DILERMANDO CARDOSO
Sonhar é preciso
Página 4
ROBERTA GONTIJO TEIXEIRA
O homem que espalha gentilezas
LÚCIO LÚCIO LÚCIO LÚCIO EMÍLIO JR.
O sol na banca de revista
Página 8 Página 11
ALEXANDRE MAGALHÃES
ALEXANDRE MAGALHÃES
Diferenças entre BD e São Paulo Página 10
Professor Tadeu Araújo: o mestre chega aos 80 anos
Veja nas páginas 5 a 9 desta edição
Blitz da PM prende condutor por direção perigosa em BD
Caçada da PM após roubo em Moema teve helicóptero
Prefeitura inaugura Centro de Atendimento Especializado
1 Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023 Ano XXXIII - Nº 1.651 • Fundado em 12/05/1989Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023 • Grátis 1 1 1 1 Exemplar
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Comunicado
POSTO VERDE LUZENSE LTDA, CNPJ 86.398.500/0002-20, por determinação do Conselho Estadual de Política AmbientalCOPAM, torna público que solicitou, por meio do Sistema de Licenciamento Ambiental, solicitação nº 2023.01.01.003.0001846, Licença de Operação em Caráter Corretivo, para as atividades de plantio de Culturas anuais e Silvicultura, Criação de Bovinos extensivos e Criação de Bovinos em regime de confinamento, nos municípios de Luz/MG e Dores do Indaiá/MG para o empreendimento FAZENDA CAPÃO DAS PEROBAS.
O requerente informa que foram apresentados os Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), e que o RIMA encontra-se à disposição dos interessados no link: https://drive.google.com/drive/folders/1blC5XeqVC4DYvjUgdJ-bTDcLTlYzOrr?usp=sharing e na SUPRAM-ASF, localizada na Rua Ceará, nº 180, Centro, Divinópolis/MG. O requerente comunica que os interessados na realização da Audiência Pública deverão formalizar a sua solicitação, conforme o previsto na Deliberação Normativa COPAM nº 225, de 24 de agosto de 2018, (http://www.meioambiente.mg.gov.br/regularizacaoambiental/consulta-e-requerimento-de-audiencias-publicas), dentro do prazo até 45 dias após esta publicação. p/z-joneg/30.03
2 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023
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Batida na BR 262
matou médica de 30 anos de idade
Acidente foi no início da serra de Luz. Pajero dirigido pela médica bateu de frente com carreta.
Professor Tadeu Araújo: o mestre chega aos 80 anos
No dia 6 de abril o professor Tadeu de Araújo Teixeira completou 80 anos de idade. Ex-vereador, ex-secretário de Cultura, fundador da Academia Bondespachense de Letras e escritor, Professor Tadeu, como é conhecido, transformou-se num ícone da educação e cultura em Bom Despacho. Como educador, deu aulas durante mais de 60 anos para milhares de bom-despachenses.
4, 5, 6, 7, 8 E 9
Blitz da PM prende condutor por direção perigosa em BD
Blitzes da Polícia Militar em Bom Despacho e Moema terminaram com dois homens presos, 18 veículos guinchados, seis motocicletas retidas e 49 autuações. Um motorista embriagado foi preso após atropelar criança na faixa de pedestre, no centro de Bom Despacho.
Uma médica de 30 anos morreu num grave acidente no km 547 da BR 262, município de Luz, dia 26/3. Fernanda
Cristina de Oliveira Francisco, natural de João MonlevadeMG, seguia num Mitsubishi Pajero no sentido Triângulo quando, numa curva, bateu de frente com uma carreta do Rio de Janeiro que trafegava no sentido contrário. O acidente foi no início da subida da serra.
A colisão destruiu grande parte da Pajero. Fernanda morreu no local. Seu corpo foi encaminhado para o necrotério de Luz, onde foi submetido a perícia pela Polícia
Civil de Bom Despacho. O atendimento do acidente foi feito por equipes da Triunfo Concebra e da Polícia Rodoviária Federal. Não foi divulgado para a imprensa como ocorreu o acidente. Fernanda residia em Belo Horizonte e fazia residência num hospital de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, a cerca de 200 km do local do acidente. Após ser liberado pela Perícia, seu corpo foi levado para o velório do cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte, onde foi enterrado (Portal iBOM / Fotos: Polícia Rodoviária Federal e arquivo da família).
Caminhão e carreta cairam em ribanceira na BR 262
Acidente foi entre Bom Despacho e Nova Serrana
Uma carreta e um caminhão baú colidiram lateralmente na BR 262 e caíram numa ribanceira ao lado da rodovia. O acidente foi no km 462 da 262, entre Bom Despacho e Nova Serrana, dia 28/3. Apesar dos veículos tombarem no fundo da ribanceira, apenas o acompanhante que estava no caminhão, de 42 anos, saiu ferido. Ele foi socorrido pelo SAMU com lesão
no joelho e foi levado para a UPA de Nova Serrana. Já os dois motoristas, de 31 e 49 anos, não apresentavam lesões aparentes e recusaram atendimento. A ocorrência foi atendida por equipes do Corpo de Bombeiros, Samu e concessionária Triunfo Concebra. Não foi divulgado para a imprensa como se deu o acidente. (Portal iBOM / Foto: SAMU)
As operações foram realizadas sexta (31/3), sábado (1°/4) e domingo (2/ 4). O objetivo das blitzes, segundo a PM informou ao Portal iBOM, é “retirar de circulação veículos e condutores em situação irregular, que coloquem em risco a vida e a integridade física de pessoas”, bem como “veículos que causam perturbação do sossego e riscos à segurança devido a descarga livre”.
