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85 TCH. O que falta para alcançar 3 dígitos?
PRODUTIVIDADE AGRÍCOLA CHEGA A 85 TCH. O QUE FALTA PARA ALCANÇAR OS 3 DÍGITOS?
Estratégia para alta produtividade é fundamental diante de entraves como a seca no canavial
ALESSANDRO REIS E ANDRÉIA VITAL
No acumulado deste ano, a produtividade agrícola na região Centro-Sul atingiu média de 85 toneladas de cana por hectare. Um aumento de 4,05% em relação as 81,7 toneladas no ciclo anterior, segundo o relatório Cana Zoom. O clima mais seco favoreceu a concentração de açúcares na planta. No acumulado da safra atual, o índice de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar alcançou 139,3 kg, crescimento de 4,5% em comparativo com os 133,3 kg observados no ciclo anterior.
Já o aproveitamento de tempo atingiu 87% em agosto, com queda em relação a julho, devido às chuvas que atingiram os Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e a região de Assis, em São Paulo. O clima seco foi interrompido nessas regiões, em que o índice de chuvas foi, em média, 1,6 vezes maior que a normal climatológica. Mesmo assim, a precipitação pluviométrica no acumulado deste ano continua abaixo do patamar, com volume de chuvas 40% inferior à média histórica no Centro-Sul.
Próximas do fechamento da safra 20/21, as usinas da região de Ribeirão Preto (SP) estão em alerta devido ao clima seco. Fontes ouvidas pelo JornalCana acreditam que embora o ATR da próxima safra seja satisfatório, a produtividade agrícola pode ser baixa. “Devido à seca atual, provavelmente haverá prejuízo na cana da 21/22. Mas são as chuvas do final e começo de ano que darão o rumo da próxima safra”, comentou um diretor de usina da região.
Tendo em vista entraves como os fatores climáticos e a atual média acumulada, as usinas precisam encontrar soluções para obter a tão desejada cana de 3 dígitos. E nesse quesito está comprovado que manejo biológico e sustentável faz parte da estratégia que pavimenta o caminho para a alta produtividade agrícola. Isso, porque esse tipo de manejo representa uma efervescência de produtos, tecnologias e conhecimentos que passou a compor o planejamento agrícola das usinas e produtores de cana.
Um dos fatores de incremento na adoção de biológicos é sua crescente eficiência no controle de pragas e doenças, com casos de agentes biológicos que já apresentam a mesma eficácia dos produtos convencionais. Outro fator é que há uma demanda por soluções que resultem em menor impacto em termos de resíduos,
principal característica dos agentes biológicos.
Na cana, o controle biológico é eficaz contra pragas como a broca da cana, a cigarrinha, o sphenophorus e nematoides, podendo associar o uso de bioprodutos com químicos. Já o manejo biológico inclui bioestimulantes, biofertilizantes, compostos microbiológicos, como fixadores de nitrogênio, bactérias e extratos de algas, cuja função é restaurar a microbiologia e aumentar a fertilidade do solo.
Ao invés de concorrentes, os insumos biológicos são aliados dos insumos químicos, compondo com destaque o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e as cestas de fertilidade do solo e nutrição das plantas. E otimiza o uso dos equipamentos e recursos normalmente empregados no manejo, ou até mais econômicos, como drones, incentivando o desenvolvimento da agricultura digital e o emprego de mais inteligência nas operações.