Bom Despacho (MG),16 a 30 Setembro 2020
DESTAQUE
Ano XXXI - Nº 1.595 • Fundado em 12/05/1989
Criação de UPA amplia atendimento emergencial PÁGINA 3
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Bom Despacho (MG), 16 a 30 Setembro 2020 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR
Justiça nega direito de resposta a Joice
Eleições: paz e harmonia, violência não!
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Armadilha do crédito consignado faz vítima em BD PÁGINA 4
Pastor Ale x: vida de estudos e tr Alex: traabalho
Em 2011, fui convidado a abrir uma nova Igreja Quadrangular aqui em Bom Despacho. No primeiro culto havia apenas 5 pessoas. Trabalhei muito e hoje somos 6 igrejas na cidade. Aqui em Bom Despacho atuei também como professor no curso de Administração da antiga Unipac, atual UNA, lecionando as disciplinas de Planejamento Estratégico e Gestão de Pessoas. Sou consultor, coaching e viajei por todo o Brasil dando treinamentos e consultorias. Atualmente sou diretor administrativo da SODBEC Ltda- Sociedade Dom Bosco de Educação e Cultura, em Divinópolis, onde trabalho uma vez por semana. Minha experiência e minhas vivências hoje me credenciam a fazer um bom trabalho na Câmara Municipal de Bom Despacho. É por isto que sou candidato e peço o seu voto.
Sou Aparecida Adriana Lúcio, conhecida como Paré da Caixa Econômica. Venho de família humilde, mas cheia de alegria e de ensinamentos virtuosos como a honestidade, lealdade e amor ao próximo. Meu pai foi Policial Militar no 7º Batalhão, o nosso "Machado de Prata", e infelizmente faleceu quando eu tinha 4 anos. Naquela época, o "soldo" recebido do meu pai era insuficiente. Minha mãe, Luzia do Bairro de Fátima, se viu obrigada a trabalhar como faxineira e cozinheira para complementar a renda da família. Sempre incentivada por minha mãe, me agarrei aos estudos e com o tempo me engajei também nas ações sociais, vindo a ser hoje representante do Famorine Esporte Clube. Acredito no esporte como meio de socialização e formação cidadã dos nossos jovens bom-despachenses. Sou formada em Direito, milito na advoca-
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Nossa família era grande. Éramos 7 irmãos e mais um presente de Deus: um primo que passou a ser irmão de criação devido à morte dos seus pais. Tudo era trabalhoso e conquistado com muito esforço e dificuldade. Já trabalhei vendendo picolé depois da escola. Fazia isso não para ajudar em casa, mas por crescer num ambiente onde o trabalho sempre teve muito valor. Aos 12 anos trabalhava em tempo integral numa empresa e estudava à noite. Foi nesta época também que tive meu encontro com a fé em Jesus Cristo. O caminho foi apontado por minha mãe, que sempre me levou à igreja. Aos 13 anos trabalhava como office-boy de uma loja. Aos 14, passei no processo seletivo do SENAI-MG. Estudo de 8 horas diárias com duração de 2 anos e meio. Depois da formação fui aprovado em processo seletivo para a antiga siderúrgica Pains, hoje Gerdau. Minha trajetória me ensinou o valor do estudo e do ensino técnico para o mercado de trabalho. Cursei o ITQ (Instituto Teológico Quadrangular), que é o seminário para formação teológica do Ministério Quadrangular, da qual faço parte. Naquela época senti muito forte a necessidade de cumprir minha vocação espiritual. Depois de anos auxiliando pastores em Divinópolis, fui ajudar o pastoreio na cidade de Formiga/MG, onde conheci e me casei com Paula Roberta, com quem tive duas filhas: Bárbara e Letícia. Retornei depois para Divinópolis, onde abri algumas igrejas.
Pastor Alex com a esposa Paula e as filhas Bárbara e Letícia
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Sou filho do professor Antônio José Alves, fundador da FACED Divinópolis, e da professora Ana Bárbara Alves, que começou a dar aulas na sala do meu avô. Foram eles que me influenciaram a estudar e lecionar. O exemplo dos meus pais me impulsionou a ir além. Sou graduado em Administração de Empresas com especialização em Gestão de Pessoas pela PUC-BH, fiz docência do ensino superior pelo IIG (Instituto Integrado de Gestão) e cursei o Mestrado de Administração pela UNIPEL. Sou formando em pós de Psicologia Clínica: Terapia Cognitivo Comportamental.
cia, tenho curso de pós graduação em gestão pública, e fiz vários cursos em áreas diversas, sempre na busca do aprimoramento profissional e da qualidade dentro meu trabalho. Funcionária da Caixa Econômica Federal, exerci várias funções, chegando a Gerente Geral, cargo no qual me aposentei em 2019. Hoje, busco trilhar um novo caminho, quero ser vereadora de nossa cidade. Acredito que minhas experiências de vida e profissional me ajudarão a lutar pelas causas de nossa população, na cidade e nas comunidades rurais. Lutar por nossa gente simples e trabalhadora, nossos produtores e trabalhadores rurais. Meu trabalho será voltado para a independência legislativa, não vinculada a nenhum projeto político. Fiscalizar e legislar com independência e lealdade ao povo de nossa cidade: este será meu objetivo.
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É proibida a reprodução total ou parcial, em qualquer meio de comunicação, dos textos e anúncios produzidos pelo Jornal de Negócios - A publicação não autorizada por escrito sujeita o(s) infrator(es) às penalidades legais - Editor: Alexandre Borges Coelho - Publicação semanal – Tiragem: 6.500 exemplares – Impresso na Sempre Editora / BH – Editoração e Arte: Jornal de Negócios – Opiniões emitidas em artigos assinados não representam a opinião do Jornal, sendo responsabilidade exclusiva do autor – Distribuição livre em Bom Despacho, Araújos e Engenho do Ribeiro e dirigida em Martinho Campos, Moema, Luz, Pompéu, Abaeté e Nova Serrana - Este exemplar é propriedade do Editor, que autoriza a entrega grátis de 1 jornal por pessoa.
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No Mato Seco, PM prende 2 homens e recupera moto
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Implantação de UPA amplia atendimento médico emergencial PREVISÃO É UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO FICAR PRONTA EM OUTUBRO
Fachada da nova UPA Bom Despacho
Foto: PMMG Dois homens de 20 e 25 anos foram presos pela Polícia Militar na noite de 28/9, no Mato Seco, zona rural de Bom Despacho, durante patrulhamento rural feito pela corporação. Com um deles os policiais apreenderam uma motocicleta Honda Bros furtada. A ocorrência teve início quando os militares abordaram o jovem de 20 anos trafegando na motocicleta. Ao consultar o sistema de dados da PM via
Internet, os policiais constataram que havia registro de furto da moto. Segundo a Polícia apurou, a moto teria sido passada ao condutor por outro homem da comunidade, que também foi encontrado e preso. Ainda segundo a corporação, ele informou ter adquirido a moto através de anúncio em rede social e depois a repassou. Os dois envolvidos foram presos e levados para a Delegacia de Polícia. A moto foi apreendida.