Um dos condutores foi preso por prática de direção perigosa. Outro porque atropelou uma criança de 4 anos que atravessava na faixa de pedestre da rua Dr. José Gonçalves, esquina com rua Padre Vilaça, centro da cidade. Este motorista, de 24 anos, dirigia uma VW Saveiro e estava embriagado conforme a PM. Ele não respeitou a faixa de pedestres e atingiu a criança, que foi parar debaixo do carro. O motorista foi retido no local
por populares até a chegada da PM. Ele não quis soprar o bafômetro mas foi preso porque apresentava sinais claros de embriaguez.
A criança foi socorrida pela PM e levada para o PA, onde ficou em observação. Ela não aparentava lesões.
Do total de 49 autuações feitas pela PM, 45 foram em Bom Despacho e quatro em Moema. Dos 18 veículos rebocados, 14 são de Bom Despacho e quatro de Moema, na maioria
motocicletas. O homem preso por direção perigosa também é de Bom Despacho e estava numa motocicleta que foi apreendida.
A PM destacou para o Portal iBOM que “as operações são previstas e realizadas de maneira contínua visando manter a fluidez e segurança no trânsito em Bom Despacho e Moema” e também prevenir crimes. (Portal iBOM / Fotos: 7° Batalhão PMMG).
VEJA NAS PÁGINAS
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Parabéns, Professor Tadeu!
Hoje gostaria de prestar uma homenagem especial a um educador que dedicou mais de 60 anos de sua vida à educação e cultura na cidade de Bom Despacho-MG: o professor Tadeu de Araújo Teixeira.
O professor Tadeu é uma das pessoas mais conhecidas e queridas em Bom Despacho, e sua influência na cidade vai muito além das salas de aula. Além de ter sido vereador e secretário de Cultura, ele é o fundador da Academia Bondespachense de Letras e um grande defensor da preservação da história e das tradições locais. Durante mais de seis décadas, o professor Tadeu ensinou milhares de bom-despachenses, deixando uma marca indelével na vida de cada um de seus alunos. Seu amor pela educação era evidente em sua dedicação incansável aos seus alunos. Muitos deles lembram com carinho das aulas que tiveram com ele.
Mas sua influência não se limitou às salas de aula. Em sua coluna no jornal local, ele registrou e valorizou a história de famílias, pessoas e coisas da cidade por mais de 30 anos. Seu trabalho incansável contribuiu para preservar a memória de Bom Despacho e manter viva a cultura local. Por tudo isso, o professor Tadeu é um exemplo de dedicação, amor à educação e compromisso com a comunidade. Sua contribuição para a cidade de Bom Despacho nunca será esquecida, e ele será sempre lembrado como um educador excepcional e um líder comunitário inspirador. Obrigado, professor Tadeu, por tudo o que você fez por Bom Despacho. Sua contribuição para a cidade e seus habitantes é incalculável, e sua dedicação e compromisso são um exemplo para todos nós. Que sua vida continue a inspirar muitos outros a seguir seus passos e fazer a diferença na vida das pessoas ao seu redor
PASTOR
ALEX
4 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023
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Sonhar é preciso
DILERMANDO CARDOSO - Ao viajar pelas rodovias, país afora, vemos com frequência certa placa de sinalização do trânsito, colocada na lateral das pistas, que adverte telegraficamente a velocidade máxima permitida — 80 km — . Ultrapassar este limite traz consequências graves para o infrator. Na viagem da vida, entretanto, ao atingir a famosa marca dos 80 parabéns, experimentamos dois sentimentos distintos. De um lado, o misto de felicidade e gratidão por havermos “chegado lá” sãos e salvos — apesar da loucura dos homens e do mundo! Na contrapartida, em igual tempo, somos tomados pela tentaçãozinha marota que recomenda esquecer a lucidez e queimar pneus rumo aos 90... 100 anos... Irresponsavelmente!
Adicionei este nariz de cera ao texto porque um amigocompanheiro de laudas e lutas — professor Tadeu —, ainda lépido e lúcido está comemorando suas primeiras 80 primaveras! Sem dificuldade eu poderia espichar as linhas do presente artigo, narrando passagens memoráveis da vida deste Personagem da Semana — mestre da língua, político, jornalista... Contudo, outros o farão com mais “engenho e arte”. O que relato a seguir não vai além de um breve capitulo da nossa conivência.
