Jornal Contramão 35

contramão

Jornal Laboratório do Curso de Jormalismo Multimídia - Ano 9 Instituto de Comunicação e Artes - UNA Belo Horizonte - Janeiro/Fevereiro 2017

CORES, LINHAS, TRAÇOS, QUADRADROS E CÍRCULOS

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Jornal laboratório do curso de Jornalismo Multimídia do - Instituto de Comunicação e Artes - Centro Universitário UNA Vice-reitora do Centro Universitário UNA: Débora Guerra Diretor do ICA/UNA: Rafel Luiz Ciccarini Nunes. Coordenadora do curso de Jornalismo Multimídia: Carla Maia Coordenação Jornal Laborátorio: Reinaldo Maximiano (MTb 06489) e Alexandre Milagres.

Técnica de Laboratório: Ana Sandim (MTb 18727) Revisores: Ana Sandim, Alexandre Milagres, Reinaldo Maximiano e estagiários do laborátorio.

Foto de capa: Lucas D’Ambrosio Estagiários: Ana Paula Tinoco, Amanda Eduarda, Bruna Dias, Gabriella Pimentel, Isabela Castro, Isadora Morandi, Lais Brina, Lucas D’Ambrosio.

Diagramação: Ana Sandim e Alexandre Milagres.

Tiragem: 2.000 exemplares.

Impressão: Sempre Editora.

O Jornal CONTRAMÃO é um laborátorio de ensino jornalístico, publicitário e de audiovisual.

Mesmo sendo um projeto do curso de Jornalismo Multímidia, o jornal está de portas abertas para a colaboração de alunos e professores do Instituto de Comunicação e Artes, assim como de outros cursos.

Este espaço é dedicado aos alunos, aqui eles podem exercitar a prática e divulgar suas produções para o mercado.

Participe!

CONTRAMÃO ON-LINE

Acompanhe também o conteúdo no site

contramao.una.br Rua da Bahia, 1764, Lourdes BH-MG Tel.: (31) 3236-2377

Texto: Gael Benitez Foto: #semmoldura

Vivemos um momento em que falar sobre diversidade se torna cada vez mais importante. Trazemos aqui um pouco da campanha #SemMoldura, lançada em 2016 pelos alunos do Centro Universitário UNA com o intuito de mostrar a importância da diversidade humana em campanhas publicitárias.

“Hoje vivemos em um novo cenário, onde as pessoas estão perdendo o medo de assumir suas diferenças e também de valorizá-las”, contextualiza Eduardo Marques, um dos idealizadores do projeto.

“Então, é importante mostrar que nós somos diferentes e isso nos faz únicos em um mundo onde o molde social exige que sejamos todos iguais.”, explica Marques.

A principal mensagem do movimento é mostrar que a fôrma da sociedade não cabe bem a ninguém e que a beleza está nas individualidades de cada um.

Evidenciar isso é necessário para uma sociedade mais tolerante e consciente em relação a pluralidade de ser humano. As dificuldades de discutir esse assunto ainda são muitas, desconstruir preconceitos e padrões que estão enraizados na sociedade e nas pessoas é um exercício diário, mas a campanha tem tido sucesso nesse aspecto, e os idealizadores recebem mensagens

de pessoas que entenderam o objetivo e conseguiram se informar e se desconstruir.

O grupo percebeu ao longo do trabalho o quanto é importante tratar e ter esse contato com as questões que tangem a diversidade sexual, de raça, de gênero, de identidade e de ser, tanto para a formação pessoal quanto para a profissional: “A UNA é um espaço livre para convivência, aceitação, envolvimento e discussões constantes sobre a temática da diversidade, instruindo sempre seus alunos. No ramo da comunicação, os profissionais irão conviver com diferentes tipos de pessoas diariamente e por isso deveremos aprender a respeitar e conviver com a diversidade.”, destaca Marques. Ter uma instituição de ensino que se preocupa com o respeito e a pluralidade de seus alunos e dá liberdade para projetos como esse é necessário para formar pessoas mais conscientes em relação a si mesmo e aos outros. (continua)

Leia a matéria na integra no site do contramao.una.br e conheça os projetos: UNA-se Contra a LGBTfobia e NÓS.

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CRÍTICA

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A Mistura

Atualmente quando ligamos a TV, quase que certamente encontraremos algum programa de culinária nos vários canais de programação paga.Mas será que essa mistura de mídia e gastronomia dá certo? Bom, pelo menos no Brasil sim, já que somos conhecidos mundialmente por nossa culinária variada com características diferentes em cada estado.

Afinal de contas, o que é a mídia? Segundo o dicionário, mídia pode ser definida como veículo ou meio de divulgação da ação publicitária, assim como gastronomia é definida como arte de cozinhar e preparar as iguarias de modo a retirar-se delas o máximo prazer.