Está prevista para o final de outubro a conclusão da reforma feita no prédio do PA para transformar o local numa UPA (Unidade de Pronto Atendimento). As obras incluem a montagem de uma Sala Vermelha com equipamentos específicos para atender situações de emergência, ampliação da área de atendimento ao público, construção de banheiros maiores adaptados para pessoas com deficiência física,
além de outras medidas previstas pelo Ministério da Saúde. Para diminuir o impacto no atendimento da unidade, as obras estão sendo executadas em partes. Ampliação do atendimento Com a transformação do PA em UPA (Unidade de Pronto Atendimento), Bom Despacho receberá mais recursos financeiros do Ministério da Saúde. Hoje, o município paga R$ 430
mil por mês à Santa Casa para manter o PA funcionando. Esse pagamento é feito com recursos próprios. Quando a UPA estiver funcionando, a Prefeitura passará a receber R$ 135 mil mensais do Ministério da Saúde para ajudar no custeio do atendimento. “Com esses recursos extras vamos aumentar as equipes de saúde, o número de médicos plantonistas e de especialidades, bem como expandir o atendimento de urgências e
emergências”, explicou o prefeito Bertolino da Costa ao Jornal de Negócios. Habilitação no Ministério da Saúde A implantação da UPA Bom Despacho com mais serviços já foi aprovada no Comitê de Urgência e Emergência da Macrorregião de Saúde. Concluída a reforma, a Prefeitura pedirá a habilitação da nova unidade no Ministério da Saúde, explicou Bertolino.
Motorista morre após sua carreta tombar na 262 e bater em árvore
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O motorista de uma carreta bitrem morreu na BR 262, perto de Luz, na tarde do dia 24/9, depois da carreta bater numa árvore. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o caminhão transportava soja de São Gotardo para São Sebastião do Oeste, perto de Divinópolis. Após uma descida, o motorista perdeu o controle da direção e a carreta tombou sobre a rodovia, foi se arrastando sobre a pista e só parou depois de bater com a cabine numa árvore ao lado da rodovia, no km 417 da via. A colisão destruiu a cabine da carreta e matou o motorista. Ainda segundo a PRF, o motorista, de 47 anos, era do distrito do Engenho do Ribeiro, em Bom Despacho. Seu nome não foi informado. O corpo foi removido por uma funerária de Luz.
Foto: PRF
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Armadilha do crédito consignado faz vítima em BD ALEX AUGUSTO DE SOUZA Nas redes sociais há farto conteúdo relatando abusos de bancos e financeiras contra aposentados, segurados e pensionistas. As artimanhas dos predadores da sociedade podem ser encontradas em relatos no YouTube, no site Reclame Aqui, no Facebook e outros. De repente, sem contratação e/ou solicitação, aparece um crédito na conta da vítima. Ao consultar o extrato, a pessoa identifica um valor transferido que, na verdade, se trata de um "empréstimo" desovado por um banco ou financeira na conta corrente da vítima. Não foi solicitado, mas a instituição financeira desonesta faz a operação mesmo assim e já mandou processar as parcelas a serem descontadas em folha pelo responsável pelo pagamento do benefício. Se colar, colou Instituição financeira parece conhecer bem a alma das pessoas e, assim, se sente à vontade para fazer o que bem entende. É o famoso SCC (Se Colar, Colou). Eles usam qualquer brecha ou limitação das pessoas: "não sei resolver isso"; "depois vejo do que se trata"; "deixa, dá muita mãode-obra". Contam com as dificuldades naturais das pessoas no uso da tecnologia, com a falta de informações e com a impaciência para empurrar nas vítimas um dinheiro não solicitado que vai sair muito caro. Além dos empecilhos que colocam para registrar a reclamação e o pedido de estorno da operação, também sabem que, neste momento, há filas nas agências do INSS ou estas estão fechadas; sabem que há restrições ao atendimento presencial no PROCON. Cidadão desprotegido Alô Polícia Federal? Como pode uma instituição financeira (fique claro que não parte do banco onde a vítima recebe benefício) acessar com tanta facilidade os dados de segurados e pensionistas do INSS para fazer a operação e processar os descontos em folha? Quando um parente toma conhecimento e liga tentando resolver o problema, os safados que descumpriram a lei usam a lei em benefício próprio: "só damos informação a respeito ao titular da conta; não podemos dar informação a terceiros". Ouvidorias de banco são órgãos de embromação. Estão a postos para defender interesses do banco. Operam no formato canseira: "Sr, eu vou estar encaminhando". Procrastinação. Se parecem com as famigeradas comissões, "grupo que nada decide isoladamente e que se reúne para decidir que nada será feito". Falando como bomdespachense: "uma munha danada". Quem liga ou contata a instituição financeira por via digital já recebe uma protocolar desculpa pronta; nunca ajudam a solucionar. Prática abusiva O CDC (Código de Defesa do Consumidor) veda esse tipo de prática abusiva. É uma legislação moderna que deveria ser alterada para, constatada a ilegalidade (inexistência de relação contratual e de processamento de empréstimo consignado não solicitado), considerar o valor transferido um presente da instituição financeira à vítima. Ao que parece, hoje, o máximo que
pode acontecer, se houver cobrança indevida, é a restituição em dobro do valor indevido. Vítimas em Bom Despacho Estamos ajudando com orientações uma segurada do INSS, moradora de Bom Despacho, vítima de duas operações realizadas neste mês de setembro, por dois bancos que nem existem na cidade e com os quais a segurada nunca manteve qualquer relação negocial. Pelo site da Câmara dos Deputados, comunicamos o fato e sugerimos analisar medidas de aperfeiçoamento do CDC; também denunciamos o fato ao Banco Central, para que faça a fiscalização de sua responsabilidade. Os e-mails com a recusa do banco de adotar
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medidas para recolher o dinheiro serão juntados como prova do abuso e das dificuldades impostas à vítima para solucionar o caso, bem como os extratos bancários. Foi feito um BO na Polícia Militar e está sendo providenciado o pedido de apuração dos fatos à Delegacia de Polícia. Também foi feito o registro junto ao Procon e está sendo aguardada abertura da agência do INSS para relato do fato. Nas andanças da família para tentar solução do caso vai sendo constatado que é algo recorrente: "está acontecendo com uma série de segurados do INSS na cidade", dizem alguns. No caso concreto, os bancos envolvidos são o Safra e o Panamericano. Alex Augusto de Souza, bom-despachense, é coronel reformado da PMMG e mora atualmente em Belo Horizonte.
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Bomba contra comitê de Bertolino marca início da campanha eleitoral POLÍCIA MILITAR ENCONTROU O SUSPEITO DE JOGAR O EXPLOSIVO
Grupo de pessoas em frente ao comitê de Bertolino minutos antes do lançamento da bomba
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Começou oficialmente no domingo, 27/9, a campanha para a eleição de prefeito e vereadores. Mas, em Bom Despacho, a disputa eleitoral virou caso de polícia nas primeiras horas do dia. Durante a inauguração de comitê eleitoral do prefeito e candidato à reeleição Bertolino da Costa, um homem de 31 anos atirou um explosivo conhecido como “bomba garrafão” contra pessoas que estavam no local. O atentado ocorreu na avenida Governador Vala-
dares, no Cidade Nova, por volta de 9h40 da manhã de domingo. Enquanto um grupo de pessoas estava no passeio, em frente ao comitê, conversando com Bertolino, um homem passou de motocicleta e arremessou o explosivo na direção do grupo. O artefato causou explosão muito forte, mas não chegou a ferir ninguém. O autor foi identificado por pessoas que estavam no local e chamaram a Polícia Militar. Os policiais foram ao comitê, ouviram depoimentos e registraram
o Boletim de Ocorrência. O acusado de jogar a bomba não estava no local. Mais tarde ele foi localizado pela PM em sua residência, na rua Rondonópolis, conjunto Aeroporto. Ele foi ouvido pelos militares e identificado no BO, mas negou ter jogado a bomba. Política se resolve na urna, diz Bertolino O prefeito Bertolino lamentou o ocorrido. Ele disse ao Jornal de Negócios que o episódio foi “ato isolado de um irresponsável que vai responder na
Justiça por sua conduta”. Bertolino ressaltou que “política se resolve na urna, através do voto, jamais por meio de violência ou intimidação. Vamos todos fazer uma campanha de paz, respeitando uns aos outros e o direito de todos. O eleitor quer ouvir é propostas para o desenvolvimento da cidade”. A ocorrência foi encaminhada pela PM à Delegacia de Polícia Civil, que vai intimar o suspeito e abrir inquérito para apurar responsabilidades.