Chegavam ao final os agitados anos 1980... Sempre 80! Traumatizado, o Brasil ainda se ressentia da Ditadura dos Generais, quando certo grupo de idealistas resolveu sacudir a política da conservadora Bom Despacho, então fundando
aqui um impensável comitê do Partido dos Trabalhadores! Bem, comitê é modo de dizer, porque o lugar não passava de uma salinha acanhada onde mal se acomodavam os decididos revolucionários, localizada logo abaixo do antigo Bar do Ari, já praticamente nas goteiras do Quartel do Sétimo Batalhão... Temeridade ou ingenuidade pouca é besteira! Porém, não se tramava ali a derrubada de governo nenhum, através das armas; nem se propunha ocupar qualquer empresa para dividir seu capital com os empregados; tampouco, invadir fazendas e repartir as terras em quinhões entre os camaradas... Na verdade, o que se discutia era como, politicamente, conscientizar e mobilizar o povo para as reformas sociais reclamadas, melhorar o ensino público, abrir postos de saúde...
Lembro-me que entre os “perigosos conjurados”, como a nós se referiam, à boca pequena e de esguelha, alguns enfurecidos patriotas de ocasião, contava-se o cisterneiro Godê; Zé Mamão, marceneiro; doutor Davi, médico; professor Tchesco; Dudu Costa, veterinário; o autor destas enviesadas linhas; sem falar de outros mais que, de momento, devastada pelo tempo a memória não me permitiu recordar seus nomes.
Ah, sim, esquecia-me, e me penitencio, por último, todavia não menos importante é dizer que aquele pequeno Exército de Brancaleone tinha seu general, representado pelo companheiro professor Tadeu Araújo; em nossa história escolhido como secretário, sendo ele, pois, quem redigia as atas das reuniões. Não salvamos o mundo, decerto. Talvez tenhamos melhorado um pouco a nós mesmos. Mas, ao final, valeu a pena! “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena” — escreveu o poeta português.
Dilermando Cardoso é bancário aposentado e escritor
Professor Tadeu Araújo: o mestre chega aos 80 anos
No dia 6 de abril o professor Tadeu de Araújo Teixeira completou 80 anos de idade. Ex-vereador, ex-secretário de Cultura, fundador da Academia Bondespachense de Letras e escritor, Professor Tadeu, como é conhecido, transformou-se num ícone da educação e cultura em Bom Despacho. Como educador, deu aulas durante mais de 60 anos para milhares de bomdespachenses.
“Professor, líder estudantil, ativista politico, defensor dos bichos e do meio ambiente, escritor, historiador, membro atuante da comunidade, bomdespachense da gema”, é como o definiu a filha Roberta em texto publicado nesta edição.
Em sua coluna, publicada no jornal há mais de 30 anos, Tadeu registra e valoriza a história de famílias, pessoas e coisas de Bom Despacho. Por isso, o Portal iBOM
produziu um vídeo de quase uma hora de duração com o Professor Tadeu. Nele, o mestre fala da sua história, da Bom Despacho de ontem e de hoje, de sonhos, ideais e do futuro. “Minha vida voltou a começar”, diz ele ao contar
sobre a superação da Síndrome do Pânico, doença que o acometeu durante anos e o impedia de viajar e sair de Bom Despacho. Siga o Instagram do Jornal de Negócios para ver a entrevista assim que ela for postada.
Para ver o Instagram do Jornal de Negócios/ Portal iBOM focalize a câmera do celular no QR Code abaixo
Líderes da União dos Estudantes: da esquerda para a direita estão Francisca (Quitinha), Tadeu, Itamar (Brasinha), José Maria Rocha, Auxiliadora e Pedro Traíra
5 Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023 DESTAQUE
Tadeu e o editor Alexandre Borges, dia 4/4, na gravação de vídeo que será postado esta semana no Instagram
Professor Tadeu escreveu sua 1a coluna em 1992
O professor Tadeu de Araújo Teixeira, 80 anos, é o mais antigo colunista do Jornal de Negócios. Ele começou a escrever em janeiro de 1992 no então Jornal da Cidadeque depois foi incorporado ao Jornal de Negócios.
Em sua primeira coluna, intitulada “Nossa Terra, Nossa Gente”, Tadeu contou da comemoração dos 100 anos da professora Juscelina Alves, que reuniu familiares e amigos em missa celebrada na Capela da Santa Casa pelo padre Pedro Lacerda. “A aniversariante secular, lúcida e emocionada, de tudo participou, recebendo beijos e abraços revelando uma ternura e uma sabedoria tão grandes que pudemos sentir, mas não avaliar. Quem pode medir a sabedoria e a ternura de um coração que há cem anos pulsa sem cessar, no aprendizado de uma vida tão longa?”, escreveu o colunista.
Na mesma coluna Tadeu falou também da celebração dos 25 anos de vida monástica da Irmã Maria José, monja beneditina bom-despachense, celebrada em Juiz de Fora.
Também contou, na mesma edição, que o professor Majela, após 40 anos vivendo e lecionando Português, Matemática, Música e Latim em Bom Despacho, já com a saúde abalada, havia voltado para sua terra natal, Capelinha/MG, para ficar junto dos parentes. “Bom Despacho perdeu com a partida do professor Majela, alguém que com sua presença física e intelectual por quase 40 anos modificou o perfil cultural de nossa gente e de nossa terra”, escreveu Tadeu em 1992.
Por fim, ele noticia, na mesma coluna, a eleição de Aelton Lobato para a presidência do Clube Bom Despacho no biênio 1992-1993, sucedendo a José Maria Rocha.