Claramente podemos perceber o porque a mistura da mídia x gastronomia dá certo, a gastronomia sendo uma arte e objeto midiático consegue transmitir prazer mesmo que visual para o receptor, que seria o telespectador.

Vamos pegar um exemplo, Hell’s Kitchen é um reality show que mistura intriga e culinária

Perfeita por Gustavo Horta Gomes

Uma critíca inspirada na Edição do Café Contramão que trouxe como tema o Jornalismo Gastronômico.

em um mesmo programa, claro que a intriga é um grande chamariz, porém a culinária é o foco principal do programa já que possui apenas chefs profissionais. Misturando essas duas características, Hell’s Kitchen consegue “dar” prazer a quem assiste o programa pelas comidas finas servidas no local.

Não satisfeito com esse exemplo proponho um outro, Diário de Olivier, neste programa vemos um francês naturalizado brasileiro, Olivier Anquier, que viaja pela América Latina em busca de novas receitas. Com isso, além de dar inspiração a quem está assistindo também faz propaganda turística do local de exibição do episódio.

Assim, pode-se perceber que a receita mídia x gastronomia dá muito certo, literalmente “junta à fome com a vontade de comer”, pois a gastronomia não é algo que foi feito para ser guardado, mas sim divulgado e eternizado por seus apreciadores e praticantes.

Na foto Gordon James Ramsay, Chef britânico apresentador dos programa Hell’s Kitchen, Master Chef , Kitchen Nightmares enttre outros. Foto: Divulgação.

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Invisíveis

Relato sobre a vida de moradores em situação de rua que todas as noites buscam o abrigo “Tia Branca” para se proteger do frio e dos possíveis perigos que a rua proporciona.

Texto: Julia Guimarães Foto: Gustavo Ferreira

Cidades

5 Janeiro/Fevereiro 20172017 Janeiro/Fevereiro

Cidades especial

“Os que não seguem as ordens aqui dentro costumam ser afastados por até três dias”

Albergue Municipal “Tia Branca”, Belo Horizonte, 18h. Numa fila, cem homens em situação de rua aguardavam para retirar um sabonete e uma toalha para realizarem a higiene antes de serem encaminhados para o refeitório para o jantar. “O banho é obrigatório a todos que pretendem passar a noite aqui”, afirmava a estagiária cujo o nome não quis divulgar. O albergue tem capacidade para quatrocentos homens acima dos 18 anos, e funciona em sua capacidade máxima.

Muita das pessoas que frequentam aquele local não possuem o esteriótipo que muitos jornais televisivos ou impressos retratam como “moradores de rua”. Basta parar para observar a grande fila e todos aqueles que circulavam no abrigo para cima e para baixo, demonstrando muito bom humor entre “boas noites” e brincadeiras entre si.

Não era apenas o cheiro da comida, muito bem balanceada segundo Oziel que está em Belo Horizonte desde 2006 e frequenta o espaço todos os dias para dormir, que chamava atenção. Além da organização burocrática, já que é necessário preencher um cadastro logo ao chegar, os quartos estão sempre limpos e bem aconchegantes.

O primeiro andar é destinado a idosos e pessoas com locomoção reduzida, enquanto os outros abrigam os mais jovens, além do espaço de recreação. “Nós temos um espaço para leitura, uma pequena biblioteca. Também temos contato com as redes sociais e um espaço para lavar roupa”, mais uma vez afirma Oziel.

Mesmo que seja um espaço de passagem, assim como todos os outros 7 abrigos cadastrados na prefeitura de Belo Horizonte, fora as ONGs que possuem parcerias com a PBH, o técnico e ex coordenador José Adílson, que atualmente trabalha em um projeto de economia solidária para pessoas com situação de rua, afirma que as ONGs são um primeiro passo para que essas pessoas possam se reabilitar. “Dentro desses lugares a gente vê quem quer trabalhar e quem superou a dependência química, também acompanhamos a questão da saúde mental dos que já estão fazendo tratamento.”.

Mesmo com toda essa ajuda, existem aqueles que querem sair da situação de rua e começar uma nova vida e aqueles que preferem se manter onde estão. Mas essa caminhada é um longo processo. “Existem pessoas que saíram dessa situação com a ajuda de ONGs, de próprios moradores de rua e com a iniciativa própria, a que considero primordial. Mas não é só dar uma casa para a pessoa, é um processo, você tem que começar aprender a pagar conta de água, luz, lavar roupa, e é como ajudamos”, afirma Adílson.

