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Tereos e BP Bunge realizam operação inédita que dá nova destinação a materiais

Batizado de Surplus, projeto de trocas de peças reduz impacto financeiro e reforça compromisso ambiental das empresas

ATereos e a BP Bunge Bioenergia anunciaram transação inédita para tro− ca de peças agroindustriais, sobretudo as de reposição automotiva para trato− res e colhedoras.Ao todo, foram cerca de seis toneladas de materiais funcio− nais, em plena vida útil,no valor de R$ 260 mil, envolvidos na negociação.

Idealizado em 2018 e batizado de Surplus, o projeto é liderado pela CH Master Data, responsável pelo proces− so de cadastro de materiais das em− presas parceiras. A iniciativa identifica oportunidades de sinergia para dar uma nova destinação aos materiais

Segundo as empresas, por meio de sua base de dados, que já conta com cerca de 3 milhões de itens mapeados, a plataforma da CH Master Data faz um cruzamento dos dados e localiza quais itens de um cliente podem agregar valor a outro e vice−versa. A troca é feita seguindo padrões de compra e venda convencionais das companhias e de suas respectivas áreas de atuação.

A iniciativa permite amenizar im− pactos financeiros da operação agroindustrial sem a necessidade, por exemplo, de as empresas assumirem prejuízos com aprovisionamentos de compras e reposição de peças.

Os valores dos itens são mais competitivos, vendidos a custo médio de mercado, com alguns materiais chegando a custar até 70% do preço de peças novas.

“Considerando a estratégia da companhia e a atual situação inflacio− nária do mercado, estamos bastante entusiasmados com o potencial da iniciativa. Acreditamos que estamos construindo no agronegócio um pro− cesso inovador que pode gerar valor para a Tereos e outras empresas além de dar continuidade a nossas iniciati− vas de otimizar nossa cadeia de forne− cimento de Suprimentos da Tereos.

Na BP Bunge, o foco da área de suprimentos está na otimização de seu estoque para garantir um fluxo de re− posição permanente. “Uma gestão de materiais eficiente atua na busca con− tínua por otimizações, que visam alta disponibilidade de itens com baixo valor de estoque (baixa cobertura), sem excesso de gastos ” , explica André Monteiro, diretor de Suprimentos da BP Bunge Bioenergia.

“O Surplus é um complemento a esse modus operandi e está em linha com os conceitos de economia circu− lar e de produção sustentável, que fa− zem parte de todas as nossas ativida− des produtivas e da nossa cadeia de suprimentos que praticamos diaria− mente na BP Bunge ” , afirma.

Assim que concluir o processo de troca com a BP Bunge, a Tereos visa ampliar essa solução para gerar mais possibilidades ao setor sucroe− nergético e estender as transações com outras empresas parceiras do programa. De acordo com levanta− mento da própria CH Master Data, apenas no setor agro há um poten− cial de cerca de R$ 200 milhões a ser destravado com as trocas.

A utilização racional e consciente de recursos faz parte da agenda “Nos− sos Compromissos 2030” da BP Bun− ge, criada a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “O desenvolvimento sustentá− vel é elemento direcionador para nós. Compreender a relevância dos im− pactos ambientais e realizar uma ges− tão para mitigá−los é fundamental para a criação de valor de longo pra− zo, não apenas econômico, mas tam− bém social e ambiental” , ressalta o di− retor de Suprimentos da BP Bunge Bioenergia,André Monteiro.

“O uso inteligente de recursos faz parte do nosso modelo de negó− cios baseado em economia circular ” , afirma Renato Zanetti, Superinten− dente de Sustentabilidade e Exce− lência Operacional da Tereos. “Esse modelo nos permite expandir o im− pacto positivo de nossas relações com empresas parceiras e potencializar os ganhos em sustentabilidade para o setor como um todo. Apostamos na conexão e na cooperação com a ca− deia para inovar e oferecer soluções eficientes ao negócio. ”

Um bom planejamento pode ser o divisor entre o sucesso e o fracasso do negócio

Usinas competitivas investem cada vez mais no planejamento para melhorar sua performance

Se navegar é preciso, como dizia o poeta e empresário Fernando Pessoa, planejar é fundamental para assegurar o sucesso do empreendimento. Foi o que ficou evidenciado durante o Masterclass ESG NAS USINAS com o tema: O Planejamento Estratégico como Fator de Competitividade.

