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Pelaí – Páginas 2 e
Arrudiando
Marido da ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, deputada licenciada Flávia Arruda (PL), o ex-governador José Roberto Arruda (PL) nunca deixou de circular nos bastidores da política local. E, ultimamente, por intermédio da esposa, da nacional.
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CARDÁPIO – Na quinta-feira (3), ele almoçou com três amigos no restaurante Fazenda Churrascada, na Vila Planalto. A conversa foi interrompida duas vezes por populares que o abordaram. O clima era amistoso, mas o cardápio o mesmo de sempre: política.
ATROPELAMENTO – Há quem aposte que Flávia concorrerá ao Buriti, passando por cima do aliado Ibaneis Rocha (MDB), para montar o palanque de Bolsonaro no DF. Os arrudeios estão em curso...
SILVIO ABDON/CLDF
Passaporte da vacina
A nova situação da pandemia gerada pela variante ômicrom fez aumentar o número de infectados e exige mais leitos de UTI para tratar casos graves de covid-19. Na sessão de quarta-feira (2), os deputados distritais defenderam a vacinação. “Os negacionistas estão lotando as UTIs”, afirmou Arlete Sampaio (PT), uma das líderes do bloco que defende a adoção imediata do passaporte da vacina no DF.
PLANEJAMENTO – Para Chico Vigilante, faltou planejamento ao GDF para lidar com a terceira onda, que já vinha sendo prevista por especialistas. Ele foi o primeiro a sugerir medidas na própria CLDF, como a volta da medição de temperatura nas entradas da Casa e a exigência do passaporte de vacina para adentrar o prédio.
CONGRESSO – Fábio Felix (Psol) relatou visita ao Congresso Nacional, onde o passe vacinal é obrigatório. “Fui a uma reunião lá e só fui admitido após comprovar a imunização”. Ele criticou os que “espalham mentiras sobre a vacina”.
GASTOS – Leandro Grass (Rede) avaliou que “coisas estranhas estão acontecendo em relação à gestão da pandemia no DF”. “Parece decisão pensada deixar os leitos de UTI sobrecarregados”, o que seria, segundo ele, “motivo para justificar mais gastos e contratações de empresas”.
Compreendendo o Incompreensível
Por que 25% dos entrevistados das pesquisas continuam aprovando Bolsonaro?
J. B. Pontes (*)
Tente mos compreender porque, afinal, Bolsonaro continua a ter aprovação de 25% dos entrevistados na maioria das pesquisas. Concluiremos que qualquer um que fizesse o que ele fez alcançaria essa aprovação: - Retirar direitos dos trabalhadores e das camadas mais carentes da população para aumentar o lucro dos empresários; - Isentar de multa os empresários que agridem o meio ambiente e cometem outras irregularidades, reduzindo ou impedindo a ação fiscalizadora dos órgãos públicos competentes, em todos os setores. - Governar para os empresários, sempre em detrimento dos pobres e dos empregados, em especial para o grande capital internacional. - Entregar, a “preço de banana”, ao controle do capital internacional, os últimos patrimônios valiosos do País, a exemplo do pré-sal, de setores da Petrobrás (gasodutos, Petrobrás distribuidora etc). - Conceder aumentos salariais e outros benefícios aos militares, a juízes e membros do Poder Legislativo, os quais foram poupados das reformas impopu-
lares e desumanas que ele aprovou comprando votos de parlamentares. - Liberar recursos das emendas de relator (RP9) e conceder outras benesses – indicação de apadrinhados para cargos públicos, por exemplo - aos parlamentares em troca de apoio para aprovação de leis que retiram direitos das camadas menos favoreDIVULGAÇÃO cidas da sociedade. - Gastar recursos públicos com objetivo específico de construir uma imagem pessoal fictícia, beneficiando setores da mídia – para silenciarem sobre as barbaridades que comete - e os blogs integrantes do “escritório do ódio” para a divulgação de fake news, atacando todos que não concordam com ele. - Distribuir recursos públicos e outras benesses às igrejas neopentecostais para obter o apoio de todos os pseudos líderes religiosos, que se dizem representantes de Deus na Terra. - Prometer às polícias e militares a normatização que lhes favoreçam, a exemplo da “excludente de ilicitude” - licença para que possam atuar livremente, sem serem responsabilizados pelos ilícitos e assassinatos que cometerem - e outros benefícios patrimoniais (programa de moradia exclusivamente para eles). Infelizmente, ao conceder todas essas vantagens, conseguiu que parte das nossas instituições seja mais fiel a ele do que à Nação Brasileira. E tem ainda uma multidão de pobres idiotas que continuam apoiando e dando a vida por ele, desconhecendo que um dos seus principais compromissos é livrar os próprios familiares e amigos de serem julgados e condenados pelos crimes que cometeram.