Tadeu resgata a alma bomdespachense, disse jornal
Em janeiro de 1992 Tadeu Araújo era anunciado como novo colunista: “A partir desta edição o jornal terá, em suas páginas, a presença de um dos mais consagrados e respeitados articulistas da cidade: o professor Tadeu de Araújo Teixeira. Pessoa de destaque no cenário sócio-cultural do
município, conhecedor da história bom-despachense e de sua gente, Tadeu traz para o jornal sua pena privilegiada.
Às vezes saudosistas, às vezes críticos, outras vezes amenos, seus textos buscam resgatar e elevar a alma bomdespachense, os feitos de seu povo e até a própria história do município”.
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6 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023
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Tadeu Araújo deu aulas por mais de 60 anos, fundou jornais e até Escola
Tadeu de Araújo Teixeira nasceu em 6 de abril de 1943, sexto entre os 10 filhos do casal Domingos Teixeira Leite e Carmozina Araújo Teixeira. Ele é casado com a também professora Geni Eugênia Gontijo Teixeira e tem 3 filhos: Roberta, Bruno e Tadeu. Professor aposentado,
Tadeu já lecionou nas Escolas Coronel Praxedes, João Dornas, Wilson Lopes do Couto, Tiradentes e Miguel Gontijo, dando aulas de Português e Literatura. Na cidade de Perdigão/MG, para onde foi aos 22 anos de idade, foi professor de Português, Matemática, História e Inglês
na Escola Pedro Primo e no Ginásio Paroquial daquela cidade.
Tadeu iniciou seus primeiros estudos em Bom Despacho com as professoras Maria Guerra e Juscelina Alves. Estudou depois no Coronel Praxedes, nos seminários de Bom Despacho, Dores do Indaiá/
MG e Manhumirim/MG, no Colégio Miguel Gontijo e finalmente na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis. Líder estudantil, foi secretário geral da União dos Estudantes de Bom Despacho e seu presidente em 1964, quando fundou e foi redator dos jornais
“Gazeta Estudantil”, “Idade Nova” e “O Escriba”, além de “A Voz do Estudante de Perdigão”.
Secretário e colaborador por 13 anos de “O Bom Despacho”, Tadeu também fundou e foi redator do semanário “Bom Despacho Notícias”, em
parceria com José Lembi de Carvalho e Antônio José Pinto. Nas décadas de 60 e 70 foi vereador da Câmara Municipal de Bom Despacho por dois mandatos. Foi um dos fundadores da Academia Bondespachense de Letras e secretário municipal de Cultura.
7 Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023 DESTAQUE
Tadeu ainda criança, com os pais e irmãos (Arquivo pessoal)
Tadeu em Perdigão/MG, para onde foi aos 22 anos dar aula (Arquivo pessoal)
Tadeu: o homem que vive espalhando gentilezas
Tadeu: pai, professor, líder estudantil, ativista politico, defensor dos bichos e do meio ambiente, escritor, colunista deste jornal, historiador, membro atuante da comunidade, bom-despachense da gema
ROBERTA GONTIJO TEIXEIRA
Como a de todos nós, a história do meu pai foi marcada por erros, acertos, pecados, equívocos, lutas e belezas. Por muitas vezes já me peguei admirando-o, como também questionando seus comportamentos. Em inúmeras oportunidades o incompreendi, para logo em seguida me ver seguindo seus passos e agindo exatamente como ele.
Hoje ele completa 80 anos e eu, daqui a alguns meses, 50, de muita história e terapia.
Tive que aprender a lê-lo para entender melhor quem sou.
Então, de todas as coisas que poderia dizer sobre meu pai, vou ater-me ao que acho que o resume e ao que mais me encanta: o dom que ele carrega de olhar para o outro e espalhar gentilezas.
Tadeu Antônio de Araújo Teixeira, no curso desses 80 anos, passeou por essa vida com muitas restrições, mas completamente à vontade, sem cerimônias ou formalismos. Nunca se importou como estava se apresentando perante o outro, se o cabelo estava penteado, se a roupa estava de acordo ou se estava composto o suficiente para a ocasião.
Jamais conseguiu se ater às praticidades e objetividades cotidianas. Via de regra, não se lembra onde pôs a carteira, onde guardou o cartão, onde está dinheiro, a chave do carro. Às vezes, até as compras que fez no mercado ficam pra trás.
Por outro lado é mestre na arte de conviver, de se relacionar e enxergar quem está a seu lado. Sempre quer saber as histórias, as glórias, anseios e dificuldades alheias e, seja lá como for, ajudar. Ouve, acolhe e aprende com a narrativa de quem cruza o seu caminho. Depois transforma tudo em “causos”, artigos ou lindos textos.
Ele não sai por aí procurando tutelados ou fazendo caridade, simplesmente cumpre sua trajetória com um olhar atento ao outro ser humano, independente de quem seja. Com todos, sem nenhum tipo de seletividade, bate um dedo de “prosa” e se deleita em horas de conversa.
