JORNAL DE NEGÓCIOS / Bom Despacho-MG

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Bom Despacho (MG),16 a 31 Outubro 2020

DESTAQUE

Ano XXXI - Nº 1.597 • Fundado em 12/05/1989

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Bom Despacho (MG), 16 a 31 Outubro 2020 • GRÁTIS 1 EXEMPLAR

Violência eleitoral: Cabral agredido pelas costas na rua PÁGINA 4

Padre Tiãozinho ensinou que não é preciso ter pressa, mas viver PÁGINAS 8 e 12

Prefeitura monta P.A. de Covid-19 no antigo hospital Dr. Miguel PÁG. 3

Câmara Municipal: gastança sem fim

PÁG. 5

Bertolino assinou O.S. para canalizar último trecho da PÁGINA 9 Avenida Dr. Roberto


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Bom Despacho (MG), 16 a 31 Outubro 2020

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REQUERIMENTO DE LICENÇA Por determinação do Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM, Frango & Cia LTDA torna público que solicitou, por meio do Processo Administrativo nº 2020.10.01.003.0002707, licença de operação de caráter corretivo, para a atividade de abate de animais de pequeno porte na Fazenda Estreito, zona rural de Bom Despacho. p1597

Publicado por Imagem Editora Ltda. jornal@joneg.com.br 35600-000 - Bom Despacho - MG É proibida a reprodução total ou parcial, em qualquer meio de comunicação, dos textos e anúncios produzidos pelo Jornal de Negócios - A publicação não autorizada por escrito sujeita o(s) infrator(es) às penalidades legais - Editor: Alexandre Borges Coelho - Publicação semanal – Tiragem: 6.500 exemplares – Impresso na Sempre Editora / BH – Editoração e Arte: Jornal de Negócios – Opiniões emitidas em artigos assinados não representam a opinião do Jornal, sendo responsabilidade exclusiva do autor – Distribuição livre em Bom Despacho, Araújos e Engenho do Ribeiro e dirigida em Martinho Campos, Moema, Luz, Pompéu, Abaeté e Nova Serrana - Este exemplar é propriedade do Editor, que autoriza a entrega grátis de 1 jornal por pessoa.

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Prefeitura monta PA de Covid no antigo hospital Dr. Miguel NO LOCAL FUNCIONA PRONTO ATENDIMENTO 24h PARA CASOS DE COVID

PM prende suspeitos, apreende armas, carro e drogas em boate Três pessoas foram presas e um menor foi apreendido pela Polícia Militar na noite de 19/ 10, numa boate no bairro Alvorada, em Bom Despacho. A PM foi até o local após receber denúncia de que havia pessoas portando arma de fogo na boate. Já na entrada do estabelecimento, os militares flagraram um menor de 17 anos, filho da proprietária do estabelecimento, que chegou dirigindo um veículo. Ele foi abordado e com ele foram encontradas munições de arma de fogo e R$ 1.542,00

em dinheiro. No interior da boate os policiais encontraram 2 revólveres calibres 38 e 32, munição, pinos de cocaína, balança de precisão e material para embalar drogas. Três pessoas que estavam no local receberam voz de prisão. Elas foram levadas para a Delegacia de Polícia Civil juntamente com o menor apreendido. Armas, cocaína e o material para preparo de drogas também foram apreendidos. Um veículo que estava no local foi apreendido e removido.

Candidatos confirmam presença em encontro no Parque de Exposições Todos os 4 candidatos a prefeito de Bom Despacho confirmaram que participarão do encontro que será realizado pelo Sindicato Rural dia 6 de novembro. O objetivo do evento é conhecer e avaliar as propostas de Bertolino, Haroldo, Joice e Maurício para o agronegócio. Cada candidato terá 15 minutos para expor seus planos e mais 15 minutos para responder perguntas feitas pelos produtores presentes. O encontro, que começa às 9h30, será feito no Parque de Exposições com presença de público. Mais informações no telefone 3521.2622.

Desde o dia 23/10, o atendimento de pacientes com suspeita de Covid-19 está sendo feito no prédio do antigo hospital Dr. Miguel, na Praça da Matriz, onde a Prefeitura montou um PA Covid temporário aproveitando a estrutura do local. Já o PA para urgências e emergências está funcionando temporariamente na entrada principal da Santa Casa, onde ficava a ala Covid. O objetivo de mudança é permitir o término da reforma do PA, que está sendo ampliado e será transformado numa UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Para não interromper o atendimento dos pacientes, a reforma vinha sendo feitas em partes, com uso de tapumes para isolar a área onde ficavam os pacientes. “Mas as obras e o barulho incomodam e causam transtornos ao atendimento das pessoas. Por isso decidimos fazer a mudança. Assim a reforma terminará mais rápido e logo teremos a nova UPA funcionando”, afirmou ao Jornal de Negócios o prefeito Bertolino da Costa. Quando a UPA estiver pronta, o PA Covid voltará para a Santa Casa.

Plantão - O Pronto Atendimento de Covid no antigo hospital Dr. Miguel é custeado pela Prefeitura e administrado pela Santa Casa. Ele mantém plantão 24h com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e equipe de apoio. Todas as pessoas com sintomas gripais são atendidas no local. Caso

necessário, a pessoa ficará em observação, será medicada e receberá aplicação de soro. Se precisar de internação, ela será transferida para a Santa Casa. Para isso, uma ambulância da Prefeitura fica de plantão 24h na porta do PA Covid. Habilitação - “Assim que

a nova UPA estiver pronta e funcionando”, explicou Bertolino, “ela será habilitada pelo Ministério da Saúde. A partir daí Bom Despacho passará a receber 135 mil reais de recursos adicionais para aumentarmos as equipes médicas para atendimento de urgências e emergências”.

Na última hora, CREA PRF flagra motorista cancela encontro com transportando 51kg candidatos a prefeito de drogas na BR 262 O Crea Bom Despacho cancelou o encontro que iria realizar na tarde de quartafeira (28/10) com os candidatos a prefeito de Bom Despacho. Segundo o engenheiro Thiago Araújo, inspetor local do Crea, foi necessário cancelar o evento porque o Correio não entregou o malote contendo o material que vinha de Belo Horizonte para ser repassado aos candidatos. Esse material, segundo ele, é o conjunto de propostas feitas pelo Crea/ MG para ser entregue em mãos a cada candidato. “Estava tudo organizado, tudo prontinho. O malote deveria ter sido entregue pelos Correios ontem, dia 27. Esperamos até as 14h de hoje mas ele não chegou. Aí entramos em contato com os candidatos e cancelamos o encontro”, afirmou ao Jornal de Negócios. De acordo com Thiago, o Crea vai tentar agendar novo encontro com os candidatos a prefeito de Bom Despacho. “Se não conseguirmos devido à proximidade das eleições, vamos entregar o material pessoalmente a cada um”, finalizou.