O webinar promovido pelo Jor− nalCana realizado no dia 11 de maio, contou com a participação do execu− tivo agroindustrial Luiz Paulo Sant’Anna. Com 38 anos de carreira e passagens bem−sucedidas por empre− sas bioenergéticas como Cevasa (Gru− po Cargill), Atvos, Renuka do Brasil, Grupo Equipav, Grupo Zanin e Gru− po Zilor, Sant’Anna é relevante refe− rência quando se fala em planejamen− to estratégico.

Ao longo de sua trajetória ele de− senvolveu o conceito de “Visão de ” , que consiste na delegação planejada das atividades e desenvolvi− mento do senso de propriedade, para que os profissionais assumam maiores responsabilidades e possam entregar melhores resultados. Quem também enriqueceu o webinar com sua parti− cipação foi o COO Julimar Souza, que está à frente das operações do Grupo Usacucar (Santa Terezinha) no Paraná, onde lidera o bem−sucedido plano de transformação do grupo, denominado de Projeto Transforma.

Nos últimos três exercícios,o gru− po Usacucar saiu de um EBIT negati− vo para cerca de R$400 milhões anuais, gerando mais de R$ 1 bilhão de Lucro Operacional para a empresa. Resulta− dos obtidos mesmo com a queda no volume de moagem, o que contribui para quebrar um velho paradigma so− bre a importância da escala e volume de moagem como principais fatores no resultado econômico das usinas.

Com o patrocínio das empresas Axiago e S−PAA Soteica, o webinar contou com a condução do jornalista e diretor da ProCana, Josias Messias, pa− ra quem

“ o planejamento estratégico é essencial para o sucesso, pois determi− na onde a empresa quer chegar e co− mo ela fará para executar seu objetivo ” .

Numa rápida e básica definição Luiz Paulo vê o planejamento como uma ferramenta que permite às pes− soas perceber a realidade e avaliar os caminhos a serem seguidos a curto, médio e longo prazo, tendo como conceitos: missão, visão e valores. “É preciso transformar essas ideias em documentos, sair da mente para o pa− pel e virar realidade, lembrando que a missão tem como objetivo declarar o propósito da empresa, e o porquê dela existir.A visão é onde a empresa quer chegar, o que quer alcançar, para des− pertar o engajamento das pessoas. E os valores devem estabelecer quais serão as regras do jogo, qual a cultura da empresa, o que realmente importa e o que se pode ou não abrir mão.

Uma das premissas importantes no processo de planejamento,segundo Luiz Paulo,diz respeito a Cultura Organiza− cional, que não deve ser inventada.

“Empresa são pessoas e a comu− nicação entre elas abrigadas por uma razão social e uma cultura organiza− cional, que conecta as pessoas com os resultados. Isso vai depender de iden− tificação com valores, lideranças in− fluenciadoras, e coerência para se chegar a resultados. Nunca invente uma Cultura Organizacional, ela pre− cisa ser revelada, através da percepção dos líderes, colaboradores, RH, diri− gentes, assim se consegue um com− portamento adequado das pessoas no seu dia a dia ” , explicou.

É importante ter grupos com di− versidade, formação multifuncional, que possibilitam questionamentos. Com relação à Pertencimento e En− gajamento Sustentável (P&E), Luiz Paulo explica que sentimento de per− tencimento, é estar dentro de uma empresa que tem um elo de ligação entre as pessoas. “Ele deve estar basea− do no tripé do engajamento: autono− mia, espaço para contribuição, cresci− mento (faz sentido para mim estar aqui). É necessário criar um quadro de gestão estratégica, que inclui missão, valores, comportamentos estratégicos, pilares estratégicos, política de quali− dade. E é importante que este quadro esteja visível para garantir que todos conheçam ” .

De acordo com Luiz Paulo, o pla− nejamento se subdivide em três con− ceitos: O Estratégico, voltado para a alta administração, que inclui visão da empresa, forte orientação externa, fo− co no longo prazo com objetivos ge− rais e planos genéricos;Tático, volta− do para gerentes, com visão por uni− dade de negócio ou departamento,

Julimar Souza Luiz Paulo Sant’Anna

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