Não importa se são seus irmãos, vizinhos, alunos, amigos ou simplesmente desconhecidos que cruzam com ele numa parte da travessia. Não importa que tenham 5 ou 80 anos, que sejam letrados ou analfabetos, ricos ou pobres. Ele os adora indistintamente, vê, ouve, compreende, acolhe e
enxerga-lhes as qualidades.
Na minha opinião, não há forma mais louvável de gentileza.
Como tudo que se planta se colhe, ele hoje, aos 80 anos, segue vida afora colhendo as gentilezas que plantou.
Acometido pela Síndrome do Pânico por toda a vida, nos últimos anos vem se livrando do fardo e fazendo heroicas e emocionantes conquistas: conseguiu ver o mar pela primeira vez ao 76 anos; aos 77 assistiu ao seu primeiro jogo no Mineirão, uma vitória de 3x0 do Galo (uma de suas grandes paixões) sobre o Santos. Apenas aos 78 venceu o medo das alturas e fez sua primeira viagem de avião.
Em cada uma dessas conquistas arruma mil novos amigos, mil novas prosas e, como é de seu feitio, amplia o leque de gentilezas.
Eu sempre me emociono com as conquistas dele e vivo repetindo: pensa pai, você se curou a tempo de ver o mar! E ele, sem titubear, responde da mesma forma: ver o mar foi emocionante, mas não como entrar no Mineirão a primeira vez e ainda ver o galo ganhar de 3x0.
Apaixonado por Guimarães Rosa, desde que começou a livrar-se do fardo do pânico repete, quase que diariamente, a fala pinçada dos livros do escritor. Não lembro o teor exato, mas era algo do tipo “minha vida voltou a começar”.
Então, pai, que você ainda tenha muitos anos pela frente. Que a vida volte diariamente a recomeçar e você possa seguir mundo afora, ouvindo e contando casos, batendo papos, lendo livros, escrevendo textos, ajudando pessoas, aprendendo com elas, espalhando gentilezas e vendo o Galo ganhar.
8 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023
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Roberta Gontijo Teixeira é bacharel em Direito, ambientalista e servidora pública federal
Memória fotográfica
9 Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023 DESTAQUE
Com a Associação dos Amigos da Biblioteca de Bom Despacho
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Conhecendo o mar (esquerda) e na chácara dos Cristais, onde vive atualmente
Com o professor José Calais.... ... e com a escritora Adélia Prado
Tadeu com os filhos em duas épocas diferentes
Diferenças entre viver em Bom Despacho e São Paulo
Nenhuma das diferenças é necessariamente boa ou má, são apenas maneiras culturais de encarar a vida. Que bom que posso viver nas duas cidades simultaneamente.
olharemos nos olhos dos motoristas. Isso seria visto como uma afronta ou uma chamada para brigar e trocar socos com o motorista. Se for uma mulher que olha nos olhos de um motorista, os paulistanos dizem que está se insinuando para a outra pessoa, querendo arrumar um namorico rápido.
ALEXANDRE MAGALHÃES
Desde que comecei a frequentar Bom Despacho, há cinco anos e meio, comento que as culturas de São Paulo e daqui são muito diferentes. A cultura mencionada não tem nada a ver com conhecimentos artísticos ou livros lidos, mas significa a maneira de enxergar a vida, de viver, de se vestir, do que se come, enfim, a maneira de fazer as coisas. Apesar de já estar em contato frequente com a cidade, seus moradores e sua cultura, ainda me espanto com algumas diferenças culturais.
Aniversário
Todo mundo faz aniversário uma vez por ano, tanto em Bom Despacho, quanto em São Paulo, claro. Porém, alguns aspectos são bem diferentes na comemoração dessa efeméride.
Primeira grande diferença é que em São Paulo não é comum comemorar o aniversário antes da data oficial. Muitos paulistanos acreditam que fazer uma festa antecipada dá muito azar ao aniversariante. Nem se aceita receber os parabéns mais cedo. Algumas pessoas, quando percebem que a pessoa vai dizer “feliz aniversário” antes do dia “certo”, começam a gritar e pedir para a pessoa não terminar a frase. “Dá azar falar antes”, explicam. Em Bom Despacho, vejo as pessoas comemorando seus aniversários antes do dia de seu nascimento, recebendo ou dando os parabéns para amigos e familiares antes da data e ninguém se revolta com isso.
Outra diferença é que em São Paulo o aniversário é menos importante do que em Bom Despacho. Há muita gente que não comemora ou não liga para esta data. Em minha família, por exemplo, nunca fazemos
festa, nem compramos bolo, nem saímos para jantar, nada especial em nossos aniversários. Nunca vi meu pai, mãe ou irmãos darem muita importância para suas datas de nascimento. Eu mesmo já esqueci um aniversário e só me dei conta da data quanto um companheiro de trabalho me cumprimentou. Percebo que em Bom Despacho o aniversário é mais importante e as pessoas costumam comemorar muito essa data. Enfrentei alguns problemas com a namorada, logo no começo do relacionamento, já que eu não fazia muita questão de estar aqui na cidade na data, caso tivesse algo importante para fazer em São Paulo, como uma reunião ou compromisso profissional. Hoje, sabendo da importância dessa data por aqui, procuro estar em Bom Despacho para alguns aniversários, especialmente da amada.