Temas - No encontro, os candidatos receberiam um documento intitulado “Propostas da Engenharia, Agronomia e Geociências de Minas Gerais para Tornar Nossas Cidades Boas de se Viver”. O material, dividido em 5 temas, reúne proposições técnicas elaboradas por profissionais dessas áreas em encontros regionais, congressos e grupos de trabalho. Os temas abordados são meio ambiente e desenvolvimento sustentável, urbanicidade, impacto das chuvas, alimentos, e rodovias e mobilidade.

Focalize a câmera do celular do QR Code e conheça o documento elaborado pela Crea

Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Bom Despacho apreendeu um Citroen C3 transportando 51 kg de maconha na BR 262. A apreensão ocorreu na noite de terça-feira (20/ 10), perto do trevo de Pará de Minas. O Citroen, com placa de Belo Horizonte, foi abordado pelos policiais durante fiscalização na

rodovia. Ao revistar o carro, os policiais encontraram 67 tabletes de maconha prensada, totalizando os 51 kg da droga. O motorista do veículo, de 31 anos, foi preso em flagrante por tráfico de drogas e levado para a Delegacia de Polícia Civil de Pará de Minas, juntamente com o carro e a droga apreendida.


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Violência eleitoral: Cabral é agredido pelas costas na rua ACUSADO SEGUIU EX-PREFEITO E ATACOU DE SURPRESA; PM PEGOU O AGRESSOR

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PM apreende drogas e arma dentro de casa A Polícia Militar apreendeu grande quantidade de drogas e um revólver numa residência da rua Januária, bairro São Vicente, na quinta, 22/10. A ocorrência começou quando a guarnição policial que patrulhava a região avistou um menor numa moto sem placa e com a pintura raspada. Ao perceber a aproximação dos militares, o menor – que já é conhecido da Polícia - fugiu na moto em alta velocidade, entrou na casa e se escondeu. A guarnição foi atrás e dentro do imóvel encontrou a moto e o capacete usados pelo suspeito, que conseguiu fugir do local. Durante busca na casa os policiais encontraram grandes porções de maconha, crack e cocaína, duas balanças

O ex-prefeito Fernando Cabral foi agredido na noite de segunda-feira (26/10), na rua Dr. José Gonçalves, quando estava a caminho de casa. Cabral subia a rua quando o agressor chegou de surpresa por trás, deu um murro nas suas costas e gritou “prefeito safado”. Ao se virar, Cabral, que tem 69 anos de idade, sofreu novos golpes e teve os óculos quebrados. Em seguida o agressor fugiu do local. A Polícia Militar foi acionada e pouco depois abordou o acusado na Praça da Matriz. Ele foi detido e reconhecido por Cabral como autor da agressão. O ataque foi presenciado por uma testemunha que passava de carro pelo local e parou para ajudar. O acusado foi identificado como Pedro Henrique Xavier dos Santos, 34 anos, que afirmou ser guarda de presídio em Luz. Ele foi levado ao 7° Batalhão para registro da ocorrência e, lá, permaneceu em silêncio. Após o registro do BO ele foi notificado para se apresentar em audiência no Juizado Especial Criminal, dia 13/11, onde responderá por seu ato. Video Gravação feita por uma câmera de segurança próxima do local do ataque mostra o acusado seguindo Cabral pela rua Dr. José Gonçalves instantes antes de agredi-lo. Covardia Em postagem nas redes sociais, Cabral afirmou que o agressor “é pessoa com a qual nunca troquei nem bom dia. Não existia nenhum motivo, por mais remoto que fosse”. E ressaltou: “atacar uma pessoa por trás, na pura covardia, e sem qualquer tipo de motivação ou provocação é uma forma de violência que extrapola a compreensão”. Notícia viralizou e gerou manifestações de apoio a Cabral A notícia do ataque a Cabral gerou um fluxo intenso de acessos no site do Jornal (www.ibom.com.br). Em menos de 24 horas ela foi a notícia mais acessada nos últimos 4 meses. O mesmo aconteceu nas redes sociais do Jornal. No Facebook, em 24 horas alcançou mais de 18 mil pessoas e gerou dezenas de comentários de leitores protestando contra o ataque e apoiando o ex-prefeito.

Em resposta, Cabral foi ao Facebook, agradeceu as manifestações de solidariedade e escreveu: “comungo com a ideia de que podemos

aprovar ou reprovar políticos com nossos elogios e críticas. Podemos também dar a mais forte aprovação ou reprovação, que é votar nas propostas

em que acreditamos. Lamentavelmente, alguns pensam e agem como se a violência fosse uma forma válida de protesto político. Não é”.

de precisão e material usado para embalar drogas. Encontraram também um revólver calibre 32 com cinco munições. De acordo com a PM, a residência “é alvo constante de denúncias de tráfico de drogas”. A mãe do suspeito e proprietária da casa estava no local, recebeu voz de prisão e foi levada para a Delegacia de Polícia Civil com todo o material apreendido. Enquanto a ocorrência era registrada na Delegacia, o menor suspeito compareceu no local e confessou ser o dono das drogas e da arma apreendidas. Confessou também que pilotava a moto usada na fuga. Diante da confissão, ele foi apreendido.


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Câmara Municipal: gastança sem fim Nos últimos 8 anos, os gastos da Câmara Municipal de Bom Despacho subiram 67,5%. De 2013 até 2020, a despesa do Legislativo foi de quase R$ 26 milhões. Subiu de R$ 2.215.300,00 em 2013 para R$ 4.579.166,70 em 2020. E os gastos deste ano estão computados só de janeiro a outubro. Até dezembro a despesa prevista é de R$ 5.515.000,00 no ano. Isso dá mais de R$ 15 mil por dia. O dinheiro gasto pela Câmara sai dos cofres municipais. É um percentual sobre a arrecadação do município. Todo mês a Presidência da Câmara requisita o valor, que é repassado pela Prefeitura no dia 20. Atualmente, esse repasse é de R$ 457.916,67 mensais. Em 2013, para cada vereador o Legislativo gastou R$ 246.144,44. Este ano, até outubro, o gasto já chegou a R$ 508.796,30 por vereador. Por lei, Câmaras Municipais só podem gastar com pagamento de vereadores e servidores da casa, despesas administrativas e de manutenção. Ou seja: todo esse dinheiro é gasto exclusivamente com o funcionamento do Legislativo. De 2013 a 2020, o número de servidores da Câmara variou entre 27 e 36, dependendo da gestão. Atualmente há 33 servidores, entre efetivos, comissionados e terceirizados. Nos últimos 8 anos, a Câmara teve 4 presidentes: Maurício do IMA (2014), Fernando Becker (2013 e 2015-2016), Vital Guimarães (2017-2018) e Joice Quirino (2019-2020). Becker foi quem permaneceu mais tempo à frente da casa. A gestão de Joice Quirino é a campeã de gastos. Em 2019 gastou R$ 3.470.000,00. Este ano, até outubro, já consumiu R$ 4.579.166,70 – isso descontada a devolução de 100 mil reais feita no início do ano à Prefeitura. No ritmo atual, fechará o ano de 2020 com gasto total de R$ 5.515.000,00. Apesar do gasto recorde, na gestão de Joice a Câmara cortou serviços que eram prestados à população. Pouco depois de tomar posse como presidente, Joice dispensou a psicóloga e a assistente social que atendiam no CAC (Centro de Atendimento ao Cidadão) e extinguiu os dois serviços. Todas as informações desta matéria são públicas e estão disponíveis na Câmara e na Secretaria Municipal da Fazenda.

