Edição 90 - Dezembro de 2019

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Dezembro de 2019 ANO IX - EDIÇÃO NÚMERO 90 - BAIRRO FLORESTA - BH

www.jornaldafloresta.com.br 98869-2148 3309-2148 facebook.com/jornaldaflorestabh instagram.com/jornaldaflorestabh contato@jornaldaflorestabh.com.br

NOSSO SHOPPING A CÉU ABERTO

Pesquisas mostram que 87% dos belo-horizontinos preferem consumir perto de casa e quase 70% farão suas compras em lojas de rua para este Natal. Mas, na Floresta, o quinto maior centro comercial da capital, os benefícios vão muito além da praticidade [PÁGINA 3]

JF volta reformulado Sapucaí: o lazer com Foco nas estratégias e cheio de novidades dois lados da moeda por mais segurança

Nosso jornal retorna na versão impressa com 10 mil exemplares, mas agora também está presente nas principais ferramentas digitais

Antes carente em entretenimento, bairro se consolida como força no circuito gastronômico, mas abusos geram reclamações de vizinhos

Com série de fatores que chamam a atenção de bandidos no bairro, PM revela mapeamento de locais e situações de risco para evitar crimes

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editorial

O JF voltou, e com muitas novidades

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com muito orgulho, alegria e gratidão a Deus acima de tudo que enchemos a boca para falar: o JORNAL DA FLORESTA está de volta! Criado em 2008, nosso periódico circulou ininterruptamente até 2016, quando outros projetos pessoais inviabilizaram sua continuidade. Mas, após um processo de reformulação completa que resulta a partir de agora em várias novidades para os leitores e novas ações e estratégias para os parceiros, você está recebendo em casa, no comércio, ou retirando em algum ponto de distribuição um dos 10 mil exemplares da nossa tiragem mensal, que começa a circular sempre na primeira semana de cada mês. A primeira mudança nessa reformulação que já deve ter ficado clara para os leitores que sempre nos acompanharam é o novo projeto gráfico, com novo logotipo, novos formatos de letras, layout mais moderno,

leve, visualmente agradável, mas com uma coisa em comum: a mesma linha editorial focada no bairro. Fator este que proporcionou nosso sucesso ao longo de oito anos, graças à credibilidade e confiança que conquistamos junto a moradores e empresários. Mas, nem de longe as novidades param por aí. Em tempos onde não há mais distinção entre estar “on-line” ou “off-line”, que não é possível mais separar o mundo real do virtual, o JF está agora também em todas as plataformas digitais. Pela versão impressa, continuamos com matérias pautadas e mais elaboradas, com assuntos impactantes que são a base do nosso jornal. Mas, estas mesmas matérias agora passam a ter apoio de ferramentas multimídias no nosso site e também nas nossas redes sociais. Por falar em site e redes sociais, essas novas plataformas passam a ser fundamentais nas ações e estraté-

expediente Publicado por Mateus Henrique Lima Rabelo CNPJ: 34.879.220/0001-59

Periodicidade: Mensal Distribuição Gratuita

Editor Executivo: Mateus Rabelo - MG 12.281 JP

contato@jornaldaflorestabh.com.br

Jornalista: Beth Sily - MG 02.194 JP Impressão: Sempre Editora Distribuição: Mega Promoções Tiragem: 10.000 exemplares

Cartas e Sugestões:

Rua Patagônia, 1023 / 201 bloco 2 - Sion - B.H. - M.G Tels: 3309-2148 / 98869-2148

*Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do Jornal, sendo de inteira responsabilidade de seus autores

distribuição

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gias do JF. Nas nossas páginas digitais (veja endereços na capa do jornal), o leitor pode encontrar conteúdos exclusivos, como matérias factuais, flagrantes, vídeos, imagens, curiosidades, serviços, tudo em tempo real. Mas, além disso, as novas plataformas serão também um espaço de suma importância para nossos parceiros, responsáveis por viabilizarem este projeto gratuitamente aos leitores. Pelo site e redes sociais, as empresas poderão mostrar seus produtos ou serviços em vídeos, artes e fotos, com coberturas de eventos e ações, abrangendo um público-alvo ainda maior de forma mais criativa e incisiva. E, mais do que nunca, frisamos que com essa rede integrada de comunicação, agora mais perto ainda do leitor e dos parceiros, o JORNAL DA FLORESTA será feito com a participação de todos que amam a Floresta como nós. Sejam bem vindos ao novo JF e boa leitura!