PERFIL DOS MORADORES EM SITUAÇÃO DE RUA

A última pesquisa realizada pelo IBGE sobre a população em situação de rua foi no ano de 2008. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social haviam 32 mil brasileiros morando nas ruas do Brasil. Já Para manter a ordem do local, referência em Belo Horizonte a prefeitura revelou no em Belo Horizonte, é proibido o consumo senso de 2014 que cerca de 1.827 pessoas de bebidas alcoólicas e de cigarros, as habitavam as ruas da capital mineira para brigas também são evitadas. Às luzes se 952 vagas em centros de acolhimento apagam às 22h30 todos os dias, e acendem institucional. às 5 horas. “Os que não seguem as ordens A pesquisa da PBH ainda revelou aqui dentro costumam ser afastados por até que a população abordada é formada, três dias”, adverte o técnico José Adílson, predominantemente, por homens com que trabalha, há 16 anos, no albergue que idade média de 39 anos. está em funcionamento há 24.

RELATOS DE UM MORADOR DE RUA Desde 2006 o baiano Oziel de 51 anos vive em Belo Horizonte, ele contou ao Contramão os motivos pelos quais foi morar nas ruas.

“Morava em Brasília e minha mãe faleceu em 1998. Eu havia ficado muito deprimido por tê-la perdido, já que era o meu mundo. Nós tínhamos um elo muito forte por eu ser o caçula. Meu irmão mais velho se aproveitou do meu estado e vendeu nossa única moradia e foi nesse instante em que comecei a trajetória de rua. Fui morar em Aracaju para tentar arrumar um trabalho, mas não deu certo. Tive a ideia de ir com outra pessoa para São Paulo fazer curso de pedraria e bordaria. Tivemos que passar primeiro por Belo Horizonte em 2006, e quando chegamos a prefeitura não pôde liberar minha passagem por eu não possuir um número de telefone de um parente ou próximo, desse meu destino.

Daí fui ficando, ficando... e estou aqui até hoje. Tive bons e maus momentos. Comecei a fazer o uso excessivo do álcool, não sabia o que era ter que esperar doação de alimento, não sabia o que era ter que levantar 5h30 da manhã no meio de gente estranha. Aos poucos fui conhecendo Belo Horizonte, e fui me apaixonando pelo jeito mineiro de ser. Já trabalhei com carteira assinada, mas tive uma crise muito forte, foi assim que descobri que sou portador de problemas mentais.Comecei a me aceitar quando iniciei acompanhamento com o doutor Leonardo. Frequento o César Campos, faço terapia ocupacional lá. Agora estou vendo como vou reagrupar as peças do quebra cabeça para voltar ao mercado de trabalho. Durante o dia eu faço oficina de mosaico, pintura em porcelana, oficina de literatura e oficina de bordado. A gente vai dando seguimento, e se tiver tudo bom vou conseguir um emprego”.

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Get up!

Em um mesmo quarteirão, próximo ao Mercado Central, ou em qualquer ponto da cidade, como o viaduto Santa Tereza, James Brown, Little Richard e Aretha Franklin se “encontraram” para celebrar a cultura negra Texto: Ana Paula Tinoco Fotos: Lucas D’Ambrosio

Cidades

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Cidades

Pegue um grupo de amigos, uma tarde ensolarada, com duas paixões declaradas: a dança e o soul. Misture tudo e você terá uma das melhores representações dos anos dourados da black music em BH, o Quarteirão do Soul. O idealizador Geraldo Antônio dos Santos e seus amigos, se apresentam, há 12 anos, nas ruas da cidade trazendo swing paras as esquinas do centrão da capital mineira.

A primeira reunião do grupo, em 26 de abril de 2004, teve como palco a Rua dos Goitacazes e como num passe de dança avançou, a cada edição, por diferentes ruas da cidade. O grupo não se fixa, migra, de tempos em tempos, para espaços de grande movimentação do centro. “O quarteirão abrange o povo mineiro, belo-horizontino, da dança, da black music. Quando começou o povo vinha por causa da música, da dança e não tinha isso aqui, agora tem.”, conta Santos ao explicar a transformação em palco de lugares como a Praça 7 e o Viaduto Santa Tereza.

Remedinho pra pressão

“É um remedinho de pressão, porque você passa a semana toda naquela afobação. E quando chega ao sábado e você sabe que vai ter o Quarteirão do Soul, ou outro evento que representa a black music é uma nostalgia. A adrenalina é difícil de explicar, porque é só na hora.”, é assim que Mônica Átila de Oliveira, sapateira, descreve o encontro.

O DJ é quem cria a atmosfera para os participantes se divertem em frente ao palco e munido das melhores músicas do universo black. Ele passeia por todas as suas vertentes: blues, rock n’ roll, jazz, R&B, original funk e o sensual soul. Uma história contada em forma de dança à medida que os passos evoluem, gradualmente, junto com o som que nos é dado de presente. E essa evolução nos passa despercebida até o momento em que você percebe que aquele pequeno retângulo diante do palco agora toma conta de todo o espaço.