REQUERIMENTO DE LICENÇA ANIMALL INDUSTRIA E COMÉRCIO DE RAÇÕES EIRELI, CNPJ: 07.099.466/0001-35, POR DETERMINAÇÃO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BOM DESPACHO, TORNA PÚBLICO QUE SOLICITOU, ATRAVÉS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 507/2020, LICENÇA AMBIENTAL SIMPLIFICADA (LAS), CLASSE 2 - PARA A ATIVIDADE DE FORMULAÇÃO DE RAÇÕES BALANCEADAS E DE ALIMENTOS PREPARADOS PARA ANIMAIS, LOCALIZADA NA AV. DR° JUCA, Nº 1850, SÃO VICENTE, NO MUNICÍPIO DE BOM DESPACHO/MG.


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Medo Sim, Covardia, Não Em 2020 temos assistido a uma escalada da violência contra candidatos. Segundo matéria publicada no G1, nos últimos quatro anos foram registrados 327 casos atos violentos contra políticos. Destes, 125 foram homicídios (https://tinyurl.com/viol-g1). Alguns bem perto de nós, como o assassinato do candidato a vereador Cássio Remis, em Patrocínio. Com demasiada frequência nestes os ataques são premeditados e não dão chance de defesa à vítima. Qual a causa do ressurgimento desta violência que deveria estar enterrada num distante passado?

FERNANDO

CABRAL

Fernando Cabral é licenciado em Ciências Biológicas, advogado, auditor federal e ex-prefeito de Bom Despacho

Segunda-feira passada (26/10) virei mais um número nas estatísticas da violência política. Fui atacado de surpresa, com um murro nas costas. Eram sete horas da noite. Eu voltava para casa carregando sacolas de supermercado. Um fim de dia normal. No entanto, os vídeos das câmaras de segurança da Praça da Matriz e da Rua Dr. José Gonçalves mostram que havia algo diferente acontecendo. Uma pessoa me seguia se esgueirando entre os transeuntes. Quando eu passava pela esquina da Rua Gersino Antunes, o agressor colocou no chão o seu celular e sua carteira, me alcançou e me desferiu um violento soco nas costas. Cai para a frente. Quando comecei a me levantar, a pessoa tentou socar o meu rosto. Apanhado de surpresa, eu me defendi como pude. Mas um dos socos amassou a armação dos meus óculos e quebrou uma das lentes. O golpe foi particularmente doloroso porque minha espinha está inflamada por causa da espondilite que me atacou no final do ano passado. Hoje, cinco dias depois, ainda dói. De onde saiu esta violência gratuita e covarde? Não conheço a pessoa. Nunca tive atrito com ela. Nunca a provoquei e nunca lhe dei motivo para um ataque traiçoeiro e violento como este. Mais violento ainda quando se constata que eu tenho quase 70 anos e o agressor tem 34. A pergunta que eu me faço e muitos me fazem é “por quê esta violência?”

Na política a paixão deve ser usada para defender as propostas dos candidatos, não para incitar ao crime. Mas, infelizmente, não é esta paixão saudável que temos visto. Em vez dela, vemos pessoas que estão tentando envenenar o eleitor com ódio. Seguem alguns exemplos disto. MENTIRAS Mentiras, boatos, ou fake news – não importa como os chamemos – tornaram-se o feijão com arroz das redes sociais. E o mentiroso não tem medo de ser desmascarado. Um exemplo vem de pessoa chamada Acir Parreiras, bem conhecida na praça. Depois de mentir que fui o prefeito caro para os cofres públicos ele completou mentindo mais ainda:

Sem contar que o que era pago pelo Tribunal de Contas vinha descontado no FPM de Bom Despacho. Um prefeito que custou aos cofres públicos em torno de 60 mil por mês. E se ganhar pra vereador, vai ser do mesmo jeito. Quando fui prefeito não custei nada a Bom Despacho. Recebi meu salário do Governo Federal. Valor que nem no meu mais alucinado sonho chega próximo da metade do número inventado por Acir Parreiras. Mas, como se a mentira do valor não bastasse, o mentiroso acrescenta que todo o mês o Tribunal de Contas desconta o valor que me paga no FPM de Bom Despacho. É muita ousadia desta pessoa embutir tantas mentiras em apenas duas frases. Mas mentiras como estas inventadas por Acir Parreiras não são inocentes. Elas têm o objetivo de irritar o cidadão que não está satisfeito com os políticos que roubam. Eles existem e não são poucos. Aqui em Bom Despacho mesmo, tem políticos ladrões bem conhecidos.

Não tenho resposta. Não temos respostas certas para atos inopinados como o assassinato de John Lennon ou o esfaqueamento de Jair Bolsonaro, quando candidato a Presidente da República. Terrorismo? Loucura? Paixão? Talvez um pouco de cada. Talvez tudo ao mesmo tempo. Mas ao menos um dos motivos eu tenho por certo: é a violência com que a campanha política está sendo desenvolvida em Bom Despacho este ano. Nas redes sociais mentirosos e caluniadores não descansam. Dia e noite mentem, insultam, insuflam o ódio. Não têm medo de punição. PAIXÃO? Algumas pessoas tentam explicar esta violência como consequência da paixão política. Mas será que a paixão por um candidato ou por uma causa justifica ódio e violência? Não acredito e não aceito esta explicação. A paixão nos faz defender com veemência aquilo em que acreditamos. Mas ser veemente é argumentar com arrebatamento e convicção, não é semear violência e cultivar ódio.

ARGUMENTOS FALACIOSOS Até 2012 a Prefeitura recolhia cachorros na rua e matava com crueldade. A partir de 2013 a prefeitura passou a contar com o apoio da Associação Bicho Amigo. Esta associação de voluntários que protegem os animais passou a ter um pouco mais de condições de cuidar dos animais. Os cães e gatos abandonados passaram a ser acolhidos, tratados, castrados e colocados para doação. Semanas atrás o Prefeito promulgou uma lei que garante maior proteção aos animais e cobra responsabilidade dos proprietários irresponsáveis que abandonam animais nas ruas. Pois bem, esta lei obriga que todos deem um tratamento ético aos animais. No entanto, há situações em que é impossível tratar o animal. É o que acontece quando ele está com câncer em fase terminal ou com leishmaniose grave. É também o que acontece quando o animal é atropelado e não tem condições de ser recuperado. Nestas circunstâncias, o animal deve ser eutanasiado. Este é o procedimento mundial.