om 10 mil exemplares distribuídos em cada casa e ponto comercial em ponto comercial, o JF é suficiente para chegar a todas residências do bairro e parte do Colégio Batista. Mas, se por ventura você morador não receber seu exemplar, há diversos pontos de retirada da edição impressa. Confira: Banca de jornais avenida do Contorno (em frente ao Carrefour); banca de jornais avenida Francisco Sales (em frente ao Colégio Nossa Senhora das Dores); banca de jornais avenida Francisco Sales (esquina com avenida Assis Chateaubriand); Padaria Pão Nosso (avenida Assis Chateaubriand, 421); banca de jornais

avenida Assis Chateaubriand (em frente E.E. Barão de Macaúbas); banca de jornais avenida do Contorno (em frente à pizzaria Giovanni); banca de jornais avenida do Contorno (próxima ao Bradesco); banca de jornais avenida do Contorno (em frente ao Itaú); Padaria Tropical (Rua Curvelo, 62); Farmácia Universal (rua Itajubá, 553) Padaria Colombina (rua Itajubá, 551); Sacolão Center (rua Pouso Alegre, 1157); Roma Gourmet (rua Salinas, 7); banca de jornais rua Ponte Nova (esquina com rua Jacuí); banca de jornais rua Ponte Nova (em frente ao Colégio Batista); e Panificadora Trigo Nobre (rua Álvares de Azevedo, 334).


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economia

Impulso no comércio vem do bairro Moradores aproveitam estrutura e comodidade de se morar no quinto maior centro comercial de BH

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comércio é a mais antiga atividade do ser humano, segundo historiadores. Para se ter uma ideia, há empresas na Europa com mais de mil anos de existência que ainda funcionam. E esta atividade fundamental para a economia do mundo é, sem dúvida, a maior vocação da Floresta, que possui o título de quinto maior centro comercial de BH. E a importância deste dado ultrapassa a questão da quantidade de opções. Quem consome na Floresta sabe que vai encontrar aqui bons preços, variedade, qualidade, bom atendimento, tanto na comercialização de produtos quanto na prestação de serviços. Mas, tem uma outra característica muito importante para a longevidade das tradicionais empresas do bairro e para aqui ser sempre alvo de novos empreendedores: a praticidade de se comprar perto de casa e a fidelidade dos moradores com empresas que prezam pela satisfação dos clientes. Para se ter uma ideia, pesquisa recente da Fecomércio, denominada “Escolha do Local de Compras”, mostra que 87,2% dos consumidores de BH utilizam as lojas do bairro ou da vizinhança para adquirir bens e serviços. Por isso, o comércio da Floresta, pela sua grandiosidade, atrai muitos consumidores, principalmente dos bairros da região Leste. E esta alta rotatividade de consumidores, aliada à fidelidade dos moradores, fazem com que o comércio do bairro esteja sempre inovando, crian-

do e recebendo novos estabelecimentos, inclusive atraindo empresas de grande porte, como a Lojas Rede, o Supermercado Dia, Lojas Americanas, além de ser um dos poucos bairros de BH onde há um Carrefour 24 horas. A Lojas Rede, que é a maior de cosméticos do Brasil, conta com um mix completo de mais de 15 mil produtos, entre maquiagens, cuidados para os cabelos, para o corpo e um salão de beleza interno. Segundo o departamento de Marketing da empresa, "ter a Lojas Rede neste bairro tão charmoso e tradicional da capital era um sonho antigo e um pedido recorrente de nossos clientes e que agora se tornou possível”.

PRA COMER BEM

Com diversas opções em todos os segmentos possíveis, um ramo que se destaca no bairro, sem dúvida, é a culinária. Entre os vários restaurantes, lanchonetes e bares com sabores marcantes e já conhecidos do público, a Floresta ainda dá boas vindas constantemente a quem busca conquistar novos paladares. Um exemplo disso é o restaurante Kababji, na rua Itajubá, inaugurado em fevereio deste ano, de George Alfarhat, que prepara pratos deliciosos da culinária árabe, como a kafta, o falafel, sharwrema arabi, além dos tradicionais quibe, esfirra, charuto, os doces ninho e outros. Há pouco mais de 4 anos no Brasil, George, que ainda não domina totalmente a língua portuguesa, veio de Homs, na Síria, por causa da guerra. “O Brasil me