Até a música de aniversário é diferente: em São Paulo, o final da música é “é pique, é pique, é pique, é hora, é hora, é hora. Ra. Tim. Bum”. Em Bom Despacho, canta-se “é big, é big, é big...”. Quanta diferença!
Padrinhos
Nada mais diferente do que ser padrinho em São Paulo ou Bom Despacho. Em São Paulo, ser padrinho é um cargo fictício, que a pessoa fica orgulhosa de ser convidada para ser, mas que nunca mais terá qualquer implicação prática.
As diferenças são grandes entre as cidades para padrinhos de batismo, crisma ou casamento, indiscriminadamente.
Outro dia, estava no bar do Ernane Ferramenta e um casal de amigos estava em nossa mesa. Em determinado momento o casal comentou, um pouco nervoso, que haviam ligado para a madrinha do filho, dizendo que queriam sair para beber e a “dindinha” não quis ficar com a criança. Afirmaram que, o fato de ser madrinha, praticamente a obrigaria a ficar com o afilhado. Espantado,
perguntei por que eles achavam que era obrigação da madrinha ficar com o menino. “É madrinha, tem essa obrigação”. Sem entender a ligação entre as palavras “madrinha” e “obrigação”, fiz uma batelada de perguntas sobre o tema, até que descobri que culturalmente essa é a expectativa que os pais de uma criança têm em relação aos padrinhos. Comentei com o casal que em São Paulo ninguém contaria com a ajuda dos padrinhos para cuidar de um afilhado.
Nem olhar a criança por algumas horas, nem morar com a criança, nem ajudar financeiramente a família, nem nada. Ser padrinho ou madrinha em São Paulo é trabalho para um dia, o dia do batizado, crisma ou casamento. A amnésia aparece logo após o evento e nunca mais lembramos disso.
Às vezes ouço minha namorada bom-despachense dizer algo como “sou madrinha, tenho de fazer isso”, que pode ser cuidar do afilhado, visitálo/a de tempos em tempos, entre outras tarefas que nem passaria pela cabeça de um paulistano.
Eu, por exemplo, nunca aceitei ser padrinho de nada e de ninguém, pois não acho isso importante. Lembro-me que minha mãe me convidou para ser padrinho de um de meus irmãos gêmeos, dezoito anos mais novos do que eu.
Dei uma desculpa qualquer e recusei. E ninguém ficou chateado ou triste. Simplesmente, meus pais convidaram outro padrinho e a vida seguiu normalmente.
Em Bom Despacho, ainda há a figura da “madrinha de representar” ou algo parecido, que não tenho ideia do que seja e nunca vi nada parecido em São Paulo.
Quanta diferença!
Olhar nos olhos dos motoristas
Em São Paulo, jamais olhamos nos olhos das pessoas nas ruas. Especialmente, quando cruzamos com um carro em sentido contrário, estando nós a pé ou dirigindo, nunca
Em Bom Despacho, todas as pessoas que conheço olham para todos na rua e nos olhos dos motoristas. E o feio é não olhar. Pelo que entendi da cultura local, olha-se fixamente para o motorista para ver quem é e, se for um conhecido, acenar para a pessoa. E se for um amigo, e não se tomar o cuidado de cumprimentar o motorista, pode ser visto como sinal de falta de educação.
Isso é tão diferente entre as duas cidades, que minha namorada teve um problema em uma de suas visitas a São Paulo. Acostumada a olhar nos olhos dos motoristas em sua terra natal, Bom Despacho, fez a mesma coisa em São Paulo e foi perseguida por um motorista, que achou que ela o havia convidado para tomar uma cerveja ou um encontro amoroso.
Quanta diferença!
Andar fora da calçada (passeio) ou ver cachorros pelas ruas
Como já escrevi neste espaço no passado, em São Paulo ninguém anda pelo meio da rua, como acontece em grande parte das ruas de Bom Despacho. Se alguém se arriscar a fazer isso em São Paulo, a chance de morrer atropelado é altíssima, para não dizer perto de 100%. Aqui, as pessoas adotam essa prática, pois em grande parte da cidade, os passeios inexistem ou tem mato ou buracos cobrindo o espaço. E, tristemente, em Bom Despacho há um exército de animais vivendo nas ruas, muitos famintos e doentes. Muitos, correndo atrás dos carros, das bicicletas, das motos e dos corredores nas estradas de terra, como aconteceu comigo recentemente, perseguido que fui por um grupo de cachorros que estavam no meio do mato.
Em São Paulo, há muitos programas de adoção de animais de rua, com grande aceitação por parte da população, já que muitos paulistanos não querem mais ter filhos e preferem adotar animais domésticos.
Quanta diferença!
Nenhuma das diferenças é necessariamente boa ou má, são apenas maneiras culturais de encarar a vida. Que bom que posso viver nas duas cidades simultaneamente. Que sorte!