AO LADO E ABAIXO, AMEAÇAS EM GRUPOS DE WHATSAPP. ESSES CASOS JÁ ESTÃO COM O MINISTÉRIO PÚBLICO E À JUSTIÇA PARA PUNIÇÃO DOS AUTORES

Dois dos 36 artigos da lei recémpublicada usam a palavra eutanásia. Ambas as vezes, como último recurso para aliviar o sofrimento do animal. No entanto, pessoas de má-fé estão disseminando argumentos falaciosos dizendo que a prefeitura adotou a eutanásia como controle de natalidade. É mentira. Quem quiser ver o que a lei diz, ela está publicada na página da prefeitura (https://tinyurl.com/ protegecao). É só ler e que estão mentindo. Entre os mentirosos estão alguns daqueles que antes de 2013 mandavam matar os animais recolhidos. AMEAÇAS Mas o descaramento nas redes sociais não para nas mentiras. Ele avança para a pregação da violência pura e simples. Para este artigo, separei alguns exemplos que um leitor coletou no grupo “ELEIÇÕES BD 2020”, onde um grupo de pessoas tem sido particularmente virulento na geração de mentiras e de mensagens de ódio. Entre eles, membros muito ativos que identificam como Tininha, Acir, Eduardo Lorêdo, Poderosa, Nara Borges. Ao lado estão algumas destas mensagens. Destaco algumas palavras da Tininha: “quero que ele vá para o inferno, que é o lugar dele”; “chegou a hora da vingança”; “Tá na mira”. Quando ela diz que “tá na mira”, ela mostra uma arma de fogo. Uma pessoa chamada Eduardo Lorêdo, no mesmo grupo, publica uma foto e um vídeo que me mostra caminhando pelas ruas do Bairro São Vicente. E aí ele diz que eu poderia ser linchado se continuar andando pelas ruas da Cidade Nova. As imagens que têm publicado mostram, também, que eles estão me seguindo há meses. Não importa onde eu vá, eles me seguem, me fotografam, me filmam e me exibem nos grupos. Estão me intimidando. MEDO SIM, COVARDIA, NÃO Depois de repetidamente filmado e fotografado por pregadores de ódio; depois de ser exposto nas redes sociais por mentiras contadas por Acir Parreiras e ameaças feitas por Eduardo Lorêdo e Tininha; depois de ser covardemente atacado pelas costas, não posso deixar de ter medo. No entanto, não sou covarde. O medo de ser agredido novamente não impedirá que eu faça o que é certo e o que precisa ser feito. Não deixarei de circular pelas ruas de Bom Despacho. Desordeiros, provocadores, mentirosos e incitadores como os citados membros do grupo “ELEIÇÕES BD 2020” não representam as pessoas de bem de nossa cidade. Elas não representam a alma e o espírito de tanta gente boa que mora e trabalha no São Vicente e na Cidade Nova. As ruas do São Vicente pertencem a seus moradores, não aos agressores das redes sociais. Para garantir isto temos as nossas polícias, que vem agindo de forma firme na repressão dos meliantes de toda ordem. Polícia, aliás, que no dia da agressão agiu rapidamente e alcançou o agressor e minutos. Quanto ao destino do agressor e dos estimuladores do ódio e da violência, seus nomes estão com o Ministério Público e com a Justiça. Caberá a ela julgar e decidir se haverá ou não punição. Quando a mim, o sentimento do medo confesso que tenho; já a fraqueza da covardia, não.


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Construtora iniciou a limpeza da área

Bertolino assinou O.S. para canalizar último trecho da Avenida Dr. Roberto CONSTRUTORA INICIOU A LIMPEZA DO LOCAL E MONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS O prefeito Bertolino da Costa assinou dia 23/10, junto com o superintendente regional da Copasa, João Martins, a ordem de serviço da obra de canalização do último trecho da avenida Dr. Roberto, no bairro Palmeiras. O trecho a ser canalizado começa na altura da ponte do Beco Zeca do Couto e segue por aproximadamente 1,2 km até o bairro Rosário 2. A obra será feita pela construtora ConservaSolo, contratada da Copasa. Nesse trecho, o leito do córrego será acertado e receberá taludes feitos com tela e pedra. O projeto inclui construção de passeio e preparação da pista para asfaltamento da margem direita do córrego. “Depois da canalização pronta, a Prefeitura vai asfaltar e iluminar a extensão da avenida Dr. Roberto até o Rosá-

rio 2”, afirmou Bertolino. Canteiro de obras Confirmando o que o superintendente João Martins havia afirmado para o Jornal de Negócios, no

dia 30/10 a construtora iniciou a limpeza da área e a montagem do canteiro de obras. A previsão é que a obra vai gerar até 15 empregos diretos.

Obra aguardava licenciamento ambiental do Governo de Minas A canalização desse trecho do Ribeirão dos Machados está licitada desde 2014, no início da gestão Cabral. Os recursos financeiros para sua execução foram repassados à Copasa. Mas até hoje a obra não podia ser feita porque dependia de licenciamento ambiental do Governo de Minas. No dia 7 de abril deste ano, logo após tomar posse, Bertolino convocou a Copasa para uma reunião, disse que a obra era prioridade em sua gestão e que pretendia executa-la. A pedido de Bertolino, o deputado Fábio Avelar solicitou a intervenção do secretário de Estado de Meio Ambiente para acelerar a liberação do licenciamento. Depois disso a licença foi expedida, possibilitando que a obra fosse iniciada.


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Padre Tiãozinho chega ao céu Tadeu de Araújo Teixeira é professor, escritor e fundador da ABDL

Parodiando o grande Manoel Bandeira, imagino Padre Tiãozinho chegando às portas do céu: - Licença, São Pedro! E São Pedro, bonachão: - Ah! É você, Sebastião, meu fiel pastor, precisa pedir licença não! Acho que foi assim quando os dois se encontraram nas portas do paraíso celeste. Paraíso que foi feito para acolher as pessoas boas, as almas santas, aqueles que só fizeram o bem para seus semelhantes lá no Planeta Fumaça, dos desmatamentos e das queimadas. Assim vejo padre Tiãozinho. Como pessoa humana, incomparável. Comunicativo, manso, prestativo, pronto a servir a quem o chamasse nos cultos religiosos. Numa festa familiar. Numa pescaria com famílias amigas, como o João “Macota” e a dona Nelzi nas barrancas do São Francisco. No exercício de sua missão como sacerdote, como capelão do Sétimo Batalhão e pároco militar. Nas horas de dor, nas doenças ou nas encomendações fúnebres. Nos batizados e casamentos. Se chegava atrasado a um

compromisso, a um enterro, a uma missa, um batizado, o povo já estava reclamando impaciente, aí aquele homem, cujo nome era paz, surgia, saudando, abraçando, sorrindo pata todos. Ele não pedia desculpas. Não precisava. A sua mansidão e sua empatia eram o seu pedido de desculpas. Logo todos exclamavam felizes e de bom humor: - O Tiãozinho chegou! E repetiam sorrindo diante daquele ser de tanta bondade: - O Tiãozinho chegou – e o perdoavam também sorrindo. Ah! Nosso caríssimo amigo, boníssimo padre de Bom Despacho e de toda a região. Como é que esse “maledeto” covid-19 foi tomar você de nós.