Comércio do bairro aproveita datas comemorativas em meio à vantagem de consumo perto de casa

recebeu muito bem e sou grato. Quero retribuir oferecendo uma cozinha de qualidade”. Outra novidade na área é o Chicken Sauce, na rua Pouso Alegre, que serve tudo à base de frango, inclusive o chamado “frango no balde”. Tem ainda hambúrguer artesanal, sucos e saladas diferenciadas, um almoço bem farto, tudo regado a molhos diferenciados que dão um tempero especial a todas as iguarias. As receitas são preparadas e supervisionadas pelo proprietário Filipe Barbosa Carvalho e sua esposa Pamela. Filipe disse que esta é a primeira loja em BH e ele decidiu pela Floresta, porque sempre gostou da região, que considera importante polo comercial. Outro estabelecimento diferenciado é o Gato de Game-

la, na Contorno, que comercializa artesanato. A loja foi fundada há 12 anos pela família Melo Fonseca. Um grande sucesso no local é o “Fuxico do Bento”, que são chaveiros em forma de santos, produzidos por Adalberto Fonseca. Hoje, eles são comercializados por todo Brasil e quem quiser conhecer o trabalho e só dar uma olhada na página no Instagram: @fuxicobentoofc. No campo da moda, a Floresta também mostra sua riqueza em opções, com lojas encantadoras e com produtos dos últimos lançamentos. Em meio à beleza das vitrines, a By Viviane Marla (que era conhecida como Flower Power), na rua Pouso Alegre, é um dos destaques. Há 10 anos a empresa oferece belas peças esportivas e para festas. Vivia-

ne, que é uma líder entre os comerciantes e cuida da rede de comércio protegido, define a Floresta como um local onde se encontra diversidade, beleza, bom preço e um atendimento afetivo. “O próprio bairro motiva a isso, porque aqui a gente vive como em família, onde todo mundo se conhece e fica à vontade”. Para Viviane, a diversidade do comércio, a proximidade para a comunidade local e do entorno atraem um bom público, principalmente aos fins de semana. “Nosso propósito é unir cada vez mais os comerciantes. Não vejo ninguém como concorrente, pois nosso principal objetivo deve ser de nos fortalecer, porque aqui temos um verdadeiro shopping aberto, que tem fidelizado muitos clientes”, completa.


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Por dentro da saúde por Natália Campos*

Perca 10 kg em 1 semana Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais da metade da população brasileira (55,7%) tem excesso de peso. Por essa razão, várias dietas restritivas são divulgadas com a promessa de emagrecimento milagroso e rápido. Porém, na maioria das vezes, são divulgadas em mídias sociais por profissionais/pessoas desqualificados tecnicamente para esse assunto. Costumo perguntar para meus pacientes: “Quando tiver 60 anos, você se imagina substituindo seu pão por bacon, no café da manhã?!” ou “Essa estratégia nutricional é sustentável em longo prazo, considerando sua rotina diária?!” Algumas dietas como a low carb e do jejum intermitente levam ao emagrecimento significativo no início do tratamento. No entanto, nesses casos, trata-se de uma perda de água corporal e músculos e não propriamente de gordura, além de terem curto seguimento e difícil manutenção do peso perdido. Portanto, o melhor caminho para controlar o ganho de peso é a reeducação alimentar através de uma dieta equilibrada, prescrita por um nutricionista, e acompanhada da prática regular de atividade física. * Natália Campos é nutricionista graduada pela UFMG, pós-graduanda em Nutrição esportiva pelo UNI-BH, experiência em clínica hospitalar

homenagem

O adeus a um ícone do bairro

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Floresta perdeu foi após ele trabalhar na um de seus granfunção desde criança e des ícones: Trajaformar-se, em 1949, em no Spencer, mais conheFarmácia pela UFMG. cido como sr. Spencer, Sr. Spencer gostava de faleceu no dia 5 de abril frisar que a outra paixão deste ano, mas deixou um depois da Universal era a grande legado no bairro, Floresta, que considerava onde atuou durante 70 um local agradável para anos como farmacêutico. viver e conviver. Como Já na casa dos 90 anos, ele morou décadas aqui, era dava “expediente” diariaum PHD em histórias inmente e atendia a todos teressantes, como o Carcom seu jeito afável. naval e a origem da praça Sr. Spencer exerceu a profissão por 70 anos Em uma das várias Comendador Negrão. reportagens do JORNAL DA o ainda desconhecido Carlos Agora, com seu falecimenFLORESTA com ele, sr. Spen- Drummond de Andrade, que to, aos 94 anos de idade, quem cer contou sobre a vinda de também era farmacêutico e está à frente da farmácia é sua sua família para o bairro. filha, a farmacêutica Luciana também morou na Floresta. Tudo começou em 1890, Procópio Vilela Alvarenga, quando Trajano Procópio de CHEGADA AO BAIRRO representando a 3ª geração Em 1933, Trajano Procó- do tradicional negócio famiAlvarenga Monteiro (pai do sr. Spencer) formou-se pela pio veio com a família para liar. De acordo com Luciana, Escola de Farmácia de Ouro BH, quando abriu a Farmácia a intenção é dar continuidade Preto. Retornando a Santa Universal, numa velha casa, a toda esta tradição cultuada Maria de Itabira, sua terra na- na Rua Itajubá. De lá para por seu pai e avó. E, em meio tal, abriu a Pharmacia Univer- cá, passaram-se 86 anos, com às lembranças e saudades, a sal. Em 1922, mudou-se para histórias para contar e novas farmacêutica destaca a força Itabira, onde chegou a ser gerações sucedendo seu fun- de trabalho de sr. Spencer e o prefeito e fundador do Colé- dador. E foi sr. Spencer, repre- amor dele ao bairro Floresta e gio Sul Americano, que teve sentando a 2ª geração, quem à farmácia, onde atendeu até em seu quadro de professores assumiu o lugar do pai. Isso fevereiro deste ano.