Alternativas para superar a semiestagnação da economia brasileira
Júlio Miragaya (*)
AGÊNCIA BRASIL
Apresento no artigo desta semana a reprodução da nota aprovada na reunião plenária do Conselho Federal de Economia, do qual volto a fazer parte em 2022, como conselheiro.
“Vários fatores devem contribuir para dificultar o crescimento da produção e do emprego no ano corrente. A elevação da inflação tem reduzido o poder aquisitivo e o ambiente de estagnação econômica tem impedido a sua recomposição para amplos segmentos da população, o que resulta em menos compras e, assim, menos atividade econômica. A política monetária escolhida para o combate à inflação, por meio de um ciclo de elevações nas taxas básicas de juros, vem tornando o crédito mais caro, desincentivando investimentos produtivos e consumo dependente de crédito.
“As regras fiscais em vigor, em particular o teto de gastos, ao restringirem excessivamente os gastos públicos, inviabilizam políticas anticíclicas, como investimentos públicos em infraestrutura, C&T e em setores com grande impacto social. Adicionalmente, as incertezas políticas podem se elevar com os embates que deverão ser acirrados neste ano eleitoral, paralisando ainda mais investimentos produtivos. Dificilmente a elevação das transferências assistenciais, a exemplo do Auxílio Brasil, será suficiente para gerar um volume da demanda que venha a compensar todos os referidos fatores adversos e impulsionar a produção e o emprego.
“Importa destacar que outras estratégias poderiam ser adotadas para retomar a expansão da atividade econômica, com a inflação devidamente controlada. Entretanto, a maior dificuldade tem sido a abordagem anacrônica da política econômica, que insiste em rejeitar uma atuação mais ativa do governo. Preferem esperar que um grande surto de investimentos privados, internos e externos, resultará de taxas de juros menores, permitidas por reduções de gastos públicos, mesmo que essas reduções representem menos demanda pela produção das empresas. Contudo, o que se tem observado, como resultado dessa estratégia, é a manutenção de uma economia semiestagnada.
“Muito maior possibilidade de funcionar seria uma política econômica mais ativa. Para o controle da inflação, muito favoreceria uma atuação nos mercados do setor real, como a moderação da regra de paridade de preços internacional da Petrobrás, a suavização do repasse de custos às tarifas de energia elétrica, a utilização sistemática de estoques reguladores de produtos agropecuários e eventuais desonerações, desde que pontuais e temporárias, em setores de grande impacto inflacionário com custos muito pressionados.
“Tais medidas, ao permitir uma política monetária com taxas de juros menores, ao lado de uma política fiscal anticíclica, com gastos em infraestrutura, favoreceriam um ritmo aceitável de recuperação da produção e do emprego. Todavia, o temor de uma reação desfavorável, por parte do setor financeiro, tem mantido a política econômica refém daquele setor. Para superar essa situação de persistente semiestagnação, o mercado financeiro precisa se adequar aos interesses maiores do país. Atualmente, o Brasil tem as condições e pode lançar mão de instrumentos para alcançar uma prosperidade e geração de oportunidades bem maiores, retomando o processo de desenvolvimento inclusivo e sustentável”.