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BDPREV: Vereadores engavetam projeto de interesse dos servidores DE ONDE MAIS SE TIRA DO QUE SE COLOCA, NO FINAL HAVERÁ UM BURACO FERNANDO
CABRAL
Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho
No Brasil o direito de se aposentar foi criado em 1923, com a Lei Eloy Mendes. Contudo, a lei só protegia os ferroviários. De lá para cá, mesmo aos trancos e barrancos, a previdência abriu suas asas para proteger a todos. No entanto, seus problemas históricos continuaram nos assombrando, especialmente a corrupção, a fraude, a malversação e a má gestão. Neste artigo, porém, tratarei apenas da questão do subfinanciamento que os vereadores, por maioria, optaram por não enfrentar. O ramo da matemática que estuda os fundamentos da previdência social chama-se atuária. Como esta é uma técnica muito complicada, vamos deixá-la para lá e usar apenas aritmética elementar para mostrar o que está acontecendo. É uma forma simplória, mas que esclarece bem o assunto. A contribuição Imagine que um trabalhador tenha 20 anos, ganhe R$ 1.000,00 por mês e pretenda se aposentar aos 60 anos com uma renda também de R$ 1.000,00. Ela imagina que viverá até os 80 anos. Nestas condições, quando se aposentar precisará ter um pecúlio (poupança) de R$ 240.000,00. Como vai trabalhar por 40 anos (dos 20 aos 60), terá que poupar R$ 500,00 por mês. Quando se aposentar dividirá os R$ 240 mil por 240 meses e terá a renda de R$ 1.000,00 que queria. Este é o princípio fundamental da previdência contributiva. Ou seja, na aposentadoria o trabalhador recebe de volta o que economizou durante seu período laborativo. Capitalização Como dos 20 aos 40 anos o trabalhador está criando um pé-de-meia, o dinheiro que ele deposita gera juros que se capitalizam. Com juros (digamos) de 0,25% ao mês, na verdade a contribuição cairá para R$ 197,00 por mês, mas garantindo a mesma aposentadoria de um mil reais dos 60 aos 80 anos. Estas contas simplificadas mostram como funciona a previdência contributiva. Ou seja, aquela em que o trabalhador paga uma contribuição mensal e depois a recebe de volta, mês a mês, quando se aposenta.
Previdência é assunto complicado. De um lado, a matemática envolvida é incompreensível para a maioria de nós; do outro lado, os institutos têm um século de história de fraudes, corrupção, malversação e falência. No caso do BDPREV, só tivemos um caso de desvio de dinheiro. Isto aconteceu em 2005. No
entanto, o instituto padece de subfinanciamento. Meses atrás os vereadores tiveram oportunidade de corrigir o problema. Em vez disto, a maioria se escorou na demagogia e o projeto foi arquivado. Ponto para a irresponsabilidade com o futuro dos servidores públicos e seus dependentes.
mesmo que alguns não possam contribuir por 40 anos? É aí que entra o cálculo atuarial do qual estamos fugindo. Ele nos diz com quanto cada servidor deve contribuir para que todos tenham garantido o direito de aposentadoria e pensão mesmo que alguns morram precocemente ou tenham que se aposentar mais cedo. Previdência moderna As previdências modernas combinam o componente contributivo com o componente solidário. É assim que todos os trabalhadores e seus familiares ficam protegidos. Mas, se o cálculo for errado, ou se a contribuição for insuficiente, mais cedo ou mais tarde o instituto de previdência irá à falência. Aí não haverá mais aposentadoria nem pensão.
Sede do BDPREV
A solidariedade A previdência contributiva é racional, mas não resolve tudo. O que acontece se o trabalhador ficar incapacitado para o trabalho antes dos 60 anos? O que acontece com sua família se ele morrer aos 30 anos? Sua família não pode ficar desamparada. Para solucionar este problema existe a previdência
solidária. Nela, aqueles que podem trabalhar recolhem um tanto a mais por mês para pagar as aposentadorias e pensões daqueles que não tiveram tempo de fazer o pecúlio necessário para garantir a aposentadoria. Mas, quanto cada trabalhador deve pagar a mais para que todos tenham aposentadoria garantida,
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A situação do BDPREV O BDPREV já foi criado com deficit atuarial. Ou seja, considerando o presente e o futuro, o dinheiro que sai é maior do que o dinheiro que entra. Portanto, ele caminha para a incapacidade de continuar pagando proventos aos segurados. Até aqui o instituto vinha sendo salvo pela combinação de quatro fatores: a) muitos aposentados são pagos pelo tesouro, não pelo BDPREV; b) inflação alta; c) juros altos; d) adicional patronal extra. Esta combinação faz com que o BDPREV tenha aparência melhor do que a realidade, mas a situação está mudando. Primeiro, porque ninguém mais se aposentará pelo tesouro municipal. O instituto terá que arcar com todas as novas aposentadorias. Segundo, porque a inflação está baixa, o que favorece aposentados e pensionistas, mas prejudica o instituto. Terceiro, porque os juros estão muito baixos, o que diminui ainda mais a
entrada de dinheiro no BDPREV. Quarto, porque o adicional patronal já está muito alto e não tem como continuar subindo indefinidamente. Contribuição patronal No exemplo mais acima, mencionei apenas a contribuição do trabalhador. Na prática o empregador contribui também. No caso do BDPREV, o servidor contribui com 11% dos seus vencimentos e a Prefeitura coloca mais 16,32%. Atualmente, porém, devido ao deficit, a Prefeitura está contribuindo com mais 14,55%, totalizando 30,87%. Este dinheiro sai da margem de gasto com pessoal. Portanto, prejudica o próprio servidor, que passa a ter aumentos limitados. O mais grave, porém, é que este adicional não corrige o problema, apenas o empurra com a barriga. O BDPREV continua caminhando para a falência.
A omissão demagógica de alguns vereadores Meses atrás o Prefeito mandou para a Câmara projeto de lei reajustando os valores de contribuição dos servidores. Sob falsos pretextos, explicações pouco técnicas, e manifestações demagógicas de suposta proteção aos servidores, a maioria dos vereadores votou pelo seu arquivamento. Isto significa que a bomba continua armada. Mais dia, menos dia, explodirá com resultados danosos para
todos. Enquanto isto, a contribuição adicional que hoje é de 14,55% continuará aumentando. Mais uma vez a demagogia cobrará seu preço. Preço que será pago pelo erário e pelos servidores, não pelos vereadores que votaram pela omissão. Afinal, nenhum deles depende do futuro do BDPREV. Talvez por isto não tenham tratado o projeto com a seriedade e a dedicação que o assunto exigia.