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entretenimento

Rua Sapucaí: a Lapa da Floresta Via ganha cada vez mais espaço na noite belo-horizontina, mas fama atrai problemas para vizinhos

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rua Sapucaí vem ano após ano se consolidando como uma das mais importantes rotas gastronômicas e boêmias de BH. A via é alvo de grandes chefs, se tornando um polo da boa culinária, além de a cada dia abrigar mais bares charmosos e imponentes, ideais para um encontro com os amigos ou para apreciar o pôr do sol. Bastou nossa reportagem ir ao local durante algumas noites para constatar a dimensão que o projeto de lazer e cultura na via tomou. O que começou apenas na Sapucaí, hoje virou rota noturna de BH. O número de bares e restaurantes aumentou consideravelmente, tanto na Sapucaí, quanto em outras vias no entorno. Durante a nossa visita, o restaurante Salumeria, comandado por um chef italiano, estava lotado. Helena Lina, que mora no Gutierrez, disse que além da comida saborosa, gosta do local pelo visual. “Esta rua tem uma vista livre e linda de BH, é um lugar aberto, arejado, sem aquele abafa-

mento de muitos prédios ao redor”, opina. O badalado “Mi Corazón” também estava lotado e os namorados Marcelo e Alessandra, que moram no Coração Eucarístico e Carlos Prates, respectivamente, disseram que apreciam muito o bar por uma série de fatores. “Gostamos de vir aqui por causa dos drinks especiais, da música, mas, sobretudo, pelo charme da rua com sua vista linda. Em noite de lua cheia, aqui é maravilhoso”, exclama. Bem no final do dia, já começando a escurecer, chamava a atenção o grupo de amigos Amauri do Anjos (bairro Concórdia), Gabriel Costa (Caiçara), Maurício Melo (Nova Lima) e Álvaro Maneira (Santa Lúcia), que tomava cerveja na murada. Eles contaram que trabalham na Itambé e, sempre que possível, gostam de tomar uma cerveja ali e bater um papo. Gabriel diz que acha a Sapucaí muito charmosa, alegre e com bares diversificados. Para Leonardo, ficar perto da murada é mui-

to bom para apreciar a vista. “O visual aqui é lindo e a rua mescla modernidade com patrimônio histórico”.

OUTRO LADO

Mas, se para muitos a Sapucaí significa charme, boa comida, cores e vista linda, para boa parte dos moradores é sinônimo de problemas e de incômodos. Um morador, que se identificou apenas como Jorge, comentou que já teve fim de semana que fecharam a rua para festa e ele não pôde entrar na garagem do prédio. Com o mesmo problema, Ercides Alves de Souza, síndico do Edifício Barcelona, na avenida Francisco Sales, 20, disse que já teve ocasião em que um dos lados da garagem com entrada pela Sapucaí ficou impedido, devido à quantidade de gente na rua. “É um problema sério, a maioria das edificações se transformou em bares e temos feito reclamações na prefeitura, mas muitos problemas persistem”. De acordo com o major Rafael, da 3ª Cia do 1º Ba-

Rua é uma das grandes rotas gastronômicas e culturais de BH

talhão da PM, a corporação tem realizado operações conjuntas na via com a Guarda Municipal. Recentemente, foi realizada uma reunião entre moradores, donos de bares e restaurantes da Sapucaí, a PM, Guarda Municipal e a PBH. Segundo o Major, durante a reunião foi comentado so-

bre o problema das garagens e o descumprimento do acordo de que música com portas abertas só é autorizada até 1h. “Pedimos à prefeitura para rever critérios, como licenciamento para festas, para que o direito dos moradores de ir e vir e o direito ao sossego sejam respeitados”, completa.