Mas você não morreu não. Você ainda vai fazer um carinho com os que o admiravam e amavam tanto. Tenho certeza. Vão ser tantas mágoas, tantas preces, tantos pedidos ao nosso padre querido, que você não terá outra saída. E de vez em quando, vai ter de passar por aqui, pelo Planeta Fumaça, para consolar, atender, para iluminar o coração, as mentes e o espírito dessa gente toda. Principalmente da pequena Japaraíba, seu berço natal, da Vila Militar e desta Bom Despacho que o acolheu carinhosamente como seu filho verdadeiro. Que você descanse agora da lida dos tantos trabalhos, de tantos amparos e consolos que você proporcionou aos

viventes desses lugares, dessas terras do Planeta Fumaça, ensandecido. Você ainda continuará sendo a luz desses viventes a dissipar as neblinas de nossos espíritos em busca dos caminhos que nos ensinou. Segue, Sebastião calmo, culto, prestativo e bondoso a jornada que todos os seres vivos também seguiremos. Ensine-nos a honrar como você honrou, como poucos, a magnífica mensagem da mais bela página dos Evangelhos, o Sermão da Montanha, do divino poeta e pregador Jesus de Nazaré: “Bem aventurados os pobres e humildes de coração, porque eles possuirão a terra” - como você, que hoje possui também o céu!

Condenação da agressão contra Cabral Em Bom Despacho, após a agressão política com o lançamento de uma bomba no comitê do Dr. Bertolino, nosso prefeito e candidato a prefeito novamente, neste final de outubro aconteceu outro ataque, desta vez contra Fernando Cabral, nosso ex-prefeito que deixou o cargo para tratar sua saúde. Nesta semana, Cabral foi

seguido da Praça da Matriz até a Rua Dr. José Gonçalves, caminho de casa. Câmeras do comércio registraram a caminhada do Cabral, que não percebeu a perseguição dissimulada do agressor, o qual o atacou por trás a murros e pontapés, depois de jogálo ao chão. Esse foi um fato lamentável e desonesto, inédito

em Bom Despacho em tempos de eleição. A violência em tempos de eleições, que nunca teve lugar na cidade, agora apareceu com seu caráter covarde e indigno diante de um povo civilizado como o de Bom Despacho. Credo, parece até que fomos contaminados pelo chamado "Gabinete do Ódio", que toda a impressa

divulgou, instalada no Palácio da Alvorada, orquestrada por parentes do presidente e grandes figuras de seus seguidores. Parabéns à nossa Polícia Militar que agiu prontamente e deteve o agressor e registrou os atos desse fora das leis, para posteriores medidas de punição. Cabral, você que nos últimos 12 anos (creio eu)

fez um belo trabalho na política em prol de nossa terra e de nosso povo. Você que é merecedor de nossos abraços e reconhecimento, não poderia ter sido vítima de tão vil agressão. Seus conterrâneos e seus eleitores lamentam o ocorrido. Compartilhamos com você sua dor e decepção. É certo que,

como sabemos, suas atitudes contra o seu algoz serão à altura, firmes e dentro da lei. E rezamos para que, sendo você quem é, um grande merecedor de gratidão de nossa comunidade, não se esmoreça. Em frente. E ficamos na expectativa de que o agressor seja exemplarmente punido.

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Temos montanhas; uma delas suja e entristece BD PAULO

HENRIQUE Paulo Henrique Alves Araújo é gestor e servidor público, mestre em computação e gerente de projetos de inovação

Funcionário Público Municipal, há 32 anos, Bacharel em Ciências Contábeis, Especialista em Desenvolvimento Sustentável pela Escola Nacional de Administração Pública de Brasília, Embaixador da Una Bom Despacho, atuou como Agente de Desenvolvimento Local do SEBRAE MG, durante 12 anos; em 2018 foi homenageado pela Câmara Municipal de Bom Despacho com o Titulo de Menção Honrosa em reconhecimento por minha virtude e dedicação ao desempenho das atividades públicas; foi juiz de Paz e compôs o Júri Popular na Comarca de Bom Despacho. Como vereador pretendo legislar em prol de uma Sociedade mais justa, igualitária e inclusiva. Lutar pelos direitos e valorização do Servidor Publico; lutar pela aplicação e efetivação da Agenda 2030, com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em nosso município.

Fora os 7 a 1, a coisa que mais me marcou na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, foi o comportamento dos japoneses nos estádios. Não sei se você se lembra, mas, ao final de todos os jogos, os torcedores japoneses retiravam sacos de lixo de suas bolsas e caminhavam pelas arquibancadas do setor em que se encontravam no estádio recolhendo o seu lixo - embalagens, copos, papéis, etc. Não bastasse essa atitude dos torcedores em 2014, na Copa de 2018, na Rússia, o elenco e a comissão técnica japonesa limparam o vestiário e deixaram uma mensagem de agradecimento aos funcionários que mantinham aquele espaço ao final do jogo em que foram eliminados da Copa do Mundo. O lixo é um problema sério e crescente em todo o mundo. O lixo é um problema seríssimo e crescente em Bom Despacho. Cidade pacata do interior de Minas, Bom Despacho tem ali na entrada pela estrada do Pica-Pau um cartão postal nada invejável: uma montanha de lixo. Uma montanha mesmo, literalmente! Embora vencidos os prazos para fecharmos essa página da nossa história, continuamos depositando lixo muito acima do nível do solo naquele local pela simples ausência de uma outra solução para descartar nossos resíduos sólidos.

Este candidato aí de cima não existe. É apenas uma peça publicitária. Mas o anúncio chamou sua atenção. Pense nisso. Se você é candidato e quer ser visto na cidade inteira, divulgue seu "santinho" aqui no Jornal de Negócios . Você será visto na cidade inteira. E também por milhares de pessoas através do site do Jornal de Negócios na Internet. Peça um orçamento através do whatsapp 99922-2361.

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Soluções já foram propostas, aprovadas, reprovadas, repensadas, reapresentadas, reaprovadas e reprovadas novamente. Os problemas são vários. Até aceitamos a ideia de um aterro sanitário, mas desde que seja longe da propriedade de qualquer bomdespachense. Já ouvi gente disposta a pagar uma taxa para outro município receber nosso lixo. Mas aí, tudo bem, revimos nossa posição e aceitamos um aterro no município. Daí nos chegou a informação de que o aterro seria regional (ou microrregional), e que teríamos portanto que receber também lixo de municípios vizinhos. A indignação voltou, “por que não no município

deles” e outras questões afins lotaram os bate-papos e debates na cidade. Daí alguém conseguiu uma reclassificação de uma área na circunscrição do Rio Capivari e pronto, tudo foi devida e legalmente paralisado. E o lixo subindo a montanha. Senhoras e senhores, esse problema não é um tropicalismo bom-despachense, acontece em todo município. A lei federal que proíbe os lixões estabeleceu prazos para substitui-los por outras soluções que deem destinos ambientalmente corretos aos nossos resíduos sólidos. A solução mais tradicional é o aterro sanitário. Mas já viu a confusão em torno dessa solução no p a r á g r a f o anterior. Outras soluções começam a ser aventadas, mas acredito que qualquer solução passe também pela nossa forma de enxergar o lixo.