(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia
Brasil: chega de tanta barbárie!
Fátima Sousa (*)
DIVULGALÇÃO
O cruel assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe exige uma ação rápida e severa do poder público do Rio de Janeiro. É preciso não apenas identificar, mas punir com rigor o ato doloso e sem espaço para defesa praticado contra um jovem de 24 anos, por motivos fúteis. Nada justifica o espancamento que ele sofreu. E palavras de indignação já não bastam para responder à violência que assola o País e abate, especialmente, pessoas imersas nas minorias: pobres, pretos, subempregados, LGBTQIA+ e outros.
Presos os suspeitos, é preciso agilizar a investigação e garantir punição exemplar e sem brecha para liberdade. É momento de decisões pedagógicas, para frear a violência e reeducar segmentos que, na expectativa da impunidade de sempre, praticam atos como aquele. A dor da família do Moïse não pode ser menosprezada. Que seja feita justiça! E que cada um de nós possa agir por um Brasil melhor para todas, todos e todes. Por ele e por tantos outros que, antes dele, foram vítimas de crimes não esclarecidos.
Como brasileira e defensora dos direitos humanos, eu me recuso a aceitar que esse seja o Brasil possível para nossos irmãos refugiados. Não aceito este país não proteja sequer o cidadão que nasceu aqui e ajudou a construir a sua história. Venho somar forças, e oferecer minha voz, aos movimentos que tenham esperança de promover as mudanças necessárias para fazer do Brasil, de fato, um lugar acolhedor, com políticas públicas inclusivas e uma sociedade focada no bem-viver de todos.
A barbárie noticiada em toda a mídia expõe questões que para muitos sequer são problemas. Nossa sociedade vive anestesiada, absorvida pela falta de perspectivas e empatia. Racismo, xenofobia e precarização das relações de trabalho são as mais evidentes questões escancaradas pela tragédia do congolês.
É mais um caso gerado pelo histórico do Brasil, mas também dos estímulos à violência por parte do desgoverno e dos tempos sombrios que vivemos, em que faltam políticas para o bem-viver e se espalham movimentos para a instauração da sociedade do medo.
REPRODUÇÃO
Cartaz divulgado nas redes sociais pede justiça pela morte de Moïse Mugenyi
(*) Enfermeira sanitarista, professora da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB
INFORME
GDF não repassa PDAF às escolas
O aumento dos casos de covid-19 devido à variante Ômicron e todos os riscos que uma volta às aulas presenciais neste momento acarreta para estudantes, professores(as), orientadores(as) educacionais e para a comunidade escolar não têm sido a única preocupação dos(as) gestores(as) das escolas públicas do Distrito Federal.
Com o início do ano letivo se aproximando, o GDF ainda não repassou os recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF) para as unidades escolares e sequer publicou uma portaria, fato que, ao não tomar as providências em tempo hábil, deixa os(as) gestores(as) em situação extremamente delicada para resolver os problemas das escolas. A diretoria do Sinpro solicitou reunião para tratar desta pauta e de outras reivindicações, mas o governo não respondeu.
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AUTONOMIA – O repasse das verbas do PDAF visa garantir mais autonomia na gestão financeira das escolas e atender às especificidades das diferentes modalidades de ensino, nos termos do Projeto Político-Pedagógico e do Plano de Trabalho.
REPRODUÇÃO
“É inadmissível que o governo não tenha repassado estes recursos para ae escolas”, afirma a presidente do Sindicato dos Professores do DF, Rosilene Corrêa
Os valores repassados para cada unidade escolar têm como base o número de alunos(as) registrados(as) no Censo Escolar do ano anterior e seus acréscimos, quando aplicáveis. Já o montante anual para a Coordenação Regional de Ensino tem como base 1% da soma total dos recursos de suas respectivas unidades escolares e seus acréscimos, quando aplicáveis.