solidariedade

Fogo criminoso combatido com amor

Moradores se unem para ajudar família que teve casarão incendiado de maneira criminosa no bairro

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epois um incêndio criminoso destruir boa parte do andar superior de um casarão na rua Pouso Alegre, a resposta a este ato de maldade e covardia veio em uma atitude completamente oposta, com uma prova de amor ao próximo. Cerca de 80 moradores e voluntários do bairro sensibilizados com o crime se uniram um dia após a tragédia para um mutirão de limpeza. Além disso, uma vaquinha eletrônica com o intuito de arrecadar R$ 20 mil para a reconstrução do imóvel terminou com mais de R$ 35 mil e 297 pessoas contribuindo. Segundo o proprietário do imóvel, Arthur Costa Gonzaga, a casa havia sido adquirida há um ano por sua família e passou por uma boa restauração na época. Mas, devido a esta ação de vandalismo, eles perderam móveis, eletrodo-

mésticos e a máquina de massas que a matriarca da família usava para fazer pães e bolos, fonte do sustento da família. Além dos objetos, a estrutura do imóvel também foi afetada. O telhado da casa foi danificado, bem como paredes e janelas. O estrago foi tamanho, que os bombeiros gastaram 3h e 8 mil litros de água para apagar as chamas.

UNIÃO E MUTIRÃO

Em meio a tanta tristeza, a solidariedade dos amigos minimizou o problema em todos os aspectos. O incêndio aconteceu na sexta-feira e, já no dia seguinte, sábado, os amigos se reuniram em mutirão para retirar o entulho. No domingo houve ainda o mutirão da faxina. Segundo Arthur, ao todo foram mais de 80 pessoas que passaram pela casa nestes dois dias. A parte elétrica da casa também

foi toda refeita de maneira voluntária. Matheus Oliveira Vasconcelos, que ajudou voluntariamente na retirada do entulho, diz que sua participação foi movida pela grande amizade que tem com Arthur desde a infância e por pensar que o mundo precisa fortalecer o sentimento de solidariedade. “Sempre acreditei que fazer o bem deve ser prioridade na vida de todo mundo. Como dizem: ‘fazer o bem faz bem’. Isso é verdade! Quando a gente disponibiliza tempo, forças, energia para ajudar o próximo, a vida fica mais feliz”, opina Matheus, que não se importou em passar o sábado tirando entulhos e enfrentando a poeira no local. Além do trabalho dos amigos na retirada do entulho e na limpeza, a vaquinha eletrônica também foi fundamental. Segundo Arthur, os R$ 35 mil

arrecadados foram empregados na reconstrução da casa e em uma nova máquina de pão para sua mãe; a família já retornou para o imóvel. Arthur lembra que foi muito triste ver a casa pegando fogo e mais ainda em saber que o incêndio foi provocado por pura maldade humana.

“Meus olhos se encheram de lágrimas quando eu vi minha casa em chamas, mas podem ter certeza que eu fiquei ainda mais emocionado a cada ato de ajuda das pessoas. A tristeza foi grande, mas a felicidade em ver como existem pessoas boas no mundo, foi muito maior”, agradece.

Moradores e voluntários se uniram após a tragédia para limpeza


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Por dentro do bairro por Beth Sily*