A ideia que partiu do princípio de diversão entre amigos, hoje, arrasta um público fiel e não é difícil de entender a razão: ao se aproximar e andar entre ele temos a sensação de imergir em um túnel do tempo. O movimento como celebração da cultura negra traz de volta o soul. E presta homenagem àqueles que se tornaram eternos e dono de clássicos, como: “I feel good!” de James Brown que reuniram multidões começando talvez ali o princípio “É igual sangue na veia que vai subindo. do fim de uma segregação.

Ali você não tem dor, não tem problema, é uma energia que te envolve e você acaba esquecendo os problemas. A gente se sente bem e acaba tendo aquela energia, convívio bom que torna o pessoal aqui família.”, descreve Oliveira.

“É igual sangue na veia que vai subindo.

Ali você não tem dor, não tem problema”

Túnel do tempo

A música é a sustentação, mas os figurinos são sua base. Os integrantes do Quarteirão são fiéis aos figurinos que varrem as décadas de 1950, 1960 e 1970: calças boca de sino, sapatos plataforma, ternos de corte de alfaiate, chapéus caídos de lado e cabelos ao estilo Black Power. “Sobre a roupa, ela é nossa arma, nossa força. Ela nos transforma. Sem ela a gente fica faltando um pedaço.”, explica Cacá referindo-se ao seu terno branco.

Somos presenteados com a dança que vem em coreografias elaboradas performadas por aqueles que são donos conscientes da herança deixada por James Brown. A expressão e poder dada ao black através dos corpos unidos ou separados.

“A dança para mim é meu legado, o quarteirão é minha academia e é aqui que eu encontro meus amigos e é aqui que eu faço amigos. Comecei a dançar aos 14 anos e minha vida tem sido isso, o meu legado é a dança.”, descreve Antônio Carlos dos Santos, o Cacá, ao som de James Brown e em pé, ali, onde a mágica acontece.

Ao deixar o lugar você é mais uma vez transportado para a realidade do hoje: seca, dura e muitas vezes sem graça. E o único pensamento em mente é: quanto tempo falta para que eu possa viajar mais uma vez para essa explosão de soul que o quarteirão traz? Quanto tempo falta para que mais uma vez eu possa ter um lampejo do que foi a arte de quando arte se tratava apenas de diversão?

Prepare-se e vista-se porque esse túnel do tempo pode estar logo ali próximo a você.

Então: Get up!

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Existo porque resisto!

Texto: VICTOR BARBOZA Foto: JAYSON BRAGA

A força de mulheres que lutam por direitos em ocupações e mobilizações em BH e região metropolitana

Texto: Amanda Eduarda Fotos: Lucas D’Ambrosio

Tina Martins. Depois de resistir 87 dias, no dia 02 de junho de 2016, elas se despediram do antigo prédio do bandejão da Faculdade de Engenharia da UFMG e foram para um novo local, rua Paraíba, 641, bairro funcionários.

A equipe do CONTRAMÃO esteve na ocupação, na quinta-feira, 05 de maio de 2016, às 14 horas. O prédio, localizado na rua dos Guaicurus, 315, esquina com a rua Espírito Santo, foi ocupado no dia 08 de março de 2016, pelo movimento Mulheres Olga Benário, com apoio do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). O edifício, desocupado há dez anos, é do Governo Federal e passou a abrigar uma mobilização de resistência protagonizada por mulheres. A reivindicação: criar no espaço uma casa abrigo para vítimas de violência doméstica.

As faixas de protestos afixadas na fachada do prédio, indicavam que nós havíamos chegado à Ocupação Tina Martins, no centro de BH. As grades enferrujadas, que estavam presas com correntes e cadeado, também ostentavam cartazes com os dizeres: “Não vai ter golpe, vai ter luta!” e “Fica Tina”. Do lado de dentro, uma mulher sentada em um sofá velho, assistia qualquer coisa que passava em uma televisão pequena. Ela se aproximou:

- Boa tarde, estamos com água e alimentos. Podemos entrar?

- Claro! As outras estão lá em cima. Podem subir. disse ela enquanto abria o cadeado.

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Sociedade Segundo ela, a pauta principal dessa ocupação é por mais “Casas Abrigo” para mulheres que sofrem violência. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em um ranking de 83 países, o Brasil ocupa a quinta posição de violência contra a mulher. De acordo com ela, a proposta é tornar aquele prédio, até então abandonado, num centro de referência para mulheres. Nesse espaço haveria creche, em tempo integral, além de uma delegacia especializada em mulheres, com 24h de funcionamento. A proposta não se restringe ao prédio da ocupação, segundo Isabela, alegando que outras regionais também precisam de centros de referência.