Recicláveis, a Reciclabom. Essa cooperativa recebe o material reciclável recolhido na coleta seletiva municipal, separa, prensa, embala e comercializa o produto do trabalho de seus cooperados. Bela iniciativa, recicla parte do lixo e gera renda para um grupo de pequenos empreendedores, cooperados. Mas quanto material eles recebem para trabalhar? Bom Despacho tem alguns hábitos de urbanidade fantásticos. Um deles é o respeito à faixa de pedestre pelos motoristas (sua grande maioria!). Civilidade pura! Vá tentar, por e x e m p l o , atravessar uma rua pela faixa de pedestre em Belo Horizonte ou em qualquer local com tráfego moderado de veículos... Não, não faça isso, porque você provavelmente será atropelado! Mas aqui em Bom Despacho, dê o sinal de vida com o braço e os veículos param! Nota 10.

Quem sabe criamos uma corrente do bem pela reciclagem em BD?

Bom Despacho tem coleta seletiva em alguns bairros centrais. Acredito que sim, porque pessoas confiáveis me contaram, mas confesso que nunca vi. Estou temporariamente morando com meu pai em um prédio na Praça da Matriz e aqui não tem. Soube ainda que temos a Cooperativa de Trabalho de Catadores de Materiais

Mas o que dizer do que fazemos e de como enxergamos o lixo que produzimos? Invejo os japoneses nesse ponto. Porque, se tivéssemos a cultura deles, eu não separaria apenas as latinhas para doar para reciclagem aqui em casa, mas também os

demais materiais passíveis de reciclagem. No mínimo, separaria o lixo seco do lixo orgânico como eu já fazia em Brasília. É, amigo, a crítica vale para este que escreve também... Temos muito o que aprender com os japoneses dos estádios das últimas copas. País destruído por guerras e desastres naturais, composto por um arquipélago de centenas de pequenas ilhas, consegue ser a 3ª maior economia do mundo. E acho sim que isso tem a ver com a forma como trataram o lixo nas arquibancadas e nos vestiários das últimas copas, com o respeito com que se tratam, tratam o próximo e tratam os recursos naturais de que dispõem. Respeito e disciplina são palavras chaves na cultura oriental japonesa e caminham juntos com criatividade, inovação e desenvolvimento, por estranho que possa parecer. Escrevo sobre isso depois... Voltando ao nosso lixo de cada dia, vou comprar outra lixeira e passar a separar o lixo seco do orgânico, além das latinhas que meu pai cuida de separar desde sempre. Vou verificar se o condomínio pode colocar dois cestos de lixo por andar para depositarmos lixo seco e orgânico. Vou verificar se a coleta seletiva de Bom Despacho passa ou pode passar por aqui. Quero me sentir bem como me sinto quando paro na faixa para o pedestre atravessar. Convido você a fazer o mesmo no seu prédio ou residência. Quem sabe criamos uma corrente do bem pela reciclagem em BD? Ao poder público municipal e, em tempos de eleições, aos nossos candidatos a prefeito, faço um pedido: vejam com carinho e responsabilidade nossa montanha de lixo ali na entrada da cidade. Aquilo nos entristece e nos envergonha. O novo Marco Legal do Saneamento Básico, sancionado no último mês de julho, estabelece algumas facilidades para trazer parceiros privados para implementar a solução. Provavelmente não haverá uma perfeita, mas alguma solução tem que ser construída. Sigamos nossos irmãos orientais também nisso: sejamos pragmáticos, resolutos e comprometidos com a busca e implementação de uma solução. Incluam esta entre as batalhas que precisamos vencer já.


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Fisioterapia retorna para o Cidade Nova a partir do dia 3 de novembro

NOVA CLÍNICA - O serviço de Fisioterapia funcionará na Rua Fortaleza até a Prefeitura terminar a reforma do prédio da antiga Ruralminas, na rua Irmã Maria. Neste local será instalada uma nova clínica de fisioterapia com 17 macas, 3 consultórios, aparelhos e infraestrutura capaz de atender todos os usuários do Cidade Nova.

A Secretaria Municipal de Saúde retorna com o Centro de Fisioterapia para a região do Cidade Nova. O serviço vai atender a partir de terça-

feira, dia 3/11, num imóvel da Rua Fortaleza, 255, bairro Aeroporto, alugado pela Prefeitura. Anteriormente, a Fisioterapia funcionou

junto com o Serviço de Psicologia, no JK. Por falta de espaço no local ela foi transferida para o antigo Sesc. Mas a distância dificultava o acesso dos

usuários. Por isso, Bertolino determinou que ela voltasse para o Cidade Nova, onde mais de 1.200 usuários utilizam o serviço por mês.

Ministério da Saúde habilita CAPS para ampliar atendimento em BD CENTRO DE ATENDIMENTO PSICOSSOCIAL, CONHECIDO COMO SAÚDE MENTAL, FUNCIONA NO BAIRRO SANTA EFIGÊNIA Saiu na quinta-feira (29) a habilitação do Ministério da Saúde para o Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) Tipo 2 em Bom Despacho. Com isso, a Prefeitura passa a receber quase R$ 100 mil a mais por ano para ampliar o atendimento oferecido no local. O CAPS – também chamado de Saúde Mental – atende urgências psiquiátricas (surto psicótico ou crise), oferece acompanhamento e tratamento dos pacientes. Atualmente são feitos 985 atendimentos no local por mês. “Desde o início do ano estávamos pleiteando essa habilitação como Tipo 2. Para isso fizemos

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adaptações e reformas no CAPS e contratamos mais profissionais. A partir de agora podemos assegurar atendimento mais amplo aos usuários”, afirmou ao Jornal de Negócios o prefeito Bertolino. Habilitada como Tipo 2, a Saúde Mental terá mais profissionais (psicólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos, psiquiatra, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais) e carga horária ampliada. O local oferece leitos para internação diurna, almoço, lanches e acompanhamento profissional aos pacientes.


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Na trilha dos lerdos e estafados muares

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Bom Despacho virou minha referência de viver e pensar ALEXANDRE

MAGALHÃES Imagem ilustrativa

Alexandre Sanches Magalhães é empresário, consultor e professor de marketing, mestre e doutor pela USP e apaixonado por SP e BD

LÚCIO

EMÍLIO Lúcio Emílio do Espírito Santo é coronel reformado da PMMG, escritor e membro da Academia de Letras João Guimarães Rosa, da PMMG.