Deficit atuarial Quando as contribuições mensais não são suficientes para pagar o custo da solidariedade e formar o pecúlio que o trabalhador usará no futuro surge o que se chama deficit atuarial. Isto não significa falta de dinheiro em caixa agora; significa que, mais dia menos dia, o dinheiro vai acabar e os aposentados ficarão na mão. Um exemplo aritmético mostra isto. Digamos que hoje o BDPREV tenha 200 aposentados e pensionistas, cada um recebendo R$ 1.000,00 por mês. Isto dá uma saída de R$ 200.000,00 por mês. Do outro lado temos 400 servidores ativos com salários de R$ 1.000,00. Se eles contribuírem com 11% e a Prefeitura contribuir com mais 16,32% sobre os vencimentos, o BDPREV terá uma entrada de R$ 109.208,00 por mês. Como entram R$ 109.208,00 e saem R$ 200.000,00 o deficit mensal é de R$ 90.792,00. Esta diferença é paga com o dinheiro que o BDPREV tem em caixa. Portanto, todo mês ficará com R$ 90.792,00 a menos. Assim, se tiver R$ 5.000.000,00 em caixa, em 5 anos estará falido e não terá mais como pagar aposentadorias e pensões. Os números acima são fictícios, mas o deficit do BDPREV é real. Por isto, se não quisermos ver o instituto abrir falência, ou cortamos as aposentadorias ou aumentamos as contribuições. O raciocínio é fácil de entender, embora os cálculos atuariais sejam complicados. Se a matemática for desrespeitada, nenhuma demagogia de vereador poderá atalhar a bancarrota do BDPREV. É uma regra simples: de onde mais se tira do que se coloca, no final haverá um buraco.
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Bom Despacho (MG),16 a 30 Setembro 2020
Justiça nega direito de resposta a Joice por artigo do jornal A Justiça Eleitoral negou pedido de direito de resposta feito pela vereadora Joice Quirino contra o Jornal de Negócios por causa de artigo publicado pelo colunista Fernando Cabral. Joice entrou com ação judicial devido ao artigo “VEREADORES: QUANDO A DEMAGOGIA PASSA POR CIMA DA LEI”, publicado primeiro no site (www.IBOM.com.br) e depois na edição impressa do Jornal. No artigo, Cabral critica os vereadores que, liderados pela presidente Joice, querem voltar com gratificação de até 512% para 42 servidores, prejudicando outros 1.300 funcionários públicos. Ilegalidades do projeto O colunista, que é advogado e auditor federal, mostra no texto que o projeto pautado pela presidente Joice fere a Constituição Federal, a Lei Orgânica do Município, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Eleitoral, entre outras normas. Mostra também que se o projeto for aprovado trará prejuízos para todos os servidores e a comunidade. Ação judicial Insatisfeita com o artigo que mostra os erros dos vereadores, Joice recorreu à Justiça. Na ação, ela critica o Jornal, alega ser vítima de “conteúdo inverídico” publicado com “apelo eleitoral (...) franco e deliberado” e pede direito de resposta. Queria que a Justiça determinasse ao Jornal publicar o texto dela no site www.IBOM.com.br, com o mesmo tamanho e caracteres usados no artigo de Cabral. Defesa Em sua defesa, o Jornal argumentou que os fatos mostrados no artigo são públicos e verdadeiros. Ressaltou que o texto não faz ofensa pessoal nem qualquer menção à candidatura de
A presidente da Câmara, Joice Quirino: derrota na Justiça Joice. Afirmou também que o colunista tem direito de criticar decisões administrativas da Presidente da Câmara e mostrar o que considera prejudicial à comunidade. Além disso, o Jornal demonstrou que a “resposta” levada ao processo para publicar no site não apontava os erros que Joice dizia existir no artigo. Também não conseguia mostrar em que ponto o colunista estava errado nas suas críticas. “Não cabe direito de resposta quando o artigo (...) discute a inconstitucionalidade e ilegalidade de um projeto de lei. Menos ainda quando o texto apresentado como ‘resposta’ foge ao tema e não enfrenta o que o artigo diz”, afirma a defesa. Por fim, o Jornal denuncia a Presidente da Câmara que “usa recursos públicos (sua
Assessora Jurídica, paga pelo erário) para intimidar e calar a imprensa”. Decisão A Justiça Eleitoral encerrou o assunto sem nem mesmo apreciar o mérito do pedido de Joice. Na sentença, a Juíza decidiu que “pelos fatos trazidos aos autos (...) o pedido de direito de resposta (...) não merece guarida”. De acordo com a magistrada, “o artigo em questão não faz qualquer menção à figura da Representante [Joice Quirino] como candidata a pleito eleitoral, e sim à sua atuação como atual vereadora e presidente da Câmara Municipal (...) não havendo assim, que se falar em direito de resposta”. O processo tramitou na Justiça Eleitoral sob o nº 060005761.2020.6.13.0045.
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Colunista abre espaço para resposta “sem demagogia” Após a decisão da Justiça negando o direito de resposta pretendido por Joice, o colunista Fernando Cabral enviou carta aberta à presidente da Câmara. Nela, o colunista reafirma o que disse no artigo publicado no Jornal e abre espaço para que Joice se manifeste. “Para tanto, basta que Vossa Excelência
me envie uma resposta compatível com o teor da matéria. Ou seja, que se limite a combater, de forma fundamentada na lei e na jurisprudência, a minha afirmação de que o projeto de Vossa autoria é inconstitucional, ilegal e demagógico”, diz Cabral na carta. Ainda segundo o colunista, se Joice enviar resposta
“sem desbordar para a propaganda e para mais demagogia”, ela será publicada no site do Jornal. “É o que os leitores merecem e a democracia espera de cada um de nós”, conclui Fernando. Até o fechamento desta edição Joice não havia respondido nem se manifestado.
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Bom Despacho (MG), 16 a 30 Setembro 2020
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Eleições: paz e harmonia, violência não! 1954: eleições não limpas de Bom Despacho Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL
Em Patrocínio-MG aconteceu recentemente um assassinato por motivos políticos. O autor era secretário e irmão do Prefeito Municipal e a vítima vereador e candidato a vereador na cidade. A notícia do fato caiu na mídia nacional e alertou o país inteiro por crimes eleitorais, raros de acontecer, levando-se em conta a imensidão do Brasil, mas que de quando em vez sucedem entre nós. Em Bom Despacho a repercussão foi grande, quando se descobriu que um dos personagens desta história é aparentado com nada mais nada menos que um familiar do saudoso José Pessoa Marra, figura exponencial da vida bomdespachense nas artes (fotografia), funcionário estadual (Coletoria do Estado) e benfeitor da saúde (construtor do Hospital da Santa Casa). Aqui com sua esposa José Pessoa criou filhos que, como eles, sempre são muito queridos e respeitados pela comunidade local. O triste exemplo de Patrocínio em Bom Despacho Esta semana, no início da campanha eleitoral, um cidadão cometeu um ato de violência que manchou a tradição de paz e harmonia em nossa terra. Foi no bairro São Vicente, lugar de gente honesta, pacífica e ordeira. Foi na abertura do comitê do candidato Dr. Bertolino.