- A partir do momento que as mulheres tenham onde deixar seus filhos, elas podem trabalhar e/ou estudar, conseguindo sua emancipação. Não queremos tirar o lugar da polícia, mas acreditamos que precisamos ter uma delegacia para mulheres 24h.

Ocupação Paulo Freire Paulo Freire é uma ocupação, com cerca de 300 famílias e fica localizado próximo ao Barreiro, região oeste de BH. O terreno não tinha uso há 20 anos e pertence a uma empresa de ônibus que irá construir uma garagem no local.

As duas ocupações são do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST - com apoio do MLB. Eles lutam pelo direito de moradia digna, que é assegurado pela Constituição Federal de 1988, inciso no artigo 6º dos Direitos Sociais. E até o presente momento, as duas ocupações estão resistindo aos pedidos de reintegração de posse.

No térreo, a terra vermelha contrastava com resto de cimento do piso, sinais do longo tempo de abandono. Próximos ao gradil, garrafas pets, pneus e caixas de leites faziam a vez de vasos para plantas, como o boldo e o alho-poró. Nós nos dirigimos para a escadaria que leva ao primeiro andar. Lá em cima, quinze mulheres estavam reunidas. Elas tinham acabado de almoçar e confraternizavam cantando e rindo. Perguntaram qual o motivo da nossa visita e explicamos que queríamos conhecer mais sobre o que era a ocupação Tina Martins e se elas podiam nos conceder uma entrevista. Isabella Sturzeneker, uma das responsáveis pela a ocupação, se prontificou a nos ajudar na reportagem.

Pelo espaço, podíamos ver as crianças brincando de esconde-esconde. Risadas, gritarias e corridas, sob os olhares das mães que estavam sentadas do outro lado do andar: “Tomem cuidado!”, recomendou uma delas. As paredes e os vidros das janelas ostentavam cartazes, desenhos e frases feministas.

Desde o dia da ocupação do prédio, passam, por dia, cinco mulheres pedindo ajuda. Este trabalho está sendo realizado com o auxílio voluntário de profissionais como psicólogos, médicos e advogados. Ali onde estávamos era a cozinha, o balcão de cimento que dividia os funcionários dos alunos, estava todo quebrado. A porta da cozinha foi improvisada por elas, com um pedaço de madeira que estava na horizontal. No caminho, uma mangueira que passava embaixo da madeira estava ligada a um barril para fornecer água, pois, há dois dias, a Copasa interrompeu o fornecimento.

Seguimos para o segundo andar. O corrimão da escada, não existia mais. Vimos pequenos quartos com paredes quebradas, roupas velhas jogadas, o chão com muita terra, vidros e teto quebrados. Aquele andar era o mais destruído. Nós seguimos para o segundo andar. O corrimão da escada, não existia mais. Vimos pequenos quartos com paredes quebradas, roupas velhas jogadas, o chão com muita terra, vidros e teto quebrados. Aquele andar era o mais destruído.

Quando chegamos estava muito pior, tinha até esqueletos de ratos espalhados. Tiramos muita terra e pedaços do gesso que era do teto, acreditamos que quando o prédio foi abandonado, pessoas entraram para roubar os cabos de energia que passavam por cima, possivelmente, os corrimões de ferro também devem ter sido roubados. - explicou Isabella.

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Sociedade

Quando estávamos indo embora, Fernanda* se aproximou. Ela queria nos mostrar os desenhos que tinha feito num caderno e nas paredes do prédio. Os braços da jovem, dos punhos até os ombros, estavam cheios de cicatrizes, umas até em cima das outras, provavelmente, provocados por um estilete.

- Tem poucos dias que cheguei, as meninas da ocupação me acharam e me trouxeram para cá. Não quero ir embora! Eu morava na rua. Já tem um tempo que saí de casa e o meu último contato com a minha família foi há seis meses. - ela disse olhando sempre para o chão.

Esses desenhos tinham corações humanos, flores, traços abstratos. Nas paredes o símbolo do feminismo, mas as cores que predominavam eram a preta e a vermelha, sempre bem escuros. Mas, no terceiro andar, uma deles chamava a atenção, era uma flor colorida, viva, alegre.

Ocupação Izidora

MLB

Izidora é uma ocupação de 30 mil pessoas, localizada na região norte de Belo Horizonte.

Tem três comunidades como Rosa Leão, Esperança e Vitória. O terreno é conhecido como Granja Werneck e é a última área verde de BH, contendo 9,5 milhões de metros quadrados. A família Werneck, proprietária do imóvel, tem um contrato com a Direcional Engenharia para a construção de quase 14 mil apartamentos para a região.

O MLB é um movimento social nacional, formado por várias famílias sem-teto de todo o país, que luta pelo direito humano de moradia decente.

Eles acreditam que a reforma urbana é um instrumento para construir uma sociedade diferente, com igualdade, dignidade e direitos para todos. O lema: “Enquanto morar dignamente for um privilégio, ocupar é um dever!”