segurança

Abrigo, bancos e drogas: os desafios da PM no bairro

Mesmo foco, novo ânimo

O Jornal da Floresta voltou. Durante o tempo que ele não circulou, perdi a conta de quantos me perguntavam quando ele iria retornar. Sentia que o JF era como aquele “morador” querido do bairro cuja ausência é muito sentida. Eu também sentia falta e, agora, estou muito feliz com seu retorno, porque novamente tenho a oportunidade de percorrer o bairro para fazer matérias e, assim, conhecer mais sobre a nossa gente. Muitos fatos acontecem no dia a dia de um bairro, mas vamos procurar mostrar mais o que as pessoas andam produzindo, como lutam por demandas coletivas. Enfim, trabalhar mais o aspecto positivo das coisas. Nestes tempos de tanta fake news, de radicalismo ideológico, de polarização política, a gente tem que retornar com um jornalismo que possa debater e mostrar que não existe apenas o lado ruim das coisas. É isso que pretendemos e, como jornalistas profissionais e com uma boa experiência na área, decidimos que vamos falar sobre o bairro, seus moradores, as histórias e outros fatos, de uma maneira que como se diz: “puxa mais para cima”. Claro que vamos mostrar os problemas, porque a vida não é um “mar de rosas” sempre, mas sem radicalizar e ser parcial. Ao retornar para apurar os fatos, escutar pessoas e escrever, encontrei histórias muito interessantes. Fiquei encantada com a atitude do grupo de amigos do Arthur que, de maneira voluntária, passaram um fim de semana atuando na limpeza da casa incendiada. A história de George, do restaurante Kababji, que veio para o Brasil para fugir da guerra na Síria, me emocionou. Ao conversar com os comandantes das Cias da PM que atuam na segurança aqui no bairro, senti como eles estão empenhados cada vez mais em diminuir os delitos. Também com prazer a gente sente que o comércio aqui está sempre em alta e, agora, com lojas de grandes redes chegando e muita vitrine bonita para a gente ver e admirar. Gostei demais de visitar a Funarte (Fundação Nacional de Cultura) e do projeto deles de revitalizar uma área do bairro. Confesso que tive vontade de pegar um pouco de amora lá na rua Célio de Castro, pois o pé está uma beleza em plena calçada, mas estava muito alto, porque as frutas na parte baixa já tinham sido colhidas. Realmente retornar ao Jornal da Floresta é ter a oportunidade de conhecer com mais detalhes tanta coisa boa que o bairro tem e poder levar ao conhecimento dos moradores. Sugestões: bethsily@yahoo.com.br *Beth Sily é jornalista, professora universitária, assessora parlamentar e líder comunitária

Esquerda para direita: Cabo Freitas, Major Rafael e Cabo Moreira, da 3ª Cia; e Major Leonardo, da 20ª Cia

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Floresta é um bairro que pertence a duas regiões diferentes de BH. E, por isso, a segurança aqui também é dividida em dois batalhões. A 20ª Cia do 16º BPM é responsável pela parte da região Leste do bairro, que engloba as vias externas da Contorno. Já a 3ª Cia do 1º Batalhão atua na Centro-Sul, parte interna da via. Segundo o major Rafael Coura, que comanda a 3ª Cia, a PM trabalha com uma base móvel na Assis Chateaubriand com rua Sapucaí, e mais três equipes em viaturas que fazem rondas diárias. “Também trabalhamos em conjunto com a Guarda Municipal e temos feito diversas ações”, explica. Além do policiamento em geral, de acordo com o major, a rede bancária e o abrigo demandam muita atenção. “O abrigo é um problema crônico que deve ser sempre tratado, porque ali também se concentram criminosos infiltrados entre as pessoas em situação de rua e, por isso, ficamos

atentos”, ressalta Coura. Para o major, a rede de WhatsApp na região é um grande aliado da segurança, pois permite à PM conhecer mais as pessoas, ter mais informações dos problemas. Mas, ele alerta que é fundamental também fazer as denúncias pelo 190, pois é através deste número que são elaboradas as estatísticas que resultam em ações onde há ocorrências. Todo esse conjunto de iniciativas, de acordo com Coura, vem contribuindo para uma redução do crime na região.

PARTE LESTE

A 20ª Cia é comandada pelo major Leonardo Vieira. Segundo o militar, a estratégia principal se resume em trabalho, dedicação e distribuição dos policiais. Para ele, as redes de WhatsApp ajudam na interação e informações sobre problemas. Mas, também ressalta a importância do 190. De acordo com Vieira, uma das grandes preocupações da segurança é a divisa

com a avenida Antônio Carlos, na Lagoinha. “Neste local há uma grande concentração de usuários de drogas e muitos vão para a Floresta realizar furtos para sustentar o vício”. O major também demonstra atenção sobre a área comercial do bairro, onde circulam muitas pessoas, e, em especial, à rede bancária. No 16º BPM fica a Sala de Operações que monitora as câmeras do “Olho Vivo” no bairro. Segundo o major, “este monitoramento é feito 24 horas por dia e os policiais ficam atentos aos locais onde surgem os problemas para uma intervenção imediata”. Por causa do trabalho diferenciado na segurança, a 20ª Cia está sendo premiada. Entre as 215 Bases Comunitárias no Estado, a que atende a Floresta é a 2ª em desempenho. Também nesta área, o Consep 20 – Conselho Comunitário de Segurança Pública, presidido por Fabiano Álvares, tem tido uma atuação de destaque na segurança.