A inapetência do GDF em não repassar os valores às escolas mostra que a Educação não é prioridade para o governo Ibaneis. Nossa luta é e sempre será pela qualidade no ensino. Para isto, é necessário investimento do Estado na construção de novas escolas, na realização de concursos públicos para sanar a defasagem de educadores, além do comprometimento do governador com o segmento e do respeito com a organização dos(as) gestores(as) com o ano letivo, que agora está comprometido devido ao não repasse do PDAF.
“É inadmissível que o governo não tenha repassado estes recursos para as escolas, pois é a partir deste valor que os gestores organizam o ano letivo. Isto mostra uma total falta de compromisso do GDF com a educação pública, que carece de investimento para que possamos ter uma educação pública de qualidade”, ressalta a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa.
O Sinpro, na defesa do compromisso com a escola pública, gratuita e democrática, ressalta que o PDAF tem uma enorme importância, uma vez que a partir do recurso são feitas as reformas necessárias e aquisições para melhorar o atendimento aos estudantes. O sindicato ainda enfatiza que sem recursos financeiros não existe escola pública de qualidade.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
INFORME
Sindicato cobra ampliação do home-office no BRB
A diretoria do Sindicato dos Bancários de Brasília realizou, quarta-feira (2), juntamente com funcionários do BRB, um ato de protesto no Edifício Brasília. Durante a atividade, os dirigentes dialogaram com os bancários sobre a importância do fortalecimento e cumprimento dos protocolos de segurança para o enfrentamento à variante ômicron e ao Influenza para proteger a vida dos bancários e dos clientes.
Entre outros pontos, o Sindicato defende a ampliação do trabalho em home-office. A reivindicação leva em conta o cenário de explosão no número de casos da ômicron no DF, somado ao surto de influenza, que atinge os bancários e bancárias em todas as unidades do BRB, e que tem se refletido no aumento de afastados do trabalho, bem como a busca crescente por atendimentos pelo BRB Saúde.
Para a diretoria do Sindicato, os funcionários estão correndo riscos desnecessários trabalhando presencialmente
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Reivindicação leva em conta a explosão do número de casos de covid-19 no DF
durante o novo pico da pandemia. De acordo com o diretor Ronaldo Lustosa, no encontro com os funcionários da área de Tecnologia da Informação do BRB, lotados no Edifício Brasília, foi unânime o entendimento de que, neste momento, é possível e fundamental a ampliação do trabalho em home-office.
“Devemos reforçar ainda mais as medidas de proteção. Todos os funcionários consultados apoiam e solicitam o imediato retorno ao home-office e apresentaram, inclusive, dados que comprovam que o rendimento e as entregas não caíram durante o período em que estiveram no trabalho remoto. Ao contrário: foram superiores”, pontuou.
Lustosa ressaltou que outros bancos já estão liberando os funcionários para trabalhar em casa. “O BRB deve seguir o exemplo dos outros bancos e liberar os funcionários para o trabalho remoto. A vida dos servidores do BRB e de seus familiares deve ser prioridade neste momento”, disse.
“Dia após dia, pessoas estão sendo infectadas pela covid-19. Por isso, pedimos que todos tenham responsabilidade e evitem ir ao trabalho na menor suspeita de um possível positivo. E é fundamental que a instituição cumpra com rigor as normas de segurança”, concluiu a diretora da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Samantha Sousa.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
Paciente apodrece vivo no HBDF
Raimundo aguardou 30 dias para trocar pinos num ferimento na perna, que agora precisa ser amputada. Ele pegou covid no hospital
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José Silva Jr.
“A situação do meu pai é bem complicada. A ferida no pé direito dele está muito exposta já. E já está com mau cheiro, a dor é constante. As pernas dele também estão inchadas. Meu pai precisa de um tratamento. Os médicos disserem que é melhor amputar a perna dele. Porém, tinha que ser o mais breve possível, porque a tendência e só piorar. Até mesmo agravar a perna esquerda. Eles disseram que não tem previsão da cirurgia porque têm pessoas na frente”.