- Elas me pediram. É meu primeiro trabalho colorido. - explicou.

Há outra cicatriz em Fernanda.

O passado.

- Saí de casa por que, quando eu tinha 13 anos, meu pai falou uma coisa ruim para mim, mas foi há muito tempo. Só que eu não consegui viver com isso.

- Ela abaixou a cabeça, olhou fixamente para o chão. - Meu pai disse que a culpa de uma mulher ser estuprada era só dela. Então, a culpa foi minha, para ele, eu quis aquilo.

Da rua, ao avistarmos aquele antigo prédio, não imaginamos o universo que havia lá dentro. Cada mulher com uma história, uma alegria, uma dor e um passado para esquecer. Elas são irmãs, mas não de sangue. São companheiras que lutam pelos direitos das mulheres e só vão parar quando todas estiverem seguras!

Atualmente A Casa de Referência da Mulher se mantém de pé no mesmo endereço. Com a intenção de atuar em três pontos “Assistencial Emergencial” onde pretende fazer uma análise da mulher recém chegada, junto com pessoas capacitadas, buscando o melhor encaminhamento de cada caso, “Informativa Permanente” tendo em vista em aumentar a rede de amparo às mulheres, fazem sempre divulgações informativas pelas redes de contatos e eventos realizados, e “Acompanhamento Periódico” a luta da independência da mulher é a principal pauta, pensando nisso, elas criam oficinas e cursos formativas que contribuem para este processo.

Nos muros da cidade

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Pixo e o graffiti convivem no cenário urbano entre o preconceito, a arte e a criminalização Texto e Fotos: Lucas D’Ambrosio

Um é bem visto, o outro não. Um é legalizado e o outro, é marginalizado. Essas são algumas das dicotomias que envolvem o graffiti e o pixo, presentes em centros urbanos como Belo Horizonte.

Espalhados pelas ruas de toda a capital como forma de expressão cultural, política e social, estas manifestações foram alvo das atenções entre os meses de março e maio, principalmente, após a pixação da igrejinha da Pampulha, em 2016.

A pesquisadora e doutora em artes, Deborah Lopes se dedica ao tema das artes urbanas.

Ela defende que é possível reconhecer tanto no pixo, quanto no graffite, elementos estéticos semelhantes, porém na composição da forma há um distanciamento: “O graffiti é algo figurativo, possuindo diferentes formas e cores. Ao contrário da pixação que, por ser algo incompreensível e, também, pelo preconceito que existe ao seu redor, acaba se tornando algo mal visto pela opinião pública”, esclarece. Se por um lado o pixo é crime ambiental (estabelecido pelo artigo 65, da lei nº 9.605 de 1998), por outro, o graffiti foi descriminalizado em 2011 pela lei federal de número 12.408/11. A pesquisadora esclarece que essas formas de expressão urbana apesar de serem amplamente difundidas nas grandes metrópoles, vivem nessa dicotomia da legalidade e ilegalidade.

“São práticas muito complexas que possuem valores simbólicos, estéticos, políticos e sociais, diferentes e diversificados.”, analisa Lopes.

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realizado em locais apropriados e permitidos. “Em outros casos, quando é pixação de prédios ou monumentos da No dia 21 de março de 2016, ladrilhos de Cândido Portinari cidade eu já considero como uma depredação e não sou a que estampa a Igrejinha da Pampulha amanheceram pixados. favor disso”, declara. Já o estudante de direito, Rafael Ranne, O autor da pixação, Mario Augusto Faleiro Neto, 25, o Marú, 25, observa as características próprias do graffiti e do pixo. foi preso em dois dias depois, em uma ação conjunta da Polícia “O graffiti traz cor e tira um pouco do fluxo que impossibilita Militar, Polícia Civil e Ministério Público. Na manhã do dia não enxergar formas de vida nas cidades. No pixo eu enxergo 3 de maio, do mesmo ano, João Marcelo Ferreira Capelão, uma mensagem mais direta, algo ligado a uma grafia de 33, conhecido como Goma, foi preso preventivamente pela alfabetos. Considero mais como uma expressão cultural do que artística, em relação ao graffiti.”, finaliza.

Polícia Militar.

Igrejinha

Na ocasião, Goma foi acusado de cometer os crimes de pixação e associação criminosa (formação de quadrilha).

Sua prisão decorreu da sua relação com Marú, autor do pixo realizado na Igrejinha. Quase oito meses depois, no dia 20 de dezembro de 2016, Goma conseguiu sua liberdade por meio de habeas corpus.

Após essa ação, seguiram-se as buscas por possíveis grupos envolvidos com a pixação na cidade. Foi quando a investigação se voltou para Goma, proprietário de uma loja destinada à produtos relacionados ao graffiti: tintas, sprays e outros produtos que levam o nome de sua marca, a “Real Grapixo”.