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gastronomia

Paixão nacional conquista moradores

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café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, ficando atrás somente da água. A constatação faz parte de uma pesquisa que sugere, ainda, que o brasileiro consome, em média, 3 a 4 xícaras de café por dia. Para muita gente, o dia só começa após cafezinho pela manhã. Para outros, café representa a bebida perfeita para uma conversa, reunião e boas vindas. A pesquisa mostrou ainda que, para os brasileiros, o café é ideal na vida social e funcional. E, para 49% dos entrevistados, o café é responsável por fornecer disposição e energia. Em meio a esta preferência, o brasileiro vai também começando a selecionar um café artesanal e de qualidade superior, como os cafés gourmet, que oferecem uma bebida mais saborosa e aromática, e estão virando febre no país e no bairro.

lizados”. Ela resUm grande salta ainda que a exemplo disso é cada dia procura o “Projeto Café”, melhorar as técque funciona na nicas de manurua Silva Ortiz, seio e sustentabi138, aqui na Flolidade na fazenda resta, onde o grão para obter grãos passa pelo prepade qualidade suro final e comerperior e proteger cialização de duas o meio ambiente. marcas saborosas “Aprendemos a de café: Niht e arte da torrefação Ponte Vila. para transformar Segundo a proprietária Da- Quites do “Projeto Café” são ainda ótimas opções de presentes estes grãos em uma bebida esniela Pirfo Lima Fontes, o projeto foi idea- de Formiga (MG). Foi então pecial. Nossas marcas de café lizado há mais de 15 anos, que começamos o aprendiza- são diferenciadas, porque o quando ela conheceu, no Rio do sobre a qualidade do café e processo é artesanal, os grãos de Janeiro, o professor João os cuidados necessários desde são bem selecionados, a torra Henrique Seges, na época co- a lavoura até a torra de grãos”. é feita em pequenas quantiordenador do curso de classiDe acordo com Daniela, dades, no ponto ideal, tanto ficação e degustação de cafés a torra do café é muito im- para o tradicional cafezinho realizado pelo Ministério da portante por diversos fato- coado, como para o espresso. Agricultura. “Já éramos pe- res. “Os grãos não podem ser Além disso, preparamos cafés quenos produtores e convida- queimados na torra, como para outros métodos, como mos o professor para visitar ocorre com a maioria dos ca- a prensa francesa e cafeteira nossa plantação no município fés tradicionais e industria- italiana, para atender a todos

consumidores”. Outro fator importante é que o café que comercializa tem uma única origem, a fazenda em Formiga, com grãos 100% da espécie arábica, que proporcionam uma bebida mais suave, saborosa e aromática. “Comercializamos nossas marcas em empórios, inclusive na Floresta, no Empório Palato, onde as pessoas buscam produtos diferenciados. Mas, também, muitos mineiros estão conhecendo nossos cafés e pessoas de outros estados que experimentam nos encomendam, principalmente estados do Norte e Nordeste”.

SERVIÇO:

Quem tiver interesse em conhecer mais detalhes sobre o “Projeto Café”, o espaço atende com horário marcado. Para isso, basta agendar uma visita pelos telefones (31) 988717097 ou (31) 2510-3838.

cultura e lazer

No ritmo do prazer e da socialização

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orró é uma das danças típicas mais populares do Brasil e que encanta e contagia pelo seu ritmo ora lento, ora rápido. E para quem tem vontade de aprender a dançar, aqui bem perto da Floresta tem uma escola especializada no ritmo. É o Espaço Maré, na rua Mármore, 630, sala 13, no Santa Tereza. O professor é Vito Julião de Azevedo, que há oito anos dança forró. Mas, a paixão pelo ritmo vem da infância. “Meus avós eram da Paraíba e fui criado ouvindo Luiz Gonzaga”. Há um ano e meio, Vito dá aulas neste espaço e disse que não há limite de idade para dançar forró e, por isso, tem alunos de várias faixas etárias. “Al-

guns nos procuram como atividade de lazer, outros porque não querem fazer academia e preferem se exercitar com dança. O forró mexe com todo corpo e, durante nossas aulas, fazemos o aquecimento com dança, depois ensinamos um passo novo, a seguir a revisão do aprendizado, sendo uma prática orientada todo o tempo da aula”, explica. Segundo Vito, em BH todos os dias tem um lugar para se dançar forró, pois o ritmo se tornou muito popular na capital, até pela certa facilidade. “Os passos são mais simples e o casal dança junto. O que não acontece, por exemplo, no samba, onde cada um faz uma performance”. De acordo com o profes-

sor, são três os motivos que levam uma pessoa a escolher o forró como dança. Primeiro é o lado químico e biológico. “Dançar é muito bom e promove um bem-estar físico. Se você abraça uma pessoa por um tempo maior é liberada a ocitocina, o hormônio do bem-estar. Forró se dança abraçado e por isso gera prazer”. Segundo, é uma dança social. “Conheço muita gente que estuda forró ou frequenta locais da dança para ampliar seu círculo de amizades”. O terceiro motivo é o cultural. “O forró é uma dança tipicamente brasileira. E ele é caracterizado pela sanfona, triângulo e zabumba (tambor) que geram o ritmo que agrada tanto”, completa.