O drama narrado acima é do filho de um paciente do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) que está internado há mais de um mês com um ferimento provocado por um acidente. Por causa da demora, ele terá de amputar a perna. Mas nem isso está conseguindo, devido à omissão da unidade hospitalar. E na sexta-feira (5) ele testou positivo para a covid-19. Foi contaminado dentro do hospital.
Na terça-feira (1º/2), o deputado Chico Vigilante (PT) trouxe o caso ao conhecimento público, especialmente das pessoas presentes à primeira sessão do ano da Câmara Legislativa – entre elas, o governador Ibaneis Rocha (MDB).
Internado há mais de um mês na unidade gerida pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (Iges/DF), Raimundo Carvalho Gusmão, 62 anos, vive um terrível drama: precisa amputar uma perna devido à demora do atendimento. É o procedimento que lhe resta para permanecer vivo, diante do risco de avanço da infecção por todo o corpo.
Ele foi levado para o hospital após sofrer um acidente. Lá, foi submetido a um procedimento chamado osteossíntese (colocação de pinos de sustentação em membros do corpo fraturados, que foi o caso dele). Era uma medida paliativa, pois o paciente precisaria passar por outros tratamentos.
Porém, com a demora, os pinos se soltaram. Raimundo voltou a ser internado para que fosse realizada a substituição dos pinos. O tempo passou e nada foi feito. Resultado: a perna de Raimundo está irrecuperável e a recomendação do médico é a amputação.
Da esperança ao desespero
Chico Vigilante afirmou que Raimundo chegou ao hospital com a possibilidade e a esperança de ter a perna recuperada. “A perna dele está apodrecendo no hospital. Esse cidadão está lá há mais de 45 dias. Chegou com a possibilidade de recuperação e agora sua única chance de cura é a amputação”, lamentou o deputado.
O parlamentar interrompeu o discurso para reproduzir um áudio de Raimundo: “O médico passou aqui agora e disse que tem de aguardar a cirurgia de amputação. Mas não tem data ainda. Segundo ele, tem outros pacientes na minha frente. Aqui é muito enrolado”, disse, em mensagem gravada.
Em seguida, Vigilante olhou para o governador e disse que “essa é uma realidade do que está acontecendo com o Hospital de Base hoje”. E emendou: “a infecção pode tomar conta de todo o organismo do Raimundo”.
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Nada melhorou com o Iges-DF
A constatação de Vigilante é corroborada pelos pacientes das unidades hospitalares administradas pelo Iges-DF. Em uma rápida incursão ao HBDF, a reportagem do Brasília Capital constatou a denúncia. O que se presencia no cotidiano da unidade hospitalar é que, no Pronto Socorro, nada mudou em relação ao modelo de gestão passado, quando a própria Secretaria de Saúde administrava o hospital.
A imagem lembra uma praça de guerra. Pessoas amontoadas dentro e fora dos corredores que levam aos consultórios esperam desalentadas a vez de serem atendidas. Até chegar esse momento, é preciso muita paciência e procurar o que fazer nesse ínterim para não perder a calma.
A moradora do Gama Ana Cláudia Pires, 38 anos, preferiu esperar do lado de fora a sua vez de ser atendida. Ela faz um tratamento de combate a um linfoma e teria de se submeter a uma tomografia. Sua consulta estava marcada para as 13h da quarta-feira (2), mas já passava das 14h30 e não haviam dado nem previsão de quando ela seria atendida.
Ao ser perguntada como estava sendo sua experiência com o modelo de gestão implantado no HBDF, ela fez um gesto de reprovação. “A experiência não é muito boa. Em Santa Maria, cheguei às 8h e saí às 12h do outro dia”, contou. O Hospital de Santa Maria também é administrado pelo Iges.