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faz questão de governar. “A ideia é fazer uma gestão colaborativa. Leila é uma mu- lher forte, guerreira e decidida. Eu tenho a experiência que ela precisa”. Páginas 6 e
DIVULGAÇÃO
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Um vice não decorativo
ria com o blog do Chico Sant’Anna e o Brasília Capital, que aceitou o papel de coadjuvante, mas diz que terá atuação efetiva numa eventual gestão pedetista. O acordo foi patrocinado pelos presidentes nacional e regional do partido, Carlos Luppi e Georges Michel. Ele garante estar preparado para o novo desafio. “Governar é ir para um mar muito revoltoso. Eu não faço nenhuma questão de ser governador. Faço questão de governar”.
O PDT perdeu a identidade com a morte de Leonel Brizola, ou a Educação continua sendo a prioridade do partido? – Educação é nossa prioridade. Estamos preparando um projeto de Cieps 4.0. Precisamos formar gente. Pessoas são o tijolo fundamental das instituições. As mudanças que a política faz sem prestar atenção na gestão agridem as pessoas na perspectiva de futuro.
Na questão da mobilidade, o PDT continuaria o projeto da Interbairro e nova
Saída Norte? – O sistema híbrido precisa acontecer urgentemente. Precisamos colocar trilhos nesta cidade. Precisamos dar seguimento ao metrô onde for possível. Precisamos integrar isso com o VLT.
Vai dar tempo de fazer
tudo isso? – Não. Mas dá para começar. Dá para planejar no longo prazo o curto prazo da política. Quando falo de curto prazo da política estou falando de quatro anos. Porque você começa a licitar, a ter projetos, a superar as exigências ambientais.
Teríamos de volta o Expresso Pequi no corredor Brasília-Anápolis-Goiânia? –
Claro! Não tem como não voltar. É fundamental a gente trazer as cadeias do agronegócio, especialmente a do algodão e a do couro. A matéria prima está aqui. São cadeias altamente empregadoras. A gente precisa ter planos de curto, médio e longo prazos. Isto não existe mais porque o soluço mandatário não permite.
O quê o PDT fez em suas gestões em outros estados que podem servir de modelo
para o DF? – O PDT é um partido trabalhista. Então, temos muitos programas que foram desenvolvidos em Secretarias de Trabalho e implementados no Brasil. A gente tem um plano de desenvolvimento nacional. O PDT vocaliza, através do Ciro, a exitosa experiência da Educação no Ceará. É claro que a gente vai trazer essas experiências para cá. Por isso falei dos Cieps 4.0. Estou falando de educação em tempo integral, de melhoria da qualidade de vida dos professores e também do combate à fome.
Então estamos falando de uma escola que forneceria comida para as pessoas o ano
inteiro? – Hoje não podemos ter alimentação escolar. Temos de ter alimentação do escolar o ano inteiro, inclusive nas férias. Nós fizemos alguns projetos que estão ligados à qualidade de alimentação das escolas, especialmente da alimentação escolar, onde a produção é local, com formação de nutricionistas. Uma escola que tem comida o ano inteiro para as pessoas. Nas férias, a gente vai trabalhar trazendo os pais para a escola, que vira o epicentro de mudança das comunidades. A escola é a educação, e educação é processo de mudança. Mas é preciso ter atração para essas pessoas.
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado tem feito uma gestão voltada à educação. E isto está garantindo a liderança dele nas pesquisas, provavelmente com vitória no primeiro turno. Pode ser um paradigma para a cam-
panha aqui no DF? – Esta é uma bandeira do PDT. Está no nosso DNA. E no novo PDT esse é o mote de fazer. É o que nós vamos fazer em Brasília.
Algum aspecto da realidade do DF foi levado em
consideração? – Eu fiz um estudo no Itapoã. Em agosto já tinha registro de evasão escolar de 60% dos alunos. E uma das principais razões era a péssima qualidade das escolas. Num raio de 100 metros de qualquer escola tem um bar. Aí o menino desce do ônibus, não vai à escola e fica no bar jogando sinuca. Então a gente tem um problema seríssimo, porque ali está o traficante que recebe esse menino, acolhe. E o estrago está feito. Aí, a gente começa a falar que precisa de mais polícia – não que a polícia não seja importante. Mas tem outra coisa a ser feita antes, porque senão a fábrica fica aberta.