10 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023
Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD
Mais conteúdo no Instagram @jornaldenegocios
Quero ver Irene rir: o sol na banca de revista
Prefeitura de BD inaugura CEMAE
Centro Municipal de Atendimento Especializado vai atender aos alunos PcD da rede municipal
Quando vou a uma banca comprar revistas e jornais, que aprecio muito no formato físico, lembro-me com frequência da canção de Caetano Veloso: “Alegria, Alegria”. Nessa canção Caetano comenta, na verdade, que via nas bancas de revista o jornal de vanguarda O Sol, onde escrevia Nelson Rodrigues, dentre outros. OSolnão brilhou muito tempo, mas foi eternizado nessa incrível marchinha.
Hoje nossa cidade tem somente duas bancas de revista. Uma delas vende revistas e também passagens de ônibus e é comandada por Alberto. A outra fica na Praça de Matriz, comandada pela simpática Irene, irmã de Alberto. Alberto é um senhor bastante sério e surpreendeume um dia, quando contei a ele que sou socialista. Ele disse que é socialista também e que o maior socialista do mundo foi Jesus Cristo!
Eu sempre achei um prazer ler as notícias e ver as capas de revista e manchetes. Ela contou que trabalha há quarenta anos com banca de revista, mas que essa época da internet é a época mais difícil para esse empreendimento. Ela mostrou-me alguns brinquedos: a distribuidora passou a entregar até brinquedos para vender em bancas. Contei a ela que vi, em Belo Horizonte, bancas cobertas de roupas para vender, num espetáculo melancólico. Falei a ela que, mesmo na biblioteca pública e na escola onde trabalho, as assinaturas de jornais e revistas foram cortadas. Um dia encenamos uma peça teatral onde o pai de família lia um jornal. O jornal encontrado pelos alunos foi esse Jornalde Negócios, cujos exemplares eu levo para a biblioteca da escola com bastante
frequência. Ela contou-me, com tristeza, que não abre mais a banca em dias de domingo: nada de comércio, nem o XuáLanchesabre mais aqui na praça, ela fica ali sozinha e tem medo, restam da madrugada alguns bêbados, ela acabou preferindo não abrir mais. Uma pena, pois o domingo era, no passado, um dia onde, tradicionalmente, as pessoas tinham mais tempo de ler jornais e revistas.
Minha mãe é ávida leitora de jornais. Eu contei a Irene que eu tentei assinar o jornal O Tempopara minha mãe, mas a empresa desistiu de renovar assinaturas para o interior. A ideia deles é concentrar a venda apenas na região metropolitana de Belo Horizonte, conforme fiquei sabendo ao entrar em contato com a empresa. Um carro vinha trazendo os exemplares para o interior, mas com a queda nas vendas, passou a ser inviável. O Tempo passou a chegar apenas às sextasfeiras. Numa sexta passei lá e encontrei o último exemplar. São apenas quatro, comenta a sempre atenciosa Irene. Igualmente, soube que algo semelhante ocorreu ao jornal Aqui, que era muito barato e vendia bem diariamente, passou a ser semanal e as
vendas despencaram. O poeta, editor da Literaturaem Cena e psicanalista Eduardo Andrade, personagem frequente dessa minha coluna, explicou-me, recentemente, que o preço do papel aumentou com a venda on-line de mercadorias durante a pandemia. É muito mais lucrativo vender papel para embalar mercadorias do que para fazer jornais e revistas, daí a crise do papel. Outra revista que eu compro com Irene é a revista Piauí.Eu sou um dos poucos compradores da cidade. Como assim da cidade? Irene disse que vem um rapaz de Dores do Indaiá que passa ali para comprar. “Mas lá não tem banca?”, perguntei eu, perplexo. “Não, não tem”. Diante do meu espanto, completa ela: “não tem mais banca de revista em Luz, Nova Serrana e nem Moema”. Que triste realidade, a do nosso interior!
E assim, angustiado, pensando em como a vida é breve e tudo acaba, peço aos meus leitores apoio às nossas duas bancas, para que apoiem os vendedores e para que elas não fechem. É um apelo...E ao fazê-lo penso em outra canção de Caetano, Irene: “Quero ver Irene rir! Quero ver Irene dar sua risada…”
Começa a funcionar segundafeira, dia 10/4, o Centro Municipal de Atendimento Especializado (CEMAE) de Bom Despacho. Inaugurado no dia 4 pelo prefeito Bertolino da Costa, o CEMAE vai ampliar o atendimento especializado para alunos da rede municipal com dificuldade de aprendizado e que precisem de cuidados especiais na Escola.
Neste novo serviço - instalado no antigo CAIC, no bairro Ana Rosa - as crianças das escolas municipais que necessitarem terão atendimento com assistente social, psicólogo, neuropediatra, psiquiatra infantil, psicopedagogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, musicoterapeuta e professor de atendimento educacional especializado. A secretária de
Educação, Gabriela Fernandes, disse ao Jornal de Negócios que o CEMAE vai “apoiar alunos da Educação Infantil e Fundamental que tenham dificuldades na aprendizagem por causa de deficiências ou transtornos no seu desenvolvimento físico, social, emocional e cognitivo”.
A Prefeitura informou que inicialmente será feita a triagem das crianças que já possuem laudo médico e aguardam atendimento na rede municipal de saúde. Essas crianças serão avaliadas pela neuropediatra Luisa Grupioni para dar início ao atendimento.
As próprias Escolas poderão encaminhar a criança para o CEMAE se os professores identificarem que ela apresenta alguma dificuldade no aprendizado.