Em 1954, a UDN (Partido da União Democrática Nacional) e o PSD (Partido Social Democrático) concorriam cada um com um candidato à Prefeitura do município. A UDN era favorita pois vinha de vitórias sobre o PSD em todas as eleições depois da queda da ditadura Vargas. Mas recolhidas as urnas, no final das votações, o PSD foi dado como vencedor. Foi aí que se descobriu a grande farsa montada pelo PSD, que com artimanhas conseguiu violar as urnas e trocar os votos. Acusações. Revoltas. Provas. A UDN correu ao Rio de Janeiro com pedido de anulação do pleito. O Ministro da Justiça, Francisco Campos, mineiro de Abaeté, grande vulto de Dores do Indaiá e de Minas Gerais, o homem forte do governo Vargas, foi realista e jogou água no fogo dos udenistas:
Jogou uma bomba potente, tipo garrafão, que pode causar danos, ferir e até matar seres humanos. Dizem que o infrator, mediante depoimento de testemunhas, já teria sido identificado. Há de se perguntar porque um eleitor procurou desmoralizar e ferir um candidato do bem, que se preocupa em servir sua cidade e seu povo. O infrator se nos afigura um personagem de mente exacerbada por um fanatismo que lhe diz que só o seu candidato (ou candidata) merece vencer. E os outros que não o seu preferido nas eleições precisam ser eliminados ou
perseguidos ferozmente. Por cima ele deixou uma mancha de violência nas tradições de nossa terra. Harmonia eleitoral em 3 séculos O pessoal do arraial do Bom Despacho votou nas eleições municipais para escolha de vereadores das câmaras municipais de Pitangui, e mais na frente na de Santo Antônio do Monte, durante os finais do século XXVIII (1701 a 1800), século XIX (1801 a 1900) e parte do século XX até 1912, quando nossos cidadãos passaram a votar em vereadores de sua própria Câmara
Municipal. Desde a fundação do arraial até 1930 não existiam votos para o cargo de prefeito. Este cargo não existia. Havia sim um Chefe do Executivo, que era o presidente da Câmara, escolhido pelos sete edis eleitos, para um mandado de 3 anos. Nesses 3 séculos, é claro que alguns entreveros aconteceram, mas nada que fugiu ao respeito entre os cidadãos e candidatos com disputas por votos. O contrário raríssimamente aconteceu. Um líder pacifista Foi líder do partido Liberal,
no século XIX, Pedro Pereira do Couto, bisavô do legendário e saudoso prefeito Antônio Leite, que deve ter herdado dele o seu jeito cordial de lidar dom a política. Terminada a eleição, ganhasse seu partido ou os conservadores, Pedro Pereira organizava um banquete. A esse banquete compareciam as lideranças de todas as legendas. Era uma confraternização que estabelecia laços de amizades entre os adversários políticos de ontem. Assim, amigos, sem rusgas, todos passavam a trabalhar unidos pelo progresso do arraial.
- Dr. Nicolau Leite e Dr. Miguel, líderes da UDN da cidade, vejo bem que a prova da farsa eleitoral contra vocês é cabal. Mas vejam também que o Governo de Minas está nas mãos do PSD e o presidente da República é Getúlio Vargas do PTB. Dois fortes aliados que terão de enfrentar. Então o que acontecerá? Esse processo justo de anulação da eleição vai correr de mão em mão, de gaveta em gaveta nos tribunais e sua decisão só será anunciada talvez daqui a 10 anos e tudo já terá passado e acabado. E Francisco Campos concluiu: - Voltem para Minas! Grande médico, Dr.Miguel, e ilustre advogado, Dr.Nicolau, não percam tempo com isso, não. A causa de vocês está perdida! Pés no chão, realisticamente, sem choros nem velas, Bom Despacho deixou tudo como estava. O prefeito cujo partido violou as urnas governou por 4 anos.
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Fernando Cabral denuncia Joice por imoralidade e improbidade Na tarde de quarta-feira (30/ 9), momento em que esta edição era fechada, o exprefeito Fernando Cabral representou ao Promotor de Justiça contra a presidente da Câmara, vereadora Joice Quirino, e a servidora Rita Alessandra Quirino. Segundo Cabral, Joice nomeou sua excunhada para o cargo de Assessora Jurídica da Câmara. “No entanto, não existe lei que defina este cargo nem que especifique o seu salário”, diz. Atualmente, a advogada Rita Alessandra recebe R$ 4.198,58 por mês dos cofres públicos do município. Ainda de acordo com a
representação feita no Ministério Público, Joice está usando a Assessora Jurídica paga com dinheiro da Câmara para defender seus interesses pessoais. Um exemplo é a ação movida por ela pedindo direito de resposta ao Jornal, em que Rita Alessandra atuou como advogada. Conforme a jurisprudência indicada por Cabral, usar os serviços de servidor público na defesa de interesses privados caracteriza improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. O Jornal enviará solicitação à Câmara para que as representadas se manifestem.
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Servidores públicos, no melhor sentido da palavra, temos em BD
Carro pegou fogo na avenida Dr. Roberto, em frente ao Fidelis PAULO
HENRIQUE Paulo Henrique Alves Araújo é gestor e servidor público, mestre em computação e gerente de projetos de inovação
O Corpo de Bombeiros foi chamado na manhã do dia 17/ 9 para combater um incêndio em veículo que pegou fogo na Avenida Dr. Roberto, em frente ao estacionamento do supermercado Fidelis. As chamas rapidamente tomaram conta de grande parte do veículo, um Ford Escort.
A guarnição dos Bombeiros chegou no local poucos minutos depois de ser acionada e rapidamente controlou o fogo. Durante a ação, o trânsito foi interditado naquela parte da avenida. Os Bombeiros não informaram o que provocou o incêndio no veículo. Ninguém se feriu no acidente.
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O serviço público passa por um período de grandes cobranças, críticas e reflexões. Muitas delas procedentes. Mas é preciso cuidado para não generalizarmos e sermos injustos com gente que está lá de fato a nosso serviço e realiza um trabalho honrado e profissional. Sou servidor público e já sofri muito na pele o preconceito de carregar esse título. Lembro-me de um episódio em um grande evento de tecnologia em que, quando me aproximei de um grupo de colegas que estavam conhecendo uma solução, vi nos olhos de vários um misto de repulsa e descrença quando me apresentei como servidor público: "esse veio aqui a passeio para gastar o dinheiro de nossos impostos", provavelmente pensaram. Alguns inclusive se afastaram da conversa... Se quisermos induzir um serviço público digno, produtivo e de qualidade, é importante sabermos reconhecer o trabalho e a competência de quem faz de verdade, sob pena de desestimularmos esses profissionais. Tive a grata satisfação de conhecer o trabalho de algumas das secretarias aqui do município e confesso que me senti orgulhoso de homens e mulheres que estão de fato imbuídos em nos servir. Mais do que isso, são pessoas que muitas vezes não têm e não buscam visibilidade pelo que fazem, são empreendedores silenciosos de
ações que melhoraram algumas áreas importantes de nossa Bom Despacho nos últimos anos.
praças da cidade, em contato direto com as pessoas, especialmente as mais carentes. Prestando serviços os mais variados, desde aulas de ioga e capoeira até acolhimento de pessoas em situação de risco, passando por capacitação profissional e gestão da agência do SINE, a equipe que ele lidera atende cerca de 5 mil pessoas por mês em Bom Despacho (quase 10% da nossa população). Além do atendimento próprio, a secretaria garante recursos mensais significativos para custeio de instituições filantrópicas muito queridas na cidade, como o Lar do Idoso São José, a APAE e a ABAP. Silenciosamente.