Antes de ser preso, em abril do ano passado, por meio do cumprimento de mandado de busca e apreensão, a polícia levou seus produtos para a Delegacia do Meio Ambiente com a alegação de que a loja era destinada a atender ao público praticante do pixo. Além disso, mercadorias como camisetas e bonés, também foram levadas pelas autoridades, por possuírem menções à prática de crimes, como o uso de drogas ilícitas. Goma, em sua defesa, alegou a procedência legal, com notas fiscais, de todos os seus produtos. Argumentou também que, os mesmos, podem ser facilmente encontrados em lojas de materiais de construção e casas especializadas em tintas.

Segundo ele, sua prisão foi motivada pela amizade com o pixador Marú, nas redes sociais. “Quando prenderam o Marú viram no Facebook dele uma foto comigo e agora estou sendo indiciado por crime contra a paz pública e associação criminosa (formação de quadrilha), porque conheço ele. Fui intimado a prestar esclarecimentos na delegacia e na intimação estava escrito que a vítima era a igreja da Pampulha.”, explica Goma, afirmando não ter envolvimento com o ocorrido a igrejinha.

Grito

De acordo com a pesquisadora Deborah Lopes, o surgimento do graffiti se deu em Nova York e é diretamente influenciado pelo movimento do hip-hop. Apesar do pixo utilizar os mesmos espaços do graffiti, existem traços e diferenças de estilos que os distinguem, desde a técnica e plástica até o material que é utilizado para a confecção de cada um deles.

Para Goma, o pixo é, também, expressão cultural e com forte tom político e social. “Ele é uma forma de dar um grito que você existe. É uma forma de fazer novas amizades, uma forma de ser conhecido, uma forma de deixar sua marca provando sua existência na terra”, defende. “Muitos amigos que morreram deixaram seus nomes por aí e é o que restou de lembranças pra gente. É uma forma de mostrar que ele existiu.”, explica.

Não é difícil encontrar pessoas que se surpreendem com as cores e desenhos dos graffitis que estão presentes nos muros das ruas de BH. A reação é contrária em relação ao pixo: um misto de incredulidade e revolta é evidente quando as pessoas se deparam com seus traços finos e caóticos. A aposentada Beatriz Costa, defende o graffiti, desde que seja

Resistência No Brasil, como retrata o documentário “Pixo”, de 2009, com direção de João Wainer e Roberto T. Oliveira, gravar protestos políticos e sociais nos muros remonta aos anos 1960, durante a instauração do regime militar. Neste período, eram constantes as manifestações em paredes das principais cidades do país: palavras de ordem, poesias e manifestos eram traduzidos por meio das tintas e pincéis dos movimentos contrários à ditadura. Com a redemocratização do país, nos anos 1980, as demandas e reivindicações políticas e sociais, passaram a ser representadas por uma classe social que estava sendo colocada de lado pelo projeto de avanço democrático.

Influenciado pela cultura urbana norte americana, o Brasil se tornou o destino para graffiteiros e revistas sobre o tema.

Com a dificuldade em se ter acesso aos materiais de produção, tendo em vista o valor elevado na época, foi criado no Brasil a tinta “látex”: uma alternativa barata e acessível que permitiu a realização dos trabalhos pelos muros brasileiros. Nos EUA existe o que se conhece por “graffiti subway”, que são aqueles encontrados nos subterrâneos dos metrôs, como em Nova York e São Paulo. Por aqui, somente nos anos 2000, essa manifestação alcançou a “superfície” quando algumas galerias de arte começaram a dar espaço para os traços do graffiti e da pixação, na capital paulista. “A cena da pixação, em BH, surgiu nos anos 1990. Era um movimento muito forte e possuía as mesmas influências da cena de São Paulo.

O bairro Planalto, na zona nordeste da cidade, era uma região de muita força para o movimento. Lá, por exemplo, surgiu o DP (Demônios do Planalto).”, explica a professora e pesquisadora Deborah Lopes. Segundo a professora, a desinformação e a maneira como o pixo é tratado na imprensa dificulta o entendimento de uma forma mais ampla de compreensão do tema. Lopes apresenta outros três fatores para que o pixo seja rejeitado pela sociedade. Primeiro, o preconceito: “Quem é o pixador? É o moleque que sai da favela e da periferia e vai para a rua tomar posse dela. Em uma sociedade como a de Belo Horizonte e a do Brasil, essas pessoas são excluídas como parte integrante dessa mesma sociedade.”, explica. O segundo ponto é a ilegibilidade das pixações. “Ela (a pixação) é excludente: feita por pessoas que são excluídas da sociedade que em contraposição, te excluem da leitura da pixação, que é um código fechado.”. Por fim, a liberdade de ação dos pixadores: “Os caras que pixam são livres, não respeitam nem os limites do próprio corpo e nem da gravidade, quando escalam prédios, por exemplo. Eles despertam a raiva nas pessoas por não terem limites. Além, claro, de ser uma invasão à propriedade privada”, finaliza.