O prefeito Bertolino da Costa disse ao Jornal de Negócios que “o CEMAE é um projeto transformador, que atenderá as demandas de famílias que vivenciam problemas com deficiência de aprendizagem e dificuldade de inclusão. É uma solução efetiva para todos os problemas vividos por essas famílias”.
Homenagem
O CEMAE recebeu o nome da professora Bárbara Carvalho, que veio para Bom Despacho trabalhar com educação no ano de 1969, quando se casou com Geraldo Alves Carvalho. Aqui ela atuou nas Escolas Chiquinha Soares, Irmã Maria e Dona Duca, onde foi vicediretora. Além disso foi catequista e participava de grupos comunitários da Igreja Católica em Bom Despacho.
11 Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023 DESTAQUE
LÚCIO LÚCIO LÚCIO LÚCIO EMÍLIO JR.
Lúcio Emilio do Espírito Santo Júnior é filósofo, professor e escritor.
Banca da Irene, na Praça da Matriz de BD (Foto: Bureau Media)
DescerramentodaplacadeinauguraçãodoCEMAE(Foto:PMBD)
OprefeitoBertolinocomfamiliaresdaprofessoraBárbaraCarvalho(Foto:PMBD)
Caçada da PM a autores de roubo em Moema teve até helicóptero
A Polícia Militar fez uma grande operação atrás de bandidos de Contagem que roubaram mais de 400 mil reais em Moema na tarde do dia 28/3. Três homens armados invadiram a residência de um empresário da cidade, de onde levaram R$ 397.947,16 em cédulas, moedas e cheques guardados no local. A vítima é proprietário da empresa laticínios Amanda, sediada em Moema. Durante o roubo, os bandidos agrediram pessoas que estavam na residência. Em seguida fugiram do local num Honda Civic preto.
Acionada, a PM montou uma operação de cerco e bloqueio nas estradas próximas. Militares de Bom Despacho, Moema, Lagoa da Prata, Luz e Santo Antônio do Monte foram empenhados na ação. Até um helicóptero da Polícia Militar foi acionado para ajudar na captura dos bandidos.
O objetivo era encontrar o Honda Civic e também um Jeep Renegade branco usado como apoio pelos bandidos. Durante
as buscas, militares avistaram o Renegade numa estrada rural já perto de Santo Antônio do Monte e sairam no encalço do veículo. Essa estrada vicinal faz ligação das rodovias MG170 e MG-164.
Durante a perseguição, ocupantes do Renegade abandonaram o veículo e se embrenharam num matagal próximo. Os policiais foram atrás e prenderam um dos bandidos, de 36 anos de idade, escondido numa gruta. Ele foi identificado e, conforme apurou o Portal iBOM, tem passagens por homicídio e roubo. Com o bandido foi apreendida uma pistola Taurus .380 com dois carregadores e 37 munições, além de um celular roubado na residência. Após ser pego ele confessou participação no roubo. Próximo do local os PMs acharam o dinheiro roubado jogado no pasto. Parte dele estava numa sacola e outra parte embrulhada num lençol. Devido ao peso das cédulas e moedas, os bandidos abandonaram o dinheiro durante a fuga.
Enquanto isso, outra equipe policial encontrou o Honda Civic na lateral da MG-170. Segundo a PM, os bandidos abandonaram o veículo no local e fugiram no Renegade tentando despistar a Polícia. O Portal iBOM apurou que os assaltantes são de uma quadrilha de Contagem, mas a Polícia desconfia do envolvimento também de pessoas de Moema que sabiam haver dinheiro guardado na casa.
A PM continuou as buscas na região onde os fugitivos se embrenharam no mato, perto de Santo Antônio do Monte. Por volta da meia-noite foram presas outras duas pessoas que estavam num veículo na rodovia MG-170. Conforme fonte ouvida pelo Portal iBOM, essas pessoas supostamente vieram de Contagem para tentar resgatar os bandidos em fuga. As buscas continuaram por toda a madrugada e seguiram pelo dia seguinte com apoio do helicóptero da PM.
Credibom contou o dinheiro recuperado
Após recuperar o dinheiro roubado, a Polícia Militar entrou em contato com a gerência do Sicoob Credibom e pediu apoio para a contagem do montante, formado em grande parte por moedas e cédulas de 2 reais.
Equipes da PM e da Polícia
Civil, acompanhadas do empresário vítima do roubo, levaram o dinheiro à agência sede da Credibom por volta das 23 horas. Lá, três funcionários da Cooperativa de Crédito usaram máquinas de contagem de cédulas e
Vídeos mostram o helicóptero da PM sobrevoando Moema e fazendo buscas na zona rural da região. Aponte a câmera do celular para os QR Code abaixo e assista
moedas para apurar a quantia recuperada. Depois o dinheiro foi lacrado e levado para a Delegacia de Polícia, onde foi registrada a ocorrência. Em seguida todo o montante foi devolvido ao proprietário.
(Portal iBOM / Fotos: Polícia Militar).
12 DESTAQUE Bom Despacho (MG), 8 Abril 2023
Jeep Renegade usado na fuga pelos bandidos foi abandonado numa estrada