejamento, recursos e gestão adequados salvariam vidas

Duas notícias recentes causaram comoção: no dia 29, o ex-apresentador do Big Brother Brasil, Tiago Leifert, divulgou que a filha Lua tem diagnóstico de retinoblastoma, um tipo de câncer nos olhos. Dois dias depois, aqui no DF, fomos impactados pela triste notícia da morte de um bebê de 1 ano e quatro meses, por covid-19, enquanto esperava por um leito de UTI pediátrica na rede pública da Capital.

O retinoblastoma corresponde a 3% das neoplasias (cânceres) pediátricos e dois terços dos casos ocorrem antes dos dois anos de idade. Pelas estimativas das autoridades sanitárias, atingiria em torno de 562,5 indivíduos de até 19 anos por ano. Felizmente é uma doença tratável, especialmente se o diagnóstico é feito precocemente. Daí a importância do posicionamento público de Leifert. Ele mesmo relatou que já recebeu agradecimentos de pessoas que reconheceram os sintomas nos filhos pequenos e, assim, iniciaram os tratamentos.

O desejo de todos nós para a filha de Tiago Leifert é de plena e rápida recuperação. O diagnóstico foi precoce e ela está recebendo toda a assistência necessária – o que não ocorreu no segundo caso, aqui em Brasília. O bebê foi atendido com um quadro de pneumonia, mas os recursos não foram suficientes para salvá-lo e o resultado do teste de covid foi tardio. É uma situação que leva sofrimento não só às famílias, mas também sos profissionais de saúde, que vêm situações como essa se repetirem sem ter às mãos os recursos para impedir o desfecho fatal.

Essa situação não se restringe à falta de leitos de UTI para pacientes com covid. Os óbitos hospitalares por outras causas aumentaram no DF nesses mais de dois anos de pandemia. Segundo o sistema de transparência dos cartórios, os óbitos por causas diversas (não especificadas) dentro dos hospitais do DF passaram de 4.053, em 2019, para 4.801, em 2021. Isso reflete a insuficiência de profissionais, de leitos, de equipamentos, de medicamentos e insumos para dar à população que depende do SUS um tratamento mais humano e de qualidade.

São milhares de casos anônimos de óbitos evitáveis e de sequelas decorrentes dessa falta de recursos que não chegam ao conhecimento público. Os diagnósticos não são feitos a tempo e os tratamentos são prejudicados, quando se consegue iniciá-los. E não estamos falando de casos raros, como o retinoblastoma da menina Lua. São doenças e ocorrências cujas estatísticas permitem um melhor planejamento e preparo do sistema de saúde. Mas ele não é feito.

É possível corrigir isso? Não é tarefa fácil e não se pode garantir êxito pleno. Mas o planejamento, a orientação adequada das políticas públicas, o devido abastecimento das unidades de saúde e uma melhor gestão dos

Dr. Gutemberg Fialho

Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

recursos humanos e materiais pode diminuir tanta dor e sofrimento e gerar melhores resultados, tanto na preservação quanto na qualidade de vida dos pacientes que dependem do serviço público de saúde. Para isso, é necessário ter claro que a saúde tem que ser política de Estado, independentemente de quem ocupe ou venha a ocupar os cargos de decisão a cada eleição.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Nenhuma morte evitável deve ser tolerada

Zélio Maia da Rocha (*)

A maioria dos acidentes e mortes no trânsito é evitável e ocorre em consequência do desrespeito às regras. A segurança no trânsito é um dos principais problemas coletivos, com forte repercussão econômica, social, em saúde e na trajetória das pessoas e famílias.

Segundo o Relatório Mundial sobre Prevenção de Lesões Causadas pelo Trânsito, da OMS, morrem no mundo, a cada dia, 3.000 pessoas em função de lesões causadas pelo trânsito. Impossível expressar monetariamente o sofrimento dos familiares das vítimas, mas estima-se que o custo econômico anual é de US$ 518 bilhões, o dobro do necessário para garantir alimentação mínima aos famintos do mundo.

No DF, iniciativas pioneiras como a campanha Paz no Trânsito e o programa de respeito à faixa de pedestres colocaram-nos como modelo de iniciativas bem-sucedidas na educação e no controle no trânsito. Porém, apesar da permanência desses ganhos civilizatórios, os indicadores de letalidade ainda oscilavam em patamares inaceitáveis.

Ao assumir a direção-geral do Detran-DF, adotei como objetivo tirar o Departamento da condição de órgão meramente punitivo e priorizar o desenvolvimento de ações de educação e de soluções de engenharia para reduzir acidentes. Para nós, a fiscalização e a aplicação das punições são o último estágio do processo de educação.

Os motociclistas (12% do total de condutores) representam 1/3 das mortes no trânsito no DF. A mortalidade desse segmento é três vezes superior à dos demais. Outro 1/3 das vítimas fatais são pedestres, e ainda há ainda uma parcela expressiva de óbitos de ciclistas. Ou seja, era preciso executar uma política pública voltada aos pedestres, ciclistas e motociclistas.

Iniciamos o programa Cidadania no Trânsito, que oferece a estudantes de Ensino Médio curso teórico da CNH e noções de cidadania e mobilidade urbana. Ampliamos o programa Detran nas Escolas. Investimos em campanhas educativas nas mídias e escolas. Em 2021, implantamos e revitalizamos 2.459 faixas de pedestres e intensificamos as operações de fiscalização, tendo como foco principal o combate à embriaguez ao volante.

Esses projetos refletiram-se nas estatísticas: o ano passado registrou queda de 26% no número de mortes, em comparação a 2020, que, por sua vez, havia registrado um quantitativo 17% menor em relação a 2019. Em dois anos, a queda foi de 43%. As vítimas em acidentes com ciclistas foram 58% a menos que 2020, menor índice em 21 anos.

Cada vida salva deve ser comemorada. Em matéria de óbitos precoces, o único indicador eticamente aceitável é zero. Ainda que não seja uma perspectiva concreta a curto prazo, devemos caminhar firmes nessa direção. É possível, como mostram os exemplos dos países mais desenvolvidos.

A vida e a saúde são nossos maiores bens. Protegê-los deve ser a prioridade das prioridades.

(*) Subprocurador-geral do DF, advogado (licenciado), professor de Direito Constitucional, atual diretor-geral do Detran

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