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Programas buscam espaços para a cena do graffiti em BH A prefeitura de Belo Horizonte possui uma estimativa de R$ 2 milhões, por ano, de gastos com a reparação do patrimônio público, incluindo gastos gerais e de remoção de pixações em locais públicos municipais e monumentos. Uma das formas encontradas para a diminuição das pixações é, justamente, a criação de projetos como o Telas Urbanas. De iniciativa do Museu de Artes da Pampulha (MAP), da Fundação Municipal de Cultura e a prefeitura, o projeto teve seu início em 2015 e criou um edital para que artistas da cidade pudessem se inscrever em um concurso de artes visuais destinado à intervenção artística de locais públicos e privados.

A coordenadora do projeto Ana Carolina Andreazzi explica que o Telas Urbanas é uma demanda antiga do setor do graffiti mineiro. “Era importante que ele acontecesse, de forma a integrar a cidade e toda a cena urbana.”, afirma. Segundo ela, o projeto possibilita um outro movimento para o graffiti, ou até mesmo no pixo, vistos como formas de expressão presentes nas cidades. Há uma discussão que está tomando espaço em galerias e museus de arte contemporânea, sobre as características artísticas dessas expressões. “De repente, é uma arte que consegue espaço e permissão para entrar em um museu, criando um caminho contrário e possibilitando a abertura de um questionamento e diálogo sobre o tema.”, analisa Andreazzi. “O graffiti muda a paisagem das grandes cidades, você pega, por exemplo, o Beco

do Batman, na vila Madalena em SP. Era uma área que foi totalmente restaurada e hoje se tornou ponto turístico da cidade.”, completa Andreazzi.

O graffiteiro e artista plástico Alexandre Rato, além de participar de coletivos, executa projetos e trabalhos privados ou em parcerias com a iniciativa pública, como é o caso do Telas Urbanas. “Se tem FIT (Festival Internacional do Teatro) para o produtores de teatro, FID (Festival Internacional da Dança) para os dançarinos, porque não ter o Telas Urbanas para os artistas visuais?”, questiona. “Tive o prazer de participar do projeto como artista convidado e, além do retorno financeiro, há, também, a procura pelo trabalho. Políticas como esta geram empregos e movimentam a economia do país. Basta ter quem pense fora da caixa para que a sociedade se beneficie.”, defende Rato. Porém, há quem discorde das políticas públicas que tratam do graffiti. É o caso

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de Goma: “Estão usando nossos amigos graffiteiros para maquiar a verdadeira sujeira das cidades que são os crimes políticos, a falta de saúde, de educação, de cultura e de transporte”, defende.

Patrimônio Não é consenso, mas a atitude de Marú, em pixar a “igrejinha” é vista como desnecessária. A pesquisadora Deborah Lopes, por exemplo, acredita que, além de prejudicar a cena da pixação e do graffiti na cidade, se tratou de um ato criado para autopromoção e não para uma manifestação (política ou social). “Ele não se preocupou com o fato de a igrejinha ser tombada pelo IPHAN.”, avalia. “Temos que ter cuidado para não projetar na figura do pixador aquilo que a gente gostaria de estar questionando. A polícia e o MP utilizou dessa ação para hiperbolizar a repressão.

Ninguém saiu ganhando com isso, nem o Marú, nem os pixadores e nem a própria pixação”.

políticas públicas como o Justiça Restaurativa, criado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais e que possibilita ao pixador, condenado pela justiça, cumprir a pena prestando serviços à comunidade.

Porém, a própria PBH reconhece que este programa é pouco utilizado haja vista que os pixadores são condenados por crimes mais graves do que a pixação em si, como a formação de quadrilha ou associação criminosa, o que impossibilita penalmente, o cumprimento da pena mediante prestação de serviços à comunidade.

Alexandre Rato é enfático neste ponto: “O pixador incomoda a sociedade, então, proponha alguma solução mais inteligente do que forjar quadrilha e prender os sujeitos. Nunca vi ninguém que reclama do pixo pensar nesses jovens, nas suas mães ou em seus pais. Ninguém quer oferecer emprego ou dar dignidade e preparo psicológico, cultural ou artístico à eles.

Nada. Mas querem eles presos e pensam que vão resolver os seus problemas dessa Além do Telas Urbanas, existem outras forma. Pra mim estão todos dando um tiro no próprio pé.”, conclui.

Mapeamento virtual fotográfico - Pixos e Graffitis Rua da Bahia - Belo Horizonte/MG

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