Lembro-me, por exemplo, da defesa técnica e resoluta que Juliano e Lívia, da secretaria de obras, fazem da drenagem profunda das vias. O que é isso? É a infraestrutura necessária para que, ao cobrirmos Bom Despacho de asfalto, não fiquemos sem saída para a água das chuvas e observemos o rápido aparecimento de rachaduras e buracos ou, no pior caso, desastres com inundações e desabamentos. Numa cidade cada vez mais urbana, é claro que todos queremos nossas ruas asfaltadas, P o d e m o s lisinhas, bonitas, passar pela Ivy, Percebo e queremos loda secretaria de go. Mas a gente gente educação, que, não quer só com coragem e rapidez, a gente preocupada criatividade, quer qualidade e buscou meios d u r a b i l i d a d e em nos para garantir também. Apren- servir de vagas em di que a drenacreches para gem das vias, verdade. todas as crianças especialmente a em Bom profunda, é funDespacho e damental para conseguiu isso. E agradeci modernizar as por termos instalações das gente habilitada pensando escolas municipais. Posso no que é preciso fazer citar ainda a Roberta, que abaixo do que enxergam conseguiu colocar nossa nossos olhos. Quando um cidade entre as que mais servidor diz que isso é tão investem na formação de importante quanto asfaltar atletas, promoção de a cidade, apesar de serem eventos e apoio a mais aplaudidos se fizerem participação em o asfalto às pressas sem competições esportivas de esses cuidados, percebo Minas Gerais, nos gente preocupada em nos colocando entre as 10 servir de verdade. primeiras do estado no crédito do ICMS Esportivo Outro exemplo é o (recurso do ICMS estadual Eduardo, do direcionado a municípios desenvolvimento social. que se destacam pelo Este aqui acredito que investimento na área). Ou inclusive seja mais Wallace, que além de conhecido na cidade, liderar a digitalização de porque vive rodando pelos vários processos de centros de assistência trabalho na prefeitura, está social e pelos inúmeros desenhando o projeto que eventos e atividades que pode vir a ser a semente promove nas quadras e
de um polo de tecnologia em Bom Despacho. E temos ainda Renato Gomides, que está conduzindo o processo para implantação do programa Olho Vivo na cidade, em parceria com a Polícia Militar, e desenhando um projeto bacana para uma guarda municipal que, além da segurança patrimonial, nos permita ter uma defesa civil estruturada no município. Isso sem falar no Tito, que está ali na articulação para que essas engrenagens girem juntas e no mesmo sentido. Reformas administrativas virão, porque toda organização é viva e está sempre em construção. A própria prefeitura de Bom Despacho já anunciou que está desenhando a sua, com vistas a simplificar a estrutura e valorizar os perfis especializados e os gestores. As instituições que não entendem isso acabam morrendo, como vimos acontecer com a Kodak e com parte significativa da indústria automotiva norteamericana - ou seja, a necessidade de estar em constante evolução não é privilégio do serviço público. Claro que a política ajudou para que essas pessoas pudessem desempenhar bons papéis nas iniciativas que citei, claro que há maus servidores públicos que querem desde o primeiro dia de trabalho que ele não seja de trabalho. Mas essas pessoas pouco visíveis a quem nos acostumamos a criticar têm seu valor também, cometem também seus erros, precisam ser humanizadas como todos nós gostamos de ser. Toda generalização é burra. Saibamos reconhecer e demos o crédito merecido a quem é de direito. Inclusive no serviço público.
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Agro: caminho para o desenvolvimento
Dezenas de lideranças e profissionais do setor participaram do seminário “O Futuro do Agronegócio em Bom Despacho”, dia 25/9 no salão do antigo Sesc. O objetivo do evento foi discutir a implantação de projetos agropecuários para promover o desenvolvimento de Bom Despacho. O seminário foi organizado pelo Comitê de Fomento ao Agronegócio de Bom Despacho, formado por Prefeitura, instituições e empresas ligadas ao setor no município.
Oportunidades Para o prefeito Bertolino da Costa, que abriu o evento, o agronegócio traz “grandes oportunidades de desenvolvimento para Bom Despacho”. Segundo ele, o município “tem hoje todas as condições para ser polo produtor do agro: localização privilegiada, terras boas, infraestrutura, muitas indústrias e empresas do setor agropecuário, ensino superior nas áreas de veterinária e
Deputado Antônio Carlos Arantes O vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas, deputado Antônio Carlos Arantes, reafirmou a importância do agronegócio para o desenvolvimento de Bom Despacho e região. Destacou também que o governador Romeu Zema está assegurando apoio às demandas do setor dada sua importância estratégica para o desenvolvimento.
hectares em áreas irrigadas ligadas à produção de milho, feijão e moranga em Bom Despacho. Fabrício alertou para a necessidade de trabalhar a sucessão nas propriedades rurais, onde o perfil etário médio está acima de 55 anos. “Se queremos produção devemos pensar em projetos de longo prazo”, afirmou. Segundo ele, grande parte da produção agrícola no município está voltada para a cadeia do leite e é formada por milho, cana e soja. Por fim, disse que está havendo evolução significativa da produtividade leiteira no município – hoje o 14° maior produtor do Estado. “Nossa produtividade cresce mais que a de Minas e do Brasil. Apesar da redução do número de vacas, o uso de tecnologia está propiciando o aumento da produção”.
Prefeito Bertolino da Costa Este ano de 2020 tem sido, de fato, o ano mais atípico das últimas décadas em função da pandemia do Covid-19. Várias mudanças ocorreram e certamente continuarão a ocorrer daquia para a frente em todo o mundo. No Brasil não tem sido diferente. Entretanto, mais uma vez o agronegócio brasileiro tem mostrado a sua força levando alimento ao nosso povo, gerando divisas e sustentabilidade para o país. Bom Despacho tem o privilégio de ter vocação histórica para o agronegócio. Nossos produtores e empreendedores têm produzido, comercializado e gerado cada vez mais renda e empregos em nossa cidade. Sabendo disto e pensando no desenvolvimento econômico e social de Bom Despacho, temos trabalhado no sentido de potencializar as forças deste grande motor do nosso desenvolvimento chamado agronegócio. Vários passos já foram dados, como o início dos estudos da derivação do Rio São Francisco para o Rio Picão, projeto do grande ministro Alysson Paulinelli, o que abrirá grande e próspera fronteira agrícola
em nosso município; a implantação do SISBI pela Prefeitura, o que irá facilitar enormemente a vida das indústrias alimentícias aqui instaladas e certamente atrairá novas indústrias para o município. Há ainda a instalação de um grande secador de grãos, por iniciativa do Dr. Roberto Mota, o que também irá fomentar a produção e a comercialização agrícola em Bom Despacho. Desta forma, pensando em unir produtores rurais, entidades representativas da classe como Cooperbom, Sindicato Rural e a FAEMG, instituições de pesquisa e assistência como Embrapa e Emater, instituições de fomento e apoio como o Sebrae, Acibom, indústrias e comércio ligados ao agro, associados a agentes financiadores como Credibom, Credesp, Banco do Brasil e Caixa Federal, iniciamos hoje este grande movimento para planejar, valorizar e fortalecer o agronegócio em Bom Despacho. Não pretendemos em nenhum momento que este movimento seja um movimento político ou pertencente a uma ou outra instituição. Queremos sim que ele seja um movimento de toda a classe produtora de Bom Despacho e que ele transponha todas as fronteiras do individual para que juntos transformemos Bom Despacho no novo Eldorado do agronegócio em Minas e do Brasil. Fabrício Amaral, veterinário e professor da UNA Destacou a importância da cadeia do agronegócio em Bom Despacho que, segundo ele, gera hoje 9,1% dos empregos formais no município. O especialista mostrou que existem atualmente 1.300
Carlos Melles, produtor e presidente nacional do Sebrae O presidente nacional do Sebrae, participando por videoconferência, destacou a capacidade de transformação do agronegócio e sua importância por gerar alimentos para o Brasil e o mundo. “Fico feliz quando vejo uma aliança de parceiros dessa grandeza. Quem sabe agora a gente faz o volteio do Rio Picão”, que permitirá ao município “chegar a 10.000 hectares irrigados”. Melles reafirmou o apoio do Sebrae ao projeto e disse que “transformações vêm do espírito empreendedor, vêm do conhecimento”. Para ele, “o produtor é um valente, um homem especialíssimo, que merece ser apoiado”. João Ricardo Albanez Destacou a diversidade da
agronomia, além de fatores que atraem investimentos como segurança pública, educação de qualidade, bons serviços de saúde, licenciamento ambiental feito pelo município”. O seminário teve uma palestra de abertura e três painéis temáticos. Ele começou pouco depois do meio-dia e se estendeu até depois das 18 horas. Veja abaixo o resumo da fala dos participantes.