Professor Vito Julião durante uma aula


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educação

Ensino que segue a revolução tecnológica

A

s mudanças na tecnologia na era digital estão provocando no mundo o que os especialistas têm chamado de a “quarta revolução industrial”, tamanha a profundidade que os avanços no segmento estão provocando. Com isso, mais do que nunca, estamos vivendo uma realidade onde a concorrência no mercado está exigindo cada vez mais atualização e conhecimento. E é pensando nisso que as instituições de ensino precisam inovar em seus conteúdos e metodologias. E, aqui na Floresta, uma instituição em especial tem todo seu foco voltado para a tecnologia, se antecipando assim a estas mudanças e, desta forma, sempre esteve à frente do nosso tempo conseguindo a excelência nesse setor. Trata-se do Grupo Cotemig, que tem como missão promover educação inovadora formando profissionais de tecnologia e cidadãos capazes de atuar com competência num mundo em transformação. Fundado em 1971, o Cotemig possui, atualmente, a melhor estrutura tecnológica de Minas, com laboratórios bem estruturados e uma equipe de profissionais de alto nível. Assim, busca preparar o aluno para ser o melhor profissional de tecnologia da informação e isso é comprovado na procura das empresas por estudantes da instituição. “Este posicionamento é percebido e chancelado pelo mercado, que prioriza a contratação de estagiários e profissionais formados pelo Cotemig. Isso porque nossos alunos sempre são destaques

Moema Belo, diretora executiva da Cotemig

em competições de tecnologia, os alunos criam seus próprios negócios e são sucesso de mercado”, disse Moema Belo, diretora executiva da instituição. Atualmente, além da unidade Floresta, o Cotemig conta com o Colégio Barroca e a Faculdade Cotemig, na rua Santa Cruz, 546, no bairro Barroca. E o ensino em todas as unidades acompanha a evolução. “Em todas as disciplinas técnicas 75% das aulas são em laboratórios para o aluno praticar o conteúdo aprendido e aprender praticando. Os computadores possuem os softwares mais utilizados pelo mercado”, ressalta a diretora, que lembra ainda que o Cotemig possui mais de 400 computadores em laboratórios de última geração e as aulas práticas acontecem com 1 aluno por máquina.

NÍVEL SUPERIOR O sucesso da instituição no ensino médio levou o grupo a buscar novos voos. Em 1999 foi criada a Faculdade Cotemig, que oferece os cursos de Sistemas de Informação e Análise e Desenvolvimento de Sistemas e também cursos de pós-graduação em áreas da tecnologia da informação. Por estar sempre acompanhando as inovações, foi com a criatividade de um grupo de alunos da Faculdade que nasceu o Cotemig Startups, que é um programa de pré-aceleração desenhado para transformar ideias inovadoras em potenciais modelos de negócios. “Para tornar isso possível, fizemos parcerias com instituições que são referências em inovação, como Tag Plus, Semear

Innovation, NetProject, para conectar estudantes, empresários e investidores”, explica Moema. A primeira edição do programa Cotemig Startups aconteceu em 2017. Dois anos depois, 150 startups já foram aceleradas pela instituição, com mais de R$ 1 milhão distribuídos em premiações ou investimentos para as startups participantes. Além do alto ensino na área de tecnologia, o Grupo Cotemig também investe em programas sociais. Entre os diversos projetos, pode ser citado a montagem e manutenção de um laboratório de informática na sede da União de Paraplégicos de Belo Horizonte (Unipabe). “Doamos frequentemente equipamentos para pessoas e instituições carentes, ministramos cursos gratuitos de informática para alunos de escolas públicas e idosos, tendo nossos alunos como professores voluntários, e somos um polo do Projeto Code Clube, que ensina de forma gratuita programação para crianças”, lembra a diretora. Devido suas ações de cidadania, a Faculdade Cotemig, possui desde 2008 o selo “Instituição Socialmente Responsável”, concedido pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), que tem como objetivo certificar que a instituição de ensino superior está comprometida com a educação e com a sociedade, mostrando que Cotemig vai além do tempo em sua atuação tanto no campo tecnológico quanto social.


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