Através da correspondência dos delegados municipais com o Chefe de Polícia, transparece uma questão bastante séria e ainda persistente até os tempos atuais. O policial é um importante agente comunitário, do qual sempre se exigiu muito bom senso, espírito de justiça e senso de legalidade. Por um motivo ou outro, até mesmo político-partidário, o delegado era cobrado pela comunidade e, no final, se via obrigado a pedir a saída ou a permanência de integrantes do destacamento. Alguns conquistavam definitivamente a simpatia do público, como foi o caso do Soldado Manuel Santos, que, não obstante seu bom relacionamento, havia sido transferido para Juiz de Fora. Em agosto de 1913, o então 2º suplente do delegado Coronel Segismundo Marques Gontijo, pede o retorno do Soldado Manuel, “em benefício da ordem e tranquilidade na Vila”. Não temos mais detalhes sobre os reais motivos que levaram o delegado a mostrar tamanho empenho no retorno do policial, mas com toda certeza o Soldado Manuel tinha excelentes qualidades e havia por isso conquistado a admiração e estima da população. Fizemos mais buscas noutros setores do Arquivo Público Mineiro, mas não encontramos nenhum rastro daquele militar que acabou entrando para a história da nossa amada Bom Despacho. Assim como se pedia a permanência, também se pedia a transferência daqueles que se indispunham com a autoridade policial máxima do município ou tinham algum comportamento inadequado ou, ainda, atitudes que despertavam a reprovação da comunidade. No mesmo ano de 1913, o delegado José Pio da Silva Cardoso pedia a transferência dos soldados Augusto Gomes de Macedo e Antônio Firmino de Menezes, alegando que eles não mais lhe mereciam a confiança. Não há relato de nenhum fato desabonador a respeito da conduta dos dois policiais, mas por uma razão, às vezes, inconfessável, o delegado, representante e pessoa influente na

comunidade, se indispunha com o destacamento militar, que vinha de fora e, na maioria dos casos, sem raízes na cidade. A história aguça nossa curiosidade e, ao transportar-nos ao tempo dos nossos antepassados, força-nos a um exercício de imaginação e empatia. Assim, é inevitável que nos coloquemos no lugar dos que viveram aqueles tempos, quando a energia elétrica e o automóvel eram milagres da técnica e da tecnologia, como são hoje as viagens interplanetárias, o celular e a televisão. Não imaginamos, hoje, que invenções nossos descendentes irão conhecer daqui a um século ou mais. Por isso, quando deparo com um ofício do provedor da nossa Santa Casa de Misericórdia, encaminhado ao Chefe de Polícia presumivelmente em 1915, em que ele pede duas ambulâncias para melhorar a assistência à saúde no recém-criado município, não resisto à tentação de me colocar no lugar das pessoas que habitavam essas paragens no início do século XX. Será que podiam imaginar um Centro de Tratamento Intensivo móvel ou uma dessas ultramodernas aeronaves de socorro e resgate? O provedor da Santa Casa pedia, naquele ofício, duas ambulâncias de tração animal, alegando que “das duas ambulâncias desse tipo, existe apenas uma em serviço, irregular e intermitente, não só porque este carro precisa de conserto, com sua parelha de lerdos e estafados cavalos , mas também precisa ser substituída.” É verdade que a cidade era pequena e buscar um doente em casa ou um desfalecido em via pública era uma tarefa fácil para qualquer veículo de tração animal. Essa situação da nossa Santa Casa revela, em primeiro lugar, que o transporte de enfermos era um serviço disponível para a população, e mostra, por outro lado, a situação de penúria em que vivia a Santa Casa de Misericórdia, que, nos primeiros tempos republicanos, mesmo com a parelha de lerdos e estafados muares, cumpria o importante papel social de acolhimento aos pobres, indigentes, idosos, órfãos e viúvas desamparadas, alimentação para os encarcerados e administração de cemitérios.

Há quatro semanas voltei a São Paulo, como já mencionei neste espaço nas últimas oportunidades. Esta cidade é o local onde nasci e me criei. Conheço muito bem uma pequena parte da cidade, já que São Paulo é tão grande, que grande parte do município eu nunca sequer passei perto. Nunca fui ao bairro Marsilac, por exemplo, ou ao bairro de Cidade Tiradentes. Conheço bem Santana, divisa da Zona Norte com o Centro de São Paulo, domino o Centro da Cidade, ando bem pelos bairros onde ficam os cinemas e teatros, na zona Oeste da cidade, enfim, conheço uma pequenina parte do local onde nasci. Em Bom Despacho, conheço pouco também, mas posso afirmar que ando bem pela região central, ou seja, na área que envolve a Praça da Matriz, as ruas ao redor, vários bairros e muitas estradas de chão na região, já que corro e pedalo por elas. Mas, minha surpresa, a qual quero relatar para o raro leitor e a rara leitora, não envolve conhecimento das regiões das cidades, mas no jeito de pensar. Desde que voltei a São Paulo, tenho tentado restabelecer minha rotina de vida: correr, ir à academia, fazer compras, ir ao dentista, trabalhar, passear com o cachorro de minha mãe, ir ao banco, enfim, viver. Correr é uma atividade diária que mantenho, menos porque gosto e mais para tentar me manter em forma, afinal, minha namorada bom-despachense é muito mais nova do que eu e não gostaria de ser confundido com seu pai (apesar de eu

achar meu sogro um sujeito a ser copiado). Tenho corrido diariamente em São Paulo, sempre fazendo o mesmo trajeto, correndo ao redor do Aeroporto do Campo de Marte. Esta é uma área arborizada e bem em frente a minha casa. Mas, é o único trajeto arborizado perto de onde moro. Não consigo correr um único dia sem comparar com as dezenas de opções de corrida que tenho em Bom Despacho. Só no Bairro dos Cristais, são cinco trajetos diferentes, contando com as ramificações que as estradas de chão proporcionam. São dezenas de opções, o que torna a corrida ou a pedalada diária uma felicidade diferente a cada dia. Correr em Bom Despacho ainda traz um detalhe diferente: recebo “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” de todas as pessoas que encontro. Posso afirmar que nunca recebi um “bom dia” enquanto corro pelas ruas de São Paulo. Não é uma questão de educação das pessoas, mas de cultura da cidade. Em Bom Despacho, cumprimentar é uma coisa natural. Em São Paulo, cumprimentar alguém que não se conhece é um absurdo, uma besteira, algo que não se deve fazer.

Ir ao banco em São Paulo é muito mais fácil do que em Bom Despacho. No meu bairro há dez agências da Caixa Econômica Federal e nove unidades do Banco do Brasil. Porém, somente em Bom Despacho eu tenho a alegria de ir ao banco e tomar um café espresso com um amigo, como o Ivan do Na Praça Lanches. Minha cidade é muito impessoal e fria, com poucas interações pessoais. Ou, recebido sempre com um sorriso delicioso, como acontece quando passo pelo Xuá Lanches e paro para cumprimentar o seu Tarciso. Passear com o cachorro é outra diferença enorme. Em Bom Despacho, dar uma volta no quarteirão significa interagir com os vizinhos, dar bom dia ou boa noite a todos, além de encontrar o tio Nego de minha namorada bomdespachense. Em São Paulo, quando passeio com o cachorro de minha mãe, não olho nos olhos de ninguém, ninguém me dá bom dia ou boa noite. Não posso negar que é muito mais gostoso andar pelas ruas da cidade e receber vários bons dias ou boas noites. Aprendi que fazer compras no supermercado pode ser uma ação entre amigos, claro, em Bom Despacho. Várias vezes

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recebo cumprimentos quando chego aos caixas do Santa Edwiges, Fidelis, padarias ou lojas da cidade. Claro, sou reconhecido por causa de minha namorada bomdespachense, ou do meu sogro ou sogra, e me espanto quando ouço algo como: “e sua namorada está bem?” ou “mande um abraço para seu sogro/sua sogra”. Nunca sou cumprimentado em São Paulo, cidade impessoal. Comprar também é uma experiência muito diferente entre as cidades. Em São Paulo, só se compra se a pessoa tem dinheiro ou crédito. Em Bom Despacho, e eu já fui testemunha várias vezes, o “fidiquem” abre portas para comprar e pagar depois. Quase todas as atividades são diferentes nas duas cidades e, quase sempre, estar em Bom Despacho é muito melhor do que em São Paulo. E, claro, a balança pende definitivamente para Bom Despacho, já que é nesta cidade que mora minha namorada bom-despachense, que completou mais um ano de vida neste dia 13 de outubro. Apesar de paulistano, minha mente está sendo dominada pelo modo bom-despachense de viver.