produção agropecuária do município de Bom Despacho e os indicadores positivos em relação ao Estado. “O agronegócio está sendo estruturado e tem sido o responsável pelo crescimento no cenário desfavorável trazido pela pandemia”.
em Turvolândia/MG Elogiou o evento e, em depoimento emocionado, falou dos desafios e soluções na produção de frutas no Sul de Minas Gerais. Afirmou que a região de Bom Despacho tem “grande potencial para a fruticultura”.
Tiago Barbosa Struiving, gestor da Associação ASLIM, do projeto Jaíba Falando sobre o tema “Transformando fazendas em empresas rurais”, afirmou que o produtor precisa ser empresário rural e “pautar suas decisões em critérios técnicos e econômicos”. Segundo ele, a busca de resultados passa por 6 desafios: Associativismo para fortalecer; Ações de Marketing para agregar valor e vender a produção; Planejamento de Implantação, que compreende fazer contas e planejar tudo; Planejamento de Condução da Atividade, que significa “fazer as coisas na hora certa e na quantidade certa para obter melhores resultados; Assistência Técnica Independente e Redução de Custos, que é “fazer mais com menos, medir e reduzir os custos”.
Jacques Gontijo, produtor e ex-presidente da Itambé Destacou a força do agronegócio brasileiro. Disse que em menos de 50 anos o Brasil saiu de importador para maior produtor de alimentos do mundo. “Hoje, produzimos alimentos para todos os brasileiros e para mais 1,1 bilhão de pessoas ao redor do mundo”. Segundo ele, a produção de leite, antes considerado “patinho feio”, hoje é um exemplo para o agronegócio nacional.
Tafarel Nogueira Olívio, representante do pólo de fruticultura de Turvolândia/MG Destacou a importância de estimular a diversidade produtiva para que o produtor tenha produção e renda o ano todo. “Isso diminui riscos se houver problemas com uma atividade”. Mostrou que o mercado de frutas e hortaliças movimenta R$ 526 bilhões na economia nacional. Cláudio Nagano, produtor de frutas
Paulo do Carmo Martins, chefe da Embrapa Leite Destacou os novos parâmetros e exigências dos consumidores, cada vez mais fortalecidos pelas redes sociais. Afirmou que estão ocorrendo grandes mudanças no mercado e no processo alimentar em todo o mundo, com tecnologia embutida em todos os processos produtivos. Segundo ele, é preciso cada vez mais focar no consumidor e produzir sem agredir o meio ambiente. Paulo afirmou que Bom Despacho é uma região promissora para o desenvolvimento do agronegócio e que é preciso “trabalhar com inteligência e precisão”. Alysson Paulinelli, ex-ministro da Agricultura Por videoconferência, o exministro disse que o Brasil é
hoje o maior produtor de alimentos e o maior exportador de alimentos em volume e dinheiro. Segundo ele, no ano de 2050 o mundo precisará da agricultura tropical desenvolvida com sucesso pelo Brasil. “Nos próximos 30 anos o Brasil precisará aumentar sua produção dos atuais 250 milhões para 620 milhões de toneladas. É a única alternativa para o mundo, porque senão haverá falta de alimentos”. Para Alysson, é preciso inovar e a pós-pandemia será o maior teste. Um novo consumidor está surgindo, mais exigente, querendo produtos mais saudáveis, naturais, alimentos com certificação de origem e rastreabilidade”. Paulinelli destacou o potencial de Bom Despacho e região para produzir alimentos. “Continua acreditando nessa área. Tem um potencial muito grande, posição estratégica. Podemos produzir aí grãos, hortifrutigranjeiros e muito mais”. Para o ex-ministro, “Bom Despacho dá uma demonstração do que é o Brasil de hoje: está buscando tecnologia, qualidade, produtividade e melhoria do negócio”. Alysson Paulinelli é o autor do projeto de derivação de água do Rio São Francisco para o Rio Picão, em Bom Despacho. Essa derivação prevê captar 4m3/s de água do São Francisco e jogar na nascente do Picão para irrigar 5.000 hectares de terras, ampliando a produção de grãos no município. “Esse projeto pode transformar a região de Bom Despacho num grande centro produtos de alimentos”. Conclui pedindo que o prefeito mobilize a sociedade “pois ela será a grande beneficiada. Vamos transformar Bom Despacho em exemplo de sucesso”.
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Estou com saudades de BD, terra maravilhosa
Imagem ilustrativa
Dai a César o que é de César
Bom Despacho (MG),16 a 30 Setembro 2020
LÚCIO
EMÍLIO Lúcio Emílio do Espírito Santo é coronel reformado da PMMG, escritor e membro da Academia de Letras João Guimarães Rosa, da PMMG.
Muitas figuras do mundo da fantasia, pois é assim que vejo tipos considerados no mínimo esquisitóides, já transitaram por nossas ruas outrora empoeiradas, povoadas de cavaleiros, tropas de burros, carros de bois, agora entupidas de automóveis, motos, mulheres, crianças, velhos, bicicletas e cachorros. Por estas ruas vimos desfilar a Júlia Doida, o Romeu das Latinhas, a Futrica, o Ministro Bode, o João Sapato, cuja existência quixotesca já foi registrada em prosa e verso por nossos escrevinhadores. Pois bem, estamos vivendo o auge das reinações do Cláudio cego e do ex-Homem do Saco, agora transformado no mais augusto César das ruas solarenses. Via-o de vez em quando, rosto coberto pela burca da camiseta encardida e esburacada, na Rua Vigário Nicolau, a navegar nos mares endiabrados de altas indagações filosóficas, estimulado pelo Mário Morais, que muito se divertia com a soberba intuição do Homem do Saco. Claro que, no final, saía o chorado e custoso Real, único objetivo desse personagem brotado, quem sabe, de algum livro de ficção ainda inédito. Desço toda tarde a Rua Faustino Teixeira, rumo à Panolli, para buscar o meu pão de cada dia ou, mais precisamente, a rosca caipira que me faz lembrar as quitandas da minha avó, a saudosa Dona Adelina do Jonas do Espírito Santo. Este, o famoso maquinista da 207, da antiga RMV;
Rede Mineira de Viação, a Ruim Mas Vai. Entre lembranças da velha estação ferroviária, das oficinas que por ali existiam, da figura do maquinista Jonas, azeitando a sua locomotiva, a mais lustrosa de toda a companhia, deparo com o nosso César. Não usa mais a burca; ele mesmo é que assim denominou a fralda da sua camiseta sempre em estado deplorável. O que me chama a atenção agora é o seu cachorro. Um vira-lata evidentemente, mas exibindo pompa e majestade. É altivo e dócil. Não resisto e, antes de dar a César o Real implorado, faço ao nosso augusto imperador, a pergunta banal que todo mundo faz: - Qual é o nome do cachorro, César? A resposta veio pronta: - Cobertor! Ele viu o meu espanto. - É Cobertor. Ele me dá cobertura, enquanto trabalho... Perguntei se podia tirar uma foto do seu fiel escudeiro. César não entendeu e pensou que eu queria comprar o Cobertor e ficou bravo. - O Cobertor eu não vendo por dinheiro nenhum, nem 100 mil dólares. Já teve um americano interessado, mas não vendo. Ele dorme comigo na mesma cama, come no meu prato. Fiquei sem saber se desfazia o equívoco ou se seguia o meu caminho. Na minha hesitação, César pôs-se a afagar o Cobertor e segredar-lhe palavras de carinho. - Não é, Cobertorzinho, vendo ocê não... ele é meu Cobertor quentinho... Meu Cobertor... de orelha.