Talvez o maior calo do atual governo seja a Saúde. A privatização como está acontecendo hoje permaneceria na administração do PDT?
– Não! Na realidade, o Rodrigo Rollemberg tinha implementado o Instituto Hospital de Base
para dar agilidade aos atendimentos. Mas, com a criação do Iges, pelo Ibaneis, isto foi ampliado sem nenhum suporte de gestão, sem profissionalismo, sem entender o que é esse modelo híbrido de saúde.
E como resolver o proble-
ma agora? – Nós vamos criar duas fundações: uma para insumo e uma para manutenção. A Secretaria de Saúde vai investir muito na promoção de saúde, nos agentes comunitários. A gente vai ter uma ajuda junto com a Universidade.
O Iges desaparece? – Não nesse primeiro momento. A gente vai ter o instituto recolhido para o Hospital de Base, do tamanho que foi gestado. Vamos conversar com todas as forças de saúde. Nós teremos as UPAs num outro modelo de gestão pública. Do jeito que está elas não amortecem absolutamente em nada. Constroem UPAs, mas não tem recursos, não tem médicos nem insumos.
Como mudar isso? – Este é um trabalho que eu gostaria muito de discutir e debater. Programa de governo é assim. Eu não vi nenhum governo fazendo isso. Desde o governo Roriz não vi nenhum que tenha feito um cronograma de prioridades. O que ocorre é pegar um programa que é mostrado para a população e que depois é deixado de lado. Nós vamos fazer diferente. São doze pontos. E esses doze pontos são exatamente o que nós vamos fazer.
Na hipótese de a eleição presidencial ir para o segundo turno sem o Ciro, o PDT do DF vai para Paris ou
apoiará o Lula? – O PDT do DF tem posicionamento. Aqui em Brasília nós somos progressistas, somos humanistas. E tem um campo do qual a gente precisa estar junto.
INFORME
Como acompanhar o desempenho de congressistas?
Letícia Sallorenzo
Lançada na quarta-feira (10), a plataforma Quem Foi Quem (https://quemfoiquem.org.br/) no Congresso Nacional é uma ferramenta desenvolvida pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Disponível online, a ferramenta sistematiza e organiza informações sobre os votos de deputados (as) e senadores (as) em temas relevantes de interesse dos trabalhadores e da sociedade.
Presente ao lançamento da plataforma, a diretora do Sinpro-DF, Luciana Custódio, relata que a plataforma lançada pelo Diap é essencial para demonstrar à sociedade a correlação de forças no Congresso.
“O site Quem Foi Quem” é um instrumento importante de luta para dialogarmos com a sociedade e demonstrarmos o papel cumprido pelos parlamentares na defesa de nossas pautas, e como a atual configuração do Congresso tem se posicionado com relação à agenda da classe trabalhadora e às pautas que dialogam com os direitos humanos”.
O Sinpro vai fazer a divulgação permanente da nova plataforma do Diap, para tornar o conteúdo disponível para toda a sociedade. “A ideia é colocar em cada escola um cartaz com QR Code que direciona para a página”, diz Luciana Custódio.
Critérios
Informações de domínio público
Com essa plataforma, o Diap oferece aos eleitores e eleitoras a oportunidade de analisar a atuação e votação de cada parlamentar, podendo discernir com nitidez aqueles e aquelas que puseram seu mandato a serviço dos interesses dos trabalhadores e trabalhadoras.
“A plataforma foi desenvolvida para aferir o desempenho parlamentar em temas que impactam os direitos dos trabalhadores e os serviços prestados à sociedade, e faz parte de novo projeto de acompanhamento e compartilhamento de informações de domínio público, como forma de estimular a participação política e o voto consciente”, afirma Rodrigo Britto, presidente em exercício do Diap.
O site faz parte do novo projeto do Diap de acompanhamento e compartilhamento de informações de domínio público, como forma de estimular a participação política e o voto consciente.