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Bom Despacho (MG), 16 a 31 Outubro 2020

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Padre Tiãozinho ensinou que não é preciso ter pressa, mas saber viver A morte do padre Sebastião Fernandes Pereira – o Padre Tiãozinho –, ocorrida no domingo (25/10) -, repercutiu em Bom Despacho e na região. Aos 72 anos de idade, o sacerdote era muito querido por sua alegria constante e gentileza no trato das pessoas. Recebia a todos com atenção e tinha sempre uma palavra de apoio e incentivo para quem o procurava. Durante anos foi pároco da Paróquia Militar de Santa Efigênia e capelão do 7° Batalhão, onde se reformou com a patente de capitão. Luto oficial Em nota de pesar, o prefeito Bertolino da Costa decretou luto oficial de 3 dias no município pela morte de Padre Tiãozinho. “Aos bom-despachenses, ele deixa saudade, um legado de amor, d e d i c a ç ã o , desprendimento e amparo aos casais”, destacou o prefeito. O 7° Batalhão da PMMG também emitiu nota afirmando que o capelão “mesmo estando na reserva da PMMG, prestava auxílio aos militares e familiares da 7ª RPM” e decretou luto oficial de 3 dias. Morte Padre Tiãozinho faleceu por volta das 19h00 no hospital Mater Dei, em Betim, onde havia sido internado com quadro grave de problemas pulmonares ocasionado por Covid-19. Ele chegou a ser entubado e faleceu horas depois. Seu corpo foi enterrado dia 26/10 em Japaraíba, cidade onde nasceu, a 70 km de Bom Despacho, com acesso restrito à família. Tiãozinho no Céu! Em texto exclusivo para o Jornal de Negócios, o filósofo e seminarista Felipe Cunha fala do Padre Tiãozinho, seus valores e seu jeito simples e atencioso. “O essencial para ele era a pessoa, a dignidade humana. Ensinou-nos que a vida deve ser mais leve (...) Sabia ouvir, aconselhar e aliviar fardos pesados, especialmente dos jovens”, diz. Felipe abre o texto descrevendo como imagina a chegada de Padre Tiãozinho no Céu. Confira no texto acima.

Tiãozinho no Céu! FELIPE CUNHA Outubro. Domingo chuvoso. Céu nublado e o Padre Tiãozinho - que não se prendia às exigências do relógio - marcou uma visita inesperada a São Pedro. Fatigado, chegou adiantado na celeste morada. Assim como fazia em sua casa, encontrou a porta do Céu aberta e, com a mesma acolhida que ele sempre dava a quem lhe procurava, os anjos diziam: “Chega pra cá! Vamos tomar um cafezinho. Pra que pressa?” Na varanda da cozinha, o anjo então lhe perguntou: - Qual o seu nome mesmo? Repara não, é a idade! E o padre respondeu: - No registro civil é Sebastião, nome de um santo militar e mártir, de origem grega Sebastianós, que significa “sagrado”, “venerável”, “reverenciado”. Mas não tenho gosto pelas formalidades e burocracias. Meu nome mesmo é Tião ou Tiãozinho. A Virgem Maria, Nossa Senhora do Bom Despacho, foi apressadamente encontrar-se com o bondoso filho Tiãozinho e o fez repousar em seu colo materno com um delicado e amável abraço de acolhida – da mesma forma que ele sempre acolhia as crianças em suas celebrações. Após o descanso de uma longa viagem, Tiãozinho encontrou no jardim a Santa Efigênia dos militares, que logo sorriu e lhe disse:

- Que alegria tê-lo como meu vizinho, moro aqui nesta casa amarela, ao lado do salão da nossa Associação, aqui na vila militar celeste. São Sebastião, muito atencioso e solícito, também veio chegando e, com os cumprimentos de um exímio soldado, prestou continência ao capitão e disselhe: - Tiãozinho! Que bom que você veio fazer parte da nossa corporação. Estávamos à espera de um capelão. Venha conhecer o nosso pelotão. Padre Tiãozinho, caminhando em direção ao quartel, reconheceu São Paulo, a quem fez a seguinte saudação: - Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. Agora me está reservada a coroa da justiça (2Tim 4, 7-8). Após uma longa conversa sobre o Movimento do Cursilho da Cristandade, Encontro de Casais com Cristo e sobre as diversas atividades da Paróquia Militar, o Padre Tião, recém chegado, foi convidado para os festejos de São Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, comemorado anualmente em 25 de outubro. Festeiro como sempre e do jeito que ele gostava, o padre Tião providenciou galinha caipira, carne assada e aquele delicioso aperitivo. Foi uma festa! Festa!? Sim. O Céu está em festa! O Padre Tiãozinho, que inúmeras vezes nos alegrou contando estórias em suas celebrações, palestras e aulas, sempre com seu jeito simples e espontâneo de ser, realiza sua Páscoa no Céu. Sacerdote com profundo senso humanístico, Padre Tião orientou e acolheu muitas pessoas desesperadas, angustiadas e depressivas. Para todos tinha uma palavra de ânimo, de esperança, de luz. O essencial para ele era a pessoa, a dignidade humana. Ensinou-nos que a vida deve ser mais leve. Que a norma pela norma, a lei pela lei, o poder pelo poder geram pesadas estruturas que causam sofrimento. O sorriso constante e a calma do Padre Tiãozinho atraiu e levou muitas pessoas a Deus. Foi sempre dedicado à orientação espiritual e psíquica dos militares e de tantas outras pessoas que o procuravam para um aconselhamento, uma prosa ou para aliviar as dores existenciais e da alma. Era paciente e atencioso com as famílias, principalmente em união e conflitos matrimoniais. Sabia ouvir, aconselhar e aliviar fardos pesados, especialmente dos jovens. Padre Tiãozinho nos ensinou que não é preciso ter pressa, é preciso saber viver, ter fé, superar obstáculos e se libertar diariamente dos apegos terrenos. Adeus, ou melhor, até logo, Padre Tiãozinho! Receba no Céu nossa homenagem, nossa gratidão e saudade. Continuaremos aqui tentando colocar em prática o muito do que aprendemos com você. Afinal, devemos ter pressa somente quando Deus nos chamar à vida eterna. Felipe Cunha Azevedo, 28 anos, bomdespachense, é graduado em Filosofia e seminarista em Manhumirim/MG


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