Praça da Matriz, onde fica o único sinal de trânsito na cidade (Foto: Google Inc.)
ALEXANDRE
MAGALHÃES Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD
Voltei a São Paulo na quinta-feira, depois de seis meses quase ininterruptos em Bom Despacho, com uma pequena parada para ir à Bahia durante quinze dias. Voltei, não por vontade própria, mas porque fui obrigado. Uma das faculdades que eu dava aulas, e que dei aulas online durante a pandemia mesmo estando em Bom Despacho, demitiu seiscentos professores, entre estes, eu. Portanto, precisava vir a São Paulo para fazer o exame médico demissional, levar os documentos para o RH da faculdade e aguardar a rescisão. A sensação de chegar a São Paulo foi curiosa. Parecia que era a primeira vez que eu chegava à rodoviária da cidade. Estranhei a quantidade de pessoas, o barulho do tráfego às 5:00 horas da manhã, a poluição, a sujeira e, por incrível que pareça, estranhei que ninguém me olhava nos olhos e não me diziam “bom dia”, hábitos
que os bom-despachenses cultivam e que passei a admirar. Chegando à estação Santana do metrô, local bem perto de minha casa, estranhei a quantidade de faróis (semáforos, em algumas regiões). Nos novecentos metros que separam a estação e minha casa, atravessei dez faróis. Comparando com Bom Despacho, que funciona bem sem estes instrumentos (só vi um farol na cidade, aquele em frente a Caixa Econômica Federal, na Praça da Matriz), é um número enorme. Mesmo com o farol, atravessar uma rua em São Paulo é uma aventura. Dependendo do horário, de madrugada, por exemplo, vale a lei da selva, ou seja, as regras não valem e é cada um por si. No dia seguinte à minha chegada, resolvi correr ao redor do aeroporto Campo de Marte, como sempre fiz. A poluição ficou nítida, como eu nunca havia percebido. Parece que corri com um tijolo dentro do pulmão. O cheiro da gasolina expelida pelos carros era quase palpável. Fiquei tão acostumado a correr pelas estradas de chão de Bom Despacho, vendo árvores e bichos,
que me choquei com tanta fuligem da cidade na qual nasci. E, percebam que eu reclamava quando passava um carro nas estradas de terra bom-despachenses, levantando poeira. Agora, sinto até saudades da poeira de Bom Despacho, comparando com a poluição de São Paulo. Outra coisa que me chamou muito a atenção foi a quantidade de moradores de rua em São Paulo. Parece que, com a pandemia, aumentou o número de pessoas dormindo nas ruas. No percurso que corri ao redor do Campo de Marte, encontrei cinco pessoas morando na rua. O que mais impressiona é que este trecho não é movimentado, o que explicaria as pessoas ficarem ali, pedindo dinheiro. Raramente alguém caminha ao redor do aeroporto, portanto, não há chance de estas pessoas esmolarem ali. Perto de minha casa, também encontrei pessoas “novas” vivendo nas calçadas. Triste. Em Bom Despacho, a pessoa mais próxima de um morador de rua que conheço é o Claudio, que anda o dia todo pelas ruas da cidade, muitas vezes com os pés descalços, mas que,
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claramente, não é um mendigo. Moro em uma rua com dezenas de restaurantes. Isso é ótimo quando quero sair para almoçar ou jantar fora. Porém, o que me chamou a atenção agora é que centenas de motoqueiros ou bicicleteiros passam horas estacionados na frente dos restaurantes, esperando que um pedido chegue aos estabelecimentos, para que eles possam ganhar algum trocado. Fiquei triste de ver centenas de jovens parados, quase sempre mexendo em seus celulares, tentando ganhar a vida desta forma. É uma mistura entre desemprego e tentativa de ser empreendedor. E são centenas, bem pertinho de minha casa... Não vou cuspir no prato que comi (ou nasci, no caso). São Paulo tem muitas coisas boas, claro. Raramente vejo alguém na rua sem máscaras e todos os entregadores usam suas proteções em todas as entregas. A gasolina e o álcool aqui são muito mais baratos que em Bom Despacho. Perto de minha casa o álcool está R$ 2,40 e a gasolina R$ 3,90. A cerveja é mais barata aqui do que aí, o que é uma grande vantagem, mas nada que me faça achar que viver em Bom Despacho não seja maravilhoso. Estou ficando velho. Hoje fiz 54 anos. Nunca pensei que gostaria de morar em outra cidade nesta minha fase da vida. Hoje, trocaria facilmente São Paulo por Bom Despacho. A qualidade de vida de Bom Despacho é muito melhor. A paisagem, o trânsito, as pessoas, o ritmo de vida é muito melhor em Bom Despacho. Que sorte que tenho em viver estas duas realidades e poder aproveitar o melhor de cada uma delas. Você, bom-despachense, não negligencie sua cidade. Cuide dela com amor. Sua cidade vale ouro e é maravilhosa. Aproveite!
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Bom Despacho (MG), 16 a 30 Setembro 2020
DESTAQUE
Ruas do Capivari dos Macedos já estão todas pavimentadas
Terminou na última semana o asfaltamento das ruas do Capivari dos Macedos, localizado na zona rural de Bom Despacho, a cerca de 15 km da cidade. A primeira parte do trabalho – topografia, marcação do terreno, construção de subleito, base e aplicação da capa asfáltica – foi concluída em 30 dias. “Agora começa a última etapa, que é a construção de meio-fio e da sarjeta nas ruas que já
receberam a capa asfáltica”, explicou a arquiteta Lívia Andrade, servidora da Secretaria Municipal de Obras. Mais ruas - Inicialmente estava previsto o asfaltamento de 5 ruas no entorno da igreja do Capivari. Por decisão do prefeito Bertolino da Costa, outras três vias foram incluídas no projeto. Com isso, o asfalto chegará a todas as residências do núcleo central do
povoado, que até então não tinha nenhum tipo de pavimentação. O custo total da obra, considerando a extensão do asfaltamento para outras três ruas, ficará em R$ 283 mil. Parte desse valor é custeado com recursos repassados pelo governo do Estado através de emenda parlamentar do deputado Antônio Carlos Arantes. Outra parte vem de recursos próprios do município.