O universo de temas é abrangente: abarca desde votações de interesse direto e imediato dos trabalhadores, passando por deliberações sobre temas de interesse geral, como mudanças estruturais que impactam o papel do Estado e marcos regulatórios específicos, como de meio ambiente, fiscal e econômico, dentre outros.
Para o Quem Foi Quem no Congresso Nacional, o Diap definiu critérios para chegar a determinadas matérias votadas nas duas Casas legislativas:
1) a importância da matéria sob os pontos de vistas político, econômico e/ou social;
2) o registro nominal do voto de cada parlamentar, excetuando as de forma simbólica, quando não há registro do voto por tratarem de matérias consensuais ou em função de manobras regimentais;
3) o grau de disputa entre governo e oposição, exigindo-se em cada votação oposição superior a 20% da Casa do Congresso, no caso da Câmara com divergência superior a 100 votos;
4) o aspecto temporal das propostas de leis submetidas para votação pelos parlamentares com vigência permanente ou temporária das políticas públicas;
5) a clareza do dispositivo votado em relação ao objetivo pretendido, de modo a não deixar margens para dúvidas sobre o conteúdo da votação.
Dentro dos critérios mencionados, serão consideradas de mérito quando houve indicação de posição favorável ou contrária a trabalhadores e sociedade; e/ou aquelas informativas, que não tiveram indicação de posição pelo Diap, mas ficarão à disposição para o conhecimento da população.
O Diap destaca que, pelo vínculo com as causas que patrocina e defende, a plataforma reflete o pensamento majoritário das entidades sindicais filiadas a ele, da mesma forma que os demais rankings de avaliação parlamentar existentes no País.
Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital
INFORME
O que afasta médico de hospital público é a má gestão
Não é a distância que afasta médicos das unidades de saúde sob gestão do IGESDF ou da Secretaria de Saúde. O que afasta são as péssimas condições de trabalho, a falta de respeito profissional e de meios para dar um atendimento digno aos pacientes, além de uma definição clara de políticas de saúde adequadas às necessidades das populações das cidades do DF. Enfim: é a falta de gestão que afasta médicos da saúde pública do DF.
A justificativa do incômodo com a distância foi aventada no início da semana pela direção do IGESDF para justificar a falta de médicos nas unidades sob sua administração. Obviamente, qualquer trabalhador, em qualquer profissão, preferiria trabalhar mais perto de casa, em locais de fácil acesso. No entanto, quem trabalha com saúde, desde cedo na profissão tem a noção de que não vai passar suas horas de trabalho em locais esteticamente perfeitos ou com paisagem privilegiada na janela.
Todo mundo quer remuneração justa e condições dignas de trabalho. No caso de quem trabalha em saúde, essas “condições dignas” incluem o acesso aos meios e recursos para dar ao paciente a assistência de que ele necessita. No caso dos profissionais de saúde empregados pelo IGESDF e pela Secretaria de Saúde do DF, a rotina é de escassez de recursos e até de limitação de espaço físico e sobrecarga de demanda.
Mais incômodos que a eventual distância do local de trabalho, os processos de gestão não facilitam a vida dos profissionais de saúde no serviço público local. O próprio IGESDF foi criado com a falsa justificativa de que facilitaria contratações de profissionais e de que não deixaria faltar insumos.
Nada disso se concretizou: faltam profissionais e faltam insumos básicos o tempo todo. E, pior ainda, aumentou o custo da assistência à saúde da população. Gasta-se mais com o IGES do que se gastava quando todas as unidades de saúde estavam sob a administração direta do GDF. E, por causa disso, as unidades de saúde que continuam sob o comando direto do governo dispõem de menos recursos para continuar atendendo a nossa comunidade.
É muito cômodo transferir a responsabilidade pela falta de médicos aos profissionais da área. Mas a verdade é que, garantidas as condições adequadas, não falta médico no mercado de trabalho do DF para preencher as vagas no serviço público. Há limitações em al-
Carlos Fernando
Médico, Vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal
gumas especialidades, mas nenhum estado brasileiro emprega um percentual da força de trabalho médica disponível do que o Distrito Federal.
Corrigir isso é uma questão de vontade política.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital